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21 DE JANEIRO DE 2016

ATIVIDADE 3 DE TEORIA
ARQUITETURA NA ERA DA MÁQUINA

LUDMILLA SPAGNOLO
201433065
1. Quem é Le Corbusier? Em que contexto da história ele escreve o livro
"Por Uma Arquitetura"?

Le Corbusier é arquiteto e teórico da arquitetura, engenheiro, desenhista e


pintor franco-suíço. Nasceu no final do século XIX e foi grande inspiração na criação
e teorização do estilo arquitetônico que veio a ficar conhecido como Modernismo.

O livro é composto por uma série de artigos escritos em 1920/21, momento


controverso no campo da teorização em arquitetura. Com a Revolução Industrial
novas tecnologias construtivas surgiram, e com elas também uma série de
vanguardas. Além disso, o período pós-guerra é marcado por um grande aumento da
população mundial, demandando assim mais conjuntos habitacionais e enfatizando a
urbanização.

Nesse contexto, influenciado pelas visões racionalista e futurista, o autor


escreve um manifesto introduzindo novos conceitos na maneira de se pensar
arquitetura na era da máquina, como as "casas em série", chegando à máxima de
considerar a casa como "máquina de morar".

2. Como as ideias de Le Corbusier se relacionam com o contexto da Teoria


da arquitetura do período pós-revolução industrial até a década de 20?

O primeiro estilo a surgir após a Revolução Industrial é o Art Nouveau, que


ganhou destaque com as exposições universais. Argan o classifica como o “fetichismo
da mercadoria”, por ser o estilo da burguesia da época, e empregar materiais caros
na sua execução; além classifica-lo como estilo do ornamento. O Art Nouveau era
basicamente a favor da industrialização e da produção em série, porém desafiava
alguns princípios básicos da mesma, como não empregar materiais baratos. As ideias
de Le Corbusier são bem contrárias à essa ideologia, pois são a favor de uma
arquitetura democrática, universal, impossível de ser aplicada no Art Nouveau.
O racionalismo, com Choisy e Garnier surgiu em contraponto à complexidade
atingida nos estilos arquitetônicos até então, o retorno às formas simples era a única
solução. Choisy defendia a forma arquitetônica como decorrência da técnica, e
também o emprego do ordenamento, da lógica, da função, economia e desempenho.
Garnier ficou mais conhecido pelo desenho da “Cidade Industrial”, no qual atribuiu ao
concreto uma estética retangular, facilmente reconhecida e entendida. O racionalismo
foi um dos estilos que mais influenciou Le Corbusier, todas essas ideias eram
defendidas por ele.

A primeira vanguarda do século XX, idealizada por Marinetti, o futurismo traz


ideias radicais para essa nova sociedade tecnológica. A inspiração maquinicista em
termos de formas geométricas puras era uma visão semelhante à do Le Corbusier,
como também a herança antiacadêmica em relação ao impressionismo. Porém em
relação à rejeição total ao passado, o futurismo ignora toda a arquitetura existente até
então “... rejeitando tudo que é passado, grotesco, e que nos é antipático (tradição,
estilo, estética, PROPORÇÃO) ” (MESSAGGIO). Le Corbusier, apesar de defender
essa ruptura histórica, preza pela proporção e principalmente pela proporção clássica.
Apesar disso, os desenhos do futurista Antonio Sant’Elia revelam um modo de projetar
sem decorações e geometricamente puro, que antecipou a arquitetura dos anos 1930.

Nos Estados Unidos, começa a surgir uma “identidade estética americana”, que
tem início com as ideias de Sullivan, “pai dos arranha céus”, e se concretiza com Frank
Lloyd Wright e sua arquitetura orgânica. Apesar de dar muita importância para a planta
e distribuição interna, como Le Corbusier, Wright defendia a organicidade da
arquitetura: uma arquitetura individual, uma obra prima e não um modelo. A arquitetura
orgânica se contrapunha ao Internacional Style europeu, da qual Corbusier fazia parte.

Em 1917, na Holanda, surge a De Stijl, revista formada por um grupo de


artistas, arquitetos e designers com a finalidade da purificação da arte e do desenho
através de um desenho universal abstrato unificando todas as artes a uma mesma
geometria. Mondrian foi seu grande percursor, e a experiência é retomada pela
Bauhaus. O purismo, de Le Corbusier, era contra essas representações abstratas,
pois queria oferecer uma emoção intelectual e objetiva.

Já nos anos 20 surge o purismo, de Le Corbusier e Amedée Ozenfant. Suas


principais ideias eram que somente as geometrias simples eram capazes de serem
produzidas em série, a determinação do objeto-tipo através da Lei da Seleção
Mecânica, e a emoção e sensação que a arquitetura deve passar. Surge então um
novo tempo, caracterizado pela economia, superação de técnicas e pela
predominância da geometria simples.

3. Quais são os elementos que compõem a arquitetura segundo Le


Corbusier, para quais o arquiteto deve estar atento? O que difere a construção
de uma arquitetura?

Segundo o autor, o arquiteto deve estar atento a 3 elementos fundamentais: o


volume - valorizar as formas simples e primárias pela leitura clara, pois as formas
geométricas "satisfazem nosso olho pela geometria e nosso espírito pela matemática";
a superfície - estas devem apresentar "linhas reveladoras" das formas, ao contrário
de destruir e prejudicar a compreensão do volume; e a planta - coloca a planta como
geradora não só da forma, como também da sensação a ser transmitida pela
arquitetura.

Além disso, Corbusier faz uma clara distinção de arquitetura para as demais
construções. Segundo o autor, a construção se limita a manter, apoiar; enquanto a
arquitetura tem a função de sensibilizar, comover. A construção tem o dever de
responder a uma necessidade, e somente isso não a torna cativante. E vai além: para
o autor, quase todos os períodos se arquitetura estiveram ligados as pesquisas
construtivas; mas a arquitetura não deve se resumir a isso: "o arquiteto deve possuir
sua construção pelo menos tão exatamente quanto o pensador deve possuir sua
gramática [...], porém não deve se limitar a isso". A arquitetura é poesia. É a
capacidade do que medimos com os olhos sensibilizar o espírito.
4. Que elementos da teoria de composição clássica da arquitetura
aparecem no texto de Le Corbusier no tópico intitulado "traçados reguladores"?

No texto, Corbusier cita gregos e egípcios como empregadores do traçado


regulador "para a correção de suas obras e a satisfação de seu sentido artístico e de
pensamento matemático". Na Grécia antiga, o pensamento matemático surge como
ciência teórica, e os construtores empregavam regras de proporção seja para o estudo
dos sólidos por Platão - volumes espaciais compostos por figuras geométricas
regulares - ou pelo emprego da proporção áurea e a descoberta do retângulo de ouro.

Os elementos da teoria de composição clássica que aparecem no texto são a


proporção - alcançado por algumas divisões simples que tornam proporcional a base
à sua altura (muitas das construções citadas utilizam o retângulo de ouro) - além das
formas simples sendo valorizadas (cubo e esfera), e o emprego do ângulo reto.

5. Quais devem ser as QUALIDADES FORMAIS da boa arquitetura?

Le Corbusier defende que a forma deve ser simples, geométrica, harmônica,


integrada ao entorno criando uma "composição". As geometrias simples são melhores
porque permitem uma leitura clara sob a luz, discernem melhor o volume; a harmonia
é dada através dos "traçados reguladores" e das proporções; e além disso, a
edificação deve ter uma "concordância com as coisas do local", ou seja, se adequar
ao seu redor gerando assim um conjunto.

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