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ASSOCIAÇÃO FACULDADE DE RIBEIRÃO PRETO

GRUPO UNIESP

GILVALTER CARLOS DE SOUZA


THOMAZ DE AQUINO GIMENIZ NOGUEIRA

USO DO BAGAÇO-DE-CANA NO LUGAR DO CALCÁRIO (NA COMPOSIÇÃO


DO FILER) NA PRODUÇÃO DE MASSA ASFÁLTICA (CBUQ)

RIBEIRÃO PRETO
2015
2

ASSOCIAÇÃO FACULDADE DE RIBEIRÃO PRETO

GRUPO UNIESP

GILVALTER CARLOS DE SOUZA


THOMAZ DE AQUINO GIMENIZ NOGUEIRA

USO DO BAGAÇO-DE-CANA NO LUGAR DO CALCÁREO (NA


COMPOSIÇÃO DO FILER) NA PRODUÇÃO DE MASSA ASFÁLTICA (CBUQ)

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


curso de Engenharia de Produção da Associação
Faculdade de Ribeirão Preto - AFARP como
requisito parcial para obtenção do título de Bacharel
em Engenharia de Produção realizado sob a
orientação da Profª Drª. Renata Santos Fernandes.

Ribeirão Preto
2015
3

Dedicamos esse trabalho a todos os nossos amigos, familiares, e


principalmente as nossas filhas (Melissa e Malu), que apesar da pouca
idade, nos dá razões para buscarmos um futuro melhor e nos inspira com
cada gesto, cada sorriso e cada abraço na busca pelos nossos sonhos e fazem
de nós pessoas melhores a cada dia.
4

AGRADECIMENTOS

A Deus primeiramente, pela força de vencer todas as batalhas,


estando ao nosso lado nos tempos difíceis.

Aos nossos pais, pelo amor e carinho que sempre nos


dedicaram, mostrando que na vida é possível vencer, não importa a
dificuldade.

As empresas Ribpav e Pentágono que nos deram a oportunidade de


utilizar de suas estruturas para confecção deste trabalho.

Ás professoras Camila Carla Guimarães e Drª Renata


Santos Fernandes pela paciência e dedicação, auxiliando com seus
conhecimentos na orientação desse trabalho.

A todos os amigos de classe que durante cinco anos


fizeram parte de nossas vidas, e que farão parte para sempre daqui pra
frente.
5

“Se tiver que chorar, chore. Se tiver que lutar, lute. Se


tiver que enfrentar o mundo, enfrente. Se tiver que
desistir, pense o quanto já chorou, o quanto já lutou, o
quanto já enfrentou o mundo e o quanto já o venceu.”

(Gilvalter Carlos de Souza)


6

RESUMO

Devido à grande devastação do nosso planeta, é de grande importância a


busca por novas matérias primas sustentáveis para as indústrias, de um modo
geral, sem desprezar a tecnologia , o desenvolvimento e o custo final de
fabricação dos produtos. Com essa preocupação, o presente trabalho
apresenta a possibilidade da utilização do bagaço da cana de açúcar,
substituindo o calcário na elaboração de misturas betuminosas utilizadas na
pavimentação em geral. O bagaço da cana foi indicado, por ser uma fibra
vegetal sustentável e com propriedades físicas semelhantes aos demais fillers
normatizados e indispensavelmente utilizados na composição granulométrica
desse produto.Vários testes físicos foram realizados, comprovando a eficácia
do bagaço da cana, mantendo as propriedades e a qualidade da mistura,
dentro da conformidade com as normas vigentes, gerando assim uma
economia estimada em 7% do custo total de fabricação.

Palavra chave : bagaço de cana, calcário, mistura betuminosa


7

ABSTRACT

Because of the devastation of our planet it is of great importance to search for


new and sustainable raw materials for industries in general , without neglecting
the technology, the development and the final cost of manufacture of the
products. With this in mind , this paper presents the possibility of using bagasse
from sugar cane , replacing the limestone in the preparation of asphalt used in
paving in general. The bagasse was nominated for being a sustainable
vegetable fiber and physical properties similar to other standardized and
indispensably fillers used in the particle size composition of the product. Various
physical tests were performed , proving the effectiveness of sugarcane bagasse
, maintaining the properties and the quality of the mixture, in compliance with
current regulations , thereby generating an estimated saving of 20 % of the total
manufacturing cost.

Keyword : sugarcane bagasse , limestone, bituminous mixture


8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Sistema de produção de asfalto duplo estágio de destilação...........19

Figura 2 - Fluxograma processamento da cana ...............................................20

Figura 3 - Gráfico de Rothfucs..........................................................................32

Figura 4 - Soquete para moldagem de Marshall...............................................33

Figura 5 - Prensa para ruptura de Marshall ......................................................34

Figura 6 - Molde para corpo de prova de Marshall ...........................................34

Figura 7 - Peneiras para granulometria.............................................................35

Figura 8 - Base para Ruptura de corpos de prova Marshall..............................35

Figura 9 - Peneiramento do bagaço-de-cana ...................................................38

Figura 10 - Trituração do bagaço-de-cana........................................................39

Figura 11 - Agregados aquecidos.....................................................................40

Figura 12 - Pesagem do corpo de prova...........................................................41

Figura 13 - Equipamentos de secagem na usina de asfalto.............................42

Figura 14 - Equipamento de mistura na usina de asfalto .................................43


9

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Características da fibra de aço..............................................17

Tabela 2 - Componentes do bagaço-de-cana .......................................20

Tabela 3 - Mistura de agregados sem o bagaço da cana......................43

Tabela 4 - Mistura de agregados incluindo o bagaço da cana...............43

Tabela 5 - Ensaio do corpo de prova sem o bagaço de cana................44

Tabela 6 - Ensaio do corpo de prova com o bagaço da cana................45


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LISTA DE ABREVIATURAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABREA Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto

