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FÍSICA APLICADA ÀS CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 2019_1


Prof. Luimar Oliveira

A Cinemática Escalar
Introdução
A Física é a ciência que estuda a natureza. Essa afirmação, muito ampla para
os objetivos desse ramo do conhecimento científico, corresponde à origem do termo
Física que decorre do grego Physik, através da latinização Physica. Esta ciência que
em seus primórdios constituiu-se, essencialmente, em especulações filosóficas
sobre fenômenos observáveis na natureza, consiste hoje em um dos mais relevantes
ramos do saber humano. O físico estuda as propriedades da matéria observando as
leis gerais que regem seu movimento e suas interações, buscando a caracterização
de seu estado.
O movimento é determinado pela interação entre objetos materiais; o estudo
dessas interações (ou forças) relacionadas ao movimento é o objetivo de um dos
ramos da Física que é chamado de Mecânica. A Mecânica é o ramo mais antigo da
Física e a base sobre a qual outras ramificações dessa ciência se assentam. O
objetivo primordial da Mecânica é o estudo do movimento e suas causas (forças).
Didaticamente adota-se uma abordagem simplificadora nesse estudo de modo a
facilitar o entendimento. O sistema usual subdivide a Mecânica em três partes:
Cinemática, Dinâmica e Estática.
Na Cinemática busca-se a caracterização dos movimentos sem qualquer
preocupação com as causas que os originaram. É um estudo puramente geométrico
no qual os parâmetros físicos necessários à descrição dos movimentos são definidos
e relacionados de modo a permitir a sua caracterização e classificação.
Na Dinâmica busca-se o entendimento do relacionamento das causas com o
movimento. O conceito newtoniano de força assume posição ímpar nesse estudo
que, em sua essência, reduz-se a determinar o tipo de movimento quando se
conhecem as forças ou vice-versa, determinar as forças quando se conhece o
movimento.
Na Estática, a análise sistematizada nessa abordagem didática é completada
pela discussão e estabelecimento das condições de equilíbrio dos corpos.
Nessa apostila, apresentamos e analisamos alguns conceitos fundamentais da
Mecânica, começando pelo estudo da Cinemática.
Ao iniciarmos o estudo do movimento dos corpos, não indagaremos sobre as
causas nem sobre como se pode modificar um movimento. A intenção é a de apenas
caracterizar o movimento: que parâmetros (grandezas físicas) são necessários para
o perfeito entendimento do movimento e suas principais características.
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As grandezas físicas que estudaremos serão agrupadas em apenas dois


grandes grupos – o grupo das grandezas escalares – que necessitam apenas de
um valor e uma unidade para sua perfeita caracterização, exemplo, a massa de um
objeto - e grupo o das grandezas vetoriais – que necessitam para sua perfeita
caracterização de um valor, junto com a unidade, de uma direção e de um sentido,
exemplo, o deslocamento de um corpo.
Como o movimento que estudaremos ocorrerão em uma única direção, seja
ela horizontal, vertical ou inclinada, a Física envolvida é designada por Cinemática
Escalar. Consideraremos inicialmente alguns conceitos básicos subjacentes.

Corpo extenso e ponto material


Nosso estudo começa pelos movimentos mais simples. Os objetos em
movimento variam desde os “muito pequenos” (como elétrons ou outras partículas
elementares) aos “muito grandes” (como nebulosas e galáxias no universo),
passando pelos objetos comuns (como carros, pessoas, insetos, etc...).
Na visão clássica da Física todos os objetos ocupam alguma região do espaço;
eles têm dimensões. No entanto é muitas vezes possível desconsiderar-se a
extensão espacial do objeto em estudo em relação às distâncias envolvidas no
fenômeno considerado. Nesse caso o objeto é visto como um ponto material ou
partícula.
O critério básico para decidirmos se o objeto em estudo pode ser considerado
como um ponto material consiste na comparação das dimensões do objeto com as
distâncias consideradas no evento estudado.

