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Analisa-se a Instrução Normativa 08/2016-TJPR, que determina a imediata prisão do
indivíduo submetido à monitoração eletrônica que descumpra qualquer dos deveres
estabelecidos pelo juízo responsável pela concessão da medida.
Não há dúvida: a monitoração eletrônica é alternativa importante para evitar
a superlotação de estabelecimentos penais. O encarceramento se tornou tema a ser
enfrentado por todos os governantes, principalmente quando há presos em Delegacias
de Polícia. Sob outro prisma tem-se uma preocupação importante com a violação de
direitos humanos daqueles que estão submetidos a ambientes degradantes
decorrentes da falta de planejamento das vagas.
Parágrafo único - Para a decisão a que se refere o caput, sempre que possível ou
adequado a pessoa monitorada deverá ser ouvida em audiência de justificativa, na
presença da defesa e do Ministério Público, sendo garantido o contraditório e a ampla
defesa".
A Lei n.º 7.210/84, ao tratar da monitoração eletrônica, notadamente após as
modificações promovidas pela Lei n.º 12.258/2010, igualmente prevê os casos de
descumprimento da medida não privativa de liberdade impostas durante a execução
da pena:
"Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos cuidados que deverá adotar
com o equipamento eletrônico e dos seguintes deveres:
(...)
I - a regressão do regime;
(...)
VII - advertência, por escrito, para todos os casos em que o juiz da execução decida
não aplicar alguma das medidas previstas nos incisos de I a VI deste parágrafo.
Referida norma prevê no artigo 2º, §1º, que em caso de violação, a critério do
juiz da execução ou do juízo processante, será revogada a medida benéfica imposta
com a monitoração eletrônica, estabelecendo, com isso, o contraditório:
"Art. 2º Aplicada pelo Juízo competente a monitoração eletrônica, a pessoa
monitorada será instruída acerca dos cuidados que deverá adotar com o equipamento
eletrônico e dos seguintes deveres:
IV - advertência, por escrito, para todos os casos em que o juiz da execução ou juiz
processante decida não aplicar alguma das medidas previstas nos incisos anteriores, no
que couber.
(...)
NOTAS
[1] http://www.cnj.jus.br/inspecao_penal/mapa.php
[2] (ADI 531 AgR, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado
em 11/12/1991, DJ 03-04-1992 PP-04288 EMENT VOL-01656-01 PP-00095 RTJ VOL-
00139-01 PP-00067)
[3] MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 32. ed. São
Paulo: Malheiros, 2006, p. 88.