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Escola Superior Pedagógica do Bengo

Departamento de Ensino, Investigação e Extensão de Ciências da Educação

AVALIAÇÃO DO IMPACTO SOCIAL DAS ACÇÕES DE EXTENSÃO


UNIVERSITÁRIA

ESTUDO REALIZADO NA ESCOLA SUPERIOR PEDAGÓGICA DO BENGO “NO


PROJECTO ORIENTAÇÃO ÀS FAMÍLIAS DE CRIANÇAS COM NECESSIDADES
EDUCATIVAS ESPECIAIS”

Monografia apresentada ao Departamento de Ensino, Investigação e Extensão de Ciências da


Educação como requisito para obtenção do Título de Licenciado em Ensino da Psicologia

Autor: João Filipe Simão Kembo

Região Académica I
◊ Luanda ◊ Bengo ◊
Caxito, 2018
Escola Superior Pedagógica do Bengo
Departamento de Ensino, Investigação e Extensão de Ciências da Educação

AVALIAÇÃO DO IMPACTO SOCIAL DAS ACÇÕES DE EXTENSÃO


UNIVERSITÁRIA

ESTUDO REALIZADO NA ESCOLA SUPERIOR PEDAGÓGICA DO BENGO “NO


PROJECTO ORIENTAÇÃO ÀS FAMÍLIAS DE CRIANÇAS COM NECESSIDADES
EDUCATIVAS ESPECIAIS”

Monografia apresentada ao Departamento de Ensino, Investigação e Extensão de Ciências da


Educação como requisito para obtenção do Título de Licenciado em Ensino da Psicologia

Autor: João Filipe Simão Kembo


Orientadora: Yanelixa América Frutos López, MSc.
DEDICATÓRIA

Dedico, com muito amor, à Teresa Simão, minha mãe.

Mulher lutadora, que nunca poupou esforços para que eu concluísse a minha
formação, que sempre dedicou a sua vida pela minha felicidade, que luta todos os
dias pela minha educação, chora as minhas lágrimas e sorri com as minhas alegrias.

Serei eternamente grato a ti.

iii
AGRADECIMENTOS

Primeiramente, а Deus que permitiu que tudo isso acontecesse, ао longo de


minha vida, е não somente nestes anos como universitário, mas que em todos os
momentos é o maior mestre que alguém pode conhecer.

À minha querida orientadora, Prof.ª. MSc. Yanelixa América Frutos López, que
no alto de sua sabedoria, soube ser tão humilde e paciente ao repassar todo o seu
conhecimento na elaboração deste trabalho.

Ao Professor Doutor João Ima Panzo, Director Geral da Escola Superior


Pedagógica do Bengo (ESPB) um exemplo a seguir! Obrigado pelas oportunidades
de aprendizagem que me tem proporcionado dia-pós-dia, obrigado por acreditar nas
minhas habilidades e confiar-me a missão de prestar serviço na ESPB.

Ao Dr. Tarcísio Tcvivole, que muito me tem aconselhado, obrigado por tudo
que tens feito por mim enquanto estudante da ESPB.

Sou grato ao docente Victor Morales que também se dedicou na elaboração


deste trabalho e que esteve comigo até a sua conclusão.

Ao meu amigo, colega e irmão, Pedro Matias Promessa Marciano, muito


obrigado pelo apoio que, durante os meus últimos anos na ESPB, foste me dando.
Obrigado por acreditares sempre nas minhas qualidades e competências.

À Escola Superior Pedagógica do Bengo, seu corpo docente, direcção е


administração que oportunizaram а janela pela qual hoje vislumbro um horizonte
superior, eivado pеlа acendrada confiança no mérito е ética aqui presentes.

Agradeço a todos os meus docentes, em particular os professores: António


Van-dúnem dos Santos, Justo Muangunga, Adilson Junqueira, José Bembo, Walter
Kalunga e Mamona André por me proporcionarem о conhecimento não apenas
racional, mas а manifestação do carácter е afectividade da educação no processo de
formação profissional, portanto que se dedicaram а mim, não somente por me terem
ensinado, mas por me terem feito aprender. А palavra “mestre” nunca fará justiça аоs
professores dedicados аоs quais sem nominar sempre terão os meus eternos
agradecimentos.

iv
Sou grato aos meus colegas e amigos Miguel Correia, Suzaldina Rodrigues,
Justina Ginga, Inácio Bongue e Teresa Sapi, muito obrigado por estarem ao meu lado,
em todos os momentos da minha vida.

Ao Manuel Valentim, Elizeth Augusto, Sônia Velho, Elizabeth Campos, Fasuto


Albergaria, Felisbina Domingos e Dr. ª Isabel Domingos Mabuzo Ebo, muito obrigado
pelos conselhos e tudo que têm feito por mim.

À minha irmã Madalena Vunge Kiala que sempre acreditou em mim e


acompanhou todo o meu percurso de formação.

À minha namorada e companheira, Margareth Pedro, que sempre me deu


forças em todas as etapas desse trabalho.

Aos meus irmãos Ngoma Simão Benvindo, Tânia e Abigail e aos meus
sobrinhos Nazaré, Neide e Líria que muito me admiram e me têm como exemplo,
muito obrigado, pois, nos momentos de minha ausência dedicada à formação, sempre
fizeram entender que о futuro é feito а partir da constante dedicação no presente!

Agradeço a todos os meus amigos que estiveram nessa batalha comigo, que
souberam entender as minhas ausências, e que sempre me proporcionaram os
melhores momentos juntos.

Aos que não mencionei, na mesma têm o meu agradecimento.

v
EPÍGRAFE

“A extensão universitária propicia situações nas quais a teoria pode ser


testada, questionada, aplicada e comprovada, sem que o aluno corra o risco de ser
punido se errar”.

Duarte (2014)

vi
RESUMO

A presente investigação surge no âmbito do projecto de extensão universitária


Orientação às Famílias de Crianças com Necessidades Educativas Especiais
(OFCNEE) e tem como objectivo avaliar o impacto social das acções de extensão
universitária do projecto acima mencionado. Para este fim, utilizou-se o modelo de
pesquisa mista, e, como método principal, utilizou-se o Dialéctico - Materialista, assim
como os métodos de nível teórico, empíricos e estatístico, permitindo a condução da
investigação. A partir da situação problemática, determinou-se o seguinte problema
científico: como avaliar o impacto social das acções de extensão universitária do
projecto OFCNEE? Diante disto, o resultado do diagnóstico feito aos estudantes
envolvidos no projecto, às famílias de crianças com Necessidades Educativas
Especiais (NEE) e aos professores da Escola do Ensino Especial de Caxito permitiu,
através da metodologia da Teoria da Mudança, demonstrar os resultados das acções
de extensão universitária desenvolvidas pelos estudantes, e, a seguir, atribuir
avaliação qualitativa do impacto social das acções de extensão universitária do
projecto em estudo, em duas dimensões: Impacto na dimensão Académica e na
Dimensão Social, levando assim a responder ao problema desta investigação, e, por
conseguinte, ao objectivo da mesma.

Palavras-chave: Extensão Universitária, Impacto Social, Avaliação.

vii
ABSTRACT

This research is based on the project of extension of the University Guidance to the
Families of Children with Special Educational Needs (OFCNEE) and aims to assess
the social impact of the activities of the university extension of the project mentioned
above. To this end, the mixed research model was used, and, as a main method, the
Dialectic - Materialista was used, as well as the theoretical, empirical and statistical
level methods, enabling the conduct of the investigation. From the problematic
situation, the following scientific problem was determined: how to evaluate the social
impact of the university extension actions of the OFCNEE project? Given this, the result
of the diagnosis made to the students involved in the project, the families of children
with Special Educational Needs (NEE) and to the teachers of the School of Special
Education of Caxito allowed, through the methodology of Change Theory, demonstrate
the results of the university-extension actionsdeveloped by the students, and then
allocate a qualitative assessment of the social impact of the university extension
actions of the project under study in two dimensions: Impact on the Academic
dimension and the Social Dimension, thus responding to the problem of this research,
and therefore to the objective of this investigation.

KEY-WORDS: University Extension, Social Impact, Evaluation.

viii
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AACSB - Association to Advance Collegiate Schools of Business


AAECN - Associação para Avançar Escolas Colegiais de Negócios

CIOPAIS - Comité Inter-organizacional de Orientações e Princípios para Avaliação do


Impacto Social
ESPB – Escola Superior Pedagógica do Bengo
F1 – Família 1
GAA - Gabinete de Avaliação e Auditoria
GT – Grupo de Trabalho
ICGPSIA - Interorganizational Committee on Guidelines and Principles for Social
Impact Assessment
IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social
IES – Instituição do Ensino Superior
NEE – Necessidades Educativas Especiais
NEPA - National Environmental Policy Act
OBEDS – Observatório da Educação e de Desenvolvimento Social
OFCNEE – Orientação às Famílias de Crianças com Necessidades Educativas
Especiais
P1 – Professor 1
POFCNEE – Projecto Orientação às Famílias de Crianças com Necessidades
Educativas Especiais
SAI - Social Impact Assessment
TM - Teoria da Mudança
UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro
UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais

UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

UNESCO – Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura

ix
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA ....................................................................................................................... iii

AGRADECIMENTOS ............................................................................................................. iv

EPÍGRAFE ............................................................................................................................... vi

RESUMO................................................................................................................................. vii

ABSTRACT ........................................................................................................................... viii

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ............................................................................ ix

INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 1

Questão de partida .............................................................................................................. 2

Objecto de Investigação...................................................................................................... 2

Campo de Acção .................................................................................................................. 2

Objectivos da investigação ................................................................................................. 2

Objectivo Geral ................................................................................................................. 2

Objectivos específicos ..................................................................................................... 3

Estrutura do trabalho ........................................................................................................... 3

CAPÍTULO I - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................. 4

1.1. Avaliação .................................................................................................................... 4

1.1.1. Características da Avaliação ........................................................................... 4

1.1.2. Função da Avaliação ......................................................................................... 4

1.1.3. Classificação da Avaliação............................................................................... 5

1.1.4. Abordagens da avaliação ................................................................................. 5

1.1.5. Métodos da avaliação ....................................................................................... 6

1.1.6. Modalidades avaliativas .................................................................................... 6

1.2. Avaliação de Impacto Social ................................................................................... 6

1.2.1. Resenha histórica .............................................................................................. 7

1.2.2. Avaliação do Impacto social do conhecimento ............................................. 7

x
1.2.3. Combinação de Fontes de Informação para Avaliação do Impacto Social
8

1.3. Métodos para avaliação de impacto social ........................................................... 9

1.3.1. Métodos de Avaliação de impacto Contrafactual ....................................... 10

1.3.2. Métodos de Avaliação de impacto com base em teoria ............................ 10

1.4. Extensão Universitária ........................................................................................... 12

1.4.1. Qualidade da acção dos projecos de extensão universitária ................... 13

1.4.2. Projecto de Extensão Universitária ............................................................... 14

1.4.3. Avaliação da acção de extensão universitária ............................................ 15

CAPÍTULO II- METODOLOGIA, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS


RESULTADOS ....................................................................................................................... 17

2.1. Tipos de pesquisa ...................................................................................................... 17

2.2. Métodos e técnicas fundamentais ........................................................................... 17

2.2.1. Métodos de Nível Teórico .................................................................................. 17

2.2.2. Métodos de Nível Empírico ................................................................................ 18

2.2.3. Método de nível estatístico ................................................................................ 18

2.3. População e amostra ................................................................................................. 19

2.3.1. População ............................................................................................................. 19

2.3.2. Amostra ................................................................................................................. 19

2.3.3. Critérios de selecção da amostra ..................................................................... 19

2.3.4. Instrumentos utilizado para recolha de informações ..................................... 20

2.4. Caracterização da investigação ............................................................................... 20

2.4.1. Projecto Orientação às Famílias de Crianças com Necessidades Educativas


Especiais .......................................................................................................................... 21

2.5. Procedimentos da investigação ............................................................................... 23

2.6. Análise e Interpretação dos Resultados dos Instrumentos Aplicados aos


Estudantes envolvidos no projecto OFCNEE, aos Professores da Escola do Ensino

xi
Especial de Caxito e às Famílias de Crianças com Necessidades Educativas
Especiais. ............................................................................................................................ 23

2.6.1. Análise e Interpretação dos Resultados da aplicação do questionário


dirigido aos estudantes envolvidos no projecto Orientação às Famílias de
Crianças com Necessidades Educativas Especiais. (Ver anexo I) ........................ 24

2.6.2. Análise e Interpretação dos Resultados da entrevista dirigida aos


professores da Escola do Ensino Especial de Caxito. (ver anexo II) .................... 28

2.6.3. Análise e interpretação da Entrevista dirigida às Famílias de crianças com


Necessidades Educativas Especiais (ver anexo III) ................................................. 30

CAPÍTULO III – RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DO IMPACTO SOCIAL DAS


ACÇÕES DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA DO PROJECTO ORIENTAÇÃO ÀS
FAMÍLIAS DE CRIANÇAS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS ...... 33

CONCLUSÕES ...................................................................................................................... 39

SUGESTÕES ......................................................................................................................... 40

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 41

ANEXOS ................................................................................................................................. 43

xii
1

INTRODUÇÃO

A Extensão Universitária, por um lado, constitui uma via para a produção de


conhecimentos com vista a transformação social, onde os extensionistas transmitem
conhecimentos e aprendem do saber popular e das boas práticas fortalecendo as
actividades de ensino e investigação. Por outro lado, os diferentes grupos e actores
da sociedade civil participam e beneficiam-se com a aquisição de novos
conhecimentos e o desenvolvimento das suas competências, habilidades e práticas.