Exemplo - No movimento de um automóvel entre João Pessoa e o Rio de Janeiro


(distância da ordem de 2.500 km) as suas dimensões (dimensão maior da ordem
de 5 m) podem ser desprezadas em comparação com a distância (JP-RJ),
considerada. Note que as dimensões do carro são inclusive muito menores que o
erro cometido na avaliação do trajeto. O automóvel pode então, nessa situação, ser
considerado um ponto material. Isso, no entanto, não é válido se considerarmos o
mesmo automóvel sendo manobrado para estacionar numa garagem residencial.
Exemplo - A própria Terra em movimento no espaço, pode ser considerada como
um ponto material em relação, por exemplo, ao comprimento de sua órbita em torno
do Sol (raio da Terra  6.400 km ; comprimento da órbita terrestre em Torno do Sol
 10 9 km ). Por outro lado, se considerarmos o seu movimento de rotação (em torno
do seu eixo), a Terra não poderá ser tomada como ponto material.
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No início desse nosso estudo do movimento, sempre nos abstrairemos de


considerar as dimensões do objeto material, visualizando-o como um ponto
material. Enfatizamos que para considerarmos um objeto como um ponto material
não é preciso que ele seja pequeno, o que importa é a comparação de suas
dimensões com as dimensões envolvidas no fenômeno estudado.

Ponto material (ou partícula) – Objeto cujas dimensões podem ser


desprezadas quando comparadas com as distâncias envolvidas no fenômeno
estudado.

Caso as dimensões do objeto não possam ser desprezadas em determinado


fenômeno, ele é denominado de corpo extenso.
Mesmo nos casos onde não podemos desprezar as dimensões do objeto, o
conceito de ponto material pode ser utilizado. Na figura abaixo, uma composição de
metrô está iniciando a travessia de uma ponte. O comprimento do metrô é
comparável ao da ponte e, portanto não podemos considerá-lo como uma partícula.
Entretanto, considerando o metrô como um corpo rígido, onde a distância entre dois
pontos quaisquer de sua estrutura é constante, escolher um ponto do metrô, por
exemplo, o ponto P na sua traseira, e estudar o seu movimento nos fornece
informações acerca do movimento de todo o metrô.

Movimento, repouso e sistemas de referência


O conceito de movimento está ligado à noção de “mudança de posição com o
tempo”. Ao falarmos em mudança de posição torna-se imprescindível especificar-se
o “com relação a que” a posição está variando. O conceito de movimento é, portanto,
relativo, isto é, depende de um referencial.

Dizemos que um corpo está em movimento quando a sua posição muda com o
tempo em relação a um determinado referencial.

Se a posição ocupada pelo corpo não se altera com o tempo em relação a um


dado referencial, dizemos que o corpo se encontra em repouso nesse referencial.
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Só podemos falar que um corpo está em movimento, ou em repouso, quando


especificamos o sistema de referência adotado.
O referencial a ser escolhido pode ser qualquer corpo ou conjunto de corpos;
apenas exige-se que as posições possam ser especificadas de forma unívoca, sem
ambiguidade.

Exemplo - Consideremos dois carros idênticos emparelhados em uma pista de


corrida, deslocando-se no mesmo sentido e com seus velocímetros registrando a
mesma marcação. Podemos afirmar que ambos os carros estão em movimento em
relação a pista e ao público no autódromo; que um carro está em repouso em
relação ao outro; que o piloto de qualquer um dos carros está em movimento em
relação à pista, mas em repouso em relação ao outro.
Observamos também, na mesma situação, que se os carros se deslocam em
sentidos opostos, cada carro estará em movimento em relação ao outro e em relação
à pista e ao público, mas cada piloto continuará em repouso em relação ao seu
próprio carro.

Os exemplos acima considerados reforçam a conclusão de que movimento e


repouso são conceitos relativos, isto é, dependem do referencial adotado.

Trajetória
Quando um corpo está em movimento em um dado referencial, a sua posição
muda, com o passar do tempo, nesse referencial. A curva imaginária que liga as
sucessivas posições ocupadas pelo corpo é denominada de trajetória do corpo no
referencial considerado.

