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Afora da Moda :: CCSP

Moda, vestuário e cultura

“a relação entre traje e indumentária é uma relação semântica: a significação do vestuário cresce à medida
que se passa do traje à indumentária; o traje é debilmente significativo, exprime mais do que notifica; a
indumentária, ao contrário, é fortemente significante, constitui uma relação intelectual, notificadora, entre o
usuário e seu grupo”. (BARTHES, 2005)

“A mudança da moda mostra a medida de embotamento dos excitantes nervosos; quanto mais nervosa é
uma época, tanto mais rápidas são as mudanças da moda, pois a necessidade de excitantes diferenciais,
um dos principais vetores de toda moda, anda junto com a diminuição das energias nervosas.” (SIMMEL,
1911)

“[...] há outros modos de pôr em evidência a nossa situação pecuniária [...] mas o dispêndio com o vestuário
leva vantagem sobre a maioria, pois o nosso traje está sempre em evidência e proporciona logo à primeira
vista uma indicação da nossa situação pecuniária a todos quantos nos observam. [...]” (VEBLEN, 1985,
[1899])

“Ao realizar a oposição entre as duas formas de cultura, a sociedade não faz outra coisa senão conferir, a si
própria, uma cultura inteligível: a divisão é a condição formal de toda cultura, tão logo ela deixe o plano das
técnicas para atingir o dos símbolos.“ (BARTHES)

“nenhuma classe da sociedade, nem mesmo a mais abjetamente pobre, abre mão da totalidade do
consumo conspícuo costumeiro.” (VEBLEN, 1985 [1899])

“ O conceito de moda, como sequência de variações constantes, de caráter coercitivo, é empregado pelos
estudiosos da sociologia, da psicologia social ou da estética em dois sentidos. No primeiro, mais vasto,
abrange as transformações periódicas efetuadas nos diversos setores da atividade social, na política, na
religião, na ciência, na estética - de tal forma que se poderia falar em modas políticas, religiosas, científicas,
estéticas etc. É o ponto de vista de Gabriel Tarde. Charles Blondel chega a afirmar, por sua vez, que o
fenômeno ocorre não só nas ideias mas na vida afetiva, pois se a sociedade fixa nossos sentimentos não o
faz de modo permanente, mas através de sucessivas flutuações. Steinmetz, contudo, critica essas
conceituações muito largas, dizendo que as transformações na visão do mundo, no gosto, na religião ou na
arte não pertencem à moda, embora também ocorram periodicamente. Falta-lhes em primeiro lugar, o
caráter de regularidade e, em segundo, o compulsório, pois não atingem o grande público, que continua
ligado à tradição.” (MELLO E SOUZA, 1987)

“As posses falam-nos sobre os seus possuidores; isto leva à tendência de ver as posses como símbolo do
eu, existindo assim forte associação entre o eu e as posses, o que leva à crença de que as posses de
alguém fazem parte do que esse alguém é.” (GARCIA; MIRANDA, 2005)

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