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M LTIVIX

SERRA

APOSTILA
DE
DESENHO
ARQUITETÔNICO

Professor:
Artur Moreira Rodrigues

2017/1
1

DESENHO - FORMA DE EXPRESSÃO

As tentativas da humanidade de representar objetos sobre superfícies são tão antigas


quanto à cultura geral. Frequentemente são desenhos em cavernas e sobre ossos, a
testemunha cultural da existência dos povos primitivos. Alguns acadêmicos sugerem que
essa forma de atividade gráfica, a qual denomina-se desenho, era praticada durante a idade
da pedra.

o desenho a verdadeira linguagem gráfica que nos fornece o meio mais simples e claro de
expressão da forma. É um recurso universal importante na transmissão e aquisição de
conhecimentos. O desenho é indispensável às artes e à tecnologia. O progresso da tecnologia
e das artes está intimamente ligado ao desenho.

De um modo geral dividimos o desenho em:

'- Desenho não Técnico

- Desenho Técnico

Desenho nao' Técnico: atende ao campo das artes, dando-nos noções das formas da
natureza, levando em conta os efeitos luminosos e nos permite também exteriorizar
graficamente o pensamento sem se preocupar com o traçado rígido.
Exemplos: desenho artístico, desenho de croquis.

Desenho Técnico: reproduz com exatidão o objeto idealizado e se caracteriza por um


traçado rigoroso e matemático baseando-se em normas técnicas.
De um modo geral divide-se em:
- Desenho Geométrico
- Desenho Projetivo e Perspectiva (desenho mecânico, desenho arquitetônico, desenho
topográfico, ...)

-
- Desenho Geométrico - se encarrega da solução de problemas sobre figuras planas.

- Desenho Projetivo e Perspectiva - se encarregam da representação das figuras no


2

espaço (três dimensões) sobre uma superfície (duas dimensões) e em seguida da resolução
de problemas propostos sobre estas figuras.

2.2.1- Desenho Projetivo - coloca em evidência as dimensões cujo conhecimento é


necessário para a construção de um objeto. Temos o plano de projeção no qual se projeta o
objeto - geralmente o sistema empregado é cilíndrico ortogonal.

2.2.2- Desenho Perspectivo - reproduz o aspecto que tem o objeto na realidade. O plano de
projeção se coloca entre o observador e o objeto - geralmente se emprega o sistema cônico.

Tanto o desenho perspectivo como o projetivo, utiliza-se para o seu traçado uma operação
gráfica que liga a figura objetiva no espaço a sua representação num plano. Esta operação
denomina-se projeção.

SISTEMAS DE PROJEÇÃO - Princípios


Tanto o desenho perspectivo como o projetivo, utiliza-se para o seu traçado uma operação
gráfica que liga a figura objetiva no espaço e a sua representação num plano. Esta operação
denomina-se projeção.
São elementos principais da operação projetiva:
- o centro de projeção;
- a figura objetiva (objeto); e
- a superfície na qual se efetua a projeção (plano de referência).

Superfície na qual se efetua a


Projeção

Centro de
Projeção

Figura Objetiva
(Objeto)
3

Os sistemas de projeção são divididos conforme o tipo de projeção:

- Cilíndrica (ou Paralela); e


- Cônica.

O Sistema de Projeção
Cilíndrica Ortogonal é
formado através de projetantes
com pontos impróprios. Os raios
de projeção do objeto a ser visado
são paralelos. Quando +-- -- -- E E

interceptam o Plano de
....- -- ._-- --

Referência teremos o objeto


B

planificado. O objeto e sua


A

perspectiva desenhada possuirão


uma mesma dimensão.

O Sistema de Projeção Cônica


é formado através de projetantes
com ponto próprio. Os raios de
projeção do objeto a ser visado,
são convergentes ao observador.
Um Plano de Referência entre o
observador e o objeto formará a
projeção desenhada reduzida em
relação ao objeto que a formou. O
Sistema de Projeção Cônica por
possuir raios convergentes ao
observador apresenta urna
aparência mais realista, pois reduz
as dimensões de profundidade.
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MATERIAIS E INSTRUMENTOS DE DESENHO

LAPISEIRAS - GRAFITES

A lapiseira é um excelente instrumento de desenho muito eficaz e prático na sua utilização.


Temos lapiseiras que utilizam diferentes espessuras de grafite. Cada espessura para um
determinado tipo de uso.

Lapiseira 0,3 - desenho técnico e linhas auxiliares.