Trajetória de um corpo em movimento em relação a um dado referencial é a


curva lugar geométrico das posições sucessivas ocupadas pelo corpo durante o seu
movimento.

Deve ser atentamente observado que o conceito de trajetória é também


relativo: depende do sistema de referência adotado. Assim, a trajetória descrita por
um corpo em movimento pode ter formas distintas em diferentes referenciais.
Exemplo - Consideremos a trajetória descrita por uma lâmpada que se desprende
do teto do vagão de um metrô que se move, em relação à Terra, em um trecho
retilíneo de uma ferrovia (figura abaixo).
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Trajetória Trajetória
A vista por B vista por A

Para o observador B, sentado no interior do vagão, a lâmpada cai segundo


uma trajetória retilínea e vertical. Para o observador A, parado na estação, em
relação à Terra, a trajetória descrita pela lâmpada será um arco de parábola. Isso
ocorre porque para o observador A a lâmpada está animada de dois tipos de
movimento: a lâmpada cai segundo a vertical mas, por estar no interior do vagão,
também se desloca horizontalmente junto com o metrô.

Deslocamento escalar e distância percorrida


Localizar um objeto significa determinar sua posição em relação a um ponto
de referência, frequentemente a origem (ou ponto zero) de um eixo, por exemplo,
o eixo x da figura abaixo. Aprendemos que a função horária serve para localizar a
posição da partícula em cada instante e que, inversamente, também permite obter
o instante em que a partícula passa por uma dada posição. Na figura seguinte
indicamos a trajetória descrita por um móvel em um determinado referencial.
origem x1, t1 x2, t2
x
O P1 P2

O ponto P1 indica a posição x1 do móvel num certo instante t1 e o ponto P2


indica a posição, x2, correspondente a um instante posterior t 2 (t2 > t1). Ao passar
de P1 para P2, a posição do móvel mudou de x1 para x2. A diferença entre esses dois
valores, ou seja, x2 – x1, é chamada de deslocamento escalar do móvel no intervalo
de tempo t2 – t1, considerado.
É comum usarmos na Física, a letra grega  (delta) para indicar variações.
Assim podemos escrever: x = x2 – x1, para o deslocamento escalar e t = t2 – t1,
para o intervalo de tempo.
Em nosso estudo, o intervalo de tempo t será sempre positivo, pois o tempo
flui “para frente”, ou seja, t2 > t1. Já o deslocamento escalar x, que ocorre num
determinado intervalo de tempo, poderá ser positivo, negativo ou nulo.
Por exemplo, se a partícula move-se sempre para a direita da origem (isto é,
no sentido da orientação escolhida como positiva) ao longo da trajetória, teremos
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que em um qualquer intervalo de tempo considerado, a posição final, x2, será


sempre maior do que a posição inicial, x1. Logo, nesse caso, x = x2 – x1 será
positivo e diremos que o movimento da partícula é progressivo, ou seja, para
frente, para a direita da trajetória.
Se a partícula estiver sempre se movendo para a esquerda da origem
(portanto no sentido oposto ao da orientação positiva) ao longo da trajetória,
teremos que para qualquer intervalo de tempo considerado, a posição final, x 2, será
sempre menor do que a posição inicial, x1. Assim, o deslocamento escalar x = x2
– x1 será negativo. Nesse caso diz-se que o movimento é regressivo ou
retrógrado; para trás, para a esquerda da trajetória.

Um movimento é dito progressivo quando o corpo desloca-se no sentido da


orientação positiva da trajetória. Nesse caso os espaços (s) são crescentes e os
deslocamentos escalares (x) são positivos. Um movimento é denominado
retrógrado quando o corpo desloca-se no sentido oposto ao da orientação positiva
da trajetória. Nesse caso os espaços (x) são decrescentes e os deslocamentos
escalares (x) são negativos.

As figuras abaixo representam as definições acima.

movimento progressivo

sentido do movimento
+
O
sentido do movimento

movimento retrógrado

Obviamente uma partícula pode movimentar-se ora progressivamente e ora


regressivamente. Outro fato importante é a distinção entre o deslocamento escalar
e a distância ou caminho efetivamente percorrido. Veja o exemplo a seguir.