Na Escola Superior Pedagógica do Bengo (ESPB) a extensão universitária é


encarada como o espaço de confluência de vários interesses em simultâneo -
educativos ou formativos, de investigação e de transformação da realidade social
circundante. Desta feita, os projectos de extensão universitária respondem, por um
lado, aos desafios internos de desenvolvimento da instituição, nomeadamente, a
necessidade de conferir o centro do processo de ensino-aprendizagem ao estudante.
Por outro lado, ao actuar no limite da fronteira entre a ESPB e a comunidade, constitui-
se no processo pelo qual o sentido de responsabilidade social da ESPB se evidencia
de forma rápida e eficaz, pois a sua realização concretiza-se mediante o estreitamento
de parcerias com outras instituições da sociedade angolana e a promoção da
internacionalização da instituição.

Segundo Ramirez e Cunha (2017), nos últimos anos as ações de extensão


vêm alcançando ganho em importância. Para este autor, este é o momento ideal que
a universidade deve pensar e repensar as suas práticas de extensão, pois, se forem
valorizados os aspectos elitistas e tradicionais, em detrimento das práticas de inclusão
social, ou a omissão desse aspecto, a universidade não deixará de se configurar como
uma ferramenta de exclusão social,

Com base no pensamento do autor já mencionado, surge o presente trabalho


com o objectivo de avaliar o impacto social das acções de extensão universitária
desenvolvidas na ESPB, através do projecto Orientação às Famílias de Crianças com
Necessidades Educativas Especiais (OFCNEE). Uma vez que a avaliação institucional
do impacto social das acções de extensão universitária procura garantir a melhoria
contínua do padrão de qualidade das actividades académicas realizadas pelas
Instituições do Ensino Superior (IES), os resultados da presente investigação
pretendem contribuir na avaliação do impacto social das acções de extensão
universitária realizadas na ESPB para, de algum modo, ajudarem em decisões
2

estratégicas da instituição, na mensuração das acções e na motivação dos


participantes das mesmas.

Ao longo das práticas desenvolvidas no projecto em estudo, foi possível


constatar as seguintes irregularidades:

 Falta de avaliação da continuidade da utilização das acções elaboradas pelos


estudantes do projecto OFCNEE no contexto familiar;
 Necessidade de avaliar o impacto das acções de extensão universitária
realizadas através do projecto OFCNEE na formação académica dos
estudantes envolvidos
 Necessidade de avaliar o impacto das acções de extensão universitária
realizadas através do projecto no desenvolvimento pessoal dos estudantes
envolvidos.

Questão de partida

Através das irregularidades constatadas formulou-se a seguinte pergunta de


partida, orientadora desta investigação:

 Que impacto social trazem as acções de extensão universitária do projecto


Orientação às Famílias de Crianças com Necessidades Educativas Especiais?

Objecto de Investigação

 Avaliação do impacto social das acções de extensão universitária.

Campo de Acção

 Impacto social das acções de extensão universitária do projecto Orientação às


Famílias de Crianças com Necessidades Educativas Especiais.

Objectivos da investigação

Objectivo Geral

O objectivo geral definido para esta investigação consiste em:

 Avaliar o impacto social das acções de extensão universitária do projecto


Orientação às Famílias de Crianças com Necessidades Educativas Especiais.
3

Objectivos específicos

Através do objectivo geral foram definidos os objectivos específicos que vão


permitir atingir o objectivo geral. Como tal, os objectivos específicos desta
investigação são:

 Fundamentar as bases teóricas que sustentam o estudo sobre o impacto social


dos projectos de Extensão Universitária;
 Diagnosticar o estado actual sobre o impacto social das acções de extensão
universitária do projecto OFCNEE;
 Apresentar os resultados do impacto social das acções de extensão
universitária do projecto Orientação às Famílias de Crianças com
Necessidades Educativas Especiais.

Estrutura do trabalho

O presente trabalho está constituído em três capítulos, dos quais:

O primeiro capítulo que se foca na fundamentação teórica com as bases que


sustentam avaliação, de um modo geral, e, em particular, a avaliação do impacto
social bem como extensão universitária e sua relevância;

O segundo capítulo que faz menção sobre a pesquisa utilizada, os diferentes


métodos e técnicas fundamentais que permitem diagnosticar o campo de acção,
assim como análise e interpretação dos resultados dos instrumentos aplicados:

Já o terceiro e último capítulo, apresenta os resultados da avaliação do


impacto social das acções de extensão universitária do projecto OFCNEE, através da
teoria da mudança, respondendo assim, de forma concludente, ao desiderato dessa
investigação.
4

CAPÍTULO I - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1. Avaliação

Trabalhar a questão da qualidade significa trabalhar com a questão da


avaliação, pois a qualidade e a avaliação são dois segmentos que se completam de
modo indissociável.

Para Trigueiro (1992 citado por Rodrigues, 2003), a qualidade e a sua busca
é, essencialmente, uma questão de avaliação. Há necessidades de se avaliar para se
desenvolver a qualidade e há necessidade de se avaliar e inovar a própria avaliação.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e


Cultura [UNESCO] (1999, p. 183), “avaliação é um processo de colecta e tratamento
de informações pertinentes, válidas e confiáveis, permitindo aos agentes responsáveis
tomar as decisões que se impõem, para melhorar as acções e os resultados”.

Para Rodrigues (2003, p. 28), “a avaliação é identificação, esclarecimento e


aplicação de critérios defensáveis para determinar o valor, a qualidade, a utilidade, a
eficácia ou a importância do objecto avaliado em relação a estes critérios”.

Como podemos ler nos conceitos acima apresentados, qualquer avaliação


requer escolhas e tomadas de posição, eleição de determinados aspectos ou
dimensões a serem focalizados, bem como a colocação em planos secundários de
outros aspectos e/ou dimensões.

1.1.1. Características da Avaliação

Dias (2000) apresenta três características escenciais da avaliação enquanto


ferramenta imprescindível na gestão em qualquer gestão:

 A estreita relação com os processos de decisão;


 A dimensão mais projectiva do que mera constatação de factos consumados;
 O movimento permanente de reflexão sobre a acção em processos e o
envolvimento com aspectos valorativos.

1.1.2. Função da Avaliação

Segundo Santos (2014) a avaliação exerce um papel relevante na identificação


dos factores que interferem na qualidade, sejam eles positivos ou negativos, levando
a instituição a reflectir sobre o processo e assumir a responsabilidade efectiva do
planeamento da organização.
5

Para este auto, a avaliação tem uma função prospectiva pois conduz à
formulação de novas ideias, de novas propostas e tem por finalidade guiar a acção ou
os esforços dos actores empenhados na actividade, especialmente os formadores e
os formandos. Salienta ainda que a avaliação deve produzir mudanças nas acções, o
que pode acontecer em dois momentos: durante avaliativo ou após o processo.

1.1.3. Classificação da Avaliação

Na perspectiva de Santos (2014), a avaliação pode ser classificada em três


tipos, segundo suas modalidades ou funções das quais: Avaliação diagnóstica que
objectiva identificar a história de desenvolvimento de projecto já implementado, oisto
é, seus pontos fortes e verificar as causas de repetidos problemas no seu
desenvolvimento e pontos a serem fortalecidos; A avaliação de desempenho que,
para ele, objectiva identificar os pontos a serem melhorados durante o
desenvolvimento do projecto para implementar melhorias. Já o útimo tipo é a
Avaliação do Nível de Satisfação, que objectiva tomar decisões finais sobre o projecto,
no sentido de classificar, aprovar, garantir a sua continuidade ou exclusão.

Pode se entender que a avaliação diagnóstica e a de desempenho, estas,


ocorrerm ou podem decorrer durante o desenvolvimento do projecto. Já a Avaliação
do Nível de Satisfação ao final do desenvolvimento do projecto, para obtenção de
resultados e tomada de decisões.

1.1.4. Abordagens da avaliação

Quanto aos tipos de abordagem, segundo Gabinete de Avaliaçao e Auditoria


[GAA] (2014), a avaliação pode ser abordada do ponto de forma qualitativa ou
quantitativa, como também se podem considerar ambas as abordagens. A Abordagem
quantitativa possibilita um julgamento de valor baseado em um número limitado de
parâmetros e indicadores, identificados e descritos em termos numéricos e enfatiza a
quantificação como factor de descrição do objecto a ser avaliado. Nesta abordagem,
as informações obtidas são generalizáveis e estabelecem uma análise comparativa a
outras iniciativas semelhantes. Já a qualitativa possibilita um julgamento de valor
baseado em uma quantidade rica e detalhada de informações sobre o objecto a ser
avaliado, através de discussões ou entrevistas com os participantes e os apoiadores.
Nesta abordagem, o que se busca é entender o significado que o objecto em avaliação
tem para os participantes e os apoiadores.
6

1.1.5. Métodos da avaliação

Quanto aos métodos, na abordagem do GAA (2014), a avaliação envolve


diferentes métodos e técnicas ou instrumentos para obtenção de informações.

Na sua perspectiva, os métodos avaliativos podem ser classificados como:


métodos não-invasivos, aqueles que na sua aplicação não implicam qualquer tipo de
interacção entre os avaliadores e os participantes do processo. Nestes métdos
constituem-se como elementos de análise as pistas físicas, notas de observação,
documentos e arquivos. Já os métodos invasivos são os implicam a interacção do
avaliador com os participantes do processo para obtenção de dados quantitativos e
qualitativos. Neste método, os dados quantitativos são obtidos mediante a utilização
de instrumentos como testes, questionários, levantamento de valores, atitudes e
comportamentos, já os dados qualitativos são obtidos mediante os instrumentos de
observação, entrevista e análise de portfólio (GAA, 2014).

1.1.6. Modalidades avaliativas

Sob uma mesma designação, e assumindo referenciais genéricos comuns,


podem distinguir-se várias formas de prática avaliativa, desempenhando papéis e
funções distintas entre si. Sem que haja um consenso na classificação dessas práticas
avaliativas, salientam-se aqui três tipologias que, obedecendo a critérios diferentes,
se complementam. Nesta investigação assume-se a perpectiva de Rodrigues (2003)
que apresenta duas modalidades de avaliação das quais: a avaliação externa (ou
hétero avaliação) e a interna.

Para este autor, a avaliação externa (ou hétero avaliação) acontece quando
esta é levada a cabo por pessoas que não participam directamente na actividade
avaliada. A mesma é realizada por pessoas com competência técnica e científica,
reforçando uma capacidade de visão globalizante do projeto e da acção.

Ao contrário da avaliação externa, a avaliação interna, segundo Santos


(2014), é aquela que é desenvolvida por pessoas que fazem parte do projecto ou
grupo a ser avaliado onde o avaliador possui relação com o grupo.

1.2. Avaliação de Impacto Social

Do latim impactus, o impacto é o conjunto de mudanças produzidas pela


intervenção de um programa, projecto ou acção. Estas mudanças podem ser
7

intencionais e não intencionais, positivas e negativas, directas e indirectas, GAA


(2014)

Para Santos (2014, p. 57), “avaliação do impacto social é um processo de


analisar, calcular e monitorizar as mudanças de uma intervenção”.

