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MANUAL DA DISCIPLINA DE METODOLOGIAS DE ENSINO E

TREINAMENTO

Elaborado por:
Ângelo Ferreira
Américo Buque
Alice Morar
Inês Rita

Maputo, Janeiro de 2007


ÍNDICE

INTRODUÇÃO
RECOMENDAÇÕES
PLANO DA DISCIPLINA DE METODOLOGIA DE ENSINO E TREINAMENTO
PLANO TEMÁTICO
BREVE ABORDAGEM DA IMPORTÂNCIA DA CADEIRA NO CURSO DE PAGE
OBJECTIVOS DA DISCIPLINA
METODOLOGIAS DE ENSINO E AVALIAÇÃO
RECURSOS UTILIZADOS
ACTIVIDADES DOS DISCENTES

UNIDADE I

O Fenomeno Educativo

1. Introdução..........................................................................................................................16

1.1. Objectivos .......................................................................................................................16

2. A Educação nas diferentes épocas do desenvolvimento da humanidade.......................17

2.1. A Educação na Era Primitiva..........................................................................................17


2.2.A Educação na Antiguidade Clássica.............................................................................18
2.3. A Educação na Idade Média ..........................................................................................21
2.4. A Educação na Idade Moderna e o Renascimento.........................................................23
2.4.1. O Renascimento...........................................................................................................23
2.4.2. A Educação na Idade Moderna....................................................................................24
2.5. A Educação na Idade Contemporânea...........................................................................25
3. Conceito de Educação.......................................................................................................27
3.1. Diferentes Concepções sobre Educação........................................................................28

Questões de Reflexão............................................................................................................28

Bibliografia .............................................................................................................................29

UNIDADE II

O Processode Ensino e Aprendizagem

1.Introdução..........................................................................................................................30
1
1.1. Objectivos ......................................................................................................................30

2. A relação entre Educação, Ensino e Instrução................................................................31

Educação ..................................................................................................................31

Ensino .......................................................................................................................

.31

Instrução ....................................................................................................................

31

3. Educação intencional e não intencional ...........................................................................31

3.1. Educação não formal e formal .......................................................................................32

3.2 Educação informal ...........................................................................................................33

4. Historial do Processo de Ensino e Aprendizagem ............................................................34

5. O Processo de Ensino e Aprendizagem............................................................................35

6. Características Básicas do Processo de Ensino e AprendizagemEducativo ...................37

Questões de Reflexão ...........................................................................................................39

Bibliografia .............................................................................................................................40

UNIDADE III

As Funções Didácticas

1.Introdução..........................................................................................................................41

1.1. Objectivos ......................................................................................................................41

2. Funções Didácticas ...........................................................................................................41

3. Classificação das Funções Didácticas .............................................................................42

3.1. Função Didáctica Introdução e Motivação .....................................................................42

3.2. Função Didáctica Mediação e Assimilação ....................................................................44

2
3.3. Função Didáctica Domínio e Consolidação.....................................................................46

3.4. Função Didáctica Controle e Avaliação ..........................................................................48

Questões de Reflexão ...........................................................................................................49

Bibliografia .............................................................................................................................50

UNIDADE IV

Treinamento

1.Introdução............................................................................................................................51

1.1. Objectivos .......................................................................................................................52

2. Treinamento: Conceito.......................................................................................................52

3. Etapas ou Fases de Preparação do Treinamento .............................................................53

3.1. Levantamento de necessidades......................................................................................53

3.2. Planificação do treinamento ...........................................................................................53

3.3. Programação do treinamento .........................................................................................54

3.4. Avaliação dos resultados ................................................................................................54

4. Importância da Planificação de um Programa de Treinamento ........................................54

5. Formas de Treinamento ....................................................................................................56

6. Desenvolvimento do Conteúdo do Treinamento ...............................................................58

7. As Principais Técnicas de Treinamento ............................................................................59

Questões de Reflexão............................................................................................................59

Bibliografia..............................................................................................................................59

UNIDADE V

Métodos de Ensino

1. Introdução...........................................................................................................................61

1.1. Objectivos .......................................................................................................................61

2. Método de Ensino: Conceito .............................................................................................62

3
3. Classificação dos Métodos de Ensino e Aprendizagem ...................................................65

3.1. As Variantentes Metódicas Básicas................................................................................71

3.1.1. Método Expositivo........................................................................................................71

3.1.2. Método de Trabalho Independente..............................................................................76

3.1.3. Método de Elaboração Conjunta .................................................................................79

Questões de Reflexão ...........................................................................................................81

Bibliografia..............................................................................................................................82

UNIDADE VI

Os Meios de Ensino

1. Introdução..........................................................................................................................84

1.1. Objectivos .......................................................................................................................84

2. Os Meios de Ensino: Conceito ..........................................................................................85

3. Classificação dos Meios de Ensino ...................................................................................85


4. Objectivos do Uso dos meios de ensino ...........................................................................85
5. Critérios de Utilização dos Meios de Ensino .....................................................................86
6. Os Principais Meios de Ensino ..........................................................................................87
Questões de Reflexão ...........................................................................................................88
Bibliografia .............................................................................................................................89

UNIDADE VII

Planificação do Ensino

1.Introdução............................................................................................................................90
1.1. Objectivos .......................................................................................................................90
2. Planificação:Conceito .......................................................................................................91
3. Tipos de Planificação ........................................................................................................91
4. Importância da Planificação ……………………………………………………………...........91
5. Características da Planificação .........................................................................................92
6. Etapas da Planificação do Ensino .....................................................................................92
7. Ciclos de Planificação........................................................................................................93
4
7.1. Plano Anual ....................................................................................................................94
7.2. Planificação da Unidade de Ensino ................................................................................94
7.2.1. Elementos de um Plano de Unidade............................................................................95
7.3. Plano de Aula .................................................................................................................96
7.3.1. Exigências de Uma Aula .............................................................................................96
Questões de Reflexão ...........................................................................................................97
Bibliografia .............................................................................................................................97

UNIDADE VIII

Avaliação do Processo de Ensino e Aprendizagem

1. Introdução..........................................................................................................................98
1.1. Objectivos .......................................................................................................................99
2. Referencial teórico .............................................................................................................99

2.1. Avaliação: Conceito.........................................................................................................99

2.2. Tarefas de Avaliação.....................................................................................................101

2.3. Finalidades da Avaliação ..............................................................................................101


2.4. Funções da Avaliação...................................................................................................102
2.4.1. Função Diagnóstica....................................................................................................102
2.4.2. Função Formativa.......................................................................................................102
2.4.3. Função Somativa .......................................................................................................103
Questões de reflexão ..........................................................................................................103
Bibliografia ...........................................................................................................................103

UNIDADE IX

Personalidade do Professor/Formador

1. Introdução.......................................................................................................................104
1.1. Objectivos ....................................................................................................................104
2. Personalidade: Conceito..................................................................................................105
3. Características da Personalidade do Professor ou Formador,.........................................105
3.1. Instrutor ou Professor de Autómatos.............................................................................105
3.2. O Professor que se Concentra no Conteúdo .............................................................. 106
3.3.O Professor que se Concentra no Processo de Instrução ............................................106
5
3.4. O Professor que se Concentra no Intelecto do Aluno ..................................................107
3.5.O Professor que se Concentra na Pessoa Total ...........................................................107
3.6. O professor que tem uma visão estrutural da Sociedade ............................................108
4. Qualidades Profissionais do Professor............................................................................108
4.1. Qualidade Essencial do Professor ................................................................................109
Questões de Reflexão .........................................................................................................110
Bibliografia ...........................................................................................................................110

Bibliografia Final ............................................................................................................111


Anexos

6
INTRODUÇÃO

A disciplina de Metodologia de Ensino e Treinamento pretende iniciar e dotar o estudante de

conhecimentos chaves concernentes ao ensino e treinamento, partindo da descrição e

análise da educação em diferentes épocas do desenvolvimento da humanidade, passando

pelo estudo do conceito de educação bem como o âmbito deste termo. Com este enfoque,

pretende-se que o estudante adquira os conhecimentos sobre o processo de ensino e

aprendizagem, o seu papel para o desenvolvimento da sociedade bem como o domínio dos

diferentes factores que a influenciam.

No ano lectivo de 2007 a disciplina de Metodologia de Ensino e Treinamento será

leccionada em regime semi-presencial.

Quanto aos conteúdos, os mesmos consistirão em unidades desenvolvidas em redor das

seguintes áreas:

 O fenómeno educativo;

 As funções didácticas;

 Treinamento;

 Métodos e meios de ensino;

 Planificação de ensino;
7
 Avaliação de ensino;

 Personalidade do Professor/Formador.

Deste manual constarão bibliografias de cada unidade sobre as quais se farão comentários

com vista a auxiliar o estudante a reflectir e consolidar os seus conteúdos. Do manual

constarão ainda várias actividades didácticas centradas na auto-aprendizagem do

estudante.

RECOMENDAÇÕES

Recomenda-se que o estudante obedeça os seguintes procedimentos:

- Leia o (s) texto (s) na íntegra com a devida atenção e concentração;

- Pratique os exercícios sugeridos;

- Contacte o docente ou tutor em caso de dificuldade;

- Contacte também outros profissionais e colegas do curso caso tenha dúvidas;

- Leia a bibliografia seguindo a ordem sugerida no manual.

É importante que o estudante evite se emocionar pela possibilidade que tem de estudar e

cometer, por exemplo, o erro de querer consumir de uma só vez todos os módulos,

entrando, desse modo, em temas mais adiantados, sem ainda ter concluído os precedentes.

Tal atitude provocaria ao estudante sérias dificuldades de aprendizagem. Também se

adverte ao estudante para que não seja lento, mas sim que respeite o tempo estabelecido

para a frequência do curso.

8
PLANO DA DISCIPLINA DE METODOLOGIA DE ENSINO E TREINAMENTO

UNIDADES SESSÕES
1 - O Fenómeno Educativo
Unidade I
2 –O Processo de Ensino e
MÓDULO Unidade II
Aprendizagem
Unidade III
3- Funções Didácticas
Unidade IV
DE METODO- 4 –Treinamento
LOGIAS DE
ENSINO E Unidade V 5 – Métodos de ensino
TREINAMENT
O Unidade VI 6 - Meios de Ensino

7 –Planificação deensino
Unidade VII
8 - Avaliação de Ensino
Unidade VIII
9 - Personalidade do
Unidade IX
Professor/Formador

9
10
PLANO TEMÁTICO

Distribuição das horas


Estudo Resolução das
Sessõe Individua actividades praticas
s l
Temas
12 4
I 1. O fenómeno educativo
2-A Educação nas diferentes épocas
do desenvolvimento da humanidade.
2.1-A Educação na era primitiva
2.2-A Educação na Antiguidade
Clássica.
2.3-A Educação na Idade Média
2.4-A Educação na Idade Moderna e o
Renascimento.
2.4.1- O Renascimento.
2.4.2-A Educação na Idade Moderna.
2.5 -A Educação na Idade
Contemporânea.
3-Conceito de Educação.
3.1- Diferentes concepções sobre
educação.

20
Total de horas

II 1. O Processo de Ensino e
Aprendizagem
2-Relação existente entre educação, 14 6h
instrução e ensino
3.- A Educação Intencional e não
intencional
3.1-A Educação não formal e formal.
3.2-Educação informal
4- Breve historial do PEA
5- O PEA
6 - Características Básicas do PEA

16
Total de horas

11
1. Funções Didácticas
III 4 2
2. - Conceito de Funções didácticas
3.- Classificação das Funções
didácticas
3.1- Função didáctica Introdução e
Motivação
3.2 - Função didáctica Mediação e
Assimilação
3.3 - Função didáctica Domínio e
Consolidação
3.4-Função didáctica Controle e
Avaliação
6
Total de horas
4 2
IV Treinamento
1- O que é Treinamento?
2- Etapas/fases do Treinamento
3- Levantamento das necessidades
4- Planificação do Treinamento
5- Programação do Treinamento
6- Avaliação dos Resultados
7- Importância da Planificação de um
Programa de Treinamento
8- Como definir os Objectivos do
Treinamento
9- Formas do treinamento
10- Desenvolvimento do Conteúdo do
Treinamento
11- Principais teorias do Treinamento
8 2
V Métodos De Ensino
1- Introdução
1.1-Objectivos
2-Conceito de Método de Ensino
3-Classificação dos Métodos de
Ensino e Aprendizagem
3.1-Variantes Metódicas Básicas
3.2.1-Método Expositivo
3.2.2-Método de Trabalho
Independente
3.2.3-Método de Elaboração Conjunta
10

12
VI Meios de Ensino
1- Introdução
1.1-Objectivos
2- Meios de Ensino: Conceito
3- Classificação dos Meios de Ensino
4- Objectivos do uso dos Meios de
Ensino
5-Criterios da Utilização dos Meios de
Ensino
6- Principais Recursos de Ensino
6.1- Gravuras
6.2- Cartazes
6.3-Album Seriado
6.4- Plano de Aula
6.5- O Manual da Disciplina

Planificação de ensino 4 2
VII 1- Introdução
1.1-Objectivos
2-Planificação: Conceito
3-Etapas da Planificação do Ensino
3.1-Conhecimento da Realidade
3.2-Elaboração do Planos
3.3- Execução do Plano
3.4-Avaliação e Aperfeiçoamento do
Plano
8

6 2
VII Personalidade Do
Professor/Formador
1-Conceito De Personalidade
1.1-Objectivos
2-Caracteristicas Da Personalidade Do
Professor
2.1- Instrutor Ou Professor De
Automatos
2.2 –O Professor Que Se Concentra
Nos Conteúdos
2.3– O Professor Que Se Concentra
No Processo De Instrução
2.4– O Professor Que Se Concentra
Intelecto Do Aluno
2.5– O Professor Que Se
ConcentranaPessoa Total
2.6- O Professor Que Tem Uma Visão
Estruturada da Sociedade

13
6 2
VIII Avaliação de ensino
1-Introdução
1.1- Objectivos
2- Referencial Teórico
2.1- Avaliação: Conceito
2.2- Tarefas da Avaliação
2.3 –Finalidas da Avaliação
2.4- Funções da Avaliação
2.4.1- Função Diagnostica
2.4.2- Função Formativa
2.4.2- Função Sumativa
2
Avaliação Final

128
Total de horas
128 horas / 8 horas de estudo por semana significa 16 semanas correspondente a
um Semestre

14
UMA PEQUENA ABORDAGEM DA IMPORTÂNCIA DA CADEIRA NO CURSO (PAGE)

A Metodologia de Ensino e Treinamento em qualquer área de trabalho é uma actividade útil


para a coordenar e orientar os esforços e recursos, de modo correcto, que se empregam na
concepção dos objectivos e tarefas principais que se enquadram nos sector de actividade,
neste caso nos serviços educacionais.

A efectivação (realização) das actividades previstas nos planos que visam o


aperfeiçoamento do SNE, dependem, em grande medida, do nível ou grau de organização e
planificação que se alcança nos diferentes níveis de direcção.
Isto significa que a planificação adequada constitui uma das premissas fundamentais para
que se possa exercer cabalmente a direcção do processo educativo.

Por outras palavras, pode-se afirmar que a direcção do processo educativo deve saber, em
primeiro lugar, planificar. É assim que se mostra a necessidade, no desenvolvimento das
ciências pedagógicas, encontrar ou melhor ministrar-se formação que consiste em munir os
dirigentes, gestores e investigadores nesta matéria, de conhecimentos e habilidades que o
permitam saber planificar o seu trabalho e do colectivo.

OBJECTIVOS

No fim da disciplina, o estudante deverá ser capaz de:


 Realizar actividades de educativas e de treinamento com eficácia e profissionalismo
 Reter o conceito de educaçãoconsiderando os seus diferentes ângulos;
 Dominar a história da educação;
 Analisar criticamente os conteúdos educativos históricos em relação a educação
contemporânea;
 Dominar o instrumentário básico didáctico-metodológico de mediação dos conteúdos no
processo de ensino e aprendizagem, e saiber utilizá-lo de forma criadora na planificação
das actividades de ensino e treinamento;

15
 Assumir a importância da avaliação no âmbito da mediação de conteúdos, e dominar os
instrumentos e técnicas básicas de avaliação pedagógico-didáctica.
 Aplicar os conhecimentos, habilidades e atitudes como gestor na administração da
educação;

METODOLOGIAS DE ENSINO E AVALIAÇÃO

As aulas serão ministradas em unidades didácticas. A seguir as aulas expositivas existirão

sessões de exercícios práticos para a consolidação da matéria.

Os conceitos serão apresentados através de exemplos práticos e situações concretas para

melhor assimilação dos mesmos pelos alunos.

No fim de cada unidade o estudante deverá responder por escrito os exercícios propostos

que pontuarão para a nota final que conduzirá o aluno ao exame. Portanto, a soma das

notas atribuídas após a realização dos exercícios das unidades didácticas, divididas pelo

número das unidades achar-se-á a nota de frequência, que ditará a realização ou não do

exame.

RECURSOS UTILIZADOS

Livros e textos seleccionados.

ACTIVIDADES DISCENTES

 Participação activa nas aulas;

 Leitura da bibliografia recomendada, e

 Realização dos exercícios recomendados nas unidades didácticas.

16
UnidadeI: O Fenómeno Educativo

1. Introdução

A Cadeira de que nos propomos debruçar é um campo do conhecimento que se ocupa do


estudo sistemático da educação que se realiza na sociedade e que constitui um meio para a
transmissão do património sócio-cultural, técnico e científico da velha geração para a nova
geração. A educação é um dos ingredientes básicos da formação do homem.

Para reflectirmos educação hoje é importante que olhemos para a história da educação
porque para podermos entender os problemas da educação é necessário compreender qual
é a sua origem, e como foi reflectida nas diferentes épocas do desenvolvimento da
humanidade.

Com o estudo da história da educação podemos compreender os valores que orientaram os


educadores de cada época, de modo a reflectirmos sobre esses valores com o objectivo de
confrontá-los com os valores actuais de educação.

Portanto, no presente texto far-se-á um breve histórico da educação vinculando educação e


o contexto histórico.
Ao iniciar-se o estudo da história da educação procuraremos saber como era a educação
antes da escola e quais eram as suas características. De seguida iremos abordar os
principais aspectos da educação na antiguidade clássica sobretudo a educação grega e
romana por serem nestas sociedades onde se assenta a tradição escolar desta época.
Também far-se-á a análise da educação da época medieval, moderna e contemporânea.

1.1. Objectivos

No final desta unidade o aluno deverá ser capaz de :

17
 Abordar e analisar os grandes modelos de educação, relacionando-os com os
contextos em que se moldaram;
 conhecer os diferentes pensamentos sobre educação;
 identificar o objecto, objectivos e métodos educativos de cada época.
 identificar os principais mentores da filosofia de educação vigentes em diferentes
épocas.

Conceitos chaves: educação, sociedade

2. A educação em diferentes épocas do desenvolvimento da humanidade

2.1. A educação na Era Primitiva

A educação como um processo de transmissão do património sócio-cultural, técnico e


científico da humanidade sempre ocorreu mesmo antes da existência da escola bem como
dos métodos de educação reconhecidos como tais.
De início, a educação era a transmissão de formas de acção que ajudavam o homem a
aproveitar-se da natureza e segundo Pilette (1993:43), citando Monroe, a educação
primitiva tinha como objectivo promover o ajustamento da criança ao ambiente típico e
social por meio da aquisição da experiência de gerações passadas.