Exemplo: Deslocamento escalar versus caminho percorrido - Uma pessoa caminha


de uma dada posição O para outra posição B, 5 m à direita e em seguida retorna
+
para uma posição C, a 3 m à esquerda de B, sobre a mesma trajetória, (observe a
figura seguinte).
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0 3m 5m
x
O C B

a) Qual o deslocamento escalar entre as posições O e B?


b) Qual a distância percorrida entre as posições O e B?
c) Qual o deslocamento escalar total da pessoa?
d) Qual a distância total percorrida?
Solução
a) Tomemos a posição O como origem dos espaços, de modo que xO = 0, xB = 5 m
e xc = 3 m. Quando a pessoa atingir a posição B teremos:

∆𝑥𝑂𝐵 = 𝑥𝐵 − 𝑥𝑂 = 5𝑚 − 0 = 5𝑚

que é o deslocamento escalar entre O e B.


b) À distância 𝑑𝑂𝐵 percorrida entre O e B também será de 5 m. Nesse caso a distância
percorrida e o deslocamento escalar coincidem.
c) Analogamente, o deslocamento escalar total da pessoa entre as posições O e C
deverá ser calculado mediante a definição de x:

∆𝑥𝑂𝐶 = 𝑥𝐶 − 𝑥𝑂 = 3𝑚 − 0 = 3𝑚

d) A distância 𝑑𝑂𝐶 percorrida pela pessoa da posição inicial O até a posição final C,
é a soma das distâncias efetivamente percorridas durante o movimento, ou seja,

𝑑𝑂𝐶 = 𝑑𝑂𝐵 + 𝑑𝐵𝐶 = 5𝑚 + 2𝑚 = 7𝑚

O deslocamento escalar x de uma partícula, em determinado intervalo de


tempo, é a diferença entre a posição final e a posição inicial, ocupadas pela partícula,
medida ao longo da trajetória descrita.
A distância percorrida (ou caminho percorrido), d, por uma partícula é a soma
dos módulos das distâncias efetivamente percorridas durante o movimento,
medidas sobre a trajetória.

A distância percorrida (ou espaço percorrido) é a medida de toda a trajetória


percorrida pelo corpo no movimento, o seu valor depende da trajetória.
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distância percorrida

P1 P2
deslocamento

O deslocamento é a medida da linha reta que une a posição inicial e a posição


final; o seu valor só depende destas posições, não depende da trajetória. A figura
acima exibe o deslocamento e a distância percorrida de um móvel entre as posições
P1 e P2.
Observe que, quando um corpo descreve um movimento retilíneo, sem inversão
de sentido, a distância percorrida coincide com o valor do deslocamento.
A distância percorrida é uma grandeza escalar, pois fica completamente definida
através de um valor numérico junto com a respectiva unidade de medida e é sempre
positiva.

Velocidade média e velocidade escalar média


Velocidade é a grandeza física que mede a rapidez com que a posição de uma
partícula muda com o tempo, num dado referencial. A velocidade de uma partícula
determinada entre duas posições correspondentes a um dado intervalo de tempo é
chamada de velocidade média e será representada pelo símbolo 𝒗𝒎é𝒅.
Na figura abaixo consideramos duas posições, P1 e P2, ocupadas por um móvel
em relação a um dado referencial. A posição P1, corresponde a posição escalar x1
em relação a origem, no instante t1. A posição P2 corresponde a posição escalar x2
em relação à origem, no instante t2.

x1, t1 x2, t2
x
O P1 P2

Ao passar de P1 para P2, o móvel desloca-se x = x2 – x1 durante o intervalo


de tempo t = t2 – t1. O quociente entre o deslocamento escalar s e o intervalo de
tempo t, decorrido durante o deslocamento, é definido como a velocidade escalar
média da partícula.

∆𝑥 𝑥2 − 𝑥1
𝑣𝑚é𝑑 = = .
∆𝑡 𝑡2 − 𝑡1
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Observe que, por definição, a velocidade média é determinada entre dois


pontos da trajetória, ou seja, para um trecho da trajetória.