Lapiseira 0,5 - mais versátil é utilizada em desenho técnico, croquis e escrita.
Lapiseira 0,7 - escrita e croquis.
Lapiseira 0,9 - escrita e croquis.

Grafite é um mineral de textura compacta, cinza-negro, lustroso e graxo ao tato, composto


quase exclusivamente de carbono. É mesclado com argila, e quanto maior a proporção de
grafite, mais negro e suave será o lápis. Grafite é o pigmento que dá a cor ao lápis.

Grafites ou minas de grafite são classificados em: duros, médios e moles, identificados pelas
séries "H" e "B". Quanto mais "H", mais duro; quanto mais "B", mais mole (ou suave) e os
médios "HB" ou "F".

6B....,2B,B,HB,F,H,2H, ...,6H

TIPOS DE LINHAS EM DESENHO TÉCNICO

Dependendo da intenção do traçado podemos ter um maior ou menor destaque conforme a


importância de grafismo.

No desenho de grafite as linhas deverão ser finas, porém mais densas para maior destaque ou
mais suaves para linhas auxiliares ou objetos em vista.

Conseguimos muitas vezes traçar tonalidades diferentes de linhas somente com a pressão da
mão sobre o papel.

Uma técnica muito utilizada é desenhar com duas lapiseiras com grafites de dureza diferentes.
No caso de linhas mais suaves utiliza-se o grafite de maior dureza.
Quando precisamos dar destaque nas linhas e não possuímos tonalidades para diferenciá-Ias
como no caso do desenho em nanquim e nas impressões de impressoras e ploters, utilizamo
de espessura de linhas.

ESPESSURA DENOMINAÇÃO APLICAÇÃO


0,6 à 0,8 contínua larga Concreto e alvenaria cortado
0,4ào,6 contínua estreita Contornos visíveis (plantas baixas)
0,2 contínua estreita Objetos em vista
0,8 à 2,0 tracejada larga indicação de cortes em planta baixa
0,2 tracejada estreita projeções em geral: coberturas, pavtos.

BORRACHA

Deve ser macia e de grão muito fino, podendo ser branca ou verde. As lapiseiras-borracha são
muito utilizadas devido ao motivo de manterem suas pontas definidas e precisas no processo
de apagar pequenos erros. Deve-se tomar cuidado de manterem as borrachas limpas para não
borrarem o desenho.

PAPEL

Existem papeis com dureza e espessura diferenciadas para determinada utilização. Na técnica
de desenho arquitetõnico os papeis mais utilizados são: sulfite, papel manteiga e canson.

FORMATOS DE PAPEL E DOBRAGEM

O formato básico do papel, designado por "Ao" (A zero), é o retângulo de lados medindo
841 mm e 1.189 mm, tendo a área de 1 m-. Do formato básico derivam os demais formatos.

Do formato básico "Ao" deriva a série "A" pela bipartição ou duplicação sucessiva, feita de
acordo com as seguintes regras:

- Cada formato se obtém da bipartição do anterior imediato, segundo uma linha paralela ao
menor lado do retângulo bipartido.

- Os formatos são geometricamente semelhantes entre si.


6
- Os lados de um formato qualquer, guardam entre si a mesma razão que existe entre o lado de
um quadrado e sua diagonal.

- Sendo necessário o dobramento de folhas, o formato final deve ser 0"1\4".

- As folhas devem ser dobradas de modo a deixar visível o quadro destinado à legenda.

- Para o formato "A2", por ser a parte final de apenas 14 mm, é permitido um dobramento
simplificado, com dobras verticais de 192 mm.

- A margem esquerda deverá ser de 25 mm.

- As demais margens deverão ser de: 20 mm (4Ao), 15 mm (2Ao), 10 mm (Ao, AI, A2 e 1\3) e 5
mm (1\4, As e A6).
Formato Tamanho (em mm) Formato Tamanho (em mm)
4Ao 1.682 x 2.378 1\3 297x420
2Ao 1.189 x 1.682 1\4 210 X 297
Ao 841 x 1.189 As 148 x 210
AI 594 x 841 A6 105 x 148
A2 420 x 594

RÉGUA PARALELA

Régua de acrílico fixada por meio de cordas na prancheta. Através de roldanas mantém um
paralelismo em toda a área de desenho. Apesar de possuir dois lados para traçado é utilizado
apenas o lado superior para uma boa técnica de desenho. Com o acúmulo de grafite na face
inferior da régua, recomenda-se mantê-Ia limpa para evitar que suje o papel.