A sua estrutura era simples e entre os povos primitivos a criança adquiria conhecimento por
meio da imitação e cerimónias de iniciação.

Por meio da imitação as crianças brincam com pequenas reproduções de


instrumentos utilizados pelos adultos e numa fase posterior elas participam das
actividades dos adultos onde aprendem as diversas ocupações da tribo como a
construção de utensílios, a pesca, a caça e trabalho agrícola.

As cerimónias de iniciação possuíam um especial valor educativo e consistiu na cerimónia


de admissão do jovem adolescente a comunidade adulta da tribo.

O valor educativo das cerimónias de iniciação incidiam nos seguintes aspectos:

18
 Valor moral: as crianças aprendem a suportar a dor, pela submissão à mutilações, a
tolerar as circunstâncias difíceis e a fome pela exposição ao tempo e falta de
alimentação;

 Valor social e político: a criança aprende a obediência e a reverência aos mais


velhos, bem como a servir aos idosos e a suprir as necessidades da família;

 Valor religioso: nesta cerimónias existem os animais ou plantas que são o centro do
culto. Estes, geralmente, são considerados um antepassado mítico da tribo, de que
esperam protecção;

 Valor prático: visto que os jovens aprendem os métodos de captura de certos


animais, a arte de acender o fogo, de preparar os alimentos entre outros.

Por outro lado, existia uma característica comum nos povos primitivos o animismo, que
consiste na crença de que todas as coisas possuem alma ou espírito. Portanto, a
aprendizagem das formas que permitem a convivência pacífica com os espíritos que
habitam os objectos de que se precisa constitui a parte mais importante da educação nestes
povos.

As cerimónias de iniciação servem para transmitir aos jovens a explicação do


universo para torná-los capazes de assegurar um satisfatório ajustamento `as suas
exigências.

É importante saber que haviam determinadas pessoas às quais cabia a direcção das
cerimónias de iniciação que variavam desde chefes de grupos familiares, feiticeiros,
curandeiros, etc.

Nas sociedades primitivas destacam-se a educação chinesa e hindu. Nestas primitivas


civilizações orientais a necessidade de dominar línguas geralmente muito difíceis fez com
que a educação girasse em torno do domínio da linguagem e literatura.

A educação centrava-se no conhecimento de uma linguagem tecnicamente complexa, difícil


de dominar, e na posse da sabedoria do passado contida na sua literatura. Esta literatura
expunha as formas de conduta, o cerimonial religioso e era exclusiva da classe sacerdotal
isto é a classe dominante.

19
Portanto, nos povos orientais a educação consistia em conduta e actividades práticas dadas
pelos sacerdotes, pela classe literária governante e pelos adultos das famílias.

Questões:

1. Qual é o objectivo da Educação entre os primitivos?

2. Qualé o papel da imitação na educação primitiva?

3. A quem cabia inicialmente a direcção das cerimônias de iniciação?

4. Que valores positivos da educação primitiva são ainda válidos actualmente?

2.2. A educação na Antiguidade Clássica

Enquanto que na sociedade oriental a educação visava conservar, reproduzir o passado


mediante a supressão da individualidade, na educação grega observava-se o contrário, a
educação era a oportunidade para o desenvolvimento individual. Como resultado dessa
característica surge um novo conceito de educação, a educação liberal, uma educação que
habilitava o indivíduo a tirar proveito da sua liberdade ou dela fazer uso.

Na educação grega deu-se mais oportunidade para o desenvolvimento individual e os


ideais gregos eram: liberdade política e moral, desenvolvimento intelectual, e racionalidade.
Contudo, os privilégios do desenvolvimento intelectual eram limitados aos homens livres
que correspondia a 9/10 da população e negados aos restantes.

Os ideais da educação grega foram resultado de uma lenta evolução podendo-se destacar
os seguintes períodos(Piletti, 1993:58):

 A educação no período homérico (900 - 750 a.C)- onde os ideais de educação


aparecem nos poemas Ilíadas e Odisseia. A educação teve um carácter
eminentemente poético;

 A educação no período espartano (750 - 600 a.C)- o objectivo da educação era dar
a cada indivíduo um nível de perfeição física, coragem e hábito de obediência às leis
que tornassem um soldado ideal. Esta era controlada pelo estado;

20
 A educação no período ateniense (600 - 450 a.C)- o ideal era a formação completa
do homem (física e intelectual). O estado assegurava a liberdade pessoal, criando as
condições vantajosas para a educação;

 A educação no período sofista (450 - 400 a.C)- o termo sofista designa uma nova
classe de professores que surgiram devido a falta de meios para ministrar uma
educação que proporcionasse ao indivíduo condições de êxito pessoal impostas pela
sociedade. Esta classe de professores recebiam, em troca das aulas que
ministravam, elevados valores monetários.

Nos seus ensinamentos, os sofistas, acentuavam de forma exagerada o valor da


individualidade. É destes que surge o termo de Pitágoras, “o Homem é a medida de
todas as coisas”.

 O período dos grandes filósofos (400-300 a.C)- as deficiências do sistema


ateniense de educação fez com que se repensasse na educação de modo a resolver
o problema que consistia em formular um ideal educativo que pudesse satisfazer as
necessidades institucionais e o bem do colectivo, para promover o desenvolvimento
completo da personalidade.

Neste período destacam-se:

 Sócrates (470-399 a.C.) – com o slogan “conhece-te a ti mesmo” afirma que é


na consciência individual que se deve procurar os elementos determinantes da
finalidade da vida e da educação.

Desenvolveu o método socrático a ironia -que consiste em perguntar fingindo


ignorar, e maiêutica queconsiste em fazer outras perguntas para levar o
interlocutor a descobrir a verdade.

Contribuições de Sócrates para a educação:

 o conhecimento possui um valor de natureza universal e não


individualistas;

 o processo objectivo para obter-se conhecimento é o de conversação.

21
 a educação tem por objectivo imediato o desenvolvimento de
capacidade de pensar e não apenas de ministrar conhecimento.

 Platão (428-348 a.C.)-concorda com Sócrates sobre a necessidade de se


procurar uma nova base moral para a vida , a qual deveria se encontrar em
ideias e na verdade universal.

Para Platão, a educação é um processo do próprio educando mediante o qual são


dadas à luz as ideias que fecundam a mente. Assim, o papel do educador consiste
em promover no educando o processo de interiorização através do qual o educando
pode sentir a presença das ideias. São conteúdos da educação os exercícios
corporais, a cultura estética e moral, a formação científica e filosofia.

 Aristóteles (384-322 a. C.)- ao contrário de Platão e Sócrates, afirma que a


virtude está na conquista da felicidade e do bem, enquanto que para os
primeiros esta na posse do conhecimento pelo indivíduo.

Desenvolveu seu conceito de educação partindo da ideia de imitação. Segundo este


autor o homem se educa na medida em que copia a forma de viver dos adultos. E
conhecido como o maior sistematizador visto que vem dele a ideia de a educação
deve compreender um plano metódico.

Os povos romanos também influenciaram em grande parte a educação da antiguidade


clássica. O ideal romano de educação visava a concepção de direitos e deveres daí que
esta tinha uma finalidade prática e procurava alcançar resultados concretos adaptando os
meios aos fins. A característica fundamental do método da educação romana era a imitação.
Portanto, cabia a educação desenvolver aptidões nos indivíduos para cumprir os seus
deveres como cidadãos romanos.

A educação estava centralizada na formação do carácter moral das pessoas daí que a
família desempenhava um papel importante.

Tal como a educação grega, o desenvolvimento da educação romana também foi gradual.
Numa primeira fase era dada praticamente no lar e mais tarde, com a expansão do império
22
romano, surgiram as escolas elementares que passam a ministrara leitura, a escrita e a
conta.

Por influência da cultura grega, houveram alterações substanciais que alteraram a


educação romana. Surgem novas instituições de educação que passam a ministrar novos
conteúdos como gramática, retórica e mais tarde direito e filosofia. Foi a partir destas
instituições que se tornou possível o surgimento das universidades.

2.3. A educação na Idade Média

O desenvolvimento do pensamento pedagógico e da educação desta época esta


estreitamente ligado a história da religião, o cristianismo, que substituiu a concepção liberal
e individualista dos gregos e um conceito de educação prática e social dos romanos. O
cristianismo passou a dar maior importância ao aspecto moral que se baseou na ideia de
caridade cristã.

Nesta época surge um novo ideal educacional que se concentra no aspecto moral da
pessoa humana, baseia-se na ideia de caridade cristã ou amor.

De acordo com esta premissa, a função principal da educação consiste em dominar


o corpo e pacificar o espírito.

Os recém-convertidos, antes de serem admitidos como membros efectivos da igreja, eram


chamados de catecúmenos, e nessas escolas, de catecumenatos. Mais tarde estas escolas
vieram a ser organizadas pelos bispos com o intuito de preparar o clero para as igrejas que
estavam sob sua direcção, e passaram a ser dominadas escolas das catedrais.

23
A escolástica medieval exerceu forte influência na escola e pedagogia da Europa Ocidental.
O termo escolástica, inicialmente, significou o conjunto do saber, mais tarde se deu o
mesmo nome aos que escolarmente se dedicavam `a filosofia e a teologia. Foi um
movimento intelectual que se preocupou em demonstrar e ensinar a relação entre a razão e
a fé pelo método da análise lógica.

Contudo, a escolástica teve limitações que se repercutiram na educação:

 consideravam-na como uma preparação para o cristianismo e exercício do culto;


 nas escolas dava-se maior importância a memorização;
 os castigos corporais eram estimulados como forma de purificar a alma.

Entre os seguidores da igreja naquele tempo, e que deram contribuição no campo


educacional, havia indivíduos cultos, filósofos e escritores onde se destacaram Santo
Agostinho (354-430) e São Tomas de Aquino (1225-1274) que afirmavam que Deus é o
verdadeiro mestre que ensina dentro de nossa alma embora sublinhem a necessidade de
uma ajuda exterior.

O clero, na primeira metade da idade média, foi muito importante pois foi nos mosteiros que
se criaram bibliotecas e escolas.

2.4. A educação na Idade Moderna e o Renascimento

2.4.1. O Renascimento

Os séculos XIV, XV, XVI a Europa foram dominado por um movimento cultural e artístico
denominado renascimento que se propunha restaurar a forma e ideais da antiguidade
clássica. Este movimento teve início na Itália tendo-se estendido para o resto da Europa.

No renascimento destacaram-se três grandes áreas de interesse: o interesse pela vida real
do passado; o interesse pelo mundo objectivo das emoções e o interesse pelo mundo da
natureza física.

24
Como consequência dos novos interesses passou-se:
 ao estudo mais amplo e intensivo das línguas grega e latina;
 caça aos manuscritos remanescentes desta literatura;
 restauração das obras clássicas;
 criação, na literatura, de um novo interesse por tudo o que levasse a imaginação e
para o coração;
 a análise introspectiva da vida emocional provoca imensa dedução literária (poesia,
drama e romance);
 desenvolvimento das ciências históricas e sociais;
 deslocamento do centro de gravitação, até então situado nas coisas divinas, para o
próprio homem.

Nesta época o Homem passa a ser o centro de atenção. Todos os humanistas destacados
manifestavam-se contra o ceptismo medieval, lutaram contra a escolástica e o jugo da
igreja.

Este movimento teve grande influência no pensamento pedagógico pois as ideias


humanistas visavam a aproximação da escola a vida, o desenvolvimento de actividade e a
independência dos alunos.
Uma das principais consequências educacionais do renascimento era a busca de uma
educação que se opunha ao velho sistema escolástico e promovia o ideal de nova vida.

Nesta época, o interesse da educação esteve centrado nos propósitos, nas actividade
específicas da humanidade e o meio usado para a compreensão de tais actividades foi a
literatura dos gregos e romanos.

A educação tinha um carácter multifacético dado o desenvolvimento da educação


física e estética, o estudo não só dos livros mas também da natureza, os princípios
das ciências naturais e a familiarização com a actividade laboral dos homens.

Os mais notáveis representantes do renascimento no campo educacional foram (Piletti,


1993:96-100): Vitorino da Feltre (1378-1446) que criou uma escola chamada “casa alegre” a
margem da organização religiosa. Defendia que a educação devia ser gradual de acordo
com o desenvolvimento psiquico do aluno; François Rebelais (1483-1555) cuja preocupação
25
com a educação destinada a formar juízo prático nos jovens para as coisas da vida coincide
com a preocupação do nosso tempo. Seguiu toda a problemática da época medieval, na
sua novela satírica “Gargântua e Pantagruel”;Michel de Montaigne (1533-1592) cujo ideial
educativo é o homem para o mundo por isso a educação deve formar o homem completo,
de corpo e alma.Para este o professor não deve limitar-se só a questionar o aluno sobre a
matéria dada mas também sobre o sentido e sentido e a substância da matéria.

2.4.2. A educação na Idade Moderna

Durante o fim da Idade Média a educação foi controlada pela Igreja e tinha a finalidade
de educar o indivíduo segundo os ensinamentos das sagradas escrituras,
interpretadas pelas autoridades eclesiásticas.

Na Idade Moderna a religião não deixa de ter influência na educação. Contudo, com o
surgimento de um movimento protestante aos católicos, o controle educacional exercido
pela Igreja de Roma também começa a ser contestado.

Os estados que estavam sob orientação dos protestantes começaram a organizar sistemas
próprios de escolas transferindo para o seu controle as escolas paroquiais.

Segundo (Aranha, 1996:89;Piletti, 1993:104), destacou-se no movimento protestante


Martinho Lutero (1483-1546) segundo o qual a educação deveria se libertar das amarras
que a prendiam a igreja e subordinar-se ao estado.

Perante este movimento, a igreja católica reagiu criando novas ordens religiosas que
dessem especial atenção ao ensino, tendo-se destacado a Companhia de Jesus. Esta criou
um sistema de educação mais eficiente abrangendo a educação secundária e superior.

Com o tempo, as grandes transformações que ocorreram na passagem da Idade Média


para a Moderna como: as grandes navegações, o surgimento dos estados nacionais, a
reforma protestante, imprensa, o desenvolvimento da burguesia e do capitalismo,
fortaleceram o movimento no sentido de que a autoridade da igreja ficasse restrita aos
assuntos religiosos.

26
O pensamento pedagógico desta época foi influenciado pelas ideias de Francis Bacon
(1561-1626),GalileoGalileu(1564-1642),René Descartes, João Amós Coménius(1592-1670),
Jean Jaques Russeau(1712-1778), entre outros.

Embora tenha havido alterações substanciais na abordagem pedagógica, a educação


elementar do povo permaneceu esquecida durante este período pois a educação era
dirigida para a nobreza e o clero.

2.5. A educação na Idade Contemporânea

No desenvolvimento das humanidades novas e importantes transformações ocorreram entre


os séculos XVII e XX que deram início ao que se convencionou era contemporânea.

Foram factores motivadores a revolução industrial, o surgimento das ciências humanas, o


nascimento de uma nova classe social, o proletariado formado por trabalhadores
assalariados, o derrube do Estado Absolutista pela burguesia que passa a assumir o poder
político e a separação entre o estado e a Igreja.

Esta nova forma de estar teve influência no pensamento pedagógico. A passagem da Idade
Moderna para a Contemporânea na segunda metade do século XVIII é assinalada pela
,,Revolução Burguesa que teve repercussões na educação como consequência da
separação entre a Igreja e o Estado que conduziram ao desenvolvimento dos sistemas
públicos de educação.

Com o desenvolvimento industrial a escola passa a desenvolver um outro papel, isto


é, a dar mais importância aos conteúdos técnicos e científicos ao lado das antigas
matérias clássicas e literárias.

O ensino público e gratuito torna-se obrigatório e é visto como a melhor forma para o
alcance da verdadeira democracia.
Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827), Johann Friedrich Herbart(1776-1841) e Friedrich
Froebel (1782-1852) foram os educadores que se destacaram durante este período pelas
inovações que propuseram a educação.

27
Comentários

A passagem de uma idade histórica para a outra é resultado de importantes transformações


que marcam a vida da humanidade.

A educação bem como o pensamento pedagógico, esta relacionado com essas


transformações que se verificam no desenvolvimento da humanidade. É assim, que pode-se
afirmar que a educação também tem história pois ela diz respeito ao homem.

Neste texto abordamos não de forma exaustiva, a interacção entre a educação e as


transformações que se verificaram no desenvolvimento da humanidade. Vimos que o
pensamento pedagógico, o conceito de educação bem como o seu objecto e objectivos
variam tendo em conta o contexto sócio-cultural de cada época.

Na era primitiva a educação era um meio para garantir a subsistência da espécie humana.
Na antiguidade clássica a educação era uma oportunidade para o desenvolvimento
individual.

Na idade média, o ideal educacional esteve ligado a religião e este se baseia no aspecto
moral do indivíduo substituindo a concepção liberal e individualista dos gregos e romanos.

Com o renascimento de novo o homem passa a ser o centro de atenção embora reviva-se o
passado. A educação na idade contemporânea, movida pela separação entre a igreja e o
estado, o ensino torna-se público e gratuito.

Olhando o desenvolvimento da educação nas diferentes épocas verifica-se que a educação


foi durante longo tempo uma oportunidade para a classe dominante tendo contribuído em
certa medida para o alargamento das desigualdade social.

3. O conceito de educação

Existem várias definições sobre educação. A seguir ilustraremos algumas delas, segundo
vários autores:

Platão a boa educação consiste em dar ao corpo e a alma toda a beleza


e perfeição de que são capazes;
28
Herbert Spencer defendia que a educação é um processo cujo objectivo é a
formação do carácter;

John Dewey a educação é um processo de contínua reconstrução da


experiência com o propósito de ampliar e aprofundar o seu
conteúdo social enquanto ao mesmo tempo o indivíduo ganha
controle dos métodos envolvidos;

Lourenço Luzuriaga a educação é a influencia interacional e sistemática sobre o seu


juvenil com o propósito de formá-lo e desenvolvê-lo, mas
significa também, acção genérica ampla de uma sociedade sobre
as gerações jovens com o fim de conservar e transmitir a
existência colectiva.

Carlos Libâneo é um processo de desenvolvimento unilateral da personalidade,


envolvendo a formação de qualidades humanas- físicas, morais,
intelectuais, estéticas- tendo em vista a orientação da actividade
humana na sua relação com os meios social, num determinado
contexto de relações sociais.

Embora haja variadas formas de definira educação quase todas têm aspectos
em comum:

 Todas as definições limitam a educação a espécie humana;


 A educação é um processo
 Todos consideram que a educação consiste numa acção exercida por um grupo sobre
o outro;
 Toda a educação tem uma finalidade.

3.1As diferentes concepções sobre educação

As definições de educação, como vimos, são tão variadas quantas são as correntes e
autores que se dedicaram ao seu estudo. Mencionaremos algumas concepções que
retractam os diferentes posicionamentos sobre a natureza da acção de educar e a finalidade
ou o ideal que postulam. Todas comungam que a educação é um processo de
desenvolvimento. O homem se desenvolve e a educação actua na configuração, isto é, na

29
formação da personalidade a partir de determinadas condições. A questão é: que condições
são determinantes, internas ou externas, e qual é a sua finalidade?

Concepções naturalistas (inatistas)- dão primazia aos factores biológicos do


desenvolvimento. Para este os factores sociais regulam o ritmo e a manifestação dos
processos internos inatos. A finalidade de educação é tirar para fora o que existe no interior
do indivíduo.