ANP Agência Nacional do Petróleo

ASTM American Society For Testing an Materials

DNER Departamento Nacional de Estradas de Rodagem

CAP Cimento Asfáltico de Petróleo

CBUQ Concreto Betuminoso Usinado a Quente

CEAM Coordenadoria de Educação Ambiental

CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente

CPLA Coordenadoria de Planejamento Ambiental

CREA Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia

CPRN Coordenadoria de Proteção dos Recursos Naturais

DEPRN Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais

DNER Departamento Nacional de Estradas de Rodagem

DNP Desenvolvimento de Novos Produtos

DNPM Departamento Nacional de Produção Mineral

EIA Estudo de Impacto Ambiental

GLP Gás Líquido de Petróleo

IBAMA Instituto Brasileiro de Meio Ambiente


11

IBP Instituto Brasileiro de Petróleo

IBPC Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural

IBT Instituto de Botânica

IF Instituto Florestal

IG Instituto Geológico

IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

KN Kilonewtons

ME Ministério do Exército

MME Ministério de Minas e Energia

NBR Denominação de normas da (ABNT)

PET Polietileno Terefalado

PRAD Plano de Recuperação de áreas Degradadas

RIMA Relatório de Impacto Ambiental

SINSESP Sindicato das Secretarias dos Estado de São Paulo

SMA Secretaria do Meio Ambiente


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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 13
2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA ............................................................................... 14
2.1 Considerações Iniciais....................................................................................... 14
2.2 Fibras ................................................................................................................ 14
2.2.1 Tipos de fibras......................................................................................................... 15
2.2.1.1 Fibras Naturais .................................................................................................... 15
2.2.1.2 Fibras industrializadas ........................................................................................ 15
2.3 Asfalto ............................................................................................................... 17
2.3.1 Aspectos gerais ...................................................................................................... 17
2.4.Cana-de-açucar................................................................................................. 19
2.5 Exploração de recursos minerais ...................................................................... 20
2.5.1 Métodos para extração de pedreiras ................................................................... 21
2.5.2 Impactos ambientais .............................................................................................. 22
2.6 Desenvolvimento de novos produtos ................................................................. 23
3. OBJETIVOS ........................................................................................................ 28
3.1 Objetivos gerais................................................................................................. 28
3.2 Objetivos específicos......................................................................................... 28
4. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................... 29
4.1 Materiais Utilizados ........................................................................................... 29
4.2 Métodos ............................................................................................................ 30
4.2.1 Análise granulométrica por peneiramento .......................................................... 30
4.2.2 Faixas granulométricas normatizadas................................................................. 30
4.2.3 Composição da mistura ......................................................................................... 31
4.2.4 Exemplo de aplicação ............................................................................................ 31
4.2.5 Estabilidade Marshall ............................................................................................. 32
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................ 37
5.1 Calculo da mistura de agregados ...................................................................... 43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 46
13

1. INTRODUÇÃO

A Logística é um fator estratégico essencial em países como o Brasil,


em pleno desenvolvimento econômico e social.
Segundo Oliveira et al (2012), o Brasil utiliza um mesmo tipo específico
de modal, o rodoviário, que tem histórico insuficiente, com pouca expansão,
trata-se de uma malha rodoviária pouco pavimentada, tendo inclusive um
desgaste mais severo do que em outros países e assim um aumento de gastos
na sua manutenção.
Com nosso desenvolvimento econômico, a utilização de transportes
tem tido um aumento considerável, por isso é muito importante a melhoria da
estrutura das estradas, para a diminuição de acidentes e para melhoria nas
manutenções.
Os materiais que antes eram descartados pelas indústrias, hoje são
reutilizados em vários setores. No caso do asfalto, pode ter sim grande
serventia, podendo ter tanta ou mais qualidade do que a usada anteriormente,
como também pode ajudar com as causas ambientais. (DIONYSIO &
DIONYSIO, 2005)

A importância do presente trabalho é mostrar a possível utilização de


um produto em abundância (bagaço da cana) para produção da massa
asfáltica, diminuindo custo e tornando o produto mais sustentável. Aumentar a
eficiência do produto final também é um objetivo a ser analisado, sabendo se
que o bagaço da cana, mesmo sendo um material de origem orgânica possui
boas propriedades físicas, a fim de se adaptar facilmente ao concreto
betuminoso usinado quente (CBUQ) para produção do asfalto, devido o mesmo
não possuir umidade e não ter o risco de degradar componentes de origem
vegetal.
Podemos, portanto apresentar de maneira prática, simples e objetiva,
o processo de coleta, preparação e execução dos trabalhos relacionados ao
tema. Caso comprove se a praticidade do trabalho, será um grande avanço
14

para futuras pesquisas da adequação de outros materiais também similares ao


utilizado

2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA

2.1 Considerações Iniciais

O asfalto é um material muito antigo, talvez um dos primeiros usados


pelo homem, anteriormente usado para conter vazamentos, para só depois ser
usado para construir estradas.
Sua formação é:
“Um betume grosso, material aglutinante quase negro e que reluz, de
estrutura sólida de hidrocarbonetos não voláteis de alta massa
molecular, além de substâncias minerais, resíduo da destilação a
vácuo do petróleo bruto. Amolece a temperaturas entre 150°C e
200°C, É isolante e adesivo por causa da sua estrutura. Também
denomina a superfície revestida por este betume. É muito usado na
pavimentação de ruas, estradas e aeroportos”. (LORENA ,2011).

Para ser usado para construir estradas, ele deve ser misturado a outros
componentes.

2.2 Fibras
Segundo Taylor (1994), as fibras são usadas há 20 anos no asfalto para
impermeabilizá-lo, trazendo ganhos satisfatórios, e elas podem ter varias
composições:

 Naturais;
 Asbestos;
 Celulose;
 Industrializadas;
 Sintéticas;
 Poliéster;
 Polietileno;
 Polipropileno;
15

 Acrílico;
 Inorgânicas e metálicas;
 Aço;
 Vidro;
 Mineral (rocha).
2.2.1 Tipos de fibras

2.2.1.1 Fibras Naturais

a) Fibras de asbesto

O asbesto é uma fibra de origem mineral natural, é conhecida também


como amianto ela é resistente a altas temperaturas, é isolante, com boa
flexibilidade e durabilidade. É um produto encontrado com facilidade na
natureza em rochas de sílica hidratos de magnésio. Esse material sempre foi
utilizado para reforçar utensílios cerâmicos,é constituído por feixes de fibras
finas e longas separáveis umas das outras com tendência a produzir um pó de
partículas muito pequenas que flutuam no ar e aderem às roupas. As fibras
podem ser facilmente inaladas ou engolidas podendo causar graves problemas
de saúde. (ABREA, 2011).