ESQUADROS

O esquadro para desenho técnico é triangular e feito em acrílico e não possui graduação.
Recomenda-se utilizar com 2 mm de espessura tendo-se em vista um melhor alcance da ponta
da lapiseira.

O par de esquadros é formado por:


- um esquadro com ângulos de 90°, 60° e 30°.
- um esquadro com ângulo de 90° e os outros de 45°.
7
O tamanho dos esquadros é dado pelo cateto maior do que contém (90°, 60° e 30°) e possui a
mesma medida da hipotenusa do outro.

45·
30·

60· 90·

Com a utilização dos esquadros e a régua paralela podemos ter várias angulações das linhas a
serem traçadas. Podemos fazer ângulos de 15° em 15° em todos os sentidos.

Com apenas um esquadro podemos ter as seguintes angulações: 30°,45°,60° e 90°.

Com dois esquadros juntos teremos as angulações de: 15° e 75°.

A régua paralela nos fornece as horizontais (0° e 180°).

Para os demais ângulos de um círculo, por analogia, é só rotacionar ou inverter os esquadros,

Para uma boa técnica de desenho algumas observações são necessárias:

- traçar mantendo a mão sobre o esquadro e o tubo metálico da ponta da lápis ir


totalmente encostado. Ocasionando com isto uma maior firmeza no traço e também co
grafite afastado do esquadro e mantendo-o limpo. Com a mão sobre o esquadro evitamos
suor da mão sobre o papel.

- fazer o traçado sempre com a mão levemente inclinada e puxando a lapiseira. O


traçado deverá ser executado de uma única vez evitando emendas de linhas.

- Pode-se deixar a unha do dedo anular deslizar encostada sobre o esquadro mantendo
uma firmeza e uma constante velocidade no traçado.
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- para os destros, usar a mão direita apenas para traçar. Deixando a movimentação dos
esquadros e régua paralela para a mão esquerda.

- apesar do grafite 0,5 mm ser fino, como o desgaste é diferente, mantendo o centro da
linha mais denso e as laterais esfumaçadas, uma técnica utilizada é girar a lapiseira na mão à
medida que se vai traçando a linha. Com isto o grafite mantém-se apontado.

ESCALÍMETRO

Régua de seção triangular com 6 parâmetros de escala. Vulgarmente chamado de escala.


Podendo ter 15 em ou 30 em de comprimento. O escalímetro mais utilizado em arquitetura é o
nO 1, com as seguintes escalas (1:20, 1:25, 1:50, 1:75, 1:100 e 1:125).

O escalímetro não deve ser utilizado para traçar linhas. Podendo sujar de grafite e
consequentemente o desenho. E ainda, como o grafite é abrasivo, lixar sua graduação.

COMPASSO

Instrumento de precisão utilizado para traçar circunferências ou arcos de circunferência. É


composto por: pernas, cabeça, ponta seca e ponta traçadora. A união das pernas é uma
articulação que permite diversos tamanhos de raios. Um bom compasso para desenho técnico
deve ter sua articulação firme e sem folgas para evitar a mudança de raio não intencional.

A ponta de grafite deve ser constantemente apontada com uma lixa n? 180. O grafite deve ser
chanfrado em aproximadamente 45° para o lado externo da circunferência a ser traçada. E
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deverá ter o mesmo comprimento da ponta seca.

Para o traçado da circunferência deve-se primeiramente fixar bem a ponta seca no centro da
circunferência desejada. Abrem-se as pernas do compasso no raio requerido. E segurando-
apenas na cabeça do compasso traça-se a circunferência num sentido único de rotação.

MATERUUSCOMPLEMENTARES
FITA ADESIVA - Pode-se utilizar fita crepe ou "durex". No caso de "durex" adquirir de boa
qualidade para evitar que solte a cola na prancheta evitando dificuldade na limpeza. O "durex'
possui uma superfície mais lisa ocasionando um melhor deslize das réguas na área de desenho.
A fixação da fita adesiva nas pranchas de desenho é apenas nos cantos e no sentido da
diagonal. Com isto mantemos uma tensão no papel ocasionando uma boa fixação.
FLANELA E ESCOVA PARA DESENHO - Materiais destinados a manter limpos os materiais
de desenho e a área de trabalho.
GABARITOS - Réguas vasadas com diferentes figuras em escala apropriada, destinadas a
representação de objetos. Tais como: equipamentos sanitários, circunferências, elipses,
mobiliário e outros elementos construtivos.
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ERGONOMIA
Para desempenharmos bem a tarefa de desenho deveremos adotar algumas posturas e técnicas.
A ergonomia é a ciência que estuda o melhor dimensionamento do mobiliário, necessário ao
desempenho de uma função. O termo ergonomia é derivado das palavras gregas ergon
(trabalho) e nomos (regras). Os mobiliários utilizados para a prática de desenho utilizam um
dimensionamento baseado no corpo humano de tamanho médio de cada região. No Brasil a
altura do ser humano padrão é 1,75 metros. As cadeiras e pranchetas são dimensionadas para
proporcionarem um conforto ao usuário. E com isto o usuário desempenhará a tarefa com
rapidez e precisão. A boa postura é condicionante para não causar lesões no corpo humano.
Manter o tronco o mais ereto possível evita desconforto e dores causadas nos discos vertebrais.