A Avaliação de Impacto Social inclui os processos de análise, monitorização


e gestão das consequências sociais intencionais e não intencionais de intervenções
planeadas (políticas, programas, planos, projectos) e quaisquer processos de
mudança social gerada por essas intervenções (GAA, 2014).

1.2.1. Resenha histórica

Historicamente é difícil ter uma noção exacta da data de início da prática de


Avaliação de Impacto Social. Mas, é de salientar que derivou, em grande parte, da
Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) que surge como resposta à Lei Nacional de
Política Ambiental (LNPA), ou National Environmental Policy Act (NEPA), em Inglês,
de 1969, nos Estados Unidos da América (Sept, Naylor & Weston 2011).

As primeiras referências a Avaliação de Impacto Social ou Social Impact


Assessment (SIA), em Inglês, surgem em 1973 crescendo como conceito e como base
de estudo teórico e prático cerca de 10 anos depois. Apesar das referências desta
época é consensual que este tema nunca foi tão actual como hoje. Nas décadas de
70, 80 e 90 nomes como Wolf (1975) Finsterbusch (1985) trouxeram este tema para
uma discussão académica e de terreno através da investigação-ação que lhes
permitiu recolher inúmeros exemplos de boas-práticas em diferentes instituições,
ajudando-as a seguir uma mesma linha orientadora no que à avaliação e mensuração
do seu trabalho social diz respeito através da criação do Comitê Inter-organizacional
de Directrizes e Princípios para Avaliação de Impacto Social (CIDPAIS), ou Inter
organizational Committee on Guidelines and Principles for Social Impact Assessment
(ICGPSIA), em inglês (Esteves, 2012).

1.2.2. Avaliação do Impacto social do conhecimento

Segundo Lima (2014, p. 89), “no âmbito das IES, a ideia que fundamenta o
conceito de impacto social é a de apropriação e utilização do conhecimento pela
sociedade”.

Para Santos (2014), o conceito de impacto social do conhecimento é definido


como o benefício recebido por indivíduos ou grupos de indivíduos, por uma
8

organização, por um sector de actividades, por um campo científico ou, ainda, pela
sociedade em geral, originado por processos relacionados à geração ou disseminação
do conhecimento, e ao ensino, realizados no âmbito de instituições de ensino e
investigação.

Segundo a Associação para Avançar Escolas Colegiais de Negócios [AAECN]


(2008), nas IES, o conhecimento ou contribuição intelectual pode ser gerado por meio
da investigação científica. No entanto, cabe observar que a contribuição intelectual
não se restringe às publicações realizadas em periódicos científicos. A investigação
científica realizada nas IES relaciona-se a actividades planejadas para prover
respostas a questões que possuem importância prática ou teórica, o que inclui análise
do comportamento nas organizações e do contexto social e económico que as
envolve.

1.2.2.1. Modelo de análise e avaliação do impacto social do conhecimento

O modelo para análise e avaliação do impacto social do conhecimento


produzido pelas IES, segundo Esteves (2012), pode ser retrospectivo, aquele que é
realizado por meio da reconstrução histórica da sequência de processos de
conhecimento e seus efeitos, ou prospectivo aquele que estabelece as possibilidades
de uso do conhecimento no início de um projecto de investigação.

Rodrigues (2003) para além dos dois modelos já mencionados, apresenta


ainda um outro modelo de avaliação denomidano in itinere. Para este autor, “a
avaliação In Tenere, aquela que é feita quando o projecto ou programa está em curso
e em um nível avançado de realização”. (Rodrigues, 2003, p. 92). Esse tipo de
avaliação destina-se a assegurar o acompanhamento das acções implantadas, para
confrontar com os impactos projectados”.

1.2.3. Combinação de Fontes de Informação para Avaliação do Impacto Social

Para Paul (2014), as avaliações de impacto realizadas isoladamente de outras


fontes de informações são vulneráveis, tanto tecnicamente quanto em termos da sua
efectividade potencial, pois, sem informações sobre a natureza e o conteúdo do
programa para contextualizar os resultados da avaliação, os gestores de políticas
ficam em dúvida em relação ao porquê de determinados resultados terem, ou não,
sido atingidos.
9

Para este autor, Deste modo, os dados qualitativos, de monitoramento e


avaliações de processos são necessários para rastrear a implementação do programa
e examinar questões de processo que sejam críticas para informar e interpretar os
resultados das avaliações de impacto. Neste sentido, as avaliações de impacto e
outras formas de avaliação são complementares entre si, não substitutas.

1.2.3.1. Dados Qualitativos

Os dados qualitativos são um suplemento-chave para as avaliações de


impacto quantitativas, pois podem fornecer perspectivas complementares sobre o
desempenho do programa.

Para Bamberger e Woolcock (2010, p. 225). “As avaliações que integram


análises qualitativas e quantitativas são caracterizadas pelo uso de métodos
combinados”.

Para estes autores, as abordagens qualitativas incluem grupos focais e


entrevistas com beneficiários seleccionados ou outros informantes-chave.
(Bamberger & Woolcock, 2010).

1.2.3.2. Dados de Monitoramento e Avaliações de Processo

Segundo Para Paul (2014), os dados de monitoramento também são um


recurso crítico em uma avaliação de impact, pois permitem ao avaliador verificar quais
participantes receberam o programa, com que rapidez o programa está se
expandindo, como os recursos estão sendo gastos e, de maneira geral, se as
actividades estão sendo implementadas conforme planejado.

Finalmente, para Bamberger e Woolcock (2010, p. 230), “as avaliações de


processo enfocam como um programa é implementado e operado, avaliando se ele
está em conformidade com o desenho original, e documenta seu desenvolvimento e
operação”.

Segundo Abellea (1989, p. 110), “as avaliações de processos podem,


geralmente, ser efectuadas rapidamente e a um custo razoável. Nos pilotos e nas
etapas iniciais de um programa”.

1.3. Métodos para avaliação de impacto social

Para avaliar o impacto ssocial existe uma gama de metodologias, pois, a sua
escolha depende dos nossos objectivos.
10

Se pretendermos saber se uma determinada intervenção funciona, como


funciona e em que circunstâncias que a mesma funciona. Isso implica a adopção de
metodologias e aplica-las para obter os resultados desejados” (Antoniazi & Branco
2016).

Para este tipo de investigação, as autoras aimacitados apresentam dois


grupos de metodologias mais utilizadas para avaliação do impacto social: os Métodos
de Avaliação de Impacto Contrafactual e os Métodos de Avaliação de Impacto com
base em Teoria.

1.3.1. Métodos de Avaliação de impacto Contrafactual

Para Antoniazi e Branco (2016), os métodos contrafactuais é um grupo de


metodologias de avaliação que consistem em verificar se uma intervenção faz ou não
a diferença, pois, apura os efeitos líquidos da intervenção e separa a investigação em
dois grupos: grupo de tratamento e o grupo de controle. A recolha de dados para este
tipo de metodologia é feita de forma aleatória e com um número elevado de
participantes, factor que faz com que este tipo de estudo acarrete várias limitações
tais como:

 Custos financeiros e de tempo: por se tratar de uma metodologia que evolve


um número elevado de participantes, leva muito tempo para se chegar aos
resultados e envolve muitos custos;
 Taxa de atrito: alguns elementos integrantes da investigação podem não
querer mais fazer parte da mesma,
 Spillovers quando o efeito do tratamento de um grupo transborda o outro e
acaba afectando as estimativas, ou seja, as diferenças entre os dois grupos
para a medição de impacto e os chamados
 Partial complance: quando as pessoas dos grupos não cumprem com o papel
com o qual não foram determinados naquele estudo, ou seja, as pessoas do
grupo de controle passam a participar do grupo de tratamento e vice-versa
(Antoniazi & Branco, 2016).

1.3.2. Métodos de Avaliação de impacto com base em teoria

Esse tipo de avaliação se baseia em pressupostos e hipóteses que se


organizam de forma lógica. Existem várias metodologias neste grupo, o mais utilizado
é a Teoria da Mudança
11

1.3.2.1. A Teoria da Mudança

Philip (2012, p. 201), “a Teoria da Mudança (TM) é um processo rigoroso e


participatório onde os grupos, num processo de planeamento, articulam os seus
objectivos de longo prazo e identificam as actividades que acreditam ter de
desenvolver para que esses objectivos se cumpram”.

Segundo Antoniazi e Branco (2016), a TM é uma metodologia de


planeamento, mensuração e avaliação de programas que surgiu na década de 1990.
Tem um passado prévio, mas este passado tem um início no final dos anos 50
começando a construir-se a partir do livro de Kirkpatrick intitulado Quatro Níveis de
Aprendizagem: Modelo de avaliação ou Four Levels of Learning Evaluation Model, em
inglês, ao qual foi complementado o trabalho de Daniel Stufflebeam (S.d), conhecido
pelos seus modelos lógicos (Recursos->Actividades->Outputs (Resultados) -
>Outcomes (resultados finais) ->Impacto).

a) Funcionamento da Teoria da Mudança

Para compreender em que consiste a TM e como é aplicada Desarrollo (2010)


reforça que é importante realçar que as organizações devem pensar em três aspectos
prévios que, apesar de poderem ser alterados, servirão de orientação para o
processo:

1. Qual é o objectivo final do projecto ou programa?


2. Qual é o objectivo por detrás da execução da Teoria da Mudança? (Ex: ajudar
em decisões estratégicas da organização, comunicação a financiadores,
mensuração do trabalho, motivação dos colaboradores)
3. Quem deve estar incluído no processo?

O esquema da Teoria da Mudança, de acordo com Vogel (2010), traduz-se


em 5 conceitos interligados que funcionam de forma sequencial (do 1º ao 5º),
conforme ilustra a figura abaixo:
12

Figura n.º 1- Representação da Teoria da Mudança

Fonte: Vogel (2010).

Pode-se assim dizer, a TM liga recursos a actividades que por sua vez estão
ligados a resultados de curto prazo (outputs) que tendem a gerar mudanças de curto
e médio-prazo (outcomes) que, nesta sequência lógica, geram impacto (Vogel, 2010).

Segundo Antoniazi e Branco (2016), é importante realçar a extrema


importância dos indicadores como base de mensuração dos outputs e outcomes. Não
existe um consenso quanto ao número de indicadores a serem utilizados podendo
variar muito consoante o projecto e quem o está a executar. Certo é que deve existir
pelo menos um indicador aliado a um objectivo para cada output e outcome. Os
indicadores podem ser quantitativos ou qualitativos.

1.4. Extensão Universitária

A extensão universitária, segundo Neto (2005 p. 59), “é um processo


educativo, com acções de carácter científico, cultural e artístico, de integração da
universidade na sociedade com a possibilidade de aprendizagem do saber popular e
científico”.

Para Ima-Panzo (2018, p.115), a extensão universitária “é a transformação da


realidade social pela prática académica de utilização e de produção de conhecimento
em interacção dialógica com a comunidade”.
13

1.4.1. Qualidade da acção dos projecos de extensão universitária

Segundo Barbisan (2000), toma-se como princípios gerais na avaliação da


qualidade da acção dos projectos de extensão universitária através dos seguintes
indicadores de qualidade:

A articulação extensão, ensino, Investigação:

 Extensão-ensino: significa transformação no processo pedagógico, isto é,


conceito ampliado de sala de aula; educação superior crítica, que forme o
profissional cidadão, com competência técnica, ética e política;
 Interdisciplinaridade: produção de conhecimento de forma integrada e
associada à investigação e ao ensino e oportunidade aos discentes de uma
actuação conjunta com outros campos de conhecimento.
 Extensão-investigação: significa produção de conhecimento que contribua
para a melhoria das condições de vida da população; prioridade às
metodologias participativas; formação de indivíduos com capacidade
investigativa e criativa visando criação e transformação de conhecimentos em
produtos que possibilitem transformações sociais.
 Interacção universidade-sociedade: significa operacionalizar a relação
teoria-prática; promover a troca entre saberes académico e popular; Prestação
de serviços numa dimensão emancipatória e não assistencialista.

O compromisso social:

 Empenho nas transformações sociais, e participação nos movimentos sociais;


 Participação na elaboração e discussões das políticas públicas voltadas para a
maioria da população;
 Parcerias e convénios no âmbito do poder público e da sociedade civil;
 Uso de metodologias que propiciem a participação das populações na condição
de sujeitos e não na de meros espectadores;
 Produção do conhecimento de forma integrada e com base nas prioridades do
local, da região, do país.