Exemplo - Um ponto material está em movimento em relação a um dado referencial


de modo que sua equação horária da posição é: x  t 2 , com x expresso em
centímetros (cm) e t em segundos (s). Determine a velocidade média do ponto
material entre os instantes:
a) t1 = 1s e t2 = 2 s.;
b) t1 = 1s e t2 = 10s;
c) t1 = 2s e t2 = 5 s.

Solução
Usando a equação dada construímos a seguinte tabela:

t(s) 1 2 3 4 5 10
x(c 1 4 9 16 25 10
m) 0

A velocidade média é determinada usando-se a definição:

𝟒−𝟏
a) 𝒗𝒎é𝒅 = 𝟐−𝟏 = 𝟑 𝒄𝒎/𝒔

𝟏𝟎𝟎−𝟏
b) 𝒗𝒎é𝒅 = = 𝟏𝟏 𝒄𝒎/𝒔
𝟏𝟎−𝟏

𝟐𝟓−𝟏𝟔
c) 𝒗𝒎é𝒅 = = 𝟑 𝒄𝒎/𝒔
𝟓−𝟐

A velocidade escalar média 𝒔𝒎é𝒅 é uma maneira diferente descrever com


que rapidez uma partícula está se movendo. A velocidade escalar média de uma
partícula durante um intervalo ∆t depende da distância total percorrida nesse
intervalo e é definida como:

𝒅𝒊𝒔𝒕ã𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝒑𝒆𝒓𝒄𝒐𝒓𝒓𝒊𝒅𝒂


𝒔𝒎é𝒅 =
∆𝒕
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Velocidade instantânea e velocidade escalar instantânea


A velocidade de uma partícula em um dado instante, ou seja, em uma
determinada posição, é chamada velocidade instantânea e será representada
pelo símbolo v. A velocidade instantânea é definida como sendo o limite para o qual
tende a velocidade média quando o intervalo de tempo tende a zero. Esse processo
de passagem ao limite é conhecido na matemática superior (Cálculo Diferencial)
como derivação: a velocidade instantânea é a derivada temporal do espaço:

∆𝒙 𝒅𝒙
𝒗 = 𝐥𝐢𝐦 =
∆𝒕→𝟎 ∆𝒕 𝒅𝒕

Aceleração escalar média e aceleração escalar instantânea


Vimos que o conceito de velocidade está associado à rapidez com que a
posição de um móvel muda com o tempo em um dado referencial. No estudo dos
movimentos torna-se bastante útil definir uma grandeza física que represente o
quão rapidamente a velocidade de uma partícula varia com o tempo. Essa
quantidade física é a aceleração. Ao se definir a aceleração também nos
depararemos com a distinção entre a aceleração medida entre dois instantes (ou
duas posições), que é chamada de aceleração média, e a aceleração medida em
cada instante, que é chamada de aceleração instantânea.
Consideremos, como indicado na figura abaixo, uma partícula em
movimento em um dado sistema de referência. Ao passar pela posição P1,
instante t1, sua velocidade é v1, sendo v2 na posição P2 correspondente ao
instante t2.

v1, t1 v2, t2
x
O P1 P2

A aceleração média da partícula, para o intervalo de tempo considerado, é definida


como:

A aceleração instantânea é definida matematicamente por:


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∆𝒗 𝒅𝒗
𝒂 = 𝐥𝐢𝐦 =
∆𝒕→𝟎 ∆𝒕 𝒅𝒕

No Sistema Internacional (SI) de unidades a grandeza comprimento e, portanto, o


deslocamento é expresso em metros (abreviatura m); a unidade de tempo é o
segundo (abreviatura s) e a velocidade é expressa em metros por segundo
(abreviatura m/s).