b) Fibras de celulose

É um produto vindo do processamento da madeira ou papel. No asfalto


sua função é reter e controlar o ligante por meio da formação de uma rede
tridimensional que estabiliza a mistura. Também resistentes a altas
temperaturas. (SINCESP, 2013)

2.2.1.2 Fibras industrializadas


a) Fibras sintéticas

Segundo Bentur, Mindess (1990), existem dois tipos de polipropileno,


os monofilamentos e fibriladas.
As fibriladas apresentam-se como uma malha de finos filamentos de
desenho retangular. A estrutura em malha das fibras de polipropileno fibrilado
16

faz com que o entrelaçamento entre as fibras sejam maiores, devido a um


efeito de intertravamento. As fibras chamadas de monofilamento consistem em
fios cortados em comprimento padrão, ou seja, não entrelaçam tão bem, não
sendo muito utilizada por não ter grande resistência a temperaturas elevadas e
menor resistência mecânica.

b) Poliéster

As fibras de poliéster possuem uma grande semelhança com as de


polipropileno, porém são mais densas, rígidas e resistentes. Ambas podem ser
utilizadas para as mesmas aplicações, mas é viável o seu uso onde justifique o
seu menor custo (TAYLOR 1994). Um dos materiais mais conhecidos é o
(PET) Polietileno terefelado, no qual é muito utilizado nas garrafas de
refrigerante.

“Propriedades térmicas: as propriedades térmicas das fibras de


poliéster dependem de sua manufatura. A temperatura de transição
vítrea (TG), a temperatura de cristalização e a temperatura de fusão
dependem das quantidades de material amorfo e cristalino”.
(JORDIANO, 2012).

c) Polietileno:

É uma fibra encontrada picada, de baixa elasticidade e é utilizada para a


melhoria da aderência. Não é resistente a altas temperaturas. (HANNANT,
1994).

d) Fibras inorgânicas e metálicas

Aço:

De acordo com Hannant (1994), existem grandes variedades e formas


de fibras de aço. As fibras de aço podem ser usadas com maior resistência de
aderência, sofrendo alguns tipos de deformações mecânicas.
Na pavimentação asfáltica o uso dessa fibra não é comum devido suas
características como mostra a tabela 1.
17

Tabela 1 - Características da fibra de aço

Fonte: PAVIMENTAÇÃO CORTE (1998).


Vidro

As fibras de vidro geralmente são produzidas por centenas de


filamentos individuais. O seu diâmetro depende das propriedades do vidro, do
tamanho do furo e da extrusão (TAYLOR, 1994).
Os fios podem ser combinados em tecidos ou cortados em tamanhos
variados, estas conferem grande rigidez e resistência quando estão orientadas.
As fibras proporcionam uma distribuição alternada de elementos e
consequentemente reforço na composição. (HOLLAWAY, 1994).

2.3 Asfalto
2.3.1 Aspectos gerais
Segundo NBR 7208 (1982), o asfalto parecia ser uma fonte barata para
a construção de estradas. Ele é encontrado após o refinamento do óleo cru, de
todos os processos para a obtenção do asfalto o mais utilizado é da destilação
em duas etapas, pois além de permitir um maior uso dos diversos tipos de
petróleo também produz o asfalto sem a necessidade de instalações especiais.
Esse processo é basicamente a separação física dos constituintes pela
diferença de seus pontos de ebulição e condensação.
Vejamos a Figura 1, o Fluxograma de um sistema de produção do
asfalto (CAP) através do modo de destilação em dois estágios do programa
ASFALTO NA UNIVERSIDADE de 1995:
18

Figura 1 - Sistema de produção de asfalto por duplo estágio de


destilação Tonial e Bastos, (1995)

Fonte: TONIAL;BASTOS (1995)

No fluxograma podemos ver que o petróleo entra no dessalgador


(eliminar os sais que contem no petróleo),ao sair é enviado para a forno onde é
aquecido até a uma temperatura ótima para o processo, em seguida entra na
torre atmosférica (óleo-gás). As partes mais leves sobem, e as partes mais
pesadas vão para o fundo da coluna. Do topo da torre sai fração mais leve
(neste caso o gás), no topo é extraído (GPL), nas frações da torre saem
respectivamente: nafta leve, nafta pesada, querosene e óleo diesel de acordo
com seu peso. O restante desse processo (o material que sobra) é enviado
para outro forno para ser aquecido e respectivamente para uma torre de vácuo,
19

a qual separa novamente as frações devido ao seu peso: gasóleo leve, gás
óleo pesado e asfalto (CAP) (TONIAL; BASTOS, 1995).

2.4 Cana-de-açúcar
Segundo a Novacana (2014), existem pelo menos seis tipos de cana-
de-açúcar, sendo provenientes do Sudeste Asiático e é principal matéria-prima
para obtenção do açúcar e álcool.
A cana-de-açúcar é uma planta fina de formato cilíndrico, folhas
grandes e pode chegar a seis metros de altura.
A altura que ela chega depende da quantidade de sol que ela recebe
diariamente. Cultivados em locais de clima tropical ou subtropical, os pés de
cana-de-açúcar são da mesma família de plantas como o milho, o arroz e a
cevada. A cultura dessa espécie não necessita de solo com muitos recursos. A
cana produzida hoje é resultado de diversas melhorias genéticas feitas através
do cruzamento de suas espécies. A cana-de-açúcar chegou ao Brasil no início
do século XVI, com as construções de engenhos de açúcar, chegou e logo
substituiu a extração do pau-brasil.
Tornou-se base da economia do nordeste, na época dos engenhos.
Figura – 2, Fluxograma processamento de cana

Fonte: NOVACANA ( 2014)


20

Quando a cana de açúcar é recebida, ela é lavada para retirar as


células, é extraído o açúcar. É retirado do caldo suas impurezas, deixando-o
adequado para o processamento. (NOVACANA, 2014)
Segundo o Instituto de pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) a cana-
de-açúcar é a cultura que mais gera resíduos no Brasil, em 2009 foram
produzidas 201 milhões de toneladas em torta de filtro de bagaço-de-cana,
mais 604 milhões metros cúbicos de vinhaça.
A reutilização desses produtos é feita principalmente como fertilizante.