Concepções ambientalistas- para estes o ambiente externo é a força motriz, a sociedade


propicia valores , idéias, regras às quais o espírito do educando deve submeter-se.
Portanto, a educação é uma imposição ao educando da maneira de ver, sentir, e de agir.

Concepçõesinteracionistas- evitam a polarização. O processo educativo o homem


desenvolve tanto biológico como psiquicamente na interacção com o ambiente implicando
interacção entre o sujeito e o meio. A educação é um processo interactivo em que os
sujeitos constróem seus conhecimentos através da interacção com o meio.

Questões para reflexão

1) “Durante as nossas aulas vimos que não se pode dissociar o desenvolvimento do PEA
com o desenvolvimento sócio econômico e cultural da humanidade.”De forma clara e
suscita fundamente esta afirmação.

2) Qual era o objectivo da educação entre os povos primitivos.

3) Como se deu o surgimento de uma instrução mais elaborada e formal entre os povos
primitivos.

4) Debruce-se sobre as principais características da educação na antiguidade clássica.

5) Qual é a diferença na concepção de educação dos gregos e dos romanos.

30
6) Quem foram os principais representantes desta época.

7) Quais as principais características da educação da idade média.

8) Em que aspectos tal educação (da época média) se distingue da educação grega e
romana.

9) Quais foram os principais representantes da idade média.

10)Que novos interesses se baseava as tendências gerais do renascimento.

11) Que ideais educacionais surgiram com o renascimento.

12)Quais os principais representantes, do período acima referido, que deram importante


contributo no desenvolvimento da educação.

13)Como era vista a educação na era contemporânea e que factores influenciaram o


desenvolvimento do pensamento pedagógico desta ‘época.

14)Quem foram os principais representantes desta época e quais foram os seus ideais.

Bibliografia

 ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; História da Educação; Editora Moderna; S.Paulo;


2001.

 CAMBI, Franco; História da Pedagogia; Editora ONESP; S.Paulo; 1995

 GADOTTI, Moacir; História das Ideias Pedagógicas; Editora Ática; S.Paulo; 2001

 LIBÂNEO, José carlos, Pedagogia e Pedagogos para Quê?, Cortez Editora; S.Paulo;
1998

 PILETTE, Claudino, PILETTE, Nelson; Filosofia e História da Educação, 9ªEdição,


S.Paulo, 1993.

 www.pdagogia.pro.br

Unidade II: O Processo de Ensino e Aprendizagem

31
1. Introdução

Neste capítulo apresentamos algumas das indagações que as pessoas têm acerca da
diferença entre educação, ensino e instrução. Se educação é a transmissão do património
sócio-cultural, técnico- científico da geração mais velha para a mais nova, afinal o que é
ensino?. Qual é a diferença entre ensino e instrução?

1.1. Objectivos

No Final desta unidade o estudante deverá ser capaz de:

 Relação existente entre educação, instrução e ensino:


 Conceito de ensino;
 Conceito de instrução.
 As diferentes modalidades de educação:
 Educação informal;
 Educação não-formal;
 Educação formal;
 Auto-educação;
 Reeducação.

Conceitos chaves:Aprendizagem, Educação, Ensino, Instrução

2. A relação entre educação, Ensino e Instrução

2.1. Educação
A educação é um conjunto de acções, processos, estruturas, que intervêm no
desenvolvimento de indivíduos e grupos na sua relação activa com o meio natural e social,
num determinado contexto de relações entre grupos e classes sociais.

2.2. Ensino
Segundo o conceito etimológico, ensinar (do latim signare) é colocar dentro, gravar no
espírito” Assim, ensinar é gravar ideias na cabeça do aluno.

32
Ensino é o processo de organização da actividade cognitiva. É um processo bilateral que
inclui a assimilação do material de estudo que é a actividade do aluno e a direcção deste
processo que é actividade do mestre/professor. Portanto, é um processo bilateral que inclui
actividade: ensino – aprendizagem.

2.3. Instrução
É o processo e o resultado da assimilação de conhecimentos, hábitos e habilidades.
Caracteriza-se pelo nível de desenvolvimento intelectual e das capacidades criadoras do
homem. Pressupõe determinado nível de preparação do indivíduo para a participação em
qualquer esfera da actividade social.

3. Educação intencional e não intencional

Nos aspectos tópicos da educação consideram-se as modalidade de educação não


intencional também chamada informal e a educação intencional que se desdobra em
educação não formal e formal.

A educação pode ser compreendida como produto do desenvolvimento social, determinada


pelas relações sociais vigentes em cada sociedade e, portanto, dependente dos interesses
e práticas de classe, de tal modo que a transformação da educação é um processo ligado a
transformação das relações sociais.

A educação intencional surge no desenvolvimento histórico da sociedade, como


consequência da complexidade da vida social e cultural, da modernização e das
instituições, do processo técnico-científico, da necessidade de cada vez maior número de
pessoas participarem das decisões que envolvem a colectividade.

Os processos educacionais intencionais implicam objectivos sócio-políticos explícitos,


conteúdos, métodos, lugares e condições específicas de educação, precisamente para
possibilitar aos indivíduos a participação consciente, activa e crítica na vida da sociedade.

Entretanto, boa parte das influências que operam e condicionam a prática educativa
ocorrem de modo não intencional, não sistemático, não planejado. Contudo, eles actuam,
embora de modo disperso e com carácter informal, na formação da personalidade daí que
não se deve negar os seus efeitos educativos.

33
3.1. Educação não formal e formal

É necessário distinguir duas modalidade de educação intencional: a educação não formal e


a educação formal.
O que é educação não formal e formal? A educação não formal é mesma coisa informal? E
a educação formal se aplica apenas a educação escolar?

Iniciaremos caracterizando o conceito de formal. Formal refere-se a tudo que implica uma
forma estruturada. A educação formal seria, neste caso, aquela educação estruturada,
organizada, intencional e sistemática. Por isso, onde há ensino ou melhor escola há
educação formal. São actividades educativas formais, a educação de adultos, educação
sindical, educação profissional e outras desde que nelas estejam presentes a
intencionalidade, a sistematicidade e condições previamente preparadas ainda que se
realize fora do marco escolar propriamente dito.

Educação Formal é aquela que é ministrada nas instituições oficiais Ex:


escolas, institutos, etc.

A educação não formal, por sua vez, é aquelas actividades com carácter de
intencionalidade, porém com baixo grau de estruturação e sistematização implicando
relações pedagógicas não formalizadas. Ex: movimentos sociais organizados, movimentos
comunitários, actividades de animação cultural, museus, cinemas, praças, áreas de
recreação, etc.

Educação não formal é aquela que ocorre em instituições com vista


aperfeiçoar as capacidades e habilidades dos indivíduos. (Educação que
não obedece o SNE)

3.2. Educação informal

Libâneo (1998:83) citando Nassit (1980:277), define educação informal como processo
contínuo de aquisição de conhecimentos, competências que não se localizam em nenhum
quadro institucional.
34
Entende-se por termo informal a modalidade de educação que resulta do meio em que os
indivíduos vivem, envolvendo tudo o que é do ambiente, das relações sócio-culturaise
políticasque influenciam a vida dos indivíduos. Estes factores afectam ou influenciam a
educação das pessoas de modo inevitável, embora não actuando metodicamente visto não
haver objectivos pré estabelecidos.

Educação informal- é aquela que se adquire no quotidiano, na sociedade


em geral.

Assim, podemos resumir no seguinte esquema:

Educação

Intencional Não intencional

Formal Não formal informal

Também encontramos outros conceitos relacionados com educação, como:

Auto-educação- é a actividade do homem com o objectivo de mudanças da sua


personalidade. A auto-educação pode ser o factor principal para regular e orientar o seu
comportamento, a sua conduta.

Reeducação- é um processo de eliminação de vícios e defeitos adquiridos ao longo da


formação da personalidade.

4. Historial do Processo de Ensino e Aprendizagem

O processo de ensino e aprendizagem, como um processo em si se desenvolveu em


conformidade com o desenvolvimento da sociedade conforme se pode observar a seguir:

Comunidade Primitiva: de Caçadores e Recolectores

 Todos ensinavam tudo a todos;

35
Comunidade de Agricultores, Pastores e Artesãos

 Transmissão de conhecimentos por pessoas especializadas; isto é . conhecimentos e


habilidades um pouco mais especializados;
 Uso de ritos como uma das formas de transmissão.

SociedadeEsclavagista

 Surgimento dos primeiros sistemas educacionais nas civilizações para responder ao


progresso técnico e conhecimentos acumulados;
 Organização do PEA no seu aspecto e carácter quantitativo.

SociedadeModerna

 Transmissão de conhecimentos, segundo critérios selectivos, segundo as


particularidades dos alunos;
 Organização do PEA planificado e sistemático;
 PEA organizado no seu aspecto e carácter qualitativo, com o desenvolvimento da
escola-nova.

5. O Processo de Ensino e Aprendizagem

O ensino e a aprendizagem são tão antigos quanto à própria humanidade. Nas tribos
primitivas os filhos aprendiam com os pais a entender suas necessidades, a superar as
dificuldades do clima e a desenvolver-se na arte da caça. No decorrer da história da
humanidade, o ensino e a aprendizagem foram adquirindo cada vez maior importância. Por
isso, com o passar do tempo, muitas pessoas começaram a se dedicar exclusivamente a
tarefas relacionadas com o ensino. Também surgiram as escolas que são instituições
voltadas para essas tarefas.

36
Em nossos dias, tal é a importância do ensino e a aprendizagem que ninguém pode deixar
de reflectir sobre o seu significado.

Mas afinal o que significa aprender? E o que significa ensinar?

O conceito de ensino evoluiu graças aos questionamentos e pesquisas realizadas por


diversos pensadores, educadores, psicólogos, sociólogos, etc.
Segundo o conceito etimológico, ensinar (do latim signare) é “colocar dentro, gravar no
espírito”. De acordo com esse conceito, ensinar é gravar ideias na cabeça do aluno. Nesse
caso, o método de ensino é o de marcar e tomar a lição.

Piletti faz uma divisão da evolução histórica do ensino da seguinte forma:

i) Concepção tradicional do ensino: a iniciativa cabe ao professor, que é, ao


mesmo tempo, sujeito do processo, o elemento decisivo e decisório no ensino. A
questão pedagógica central é aprender.

ii) Concepção de ensino da escola nova: a iniciativa desloca-se para o aluno e o


centro da acção educativa situa-se na relação professor-aluno. A questão
pedagógica central é aprender a aprender.

iii) Concepção tecnicista de ensino: o elemento principal passa a ser a


organização racional dos meios, e o professor e o aluno ocupam posição
secundária. Professor e aluno são relegados à condição de executores de um
processo cuja concepção, planificação, coordenação e controle ficam a cargo de
especialistas supostamente habilitados, neutros, objectivos, imparciais. A questão
pedagógica fundamental é aprender a fazer.

O ensino visa a aprendizagem. Então, o que é aprendizagem?


A aprendizagem é um processo de aquisição de conhecimentos, conteúdos ou
informações.
Contudo, convém salientar que ela não é apenas um processo de aquisição de
conhecimentos visto que as informações são importantes, mas precisam passar por um
processamento muito complexo.

37
Comentários

Existe uma relação extreita entreentre ensinar e aprender. Historicamente, sabemos que o
indivíduo modifica seu comportamento por processos directos e espontâneos de imitação.
Essa forma, enquanto organização social, se restringe a pequenas e simples comunidades.
Assim a família desempenha um papel preponderante na transmissão de conhecimentos
necessários para o desenvolvimento e ajustamento do educando.

A medida que a vida social torna-se mais complexa, surge a necessidade de organizar uma
forma sistematizada para o acto de educar. Essa forma é o ensino (Vilarino, 1979:24).

Portanto:

Ensinar: é criar condições favoráveis para a aprendizagem do aluno, é procurar descobrir


interesses, gostos e necessidades.

Aprender : é mudança de comportamento (maneira de agir), pensar, de ser, atitudes e


opiniões, conseqüência da assimilação e interiorizarão de novos conhecimentos,
capacidades e habilidades, o que pressupõe a aquisição de novas atitudes e hábitos.

38
6. Características Básicas do Processo de Ensino e Aprendizagem

1. CARACTER SOCIAL DO PEA 2. CARACTER EDUCATIVO DO3. CARACTER PLANIFICADO E SISTEMÁTICO


PEA DO PEA
• O PEA responde as exigências • No PEA ha uma • O PEA decorre de forma estruturada;
da sociedade de distintas relaçãodialécticaindissociáv
maneiras; el entre educação e • Programas, horários, objectivos,
instrução; conteúdos definidos de acordo com a
• O Conteúdo do PEA enriquece- idade e capacidade de aprendizagem dos
se historicamente a medida que • A mediação e assimilação alunos;
se acumula o património dos conhecimentos, das
so1ciop-cultural; habilidades, e dos hábitos • Existe SECA (Sistema de ensino em
ocorre em simultâneo com a Classes anuais);
• O PEA garante a continuidade formação e desenvolvimento
do desenvolvimento da das atitudes, valores e • A planificação, organização e direcção do
sociedade; convicções. PEA baseia-se nos conhecimentos e
contribuição das ciências afins.
• O PEA garante a integração do
comportamento aos requisitos
de ordem social.
Características Básicas do Processo de Ensino e Aprendizagem

4. O PEA REGIDO POR LEIS E 5. O PEA DESENVOLVE A 6. CARACTER DIALECTICO DO PEA


REGULARIDADES PERSONALIDADE
• O PEA tem um carácter • A aprendizagem constitui a • No PEA a relação fundamental e
cientifico; actividades dominante dos professor-aluno, e gerada de contradições,
adolescentes e dos jovens, que funcionam como forca motriz de
• O PEA esta sobre influencias nela os jovens adquirem desenvolvimento quer dizer:
de diferentes leis: conhecimentos, • diferentes tipos de contradições geram
- didácticas; desenvolvem capacidades, desenvolvimento. Por exemplo:
- psicológicas; habilidades, pontos de - a contradição entre o nível inicial e o nível
- sociológicas; vista , atitudes e convicções. de desenvolvimento próximo;
- ideológicas, e - a contradição entre os conhecimentos
- higiénicas. teóricos e sua aplicação na pratica

• O PEA depende das leis


naturais, da ontogênese.
Questões de Reflexão

1. Os índios, em resposta ao convite do Estado da Virgínia (EUA) para


mandarem seus filhos a um colégio em Williamsburg, disseram:

“ ... Muitos dos nossos bravos guerreiros foram formados nas escolas do Norte e
aprenderam todos a vossa ciência. Mas, quando voltavam para nós eles eram
maus corredores, ignorantes da vida, da floresta e incapazes de suportar o frio e a
fome. Não sabiam como caçar o veado, matar o inimigo e construir uma cabana,
e falavam a nossa língua muito mal. (..) Não serviam como guerreiros, como
caçadores ou como conselheiros. (PILETTE, 1986: 12-13)”

a) Considerando o acima exposto diga o que se entende por educação.

1. Das questões que se seguem coloque V para as questões verdadeiras e F


para as falsas:

a) A educação formal designa-se ao tipo de educação dada nas instituições


oficiais e que obedece a um programa previamente estabelecido.______

b) Educação não formal é o tipo de educação que ocorre na vida e na


sociedade em geral._______

c) Educação informal é a que ocorre em instituições não vocacionadas ao


ensino regular e tem em vista o aperfeiçoamento dos indivíduos. ______

d) Ensino é o processo e o resultado da assimilação de conhecimentos


sistemáticos, caracteriza-se por um nível e esta orientado para actividade
prática. ______

e) Instrução é o processo de organização da actividade cognitiva, é um


processo bilateral que inclui a assimilação do material de estudo e a
direcção do mesmo processo. ______
2. É comum ouvir a seguinte expressão “este indivíduo é instruído/ tem
instrução mas não é educado”. Disserte sobre esta questão.

3. Durante as nossas aulas vimos que não se pode dissociar o


desenvolvimento do PEA com o desenvolvimento sócio económico e
cultural da humanidade. De forma clara e suscinta fundamente esta
afirmação.

4. Indique as características básicas do PEA e explicite o carácter educativo.

5. Afirma-se que o PEA é um processo dialéctico.O que se quer dizer com


esta afirmação?

Bibliografia

- PILETTE, Claudino, PILETTE, Nelson; Filosofia e História da Educação,


9ªEdição, S.Paulo, 1993.

- LIBÂNEO, José Carlos; Didáctica; Cortez Editora; S.Paulo; 1994

- LIBÂNEO, José Carlos; Pedagogia e Pedagogos , para quê?; Cortez Editora;


S. Paulo; 1998
Unidade III: As Funções Didácticas

1. Introdução

Estimado Estudante,

O processo de ensino e aprendizagem é um conjunto estruturado, tem um ritmo


característico que é determinado pelas regularidades de aprendizagem, tem uma
dinâmica própria. Esses momentos, fases ou passos são designados de Funções
Didácticas.

1.1.Objectivos

No final desta unidade o estudante deve ser capaz de:

 Definir funções didácticas;


 Identificar as funções didácticas;
 Descrever as caracteriticas das funções didácticas;
 Explicar a importãncia da sua observãncia no PEA;
 Aplicar as funções didácticas no ensino e treinamento

Conceitos Chaves: funções didácticas, motivação, mediação, assimilação,


domínio, consolidação, controle e avaliação

2. Funções Didácticas: conceito

Funções Didácticas são finalidades pedagógicas das diferentes etapas do


processo de ensino e aprendizagem e de medidas educativas.São orientações
para o professor dirigir um processo completo de aprendizagem e de aquisição
das diferentes qualidades.
Existe uma estreita ligação entre as funções didácticas. Significa que elas não
se realizam sozinhas ou isoladamente. Por isso, elas sobrepõem-se nas
diferentes etapas do processo. Porém, numa determinada etapa uma função
didáctica pode dominar e as outras funções estão-lhe subordinadas. Cada
etapa do processo de ensino e aprendizagem é caracterizada por uma função
didáctica dominante.
Para Libâneo (1990) funções didácticas são movimentos/ passos do PEA no
decorrer de uma aula ou unidade didáctica.

3. Classificação das Funções didácticas

Assim, de acordo com a classificação que escolhemos, as funções didácticas são


as seguintes:

 Introdução e Motivação
 Transmissão|mediação e Assimilação
 Domínio e Consolidação
 Controle e Avaliação

1. INTRODUÇÃO 2.TRANSMISSÃO|MEDIAÇÃO
E E
MOTIVAÇÃO ASSIMILAÇÃO

FUNÇÕES
DIDÁCTICAS

3.DONÍNIO 4.CONTROLE
E E
CONSOLIDAÇÃO AVALIAÇÃO

3.1. Função Didáctica: Introdução e Motivação

AFunção Didáctica Introdução e Motivação desempenha grande papel para o


sucesso da aprendizagem dos alunos. Quer dizer, que o sucesso e rendimento do
processo de ensino e aprendizagem dependem, em primeiro lugar, da forma como
os alunos são motivados para a aprendizagem. A aprendizagem deve ser uma
actividade consciente por parte dos alunos. Por isso, tarefa importante do
professor é a estimulação dos alunos, a criação de interesses, motivos e
necessidades de aprender.

