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O povo português conheceu nos últimos anos avanços que, inseparáveis da acção do PCP, apontam uma perspectiva de desenvolvimento
diferente da que tem sido imposta pela política de direita das últimas décadas.
O PCP tem respostas e soluções para fazer o País avançar. O PCP inscreve como objectivo a concretização de uma política capaz de
assegurar o desenvolvimento económico e o progresso social. Uma política para fazer avançar o País, dar resposta plena aos direitos e
aspirações dos trabalhadores e do povo português, afirmar a soberania nacional.
A política patriótica e de esquerda que o PCP propõe, tem como grandes objectivos:
Um Portugal livre e soberano, um País que comanda o seu destino, um povo que constrói o seu futuro.
Um País desenvolvido e solidário, onde os trabalhadores e o povo encontrem plena resposta à realização dos seus direitos e
aspirações.
A defesa dos sectores produtivos e da produção nacional e a afirmação da propriedade social e do papel do Estado na economia.
Um Estado ao serviço do povo, que efective os direitos sociais, assegure o direito à saúde, educação e protecção social, promova a
cultura, garanta o direito à mobilidade e à habitação.
Um País coeso e equilibrado, a garantia de progresso e condições de vida em todo o território, no continente e nas regiões
autónomas, nas cidades e nas zonas rurais, a defesa do interior e do mundo rural, assente na regionalização e no ordenamento do
território e numa política ambiental que salvaguarde a natureza.
Um Portugal livre e democrático, baseado no respeito pelos direitos e liberdades, e no cumprimento da Constituição da República.
Assegurar a sustentabilidade demográfica do País, reduzir desigualdades sociais, corrigir assimetrias regionais, desenvolver as forças
produtivas, assegurar um Estado e serviços públicos à altura das necessidades, aumentar o nível do investimento público, reclamam
outras opções, opostas às que PS, PSD e CDS querem continuar a impor e que, em vez de resolver, agravam os problemas estruturais já
existentes.
Para o PCP, o desenvolvimento do País é inseparável da elevação das condições de vida dos trabalhadores e do povo, dos seus direitos,
salários e pensões de reforma.
Os avanços verificados na reposição de direitos e rendimentos e no alargamento do mercado interno fizeram prova de que esse devia ser o
caminho. Um caminho que só não foi mais longe porque o governo do PS optou pela submissão às imposições do Euro e da União
Europeia e pela subordinação aos interesses do capital monopolista
É essa opção que limitou quer a resposta aos principais problemas, quer as orientações que, desaproveitando mesmo as possibilidades
orçamentais, impuseram um nível de investimento público em valores inaceitáveis e insuficientes sequer para colmatar o desgaste das
estruturas na Administração Pública. O resultado é conhecido: uma situação de grande fragilidade e carências nos serviços públicos.
O crescimento económico registado – inseparável das medidas positivas que foram alcançadas e de uma envolvente externa favorável -
não foi nem será suficiente para corrigir a recessão e estagnação económica dos quatro anos do Governo PSD/CDS, e foi, sobretudo,
incapaz de ultrapassar os défices e estrangulamentos estruturais da economia nacional. Uma vez mais os interesses nacionais foram
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preteridos face aos interesses da União Europeia e da integração capitalista. Em nome de uma pré-anunciada crise, não se robusteceu a
estrutura económica, social e produtiva do País. E, quando ela eclodir, Portugal continuará, se outra política não for adoptada, tão ou mais
exposto, como no passado, para a enfrentar
É do futuro de Portugal e dos portugueses que se está a falar. O desenvolvimento do País exige um Programa para uma Política Patriótica
e de Esquerda inseparável da ruptura em questões nucleares com a política de direita de PSD, CDS e PS, e da construção de uma política
alternativa que assuma como linhas essenciais alguns aspectos que aqui queremos salientar.
Só uma elevação progressiva, mas rápida, do nível salarial em Portugal travará o esvaziamento do País em jovens qualificados e uma tripla
perda: perda da força de trabalho de que precisa para o seu desenvolvimento económico; perda do investimento feito na sua formação e
perda do potencial demográfico desses jovens.