Já a Universidade Federal de Minas Gerais [UFMG] (2001, p. 28) “a avaliação


da qualidade das acções de extensão é feita através dos projectos de extensão”. As
outras acções de extensão (cursos, eventos, prestação de serviços e produtos
académicos) tomam como base o projecto implementado. Para esta Universidade, a
14

avaliação contempla os componentes qualitativos e quantitativos de forma inter-


relacionada.

Pode-se assim dizer, os interlocutores da avaliação da extensão


seleccionados neste estudo apresentam parâmetros ou critérios muito próximos e,
que se complementam. Há uma preocupação principalmente quanto aos parâmetros
de indissociabilidade ou articulação da extensão com as outras actividades de ensino
e de investigação, com o compromisso da universidade com a sociedade, com o
compromisso institucional de incorporação da extensão nos moldes formais das
actividades de ensino e investigação e com a produção académica.

Para Dias (2000, p. 23), “a implementação dos parâmetros e dos indicadores


nas avaliações das acções de extensão universitária depende das especificidades de
cada IES, do modelo construído e do propósito que se pretende buscar”.

1.4.2. Projecto de Extensão Universitária

Os projectos de extensão são propostas de actuação na realidade social de


natureza académica, que contemplem a relação ensino - investigação - extensão.
Compreende acções pontuais e contínuas de carácter educativo, social, cultural,
científico ou tecnológico, com um objectivo específico e prazo determinado, que
podem ser estruturados nas seguintes modalidades: Curso, evento, prestação de
serviço, acção comunitária, acção voluntária, publicação e outros produtos
académicos (Dias, 2000).

1.4.2.1. Características

Ima-Panzo (2018) apresenta 4 elementos essenciais que fazem parte da


estrutura de um projecto de extensão universitária: Justificação, Metodologia, Ensino-
Investigação-Comunidade e Recursos.

A justificação refere-se a Área Temática/Linha de Extensão Universitária; a


Metodologia está relacionada com as actividades ou modalidades de extensão que
serão desenvolvidas através do projecto e os intervenientes do mesmo; os Recursos
referem-se aos (recursos) humanos, logísticos e financeiros; já a componente Ensino-
investigação-comunidade
15

1.4.3. Avaliação da acção de extensão universitária

Segundo Ribeiro e Ima-Panzo (2019. p. 83), “a acção de extensão


universitária é entendida como projecto ou programa que tem como finalidade a
resolução de um problema social de algum tipo, a transformação da realidade social”.

Segundo Rodrigues (2003, p. 102) “toda a avaliação da acção de extensão


universitária deve demonstrar a qualidade do que se produz na extensão, abranger
todas as acções de extensão, propiciar a credibilidade do que a extensão produz, ser
qualitativa e quantitativa”

Já a Universidade Federal do Rio Grande do Sul [UFRGS] (2000) propõe um


modelo institucional de avaliação da acção de extensão universitária constituído de
um conjunto de indicadores que avaliam a comunidade interna e externa, a estrutura
institucional, o desempenho e as mudanças sociais geradas pelas acções
extensionistas (eficácia e efeitos colaterais).

1.4.3.1. Momentos e processos de avaliação institucional

Considerando os momentos de um processo de avaliação institucional, tem-


se a auto-avaliação institucional ou avaliação interna, a avaliação externa e a
reavaliação. Segundo Barbisan (2000), a auto-avaliação é desenvolvida pelos
integrantes da própria instituição e coordenada pelas comissões responsáveis. Este
tipo de avaliação possibilita um momento de reflexão e um estudo crítico de cada
instituição sobre suas diversas dimensões, levando em conta a participação de
professores, alunos e funcionários, e gerando um diagnóstico técnico que permite um
projecto de planeamento com o qual a comunidade universitária se sinta identificada
e comprometida.

A hetero-avaliação ou avaliação externa é desenvolvida por especialistas de


outras universidades, empregadores, ex-alunos e representantes de associações de
classe. Este grupo de avaliadores externos analisam os relatórios de avaliação interna
e produzem o seu próprio relatório evidenciando os pontos positivos e negativos
relativos à qualidade do currículo, disciplinas, corpo docente, aspectos administrativos
e infra-estrutura, dentre outros. Para Barbisan (2000, p. 102), “a avaliação externa traz
à cena novos interlocutores, é o olhar de fora complementando a visão crítica em
relação à instituição.”
16

Para alé dos processos de avaliação institucioal apresentados pelo autor


acima citado, Dias (2000), apresenta um terceiro momento, a reavaliação, que para
ele, é o momento de síntese, de identificar as convergências e divergências de todo o
processo avaliativo institucional.
17

CAPÍTULO II- METODOLOGIA, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS


RESULTADOS

Os aspectos candentes neste capítulo são sobre as abordagens dos


procedimentos metodológicos, desenvolvidos na investigação tendo em conta as
diferentes etapas, assim como a apresentação e discussão dos resultados obtidos.

2.1. Tipos de pesquisa

O método de pesquisa é a sucessão de passos a ser seguida em uma


investigação, para conseguir novos conhecimentos ou buscar formas de melhorar as
condições de vida de uma comunidade ou de pessoas, e abrange o ciclo completo da
investigação (Alvarenga, 2012). Em virtude da complexidade do tema e do problema,
surgiu a necessidade de não se basear apenas na aplicação de um único método de
investigação científica.

Para tal, o presente trabalho adequa-se no modelo de pesquisa mista,


qualitativo-quantitativo que para Creswell (2007), é um modelo quepreocupa-se em
recolher, analisar e interpretar tanto os dados qualitativos como os quantitativos em
um único estudo. Para o citado autor, os dados recolhidos são qualitativos quando
privilegiam a compreensão do comportamento a partir da perspectiva do sujeito da
investigação e o quantitativo quando a análise procurou determinar as quantidades
dos elementos que integram no colectivo.

2.2. Métodos e técnicas fundamentais

Para a realização deste trabalho, enquadrou-se o método geral Dialéctico-


Materialista, que norteou todo processo de investigação, assim como a integração
dos demais métodos particulares, nomeadamente: os de nível teóricos empíricos e de
nível estatístico (Creswell, 2007).

2.2.1. Métodos de Nível Teórico

 Histórico Lógico: está relacionado com o estudo de uma trajectória real dos
fenómenos e acontecimentos no decurso de uma etapa ou período. Permite
realizar uma abordagem teórica sobre o campo de acção (Marconi & Lakatos
2003).
 Indutivo – Dedutivo: na actividade científica complementam-se entre si, do
estudo de números casos particulares através da indução, consegue
determinar-se generalizações e leis empíricas que consta desta formulação,
18

deduzem-se novas conclusões lógicas que são sujeitas às comprovações


experimentais (Ramos & Naranjo, 2014).
 Análise e Síntese: serviu para dar mais importância a teoria e a prática da
informação obtida tanto no estudo teórico como no empírico que permitam
chegar à conclusão dos resultados alcançados e generalizando ao
enriquecimento da teoria pedagógica (Creswell, 2007).

2.2.2. Métodos de Nível Empírico

Métodos de acordo com Creswell (2007), são utilizados através de tentativas


e erros, é caracterizado pelo senso comum, e cada um compreende à sua maneira a
fim de dar uma resolução do problema. Permitindo a realização do trabalho de forma
experimental. Segundo o qual integrou-se as seguintes técnicas.

 Análise Documental: permitiu-nos revisar os relatórios, brochuras, editais


contribuindo na fundamentação teórica de diversos aspectos deste trabalho.
 Pesquisa Bibliográfica: possibilitou-nos na busca de conteúdos elaborados a
partir de materiais já publicados, constituído principalmente de livros, artigos e
com sites disponibilizados na Internet.
 Inquérito: esta técnica foi aplicada sobre a forma de questionário escrito, com
perguntas abertas e semi-abertas, dirigidas às famílias de crianças com NEE,
aos professores da Escola do Ensino Especial de Caxito e aos estudantes do
3.º e 4.º ano do curso de Licenciatura em Ensino da Psicologia incluídos no
projecto OFCNEE; com o objectivo de diagnosticar o estado actual do impacto
das acções de extensão universitária do projecto OFCNEE.
 Teoria da Mudança: É um método que se baseia em pressupostos e parte de
uma visão de longo prazo, explica como é que uma intervenção desencadeia
um conjunto de efeitos. Estabelece pressupostos e hipóteses e é acompanhado
de uma narrativa e de um diagrama e ao mesmo tempo identifica indicadores.
Estabelece como se deve medir as mudanças de uma intervenção, quer
intermédias, quer as de longo prazo (Antoniazi & Branco 2016).

2.2.3. Método de nível estatístico

Usamo-lo de forma complementar para revelação das tendências e relações


dos fenómenos, podem ser descritivamente e inferencialmente para o processamento
19

das informações, que permitiram sintetizar, interpretar e apresentar os dados


percentuais através de gráficos (Creswell, 2007).

2.3. População e amostra

2.3.1. População

A população de acordo com Alvarenga (2012), é o universo do estudo, no qual


se apresentam as características que se deseja estudar de forma a generalizar o
resultado do estudo. Para a presente pesquisa, tivemos como população: 94
estudantes do 3.º e 4.º incluídos no projecto Orientação às Famílias de Crianças com
NEE, 24 professores da Escola do Ensino Especial de Caxito e 45 famílias de crianças
com NEE.

2.3.2. Amostra

Amostra é um subconjunto que se constitui, e deve ser um reflexo real do


conjunto da população (Alvarenga, 2012). A amostra é a representatividade da
população pelo que se pretende recolher a informação.

Assim sendo, a presente investigação contou com uma amostra de 30


estudantes incluídos no projecto que correspondem a 31%, 15 famílias de crianças
com NEE (35,7%) e 8 professores da Escola do Ensino Especial de Caxito (33,3%)
perfazendo um total de amostra de 53 elementos, conforme ilustra a tabela abaixo:

Tabena nº1 – Caracterização da Amostra


CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
CATEGORIA POPULAÇÃO AMOSTRA %

Estudantes envolvidos no projecto 94 30 31,9

Famílias de crianças com NEE 42 15 35,7

Professores da escola especial 24 8 33,3

2.3.3. Critérios de selecção da amostra

Para a presente investigação, foi utilizado os seguintes critérios:

 Amostragem Aleatória Simples para os estudantes envolvidos no projecto


OFCNEE e as famílias de crianças com NEE. Para Diehl e Tatim (2004), este
tipo de amostragem é utilizada quando cada membro do grupo da população
tem a mesma probabilidade de ser escolhido.
20

 Amostragem não probabilística para os professores da Escola do Ensino


Especial de Caxito. Neste critério não são utilizadas as formas aleatórias. O
pesquisador se dirige de forma intencional aos elementos considerados típicos
da população que deseja estudar (Diehl & Tatim 2004).

2.3.4. Instrumentos utilizado para recolha de informações

Nesta pesquisa, utilizou-se os seguintes instrumentos:

 Questionário semi-estruturado com questões abertas e fechadas dirigidas aos


estudantes com o objectivo de diagnosticar o impacto das acções realizadas
através do projecto na sua formação académica e no desenvolvimento pessoal;
 Entrevista às Famílias de Crianças com Necessidades Educativas Especiais
nas famílias das crianças com NEE e aos professores da Escola do Ensino
Especial de Caxito com o objectivo de diagnosticar o estado actual do impacto
das acções de extensão universitária do projecto Orientação nas famílias de
crianças com NEE e no processo de ensino e aprendizagem das crianças com
NEE.

2.4. Caracterização da investigação

O presente trabalho é um estudo de caso realizado no projecto de extensão


universitária, na Escola Superior Pedagógica do Bengo, Orientação às Famílias de
Crianças com Necessidades Educativas Especiais inscrito no Observatório da
Educação e de Desenvolvimento Social (OBEDS) da mesma instituição, tem como
objectivo avaliação do impacto social das acções de extensão universitária do mesmo
projecto.

Primeiramente fez-se pesquisa bibliográfica através dos relatórios, brochuras,


cartazes e dísticos com informações relacionados ao projecto em estudo,
posteriormente, fez-se um inquérito por questionário nos estudantes envolvidos no
projecto com objectivos de diagnosticar o impacto das acções de extensão realizadas
através do projecto em estudo na formação académica e no desenvolvimento pessoal
dos mesmos. Feito isso, se teve um contacto com as famílias de crianças com NEE e
aos professores da Escola do Ensino Especial de Caxito para diagnosticar a eficácia
21

e eficiência dos resultados obtidos através das acções realizadas pelos estudantes do
projecto junto das famílias de crianças com NEE.