A Função Didáctica Introdução e Motivação, é o primeiro passo ou primeiro


momento da aula. Esta fase tem tem em vista preparar os alunos para a
aprendizagem. Essa preparação tem os seguintes aspectos:

a)Criar atmosfera e atitude propícia para a aprendizagem


 Assegurar a ordem e disciplina;
 Dar informações sobre o conteúdo (orientação para os objectivos);
 procurar curiosidade nos alunos (introdução).

b)(re)activar os conhecimentos, habilidades, comportamentos necessários para a


aprendizagem do novo conteúdo (introdução).

b) Conseguir interesse e a atenção (motivação)

Existem diferentes formas que o professor pode seguir para realizar a reactivação
do nível inicial. Assim, o professor poderá:
 fazer o controle oral ou escrito dos conhecimentos adquiridos na aula anterior;
 repetir resumidamente os aspectos essenciais da aula anterior;
 escolher um aluno ou alguns alunos para exporem resumidamente os aspectos
essenciais da aula anterior;
 fazer perguntas a alguns alunos sobre os conteúdos da aula anterior;
 reactivar fazer reactivar os conhecimentos através do TPC.

No entanto, a motivação não se realiza apenas na primeira etapa da aula. Ela


deve ser permanentede modo a criar interesse na aquisição dos conteúdos pelo
aluno, desde o primeiro momento da aula até ao ultimo momento da aula. A aula
deverá permanecer viva, atraente, motivadora. Há diferentes formas para
conseguir esta finalidade, a destacar as seguintes:
 O trabalho com os objectivos. Com base na orientação para os objectivos, o
professor deve comparar os resultados com os objectivos, mesmo objectivos
no fim duma parte da aula;
 fazer os conteúdos de forma lógica e sistemática, onde deverá fazê-lo,
destacando os pontos essenciais;
 deverá colocar tarefas ou questões onde os alunos possam ter possibilidade de
mostrar os conhecimentos adquiridos e sentir o progresso.

A duração desta fase depende dos objectivos da aula. Todavia, em geral, esta
função didáctica dura menos tempo em relação à de Mediação e Assimilação.

3.2. Função Didáctica: Mediação e Assimilação

AFunção Didáctica Mediação e Assimilação está no centro do processo de ensino


e aprendizagem. É nesta fase onde transmite-se o património da sociedade e
realiza-se nele o desenvolvimento da personalidade.
É neste momento que os alunos tomam o primeiro contacto com o conteúdo novo
e realiza-se a parte fundamental da aprendizagem.
Para garantir a aquisição e compreensão dos conteúdos de uma forma duradoura,
o professor durante a transmissão destes, deverá observar algumas regras.

Assim, a assimilação é mais firme quando:


 os alunos sabem o que está a ser tratado;
 os alunos podem aplicar os conhecimentos já adquiridos ao conteúdo novo;
 o procedimento metódico também é bem estruturado e faz sentido para os
alunos;
 se dá valor à exactidão, à linguagem e nos métodos de trabalho;
 se analisa regularmente o que já foi alcançado;
 o ensino cativa os alunos exige o empenho das suas capacidadespara garantir
o sucesso referido anteriormente, o professor deverá concentrar-se nos
aspectos fundamentais, exigidos ou estabelecidos nos programas de ensino.
Aliás é nesses pontos onde ele espera progressos nos seus alunos.
A transmissão do conteúdo novo realiza-se através de duas fontes principais:
directa e indirecta.
Na fonte directa, o aluno obtém conhecimentos através do contacto directo com a
realidade. São exemplos os seguintes: a observação, experimentação, a
demonstração, e excursão.
Na fonte indirecta, o conhecimento se adquire através da exposição oral do
professor, leitura, esquemas, diálogo, meios gráficos.

No processo de ensino e aprendizagem, predomina a via indirecta. Contudo, a


utilização das duas vias pelo professor pode garantir uma aquisição sólida de
conhecimentos pelos alunos.
Recomenda-se a utilização das duas vias uma vez que vai permitir uma
aquisição sólida e duradoira de conhecimentos pelos alunos.

No entanto, há regras que o professor deverá seguir no processo de mediação.


Assim, destacamos as seguintes:
 seleccionar cuidadosamente os factos a transmitir (a escassez tal como a
acumulação de factos dificultam o processo de abstracção e generalização);
 sempre que possível transmitir os factos fazendo a interligação entre a via
directa e indirecta para conseguir a formação de conceitos e juízos claros e o
desenvolvimento de concepções científicas;
 quando a transmissão dos conhecimentos se realiza principalmente pela via
verbal, utilizar uma linguagem viva, visual de maneiras que deste modo os
alunos obtenham concepções claras;
 ligar os conhecimentos novos frequentemente com os assimilados.

Para concluir-mos esta parte diríamos que o trabalho com o conteúdo novo na
função didáctica mediação e assimilação, é caracterizado pelo princípio de
unidade dialéctica entre:
 a mediação do saber;
 o desenvolvimento do saber fazer (intelectual e prático);
 a formação de qualidades de carácter e de comportamento, em suma, o
desenvolvimento da personalidade dos alunos.
3.3. Função Didáctica Domínio e Consolidação

AFunção Didáctica Domínio e Consolidação, é o momento em que se dá maior


atenção à repetição e exercitação com o objectivo de interiorização dos
conhecimentos e capacidades do domínio dos conteúdos da aprendizagem.
Esta fase ou etapa tem como função básica de assegurar os resultados da
aprendizagem.
A consolidação da matéria permite elevar o nível das capacidades, desenvolver
mais as habilidades, fixar os hábitos, dar firmeza às atitudes e convicções.

Os alunos realizam a consolidação através de algumas acções tais como:


 repetir e resumir;
 sistematizar e integrar;
 exercitar; e
 aplicar.

Entre a assimilação e consolidação existe uma relação muito forte, senão


vejamos:
 conteúdos sistematizados são meios bem fixados que conteúdos
desorganizados, isto é, a sistematização condiciona a solidez dos resultados;

 o saber, o saber fazer e as convicções sistematizadas facilitam a escolha dos


elementos necessários para a aplicação dos conteúdos aprendidos (a
sistematização condiciona a aplicação);

 a consolidação dos conteúdos aprendidos permite o desenvolvimento de um


sistema de conhecimento e de uma visão do mundo correspondente (a
consolidação condiciona a sistematização);

 a consolidação dos conhecimentos, habilidades, atitudes, comportamentos,


possibilita a aplicação dos mesmos em situações novas (a consolidação
condiciona a aplicação);
 a aplicação do aprendido leva a flexibilidade do sistema de conhecimentos,
capacidades e habilidades e melhora o sistema de qualidades da
personalidade (a aplicação condiciona a sistematização);

 através da aplicação consegue-se o efeito consolidativo do aprendido, tanto


mais forte quanto mais independente for a aplicação (a aplicação condiciona a
consolidação);

A repetição (essencial) da matéria dada pelos alunos visa alcançar os seguintes


objectivos:
 controlar o nível essencial (Introdução/Motivação);
 reactivar (Introdução/Motivação; Mediação/Assimilação);
 consolidar o essencial(Domínio/Consolidação;Mediação/Assimilação;
Introdução/ Motivação);
 corrigir erros e falhas (Introdução/Motivação;Domínio/Consolidação;
Mediação/Assimilação;Controlole/Avaliação);
 avaliaro nível de assimilação(Controlo/ Avaliação; Domínio/ Consolidação;
Introdução/ Motivação; Mediação/Assimilação).

A exercitação é a execução repetida de actividades e acções com objectivos de


aperfeiçoar e transformar em habilidades e hábitos.

A exercitação é importante na medida em que:


 os exercícios fazem os alunos penetrarem mais profundamente na matéria;
 os exercícios servem, quando bem orientados pelo professor, para reforçar a
auto-confiança dos alunos;
 os resultados da exercitação dependem, por um lado, da sua inserção correcta
do processo de ensino e aprendizagem, quer dizer, que o fundamental da
compreensão e da capacidade de execução do exercício devem ser
apreendidos pelos alunos, por outro lado, depende da forma didáctica metódica
como é dado (a exercitação).
No âmbito do domínio e consolidação os alunos realizam acções relacionadas
com a sistematização e integração de conhecimentos. Então o que é sistematizar
e integrar?

Sistematizar e integrar é estruturar logicamente dando a visão do conjunto dos


conhecimentos e as experiências aprendidas. É também continuar o processo
cognoscitivo pela integração dos conhecimentos em sistemas científicos. É
também capacitar os alunos a pensar e agir de maneira organizada e sistemática.
Durante o processo de ensino e aprendizem os alunos devem aplicar os
conhecimentos aprendidos durante o processo de ensino e aprendizagem.
Aplicarsignifica o domínio real dos conteúdos. É saber resolver problemas e
tarefas em situações análogas, parecidas com as situações aprendidas, em novas
situações.

3.4. Função Didáctica: Controle e Avaliação

A outra Função Didáctica é a de Controle e Avaliação. O controle é sempre a


base da avaliação. Cada controle deve ter uma avaliação ou oral ou expressa em
notas.
Qual é a importância do controle e avaliação no processo de ensino e
aprendizagem?É importante porque, primeiro:

 No Controle, o professor, para poder dirigir efectivamente o processo de


ensino, deve conhecer permanentemente o grau das dificuldades dos alunos
na compreensão da matéria. O controle é uma tarefa permanente e vital para o
professor realizar de uma forma efectiva o ensino;

 No controle, os alunos são orientados para as matérias essenciais que


promovem o desenvolvimento intelectual dos alunos;

 O controle regula e educa os alunos nos hábitos de aprendizagem permanente


e assídua, forma a vontade nos alunos.
Quanto à avaliação, dizer que ela é a comparação e valorização dos resultados
dos alunos com os objectivos dos programas de ensino, considerando as
condições concretas dos alunos e do ensino realizado.
A avaliação deve ser sempre uma estimulação para os alunos e ele é um meio
educativo para informar e confirmar a qualidade do rendimento do ensino (fazer
com que os alunos conheçam os resultados obtidos e o êxito do processo de
ensino).
Também a avaliação serve para criar um clima de alegria na aprendizagem, uma
atmosfera de optimismo nas forças intelectuais e práticas de cada aluno.
Informar o director, as estruturas e sobretudo os pais e encarregados de
educação, do nível de conhecimentos e outras qualidades da personalidade dos
alunos.
Algumas formas básicas de controle e avaliação:
 exames;
 provas/ponto/teste (oral ou escrito);
 chamadas escrita/ mini-teste;
 acompanhamento contínuo.

O controle e avaliação, têm como objectivo primário elevar a qualidade do ensino


e aprendizagem e em última instância, promover o desenvolvimento da
personalidade dos alunos.

Questões para reflexão

1) Define Funções didácticas


2) Indique duas (2) caracteristicas da Função Introdução e motivação
3) Quais são as regras que o professsor deve seguir na mediação
4) Qual é a relação existente entre a assimilação e a consolidação
5) Porque que é importante repetir a matéria?
6) Enumere tres (3)aspectos importantes do controle e avaliação no processo
de ensino e aprendizagem?
7) Demostre que o controle e a avaliação é fundamental no PEA.
8) Conhecer o conjunto das Funções Didácticas é fundamental para o
professor orientar correctamente o PEA.
9) Porque é importante considerar as Funções Didácticas no seu conjunto?
10)Podemos distinguir uma ou mais Funções Didácticas que seja(m) mais
importante(s) que as outras? Qual(is) seria(m) e porque seria(m) mais
importante(s)?
11) Explique a importância da motivação contínua e dê um exemplo concreto
de motivação contínua no PEA.

Bibliografia

- PILETTE, Claudino, PILETTE, Nelson; Filosofia e História da Educação,


9ªEdição, S.Paulo, 1993.

- LIBÂNEO, José Carlos; Didáctica; Cortez Editora; S.Paulo; 1994

- LIBÂNEO, José Carlos; Pedagogia e Pedagogos , para quê?; Cortez Editora;


S. Paulo; 1998

- NÉRICI, Imídio G. ; Introdução à Didáctica Geral; S.Paulo, Editora Atlas S.A.;


12ª Edição, 1991
Unidade IV: Treinamento

1. Introdução

No mundo das organizações é uma questão de sobrevivência a actualização


constante do quadro de pessoal, quer no aspecto técnico que o habilita a
desenvolver as funções específicas do seu cargo, quer no aspecto do
relacionamento interpessoal.
Tem se observado que tornou-se cada vez mais fácil o estabelecimento da
concorrência nos mais diversos mercados e isto ocorre em função da maior
disponibilidade de informações, antes privilégio de poucos, e da facilidade de
acesso a tais informações, como por exemplo através da Internet.

As organizações passaram a levar em consideração os investimentos no


chamado capital intelectual visto ser o factor humano o principal factor que
possibilita a empresa a tornar-se competitiva uma vez que só com recursos
humanos treinados e competentes podem produzir ou prestar serviços com
qualidade necessária.

Neste contexto, entende-se que se a empresa percebe que o treinamento é um


instrumento para o alcance de resultados e um diferencial competitivo, então esta
vai tratar as acções de treinamento com mais seriedade, olhando para o
treinamento como um investimento estratégico e prioritário.

Mas, se todos nós entendemos que o treinamento é importante para as


organizações então é muito mais importante para nós planificadores perceber em
que consiste o treinamento.

Portanto o texto que nos propomos trazer visa fazer uma abordagem geral sobre o
conceito de treinamento abordando quase todos os elementos que estão por
detrás do mesmo.
1.1. Objectivos

No fim desta unidade o estudante deve:


 Definir Treinamento
 Descrever as etapas do treinamento
 Elaborar um plano de treinamento
 Identifcar as diferentes formas e técnicas de treinamento
 Identificar as diferentes modalides de treinamento;
 Compreender a importância do treinamento para as organizações.

Conceitos Chaves: treinamento, conhecimento, desenvolvimento, habilidades


e atitudes.

2. Treinamento: conceito

Definir treinamento implica recuarmos para o conceito de educação visto que no


treinamento há quem forma, quem é formado e algo a formar. Portanto,
treinamento é um processo de assimilação a curto prazo, com o objectivo de
transmitir ou reciclar conhecimentos, habilidades ou atitudes relacionados
directamente a execução de tarefas ou a sua optimização no trabalho.

O treinamento tem por finalidade ajudar a empresa a alcançar os objectivos,


proporcionando oportunidade aos funcionários de todos os níveis para obterem
conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA). O treinamento produz um estado de
mudança no conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes de cada
trabalhador, modificando a bagagem particular de cada um.

Cada um de nós somos possuidores de um CHA individual adquirido ao longo da


nossa vida porém, precisamos estar em consonância com a posição que
ocupamos numa estrutura organizacional e com as devidas responsabilidades.
Daí que cabe ao treinamento corrigir as eventuais diferenças existentes.
Treinamento“é um processo de assimilação cultural a curto prazo, que objectiva
repassar ou reciclar conhecimentos , habilidades ou atitudes relacionados
directamente a execução de tarefas ou a sua optimização no
trabalho.”(Carvalho,1985 :)

Qual o resultado esperado com um programa de treinamento:


 Aumento da produtividade;
 Melhoria na qualidade dos resultados;
 Redução de custos;
 Optimização da eficiência;
 Elevação de conhecimentos;
 Aumento de habilidades;
 Melhoria do clima organizacional;
 Aumento da motivação pessoal;
 Redução do absentismo;

3. Etapas ou fases de preparação do treinamento

3.1. Levantamento de necessidades.


É necessáriodefinir as necessidades considerando:

 Manual de requisitos básicos e qualificações Desejáveis, seja,


(comparar o perfil do empregado com as exigências da função);
 Perfil de comparências do Profissional da Organização;
 Novas tecnologias;
 Novos processos de fabricação;
 Treinamento para o Sistema da qualidade;
 Necessidades diagnosticadas em instrumentos de avaliação.

3.2. Planificação do treinamento

 Definição do local para realizar o treinamento;


 Identificação de instrutor, consultorias especializadas, entidades
especializadas;
 Definição de horário (dentro ou for a do horário de trabalho, finais de
semana);
 Liderança de verba;
 Organização pelo Rh ou pela própria área.

3.3. Programação de treinamento

 Elaboração de objectivos mensuráveis;


 Recursos internos – utilização de multiplicadores;
 Recursos externos– identificação de fornecedores, cotações,
negociação e logística do evento;
 Reserva de recursos audiovisuais, impressos.

3.4. Avaliação dos resultados

 Registo e monitoramento da eficácia de treinamento.

4. Importância da planificação de um programa de treinamento

Planificar a provisão inteligente e bem calculada de todas etapas do trabalho, isto


é, a programação racional de todas as actividades de modo a tornar o ensino
seguro e eficiente devendo-se pensar na seguinte ordem:
 Objectivo;
 Forma;
 Conteúdo

É necessário considerar todos os aspectos desde o ambiente, os recursos de que


se dispõe, e tudo deve ser avaliado e preparado a fim de que os objectivos do
trabalho sejam plenamente atingidos. Por isso não se pode falar em um
treinamento sem considerar o planejamento como a etapa vital no seu
desenvolvimento. Esta planificação deve responder às seguintes questões
básicas: O QUÊ?, PARA QUEM?, PARA QUÊ?, QUANDO?, ONDE?, COMO? E,
QUANTO?
O programa de treinamento deve responder:

 Definição dos objectivos da apresentação/ treinamento;


 Análise do público a que se destina;
 Preparação do assunto a ser desenvolvido;
 Sequência lógica da apresentação;
 Escolha da técnica/metodologia;
 Preparação dos recursos instrucionais, visuais e audiovisuais;
 Previsão de situações e perguntas que poderão ocorrer durante a
apresentação.

Definir os objectivos do treinamento

Os objectivos devem ser específicos, realistas, relevantes e coerentes. Na


verdade, os objectivos têm como função dirigir as decisões sobre a selecção do
conteúdo e sobre as experiências a serem adquiridas pelos participantes.
Para definir os objectivos, o primeiro passo é saber aonde se quer chegar com o
programa.
O objectivo de todo treinamento está ligado a uma necessidade identificada de
desenvolvimento de pessoas que por sua vez, está relacionada a objectivos e
metas maiores propostas para a empresa ou para o negócio.

Determinar o público a que se destina

Definir a quantidade e a qualificação dos participantes, quanto à experiência


comum, escolaridade, idade, etc, e os objectivos e interesses dos ouvintes.

Determinar o tempo disponível

Uma vez estabelecido o objectivo, determinar o tempo necessário para a


apresentação e manter-se dentro desse limite. A distribuição do tempo deve ser
feita de acordo com a complexidade dos itens que constituem o assunto, da
técnica a ser empregada, do recurso instrucional, visual ou audiovisual a ser
utilizado e do público alvo.
Preparação do conteúdo a ser desenvolvido

Elaborar questões que possam aprofundar a sua compressão e se preparar para


apresentar o assunto com autoridade para falar sobre o tema escolhido. Prepara-
se sempre para fazer a qualquer emergência, tal como mudança de ênfase devido
às observações dos participantes ou uma pergunta bem dirigida.

Sequência lógica da apresentação

Toda apresentação deve contemplar: introdução ao assunto; área delimitada do


assunto e a conclusão, respeitando o tempo estabelecido com a devida coerência
para a compreensão do tema.

Preparação dos meiospara o treinamento

Num treinamento ou apresentação em público é necessário garantir o estímulo de


uma série de comportamentos diferentes. Para tanto, o multiplicador ou o
apresentador de lançar mão de diferentes meios ou recursos, tais como: apostilas,
textos complementares, folhetos, filmes, cartazes, transparências, slides,
exercícios, entre outros. Contudo é importante considerar que o uso de meios
diversificado não garante , por si só, os resultados. É importante analisar a sua
aplicação sob ponto de vista do processo de comunicação e da classificação de
objectivos, pois são meios que visam um fim e não constituem um por si só.