A assumpção desta emergência salarial como objectivo nuclear exige o aumento geral dos salários para todos os trabalhadores, a
valorização das profissões e das carreiras, com um aumento significativo do salário médio, o aumento do Salário Mínimo Nacional para os
850 euros e a convergência progressiva com a média salarial da zona euro. Deste objectivo são indissociáveis a garantia de horários dignos
e da sua redução, o combate à precariedade com emprego estável, melhores condições de trabalho e a revogação das normas gravosas da
legislação laboral.
Da mesma forma, coloca-se a necessidade de aumentar as reformas e pensões cuja sujeição aos mecanismos actuais e sem qualquer
aumento de natureza extraordinária – como os que se verificaram nos últimos três anos – conduziria a uma nova estagnação do seu valor.
Impõe-se o aumento geral das pensões nos sectores público e privado tendo como critério o aumento real do seu valor e, sem prejuízo da
necessária revisão das regras de cálculo de actualização anual das pensões, será necessário assegurar novos aumentos extraordinários.
Avançar com um programa ambicioso de financiamento dos serviços públicos e das funções sociais do
Estado
Investir nos serviços públicos invertendo o crónico sub-financiamento dos meios indispensáveis, repondo serviços extintos e elevando as
condições de resposta às funções que cumprem é um objectivo inadiável para elevar a sua qualidade e cumprir o papel que a Constituição
da República Portuguesa lhes comete.
Um programa que, criando plenas condições para efectivação do conjunto das funções sociais do Estado, atenda particularmente para a
Educação, dotando as escolas com os trabalhadores e os equipamentos exigidos à função da Escola Pública; na habitação, com uma
política de forte investimento na reabilitação urbana e em habitação social; na protecção civil, assegurando a capacidade do Estado para se
dotar dos meios indispensáveis a uma função crucial que não pode estar subordinada a negócios privados; na segurança pública, dotando
essas forças dos meios e equipamentos compatíveis com a garantia da tranquilidade da população. Um programa geral e abrangente que
conhece no domínio da Saúde e dos Transportes Públicos particular acuidade.
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muito em falta, que assegure um robusto aumento da oferta em particular no modo ferroviário, fluvial e metro, desde logo com a
contratação imediata de trabalhadores em falta nas áreas das oficinas de reparação e manutenção e na área da operação, assim como do
lançamento de concursos para aquisição de material circulante com prioridade para o dos serviços urbanos e suburbanos. Objectivo
articulado com o reforço dos meios financeiros afectos ao Programa de Apoio à Redução Tarifária tendo por objectivo a progressiva
gratuitidade do uso de transporte público.
Uma particular atenção deve ser dada à Revolução Tecnológica em curso. O País precisa de uma estratégia nacional, de abordagem da
tecnologia digital na sociedade e economia portuguesas, que a coloque não apenas ao serviço da economia, mas da melhoria dos direitos e
rendimentos dos trabalhadores.
É necessária a reversão deste processo e proceder, por negociação adequada com os seus titulares, por nacionalização ou outros
instrumentos, à sua inclusão no sector dos meios de produção públicos conforme com o ordenamento constitucional. Exemplo, entre
vários, das consequências desastrosas deste processo é a situação existente nos CTT, cuja recuperação do controlo público é urgente, seja
para salvar os CTT, seja para assegurar o serviço postal público e universal.
É necessário maior investimento na Justiça que permita dar resposta, adequada e premente, aos muitos problemas que se arrastam sem
resolução. Valorizando avanços no combate ao crime económico e à corrupção, é condição necessária, para uma viragem consistente neste
combate, uma política de efectiva dotação dos meios humanos e materiais afectos à investigação criminal, para além do respeito pela
autonomia do Ministério Público.
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Desenvolvemos aqui algumas das principais linhas e propostas que terão o seu desenvolvimento no Programa Eleitoral do PCP que
apresentaremos no próximo mês de Julho. Portugal precisa de uma outra política que, no cumprimento da Constituição da República,
assuma a elevação das condições de vida dos trabalhadores e do povo, o desenvolvimento da produção nacional, a melhoria dos serviços e
do investimento público, objectivos que, como a vida tem demonstrado, reclamam que se enfrentem as imposições da União Europeia e a
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submissão ao Euro e que se confronte o poder e os interesses do capital monopolista, que se combata promiscuidade e a submissão do
poder político ao poder económico, base na qual se desenvolve a corrupção. Só um programa patriótico e de esquerda estará em condições
de garantir esse percurso. É nesse sentido que estamos a trabalhar.
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