2.4.1. Projecto Orientação às Famílias de Crianças com Necessidades


Educativas Especiais

O projecto em estudo segundo Escola Superior Pedagógica do Bengo [ESPB]


(2017), visa o aprofundamento das práticas educativas desenvolvidas pela ESPB, e
ao mesmo tempo, se afigura como uma oportunidade de apoiar psicológica e
materialmente as famílias de crianças com necessidades educativas especiais e tem
como objectivo orientar as famílias de crianças com NEE para que aprendam a
entender e potenciar o desenvolvimento integral dos seus filhos a partir dos primeiros
anos de vida.

O mesmo surge através do diagnóstico feito junto da escola do Ensino


Especial de Caxito e nas famílias das crianças especiais que nela frequentam onde
constatou-se a falta de conhecimento, por parte dos pais, das NEEs que os seus filhos
apresentam, franca e pouca sensibilização dos pais com as NEEs que os filhos
apresentam, deficiente empatia da família para com as crianças que apresentam NEE,
pouca comunicação com os filhos que apresentam NEE, dificuldades dos pais na
orientação das crianças com NEE, falta de interacção dos pais com a escola onde
frequentam os seus filhos, falta de alternativas metodológicas, por parte dos
professores da escola do ensino especial, para orientação familiar (ESPB, 2017).

2.4.1.3. Metas metas do projecto

Diante das dificuldades identificadas, o projecto traço as seguintes metas:

 Melhorar a preparação dos estudantes envolvidos no projecto quanto as


vias de orientação familiar em trabalhos com crianças que apresentam NEE.
 Capacitar os profissionais do Ensino Primário quanto as vias de orientação
familiar em trabalhos com crianças que apresentam NEE
 Elaborar folhetos com acções para orientar as famílias com crianças que
apresentam NEE.
 Elaborar e publicar um Manual de Auxílio às Famílias de Crianças com NEE
 Realizar de monografias.
22

2.4.1.5. Metodologia de Execução do Projecto

Para alcançar os seus objectivos, o projecto traçou as seguintes metodologias


(ESPB, 2017): Realização de Seminário de Especialização sobre as NEE e as
alternativas de acções para a orientação familiar com vista a sugerir modificações
curriculares e de modo a tornar as Escolas do Ensino Primário cada vez mais
inclusivas (destinada aos professores do Ensino Geral da província do Bengo e
estudantes incluídos no projecto) e a constituição de grupos de trabalhos com 3
estudantes cada, dos quais, se designam as responsabilidades individuais e grupais
e que se coordenará com as diferentes organizações em instituições participantes
para um apoio material.

a. Ações a realizar pelos grupos

Após a constituição dos grupos, os mesmos são encarregues de fazer um


diagnóstico familiar para determinar as necessidades básicas de orientação das
famílias de crianças com NEE e exploração das suas potencialidades.

b. Sequência de acções trabalhadas junto das famílias de crianças com NEE

Junto das famílias, primeiro se faz uma sensibilização das mesmas perante a
problemática, leva-se a cabo uma espécie de divulgação comunitária com vista a
influenciar directamente as famílias e a comunidade. Após isso, se empreende a
exploração dos problemas que as mesmas apresentam quanto à educação de seus
filhos.

A seguir, determina-se as necessidades básicas de aprendizagem que as


famílias das crianças com NEE precisam (aqui não é tão importante que se analisem
todas as dificuldades, como o facto de que todos as assumam, quer dizer, que
reconheçam que essas são suas necessidades educativas).

Após a determinação dasdificuldades, o grupo desenvolve as medidas ou


acções educativas que contribuirão para a superação das necessidades reconhecidas
(ESPB, 2017).
23

c. Formas de orientação desenvolvidas pelo projecto

Para a orientação familiar, o projecto dispões as seguntes:

 Oficinas de orientação familiar.


 Consultas de orientação familiar.
 Dinâmica familiar.
 Entrevista de orientação vivencial
 Sessão de treinamento familiar.
 Marcha simbólica com o lema: ¨Plena participação e igualdade ¨
 Danço terapias (por sessões): ¨Futuro sem barreiras ¨.
 Portas abertas (Escola Especial e comunidade);
 Apresentação: das actividades realizadas pelo projecto.
 Demonstração: demonstra-se a realização dos exercícios, actividades ou
tarefas detalhadamente de forma directa empregando meios de ensino com
o menino (a) e a família, por fim, comprova-se o nível de satisfação.

(ESPB, 2017).

2.5. Procedimentos da investigação

Sendo que o objectivo da investigação é avaliar o impacto social das acções


de extensão universitária realizadas através do projecto em estudo, elaborou-se
questionários que foram aplicados aos estudantes envolvidos no projecto, e,
posteriormente entrevista às famílias de crianças com NEE e aos professores da
escola do Ensino Especial de Caxito.

2.6. Análise e Interpretação dos Resultados dos Instrumentos Aplicados aos


Estudantes envolvidos no projecto OFCNEE, aos Professores da Escola do
Ensino Especial de Caxito e às Famílias de Crianças com Necessidades
Educativas Especiais.

Nesta epígrafe, faz-se a análise e interpretação dos resultados da aplicação


dos instrumentos de recolha de dados aplicados agentes participantes das acções de
extensão universitária do projecto OFCNEE, nomeadamente:
24

 Aos estudantes incluídos no projecto de modo a colher informações sobre o


impacto das acções de extensão universitária realizadas no projecto no seu
desenvolvimento pessoal e académico bem como colher sugestões para a
melhoria das acções de extensão universitária desenvolvidas no projecto:
 Aos professores da Escola do Ensino Especial de Caxito para perceber o
impacto das acções desenvolvidas pelos estudantes incluídos no projecto junto
das famílias no processo de ensino e aprendizagem das crianças com NEE;
 Às famílias de crianças com NEE para avaliar o grau de satisfação bem como
o resultado das acções de extensão universitária realizadas pelos estudantes
incluídos no projecto junto delas.

2.6.1. Análise e Interpretação dos Resultados da aplicação do questionário


dirigido aos estudantes envolvidos no projecto Orientação às Famílias de
Crianças com Necessidades Educativas Especiais. (Ver anexo I)

Questão nº 1. Para esta questão, os resultados representados no gráfico nº


2 (ver anexo VI) dos instrumentos aplicados mostram as respostas dos estudantes
envolvidos no projecto orientação às famílias com NEE e, observa-se que a maioria
dos estudantes (53%) se inscreveu por se identificar com o projecto. Os estudantes
que foram convidados a participar ocupam o 2º lugar (27%) enquanto apenas 3% não
têm opinião, de igual modo com os que se inscreveram por um outro motivo.

Os resultados acima mostram que o projecto OFCNEE vai de acordo com os


interesses e o perfil de formação dos estudantes pelo facto dos estudantes se
identificarem com o mesmo. Assim sendo, podemos corroborando com Ribeiro e Ima
Panzo (2019), as acções desenvolvidas no âmbito do projecto concorrem para a o
desenvolvimento integral dos alunos e têm uma vinvulação curricular.

Questão nº 2. Quanto a esta questão, conforme ilustra o gráfico nº 3 (ver


anexo VII) categorizou-se as respostas em 3 grupos: 1.º- dos que definiram a extensão
universitária como sendo a investigação feita no Processo de Ensino e Aprendizagem;
2.º - Ligação entre a Universidade e a sociedade; 3.º - Os que não têm opinião quanto
à questão.
25

Este dado mostra que a maioria dos estudantes do projecto (40%) não tem
opinião sobre o que é a extensão universitária. Dos estudantes que definiram a
extensão universitária, uma minoria (26%) definiu de forma correcta com o conceito
voltado à relação da universidade com a comunidade com vista a resolver um
problema social. A maioria (33,3%) definiu-a como sendo a investigação que se faz
no Processo de Ensino e Aprendizagem. Deacordo com os resultados, preocupu a
presente investigação os estudantesapresentarem dificuldades em definir a axtensão
universitária, pelo que, nos remete a reflectir que os professores das disciplinas de
Introdução à Pesquisa Científica e de Seminário I e II da ESPB não ensinam a
extensão universitária como uma via para produção deconhecimento.

Questão nº 3. Para esta questão, os resultados, conforme ilustra o gráfico nº


4 (ver anexo VIII) a título do gráfico n. º 3, mostram que a maioria (63%) dos inquiridos
não apresentou uma fonte por não terem definido a extensão universitária. Ocupa o
2.º lugar (27%) os que definiram a extensão universitária através do projecto em que
participam.

Já para os que definiram a extensão universitária através de livros (7%) e nas


disciplinas durante o curso de licenciatura ocupam uma minoria (3%).

Estes dados mostram que os estudantes envolvidos no projecto OFCNEE não


lêem sobre a extensão universitária, pelo que, a necessidade urgente dos professores
das disciplinas de Introdução à Pesquisa Científica e de Seminário I e II da ESPB
ensinarem a extensão universitária como uma via para produção deconhecimento de
modo que os estudantes sintam-se motivados e investigarem sobre a temática.

Questão nº 4. Para esta questão, as dificuldades apresentadas pelos


estudantes estão relacionadas com a interacção com as crianças com NEE e a
aceitação pelas suas famílias.

No que concerna a superaração das dificuldades encontradas os professores


da Escola do Ensino Especial e os docentes envolvidos no projecto OFCNEE foram
os que contribuiram, capacitando-os do ponto de vista metodológicopara que tais
situações fossem ultrapassadas.
26

No que toca a maior facilidade, de acordo com as respostas dos estudantes,


observou-se nas sessões de palestras e reuniões realizadas pelo projecto junto das
famílias de crianças com NEE e dos professores da Escola do Ensino Especial de
Caxito onde os estudantes eram chamados a orientar as mesmas.

Diante do resultado da questão nº 4, observa-se que o início das relações dos


estudantes envolvidos no projecto com a sociedade teve algumas dificuldades, fruto
da inexperiencia dos mesmos. Mas graças a intervenção dos docentes orientadores
dos mesmos, através de capacitações metodológicas tiveram a oportunidade de
supera-las. Facto que julga-se positivo e de extrema importância pois, as acções de
extensão serviram de mais uma oportunidade de aprendizagem.

Questão nº 5. Para esta questão, a maioria dos estudantes responderam que


sim e que têm observado a relação ensino/investigação através das actividades
desenvolvidas no projecto OFCNEE junto das famílias de crianças com necessidades
educativas especiais.

De acordo com as respostas da questão nº 5, compreende-se que as acções


de extensão realizadas através do projecto OFCNEE têm o carácter didático-
pedagógico da acção e possuem uma uma vinculação curricular, pois, o modo como
são desenvolvidas no sentido de resolução do problema social, são fundamentais para
caracterizar um projecto de extensão universitária, distinguindo de outros projectos
sociais que existam (Ribeiro & Ima-Panzo, 2019).

Questão nº 6. Para as respostas desta questão, expressas no gráfico nº 5


(Ver Anexo IX) O ponto de maior relevância encontrado nas respostas foi o de conciliar
a relação entre teoria/prática (26,7%) mais conhecida como práxis pedagógicas. Facto
que demonstra que as acções de extensão realizadas através do projecto têm
possibilitado aos alunos a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos na sala de
aula para o campo de acção, além de fazer a diferença no seu processo de formação
e futuro campo de actuação como educadores.

Outro aspecto levantado pelos participantes da investigação é a produção de


conhecimento (20%).O que implica que o projecto OFCNEE tem proporcionado um
retorno às investigações e aos estudos sobre NEE, o campo em que o projecto se
foca. Os estudantes envolvidos no projecto OFCNEE, enquanto investigadores,
27

alimentam-se de diversas fontes para enriquecerem a sua estrutura teórica, factor que
faz com que os mesmos não sejam meros reprodutores de conteúdos de livros ou de
fragmentos retirados aleatoriamente da Internet ou de obras de outrem. Esta
experiência vivida pelos estudantes envolvidos no projecto OFCNEE faz com que os
mesmos vão adquirindo as competências da pesquisa, fazendo com que saiam na
condição de objecto e tornando-se sujeito parceiro que actuará junto do orientador,
reconstruindo o seu conhecimento, de forma activa e participativa.

