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E.E.E.F.

M Padre Hildon Bandeira


Componente curricular: Filosofia Docente: Luiz Antonio Lira Matos
Discente:.............................................................................Série:2º......

Falácias não formais concluir que nenhum médico é confiável


devido a uma cirurgia malsucedida;
Falácias são argumentos não válidos. Se observamos a
desmerecer a política em geral porque alguns
etimologia do termo falácia (que significa “engano”,
políticos são corruptos; partir do pressuposto
“trapaça”, “estratagema”), que existe uma nuança
de que todos os mulçumanos são violentos e
entre “estar enganado” e “trapacear”. Alguns teóricos
fanáticos religiosos com base no ataque
chamam o primeiro caso de paralogismo, um
terrorista às torres gêmeas em Nova York, em
raciocínio enganoso, em que o erro não é intencional.
11 de setembro de 2001.
Já o segundo, costuma-se chamar sofisma, por existir a
• A falácia de acidente aplica uma regra geral a
intenção de enganar.
circunstâncias particulares e “acidentais” em
que seria inaplicável, como pessoas
excessivamente legalistas que julgam pela
Vejamos alguns tipos de falácia:
letra fria das normas e das leis,
• O argumento de autoridade é um raciocínio independentemente da análise cuidadosa das
aceitável, desde que a autoridade seja um circunstâncias específicas dos acontecimentos.
conhecedor do assunto. Assim, ao É o caso de impedir um deficiente visual de
consultarmos um médico, seguimos suas entrar em uma loja com seu cão-guia por causa
prescrições; ou, se o carro apresenta defeito, o da proibição de entrada de animais.
levamos a uma oficina mecânica de confiança. • A falácia da conclusão irrelevante ou de
ignorância da questão consiste em desviar da
No entanto, o argumento de autoridade torna-se questão principal: um advogado habilidoso,
irrelevante se recorrermos à autoridade de um não tendo como negar o crime do réu, enfatiza
cientista famoso para justificar posições religiosas ou que ele é um bom filho, bom marido,
políticas. Trata-se de um recurso desviante, em que o trabalhador etc.; um vereador acusado de
prestígio da autoridade é transferido para outro setor realizar gastos sem a autorização da Câmara
que não é da sua competência. Esse recurso aparece põe em relevo a importância e a urgência das
com frequência na publicidade, ao empregar despesas.
celebridades, que “vendem” de sabonetes a ideias, • As falácias de petição de princípio (ou
como propostas políticas de candidatos às eleições. raciocínio circular ou círculo vicioso) supõem
• O argumento contra o homem é um tipo de como conhecido o que é objeto da questão:
argumento de autoridade “às avessas”, por ser “Tal ação é injusta porque é condenável; e é
pejorativo e ofensivo. Ocorre quando não condenável porque é injusta”.
aceitamos uma conclusão por basear-se no • Nas falácias de ambiguidade (também
testemunho de alguém que depreciamos. Por chamadas de equívoco), os conceitos ou
exemplo: desmerecer o valor musical de enunciados não são suficientemente
Richard Wagner por causa de sua suposta esclarecidos ou os termos são empregados
adesão aos movimentos antissemitas; ou, com sentido diferentes nas diversas etapas da
ainda, desconsiderar a versão de um mendigo argumentação. Por exemplo: “O fim de uma
como testemunha de um crime. O argumento coisa é a sua perfeição; a morte é o fim da vida;
contra o homem é irrelevante porque logo, a morte é a perfeição da vida”. Aqui, o
convicções pessoais e posição social nada termo “fim” é usado em dois sentidos
dizem sobre a validade do raciocínio: nos diferentes: “fim” como finalidade e como
exemplos dados, o talento musical de Wagner término.
ou a possível veracidade do relato do mendigo. • As falácias de falsa causa (ou post hoc) são
• A falácia de generalização apressada é muito muito comuns e representam as inúmeras
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comum; consiste em chegar a conclusões inferências que fazemos no cotidiano ao


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tomando por base apenas um ou poucos fatos: tomarmos como causa o que não é a causa
real. Por exemplo, um torcedor não leva a
namorada ao estádio porque ela é “pé-frio”, já
que dá última vez em que ela foi seu time
perdeu. O raciocínio é o seguinte: o que veio
antes – a companhia da namorada- é causa de
seu time ter perdido. As falácias de causa
resultam de superstições, como o uso do pé de
coelho, entrar com o pé direito em um novo
ambiente ou sair pela mesma porta pela qual
entrou. Trata-se de falsas conexões de
causalidade.

Aplicando os conceitos:

Identifique o tipo de falácia dos argumentos abaixo:

a) O pensamento é um produto do cérebro; logo,


o pensamento é um tributo da matéria
orgânica.

b) O advogado argumenta que seu cliente não


deve ser condenado porque tem cinco filhos
pequenos, a mulher faleceu e a família
depende dele para seu sustento.

c) Vou usar o dentifrício X porque a atriz Z o


recomenda para clarear os dentes.

d) A nudez pública é imoral porque é uma ofensa


à moralidade.

e) O candidato X será um bom prefeito porque é


um empresário bem-sucedido. 2
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Aranha, Maria Lúcia de Arruda. Filosofando: introdução à filosofia, volume único/ Maria Lúcia de Arruda Aranha,
Maria Helena Pires Martins. -6.ed.-São Paulo:Moderna,2016. Pg. 93-94

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