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Sugestão de Ritual:
Ao entrar na fase da Lua Negra, podemos presenciar a transição entre a
destruição do velho e a criação do novo. É, portanto, um período favorável para
rituais de cura, renovação e regeneração. O processo de transformação destrói os
padrões ultrapassados de condicionamento, comportamento e estruturação,
liberando-nos daquilo que não serve mais, daquilo que é limitante, impedindo
nossa expansão.
Os objetivos dos rituais são variados e de acordo com as necessidades de cada um.
Podemos citar a remoção de uma maldição, a correção de uma disfunção, o
afastamento dos obstáculos ou das dificuldades na realização afetiva ou
profissional, a limpeza de resíduos energéticos negativos de pessoas, objetos,
ambientes, a preparação e imantação do espelho negro, entrando em contato com
os ancestrais ou com as Deusas Escuras como Hécate, Medusa, Kali,
Ereshkigal, Hell, Sekhmet, Sheelah Na Gig, Oyá e Cailleach.
As palavras chaves para estes rituais são contemplação, finalização, dissolução,
introspecção, tradição, sabedoria, morte e transmutação.
Os índios são na verdade os seres iluminados por Kesha (lua). Somente sobre a
luz dela eles dançam o toré. Mas quando Kesha ty (morte da lua), eles então,
entoam o toré mais alto, até que ela volte ao seu lugar. Kamát (Deusa noite) é a
mãe de Kesha. Ela é evocada com o seguinte cântico:
Rax kesha
sainanduc
ten há
akupynm
prinre kuprí
prinre tykz
ten há ty
akupynm
hiri
hiri
hiri
hiri
(tradução)
Grande lua
anciã
Vá e
volte
Jovem branca
Jovem preta
Vá e morra
volte
criança
criança
criança
criança
Esta é a evocação a Deusa Kesha. É com este cântico que o toré ru tyru rax nã
kesha é iniciado. Com fervor, desde o início do eclipse, os índios cantam e dançam
em volta da fogueira. É oferecido um sacrifício em forma de remédio, incensos de
flores de vários tipos, para que Kamát venha de volta, pois no dia em que Kamát
não quiser mais que Kesha apareça (lua nova), nada dá certo para a tribo.
Quando é o fechamento do eclipse (ponto maior, quando a lua é completamente
coberta), todos os elementos do círculo são evocados. Em um canto animalesco,
cada um se transforma em seu elemento criador (tartaruga, tapir negro, palmeira
vermelha, peixe dourado, etc...) até que Kamát dê a luz a Kesha novamente.
Quando kesha aparece, o toré muda, e se transforma em toré ru kesha tykza,
pedindo saúde e sorte assim como vida eterna a ela, que se segue:
Rax kesha
oeruru
kãm ty pikunok
pê kãm nã
kuprí
kushon
ten há kari
oeruru
oeruru
oeruru
oeruru
(tradução)
Grande lua
Jovem
A morte perdeu
Chame a mãe
branco
vermelho
Vá e dance
jovem
jovem
jovem
jovem
E é assim sempre que a lua mãe anciã preta tem a grande morte e ressurreição.
É a renovação do feminino. O mesmo rito se segue quando o sol tem a morte negra,
mas isto envolve outra história, outros torés e outras crenças!
“... Quando a mãe Kesha está sainanduc, ela tem de passar por ty para se tornar
prinre (criança), e a roda começar a rodar de novo. Então, quando chega o tempo,
Kamát chama Mbeaceas, e pede a ele que chame o fim. Neste dia, Kesha fica
tykza (preta), e seu povo canta o toré, para que ela renasça. Sem o toré de seu povo,
o útero de Kamát não cria, e Kesha não nasce. Quando todo o povo está no toré,
Kamát dá a luz a Kesha, e ela aparece, no parto, iniciando pequena, e aparecendo
totalmente. A grande morte é levada por Mbeaceas, que agora irá aguardar até a
chamada de Kamát novamente, ou de seu Pai Aringro. Então, Kesha sainanduc
se torna Kesha Prinre, e a roda continua...".
Abra o círculo como de costume. Com o seu bastão na mão de poder, toque no
caldeirão por cinco vezes e diga:
"EU SOU MORTAL, MAS AINDA ASSIM IMORTAL! NÃO HÁ FIM PARA A VIDA,
APENAS NOVOS RECOMEÇOS. EU CAMINHO AO LADO DA DEUSA EM SUAS
MUITAS FORMAS. NADA HÁ PORTANTO, A TEMER ABRA MINHA MENTE,
MEU CORAÇÃO E MINHA ALMA. AOS PROFUNDOS MISTÉRIOS DO
CALDEIRÃO, Ó HÉCATE."
Efetue uma meditação de busca à Deusa da Lua Nova. Ouça suas mensagens.
Esteja alerta a novos guias e mestres que podem surgir para ajudá-lo.
Dobre o pano em três, e leve-o sempre com você até o primeiro dia da lua cheia.
Alguns conselhos: não peça nada que possa arrepender-se depois; evite pedido
relacionado à paixão; seja razoável. Afinal, você está trabalhando com a Deusa
Negra, aquela cuja maior lição é “o que é recebido facilmente, facilmente é
perdido”.
FONTES:
1. O Anuário da Grande Mãe - Mirella Faur.
2. Livro Mágico da Lua - D. J. Conway.
3. Lua Negra Lado Sombra – Fernando Martins.
4. O Ritual da Lua Vazia - A Grande Morte Negra da Deusa Mãe Anciã – Ritual
do Toré no Brasil.