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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE ARTES E LETRAS


DEPARTAMENTO DE MÚSICA

METODOLOGIA DA PESQUISA
PROJETO DE PESQUISA
TÉCNICA VOCAL

PROJETO DE PESQUISA

Tanise Sathes Bona

Santa Maria, RS, Brasil


2014
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METODOLOGIA DA PESQUISA
PROJETO DE PESQUISA
TÉCNICA VOCAL

Tanise Sathes Bona

Projeto de Pesquisa, disciplina Metodologia da Pesquisa,


Curso de Música, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM,RS)
Pesquisa sobre Técnica vocal.

Professora: Ziliane Teixeira

Santa Maria, RS, Brasil


2014

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Introdução
Esta pesquisa é sobre técnica vocal. Nesta pesquisa irei mostrar-lhes como
devemos cantar e até mesmo falar. Muitas pessoas não se importam com a voz, não
tomam certas precauções para ter uma voz saudável. Cantam como acham que
devem cantar, mas não sabem os riscos que podem ocorrer. Vamos conhecer o
nosso aparelho fonador, o sistema respiratório, como todos os órgãos trabalham em
conjunto para que o som seja emitido. Levando em consideração que os órgãos que
o constituem, tem outras funções primárias. Como é importante também a postura, a
articulação dentre outros, para que o canto não nos prejudique e também não seja
prejudicado.

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Questão-problema
Escolhi este tema, porque há vários problemas que podem ocorrer se não
temos o conhecimento da técnica vocal. Muitas pessoas que cantam às vezes não
tem esse conhecimento e com o passar do tempo perdem a voz. Nossas pregas
vocais são músculos que precisam ser trabalhados, se não exercitarmos toda vez
antes de cantar e até mesmo depois de cantar e termos todos os cuidados com a
voz, podemos criar feridas, especificando pólipos ou nódulos, que são causados
devido ao uso excessivo das pregas vocais.

Hipótese

Para que estes tipos de problemas como a falta de voz, fenda ou nódulos não
aconteça, precisamos apenas conhecer e praticar a técnica vocal, que ajuda as
pessoas a terem um bom desempenho vocal sem medo de que aconteca algum tipo
de problema. Vamos aprender como devemos cantar.

Objetivo

Gostaria de alcançar o maior número de pessoas com essa pesquisa, fazer


com que fosse do conhecimento de todos, a técnica vocal.

Justificativa

Porque precisamos cuidar de nossa voz? Porque é um meio de comunicação


e também é a nossa identidade, precisamos cuidar da nossa voz. Os cuidados com
a voz pode não ser muito importante para as pessoas, mas passaria a ser, se
soubessem todos os problemas que podem ocorrer com o abuso vocal.

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Referencial teórico

APARELHO FONADOR

Para começar, a voz ou instrumento vocal é formado por um conjunto de


partes do corpo humano, chamado aparelho fonador. O aparelho fonador tem vários
órgãos que são responsáveis pela produção da voz, mas esses órgãos tem outras
funções primárias como: respiração, mastigação entre outros, e como função
secundária a produção da voz.
Para que a fala ocorra, há uma modificação no funcionamento de
determinadas partes do corpo, ou seja, órgãos específicos são acionados
pra que resulte na produção de sons como forma de expressão da
linguagem humana. Para isso, há uma programação neurológica que
comanda “uma série de contrações e distenções musculares que provocam
o movimento de órgãos do corpo para produzir a fala”. (CAGLIARI, 2002, p.
17).

Segundo Silva e Yehia, o aparelho fonador se divide em: Parte respiratória,


parte fonatória e as partes articuladoras ativas e passivas.
Na parte respiratória temos: A Traquéia que é um tubo de aproximadamente
1,5 cm de diâmetro e 10-12 cm de comprimento. Se localiza abaixo da glote (espaço
livre para o ar entre as pregas vocais), paralelamente ao esôfago. Ela liga a laringe
aos brônquios, permitindo a passagem de ar até os pulmões.
Os pulmões são os principais órgãos responsáveis pela respiração. Eles se
unem pelos brônquios, que são continuação da traquéia. Os pulmões são
importantes para a fala, pois não é possível falar sem o processo da respiração.
Os brônquios são tubos do sistema respiratório que unem os dois pulmões
entre si e permitem a passagem de ar até eles. Os brônquios ainda se dividem em
bronquíolos, que por sua vez reúnem os alvéolos pulmonares.
E por último o diafragma que é um músculo responsável pelo controle da
pressão de ar nos pulmões, auxiliando nos processos de inspiração e expiração. O
diafragma se localiza abaixo dos pulmões. No processo de inspiração ele se
movimenta para baixo, podemos dizer que ele fica reto. E na expiração ele sobe
voltando a posição normal, que é como a forma de um “guarda-chuva” aberto.
No sistema fonatório temos então a laringe onde a voz é produzida. A laringe
é um órgão fibromuscular, que se situa entre a faringe e à traquéia, permitindo a