“O bagaço da cana-de-açúcar é um subproduto fibroso da moagem


da cana-de-açúcar, que pode ser utilizado para produção de energia,
constituinte do solo ou como alimentação bovina, entre outros. O
bagaço é matéria constituído de muitos polissacarídeos e também
lignina. Esses três compostos juntos compõe mais de 75% da
biomassa vegetal”. (SOARES, 2009)

Tabela 2 – Composição do bagaço da cana

Fibra de bagaço 45% Fração sólida orgânica insolúvel

Fração sólida orgânica (Terra, Pedra,


Sólidos insolúveis 2a3%
Materiais oriundos da colheita e do solo)

Fração que se dissolve na água,


Sólidos solúveis 2 a 3% composta por sacarose não extraída na
usina

Retirada do bagaço ( Retirada por


Água 50%
mecanismo de adsorção ou capilaridade)

Fonte: SOARES (2009)

2.5 Exploração de recursos minerais


Os artigos 23 e 24 da constituição federal de 1988, dizem que é
competência da união, dos estados e do distrito federal legislar sobre a defesa
do solo e dos recursos minerais, meio ambiente e controlar a poluição.
Também é da alçada dos mesmos regulamentar e fiscalizar as pesquisas de
exploração dos recursos minerais em seu território.
21

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,


bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo
e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Parágrafo 2º -
Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o
meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida
pelo órgão público competente, na forma da lei”. (Constituição
federal, 1988, artigo 225)

A resolução SMA 26/93 – Estabelece normas para o licenciamento


ambiental de empreendimentos mineráreis; Resolução SMA 42/94 – Aprova os
procedimentos do Estudo de Análise Ambiental (EIA) e Relatório de Impactos
Ambientais (RIMA), na secretária do meio ambiente.

Para Mechi (1999), para exploração de empreendimentos mineráreis


sejam feitos conforme a lei é necessária a atuação do poder público, os órgãos
envolvidos são: Federais – Ministério de Minas e Energias (MME),
Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Conselho Nacional de
Meio Ambiente (CONAMA), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Instituto Brasileiro do Patrimônio
Cultural (IBPC), Ministério do Exército (ME), Ministério do Trabalho e da Saúde,
Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA); Órgãos
Estaduais (SP) – Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SMA) e órgãos
vinculados (Coordenadoria de Proteção de Recursos Naturais – CPRN,
Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais – DEPRN,
Coordenadoria de Educação Ambiental – CEAM, Coordenadoria de
Planejamento Ambiental – CPLA, Instituto Florestal – IF, Instituto de Botânica –
IBT, Instituto Geológico – IG, Companhia de Tecnologia de Saneamento
Ambiental – CETESB, Polícia Florestal, entre outros.), Secretaria da Fazenda,
da Saúde, do Trabalho e órgãos vinculados; Órgãos Municipais – Prefeitura
Municipal e Câmara dos Vereadores;

2.5.1 Métodos para extração de pedreiras


De acordo com (YOSHIDA 2005), São geralmente feitas as seguintes
etapas para exploração de pedreiras:
22

Decapeamento – É a retirada do solo acima da rocha; Desmonte –


Perfurações seguidas de detonações; Fragmentação secundária – São
detonações menores, para que o tamanho das rochas sejam apropriadas para
o transporte e introdução no britador; Transporte – Todo o tipo de transporte
dos blocos para os britadores primários; Britagem primária e secundária – É
onde ocorre a diminuição do tamanho da rocha para que ela possa ser utilizada
na construção civil; Peneiramento – É onde é feita a separação granulométrica;
Lavagem – É onde é retirado os finos como argila e pó de pedra; Estocagem –
Como nome já diz, é onde fica estocada a brita para posterior utilização.

“Agregado é o material granular inérte (pedra, areia etc), que participa


da composição de concretos, argamassa e alvenaria, e cujas
partículas são ligadas entre si por um aglutinante” (NOVO
DICIONÁRIO AURÉLIO DA LINGUA PORTUGUESA, 1986, p.64).

2.5.2 Impactos ambientais


Como salienta Mechi (1999) e Yoshida (2006) Os impactos
relacionados a extração de pedreiras podem ser negativos e positivos.

Positivos: Desenvolve a região economicamente e aumenta a


arrecadação de tributos, além do fato que se a construção civil estiver em
crescente, aumenta a oferta de empregos diretos e indiretos na região (MECHI
1999).

Negativos: Poluição do ar - a movimentação de máquinas em conjunto


com as explosões geram quantidade muito grande de poeira, erosões
causadas pela retirada da vegetação, contaminações por óleos, graxas e
combustíveis e instabilidade do solo por causa das muitas explosões o terreno
fica instável; Impactos na água, fauna e flora – contaminação das águas com
graxas, óleos e combustíveis, turvamento da água, retirada da vegetação
nativa, destruição do habitat de várias espécies, além do ruído; Impactos sobre
a população – desconforto da população devido ao ruído causado pela
exploração da pedreira, rachaduras nas casas no entorno da área de
exploração devido as explosões, lançamento de fragmentos, impacto visual
entre outros (BACCI 2006).
23

De acordo com Silva (2005), uma pedreira pode ser desativada devido
a vários fatores, como o esgotamento da pedreira, problemas econômicos,
ambientais e tramites legais. Esses fatores podem paralisar temporariamente
ou permanentemente. Geralmente quando são desativadas as pedreiras se
transformam em depósitos de lixos da população ou é ocupada pela
população. Neste segundo caso há um grande risco de contaminação da
população devido a possibilidade do solo e as águas estarem contaminados.

Conforme Bitar(1997), áreas desativadas, tornam-se locais


improdutivos e com grandes riscos a saúde e segurança pública, são grandes
fontes de poluição de diversos tipos, devido ao despejo de lixos, com
proliferação de insetos e poluição da água pela chuvas (chorume).

São empregados os conceitos dos 3R's de Silva(2005): Recuperação –


equilíbrio e estabilidade do ambiente; Restauração – Deixar as condições do
local exatamente como era antes da utilização; Reabilitação – Utilizar a área
para outra finalidade, de acordo com a necessidade da população vizinha.