Exercícios
1 - Uma pessoa caminha de uma dada posição O para outra posição B, 5 m à
direita e em seguida0 retorna para uma posição C, a 2 m à esquerda de B, sobre
a mesma trajetória.
3m 5m
x +
O C B

a) Qual o deslocamento escalar entre as posições O e B?


b) Qual a distância percorrida entre as posições O e B?
c) Qual o deslocamento escalar total da pessoa?
d) Qual a distância total percorrida?
R: (a) 5m; (b) 5m; (c) 3 m; (d) 8 m

2 - Um móvel percorre uma distância de 80 m em 5 segundos. Qual a sua velocidade


média?

3 - Um carro faz uma viagem de 180 km em 2h. Qual a sua velocidade média?
R: 90 km/h

4 - Um automóvel, num intervalo de tempo de 2 h, passa do marco quilométrico


140 km de uma estrada para o marco quilométrico 200 km da mesma estrada. Qual
a velocidade média desse automóvel nesse tempo?

5 - Qual o deslocamento de um carro que viaja com velocidade escalar média de 80


km/h, durante 1h15min?
R: 100 km

6 - Se uma viagem de 330 km é feita com velocidade média de 90 km/h, quanto


tempo será gasto?

7 - Às 8h32min10s, um caminhão se encontra no marco quilométrico 50 km de uma


estrada. Às 10h14min20s, o caminhão se encontra no marco quilométrico 210 km
da mesma estrada. Determine a velocidade média do caminhão.
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R: 26,1 m/s

8 - A distância entre S. Paulo e Rio de Janeiro é de 400 km. Se o limite de velocidade


máxima foi reduzido de 100 km/h para 80 km/h, quanto tempo a mais gasta um
ônibus nesse trajeto?

9 - Um automóvel percorre um trecho retilíneo de estrada, indo da cidade A até a


cidade B distante 150 km da primeira. Saindo às 10 h de A, para às 11h em um
restaurante, onde demora 1 h para almoçar. A seguir prossegue viagem e às 13 h
chega à cidade B. Qual a velocidade média do automóvel de A até B?
R: 50 km/h

10 - Ao passar pelo marco “km 200” de uma rodovia, um motorista vê um anúncio


com a inscrição: “ABASTECIMENTO E RESTAURANTE A 30 MINUTOS”. Considerando
que esse posto de serviço se encontra junto ao marco “km 245” dessa rodovia,
calcule, em km/h, a velocidade média prevista pelo anunciante para os carros que
trafegam nesse trecho.

11 - Uma moto de corrida percorre uma pista retilínea de 10 km de comprimento.


Nos primeiros 5 km, a moto desloca-se com velocidade de 120 km/h. Nos 5 km
restantes, ela se move com velocidade de 180 km/h. Qual a velocidade média da
motocicleta no percurso?
R: 144 km/h

12 - Um veículo percorre 100m de uma trajetória retilínea com velocidade


constante igual a 25m/s e os 300m seguintes com velocidade constante igual a
50m/s. Calcule a velocidade média durante todo trajeto.

13- Um automóvel percorre metade de sua trajetória com velocidade escalar


média de 30 km/h e a outra metade com velocidade escalar média de 70 km/h.
Qual a velocidade escalar média do automóvel em todo o percurso?
R: 42 km/h
14 - Caçador nato, o guepardo é uma espécie de mamífero que reforça a tese de
que os animais predadores estão entre os bichos mais velozes da natureza. A
velocidade é essencial para os que caçam outras espécies em busca de alimentação.
O guepardo é capaz de, saindo do repouso e correndo em linha reta, chegar à
velocidade de 72 km/h em apenas 2,0 segundos. Determine a aceleração escalar
média deste mamífero. (Sugestão: Observe que 72 km/h = 20m/s).

15 - Qual o tempo necessário para que um corpo que acelera a 2 m/s2, partindo do
repouso, atinja a velocidade de 108 km/h?
R: 15 s
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16 - Uma jogadora de tênis recebe uma bola com velocidade de 20,0m/s e a rebate
na mesma direção e em sentido contrário com velocidade de 30,0m/s. Se a bola
permanecer 0,100s em contato com a raquete, o módulo da sua aceleração média
será de
a) 100 m/s2
b) 200 m/s2
c) 300 m/s2
d) 500 m/s2
e) 600 m/s2

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