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passagem de ar entre esses órgãos. Ela reúne uma série de músculos e cartilagens,
tais como a tiróide e a epiglote. Entre esses músculos se encontram também as
dobras musculares que dão origem às pregas vocais – falsas e verdadeiras –
responsáveis pela obstrução da passagem da corrente de ar na laringe. A epiglote é
uma lâmina que se situa atrás da parte final da língua, separando a faringe da glote.
Através de seus movimentos (de abaixar e levantar), a epiglote determina se a
passagem para a laringe ou para o esôfago deve estar aberta, separando então, o
sistema respiratório do sistema digestivo. Se a epiglote não fechar a entrada de ar
para a faringe durante a deglutição ocorrerá o ato de engasgar.
A parte articulatória é constituída pelas cavidades supraglotais, pelas quais o
ar passa e é modulado, recebendo o timbre característico, conforme a configuração
da parte articulatória do aparelho fonador. As cavidades da parte articulatória ativa
são: cavidade oral temos os lábios, que servem para obstruir a passagem da
corrente de ar, os dentes, que servem também para a obstrução da passagem de ar
pela cavidade oral, a língua, que é o órgão mais importante na modulação dos sons,
da fala, as pregas vocais. Segundo Behlau e Rehder (2009) “muitas pessoas as
conhecem como cordas vocais, porém este termo é incorreto, já que não se tratam
de cordas como as do violão, mas sim de dobras ou pregas de musculatura”. As
pregas vocais afastam-se para que o ar entre nos pulmões e aproximam-se,
vibrando, para que a fonação ocorra, e por fim temos o palato mole que se torna
articulador ativo na produção da vibrante uvular, e a úvula que é a extensão do
tecido do palato mole, ela desempenha importante papel na determinação de sons
orais, nasais e da vibrante uvular.
As cavidades da parte articulatória passiva são: O palato duro que se localiza
aproximadamente no centro do céu da boca e também, a cavidade faríngea que se
localiza, aproximadamente, entre a úvula e a laringe. Devido a sua extensão, se
divide em três partes denominadas nasofaringe, orofaringe e laringofaringe. Esta
última se comunica com a laringe através da epiglote.
Também temos as cavidades de ressonância que é muito importante para o
canto. O corpo humano pode-se dizer que é como uma “caixa de ressonância”. Os
ressonadores são diferentes espaços do corpo para onde é direcionada a vibração
do som, dando qualidades diferentes para a voz. Nessa exploração expressiva da
voz é fundamental o trabalho com a respiração. O objetivo será conseguir uma

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coluna de ar livre, apoiada na musculatura da pélvis e do abdomên, que servirá de
apoio para a voz, e que então poderá ser direcionada para os diferentes pontos.
Um dos mais utilizados pelos atores seria o ressonador da cabeça, da fronte,
região frontal da cabeça, que normalmente está associado a emissões de sons mais
agudos. Ainda na cabeça, mais precisamente na face, temos como vibrar mais na
boca ou no nariz, constituindo mais dois ressonadores possíveis.
Quando estamos cantando sempre temos que sentir a cabeça, a face ou o
peito vibrar, se isso não ocorrer, é porque está se emitindo o som de forma incorreta.

CUIDADOS COM A VOZ

Entendendo um pouco sobre o aparelho fonador, fica mais fácil de


aprendermos a técnica vocal.
Cada indivíduo é dotado de diversas características na voz e, embora muitas
delas se encontrem na mesma categoria (soprano, contralto, tenor ou baixo),
existem determinadas diferenças, o que pode torná-las completamente desiguais.
Conhecer a própria voz é descobrir uma das funções mais fantásticas do
corpo humano. Cantar é arte, é vida, é algo que se renova todo momento. Cantar é
uma forma de se comunicar com alguém, expressar seus sentimentos cheios de
emoções, de uma forma que todos entendem, independente do idioma.
Todos gostamos de cantar, mas é preciso saber como cantar. E para termos
uma boa qualidade vocal, precisamos ter alguns cuidados que são essenciais. A voz
é o resultado sonoro de um instrumento que exige cuidados. Para termos uma boa
voz, precisamos ter um organismo sadio.
O resultado vocal deve apresentar boa sonoridade para agradar e transmitir
a essência da música, a educação e a preparação vocal ajuda a conduzir a
uma identidade própria. O Cantor precisa amparar a voz defendê-la das
agressões que podem comprometê-la. Comportamentos nocivos podem
levar a desgaste vocal e, com isso, a voz pode ficar restrita em grande
monta e de modo definitivo (BEHLAU; REHDER, 2009, p. 2).