Para os usuários com altura de 1,60 metros até 1,85 metros os mobiliários padrões permitem
uma boa interação. Já para as pessoas mais baixas ou altas deste parâmetro precisaremos de
alguns ajustes para manter uma boa postura. Como referência, ao sentarmos de frente à
prancheta, verificar se o cotovelo está na altura da borda. Com isto não forçamos o braço
causando má circulação e nem o deixamos pendurados exigindo esforço desnecessário.
Para o caso de desconforto pela altura do usuário é recomendável utilizar cadeiras com
regulagem de altura.

I
T
75 em
45 em

O tampo da prancheta pode ser inclinado, melhorando com isto a visibilidade da área de
desenho. E também um alcance na parte superior a ser desenhada. Recomenda-se não elevar
em demasia para os instrumentos de desenho não ficarem caindo. Caso disponha de uma
mesinha auxiliar, para os instrumentos, a inclinação pode ser bem maior.
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LETRAS E ALGARISMOS
As letras e algarismos usados em legendas ou anotações podem ser verticais ou inclinadas, para
a direita. Adotando-se, neste último caso, um ângulo de inclinação com a linha de base entre
60° e 75°. Os tipos de letras e algarismos devem ser bem legíveis e de rápida execução. Estes
tipos devem ser de preferência aos exemplos abaixo:

ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
a bcd efg h ijkl m no pq rstuvwxyz
1234567890
ABCOFFCH/JKLMNOPORSTUVf1/XYZ
obcdel'gh;)k/ml7opqrsluvwxyz
1234567890
As palavras e números devem ser colocados de frente para quem observe o desenho pelo lado
inferior ou pelo lado direito.

O tamanho das letras e algarismos deve seguir uma hierarquia de melhor visibilidade pela sua
importância nos desenhos. O tamanho normatizado segue as réguas de normógrafo.
Instrumento para escrita em nanquim sobre papel vegetal.

TEXTOS Régua Altura Real


(Norrnógrafo) (ernrnm)
50 1,2

Cotas 60 1,5

Especificações 80 2,0
e Anotações
100 2,5

Títulos 120 3,0


Cômodos
140 3,50

175 4,4
200 5,0

240 6,0

Títulos 290 7
PLANTA,
CORTE, ....
350 8,8

425 10,8

500 12,7
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DESENHO GEOMÉTRICO

A - PERPENDICULARISMO:

A) Por um ponto A, traçar uma perpendicular a uma reta r dada.


1) O ponto A E à reta r (A E R):
Dados: Reta "r", Ponto A

2) O ponto A está na extremidade da semi-reta r. (Não se pode prolongar a reta): 10 caso


Dados: Reta" r", Ponto A

3) O ponto A está na extremidade da semi-reta r. (Não se pode prolongar a reta): 20 caso


Dados: Reta "r ", Ponto A

4) O ponto A é exterior à reta r. (Aer):


Dados: Reta" r", Ponto A

5) Traçar a mediatriz do segmento de reta dado.


Dados: Segmento AB

6) Traçar uma perpendicular à reta dada utilizando a proporção (3,4,5).

7) Traçar uma perpendicular à reta dada utilizando a proporção (diagonal do quadrado).

B - DIVISÃO DE SEGMENTOS RETILÍNIOS:

Consiste em dividir um segmento em um número qualquer de partes iguais ou em partes


proporcionais.

8) Dividir um segmento AB em n partes iguais.


Dados: Segmento AB, n (5 por exemplo)
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C-ÂNGULOS

BISSETRIZ DE UM ÂNGULO: é o lugar geométrico dos pontos equidistantes dos dois lados
deste ângulo. A bissetriz de um ângulo o divide em duas partes, dando como resultado dois
novos ângulos iguais. Para que possamos dividir um ângulo em quatro partes é necessário que
dividamos os dois ângulos determinados pela bissetriz, cada um em duas partes. Para
dividirmos em 8 partes, 16 partes, etc ... traçam-se bissetrizes consecutivas.