São feitas as seguintes etapas de acordo com Plano de Recuperação


de Áreas Degradadas (PRAD):

Avaliação da área degradada; Definidos os objetivos da recuperação;


Plano de recuperação, contendo os métodos, os procedimentos,
monitoramento, alternativas de uso futuro da área, cronograma, previsão de
recursos que serão utilizados; Revegetação, que possibilita a regeneração do
ecossistema original (método mais utilizado no Brasil); Remediação, são ações
que visam controlar, minimizar e/ou confinar os riscos inerentes ao tipo de
processo produtivo (BITAR 1997).

2.6 Desenvolvimento de novos produtos

“O conceito econômico da inovação abrange cinco possíveis


tipos de inovação: (1) a fabricação de novos bens; (2) novos métodos
de produção; (3) a abertura de um novo mercado; (4) a utilização de
novas matérias-primas (novas em si mesmas, ou que sejam oriundas
de novas fontes de suprimento); e (5) nova forma de organização
24

industrial, como por exemplo, a criação de um monopólio, ou


inversamente, a “quebra” de um monopólio existente”. (Schumpeter,
1934).

Inovações tecnológicas em produtos e processos, significam: (a)


introdução de tecnologias novas; ou (b) melhorias nas tecnologias já utilizadas.
Inovação tecnológica só e considerada quando introduzida no mercado, no
caso de um produto, ou processo de produção, inovação de processo.
Inovações tecnológicas de produto e/ou processo, utilizam muitas atividades,
tecnológicas, organizacionais, financeiras e comerciais. (OCDE; 1997).

A inovação aliada ao desenvolvimento de novos produtos é o que


permite a competitividade e o êxito de uma empresa no mercado. Nesse
processo o produto adapta-se para se adequar as necessidades do mercado
(Calantone, Cavusgil e Zhao, 2002; Patterson, 1998; Atuahene-Gima, 1996)

De acordo com Crawford (1987), o grande obstáculo para se


desenvolver novos produtos é a taxa de insucesso que para produtos de
consumo está na casa de 39% e produtos industriais 31%.

Irigarayet al. (2004, p.27) Diz que os produtos têm um tempo de vida
pequeno e que tradicionalmente tentam aumentar receitas, preços e diminuir
custos e despesas. Por isso manter seus clientes utilizando o mesmo produto
torna-se dificultoso.
Apenas dez por cento dos novos produtos são realmente inovadores e
novos para o mundo, afirma Kotler (2003, p.275). Esses produtos envolvem
custos e riscos maiores porque são novos para a empresa e para o mercado.
Assim, a maior parte da atividade de novos produtos é destinada a melhorar os
produtos existentes.
Conforme (CHENG, 2000), No desenvolvimento de novos produtos
existem entradas (inputs) e saídas (outputs), ou seja, atividades seqüenciadas
com o objetivo de criar, desenvolver e comercializar um novo produto. Muitas
das atividades são de planejamento e organizacionais.
25

Esse processo nada mais é que encontrar as necessidades do


mercado e adequar as possibilidades técnicas de criação, utilizar recursos da
empresa para transformar oportunidades de mercado e empresariais em bens
de consumo.

DNP é toda atividade estratégica, conceitual, planejada, de marketing e


comercialização de uma nova oferta, que Crawford (1997) classifica em cinco
categorias:

(i) Produtos novos para o mundo: produtos que são inventados;


(ii) Entrada em novas categorias: produtos que fazem a empresa
entrar em nova categoria;
(iii) Adições na linha de produtos: produtos do mesmo tipo que
complementam a cadeia produtiva;
(iv) Melhoria de produtos: são produtos aperfeiçoados, que tenham
uma melhor qualidade;
(v) Reposicionamento: produtos reposicionados para uma nova
aplicação.

Então de acordo com Crawford (1997), novos produtos é a criação de


uma oferta de um determinado produto para a comercialização do mesmo
dentro de uma empresa, transformar a oportunidade de oferta em um produto
real.

Um processo de DNP, funciona com base em sete etapas:


a) Geração de Idéias: processos de brainstorming, orientação para o
mercado, considerando as especialidades da empresa e os recursos além de
propiciar clima organizacional para o pensamento criativo Crawford (1997).
b) Seleção de Idéias: Examinar as idéias para que o produto entre em
sinergia com a empresa dentro das possibilidades da empresa e do mercado,
mantendo uma estratégia para competir no mercado Crawford (1997). Existem
assim algumas questões que podem facilitar essa seleção:
“Nossos produtos resolvem os problemas dos clientes? Qual a
facilidade para explicar e demonstrar o novo produto? Qual o ciclo de
26

vida do produto? Já existe uma tecnologia semelhante no mercado?


É uma tecnologia única? Este mercado é livre para a entrada de
concorrência? A empresa tem um canal de negócios que auxilia a
desenvolver esta oportunidade? Esta oportunidade de mercado gera
controvérsia na empresa?” Crawford (1997).

c) Conceito e Posicionamento do Produto:


Lambin (2000), São as características do produto que satisfazem as
expectativas dos consumidores e/ou usuários.
É o posicionamento do produto no mercado, quanto a expectativa que
cria no consumidor para que justifique a escolha e a compra do produto.
d) Análise Comercial: após o produto estar no mercado, é necessário
avaliar a atratividade do novo produto no mercado. Que, segundo Kotler
(2000), pode ser feita por meio de duas ferramentas: Estimativa de Vendas e
Estimativa de Custo e Lucros, ou seja, possibilita saber possíveis resultados do
investimento, a curto e longo prazo, para que a decisão seja feita segurança e
viabilidade no novo projeto.
e) Desenvolvimento do Produto: o desenvolvimento do produto é a
transformação da idéia em produto, utilizar os recursos da empresa para
transformação da matéria prima no bem de consumo (KOTLER, 2000).
f) Teste de Mercado: Testar o produto o produto em utilizando
normalmente ou consumo o mesmo. O teste de mercado se fundamenta em
obter a estimativa potencial de vendas e capacitar gestores para melhorar as
informações no processo de produção
e prepara-los para tomadas de decisão em assuntos de lançamento
(PARK; ZALTMAN, 1987).
g) Comercialização: è o grande momento e o mais esperado, devido
aos grandes custos, todos os aspectos referentes a comercialização devem
estar consolidados para sua introdução no mercado. Devem ser levadas em
consideração as seis etapas citadas acima para não se tornar uma ameaça
para empresa.
27

Todo procedimento planejado e coerente, com apoio técnico e


estratégico terá uma maior possibilidade de sucesso, ao contrário de uma
empresa que não respeite as etapas do DNP (PARK; ZALTMAN, 1987).
28

3. OBJETIVOS
3.1 Objetivos gerais

Avaliar o bagaço da cana para utilização na produção de asfalto


(CBUQ), substituindo outros produtos como o calcário, proveniente do calcário,
procura-se contribuir para o desenvolvimento de novos asfaltos no Brasil
através da realização de diversos ensaios de pavimentação. Espera-se que o
resultado sirva de base para o desenvolvimento de um solo mais resistente e
de menos degradação ao meio-ambiente.