Nós possuímos vários hábitos, que não contribuem para uma boa emissão
vocal. Como por exemplo, pigarrear que provoca um forte atrito entre as pregas
vocais, falar muito, falar cochichando ou sussurrando, gritar, falar fora de nossa
frequência habitual, falar em locais barulhentos, imitar sons, vozes ou ruídos entre
outros. Também devemos ter muito cuidado antes de uma apresentação, muitos
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acreditam que uma dose de conhaque antes da apresentação pode melhorar o
desempenho vocal. Não devemos acreditar nisto, porque qualquer bebida que
contenha álcool quando é ingerida tem o efeito de um anestésico temporário sobre
as paredes da boca e da faringe, o que significa que as sensações nessa região
ficam reduzidas. Assim, todo o esforço que o cantor pode estar fazendo não é
percebido e, por isso, ele pode erroneamente acreditar que está cantando melhor.
Porém, quando o efeito desta anestesia temporária acaba, pode haver sensação de
ressecamento, pela ação desidratante do álcool, além do aparecimento de lesões no
aparelho fonador pela alta demanda vocal.
O que podemos sempre manter como regra para o canto é de estar com uma
boa saúde em geral, que auxilia para uma produção de voz com qualidade, não
cantar quando estiver com qualquer sintoma de dor na garganta, para não prejudicar
as pregas vocais, ter uma alimentação saudável, porque o canto exige certa
quantidade de energia e também sempre aquecer a voz antes de ensaiar ou se
apresentar, com exercícios de vocalização e desaquecer após o ensaio ou
apresentação.

TÉCNICA VOCAL

A técnica vocal é apresentada de várias formas, cada um tem seus princípios


quanto a técnica, algumas equivocadas, o importante é unir todas as regras e
pesquisar sobre tais assuntos, para saber qual o caminho a seguir.
Segundo Helena Coelho (2003) “Para cantar é preciso haver disposição”.
Quando não estamos bem, ou estamos desanimados, não vamos ter um bom
desempenho vocal. O canto exige muita energia, como já foi dito, precisamos de
uma boa alimentação e estar dispostos para cantar. O canto é uma arte onde é
direcionada ao público, o ouvinte tem que sentir os mesmos sentimentos do autor, o
cantor é somente um veículo para que esse som seja emitido.
É importante que se compreenda que uma boa produção vocal depende de
uma associação correta entre dom e técnica. Por dom entendemos uma
série de condições inatas, físicas e funcionais, do aparelho fonador e do
cérebro, responsáveis pela audição e musicalidade, além de habilidades
naturais. Entendemos técnica como aprendizado, treinamento e
desenvolvimento de habilidades, paciência e dedicação para alcançar
objetivos específicos, além da colocação de um sistema que responde às
emoções sob controle (BEHLAU; REHDER, 2009, p.32).

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Dentro da técnica vocal existe cinco fatores que são mais importantes, são:
postura, respiração, articulação, ressonância e vocalização. Vamos estudá-los
separadamente.
Postura

Segundo Hofbauer (1978): “Os principais objetivos do trabalho de postura


são: adquirir consciência do próprio corpo, colocá-lo em posição natural, manter ou
restabelecer sua elasticidade, e desenvolver equilíbrio e autocontrole”.
Para cantar precisamos estar equilibrados, com os dois pés bem firmados no
chão e com a coluna ereta. Se estiver sentado, vale as mesmas regras.
Não podemos estar tensos e nem relaxados demais, porque isso reflete com
toda certeza na voz.

Respiração

Helena Coelho (2003) diz que: “A respiração é um fenômeno vital espontâneo


de caráter ativo-passivo automaticamente pelo movimento do diafragma e dos
músculos intercostais, respectivamente, movimento cuja origem está no cérebro”.
A respiração então como podemos ver é automática, podemos manipulá-la
mais nunca pará-la. A respiração é essencial para o canto. A respiração ideal seria a
chamada respiração “pela barriga” e não “de peito”.
A relação entre postura e respiração é de máxima importância. Todos os
exercícios devem começar por uma expiração: é o momento em que se estabelecem
a concentração e o consequente estado de prontidão. A partir de então, todo o
movimento de esforço é realizado em inspiração e todo o de relaxamento em
expiração.