9) Traçar a bissetriz de um ângulo qualquer.

10) Traçar a bissetriz de um ângulo qualquer, de vértice inacessível:


Dados: os segmentos AB e CD os lados do ângulo.

D - CIRCUNFERÊNCIA

11) Traçar uma circunferência que passe por três pontos dados, não colineares.

12) Determinar o centro da circunferência dada.

F) DIVISÃO DA CIRCUNFERÊNCIA:

13) Dividir uma circunferência em três partes iguais e traçar o polígono regular inscrito.
Dados:
raio = z.scm

14) Dividir uma circunferência em quatro partes iguais e traçar o polígono regular inscrito.
Dados:
raio = 2,5crn

15) Dividir a circunferência em seis partes iguais e traçar os polígonos regulares inscritos.
Dados:
Raio = 2,5cm

16) Dividir a circunferência em oito partes iguais e traçar os polígonos regulares inscritos.
Dados:
Raio = 2,5cm
14
G) CONCORDÂNCIA:
Concordar duas curvas ou uma reta com uma curva, consiste em uni-Ias de tal forma que
possam passar de uma para a outra sem ângulo, inflexão ou solução de continuidade.
A concordância se baseia em dois princípios fundamentais:

- Quando um arco de circunferência e uma reta se concordam, o centro do arco deve achar-se
sobre uma perpendicular à reta no ponto de contato.

- Quando dois arcos de circunferências se concordam, os dois centros e o ponto de contato


devem estar situados sobre uma mesma reta.

17) Concordar uma serni-reta dada com um arco de circunferência pela sua origem.
Dados:
R=3cm

18) Concordar um arco de circunferência com duas retas convergentes das quais não se
conhece o cruzamento, pelo ponto P.
r

19) Concordar dois arcos, no ponto A, a duas semi-retas dadas.


s

A
+

r
15
SISTEMA DE PROJEÇÃO

É fácil entender que uma única projeção ortogonal não é suficiente para localizar um
determinado ponto no espaço.

(A) (A) (A) Notação:


(A)- o PONTO
A - Projeção do PONTO

Foi criado, assim, um sistema de dois planos de projeção: um vertical e outro horizontal, que se
interceptam numa reta chamada Linha de Terra. As duas projeções ortogonais, a vertical e a
horizontal, identificam perfeitamente o ponto.

IA
~ G i,

~f· .'
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~r r.' .'
~ ~'I C.•. .' .

e ,.!.~:.(r~~:i
..·.···.· (A) Notação:
. ,:., -,,"
.. \., .. ' .' (A)-o PONTO
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--,----,-+-----------,,-,,
", ..... AF- Projeção Frontal do PONTO
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.............. :.... .t>. :.:.; .',.~ "w~~' As- Projeção Superior do PONTO
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Os dois planos de projeção se interceptam na linha de terra e formam quatro regiões distintas
(diedros). Pelo sistema trigonométrico adotou-se que a direção do eixo vertical para cima e à
direita é positiva. E no sentido oposto, negativo. Para facilitar o entendimento das projeções
adotaram-se o 1° diedro e 3° diedro por possuírem sinais iguais ocasionando projeções em
mesmo sentido.
16

- 1°

positivo
Diedro sinal
nas duas
2"DIEDRD
~~f~í~10 DIEDRO

dimensões ~~;

- 3° Diedro sinal
negativo nas duas
dimensões.

PROJEÇÕES ORTOGRÁFICAS

Conforme dispomos o Plano de Referência, em relação ao centro de projeção e ao


objeto, teremos um tipo projeção.

Se considerarmos o
plano de referência, o
+-- E _ E
objeto e em seguida o
+----------
centro de projeção,
+---------
+---------~
.---------- teremos uma projeção

.---------- em 1° Diedro .

E se considerarmos o
plano de referência
entre o centro de •• E

---.--
projeção e o objeto,
teremos uma projeção
+-
em 3° Diedro.
.--
17
SISTEMA PROJETIVO
Podemos exemplificar um objeto e as projeções de suas faces nos planos de referências.

Projeções no 10 Diedro:

s
~

E~ F

l'
I
Vistas Plano de Referência
F Frontal Posterior
S Superior Inferior
E Lateral Esquerda Lateral Direito
D Lateral Direita Lateral Esquerdo
I Inferior Superior
P Posterior Frontal
18

No 1° Diedro, a planificação das projeções do objeto, se faz colocando a Vista Frontal fixa e
as demais vistas rebatidas.

