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SERGIPE
RESUMO
INTRODUÇÃO
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diminuição na taxa de natalidade e aumento da longevidade, evidenciando assim o
aumento no número de idosos na sociedade (BRASIL, 2010; CASTRO et al, 2018).
O envelhecimento é resultante de uma relação entre a idade biológica e a idade
cronológica, dentro de seu contexto social e econômico (FARIA et al, 2015), a idade de 60
anos ou mais é considerada como definidora do início da velhice no Brasil segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS) (BRASIL, 2010).
Com essa mudança na pirâmide etária da população, torna-se urgente repensar o
modelo atual dos serviços de saúde, pois várias são as particularidades de atendimento
aos pacientes idosos, tendo em vista que os mesmos se encontram em um cenário de
multimorbidades e polifarmácia, por isso, o suporte clínico deve ser complexo, abrangente,
voltado não apenas para o atendimento ambulatorial, mas também para o âmbito hospitalar
(TEIXEIRA et al, 2017).
Na maioria das vezes, os fatores que levam idosos à hospitalização podem ser
identificados principalmente pela atenção básica, onde são realizadas ações preventivas e
de identificação de fatores de riscos físicos e ambientais, afim de adaptá-los ou modifica-
los, reduzindo assim o número de internações deste grupo etário (SANTOS, 2014). O
objetivo do presente estudo foi analisar o perfil de internamento dos idosos em um Hospital
Universitário da região centro-sul de Sergipe.
METODOLOGIA
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RESULTADOS
Foram avaliados 52 pacientes internados no HUL com idade média de 71,7 (±9,4)
anos, predomínio do sexo feminino (53,8%), etnia parda (78,8%), solteiro (42,3%), maioria
da zona urbana (59,6%) e proveniente do município de Lagarto (55,8%) onde se encontra
a unidade hospitalar. Com base nas características do internamento, percebeu-se que a
admissão ocorreu em sua maioria pela tarde (44,2%), 65,4% usou transporte próprio, as
principais queixas de internamento foram referentes ao sistema respiratório (25%) e os
pacientes foram classificados segundo o protocolo de Manchester, onde 44,2% foram
classificados como amarelo (Tabela 1).
Coutinho et al (2015), também encontrou como sendo a tarde (37,3%) o principal
turno de admissão, o transporte próprio (19%) como o mais prevalente seguido da
ambulância (81%). Esta divergência pode ser explicada pelo fato do estudo ter sido
realizado em um hospital de emergência. No estudo de Teixeira et al (2017), a principal
causa de internamento foi relacionada ao aparelho circulatório (27,4%) e doença do
aparelho respiratório em terceiro com 11,9%, entrando em divergência com o atual estudo.
No presente estudo também se observou que 25% dos pacientes passaram por
procedimento cirúrgico, sendo o ortopédico (13,5%) o mais prevalente, a média de
medicamentos usados pelos pacientes durante todo o internamento foi em média 11,1
(±7,4) medicamentos, 36,5% dos pacientes receberam cinco ou mais medicações de SOS
sendo a Insulina Neutra Protamina de Hagedorm (INPH) a mais utilizada (36,3%), e dos
52 pacientes 63,5% tiveram alta por melhora, o turno dos desfechos mais prevalente foi o
turno da tarde (44,2%) tendo uma média de 9,8 (±12,8) dias de internamento sendo 1 o
mínimo e 80 o máximo (Tabela 1).
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Tabela 1 - Características do internamento e clínicas dos pacientes Idosos internados em um
hospital universitário de Sergipe. Brasil, novembro de 2018 a fevereiro de 2019.
Continuação
Queixa Principal
Respiratório 13 (25)
Musculoesquelético 9 (17,3)
Cardiovascular 6 (11,5)
Digestório 6 (11,5)
Tegumentar 3 (5,8)
Nervoso 2 (3,8)
Outras 13 (25)
Classificação do paciente**
Azul 5 (9,6)
Verde 6 (11,5)
Amarelo 23 (44,2)
Laranja 15 (28,8)
Vermelho 3 (5,8)
Realização de cirurgias
Nenhuma 39 (75)
Ortopédica 7 (13,5)
Apendicectomia 2 (3,8)
Outras 4 (7,7)
*Total de medicamentos utilizados 11,1 ± 7,4
Medicamentos usados no SOS
INPH 94 (36,3)
Dipirona 41 (15,8)
Captopril 19 (7,3)
Tramadol 12 (4,6)
Prednizolona 10 (3,9)
desloratadina 8 (3,1)
prednisona 8 (3,1)
Ondassetrona 5 (1,9)
Outros 62(24)
Total de SOS
Nenhum 17 (32,7)
1 SOS 8 (15,4)
2 SOS 3 (5,8)
3 SOS 4 (7,7)
4 SOS 1 (1,9)
5 SOS ou mais 19 (36,5)
Desfecho
Alta 33 (63,5)
Falecimento 10 (19,2)
Transferência 8 (15,4)
Abandono 1 (1,9)
Turno do desfecho
Manhã (06:00 Ⱶ 12:00) 19 (36,5)
Tarde (12:00 Ⱶ 18:00) 23 (44,2)
Noite (18:00 Ⱶ 00:00) 6 (11,5)
Madrugada (00:00 Ⱶ 06:00) 4 (7,7)
*Dias de internamento 9,8 ± 12,8
*Valores expressos em média e desvio padrão.
Demais valores sumarizados em frequência simples e porcentagem.
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CONCLUSÃO
Este estudo identificou que as admissões aconteceram pelo turno da tarde, sendo
o sistema respiratório a queixa principal, a maioria teve a prioridade classificada como
amarelo, passando em média 9,8 (±12,8) dias internados e a alta por melhora foi o principal
desfecho. As características e perfil de internações, é um reflexo das necessidades e
características socioeconômicas, culturais e sociais do local analisado, o que pode auxiliar
na criação de campanhas e estratégicas públicas para minimizar as internações ou preparar
e capacitar a unidade para as principais queixas do público atendido.
REFERÊNCIAS
TEIXEIRA, J. J.; BASTOS, G. F.; SOUZA, A. C. Perfil de internação de idosos. Rev Soc
Bra Clin Med, 15: 15-20, 2017.
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