Questão nº 7. Os resultados expressos no gráfico n. º 6 (ver anexo X) quanto


a esta questão, mostram que as acções de extensão realizadas pelo projecto
OFCNEE têm contribuído para o desenvolvimento pessoal dos estudantes, com maior
índice (23,3%) no que concerne aprendizado em trabalho em equipe seguido da
responsabilidade social (20%) e fomento do espírito crítico e reflexivo (16%). Visto que
nenhum (0%) dos inquiridos ficou sem dar opinião.

Questão nº 8. Para os dados obtido quanto a esta questão, representados no


gráficonº7 (ver anexo XI) mostram que a maioria (55,6%) defendem que o projecto de
extensão universitária é uma contribuição da universidade para a sociedade.

Apesar de outros (27,8%) relatarem que a extensão universitária é uma


obrigação de toda universidade, e a minoria (16,7%) ter a concepção de que a
extensão universitária é uma área imprescindível para todo o curso, não fogem daquilo
que é o conceito de extensão universitária e também a função social da universidade
pois, o ensino, a investigação e a extensão universitária, no âmbito das universidades,
é uma de suas maiores virtudes e expressão de compromisso social, uma vez que
o exercício de tais funções é requerido como dado de excelência na Educação
Superior, fundamentalmente voltada para a formação académica e profissional
de docentes e discentes, à luz da apropriação e produção do conhecimento
científico (Santos, 2014).

Questão nº 9. Quanto a esta questão, os inquiridos responderam que o


projecto OFCNEE, através da coordenação, visitasse com frequência as famílias de
crianças com NEE na qual trabalham para melhor supervisão das acções.

Fundamentando-se nas observações relatadas, pode-se destacar que o


projeto de extensão universitária OFCNEE apresenta grandes contribuições para a
28

comunidade escolar e universitária, tornando-se imprescindíveis para o processo de


formação de seus intervenientes.

2.6.2. Análise e Interpretação dos Resultados da entrevista dirigida aos


professores da Escola do Ensino Especial de Caxito. (ver anexo II)

Questão nº 1. Quanto a esta questão, a maioria dos professores responderam


que é uma iniciativa boa porque é nas famílias onde começa a descriminação. E com
esse projecto, as famílias já sabem que devem valorizar o seu filho, já sabem como
lidar com o filho e como devem ajudar o seu filho. Como podemos ler no comentário
do P2: “As visitas que têm feito, tem ajudado bastante, tanto em casa como na escola,
tenho notado isso, na semana passada veio um menino acompanhado da mãe e mais
alguns estudantes do projecto. O menino apresenta hidrocefalia, mas a mãe só ficou
a saber através dos estudantes do projecto. Ela disse para mim que nunca soube o
tipo de NEE que o seu filho apresenta. Por tanto, o projecto não tem só ajudado as
famílias, mas, a escola e também a comunidade. Muitas pessoas estavam fora do
conhecimento das NEE, mas com a ajuda do projecto, já têm esse conhecimento,
(P2)”

De acordo com as respostas para a questão n.º 5, percebe-se que o projecto


tem servido como uma forma de apoio, não apenas para as famílias de crianças com
NEE, como também, para os Professores da Escola do Ensino Especial. O que faz
perceber que de certa forma, as acções trabalhadas pelo projecto junto das famílias
de crianças com NEE beneficiam também a escola na qual frequentam as crianças
com NEE.

Questão nº 2. Para esta questão, alguns professores disseram que uma ou


outra tem dado êxito, outros afirma que há uma mudança visível no processo de
ensino aprendizagem dos alunos com NEE cujas famílias são beneficiadas das
acções do projecto Orientação às Famílias de Crianças com NEE, como podemos ler
no comentário a seguir: “Pessoalmente consigo notar que as acções conseguiram
levantar a auto-estima dos alunos. Fazendo uma avaliação com os alunos que não
estão abrangidos no projecto, porque eu conheço todos, noto que há uma diferença.
Quando nos prestam atenção é outra coisa. (P7)”
29

Outro comentário sobre o êxito das acções do projecto Orientação ás Famílias


de Crianças com Necessidades Educativas Especiais é apresentado na resposta do
P5: “…de certa forma sim, nós temos notado que muitos alunos que no princípio, antes
da implementação do vosso projecto, eram alunos que apareciam assim um pouco
tímidas, não muito bem organizadas, a vontade de vir à escola era mais do próprio
aluno do que do encarregado. Mas agora temos notado que há melhorias, já aparecem
alunos organizados, já há uma preocupação dos encarregados em vir na escola. Os
meninos que estudam de manhã já aparecem com um pequeno lanche, não todos,
mas uma boa parte dos alunos. Eu acho que as famílias realmente, já estão a se
enquadrar nesse processo do ensino e aprendizagem dos seus filhos (P5)”

Diante das respostas da questão nº 2, pode se afirmar que o projecto


OFCNEE tem contribuido na inclusão e integração das crianças com NEE e na criação
de um ambiente familiar (crianças com NEE e a sua famílias), pois, através do
comentário acima, observa-se que já há uma preocupação dos pais para com os filhos
que apresentam NEE, facto que não acontecia antes.

Questão nº 3. Quanto à esta questão, as opiniões divergiram por parte de


alguns professores e convergiam por parte de outros. Entre as que convergiam, os
professores sugerem que o projecto OFCNEE continuasse com mesmo objectivo.
Enquanto para alguns, sugerem que o projecto OFCNEE não só se preocupasse com
as famílias de crianças com NEE, mas também com os professores que ensinam estas
crianças, como podemos ler nos comentários a seguir: “ Na minha opinião, que o
projecto não parasse, que continuasse. Que velasse também na aquisição da Língua
Gestual por parte das famílias que é uma das principais barreiras entre as famílias e
as crianças surdas porque nós ensinamos algo na escola, mas em casa a criança não
consegue se comunicar com os pais porque não percebem a linguagem gestual (P3)”.

Outro dado não menos importante está relacionado com o diagnóstico das
NEE das crianças que frequentam a Escola do Ensino Especial de Caxito, é possível
perceber, através do comentário do P8 que a escola não tem feito um diagnóstico nos
alunos para auferir o tipo de NEE que a criança apresenta. Pode-se ler no comentário
a seguir: “Eu quero bastante que os membros do projecto não parem com as
actividades, que olhem sempre para as crianças com NEE, especialmente aquelas
que têm autismo porque foi constatado algumas crianças com autismo aqui na escola,
30

foi graças ao diagnóstico que os estudantes do projecto fizeram. É provável que cá na


escola existam ainda mais (P8)”.

Pode se observar que apesar das acções do projecto apresentarem


resultados satisfatórios quer na escola quer nas famílias enas crianças com NEE,
verifica-se que a escola especial ainda enfrenta vários problemas que carecem de
intervenção e que o projecto deve optar na sensibilização como uma forma de
inserção de mais crianças com NEE no sistema de ensino.

Questão nº 4. Quanto a sugestão do P5, mostra a necessidade que os


professores da Escola do Ensino Especial de Caxito têm no que concerne a
preparação metodológica quanto ao ensino e as alternativas de acções para
orientação familiar. “Nós como professores também precisamos aprender, gostaria
que quando os estudantes da ESP terminam os seus estudos, que não parem de
visitar estas crianças. Que continuem a vir aqui na nossa escola, dando palestras ou
seminários. (P5)”

Pode se dizer que, para além do projecto trabalhar a questão da orientação


das famílias de crianças com NEE, deverá, talvez nos próximos tempos velar pela
questão da preparação metodológica dos professores da escola especial que
trabalham com as crianças com NEE, pois, verifica-se através comentários uma
necessidades deaprendizagem por parte dos profesores desta instituição.

2.6.3. Análise e interpretação da Entrevista dirigida às Famílias de crianças com


Necessidades Educativas Especiais (ver anexo III)

Questão nº 1. Quanto a esta questão, as famílias responderam que se


sentiram bem e que têm ajudado em muitas situações, como podemos ler no
comentário das Famílias 2 e 4: “ESSE projecto veio mais uma vez ajudar as famílias
de crianças com NEE. Pelo menos, os estudantes da Escola Superior Pedagógica
conseguiram nos ajudar em algo em que somente por nós, não conseguíamos
determinar (F2)”

“Para mim, eu sinto que é uma mais-valia. Se assim continuarem, eu acredito


que vão ajudar muitas famílias de crianças com NEE que também precisam de apoio,
(F4)”
31

Outro dado observado durante as respostas dos entrevistados quanto a esta


questão está pelo facto de os estudantes não simplesmente preocuparem-se com o
desenvolvimento das acções para orientar as famílias, mas também pelo sentimento
de amor ao próximo desenvolvido pelos estudantes, como podemos ler o relato no
comentário da F1: “Eu gostei porque a minha filha tem também problemas das vistas
e como eu não tenho tempo porque tenho bebé fresco, estão a ajudar a lhe levar no
hospital para marcar consulta também (F1)”

Questão nº 2. Quanto a esta questão, a maioria responderam sim. com essas


respostas percebe-se que o projecto OFCNEE tem se empenhado na reosolução das
necessidades básicas de aprendizagem apresentadas pelas famílias no convívio com
os seus filhos que apresentam NEE procurando assim alcançar o seu objectivo.

Questão nº 3. Para esta questão, as famílias responderam de acordo o tipo


de actividade que está a ser desenvolvida, como pode se ler nos comentários abaixo
das Família – 5 e 7: “Os vossos colegas estão a ensinar algumas brincadeiras que
nós temos que fazer com a minha filha (F5)”

“…Eles deram conselhos para a minha filha e também nos orientaram a forma
que devemos começar a lhe tratar em casa (F7)”

Questão nº 4. Quanto a esta questão, as famílias responderam que deve


sempre o projecto continuar a orientar as famílias e agradeceram a iniciativa tida pela
Escola Superior Pedagógica do Bengo, diferente da Família 9 que para além de
agradecer, sugeriu a implementação do projecto em outras zonas: “Que esse projecto
não pare só por aqui, que levem em outros municípios do Bengo e não só, como
também em todo país porque há muita gente nas nossas condições e que precisam
de apoio (F9)”

No entanto, as entrevistas feitas às famílias e aos professores revelam que o


projecto Orientação às Famílias de Crianças com Necessidades Educativas Especiais
apresenta resultados significativos que de certa forma, tem provocado mudanças no
contexto social, isto é, no convívio familiar das crianças com NEE e no processo de
ensino e aprendizagem destas crianças através das acções que tem realizado junto
das famílias.
32

Pode se dizer que os estudantes realizam acções com crianças com NEE,
bem como com as suas famílias, de modo a aliviar os efeitos da exclusão dessas
crianças. Percebe-se que estes prepararam as famílias no sentido de contribuírem
para o desenvolvimento das potencialidades das suas crianças. Pois estas são seres
e cidadãos e merecem atenção de qualquer um e de toda a sociedade

Corroborando com a ideia de Ribeiro e Ima-Panzo (2019) onde destaca que


a característica de um projecto de extensão universitária deve manifestar-se através
do modo como se desenvolvem as suas acções e a relação delas com o ensino, com
a investigação científica e a integração da comunidade, no sentido de resolução do
problema social.
33

CAPÍTULO III – RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DO IMPACTO SOCIAL DAS


ACÇÕES DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA DO PROJECTO ORIENTAÇÃO ÀS
FAMÍLIAS DE CRIANÇAS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS

Neste capítulo, apresenta-se a avaliação do impacto social das acções de


extensão universitária baseadas na Teoria da Mudança.

DIMENSÃO Nº 1 - Recursos

Sendo que os indicadores desta dimensão representados pelo gráfico nº 8


(ver anexo XII) o projecto é constituído por 5 docentes (5%) dos quais, apenas dois
(2) activos, 94estudantes (95%) do 3º e 4º ano do curso de licenciatura em ensino da
Psicologia.

O projecto OFCNEE faz parte da política interna da Extensão Universitária da


ESPB e conta com o financiamento, apoio logístico e condições de trabalho da
instituição com a supervisão do OBEDS, estrutura que articula o trinómio Ensino-
Investigação-Extensão na ESPB.