5. Formas de Treinamento

Quanto a forma, o treinamento pode ser formal ou informal.

São exemplos de treinamento formal :

 Programas de treinamento em sala de aula: são encontros com


finalidades específicas onde o fluxo de comunicação se processa em duas
direcções. O apresentador discorre sobre um tema e a plateia participa;
 Exposições, Palestras e Conferências: são encontros com finalidades
especificas onde o fluxo de comunicação se processa em uma só direcção.
O apresentador discorre sobre um tema e a plateia ouve;

 Seminário: é caracterizado pela apresentação de um tema comum por


vários apresentadores, onde haverá um debate junto aos participantes após
a apresentação. Sua finalidade é a de discorrer sobre os mais diversos
aspectos de um tema e colectar fatos, informações e experiências;

 Simpósio: constituído por um apresentador-coordenador e dois ou mais


aspectos diferentes. Os participantes poderão participar por meio de
perguntas por escrito, respondidas após a apresentação formal. A finalidade
deste tipo de evento é fornecer informações actualizadas, proporcionando
aos apresentadores a divulgação de seus trabalhos e projectos.

São exemplos de treinamento informais:

 Reuniões de Trabalho: são encontros que ocorrem no dia a dia de


trabalho, que por vezes objectivam trocar informações, discutir problemas,
apresentar projectos ou tomar decisões em grupo;

 Uma reunião ou parte dela pode ser também bem utilizada como uma
sessão de treinamento. Para tanto, é necessário usar a criatividade para
criar dinâmicas e exercícios rápidos, que não demandem muita estrutura.
Funciona muito bem para programas motivacionais, de monitoramento,
revisão ou aprofundamento em algum assunto já abordado em sala de
aula.

Quanto ao conteúdo, um treinamento pode ser:

 Informal: quando transmitidos um embasamento teórico, e trabalhamos


apenas a informação, que será transformada pelo formando em
conhecimento proporcionando-lhe o SABER;
 Prático: trabalhamos o SABER FAZER. A partir da informação adquirida, o
formando coloca o conhecimento em prática, seja em situações reais ou
por meio de simulações, objectivando o desenvolvimento de
HABILIDADES.

 Comportamental: objectivamos estimular a atitude das pessoas na


consecução de determinada tarefa, procedimento, postura etc. Focado no
QUERER FAZER.

A Soma do Conhecimento, da Habilidade e Atitude integram a sigla CHA


desenvolvendo a COMPETÊNCIA.

6. Desenvolvimento do conteúdo do treinamento

É importante que em qualquer tipo de treinamento tenha-se em conta a algumas


premissas, tais como:

 Estimular o interesse e introduzir tópicos novos antes de apresentar o


assunto;
 intercalar as actividades difíceis com as fáceis;
 variar os métodos de treinamento, a intensidade das actividades, o ambiente
físico e a disposição física;
 introduzir conceitos simples e depois a conceitos complexos. As pessoas no
geral, aprendem melhor quando uma ideia nova se apoia em outra ideia que
já assimilamos;
 Fazer referências como apoio ao conceito principal e dar exemplos práticos;
 Sequenciar as actividades. as habilidades precisam ser assimiladas antes do
que outras e estas podem ser assimiladas sem que antes tenhamos
assimilado actividades mais básica;
 Fechar as sequências de treinamento com uma discussão ou com
perguntas;
 Permitir que os participantes considerem as implicações do conteúdo
abordado pelo curso e tirem as suas próprias conclusões.
7. As principais técnicas de treinamento

São várias as técnicas de aplicação de treinamento, apresentando grandes


variações em sua nomenclatura e nos seus fundamentos. O bom senso na
aplicação da melhor técnica didáctica de treinamento tem uma importância
fundamental na maior ou menor absorção de conhecimento por parte dos
treinados.

Os recursos humanos e os meios disponíveis influenciarão directamente na


escolha da técnica a ser utilizada no treinamento. Para escolha da técnica mais
adequada ao treinamento desejado, seja ele presencial ou a distância, é
necessário que se conheça os seus vários tipos.

Questões de reflexão

1) O que se entende portreinamento ?


2) Descreva as diferentes etapas que ocorrem num treinamento
3) Elabore um plano de treinamento para o seu local de trabalho
4) Identifcar as diferentes formas e técnicas de treinamento usadas no seu
trabalho.
5) Qual é a importância do treinamentopara as organizações?
6) Que se deve ter emconsideração na preparação de umtreinamento?
7) Que tipos de contéudospoderemosencontrarnumtreinamento ?
8) De que formas podeocorrer o treinamento ?

Bibliografia

- CARVALHO, António Vieira de ; Manual de Gerência de Treinamento ; S.Paulo ;


Management Center do Brasil ; 1985

- BOLZAN, Regina ; Educação a distância e os váriosníveis de interatividade, In


SeminárioInternacional sobre Redes e Teleducação ; CNI/SENAI/CET, Rio de
Janeiro, 1996;
- CHIAVENATO, Idalberto, RecursosHumanos, Edição Compacta, Editora Atlas
S.A, S.P (1990);
Unidade V: Métodos de Ensino

1. Introdução

Uma vez fixados os alvos educacionais a atingir, conhecidos os comportamentos


ou atitudes a desenvolver nos alunos, importa agora escolher o caminho mais
seguro em direcção a esses objectivos, isto é, os métodos em que nos apoiamos
para ensinar os alunos o que devem aprender.
A maneira de aprender tem variado e têm evoluído de acordo com as épocas e os
condicionalismos do lugar onde nos situarmos. Uma análise atenta dessas
variações permitem-nos concluir que elas são devidas, acima de tudo, ao nível
dos conhecimentos científicos e técnicos atingidos ou alcançados dentro da
sociedade.
Assim, é importante para o professor inteirar-se bem de algumas das técnicas
mais comumentes empregues na condução do processo de ensino e
aprendizagem, com vista, não só a evitar desperdícios de tempo através de
percursos desnecessários, mas também a precaver-se contra efeitos inesperados
ou até indesejáveis nos seus alunos.
Mediante a bibliografia que forem consultar, poderão encontrar diversas definições
sobre o que são métodos de ensino. Verificarão que elas não divergem quanto à
essência.

1.1. Objectivos

 Definir método de ensino e aprendizagem;


 Explicar a relação entre objectivo-conteúdo-método;
 Diferenciar método e técnica de ensino;
 Distinguir as diferentes classificações de métodos e aplicá-los no ensino e
treinamento.

Conceitos Chaves: método, técnica.


2. Conceito de métodos de ensino

Para fazer-mos uma abordagem a este tema antes de mais nada importa referir
que , etimologicamente, método quer dizer « caminho para chegar a um fim ».
Representa a maneira de conduzir o pensamento ou acções para alcançar um
objectivo. É, também, disciplinaro pensamento e as acções para obter maior
eficiência no que se deseja realizar.

Existem distintas definições sobre o método. Alguns autores partem


essencialmente da actividade do professor, outros integram a actividade do
professor e dos alunos ; alguns o definem como uma via para alcançar os
objectivos de ensino, outros como um conjunto de procedimentos metodológicos.
Vejamos os exemplos seguintes :

i) “ Os métodos de ensino devem definir-se como as formas de organizar


a actividade cognitiva dos alunos, que assegura o domínio dos
conhecimentos, dos métodos do conhecimento e da actividade prática,
assim como a educação do aluno no processo docente”.(Skatkin)

ii) “Método de ensino constitui um sistema de acções do professor dirigido


à um objectivo, que organiza a actividade cognitiva e prática do aluno,
com a qual se assegura que este assimile o conteúdo do ensino”.
(Danilov e Skatkin)

iii) “Método de ensino é o modo de gestão da rede de relações que se


estabelecem entre o formador, o formando e o saber no seio de uma
situação de formação”. (Pinheiro e Ramos)

iv) “Método de ensino é um modo de conduzir a aprendizagem, buscando o


desenvolvimento integral do educando, através de uma organização
precisa de procedimentos que favoreceram a consecução dos
propósitos estabelecidos”. (Sant’anna e Manegolla). E, nesse sentido,
Risk, citado por Sant’anna e Manegolla, refere que os procedimentos de
ensino são conjuntos de actividades unificadas, relacionadas com os
meios de ajuda para a obtenção dos resultados pretendidos. Em
realidade, representam modos de organizar as experiências de
aprendizagem durante os períodos de aula.

v) “Método de ensino ou didáctico é o conjunto de procedimentos lógica e


psicologicamente ordenados, de que se vale o professor, para levar o
educando a elaborar conhecimentos, a adquirir técnicas ou habilidades
e a incorporar atitudes e ideais”. (Nérici, 1991: 272-273)

vi) “Métodos de ensino são um conjunto de acções, passos, condições


externas e procedimentos utilizados intencionalmente pelo professor
para dirigir e estimular o processo de ensino em função da
aprendizagem dos alunos. Ou seja, são as acções do professor pelas
quais se organizam as actividades de ensino e dos alunos para atingir
objectivos do trabalho docente em relação a um conteúdo específico.
Eles regulam as formas de interacção entre o ensino e aprendizagem,
entre o professor e os alunos, cujo resultado é a assimilação consciente
dos conhecimentos e o desenvolvimento das capacidades cognitivas e
operativas dos alunos”. (Libâneo: 1990)

Comentário

Das definições anteriores se pode analisar que o conceito de método de ensino


não considera só o professor/ formador como quem organiza a actividade
cognitiva do estudante, mas também que este actua para a assimilação do
conhecimento. Também se pode observar que o método de ensino supõe que
tanto o professor, assim como o aluno trabalham para alcançar os objectivos que
se tem determinado. Por isso, o método de ensino é decisivo para a direcção da
actividade cognitiva do estudante e, nele, há que considerar a relação entre a
actividade dirigente do professor e a assimilação activa, consciente,
independente e criadora dos estudantes.É neste sentido que na actualidade
existem duas tendências de desenvolvimento fundamental sobre esta temática.
Por uma parte se investigam métodos que alcancem uma direcção eficaz do
processo de aprendizagem pelo professor e, por outra parte, se investigam
métodos que conduzem a elevar a independência e o nível de criação cognitiva
dos estudantes.
De seguida observe o esquema abaixo que ilustra o acima referido:
Esquema 1
O professor não pode substituir os estudantes na aprendizagem, a
personalidade
Entretanto se forma na própria actividade ; no processo de ensino
o professor planifica, dirige e controla constantemente a actividade
dos alunos. Uma condição não contradiz a outra e nele o método
desempenha uma função essencial.

Daí que
Todo o professor ou Não basta perfeccionar
formador deve ser planos de estudo,
consciente de que elevar a programas, livros,
qualidade do ensino textos ou outros
significa, entre outros materiais docentes ;
aspectos importantes, a também é importante a
busca de novos métodos elevação da qualidade
que conduzam a eliminação do trabalho do
do tipo de ensino que professor e para isso
promove a aprendizagem ocupa um lugar de
dogmática e reprodutivo, o destaque o
que impede, portanto, aperfeiçoamento dos
descobrir suas métodos de ensino.
características essenciais,
suas regularidades, os nexos
com outros e sua aplicação
criadora.

O método deve ter :


i) Lógica para que seus passos
tenham sequência
ii) Estruturação psicológica para
que se adapte as formas da
estrutura mental do educando,
em função da sua idade e
maturidade, isto é, para melhor
se adaptar às particularidades e
as possibilidades do aluno.
A par do conceito de método, na actividade docente tenta-se estabelecer uma
diferenciação entre o método e técnica de ensino. No entanto, não é fácil
estabelecer fronteiras bem definidas entre estas duas componentes essenciais da
formação. Na literatura sobre o assunto não encontramos unanimidade. Alguns
autores consideram como método o que outros reduzem à simples técnica, sendo
o contrário igualmente verdadeiro.

Assim, tendo em conta o carácter necessariamente elástico e permeável da


actividade pedagógica, talvez não seja muito conveniente estabelecer fronteiras
rígidas ; é necessário, todavia, definir conceitos que consideramos essenciais e
igualmente compreender a relação entre método e técnica.

A técnica de ensino ou técnica pedagógica é o conjunto de atitudes,


procedimentos e actuações que o formador adopta para utilizar correctamente os
diversos instrumentos de formação de que dispõe : a palavra, o gesto, a imagem,
o texto, o audiovisual, a informática, etc.Deste modo, a utilização correcta de
diferentes técnicas pedagógicas contribui para que o método desempenhe, de
facto, a sua função de gestão da situação de formação. Ex : se, ao fazer uma
exposição de determinado assunto, o formador não é conhecedor das técnicas de
exposição oral ou não as emprega de forma correcta, é evidente que o método
utilizado–o expositivo–não pode cumprir a sua função e deste modo a relação de
formação é claramente prejudicada

3. Classificação dos métodos de ensino e aprendizagem

É impossível identificar uma classificação de métodos de ensino aceite por todos.


Por isso é importante estudar as distintas classificações com o objectivo de o
professor/formador aprofundar seus conhecimentos teóricos para, a partir deles,
enriquecer a sua prática pedagógica. Das classificações de métodos de que
podemos fazer referência, temos o caso, por exemplo, de:
i) Classificação segundo as vias lógicas de obtenção do
conhecimento:
- Métodos indutivos
- Métodos dedutivos
- Métodos analítico – sintético

ii) Classificação segundo as fontes de obtenção dos conhecimentos :


- Métodos orais (os que se centram na palavra como fonte essencial
de aquisição de conhecimentos. Ex : conversação, exposição, conto,
narração, etc)
- Métodos de percepção sensorial (os que se centram nas fontes
visuais. Ex : ilustração, demonstração, etc)
- Métodos práticos (os que se fundamentam no uso de exercícios
escritos e gráficos, nos trabalhos em laboratórios, nos ateliers, etc)

iii) Classificação tendo em conta aspectos que realçam as posições


do professor, do aluno, da disciplina e organização escolar (Nérici):

A) Métodos quanto à forma de raciocínio :


Método dedutivo

. O professor procede do geral para o particular;


. O professor apresenta conceitos ou princípios, definições ou
afirmações, dos quais se extraem conclusões ou
consequências ;
. Permite tirar consequências, prever o que pode acontecer, ver
a riqueza de um princípio ou de uma afirmação.

Método indutivo

. O assunto é estudado por meio de casos particulares,


sugerindo – se que se descubra o princípio geral que os rege ;
. Começa com a apresentação de elementos que originam
generalizações por parte dos alunos com ou sem ajuda do
professor
. Baseia – se na experiência, na observação, nos factos.

Método analógico, comparativo ou transdutisco


. Utiliza –se quando os dados particulares apresentados
permitem comparações que levam a concluir por semelhança
. O pensamento procede do particular para o particular. Por
isso, este método pode conduzir o aluno a analogias entre o
B) Métodos
reino vegetal quanto
e mesmoa coordenação
animal, comdarelação
matériaà vida humana.

Método lógico

.Os dados ou factos são apresentados em ordem de


antecedência e consequência ;
. A estruturação da matéria, dos factos ou elementos é do
menos para o mais complexo, ou da origem à actualidade
. Principalmente faz a ordenação partido da(s) causa(s) para
o(s) efeito(s).

Método Psicológico
. A ordem dos elementos segue – se mais segundo os
interesses, necessidades e experiências dos alunos ;
. Segue mais a motivação do momento do que um esquema
rígido previamente estabelecido;
. Atende a idade evolutiva dos alunos ao invés de
determinações da lógica do adulto

B) Métodos quanto a relação do professor com o aluno


Método individual

. Destina–se a educação de um só aluno/formando ;


. Trata–se do caso em que um professor está para um aluno ;
. É recomendável em casos de recuperação para alunos que,
por qualquer motivo, tenham–se atrasado nos seus estudos.
Também pode ser usado em casos de alunos excepcionais, que
requerem um tratamento individualizado

Método recíproco

. É o que se usa quando o professor encaminha alunos a


ensinar colegas ;
. Este método é devido a Lancaster (daí que é também
chamado–se
. Dirigem método lancasteriano)
ao mesmo tempo e sobque, impressionado
as mesmas com o
condições
número
para todosde alunos e a; escassez de professores, imaginou
os educandos
preparar monitores
. De modo geral, o professor actua com base no aluno médio
. As tarefas a serem desenvolvidas individualmente são as
Métodos demesmas
ensino colectivos
para todos os alunos. Considera – se que todos os
alunos podem marchar no mesmo ritmo ;
. Exemplos destes métodos : método expositivo, de arguição, de
leitura, etc.
Métodos de ensino individualizado
. Procuram ajustar o ensino a realidade de cada aluno, o que é
vantajoso no sentido de que :
- O aluno passa a ser o centro da acção educativa
- O ensino é adequado realmente as condições pessoais dos alunos
- O aluno trabalha com o máximo de liberdade, mas com senso de
responsabilidade
- Possibilita a motivação, o que favorece o crescimento pessoal
- Propicia o desenvolvimento da criatividade.
Entretanto:
- Não favorece a sociabilização do aluno, quando o aluno trabalha
sozinho;
- Não oferece situações de estudo compatíveis com a realidade
- É mais caro
Dos exemplos destes métodos temos : método Montessori, Plano
Dalton , Técnica Winnetka, Ensino por unidades de Morrison, Módulos
instrucionais ou ensino programado, etc

Métodos de ensino socializado–individualizado

. Procura encarar o aluno em seus aspectos fundamentais, i.é,


como indivíduo e membro duma comunidade ou de um grupo ;
. Visa alcançar as vantagens do ensino individualizado e as do
ensino em grupo ;
. Habilita o aluno a cooperar com seus semelhantes e prepara – lo
para enfrentar, sozinho, situações reais que a vida lhe oferece ;
. Durante o estudo de uma unidade oferece – se ao aluno
oportunidade de trabalho individual de trabalho em grupo ;
. Uma C)tarefa pode ser enfrentada em grupo e, a seguir,
individualmente, para formar cidadão consciente, que toma suas
decisões D)com base no seu raciocínio.

E) Métodos quanto a concretização do ensino


Método simbólico ou verbalístico
. Todos os trabalhos da aula são executados através da
palavra, o que causa imediatamente desinteresse dos alunos
nos trabalhos da classe, mas economiza o tempo

Método intuitivo
. A aula é efectuada com auxilio de concretizações, à vista das
coisas tratadas ou de seus substitutos imediatos ;
. Exemplos dos elementos intuitivos que podem ser usados
são : contacto directo com a coisa estudada, experiências,
trabalhos em oficinas, visitas e excursões, recursos
F) Métodos quanto a sistematização da matéria
audiovisuais (cartazes, modelos, esquemas, quadros,
projecções fixas ou móveis, etc)
Métodos de sistematização

. O esquema da aula não permite flexibilidade


RÍGIDA alguma, através dos seus itens logicamente
entrosados, não dando oportunidade de
esponeidade alguma ao assunto da aula.

. O esquema da aula permite certa


SEMI - RÍGIDA flexibilidade para melhor adaptação as
condições reais da turma
.Permite o desenvolvimento do programa
segundo um conjunto de circunstâncias

Método ocasional
. Aproveita a motivação do momento, bem como
acontecimentos relevantes do meio;
. As sugestões dos alunos e as ocorrências do momento
orientam os assuntos do momento
. Acarreta falta de continuidade e profundidade ao ensino.