Articulação

A articulação é uma série de movimentos realizados pelas partes móveis da


cavidade oral. A articulação precisa ser exercitada diariamente, com vários
exercícios, para que ao cantar se torne cada vez mais automatizada.

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Ressonância

O som gerado na laringe pela vibração das pregas vocais é um som limitado,
um som fraco que precisa ser ampliado, essa amplificação chamamos de
ressonância. A ressonância se dá com a massa sonora vindo da laringe passando
pela faringe alcançando nossas caixas de ressonância que funcionam como “caixas
de som” em nosso corpo ampliando e projetando o som como já foi mencionado.

Vocalização

Vocalisar é exercitar e desenvolver possibilidades técnicas da habilidade


vocal. Os vocalises podem ser, dependendo de seu objetivo, vocalises de
aquecimento ou de virtuosidade. Vocalises de aquecimento são para aquecer a voz
antes da performance, antes de alguma apresentação ou evento, quinze ou vinte
minutos no máximo. Vocalises para virtuosidade precisa ser de no mínimo uma hora
por dia, onde é trabalhada a voz, para aumentar a extensão vocal e para
automatizar a técnica vocal.
Diariamente é necessário fazer os exercícios de respiração, articulação,
vocalização, para que ao cantar e até mesmo na fala este processo ocorra
naturalmente, para que na hora da performance possa dirigir a atenção somente
para a interpretação da obra.

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Metodologia

Primeira etapa: Para começar a execução deste projeto, irei realizar uma entrevista
com vários professores de canto, com cinco professores no mínimo, formados na
área, para que possam falar do seu ponto de vista sobre os problemas que são
causados na voz, por causa do abuso vocal, sobre o não conhecimento da técnica
vocal. Esta entrevista será realizada no campus da UFSM.

Segunda etapa: Nesta etapa será realizada mais uma entrevista, mas com pessoas
que passaram por problemas vocais, pessoas disfônicas, com no máximo vinte
pessoas, para que alertem aos outros sobre quão grave pode se tornar a situação
da nossa voz se não cuidarmos dela. Esta entrevista será realizada com pessoas
conhecidas.

Terceira etapa: Fazer uma pesquisa de quantas pessoas conhecem esses


problemas vocais, no máximo com cem pessoas durante cinco meses, vinte pessoas
por mês, para mostrar os resultados e ver o quanto as pessoas não se preocupam
com a voz. Esta será uma pesquisa de campo.

Quarta etapa: Fazer uma pesquisa com cinquenta pessoas em dois meses, vinte e
cinco pessoas por mês, para saber quais são os hábitos e vícios mais frequentes em
nossas vidas, que são prejudiciais a voz, e ver o que podemos fazer para melhorar.
Pesquisa de campo.

Sexta etapa: Entrevista com no mínimo 10 cantores líricos, sobre a técnica em si e


saber o que é possível fazer para não causar danos a nossa voz. Essa entrevista
será realizada no campus da UFSM.

Sétima etapa: Esta e última etapa então, será a apresentação do projeto, com a
execução concluída e os resultados da pesquisa.

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Cronograma

Meses Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul.


Entrevista com x x
professores de canto
Entrevista com x x
pessoas disfônicas
Pesquisa com 100
pessoas para saber se x x x x x
conhecem os
problemas nas pregas
vocais
Questionário com 50
pessoas sobre hábitos x x
e vícios prejudiciais a
voz
Entrevista com x
cantores líricos
Apresentação da
pesquisa com os x
resultados

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Referências

BEHLAU, Mara; REHDER, Maria Inês. Higiene vocal para o canto coral – Segunda
edição. Copyright 2009 by Livraria e editora Revinter Ltda.

COELHO, Helena. Técnica vocal para coros – Sexta edição. Editora Sinodal, 2003,
São Leopoldo – RS.

CAGLIARI, Luiz Carlos. Análise fonológica: introdução à teoria e à prática.


Campinas: Mercado de Letras, 2002.

SILVA, Thais Cristófaro; YEHIA, Hani Camille. Fonética e Fonologia – Sonoridade


em Artes, Saúde e Tecnologia. Disponível em : <http://www.fonologia.org/index.php>
Acesso em: 14 de nov. 2014.

HOFBAUER, K. Praxis der chorischen Stimbildun – Primeira edição. Mainz, Schott,


1978.

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