3.2 Objetivos específicos

 Avaliar as alterações do asfalto pela modificação com a cana-de-açúcar.


 Realizar testes de caráter mecânico para ver se o asfalto em
desenvolvimento se enquadra dentro das especificações de qualidade.
29

4. MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Materiais Utilizados
Foram utilizados na composição, britas ½, pedrisco 9mm, areia
industrial, todos de acordo com a NBR 7217 (ABNT 1987), provenientes da
Pedreira Said, localizada na cidade de Ribeirão Preto-SP.
Foi também utilizado bagaço de cana de açúcar para a composição do
material de enchimento (Filler), que no caso não há nenhuma especificação
para esse agregado (bagaço de cana), mas de acordo com a DNER-EM 367/97
há determinações gerais e especificações para a caracterização e aceitação do
material de enchimento seja ele qual for, podendo ser: calcário, cimento
Portland, cal e cinza.
Para a composição da mistura asfáltica, além dos materiais citados
anteriormente, foi utilizado CAP 50/70 (Cimento Asfáltico de Petróleo), que é
um produto derivado do petróleo com alta viscosidade, propriedade aglutinante,
impermeabilizante e flexível, normalizado pela NBR DNER-ME 003/99.

CAP (Cimento asfáltico de petróleo)


Segundo a DNER – EM 204/95 Cimento asfáltico de Petróleo um líquido
viscoso semi-sólido obtido através de vários processos da destilação do
petróleo, apresentando características termoplásticas, ou seja, torna – se
liquido ao ser aquecido e volta a ser viscoso quando frio. Na mistura asfáltica, o
CAP tem a importante função de aglutinante, envolvendo as partículas sólidas
em alta temperatura, e tornando se uma massa sólida, mas com certa
flexibilidade e com uma alta resistência ao desgaste, além de sua capacidade
impermeabilizante.
De acordo com a resolução da ANP (Agência Nacional do Petróleo) nº
19 de 11/06/2005 os asfaltos para pavimentação são classificados de acordo
com a capacidade de penetração, sendo assim:

 CAP 30/45;
 CAP 50/70;
 CAP 85/100;
 CAP 150/200.
30

4.2 Métodos
4.2.1 Análise granulométrica por peneiramento
Para a execução do presente trabalho, foi utilizada a análise
granulométrica por peneiramento de cada agregado, que consiste na
distribuição percentual das partículas, considerando a quantidade de material
que passa em cada peneira de acordo com a NBR 7217 (ABNT, 1987).
O objetivo da análise granulométrica é a determinação em percentual
de cada agregado, garantindo que a mistura final esteja enquadrada dentro de
uma faixa específica, apresentando uma curva granulométrica geométrica
delineada pelos limites superiores e inferiores a da faixa especificada.
A escolha da faixa granulométrica adequada é feita a partir de estudos
de projeto, espessura da camada do pavimento, estudos do tráfego e locais de
aplicação. A definição do diâmetro máximo das partículas é estipulada de modo
a não ultrapassar 2/3 da camada, de acordo com a DNER (ESP.106/80).
O diâmetro máximo das partículas é sempre maior nas camadas
inferiores do que nas camadas superiores, devida a necessidade de uma maior
aderência entre as camadas, evitando assim o deslizamento da camada
superior.
Para a execução da granulometria em questão foram utilizadas peneiras
de diferentes malhas padronizadas pela ASTM (American Society for testing
and materials), sendo elas: ¾(ASTM 19 mm), ½(ASTM 12,50mm), 3/8(ASTM
9,50mm), 4(ASTM 4,75mm), 10(ASTM 2,00mm), 40(ASTM 0,425mm),
80(ASTM 0,180mm), 200(ASTM 0,075mm).

4.2.2 Faixas granulométricas normatizadas


Para a execução dos trabalhos, foi utilizada como base para a
aplicação dos estudos a mistura betuminosa Faixa “C” (DNER-ME 083/98),
substituindo o seu material de enchimento (calcário) por bagaço de cana, mas
com possibilidade de ser utilizado em qualquer faixa.
O cálculo das quantidades dos materiais é determinado faixas,
normalizadas pelo DNER e ABNT, calculados através de processos gráficos e
analíticos, levando em consideração limites máximos e mínimos.
31

4.2.3 Composição da mistura


Para a determinação da composição da mistura foi utilizado o método
gráfico de Rothfucs, por ser o mais rápido e eficaz.
Esse método consiste na criação de um retângulo em uma folha, na
qual linhas verticais paralelas representam cada peneira utilizada na análise
granulométrica de acordo com a abertura de cada uma delas (ABNT NBR ISO
3310-1:1997) e linhas horizontais representam os limites máximos e mínimos
(faixa) do total da mistura dos agregados. O resultado da análise
granulométrico obtido através do peneiramento acumulado dos materiais é
inserido no gráfico de acordo com o percentual de cada peneira, considerando
como resultado aceitável estar dentro dos limites máximos e mínimos de cada
peneira, podendo ser corrigido individualmente caso não esteja.

4.2.4 Exemplo de aplicação


Figura 3 – Gráfico de Rothfucs

100
90
80
porcentagem que passa

70
60
50
40
30
20
10
0
0,01 0,1 1 10 100
abertura peneiras

Fonte: TONIAL; BASTOS (1995).