G) Métodos quanto a actividade dos alunos


Método Passivo

. Enfatiza a actividade do professor, ficando os alunos em


atitude passiva ;
. Suas formas de realização podem ser os ditados, a
.exposição
Métodos activosA aula decorre com ado
oral, lições participação dos alunos;
livros, perguntas e respostas, etc
. Se desenvolve à base da realização da aula por parte do
aluno, em que o professor torna–se um orientador, um
incentivador e não um transmissor do saber, um ensinador.
H) Métodos quanto à aceitação do que é ensinado
Método dogmático

. O aluno supõe sempre que o que o professor estiver


ensinando é a verdade absoluta

Método heurístico
. Consiste em o professor interessar o aluno a compreender
antes de fixar, implicando justificativas lógicas e teóricas
que podem ser apresentadas pelo professor ou pesquisadas
pelo aluno

I) Métodos quanto a abordagem do tema


Método analítico
. Implica a análise, a separação de um todo em suas partes
ou em seus elementos constitutivos;
. Baseai-se na concepção de que, para compreender um
fenómeno , é preciso conhecer–lhe as partes que o
constituem.

Método sintético

. Implica a síntese, a união de elementos para formar um


todo;
. Postula que para compreender um objecto ou fenómeno ,
é preciso realizar um trabalho de associação das partes até
chegar–se ao objecto ou fenómeno

Caro estudante vamos agora nos referir a classificação dos métodos mais usual
nas nossas aulas ou formações.

Classificação segundo o tipo de interacções entre o professor e o aluno, de


Klingberg, que subdivide-se em três variantes metódicas básicas:
 Método expositivo;
 Elaboração conjunta;
 Trabalho independente.

As Variantes Metódicas Básicas

Antes de apresentar uma descrição mais pormenorizada em relação as chamadas


« variantesmetódicas básicas », importa salientar que esta classificação de
Klingberg tem sido largamente utilizada em virtude de nela poderem–se incluir o
resto dos métodos e técnicas de ensino indicados pelos outros autores, mas
também parece–nos ser de fácil uso no processo de ensino–aprendizagem. Por
outro lado, devemos notar que a utilização dos métodos de ensino no processo de
ensino e aprendizagem não ocorre nem deve ser de forma que se utiliza
preferencial e exclusivamente um determinado método de ensino.A combinação e
a alternância dos métodos de ensino é uma das estratégias pedagógicas
importantes na utilização dos métodos de ensino. Ela enriquece o conjunto das
relações entre o formador e o formando, para além de quebrar uma possível
sensação de monotonia.

Agora vejamos o essencial que caracteriza as variantes metódicas atrás


referidas :

Método expositivo

a) Características

Caracteriza – se por uma maior actividade visível do professor e por


uma atitude de aprendizagem receptiva por parte dos alunos : o
professor [ou aluno(s)] expõe a matéria e os alunos « recebem-na». Isto
acontece quando se sabe que as « exposições » do professor só são
« recebidas » pelos alunos se o professor conseguir estimular a
actividade independente destes.

b) Quando se aplica
- Quando se deseja transmitir muita matéria de modo sistemático e
em tempo relativamente curto ;
- Quando à partir da matéria a tratar não é possível ou há muito
poucas possibilidades de conduzir directamente os alunos aos factos
e fenómenos que se desejam transmitir. Quer dizer, quando os
conteúdos só podem ser mediados indirectamente ;
- Quando os conteúdos são muito complexos/abstractos ;
- Quando os alunos não têm bases suficientes em termos de pré –
requisitos.

c) Potencialidades/ Vantagens

- Tem potencialidades educativo – emocionais, quer dizer, tem grande


possibilidades de poder tornar efectiva a força educativa da palavra
do professor ;
- Desenvolvimento nos alunos da capacidade de concentração e da
actividade mental na aprendizagem receptiva;
- Mediação racional e eficiente dos conteúdos. O aumento impetuoso
dos conhecimentos científicos conduz à uma acumulação cada vez
maior do saber humano e, assim, sem a capacidade de assimilação
receptiva (mas também activa) de grandes campos de matéria, o
indivíduo não poderia vencer a confrontação com este cenário.

d) Perigos/inconveniências

- Perda deatenção/concentração, resultando em baixa qualidade de


aprendizagem
- Sobrecarregamento da memória de curta duração devido à :
. demasiada informação
. passos de raciocínio demasiado grandes (obrigando a recorrência
à de longa duração, perdendo–se deste modo o fio da exposição
- Aprendizagem limitada ao nível reprodutivo ;
- Maior perigo : comodismo do professor=menos esforço na
preparação das aulas, resultando na acumulação de todos os
factores negativos no PEA

e) Algumas orientações gerais

- Dar indicações prévias, orientando a atenção para os pontos


essenciais da exposição ;
- Controlar continuamente a atenção e concentração dos alunos ;
- Dosear bem a quantidade da informação
- Conseguir a atenção involuntária inserindo elementos interessantes,
emotivos, motivadores;
- Fazer perguntas de controle durante a exposição;
- Fazer repetir/resumir o essencial no fim da exposição;
- Usar a matéria em actividades de aprendizagem subsequentes.

f) Formas de realização

Primeiro, é preciso notar que somente podem ser esgotadas todas as


possibilidades que oferece o método de ensino expositivo quando o
professor explora convenientemente todas ou a maior parte das formas
ou possibilidades de aplicação deste método, as quais são as
seguintes : a exemplificação, a demonstração, a ilustração e a
exposição.

 A exemplificação

A exemplificação consiste em o professor exemplificar determinadas actividades,


acções e modos de conduta. No ensino elementar é inquestionável a importância
da exemplificação. Podemos encontra–la quando o professor, a maneira de
exemplo, diz algo previamente para que os alunos o repitam, quando faz uma
leitura prévia em voz alta, quando escreve, quando canta para que os alunos o
repitam, quando faz os exercícios de ginástica para que os alunos observem e
depois o realizem, quando faz desenho prévio, etc. Muitas dificuldades metódicas
são vencidas deste modo, sem ter que falar muito. Em cada exemplificação vai
implícita a exortação à imitação, o convite a repetir uma actividade dada.

No ensino puramente especializado (como a formação de professores, por


exemplo) não se pode renunciar a exemplificação da actividade docente.
Precisamente, os alunos de maior idade têm uma necessidade de orientar a sua
actividade de acordo com exemplos observados. Isso não se aplica somente na
estreita esfera das habilidades, mas também nos rendimentos elementares e
morais mais complexos. No fundo, toda a actividade do professor está regida pela
lei do exemplo e do exemplar: parte da sua actividade e da sua conduta têm força
exemplificadora, é um dos impulsos mais efectivos para o rendimento e a conduta
dos alunos.

 A ilustração e a demonstração

A ilustração e a demonstração servem, principalmente, como representação de


factos, de fenómenos e de processos. A exemplificação é também uma forma de
representação, mas enquanto nela o desenvolvimento de capacidades e de
habilidades está em primeiro lugar, a ilustração e a demonstração são, antes de
tudo, meios representativos para a assimilação de conhecimentos.

A ilustração é adequada quando representa graficamente determinado estado de


coisas, através dos mais variados meios de ensino e aprendizagem estáticos ;
Ex : gráficos, mapas, esquemas, modelos, etc.

Por sua parte, a demonstração representa processos. Ela faz a representação de


processos originais com relação a realidade (em excursões, visitas a sectores de
produção mediante a demonstração de actividades, etc) e, por outra parte, a
reconstrução de determinados processos na aula (na demonstração de ensaios e
experimentos, na projecção de películas, etc). E, para que seja pedagogicamente
mais eficaz, deve–se dar (se possível) aos participantes (estudantes, neste caso)
a oportunidade de praticar, idealmente no fim de cada passo da demonstração,
reforçando os aspectos positivos e dando ajuda se eles não fizerem como na
demonstração.

Em suma, diferenciamos a ilustração de fenómenos estáticos, da demonstração


de fenómenos processuais, porque as exigências cognitivas que se fazem aos
alunos nesse sentido são diferentes.

 Exposição oral

A exposição é a principal forma do método expositivo, sobretudo nos lugares onde


não é possível levar os alunos directamente aos fenómenos em sua forma original
ou representativa através da exemplificação ou da demonstração. Para que ela
seja produtiva, o formador deve conhecer e dominar as técnicas da exposição–o
domínio da voz e do gesto, organização dos materiais de suporte e de gestão do
tempo, etc. Podemos considerar um conjunto de regras, ou melhor, de conselhos,
que cada um pode adaptar ao seu estilo pessoal :

- O discurso escrito e o discurso oral são diferentes e, por


consequência, o formador não pode numa aula ler um texto que
antecipadamente escreveu. Convém, portanto, não ler notas
escritas, mas apenas percorrer algumas palavras – chave ;

- Convém ser–se afirmativo, simples e preciso. O melhor estilo é


aquele que é composto por frases positivas curtas, simples e
independentes. O excesso de frases negativas provoca uma maior
dificuldade de compreensão ;

- As imagens e os exemplos ajudam a compreensão e a retenção,


obrigam a um esforço de descrição e favorecem as pessoas com
boa memória visual ;

- O olhar, a voz, a postura – é necessário olhar os formandos nos


olhos, sem, no entanto, os fixar, para sentirem o reflexo da
segurança. O tremor da voz trai qualquer exposição e quando nos
apercebemos do tremor, este tende a acentuar–se. O ritmo da voz
também é importante, havendo toda conveniência em introduzir
alguns silêncios entre as frases. Uma boa postura facilita uma
melhor ventilação dos pulmões e toda a nossa energia se deve
concentrar no que dizemos, não se devendo perder em aspectos
secundários.
- Sendo esta variante ser, por vezes, predominante nos formadores,
não é aconselhável a sua utilização muito frequente e por longos
períodos de tempo, sob pena de a passividade dos formandos vir a
atingir níveis demasiado elevados.

Método de trabalho independente

a) Características :

O método detrabalho independente caracteriza–se por uma maior


actividade visível dos alunos, individualmente ou em grupo. É por isso
que a autoactividade e a independência experimentam aqui sua máxima
expressão, uma vez que o método de trabalho independente consiste
de tarefas, dirigidas e orientadas pelo professor, para que os alunos as
resolvam de modo relativamente independente e criador. Jessipow cita
duas características do trabalho independente dos alunos:
 É uma tarefa posta pelo professordentro dum tempo razoável
para que os alunos possam soluciona-la ;
 É uma necessidade resultante da tarefa que têm o(s) aluno(s) de
buscar e tomar as melhores vias para sua solução, pondo em
tensão suas forças.

b) Quando se utiliza?

- Quando os alunos têm bases de conhecimentos, habilidades e


comportamentos ;
- Quando há diferenças de aproveitamento (o professor pode dar mais
apoio aos mais fracos e/ou os elementos mais fracos do grupo são
apoiados pelos outros) ;
- Há tempo disponível ;
- Quando os alunos podem coordenar correctamente a tarefa e o(s)
método(s) de solução, aplicar os conhecimentos e capacidades que
possuem e resolver a tarefa que lhes foi posta.

c) Potencialidades/ Vantagens
- Eleva os rendimentos de aprendizagem nos alunos, levando a um
maior desenvolvimento das habilidades de aprendizagem e a uma
aprendizagem mais eficaz ;
- Aumenta a efectividade do processo de assimilação, uma vez que o
trabalho independente conduz, por regra geral, a uma assimilação
mais consciente, profunda e duradoira ;
- A atitude instável de alguns alunos diante da aprendizagem se
estabiliza quando tem que resolver verdadeiras tarefas ;
- O desenvolvimento da independência na aprendizagem, isto é, da
auto–aprendizagem;
- Possibilita trabalho diferenciado dos alunos, com ou sem apoio do
professor. Razão pela qual o trabalho independente pode possibilitar
aproximar os rendimentos dos « alunos fracos » aos dos « alunos
fortes » ;
- Quando em grupo, permite o desenvolvimento de atitudes e
comportamentos de trabalho em equipe com os colegas;
- Permite sistematizar e consolidar conhecimentos, habilidades e
hábitos.

d) Perigos/ Desvantagens
- Falta de controle do tempo, por exemplo para avaliação/discussão
com todos ;
- Tarefas demasiado difíceis ou fáceis ;
- Orientação insuficiente para a execução das tarefas ou exercícios
- Falta de materiais/meios para o cumprimento da tarefa.

e) Algumas orientações
- Planificar o trabalho independente :
 avaliar o tempo;
 dar orientações claras;
 proporcionar materiais/meios necessários;
 verificar que parte do tema ou da unidade da matéria é
mais apropriada para o trabalho independente dos alunos;
 ter em conta sobre “como tem lugar a colocação e
distribuição das tarefas pelos alunos” (ex: fases de aulas,
distribuição das tarefas pelos diferentes alunos, formação
de grupos de trabalho independente, etc)
- Acompanhar de perto o trabalho, tanto o individual, como o em
grupo ;
- Aproveitar o resultado das tarefas (de um aluno ou grupo) para toda
a turma;
- Dar tarefas claras, compreensíveis e adequadas, à altura dos
conhecimentos e capacidades de raciocínio dos alunos;

f) Algumas formas de realização.

 Estudo dirigido individual ou em grupo. Ele se cumpre basicamente por


meio de duas funções : a realização de exercícios e tarefas de reprodução
de conhecimentos e habilidades que se seguem à explicação do professor ;
e a elaboração de novos conhecimentos a partir de questões sobre
problemas diferentes daqueles resolvidos na turma.

 Fichas didácticas, a pesquisa escolar (resposta à questões com consulta


a livros ou enciclopédias) e a instrução programada. As fichas didácticas
englobam fichas de noções, de exercícios e de correcção. Cada tema
estudado recebe uma numeração de acordo com a sequência do
programa. Os alunos vão estudando os conteúdos, resolvendo os
exercícios e comparando as suas respostas com as quais estão contidas
nas fichas de correcção.

3.1.3. Método de elaboração conjunta

a) Características
A elaboração conjunta consiste numa interacção activa entre o
professor e os alunos visando a obtenção de novos conhecimentos,
habilidades, atitudes e convicções, bem como a fixação e consolidação
de conhecimentos e convicções já adquiridos. Quer dizer, nesta variante
metódica existe um maior equilíbrio da actividade visível do
mediador/professor/formador e dos alunos.

b) Quando se utiliza?
- Na aplicação de conhecimentos/capacidades/habilidades para se
chegar à novas compressões, conclusões, conceitos e juízos ;
- Quando os alunos dispõem de um determinado material de factos,
de conhecimentos elementares, ou seja, quando estes têm os pré–
requisitos ;
- Para aproveitar as experiências/vivências dos alunos ;
- Há tempo disponível ( ?)

c) Potencialidades/ Vantagens
- Enriquecimento da aprendizagem pelas contribuições de muitos
- Desenvolvimento da capacidade de formulação e argumentação ;
- Desenvolvimento da capacidade de formar opiniões e pontos de
vista ;
- Desenvolvimento do respeito pelas opiniões dos outros ;
- Controle imediato do nível de assimilação/aprendizagem dos alunos.

d) Perigos/Desvantagens
- A aprendizagem “perde–se » na conversa quando não há uma
orientação muito boa ;
- Os alunos não contribuem por se sentirem avaliados (e terem medo
de errar/falhar) ;
- Maior dificuldade de desenvolvimento orgânico e sistemático do PEA

e) Algumas orientações gerais


- Ter em conta certas condições prévias : a incorporação pelos alunos
dos objectivos a atingir, o domínio de conhecimentos básicos ou a
disponibilidade pelos alunos de conhecimentos e experiências que,
mesmo não sistematizados, são pontos de partida para o trabalho de
elaboração conjunta ;
- Criar uma atmosfera em que os alunos se sintam estimulados para
responderem/contribuírem/participarem na discussão ;
- Fazer com que todos participem ;
- Deixar o aluno terminar de falar;
- Aproveitar respostas incorrectas para a discussão, fazendo com que
os colegas participem na discussão ;
- O aluno deve ficar a saber o que estava certo e/ou errado na sua
contribuição ;
- Não corrigir todos os detalhes incorrectos

f) Formas de realização

 Diálogo *perguntas do professor:


- Elaborativas
- Evolutivas
- (Re)activadoras
* perguntas dos alunos
 Discussão
 Debate
 Painel, mesa redonda (=discussão entre peritos, com assistência)
 Fórum (= respostas de peritos à perguntas da « plateia »)
 Workshop, «oficina»,
 Seminário, etc.
A forma mais típica do método de elaboração conjunta é a conversação
didáctica. As vezes, denomina–se também aula dialogada, mas a conversação é
algo mais. Não consiste meramente em respostas dos alunos às perguntas do
professor, numa conversa « fechada » em que os alunos pensem e falem o que o
professor já pensou e falou, como uma aula de catecismo. A conversação
didáctica é “aberta” e o resultado que dela decorre supõe a contribuição conjunta
do professor e dos alunos. O professor traz conhecimentos e experiências mais
ricos e organizados ; com o auxílio do professor, a conversação visa levar os
alunos a se aproximarem gradativamente da organização lógica dos
conhecimentos e a dominarem métodos de elaborar as suas ideias de maneira
independente.

Questões de reflexão

1) Diferencie claramente métodos de ensino de técnicas de ensino.

2) Apoiando–se em exemplos concretos, estabeleça a relação dialéctica entre os


métodos de ensino e o resto das categorias didácticas, nomeadamente : os
meios, os objectivos, o ensinar (o professor), o aprender (o aluno) e os
conteúdos.

3) Afim de elevar a actividade independente do aluno e a elaboração conjunta no


PEA, temos normalmente técnicas (ou métodos, como dirão os outros)
pedagógicas, como é o caso de :
a) Para elevar a actividade independente dos alunos :
- Método de projectos
- Estudo dirigido
- Ensino programado
- Estudo de texto
b) Para elevar a elaboração conjunta no PEA :
- Técnica Phillips
- Painel
- Debate
- Discussão em pequenos grupos
- Tempestade cerebral (Brainstorming)
- Simpósio
- Estudo de casos
- Dramatização
- Seminário
- Workshop

4) Caracterize cada uma das técnicas atrás referidas, procurando exemplos


concretos para a sua implementação no PEA.

5) Os métodos tradicionais e métodos activos : Qual deve ser a aposta para a


acção pedagógica moderna ?

Bibliografia

1. NEVES, E. e GRAÇA, M (1987): Princípios básicos da prática pedagógico-


didáctica: módulos de animação à distancia para professores do ensino
secundário; Livraria Arnado,lda, porto editora, lda e Emp.L.Fluminense; Porto,
Coimbra e Lisboa

2. HART, L.B: Métodos de formação que funcionam

3. SOARES, M (1998): Relação pedagógica e comunicação na sala de


aula/Antologia de textos; MISAU- Deptº de Formação

4. LIBANEO, JC (1989): Didáctica; Cortez editora, SP

5. NÉRICI, I (1989): Didáctica geral dinâmica; 10ª ed. Editora Atlas S.A; SP

6. KLINGBERG, L(1978): Introducion a la didactica general; Editorial Pueblo y


Educacion; Habana

7. PARRA, N (1983): Didáctica para a escola de 1º e 2º graus; 8ª ed.; Livraria


Pioneira Editora, SP
8. MARTINS, Hélder (1999): Metodologia de aprendizagem por solução de
problemas- volume I; Editorial terceiro Milénio, Maputo

9. BORDENAVE, J e PERREIRA, A (1998): Estratégias de ensino-aprendizagem;


Editora Vozes; 19ª ed.; Petrópolis

10. POUW, Luis (1993): Material de conferências de didáctica geral; ISP/Maputo


Unidade VI:Meios de Ensino

1.Introdução

Os conceitos de meios de ensino variam muito, sendo por vezes muito restritivos
e em outros casos, excessivamente abrangentes. Há os que consideram meios de
ensino como meros instrumentos auxiliares do professor no processo de ensino e
aprendizagem, o que pressupõe uma participação passiva da categoria meios de
ensino neste processo. Mas na verdade os meios de ensino podem promover
mudanças substanciais no processo pedagógico e são em muitos casos
absolutamente necessários para a satisfação de determinados objectivos.