[Jffj---
I
I I
r...-
I

,)----
I r+r-
I I I
I I I

a d D b
D F E P

S
19
Projeções no 30 Diedro:

s
~

11

E-1

l'
I
Vistas Plano de Referência
F Frontal Frontal
S Superior Superior
E Lateral Esquerda Lateral Esquerdo
D Lateral Direita Lateral Direito
I Inferior Inferior
P Posterior Posterior
20
No 3° Diedro, a planificação das projeções do objeto, se faz colocando a Vista Frontal fixa e
as demais vistas rebatidas.

!1JIj---
I
I r+r-
I I

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p E F D

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I I I
I I I

I
21
SISTEMA DE REPRESENTAÇÃO

o Sistema de representação adotado por normas brasileiras é em 10 Diedro. Porém se os


desenhos das vistas estiverem separados, é impossível distinguir qual o sistema que as gerou.

ÉPURA
Para desenhar e interpretar as projeções é necessário que os dois planos de projeção sejam
representados em uma superfície plana, voltada na direção de quem vê. Isto é conseguido
fazendo-se com que um dos planos seja rebatido sobre o outro. Manteremos o plano frontal
fixo e rebatemos o plano horizontal, para baixo, num giro de 90° em torno da Linha de Terra.

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./
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./
./
-=
22
Após a operação, tem-se a projeção horizontal (Vista Superior) exatamente abaixo da projeção
vertical (Vista Frontal), no mesmo plano, o qual, na prática, é o papel de desenho. Está obtida
assim, a épura do objeto projetado.

F F

s 5
Para facilitar a interpretação da forma de um objeto, recorre-se a planos auxiliares de projeção.
Podemos representar quantos planos quisermos para melhor representação do objeto. Muitas
vezes utilizando um terceiro plano perpendicular aos planos frontal e superior já é o suficiente,
visto que representaremos as três dimensões do objeto de duas a duas em cada plano de
referência. Este terceiro plano de referência nomearemos de Plano de Perfil.

F p

5
23

Se ainda, pelas características do objeto a ser representado, não conseguirmos demonstrar suas
vistas, deveremos recorrer a Planos de Projeção paralelos às faces a serem projetadas.

ESCOLHA DAS VISTAS

A vista mais importante de um projeto deve ser utilizada como vista frontal ou principal
normalmente a parte que fica direcionada para a rua. Geralmente, esta vista representa todo
os detalhes mais importantes para a execução da obra. Também é necessária a representação
das vistas laterais.
Quando outras vistas forem necessárias, inclusive cortes, elas devem ser selecionadas conforme
os seguintes critérios:

a) Detalhes construtivos;
b) Cortes de escadas, telhados e áreas úmidas.

Devem ser executadas tantas vistas quantas forem necessárias ao entendimento do projeto.
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ELEMENTOS DE ARQUITETURA

Trabalharemos na construção de um espaço tridimensional, para tanto, será necessário as


representações gráficas das projeções da construção a edificar. Desta forma o desenho destas
projeções, bem como as informações necessárias ao entendimento do objeto tridimensional,
denominamos projeto arquitetônico, que é composto por:

planta baixa;
cortes;
fachadas;
planta de cobertura;
planta de situação, locação, localização, implantação;
quadro de áreas;
quadro de aberturas;
detalhes construtivos.

o projeto arquitetônico deve conter informações como: dimensões, especificações,


nomenclatura, proporções, orientação, etc.

A qualidade do desenho arquitetônico não depende somente da obediência às normas


instituídas, ao fato de se apresentar limpo e bem executado e preencher a natureza objetiva da
construção, também deve ser bem apresentado.

o trabalho artístico aliado ao técnico se harmoniza, dando-nos a idéia da obra realizada, de


suas finalidades e da personalidade do profissional.

Planta de Situação e Localização - Planta que compreende o partido

arquitetônico como um todo, em seus múltiplos aspectos. Pode conter informações específicas
em função do tipo e porte do programa. Para aprovação em órgãos públicos, esta planta deve
conter informações completas sobre a localização do terreno.