DIMESÃO Nº 2 Modalidades/Actividades

Para esta dimensão, o gráfico nº 9 (ver anexo XIII) de acordo com os relatórios
dos anos 2017 e 2018 arquivados no OBEDS, o projecto OFCNEE realizou acções de
extensão através dos grupos de trabalhos constituídos por estudantes, dos quais:

1. Cursos (7,7%) em 3 sessões de formação, nomeadamente:-Curso de


capacitação em educação Especial e Acções de Orientação Familiar, com o
objectivo de preparar do ponto de vista teórico e metodológicos, os estudantes
envolvidos no projecto para actuarem diante da realidade social; - Curso de
formação sobre Educação Especial e as alternativas de acções para
orientação familiar, dirigido aos chefes de gabinetes psicopedagógicos das
escolas do ensino primário do município do Dande como objectivo de
contribuir para preparação teórica e metodológica os profissionais do Ensino
Primário no sentido de melhorar o trabalho com as famílias de crianças com
NEE devido as modificações curriculares que operam nas escolas do Ensino
Primário de modo a torna-las cada vez mais inclusivas;
34

2. Eventos (15,4%) dos quais 6 nas seguintes tipologias:-Festival Recreativo


e Cultural com as famílias e crianças com NEE e a Comunidade - Após a
preparação metodológica dos estudantes incluídos no projecto, realizou-se
um diagnóstico junto da Escola do Ensino Especial de Caxito onde observou
várias dificuldades, desde a falta de interacção entre os encarregados de
educação com a escola, a falta de conhecimento da NEE, por parte dos
encarregados, que os filhos apresentavam, a falta de interacção com os seus
filhos. Daí que realizou-se um conjunto de actividades com as famílias, escola
e as crianças com NEE que culminou com o festival, no qual se trabalhou o
potencial artístico das crianças com NEE através da ludo-terapia e danço-
terapia onde foram envolvidos os encarregados de educação, professores da
escola especial, comunidade em geral e os estudantes incluídos no projecto
com o objectivo de contribuir na satisfação das NEE e se proporcione às
famílias ferramentas necessárias para o trabalho com as crianças que
apresentam NEE em vínculo com a comunidade, e, sensibilizar aos pais sobre
as principais dificuldades na orientação dos seus filhos com NEE;
3. Todos Somos Iguais e O Papel da família na Orientação das crianças
com NEE - O projecto OFCNEE desenvolveu a sua 1.ª palestra com o lema:
“Todos somos Iguais” na Escola do Ensino Especial, tendo como o objectivo
sensibilizar as famílias sobre as práticas educativas de seus filhos com NEE
nas comunidades, e a 2.ª palestra com o objectivo de partilhar conhecimentos
com as famílias de crianças com NEE, num contexto de estreita aproximação;
4. Campanha de sensibilização - intitulada: inclusão social das pessoas com
NEE e com a duração de uma semana, os estudantes envolvidos no projecto
OFCNEE passaram de porta-a-porta distribuindo folhetos sobre orientação as
famílias de crianças com NEE onde constavam sugestões para famílias
utilizarem com os seus filhos com NEE que visavam desenvolver diferentes
habilidades através de exercícios simples;
5. Prestações de Serviços (76,9%), através dos grupos de trabalhos
constituídos por três a dois estudantes, 30 famílias foram orientadas, com
acções psicopedagógicas práticas com vista a desenvolver diferentes
habilidades nos seus filhos com NEE. Através de um diagnóstico feito pelos
estudantes, foi possível identificar as NEE que as crianças apresentam e as
35

dificuldades que as famílias enfrentam no trabalho com a criança, Ver Anexo


XVI

DIMESÃO Nº 3 - Produtos

Nota-se, através do gráfico nº 10 (ver anexo XIV) o projecto OFCNEE teve


como resultados:

1. Monografias (23,1%) fruto das acções desenvolvidas junto das famílias de


crianças com NEE como contributo prático na resolução de problemas que
várias famílias enfrentam na educação de seus filhos com NEE;
2. Comunicações (13,5%) o projecto OFCNEE participou com os estudantes
em eventos científicos, apresentando os resultados e as metodologias
utilizadas na elaboração das suas acções de extensão como objectivo
estimular a participação activa dos seus estudantes em projectos
interdisciplinares de investigação científica e extensão, desenvolvendo o
pensamento crítico-reflexivo e promover, por meio dela, a divulgação dos seus
trabalhos;
3. Licenciados (61,5%) as actividades realizadas pelos estudantes envolvidos
no projecto, junto das famílias de crianças com NEE, resultaram da
elaboração de monografias, para obtenção do grau de licenciatura, com
acções práticas que visam orientar as famílias de crianças com NEE;
4. Publicação (1,9%) em algumas famílias, as acções de orientação familiar
concluídas foram compiladas para a elaboração da primeira publicação do
projecto OFCNEE intitulada Manual de Auxílio às famílias de Crianças com
Necessidades Educativas Especiais.

DIMESÃO Nº 4 – Output/Resultados

As actividades e produtos da extensão do projecto OFCNEE estão sendo


impulsoras de mudanças e benefícios tanto no âmbito interno da ESPB como no
âmbito externo, pois, observa-se que a sociedade civil da província de Caxito,
município do Dande, tem participado das acções de extensão universitária realizadas
através do projecto OFCNEE e se beneficia com a aquisição de novos conhecimentos
e o desenvolvimento das suas habilidades e práticas no que concerne ao trabalho
com as crianças com NEE e a participação nas mais diversas áreas, assim como, no
36

processo de ensino e aprendizagem das crianças com NEE e na inclusão social das
mesmas.

Por outro lado, em certa medida, as acções de extensão estão sendo


relevantes e efectivas na indução de mudanças positivas em prol do desenvolvimento
social e da excelência no ensino, investigação e extensão. Nota-se que na esfera
interna os professores e os estudantes em sua interacção com a sociedade civil tem
transmitido conhecimentos e aprendem destas práticas fortalecendo as actividades
de ensino e investigação. A participação do projecto é notável na resolução de alguns
problemas na sociedade e, por sua vez os resultados dessa transformação social na
vida académica dos seus integrantes.

DIMESÃO Nº 5 –Outcome/Resultados Finais

As acções de extensão universitária realizadas através do projecto OFCNEE


causaram um impacto significativo na vida social dos seus intervenientes, pois, a nível
de algumas escolas do Ensino Primário, no município do Dande, foram
implementados Gabinetes de Apoio Psicopedagógico cujos chefes nomeados são os
professores capacitados no curso sobre Educação Especial e as Alternativas de
Acções para a Orientação Familiar, ministrado pelo projecto.

Outro dado importante, fruto do concurso público de acesso, realizado pelo


Ministério da Educação Ciência e Tecnologia, em 2018, foram apurados alguns
estudantes, membros do projecto OFCNEE, onde um deles, à pedido da Escola do
Ensino Especial de Caxito e da Direcção Municipal da Educação do Dande junto da
Direcção Provincial da Educação do Bengo, foi colocada na Escola do Ensino Especial
de modo a apoiar a instituição, fruto das experiências adquiridas no projecto OFCNEE,
de modo a auxiliar no trabalho com as famílias de crianças com NEE.

Por tanto, é visível a relação dialógica entre o projecto e a comunidade através


do modo como o projecto capacita os seus membros de modo a terem uma boa
preparação na actuação frente aos desafios da comunidade, a forma como está
actuação contribui na transformação e desenvolvimento de competências, habilidades
e atitudes por parte dos mesmos. (ver anexo V)
37

Avaliação do impacto social das acções de extensão universitária do projecto


OFCNEE

Através da teoria da mudança, foi possível demonstrar os resultados das


acções de extensão universitária realizadas através do projecto OFCNEE. Por se
tratar da avaliação de impacto social das acções de extensão universitária, e de
acordo com os objectivos da nossa investigação, para atribuir a avaliação qualitativa,
dividiu-se em duas dimensões: Impacto na Dimensão Académica e o Impacto na
Dimensão Social.

Desta feita, atribui-se a seguinte avaliação qualitativa:

Tabela nº 2 - Quadro de avaliação


AVALIAÇÃO
DIMENSÃO INDICADORES
Bom Regular Mau

Relação Extensão-Ensino X

Interdisciplinaridade X
ACADÉMICA
Relação Extensão-Investigação X

Interacção Universidade-sociedade X

Empenho na transformação social x

Parcerias e convénios no âmbito do


X
poder público e da sociedade civil

Uso de metodologias que propiciem a


SOCIAL participação da população na condição
X
de sujeitos e não na de meros
espectadores

Produção do conhecimento de forma


integrada e com base nas prioridades X
do local

Fonte: Barbisan (2000) e adaptação do autor.

A tabela acima ilustra a avaliação do impacto das acções de extensão


universitária em duas dimensões, a académica e a social.
38

A Dimensão Académica permitiu a sua avaliação através dos indicadores:


Relação Extensão-Ensino, Interdisciplinaridade, Relação Extensão/Investigação e a
interacção Universidade/Sociedade:

Relação Extensão/Ensino, que está relacionado com o processo de ensino e


aprendizagem dos seus agentes (estudantes envolvidos) através das possibilidades
de aprendizagem fora da sala de aula que as acções de extensão universitária
desenvolvidas pelo projecto oferecem ao estudante. Manifesta-se também através da
transformação do processo de ensino e aprendizagem, pois, as acções de extensão
desenvolvidas através do projecto OFCNEE concorre na formação de profissionais
cidadãos com competência técnica, ética e de responsabilidade social.

A Interdisciplinaridade, que envolve aspectos como a produção de


conhecimento de forma assimilada e articulada à investigação e ao processo de
aprendizagem e ensino, dando oportunidade aos estudantes para uma acção conjunta
com outras áreas de conhecimento.

A Extensão/Investigação está estreitamente relacionada com a produção de


novo conhecimento contribui na melhoria das condições de vida das famílias de
crianças com NEE; permitindo a participação activa da comunidade neste processo.

Já interacção Universidade/Sociedade tem a ver com a forma como o projecto


em estudo operacionaliza a relação entre teoria e prática, promovendo o intercâmbio
entre saberes académico e popular e a forma como o projecto participa na resolução
dos problemas sociais numa dimensão emancipatória e não assistencialista.

Já na Dimensão Académica avaliou-se os aspectos relacionados com a forma


como o projecto OFCNEE tem se empenhado na transformação social através das
suas acções de extensão, parcerias e convénios no âmbito do poder público e da
sociedade civil e a forma como desenvolve as acções de extensão universitária que
permitem a participação da população como sujeitos e não de simples observadores.
39

CONCLUSÕES

Diante do exposto, refere-se que, as bases teóricas permitiram compreender


a evolução da extensão universitária, enquanto ferramenta imprescindível, que as IES
possuem para articular os conhecimentos científicos com os populares.

Através da aplicação dos métodos e das técnicas de investigação, conseguiu-


se fazer o diagnóstico sobre o estado actual do impacto das acções de extensão
universitária do projecto Orientação às Famílias de Crianças com necessidades
Educativas Especiais.

As entrevistas dirigidas aos estudantes e professores da escola especial


envolvidos no projecto, por serem os protagonistas das acções de extensão
universitária que o projecto desenvolve, permitiram identificar o impacto das acções
de extensão na sua formação e o seu grau de comprometimento com as mesmas.
Através das famílias de crianças com NEE orientadas pelo projecto identificou-se o
grau de satisfação e o impacto causado nelas.