Os meios auxiliares ou recursos de ensino ajudam, segundo MATOS (1996:132),


“a despertar e fixar a atenção do participante, provocar seu interesse e desejo de
aprender e aplicar os conhecimentos (...)”. Ainda segundo este autor (1996:117) o
uso de meios de ensino permitem a participação activa do educando no processo
de ensino e aprendizagem, e determina que o ensino atenda as diferenças
individuais e as necessidades reais do formando.

Objectivos

No final desta unidade o estudante deverá ser capaz de :

 Definir meios de ensino;


 Identificar a sua importância;
 Caracterizar os diferentes meios de ensino;
 Demosntrar o uso dos meios de ensino;
 Elaborar meios de ensino usando recursos locais.

Conceitos Chaves: meios de ensino, recursos locais, recursos audiovisuais


2. Meios de Ensino: conceito

Existem muitas definições diferindo de autor para autor que a seguir iremos
apresentar algumas delas:

Segundo PILETT (199: 151), os meios de ensino ou recursos de ensino “são


componentes do ambiente de aprendizagem que dão origem `a estimulação para
o aluno. Esses componentes podem ser o professor, os livros, os mapas, as
fotografias, as gravuras, os filmes, os recursos da comunidade, os recursos
naturais e outros”.

CASTRO (1986:78) “meios de ensino são todos componentes do processo


educativo que actuam como suporte material de todos métodos com o propósito
de alcançar os objectivos planejados.”

Para LIBÂNEO (1994:173), “meios de ensino são todos os meios e recursos


materiais utilizados pelo professor e pelos alunos para organização e condução
metódica do processo de ensino e aprendizagem.”

No entanto em algumas obras, não usam o termo meios de ensino mas sim
termos como meios didácticos, ou mesmo materiais de ensino-aprendizagem.
Contudo estes termos são todos eles equivalentes.

3. Classificação dos meios de ensino

Não existe uma classificação universalmente aceite, estas variam segundo os


autores. Contudo, os meios podem agrupar-se em:
Visuais- que engloba as projecções, mapas, os cartazes, gravuras etc;
Auditivos- que são a rádio, as gravações, etc;
Audiovisuais- são eles o cinema, TV, filmes, etc.

4. Objectivos do uso dos meios de ensino

Quando bem usados os meios de ensino permitem:


 Motivar e despertar o interesse do aluno sobre o conteúdo que está a ser
mediado;
 Favorecer o desenvolvimento da capacidade de observação;
 Aproximar o aluno da realidade;
 Visualizar ou concretizar os conteúdos de aprendizagem;
 Oferecer informações e dados;
 Permitir a fixação da aprendizagem;
 Ilustrar noções mais abstractas, e
 Desenvolver a experimentação concreta.

Para o caso dos recursos audiovisuais, estes tem particular objectivo:


 Despertar interesse;
 Facilitar a percepção;
 Concretizar e ilustrar o que está sendo exposto;
 Sistematizar e ordenar conceitos;
 Tornar a apresentação mais rápida e eficiente;
 Estimular a participação;
 Favorecer e fixar a aprendizagem.

5. Critérios de utilização dos Meios de Ensino

A utilização dos meios de ensino é para melhorar a aprendizagem, para estes


colaborarem neste sentido, importa observar alguns critérios e princípios dos
quais se destacam:

 Ter em vista os objectivos a alcançar;


 Utilizar meios suficientemente conhecidos, de forma a empregá-los
correctamente;
 Estimular nos alunos comportamentos que aumentem a receptividade dos
meios de ensino tais como a actuação, a percepção, o interesse, a sua
participação activa, pois a eficácia dos meios de ensino depende da
interacção entre estes e o aluno;
 Escolher os meios de ensino tendo em conta a natureza da matéria a
ensinar;
 Há matérias que exigem maior utilização dos meios audiovisuais que outros;
 Considerar o tempo disponível, pois a preparação da utilização dos meios
que as vezes o professor não dispõe. Como alternativa, deve se recorrer a
meios que exigem menos tempo, se necessário o professor pode solicitar
ajuda dos alunos e de outros profissionais para preparar os meios de ensino.

6. Principais recursos de ensino

a) Gravuras- ilustrações retiradas de revistas, jornais ou livros. Servem para


motivar estudos, desenvolver a observação, completar e enriquecer as
plantações.

Potencialidades/ Vantagens do uso de gravuras


 São pouco dispendiosos, porque as revistas e os jornais estão cada vez mais
ricos em gravuras, que até os próprios alunos podem colaborar na obtenção
desse material.

b)Cartazes- são cartolinas ou folhas de papel contendo uma ou mais ilustrações


e uma mensagem. Servem para comunicar, dar sugestões, recomendações e
informações despertando assim o interesse por um determinado assunto, que
pode ser numa data comemorativa, um acontecimento importante, etc.

Potencialidades/ Vantagens do uso de cartazes

 Despertar a atenção no aluno;


 São facilmente confeccionados;
 São de custo baixo;
 Estimulam o trabalho de equipa e,
 Podem ser confeccionados pelos próprios alunos.

c) Álbum seriado- colecção de folhas organizadas numa encadernação,


contendo fotografias, letreiros, etc. Serve para abordar temas mais ou menos
gerais, que permitem a sua visão em partes. Também enriquecem numa aula
expositiva, apresenta dados previamente elaborados e de forma sequencial.
Sistematiza um assunto.

Potencialidades/ Vantagens do uso do albumsaeriado


 Apresentação da aula de maneira mais organizada, orientada e dirigida, sem
dispersões ou confusões;
 Concentração da atenção do aluno com relação ao tópico seguinte;
 Fixa tópicos essenciais e,
 Melhor visualização das ideias através de ilustrações.

d) Plano de aula
Este funciona como um roteiro que traz descritas todas as actividades do
programa, distribuídas no tempo, bem como, todos os recursos utilizados. É um
instrumento valioso pois serve de guia para o formador.

e)Manual da disciplina
Este instrumento é útil para o aluno, não apenas para acompanhamento daquilo
que esta sendo ministrado, mas também como referência do assunto tratado para
posterior consulta, e ainda como complemento. O manual pode trazer
detalhadamente o que foi abordado na sala de aula, permitindo que o aluno
complemente as informações.
O manual, como o próprio nome sugere, é um instrumento mais completo,
com o detalhes passo a passo.

Questões para Reflexão

1) Defina meios de ensino.


2) Qual é a importância do uso dos meios.
3) Como poderemos classificar meios de ensino
4) Quais são as finalidades do uso dos meios de ensino
5) Que critérios a usar para sua utilização?
6) Quais são as vantagens do uso de cartazes?
7) Indique duas vantagens do uso do album seriado
Bibliografia Consultada

1. NEVES, E. e GRAÇA, M (1987): Princípios Básicos da Prática Pedagógico-


didáctica: módulos de animação à distância para professores do ensino
secundário; Livraria Arnado Lda; Porto EditoraLda e Emp.L.Fluminense;
Porto, Coimbra e Lisboa;
2. LIBANEO, JC (1989): Didáctica; Cortez editora, SP
3. NÉRICI, I (1989): Didáctica Geral Dinâmica; 10ª ed; Editora Atlas S.A; SP
4. PARRA, N (1983): Didáctica para a Escola de 1º e 2º Graus; 8ª ed; Livraria
Pioneira Editora, SP
5. POUW, Luis (1993): Material de conferências de didáctica geral; ISP/Maputo
Unidade VII: Planificação do ensino

1. Introdução

No mundo de hoje, em todos os sectores da actividade humana, fala-se muito em


planeamento. A planificação adquiriu maior importância por causa da
complexidade dos problemas que o mundo de hoje se debate isto é, quanto mais
complexos forem os problemas, maior é a necessidade de planejamento.

Todos nós realizamos tarefas que exigiram de nós alguma planificação. Por
exemplo, a planificação de uma festa, do salário mensal, das compras, de uma
viagem, de um exame,da vida diária,etc. Todavia, no presente manual, vamos dar
maior ênfase à planificação do ensino, que é mais complexa do que, por exemplo,
planificar uma festa ou viagem.

O termo planificar já era conhecido e empregue por volta de 2.500 anos, na


Grécia Antiga. Traduzido literalmente (sentido etimológico), significava submeter
uma determinada realidade a um plano.

Pretende-se que no final desta unidade o estudante seja capaz de:

Organizar e coordenar a acção docente, articulando o trabalho docente e o


contexto social;

Identificar os diferente níveis de planosde ensino.

1.1 Objectivos

 Definir a planificação do ensino e treinamento


 Indicar os diferentes tipos de planificação
 Identificar a importância da planificação no PEA e Treinamento
 Elaborar um plano de aula e para o Treinamento

Conceitos Chaves: planificação, plano


2. Planificação: Conceito

Planificação“È um processo que consiste em preparar um conjunto de decisões,


visando atingir determinados objectivos.” (Piletti, 2004)

“Planificação é um processo de racionalização, organização e coordenação da


acção docente, articulando a actividade escolar e a problemática do contexto
social”. (Libâneo, 2006 )

A planificação no sentido geral é um processo através do qual uma instituição faz


a preparação, previsão e organização do desenvolvimento das suas actividades,
em conformidade com as normas, procedimentos e/ou legislação que orientam a
área a planificar, estabelecendo para o efeito, as respectivas metas e prazos.

3. Tipos de Planificação
Segundo Piletti encontramos:
• Planificação Educacional.
• Planificação do Curriculo.
• Planificação de Ensino.

4 . Importância da Planificação
 Prevê os objectivos, conteúdos , métodos e meios de ensino.
 Facilita a preparação das aulas e as tarefas que se vão executar.
 Actualização dos conteúdos
 Evita a rotina e a improvisação.
 Contribui para a realização dos objectivos visados.
 Promove a eficiência do ensino.
 Garante maior segurança na direcção do ensino.
 Garante Economia de tempo e energia.
5.Características da Planificação

É um Guião de Orientação
• São estabelecidas as directrizes e meios para realização do trabalho
docente.
• Sua função é orientar a prática partindo das exigências da própria prática.
• Não pode ser um documento rígido.

Segue uma Ordem Sequencial


• Para alcançar os objectivos são necessários vários passos lógicos.
• Embora na prática os passos podem ser invertidos.

Objectividade
• Correspondência do plano com a realidade.
• Ter em conta as limitações da realidade.

Coerência
• Entre os objectivos gerais, específicos, conteúdos, métodos e avaliação.
• È a relação entre as ideias e a prática.

Flexibilidade
• O professor esta sempre organizando e reorganizando o seu trabalho.
• A realidade esta sempre em movimento.
• O plano está sempre sujeito a alterações.

6. Etapas da Planificação do Ensino


Uma boa planificação obdece as seguintes etapas:
A) Conhecimento da realidade
B) Elaboração do Plano
C) Execução do Plano
D) Avaliação e aperfeiçoamento do Plano.
A)Conhecimento da realidade
 Para quem se vai planificar
 Conhecimento do aluno e seu ambiente
 Necessidades, aspirações, possibilidadesdos alunos.
 Sondagem, busca de dados.
 Diagnóstico, conclusão após os dados colectados.

B) Elaboração do Plano
 Determinar os objectivos.
 Selecção e organização dos conteúdos.
 Selecção e organização procedimentos de ensino.
 Selecção dos recursos.
 Selecção dos procedimentos da avaliação.
 Estruturação do plano.

C) Execução do Plano
 Desenvolvimento das actividades previstas.
 Desenvolvemos todas as etapas do trabalho escolar.
 Certas circunstâncias do meio exigirão adaptações e alterações

D)Avaliação e aperfeiçoamento do Plano


 Depois da execução passamos a avaliar o proprio plano.
 Avaliação dos resultados do EA.
 Avaliar a qualidade do plano
 Avaliar a nossa eficiência
 Avaliar a eficiência do sistema escolar.

7.Ciclos de Planificação

Sabemos que planificar o que se vai fazer amanhã é muito direrente de


planificar o que se vai fazer durante um ano inteiro. Mas ambas as
planificações são importantes. Do mesmo modo, as planificações para um dia
específico são influenciadas pelo que aconteceu anteriormente, e, por seu
turno, influenciarão as planificações para os dias e semanas que se seguem.
Assim, teremos: O Plano Anual, Plano da Unidade de Ensino e Plano de Aula.

7.1. Plano Anual

É um conjunto de factos que representam o trabalho de previsão de um ano


lectivo, incluíndo a sua dependência com o ano anterior e posterior,
tendo(também) em conta a ligação com outras disciplinas
(interdisciplinaridade).
A tarefa de planificação no seu todo cabe às estruturas centrais(MINED) que
seleccionam os conteúdos e as capacidades adequadas aos alunos, os quais
se dirige esse programa.
A planificaçaõ de um ano constitui tarefa do professor, de professores da
disciplina ou de um grupo de classes tomando (sempre) em consideração as
orientações assim determinadas (traçadas)
Numa matriz de ano, os temas de conteúdo devem ainda ser expressos sob a
forma de temas gerais, os quais podem corresponder aos tópicos principais do
conteúdo programático com as unidades de ensino.

7.2.Planificação da Unidade De Ensino (1)

É um conjunto de factos ou de comportamentos inter-relacionados formando


um conjunto mais facilmente apreensível. Esse conjunto deve compreender o
mesmo tema.
A maior parte das escolas e dos professores organizam o ensino em torno de
semanas e unidades.
Uma Unidade basicamente corresponde a um grupo de conteúdos e de
competências associadas que são percebidas como um conjunto lógico.

Normalmente é preciso mais do que uma aula para se conseguir dar uma
instrução.
O plano da unidade associa num conjunto uma série de objectivos, conteúdos
e actividades que o professor tem em mente.
Determina o decurso geral de uma série de aulas durante dias, semanas ou
mesmo meses e geralmente reflecte a compreensão que o professor tem tanto
do conteúdo como dos processos de ensino.
A maior parte das pessoas consegue memorizar planos por uma hora ou dia,
mas não se consegue lembrar da sequência lógica das actividades por vários
dias ou semanas. Por esta razão os planos da unidade são geralmente
escritos com bastante detalhe.

7.2.1. Elementos de um plano de unidade


 Tempo disponível;
 Objectivos educacionais e instrucionais;
 Subunidades;
 Motivação geral da unidade;
 Motivações parciais;
 O processo completo de aquisição das qualidades de uma parte da
personalidade;
 Interligação entre as disciplinas (interdisciplinaridade);
 Material concretizador (Didáctico);
 Trabalhos referentes a exercícios, tarefas, pesquisas ou leituras a
serem levadas a efeito;
 Actividades extra-classe;
 Formas de fixação e integração da aprendizagem;
 Avaliação da aprendizagem;
 Bibliografia.

Nota: (vide Anexo 1)


7.3. PLANO DE AULA (Planificação diária)(2)

A palavra aula provém do Grego Aulé, em especial pátio de palácio real. Assim
através do latim Aula, significava Pátio. No significado antigo era tida como um
recinto espaçoso à maneira do pátio.

Então, como é que nos tempos actuais é definida a aula?

A aula é um período de tempo vivido entre o professor e a turma em que ele a


orienta, tendo em vista levá-los a alcançar certos objectivos pré-determinados
ou previamente determinados.
Como forma específica do processo pedagógico, é um processo de ensinar
metódico e orientado para um objectivo-a aprendizagem do aluno de forma
consciente, sob direcção correcta do professor.

A aula é caracterizada, principalmente, pela relação de interdependência


das actividades de ensinar e da aprendizagem, de forma lógica e
sistemática.

Elaborar um plano de aula é construir um guia de orientação para o


desenvolvimento do conteúdo de uma aula ou conjunto de aulas.
As unidades e sub-unidades previstas em linhas gerais no programa de
ensino, vão ser especificadas e sistematizadas para uma situação real, a aula.
Daí que a preparação da aula ´seja uma tarefa indispensável.

7.3.1 Exigências de uma aula


 Definir antepadamente o tema
 Cada aula deve ter objectivos claros
 Cada aula deve ter uma estrutura lógica da matéria
 Cada aula deve ter uma função didáctica dominante
 Cada aula deve ter métodos de ensinoar e aprender (actividades do
professor e dos alunos)
 Cada aula deve ter meios didácticos
 Cada aula deve ter a divisão do tempo

Nota: (vide Anexo 2 -proposta do plano de aula e de treinamento)

Questões de Reflexão

1) No seu enterder o que será a planificação?


2) Que níveis de planificação conheces?
3) Porque devemos planificar as nossas actividades?
4) Explique porquê que o plano deve (ser):
a) Flexível
b) Coerente
c) Objectivo
d) Seguir uma sequência lógica?
5) Indique as etapas da planificação.
6) Elabore um plano de aula ou de treinamento, tendo em conta o modelo
apresentado no Anexo 2.

Bibliografia

1) PILETTI, C (1991): Didáctica Geral, editora Ática; 12ªed; SP

2) LIBANEO, JC (1989): Didáctica; Cortez editora, SP

3) NÉRICI, I (1989): Didáctica Geral Dinâmica; 10ª ed. Editora Atlas S.A; SP

4) KLINGBERG, L(1978): Introducion a la didactica general; Editorial Pueblo y


Educacion; Habana

5) BORDENAVE, J e PERREIRA, A (1998): Estratégias de ensino-


aprendizagem; Editora Vozes; 19ª ed.; Petrópolis

6) POUW, Luís (1993): Material de conferências de didáctica geral;


ISP/Maputo
UnidadeVIII: Avaliação do Processo de ensino e aprendizagem

1. Introdução

Acabamos de estudar um dos assuntos muito importantes no processo de ensino


e aprendizagem, que é a questão dos momentos que compõem uma
aula/treinamento. Agora, vamos ver um outro aspecto não menos importante, que
é a questão da Avaliação no Processo de Ensino e Aprendizagem.
A avaliação é um fenómeno muito complexo na actividade pedagógica do
professor. Ela constitui componente importante no processo de ensino-
aprendizagem.
Os líderes são responsáveis pela avaliação das pessoas que trabalham a seu
cargo. Do mesmo modo, que os professores são responsáveis pela avaliação dos
seus alunos.
O formar personalidades com alto nível de conhecimentos científicos,
capacidades e habilidades de pensar e trabalhar criadoramente, com convicções
e atitudes á o objectivo geral da educação que se executa e realiza, passo a
passo em cada disciplina e em cada classe.
Como constata a JointCommitteeon Standards for EducationalEvaluation (1981), a
avaliação é parte inevitável de todo o empreendimento humano.
Stiggins (1987) verificou que os professores poderiam mesmo ocupar um terço do
seu tempo em actividades que se relacionam com a avaliação.