Para o cálculo dos percentuais, usa-se a fórmula: At – Pa = Pp,


Pp/At*100 = % que passa.
At = Amostra total seca
32

Pa = Peso retido acumulado de cada peneira


Pp = Peso que passa acumulado de cada peneira
Para a execução correta da análise granulométrica, sempre
desconsiderar a umidade do material analisado.
4.2.5 Estabilidade Marshall
Criado pelo Engenheiro americano Bruce Marshall em 1940, o método
de Marshall é uma metodologia de dosagem da mistura asfáltica que tem como
objetivo determinar várias propriedades físicas da mistura de acordo com a
DNER 043/94.
Para a execução do ensaio de Marshall utiliza – se aproximadamente
1200 g de massa asfáltica pronta a uma temperatura aproximada de 150cº,
depositando em um molde (DNER – ME 043/95), e logo em seguida aplica- se
75 golpes em cada face do molde com um soquete apropriado.

Figura 3- Soquete para moldagem de Marshall

Fonte: (Arquivo pessoal 2014)


33

Figura 4: Prensa para rompimento de corpos de prova de Marshall

Fonte: (Arquivo Pessoal 2014)

Figura 5: Molde para moldagem de corpo de prova de Marshall

Fonte: (Arquivo Pessoal 2014)


34

Figura 6: Peneiras para granulometria

Fonte: (Arquivo Pessoal 2014)

Figura 7: Base para ruptura de corpo de prova marshall

Fonte: (Arquivo Pessoal 2014)


35

Após esse procedimento iniciam-se os ensaios, sendo eles:


 Determinação do peso específico de cada agregado:
Utiliza – se a fórmula

D = P =P Onde: D = peso específico do material


V P-P’ P = Peso do material no ar
P’ = Peso do material imerso
V = Volume do Material
 Determinação da densidade real da mistura de agregados (DAG)
Calculada pela seguinte fórmula:
Dag = 100
%agr A + %agr B + %agr C
Dagr A Dagr B Dagr C
Onde: %agr A = porcentagem do agregado “A” presente na mistura;
Dagr A = peso específico do agregado “A”.
 Cálculo do teor de CAP na mistura asfáltica
Para a determinação do teor de asfalto nos corpos de prova, deve-se
moldar 04 corpos de prova com percentuais de 4,5,6 e 7% de asfalto em
relação ao peso total de cada amostra individual para garantir a melhor
execução do gráfico de estabilidade em forma de curva, onde o ponto mais alto
é o teor ótimo de asfalto.
 Densidade Teórica
A densidade teórica é calculada desconsiderando – se a presença de
vazios no volume do corpo de prova.
É calculado através da fórmula:
Dm = _____100_____
B+ 100 - B

Db Dag

B = ___Lixo_ x_ 100___
+L
36

 Peso específico aparente de cada corpo de prova é dado pela


forma:
Da =___P___
P – P’
Onde: Da = peso específico aparente do corpo de prova;
P = peso do corpo de prova no ar;
P’ = peso do corpo de prova imerso em água.
Esta fórmula é válida apenas para misturas densas.
 Cálculo da Porcentagem de Vazios -Vv
Vv = _Dm - Da_ x 100
Dm
Onde: Vv = porcentagem de vazios no corpo de prova;
Dm = densidade máxima teórica;
Da = peso específico aparente do corpo de prova.
 Cálculo dos Vazios Cheios de Betume – VCB
VCB = __B__ x Da
Db
Onde: VCB = vazios cheios de betume;
B = % de CAP, dentro da mistura;
Da = peso específico do CAP (1,025 g/m³)
 Cálculo dos vazios do Agregado Mineral – VAM
VAM = Vi + VCB
Onde: Vv = porcentagem de vazios no corpo de prova
VCB = vazios cheios de betume.
 Cálculo da Relação Betume - vazios - RBV
RBV = _VCB_x 100
VAM
 Determinação de valores de fluência e estabilidade

Os cinco corpos de prova moldados são imersos em banho Maria a


60cº, devem ser rompidos em uma prensa específica (DNER – ME 043/95).
Os valores de estabilidade são determinados em kg e a fluência em
mm.
37

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para fazer o comparativo de resultados da amostra com bagaço de
cana e a amostra com o calcário, utilizou – se um projeto já existente da faixa
“D” como base, normalizada pela (DNER-ME 083/98), por se tratar de uma
faixa considerada fina, como pode ser observado na Tabela 1.

O bagaço da cana foi triturado em um triturador manual, a fim de


quebrar as partículas, facilitando o peneiramento na peneira de malha ASTM
50, obtendo se o filler (Figuras 8 e 9).

Figura 8 – Peneiramento do bagaço-de-cana

Fonte: (Arquivo pessoal 2015)


38

Figura 9 – Trituração do bagaço-de-cana

Fonte: (Arquivo pessoal 2015)

O corpo de prova moldado sem o bagaço da cana foi executado com


todo o processo normalizado já descrito acima, obedecendo ao padrão
específico da composição dos agregados, utilizando – se 2% de calcário para a
composição do filler da amostra total (tabela 4).

Ambas as amostras, os agregados foram aquecidos em um fogareiro


até a temperatura aproximada de 155C° para a adição do CAP, que também foi
aquecido a uma temperatura de 160C°, e em seguida pesado e misturado com
os agregados para a composição da massa asfáltica (Figura10).
39

Figura 10 – Agregados aquecidos

Fonte: (Arquivo pessoal 2015)

No corpo de prova com o bagaço da cana, não foi possível substituir


100% do calcário pelo bagaço, devido às partículas granulométricas de ambos
os materiais serem diferentes, observando que o calcário é mais fino com
maior percentual de material passando nas peneiras ASTM 80 e ASTM 200,
sendo assim possível utilizar 50% de ambos, totalizando o percentual de 1% de
bagaço e 1% de calcário na mistura total (Tabela 5).

O percentual de CAP (Cimento asfáltico de petróleo) utilizando em


ambas as amostras foi um percentual de 5% da amostra total, sabendo – se
que esse valor é considerado ótimo para a mistura no qual estamos
trabalhando, segundo a DNER – ME 053/63.

Os ensaios físicos foram executados de maneira semelhante para


ambos os corpos de prova, para obter um resultado comparativo com maior
40

precisão. Foram pesados em uma balança digital com precisão de 0,00, nas
mesmas condições de umidade e temperatura ambiente (Figura11).