Portanto, através da Avaliação do Impacto Social com base na teoria da


Mudança, reconheceu-se as dimensões às quais revelaram que o projecto OFCNEE
apresenta resultados que provocaram mudanças significativas nos estudantes e nas
famílias de crianças com NEE, denotando-se transformação no processo de ensino e
aprendizagem, no desenvolvimento integral da personalidade e no contexto social.
40

SUGESTÕES

Tendo em conta as conclusões apresentadas, em consonância com os


desígnios dos resultados da presente investigação que têm como sustento o
diagnóstico e a análise realizada ao longo da investigação, sugere-se o seguinte:

 Que as acções de extensão universitária desenvolvidas por meio de projectos


da ESPB sejam avaliadas para garantir a sua eficiência e eficácia;
 Que os projectos de extensão universitária da ESPB apliquem as estratégias
utilizadas nesta investigação e que surjam novas investigações relacionadas à
avaliação do impacto social das acções de extensão universitária;
 Que se crie um órgão institucional encarregue de avaliar as acções de extensão
universitária desenvolvidas através dos projectos de extensão universitária da
ESPB de modo a garantir a melhoria contínua do padrão de qualidade das
actividades académicas desenvolvidas através da extensão universitária na
instituição.
41

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Proposta de um modelo institucional: Dados e Indicadores. Porto Alegre

Vogel, I. (2010). Revisão do Uso da Teoria da Mudança no Desenvolvimento


Internacional.
ANEXOS
ANEXO Nº I –Questionário dirigido aos estudantes envolvidos no projecto

QUESTIONÁRIO DIRIGIDO AOS ESTUDANTES INSCRITOS NO PROJECTO DE EXTENSÃO


UNIVERSITÁRIA
Estamos a fazer um estudo sobre Avaliação do Impacto Social das Acções de Extensão
Universitária: Estudo de caso do Projecto Orientação às Famílias de Crianças com
Necessidades Educativas Especiais da Escola Superior Pedagógica do Bengo. O presente
questionário tem como objectivo: Colher informações sobre o impacto das acções de extensão
universitária na formação académica dos graduados de licenciatura.
A tua informação é de extrema importância para a nossa investigação.
Idade_____ Género: M F Curso: Pedagogia Psicologia Ano académico: 3º

1. Quais forma os motivos que o levaram a inscrever-se no projecto?


Me identifiquei com o projecto
Fuiconvidado (a)
Já não havia outro projecto
Não tenho opinião

2. Você pode definir o que é Extensão Universitária?


_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
________________________
Qual a fonte de informação que você buscou
para definir o que é Extensão?
Nas disciplinas durante o curso de
licenciatura
Durante o projeto de extensão em que
participo
No site de busca – Google
Num livro
Não tenho opinião

3. Qual é a actividade que você teve maior facilidade e maior dificuldade no Projeto?
a. Facilidade:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
______
b. Dificuldade:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
______
Você conseguiu superar a sua dificuldade? Sim Não . Se sim, como?
_________________________________________________________________________________
____
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
________
4. Sua participação no projecto de extensão permitiu a você verificar a relação
ensino/investigação e extensão?
Sim Não . Se sim, de que forma? _____________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

Em que aspecto o projeto de extensão contribuiu para o seu


desenvolvimento académico?
Realizar atividades que não são encontradas na grelha curricular do
curso
Desenvolver micro projeto de extensão universitária
Integração entre teoria e prática na formação profissional
Ser protagonista do processo de ensino e aprendizagem enquanto
estudante
Praticar ensino
Socialização e produção do conhecimento
Cooperação e colaboração na resolução de problemas na sociedade
Não Tenho opinião

Em que aspecto o projeto de extensão contribuiu para o seu


desenvolvimento Pessoal?
Ser menos tímido (a) e conseguir falar em público
Ter mais iniciativa
Saber trabalhar em equipe
Ser mais criativo (a)
Ter mais segurança
Educação para a cidadania
Responsabilidade social
Fomento do espírito crítico e reflexivo
Facilitação para a minha orientação vocacional
Não Tenho opinião

Como você vê o papel de um projeto de extensão numa


universidade?
É uma obrigação de toda universidade fazer extensão
É uma contribuição da universidade para sociedade
É uma área imprescindível em todo curso
Não tenho opinião

5. O que você recomendaria para um bom desempenho nas atividades de extensão que se
realiza no projecto?
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
ANEXO Nº II - Guião de entrevista dirigido aos professores da Escola do Ensino Especial

Estamos a fazer um estudo sobre o impacto social dos projectos de extensão


universitária. A presente entrevista tem como objectivo colher informações sobre o
impacto das acções do projecto orientação ás famílias de crianças com NEE no
processo de ensino e aprendizagem das crianças com NEE.

1. Enquanto professor da Escola do Ensino Especial, o que tens a dizer sobre o


trabalho do projecto Orientação às Famílias de Crianças com NEE nas famílias
de alguns alunos desta Instituição?

2. Será que as acções (actividades) desenvolvidas pelos estudantes do projecto


junto das famílias na orientação das suas crianças com NEE têm tido impacto
no processo de ensino e aprendizagem das mesmas?

3. Que sugestões o professor tem a dar para melhorar o trabalho com as famílias
de crianças com NEE?
ANEXO Nº III - Guião de entrevista dirigido às famílias de crianças com NEE

Estamos a fazer um estudo sobre o impacto social dos projectos de extensão


universitária. A presente entrevista tem como objectivo colher informações sobre o
grau de satisfação das famílias das crianças com NEE beneficiadas das acções do
projecto OFCNEE;

1. Como o se sentiu ao ver os estudantes do projecto Orientação às Famílias de


Crianças com Necessidades Educativas Especiais em vossa casa para
ajudarem em como orientare o vosso filho com NEE?

2. Será que as acções (actividades) que estes estudantes do projecto trabalharam


com vocês correspondem com as dificuldades que enfrentavam na orientação
do vosso filho com NEE?

3. Que tipo de acções (actividades) os estudantes trabalharam com com vocês?

4. O que a família gostaria que os estudantes do projecto fizessem, para além das
acções (actividades) que trabalharam com vocês?
ANEXO Nº IV – Grelha de observação do comportamento dos entrevistados

ANEXO Nº V- Gráfico n. º 1- Caracterização da amostra

GRÁFICO N.º 1- CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA


94

42
35.7 33.3
30 31.9
24
15
8

Estudantes incluídos no Famílias de crianças com Professores da escola


projecto NEE especial
POPULAÇÃO AMOSTRA %
ANEXO Nº VI - Gráfico nº 2 – Resposta dos estudantes quanto aos motivos que os levaram
a se inscreverem no projecto de extensão universitária.
Resposta dos estudantes quanto aos motivos que os levaram a se
inscreverem no projecto de extensão universitária.

100

53

27 30
16 13
8 4 1 3 1 3

Já não havia
outro projecto
Fui
Me identifiquei com vagas para Não tenho
convidado(a) a Outro motivo TOTAL
com o projecto inscrição de opinião
participar
novos
estudantes
Nº 16 8 4 1 1 30
% 53 27 13 3 3 100

Nº %

ANEXO Nº VII - Gráfico nº 3 - Categoria das respostas quanto ao conceito de extensão


universitária

Categoria das respostas quanto ao conceito de extensão universitária


100
100
80 40
60 33,3 26,6 30
40 10 8 12
20
0
Investigações do Ligação entre a Não tenho TOTAL
PEA Universidade e a opinão
Comunidade
Fr 10 8 12 30
% 33.33 26.67 40.00 100.00
AXIS TITLE

Fr %

ANEXO Nº VIII - Gráfico nº 4 – Resposta dos estudantes quanto a fonte de informação


utilizada para definir Extensão Universitária”
Resposta dos estudantes quanto a fonte de informação utilizada para
definir Extensão Universitária 100

63

27 30
19
1 3 8 2 7
0 -
Nas Durante o
disciplinas projeto de No site de
Não tenho
durante o extensão busca – Num livro TOTAL
opinião
curso de em que Google
licenciatura participo
R 1 8 0 2 19 30
R %
% 3 27 - 7 63 100

ANEXO IX- Gráfico nº 5 – Resposta dos estudantes quanto a questão “Em que aspecto
o projecto de extensão contribuiu para o seu desenvolvimento académico”

CONTRIBUIÇÃO DO PROJECTO OFCNEE NO DESENVOLVIMENTO ACADÉMICO DOS


ESTUDANTES

Respostas %

93
26.7

20.0
16.7

30
13.3

10.0
6.7

6.7
8

6
5
4

3
2

2
Realizar Ser protagonista
Cooperação e
atividades que Desenvolver Integração entre do processo de
Socialização e colaboração na
não são micro projeto teoria e prática ensino e Não Tenho
produção do resolução de TOTAL
encontradas na de extensão na formação aprendizagem opinião
conhecimento problemas na
grelha curricular universitária profissional enquanto
sociedade
do curso estudante
Respostas 4 2 8 5 6 3 2 30
% 13.3 6.7 26.7 16.7 20.0 10.0 6.7 93

ANEXO X- Gráfico nº 6 – Resposta dos estudantes quanto a questão “ Em que


aspecto o projeto de extensão contribuiu para o seu desenvolvimento pessoal”
C ONTR IBUIÇ Ã O DO P R OJ EC TO OFC NEE NO
DES ENVOLVIMEN TO P ES S OAL DOS ES TUDANTES

Respostas %

77
23.3

20.0

30
16.7
13.3
6.7

6.7

6.7
3.3

3.3
7

5
4
2

2
1

-
0
Ser Fome Facilit
Saber Educ
meno Resp nto ação Não
Ter trabal Ser Ter ação
s onsa do para Tenh
mais har mais mais para
tímid bilida espíri a o Total
inicia em criati segur a
o (a) de to minh opini
tiva equip vo (a) ança cidad
e social crític a ão
e ania
con… o e… orie…
Respostas 2 2 7 1 1 4 6 5 2 0 30
% 6.7 6.7 23.3 3.3 3.3 13.3 20.0 16.7 6.7 - 77

ANEXO XI - Gráfico nº 7 – Resposta dos estudantes quanto ao papel de um projeto


de extensão universitária numa universidade.
RESPOSTA DOS ESTUDANTES QUANTO AO PAPEL DE UM PROJETO DE
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NUMA UNIVERSIDADE.

100
55.6
27.8 16.7
0.0

É uma obrigação É uma É uma área Não tenho TOTAL


de toda contribuição da imprescindível opinião
universidade universidade em todo curso
fazer extensão para sociedade

%
ANEXO Nº XII - Gráfico nº 8 - DIMESÃO Nº 1 - Recursos

DIMESÃO Nº 1 - RECURSOS
94 95 99 100

5 5

Estudantes Docentes TOTAL


Fr %

ANEXO Nº XIII - GRÁFICO Nº 9 - DIMESÃO Nº 2 Modalidades

GRÁFICO Nº 9 - DIMESÃO Nº 2
MODALIDADES
100.0
76.9
30 39
3 7.7 6 15.4

Cursos Eventos Prestação de Serviços TOTAL


Fr %
ANEXO Nº XIV – Gráfico N. º 10 - DIMESÃO Nº 3 – Produtos

GRÁFICONº 10 - DIMESÃO Nº 3 - PRODUTOS


100.0

61.5
52
32
23.1
12 7
13.5
1 1.9

Monografias Comunicações Licenciados Publicação TOTAL

Fr %

ANEXO Nº XV – Resultados das acções de extensão universitária do projecto


OFCNEE representados na Teoria da Mudança
Consequências para
Dimensã

Produtos Mudança
Actividades / o Público
Recursos ou Permuta
o

Modalidades Outputs Participante


Social
/Outcomes

5 docentes e Orientação às 12 94 estudantes da ESPB Criação de


94 estudantes Famílias de monografias; 7 capacitados em gabinetes de
do 3.º e 4.º ano Crianças com comunicações Educação Especial e apoio
do curso de NEE; Cursos em eventos Orientação Familiar; 34 psicopedagógi
Indicadores

Licenciatura sore Orientação nacionais e chefes de Gabinetes co nas escolas


em Ensino da Familiar; internacional; psicopedagógicos do Ensino
Psicologia Palestras e 32 licenciados capacitados em Primário do
Campanhas de e 1 publicação Orientação Familiar; 30 Município do
sensibilização famílias orientadas sobre Dande
sobre NEE como trabalhar com seus
filhos com NEE;

RESULTADOS
Fase IMPLEMENTAÇÃO
ESPERADOS/ALCANÇADOS
ANEXO Nº XVI – Caracterização das NEE e habilidades desenvolvidas com as
famílias
HABILIDADES NÚMERO DE
TIPO DE NEE %
DESENVOLVIDAS FAMÍLIAS
TEA (Transtorno do Habilidades Básicas
4 13,3
Aspecto Autista) Comunicação

Transtorno de Cooperação
3 10,0
conduta Valores
Interacção Social
Deficiência
Habilidades Académicas 8 26,7
Intelectual
Habilidades Sociais
Comunicação
Síndrome de Dawn Habilidades Sociais 4 13,3
Interacção Social
Desenvolvimento da Memória
Surdez 7 23,3
Habilidades da vida diária
Habilidades Sociais
Cegueira 3 10,0
Desenvolvimento da Memória
Comunicação
Limitação Físico-
Habilidades Básicas 1 3,3
motora
Cálculos

TOTAL 30 100
ANEXO XVII – ACTIVIDADES DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA REALIZADAS NO
ÂMBITO DO PROJECTO

Marcha Simbólica

Actividade Recreativa e Cultural na Escola Especial de Caxito

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