Assim sendo, cada professor tem grande responsabilidade nos resultados de cada
aluno. Tem que apresentar contas à comunidade e à sociedade em geral e deve
fazer com que todos os alunos tenham bons resultados.
Em cada avaliação, o professor deve ter sempre em conta a personalidade do
aluno e a comparação entre os objectivos e os resultados esperados. Cada
avaliação deve ser uma estimulação para que os alunos empreendam esforços
para a aprendizagem.
No final desta unidade o estudante deverá ser capaz de:

1.1 Objectivos
 Definir avaliação;
 Descrever as funções da avaliação;
 Identificar as características existentes nas diferentes funções da avaliação;
 Indicar as tarefas da avaliação;
 Demonstrar a finalidade da avaliação.

Conceitos Chaves: Avaliação diagnóstica, formativa e somativa.

2. Referencial Teórico

No domínio da educação, a avaliação tem abrangido os mais diversos níveis,


aspectos e elementos, como por exemplo: alunos; professores; ensino, métodos e
estratégias; meios e materiais; manuais escolares; suportes e documentos de
ensino à distância; ciclos de ensino e estruturas educativas; equipamentos e
instalações escolares e de formação; estabelecimentos e instituoições de ensino;
projectos, programas, planos de estudo e currículos; reformas educativas e
inovações de toda a ordem; políticas de educação; sistemas educativos globais e
seus subsistemas e até a própria avaliação.

Na Literatura Pedagógica existem muitos conceitos sobre avaliação, mas de um


modo geral, ela pressupõe classificar os alunos, determinar em que medida cada
um dos abjectivos foi atingido e a qualidade dos métodos e meios de ensino e dos
próprios professores.
2.1. Avaliação: conceito

A seguir, passamos a apresentar algumas definições sobre avaliação.

Aavaliação pode ser definida como um “processo sistemático de determinar a


extensão em que os objectivos educacionais foram alcançados pelos alunos”
(Domingos, 1987:204)
Aavaliação“é um processo contínuo de pesquisa que visa interpretar os
conhecimentos, habilidades e atitudes dos alunos, tendo em vista mudanças
esperadas no comportamento, propostos nos objectivos, a fim de que haja
condições de decidir sobre alternativas da planificação no trabalho do professor e
da escola como um todo (Pilleti, 1997:190).

Para Nérici (1977), “avaliação, é o processo de apreciação, julgamento ou


valorização do que o educando revelou ter aprendido durante um período de
estudo ou de desenvolvimento do processo ensino/aprendizagem.”

Segundo Luckesi, citado por Libâneo(1994:196), avaliação “é uma apreciação


qualitativasobre dados relevantes do PEA que auxilia o professor a tomar
decisões sobre o seu trabalho.”

Podemos pois, afirmar que a avaliação é uma reflexão sobre o nível de qualidade
do trabalho escolar tanto do professor como dos alunos.
Portanto avaliar é:
a) aperceber-se do rendimento e aproveitamento escolar dos alunos e traduzí-lo
em dados qualitativos e quantitativos.

b) aperceber-se da incorrecção ou correcção do trabalho desenvolvido pelo


professor para ver se é ou não necessário uma revisão do Processo de Ensino e
Aprendizagem.
Graças à avaliação é possível saber se a aprendizagem está a efectuar-se
conforme o previsto ou não.

E, em caso negativo, a realimentação fornecida pela avaliação permitirá saber se


o facto deve-se:
 à inadequação dos objectivos e a posterior definição de novos objectivos
 às deficiências individuais relacionadas com os pré-requisitos de
aprendizagem que possam ou não ser superados;
 à inadequação da orientação do P.E.A. por parte do professor.

2.2.Tarefas da Avaliação

 Verificação
Consiste na colecta de dados sobre o rendimento dos alunos, através de provas,
exercícios e tarefas ou de meios auxiliares, como observação de desempenho,
entrevistas, etc.

 Qualificação
É a comprovação dos resultados alcançados em relação aos objectivos, conforme
o caso atribuição de notas ou conceitos.

 Apreciação qualitativa
É a Avaliação propriamente dita dos resultados, referindo-se aos padrões de
desempenho esperados.

2.3. Finalidades da Avaliação

 Conhecer melhor o aluno/formando


Isto é conhecer suas competências curriculares, seu estilo de aprendizagem, seus
interesses, suas técnicas de trabalho. A isso poderíamos chamar de avaliação
inicial.
 Constatar o que está sendo aprendido
O professor vai recolhendo informações, de forma contínua e com diversos
procedimentos metodológicos e julgando o grau de aprendizagem, ora em relação
à todo grupo-classe, ora em relação a um determinado aluno em particular.

 Adequar o processo de ensino


Adequar aos alunos como grupo e àqueles que apresentam dificuldades, tendo
em vista os objetivos propostos

 Julgar globalmente um processo de ensino-aprendizagem


Ao término de uma determinada unidade, por exemplo, se faz uma análise e
reflexão sobre o sucesso alcançado em função dos objectivos previstos e revê-los
de acordo com os resultados apresentados.

2.4.Funções da Avaliação

A Avaliação compreende três funções fundamentais: diagnóstica, formativa e


somativa.

2.4.1.Função Diagnóstica
Esta função “tem como objectivo proceder uma análise de conhecimentos e
aptidões que o aluno deve possuir num dado momento para iniciar novas
aprendizagens.” (Ribeiro: 342)
 Permite identificar progressos e dificuldades dos alunos;
 Diagnóstico ocorre no início, durante e no final da aula;
 Permite identificar os pré-requisitos, esclarecer dúvidas;
 Reformula o projecto curricular da turma, facilitando a integração do aluno.

2.4.2. Função Formativa


Esta “acompanha todo o PEA, identificando aprendizagens bem sucedidas e as
dificuldades, para que se possa dar remédio e conduzir a generalidade dos alunos
à padrões desejados e aos sucesso nas tarefas que realizam”. (Ribeiro: 348)
 É usada no decorrer das unidades de ensino, é sistemática;
 Deve ser praticada continuamente;
 É uma avaliação formativa permanente;
 Visa a regularização do PEA;
 Fornece a todos intervenientes informações sobre desenvolvimento das
Aprendizagens.

2.4.3. Função Sumativa


“Procede a um balanço de resultados no final de um seguimento de EA,
acrescentando novos dados recolhidos pela avaliação formativa e contribuindo
para a apreciação mais equilibrada do trabalho realizado”.( Ribeiro: 359)
Refere-se aos meios e a frequência das verificações e das qualificações dos
resultados.
 Verificações efectuadas durante o trimestre, semestre, ciclo e ano;
 Classifica os alunos segundo níveis de aprendizagem.

Questões de reflexão

1) No seu entender o que será avaliação?


2) Quais são as tarefas da avaliação?
3) Que funções desempenha a avaliação?
4) Identifica a relação existente entre a função diagnóstica e formativa?
5) Identifica a relação existente entre a função formativa e somativa?
6) Indique as tarefas da avaliação?
7) Explique qual é a finalidade da Avaliação?

Bibliografia Consultada

 PILETTE, Claudino, PILETTE, Nelson; Filosofia e História da Educação,


9ªEdição, S.Paulo, 1993.
 LIBÂNEO, José Carlos; Didáctica; Cortez Editora; S.Paulo; 1994

 NÉRICI, I (1989): Didáctica Geral Dinâmica; 10ª ed. Editora Atlas S.A; SP

Unidade IX:A personalidade do Professor/Formador

1. Introdução

Não é fácil definir-se um tipo de personalidade que caracterize rigidamente o


professor.
No entanto deve se afirmar que ele deve ser o melhor da sociedade, deve possuir
sólidas convicções políticas pois o objectivo fundamental da sua actividade é
determinada pelos motivos sociais e não por interesses particulares.
Os Psicólogos e outros especialistas em ciências de educação têm realizado
estudos sobre as características da personalidade do professor, nas suas
abordagens são unânimes em afirmar que independentemente do nível de ensino
em que o professor trabalha deve possuir diversas pecularidades intelectuais
como : atenção e memória, amplitude e flexibilidade do pensamento e sentido
crítico pela qualidade do seu trabalho.

No final desta unidade o estudante deve ser capaz de:


1.1. Objectivos

 Definir personalidade
 Identificar os tipos de personalidade do professor
 Analisar as qualidades profissionais dos professores

Conceitos Chaves: Personalidade, Professor

2. Personalidade: conceito

O conceito vem do Latin “persona” que significa máscara que os actores


usavam para indicar os personagens que representavam.

A definição de personalidade é vasta e inesgotável, Freud , Adler , James W.


entre outros apresentam definições diferentes, mas estão de acordo nos
seguintes aspectos: a personalidade é única, que é uma organização particular
de diferentes aspectos, e é um modelo típico e consciente de conduta.

Personalidade : exprime a totalidade de um ser, tal como aparece aos outros a


síproprio, na sua unidade, na sua singularidade e na sua continuidade.( Valle,
2003:59)

A Personalidade consiste na organização dinâmica e característica, no


indivíduo, das suas estruturas ou sistemas psicológicos e da sua interação com
o meio, considerando-se a individualidade do organismo estruturado e a
natureza do ambiente circundante.( Valle, 2003:60)
3. Caractéristicas da Personalidade do professor/ formador

3.1. Instrutor ou professor de autómatos (A)

O professor do tipo ‘instrutor”procura ajudar o aluno a adquirir a capacidade de


responder imediatamente sem necessidade de pensar. Nessas aulas os
estudantes pouco mas fazem que recitar definições, explicações e
generalizações; memorizam apartir das exposições do professor ou de um texto
ou manual dado peloprofessor.
O aluno se converte numa máquina de dar respostas correctas,um autómato,nada
mais.

O instrutor é autoridade máxima e o aluno tem poucas alternativas


oferecidas ou exigidas. os alunos são obrigados a conseguir uma
proficiência que não depende do raciocínio e devem aprender um conjunto
de informações de uma forma mais ou menos mecânica.

Esse tipo de professor é comum nos cursos rápidos de preparação para iniciação
à educação secundária ou universitária,mas seus semelhantes não são raros em
todas universidades.

3.2. O professor que se concentra no conteúdo (B)

Este professor afirma que sua primeira tarefa consiste em cobrir sistematicamente
as matérias de sua disciplina para assim ajudar os alunos a dominá-las.
Considera uma tolice a opinião de que o processo de ensinar e de aprendizagem
deve consistir numa pesquisa conjuntae faz desta apenas como um artificio
didáctico,pelo qual o aluno chega a umasolução já conhecida de um problema
previamente estruturado.

Este professor dá menos importância a originalidade que ao facto do aluno


aprender toda matéria que já foi descoberta no passado, a ideia de que o
professor possa aprender algo discutindo com o aluno e para ele
completamente estranha ao objectivo de ensinar ou aprender.

Sua imagem do estudante actual é o aluno que dominou totalmente a matéria


apresentada nas aulas ou nos textos recomendados.

3.3. O professor que se concentra no processo de instrução (C)

Assim como o tipo anterior se concentra no domínio da matéria,este tipo se


concentra em conseguir que seus alunos tratem a matéria com os mesmos
métodos e processos com que ele se trata.Preocupa-se em impor um modelo de
raciocínio e exige de seus alunos que demostremnos exercícios,exames e
discussões,que podem imitar seus métodos,perspectivas,formulações bem como
sua maneira de usar os dados existentes ou pertinentes.

Este professor transmite impressão de autoridade e de independência que


atrai os estudantes, pois favorece o dialogo com eles, entretanto, se
analisar–se bem seu papel, observa-se que todas as conversase suas
ideias começam sempre com ele, sendo mais cedo ou mais tarde, acabam
sempre voltando a ele.

3.4. O professor que se concentra no intelecto do aluno (D)

Para este tipo,o processo de ensino e de aprendizagem deve concentrar-sena


própria actividade racionalpara ele; deve-se dar muito mais importância ao como e
ao porque do saber e preocupa-se sobretudo em desenvolver as habilidades
intelectuais do aluno.

Este tipo de professor utiliza a análise e a solução de problemas como o


principal artifício do ensino, porém dá mais importância ao intelecto que as
atitudes e emoções do estudante.
O problema é para ele apenas um recurso para a tarefa didáctica, e não um
assunto com o qual se compromete como pessoa.
3.5. O professor que se concentra na pessoa total (E)

Esse professor tem muito de comum com o tipo D, ambos concentram-se no


estudante; a diferença e que o professor não acredita que o desenvolvimento
intelectual deva ou possa ser desligado dos outros aspectos da personalidade
humana,tais como os factores afectivos e não racionais da identidade e da
intimidade.
Este tipo de professor considera como um desafio global a pessoa do
estudante, que o obriga a buscar respostas ainda não aprendidas, e a
experimentá-las.
Ele acha que o estudante deve ser tratado como pessoa intregal,pois separando-
se do mundo intelectual do resto, o processo de crescimento do estudante na
direcção de um ser adulto torna-se seriamente comprometido.

3.6. O professor que tem uma visão estrutural da sociedade (F)

Trata-se um tipo de professor mais frequente nos países sub-desenvolvidos. Este


professor considera o aluno, as matérias a ensinar e a si mesmo,como partes
inseparáveis de um contexto “social” isto é,de uma sociedade historicamente
estruturada em estratos dominantes e extratos dominados.
A sociedade que por sua vez,esta imersa num mundo onde certas sociedades
competem com outras,provocando as reacções de conflito ou de libertação que
hoje sã assuntos das notícias em jornais e revistas.
Ele considera possível que a educação esteja sendo usada pela classedominante
para consolidar e perpetuar sua situação privilegiada.

A metodologia didatica deste último tipo de professor, obviamente será


radicalmente diferente da utilizada pelos tipos anteriores,principalmente
pelo carácter de engajamento ou compromisso liberador que sua visão dos
problemas da sociedade exige dele e dos alunos.
Para definir-se um tipo de personalidade que caracterize o professor não é tarefa
fácil. Mas podemos afirmar que ele deve ser possuir qualidades de liderança,
qualidades profissionais e aspectos humanos:

3. Qualidades Profissionais do Professor

a) Conhecer os alunos de modo a contribuir eficazmente para o desenvolvimento;


b) Incentivar nos alunos o desenvolvimento de atitudes responsáveis para a
sociedade e a natureza;
c) Ajudar os alunos a contribuir nos valores consagrados pela sociedade
moçambicana com vista a formação de cidadãos livres e responsáveis capazes de
intervir na consciencialização da comunidade;
d) Utilizar as formas de comunicação mais adequadas e uma correcta relação
com os seus alunos;
e) Desenvolver nos alunos capacidades, atitudes e hábitos de cooperação e de
trabalho em equipa;
f) Assegurar um ambiente de respeito mútuo, disciplina, liberdade e cooperação
na escola;
g) Adoptar o ensino ao nível do desenvolvimento dos alunos;
h) Planificar as actividadesde aprendizagem utilizando metodologias adequadas;
i) Motivar e organizar as actividades de aprendizagem utilizando metodologias
adequadas;
j) Seleccionar as matérias de ensino;
k) Avaliar o processo de ensino-aprendizagem;
l) Facilitar a cooperação dos pais e da comunidade em geral nas actividades
educativas;
m) Difundir na comunidade o significado e acções e soluções dos problemas da
comunidade;
n) Participar activamente na identificação e solução dos problemas da
comunidade;
o) Contribuir para a dignificação da profissão do docente;
p) Manter-se actualizado nos domínios científicos e pedagógicos.
4. Qualidades Essenciais do Professor

Aspectos humanos
 Empenha-se com uma atitude crítica, na consecção dos objectivos gerais no
ensino;
 Interessa os alunos na sua auto-avaliação;
 Incita a auto e hetero-crítica dos alunos.

Na Concretização das aulas


 Define os objectivos adequados ao nível dos alunos;
 Seleciona conteúdos do programa;
 Distingue num conteúdo o essencial do acessório;
 Define e seleciona os conteúdos de ensino atendendo as diferenças do meio e
individuais, estratégias variadas aos objectivos, estratégias e avaliação;
 Prepara material a utilizar nas aulas com cuidado e antecedência;
 Planifica trabalhos de casa (vulgo TPCs) numa perspectiva de criação, nos
alunos de hábitos de trabalho.

Questões para reflexão

1) Define personalidade
2) Das diferentes definições de personalidade quais são os aspectos que
encontramos em comum?
3) Indique duas características do professor de automatos
4) Analise a ideia central do professor que se concentra no intelecto do aluno.
5) Qual a relação existente entre o professorque se concentra no intelecto do
aluno e o professor e o que se concentra no processo de instrução.
6) Qual é a metodologia do professor que tem uma visao estrutural da
sociedade
7) Quais são as qualidades essencias que o professor deve ter.
Bibliografia

- PILETTE, Claudino, PILETTE, Nelson; Filosofia e História da Educação,


9ªEdição, S.Paulo, 1993.

- PILETTE, Claudino, Didáctica geral, 21ªEdição, S.Paulo, 1993.

- VALLE, Manuel Magiricão; Introdução à Psicologia, Maputo, 2003.

Bibliografia Final

1. ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; História da Educação; Editora Moderna;


S.Paulo; 2001

2. BOLZAN, Regina ; Educação a distância e os váriosníveis de interatividade ; In


SeminárioInternacional sobre Redes e Teleducação ; CNI/SENAI/CET ; Rio de
Janeiro ; 1996

3. BORDENAVE, PERREIRA, A.;Estratégias de ensino-aprendizagem; Editora


Vozes; 19ª ed; Petrópolis;1998

4. CAMBI, Franco; História da Pedagogia; Editora ONESP; S.Paulo; 1995

5. CARVALHO, António Vieira de ; Manual de Gerência de Treinamento ; S.Paulo ;


Management Center do Brasil ; 1985

6. CHIAVENATO, Idalberto ;RecursosHumanos ; Edição Compacta ;Editora


Atlas S.A, S.P 1990.

7. GADOTTI, Moacir; História das Ideias Pedagógicas; Editora Ática; S.Paulo;


2001

8. HART, L.B: Métodos de Formação que Funcionam

9. KLINGBERG, L; Introducion a la didactica general; Editorial Pueblo y


Educacion; Habana; 1978
10. LIBÂNEO, José Carlos; Didáctica; Cortez Editora; S.Paulo; 1994

11. LIBÂNEO, José Carlos; Pedagogia e Pedagogos , para quê?; Cortez


Editora; S. Paulo; 1998

12. MARTINS, Hélder: Metodologia de aprendizagem por solução de


problemas- Volume I; Editorial terceiro Milénio, Maputo;1999

13. NÉRICI, Imídio G. ; Introdução à Didáctica Geral; S.Paulo, Editora Atlas


S.A.; 12ª Edição, 1991

14. NÉRICI, I Didáctica Geral Dinâmica; 10ª ed. Editora Atlas S.A; SP; 1989

15. NEVES, E. e GRAÇA, M.;Princípios básicos da prática pedagógico-


didáctica: módulos de animação à distância para professores do ensino
secundário; Livraria Arnado Lda;Porto editora;lda e Emp.L.Fluminense; Porto,
Coimbra e Lisboa,1987

16. PARRA, N.;Didáctica para a escola de 1º e 2º graus; 8ª ed.; Livraria


Pioneira Editora, SP;1983

17. PILETTE, Claudino; PILETTE, Nelson; Filosofia e História da Educação,


9ªEdição, S.Paulo, 1993

18. PILETTI, CDidáctica Geral; Editora Ática; 12ªed; SP; 1991

19. POUW, Luís;Material de conferências de didáctica geral; ISP/Maputo; 1993

20. SOARES, M; Relação pedagógica e comunicação na sala de


aula/Antologia de textos; MISAU- Deptº de Formação;1998

21. VALLE, Manuel Magiricão; Introdução à Psicologia; Maputo; 2003.

22. www.pdagogia.pro.br

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