Figura 11 - Pesagem do corpo de prova

Fonte: (Arquivo pessoal 2015)

Para a ruptura dos corpos de prova, foram submersos em água por 30


minutos a uma temperatura de 60°c, e em seguida rompida em uma prensa
elétrica apropriada para este tipo de ensaio de acordo com a DNER 043/94,
com os resultados de ruptura já expressos em KN. (tabelas 6 e 7)

No contesto geral, os resultados foram satisfatórios, apresentando


resultados semelhantes para ambas as amostras, dentro dos padrões de
especificações, observando se que a amostra com o bagaço da cana obteve
um resultado melhor no critério percentual de vazios. (Tabelas 6 e 7)
41

Para uma possível utilização do bagaço da cana em escala industrial,


seguindo os processos de fabricação de asfalto já utilizados, seria necessário
uma adaptação nos equipamentos, sabendo-se que o bagaço não poderá
passar pelo equipamento de secagem, pois o mesmo utiliza-se de um maçarico
com uma chama intensa alimentada por gás butano. O equipamento com forma
cilíndrica, gira em torno do próprio eixo, ao mesmo tempo em que o fogo atinge
diretamente os agregados da mistura, com exceção do CAP (Cimento asfáltico
de petróleo) que é injetado no processo final (Mistura), como pode ser visto nas
figuras 12 e 13.

O bagaço, por ser uma fibra vegetal, entraria facilmente em


combustão se exposto diretamente ao fogo. Portanto ele teria que ser
incorporado no asfalto no final da etapa, que é constituído pelo processo de
mistura.

Figura 12 – Equipamento de secagem na usina de asfalto

Fonte: (Arquivo pessoal 2015)


42

Figura 13 – Equipamento de mistura na usina de asfalto

Fonte: (Arquivo pessoal 2015)


43

5.1 Cálculo da mistura de agregados:

Tabela 4 – Mistura de agregados sem o bagaço da cana


CÁLCULO DA MISTURA DE AGREGADOS SEM O BAGAÇO-DE-CANA, APENAS COM CÁLCAREO
Brita 1 (12mm) Pedrisco (9mm) Areia industrial Calcáreo TOTAL
Somatório dos ESPECIFICAÇÕES
PENEIRAS
produtos
GRANULOMETRIA DA LIMITES MÉDIA FAIXA DE
N° mm MISTURA Faixa D Eixo TRABALHO

1/2" 12,7 100,0 X 26 = 26,0 100,0 X 17 = 17,0 100,0 X 55 = 55,0 100,0 X 2 = 2,0 100,0 100 - 100 100,0 100,0 - 100,0
3/8" 9,5 73,7 X 26 = 19,2 99,0 X 17 = 16,8 100,0 X 55 = 55,0 100,0 X 2 = 2,0 93,0 90 - 100 95,0 90,0 - 100,0
4 4,76 5,5 X 26 = 1,4 71,4 X 17 = 12,1 99,8 X 55 = 54,9 100,0 X 2 = 2,0 70,5 50 - 80 65,0 65,5 - 75,5
10 2,00 1,7 X 26 = 0,4 10,6 X 17 = 1,8 68,9 X 55 = 37,9 100,0 X 2 = 2,0 42,1 30 - 60 45,0 38,1 - 46,1
40 0,42 0,9 X 26 = 0,2 3,1 X 17 = 0,5 27,9 X 55 = 15,3 98,5 X 2 = 2,0 18,1 15 - 35 25,0 15,0 - 22,1
80 0,177 0,7 X 26 = 0,2 2,5 X 17 = 0,4 16,2 X 55 = 8,9 93,2 X 2 = 1,9 11,4 10 - 25 17,5 10,0 - 14,4
200 0,074 0,5 X 26 = 0,1 1,9 X 17 = 0,3 10,9 X 55 = 6,0 78,6 X 2 = 1,6 8,0 6 - 10 8,0 6,0 - 10,0

Fonte: (Arquivo pessoal 2015)

Tabela 5 – Mistura de agregados contendo o bagaço da cana


MISTURA DE AGREGADOS, INCLUÍNDO BAGAÇO-DE-CANA
Brita 1 (12.7mmm) pedrisco (9mm) Areia industrial Calcáreo Bagaço de cana TOTAL ESPECIFICAÇÕES
PENEIRAS Somatór
io dos LIMITES MÉDIA Faixa trabalho
N° mm produto 4Bmix Eixo

1/2" 12,7 100,0 X 26 = 26,0 100,0 X 17 = 17,0 100,0 X 55 = 55,0 100,0 X 1 = 1,0 100,0 X 1 = 1,0 100,0 100 100 50,0 100,0 100,0
3/8" 9,5 73,7 X 26 = 19,2 99,0 X 17 = 16,8 100,0 X 55 = 55,0 100,0 X 1 = 1,0 100,0 X 1 = 1,0 93,0 90 100 85,0 90,0 100,0
4 4,76 5,5 X 26 = 1,4 71,4 X 17 = 12,1 99,8 X 55 = 54,9 100,0 X 1 = 1,0 100,0 X 1 = 1,0 70,5 50 80 65,0 ,66,0 75,5
10 2.83 1,7 X 26 = 0,4 10,6 X 17 = 1,8 68,9 X 55 = 37,9 100,0 X 1 = 1,0 100,0 X 1 = 1,0 42,1 30 60 47,5 38,1 46,1
40 0,59 0,9 X 26 = 0,2 3,1 X 17 = 0,5 27,9 X 55 = 15,3 98,5 X 1 = 1,0 75,0 X 1 = 0,8 17,8 15 35 26,5 15,0 22,1
80 0,297 0,7 X 26 = 0,2 2,5 X 17 = 0,4 16,2 X 55 = 8,9 93,2 X 1 = 0,9 61,2 X 1 = 0,6 11,1 10 25 19,0 10,0 14,4
200 0,074 0,5 x 26 = 0,1 1,9 x 17 = 0,3 10,9 x 55 = 6,0 78,6 x 1 = 0,8 58,6 x 1 = 0,6 8 6 10 8,0 6,0 10,0

Fonte: (Arquivo pessoal 2015)


44

Tabela 6 – Ensaio do corpo de prova sem o bagaço da cana

Fonte: (Arquivo pessoal 2015)


45

Tabela 7 – Ensaio do corpo de prova com o bagaço da cana

Fonte: (Arquivo pessoal 2015)


46

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