Planta de Locação ou Implantação - Planta que compreende o projeto como

um todo, com suas medidas de amarração das áreas construídas ao terreno. Deve conter as
informações necessárias dos projetos complementares, tais como: movimento de terra,
arruamento, áreas permeáveis eimpermeáveis, mobiliários fixos (bancos, floreiras, postes, ...) e
demais elementos construtivos.
25
Planta Baixa - tem esse nome porque consideramos uma seção no plano horizontal a
1,50m do piso, esta altura é arbitrária podendo ser mudada a fim de representar algum detalhe
específico. O resultado do deslocamento da parte superior da construção, com as paredes
cortadas, é que determina a planta baixa.

'-t+-h ~
I

I I
I I

r- II

J -. I

I O
,

Corte - Os cortes são representações importantes e complementares à planta baixa, onde


teremos às alturas dos elementos construtivos. São obtidos por uma seção feita por um plano
vertical, retirando-se uma das partes secionadas aparecem também as paredes, lajes e todos os
elementos nas paredes do fundo.
A quantidade de cortes utilizada em um projeto vana de acordo com a complexidade da
construção, embora usualmente sejam realizados no mínimo dois, um transversal e outro
longitudinal.
26
Fachada - é o resultado da projeção da vista sobre um plano vertical de projeção. Outras
representações fazem parte da fachada: revestimentos, portas, janelas, telhados e outros.

Fachada Frontal Fachada Lateral

Planta de Cobertura - É o desenho em projeção horizontal da cobertura de uma


edificação. A escala adotada no desenho da planta de cobertura é 1:100, sendo que em casos de
maior esclarecimento, quando o telhado for complexo pede-se adotar a escala 1:50. Deve conter
na planta de cobertura, a indicação e inclinação do caimento das águas e as especificações do
tipo de cobertura.
27
Quadro de Áreas - deve conter todos os itens estabelecidos pelos órgãos públicos que
regem o plano diretor municipal.

QUADRO DE ÁREAS
ÁREA TERRENO 200,00 m2

ÁREA PAVTO. T~RREO 126,45 m2

ÁREA 2" PAVTO. 97,00 m2

ÁREA 3" PAVTO. 59,18 m2

TOTAL CONSTRUfDO 282,63 m2

COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO 1,41

TAXA DE OCUPAÇÃO 63,23 %

TAXA DE PERMEABILlDADE 10,00 %

ÁREA DO TERRENO: metragem quadrada do terreno, de acordo com a escritura.


TOTAL CONSTRUÍDO: metragem quadrada, considerando o perímetro da construção. (não é
considerada a área de projeção dos beirais.)
TAXA DE OCUPAÇÃO: índice urbanístico da proporção que a área edificada ocupa no terreno.
COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO: é o potencial construtivo do terreno. É a razão entre
o total construí do e a área do terreno.
TAXA DE PERMEABILIDADE: índice urbanístico da proporção do terreno que absorve a água
pluvial.

Quadro de Aberturas - deve conter todas as aberturas do projeto, bem como,


dimensões, peitoris, características e quantitativo.

QUADRO DE ABERTURAS
DIMENSOES ALTURA
TIPO (Larg. x Alt.) CARACTERISTICA QUANT.
PEITORIL

PORTAS
P·1 0,60 x 2,10 - ABRIR 04
P·2 0,70 x 2,10 - ABRIR 07
P03 0,80 x 2,10 - ABRIR 01
PORTAS-JANELAS
PJo1 3,40 x 2,40 CORRER 01
PJo2 3,00 x 2,40 - CORRER 01
PORTOES
?TO1 O 90 x 220 - I ABRIR I 01
PT"2 2,80 x 2,20 I - I CORRER 01
JANELAS
J"1 2,55 x 1,40 1,00 m CORRER 01
J·2 2,40 x 1,40 1,00 m CORRER 03
J"3 120x140 100 m MAXIMAR 01
J·4 0,80 x 0,80 1,60 m BASCULANTE 01
28
Elementos que devem conter:
PLANTA DE SITUAÇÃO:
- curvas de nível existentes e projetadas, além de eventual sistema de coordenadas referenciais;
- indicação do norte (geográfico ou magnético);
- vias de acesso ao conjunto, arruamento e logradouros adjacentes com os respectivos
equipamentos urbanos;
- indicação das áreas a serem edificadas;
- denominação dos diversos edifícios ou blocos;
- escalas;
- notas gerais, desenhos de referência e carimbo.

PLANTA DE LOCACÃO:
- sistema de coordenadas referenciais do terreno, curvas de nível existentes e projetadas;
- indicação do norte (geográfico ou magnético);
- indicação das vias de acesso, vias internas, estacionamentos, áreas cobertas, platôs e taludes;
- perímetro do terreno, marcos topográficos, cotas gerais e níveis principais;
- indicação dos limites externos das edificações: recuos e afastamentos;
- eixos do projeto;
- amarração dos eixos do projeto a um ponto de referência;
- denominação das edificações;
- escalas;
- notas gerais, desenhos de referência e carimbo.

PLANTA BAIXA:
- indicação do norte;
- eixos do projeto;
- sistema estrutural;
- indicação das cotas entre os eixos, cotas parciais e totais;
- caracterização dos elementos do projeto:
- fechamentos externos e internos;
- circulações verticais e horizontais;
- cobertura/telhado e captação de águas pluviais;
- acessos e demais elementos significativos;
- marcação de projeção de elementos significativos acima ou abaixo do plano de corte;
- indicação dos níveis de piso acabado;
- denominação dos diversos compartimentos e respectivas áreas úteis;
- marcação de cortes e fachadas;
29
- escalas;
- notas gerais, desenhos de referência e carimbo.

CORTES:
- eixos do projeto;
- sistema estrutural;
- indicação das cotas verticais;
- indicação de cotas de nível em osso e acabado dos diversos pisos;
- caracterização dos elementos do projeto:
- fechamentos externos e internos;
- circulações verticais e horizontais;
- áreas de instalações técnicas e de serviços;
- cobertura/telhado e captação de águas pluviais;
- forros e demais elementos significativos;
- denominação dos diversos compartimentos seccionados;
- escalas;
- notas gerais, desenhos de referência e carimbo;
- marcação dos cortes transversais nos cortes longitudinais e vice-versa, podendo ainda ser
indicadas as alturas das seções horizontais (planta da edificação).

FACHADAS:
- eixos do projeto;
- indicação de cotas de nível acabado;
- escalas;
- notas gerais, desenhos de referência e carimbo;
- marcação dos cortes longitudinais ou transversais.

PLANTA DE COBERTURA:
- eixos do projeto;
- escalas;
- notas gerais, desenhos de referência e carimbo.

Carimbo ou Legenda - É o local destinado à colocação de informações sobre o


desenho. Toda prancha deve levar, no canto inferior direito, um quadro destinado à legenda,
constando além do título do desenho, as indicações necessárias à sua exata identificação, tais
como: tipo de projeto, tipo de obra, endereço, proprietário, referência, número da prancha,
escala, desenhista, autor do projeto e outras informações necessárias.
30

A legenda deve apresentar a disposição mais conveniente à natureza do respectivo desenho,


não ultrapassando, tanto quanto possível, a largura de 175 mm (medida sem a margem).

o projeto tem sua finalidade principal destinada à execução. O carimbo deverá conter as
principais informações com objetividade, visando uma maior rapidez na identificação dos
desenhos. No exemplo abaixo, destacou-se a referência e número da prancha para maior
agilidade nas obras em andamento.

PROJETO ARQUITETONICO
OBRA
RESID~NCIA UNIFAMILlAR - VIT6RIA - ES
RUA JOS~ ALVES, N' 301, QUADRA "PU, LOTE N'15, BAIRRO GOIABEIRAS
PROPRIETÁRIO

SR. FULANO DE TAL


ESCAlA 10 o
REFERENCIA INDICADA ~ 10
cri
DATA
PLANTA DE SITUAÇÃO MAR/2014
10
~
TELEFAX 10

PLANTA PAVTO. TtRREO ~ 3335 5666 ~


DESENHO 10
Artur ~
AUTOR DO PROJETO

ARTUR MOREIRA RODRIGUES N

ARQUITETO - CAU - A 12.345

17.50

Exemplo de carimbo para projetos

5 7.5 2 3

FACULDADE CURSO PROFESSOR

DISCIPLINA TURMA

REFERENCIA PRANCHIA N' ESCALA


10

DATA

VISTO

AlUNO MATRICULA

17.50

Exemplo de carimbo para fins didáticos


31
Representações:

Portas: a largura das portas obedece a valores mínimos estabelecidos pelo código de obras
municipal.

A altura é geralmente 2,10 metros, em alguns casos como, garagens, portões, portas de entrada
podem ser maiores.

o espaço que fica atrás da porta, destinado à colocação de marco e alisares é denominado de
boneca e normalmente possui 10 crn de largura, podendo ser alterado.

Janelas: o tamanho das janelas é estabelecido em função da área do compartimento. Os


valores mínimos são estabelecidos pelos códigos de obras do município.

Cotagem:

Os desenhos de algo a ser fabricado ou construído devem levar todas as informações


necessárias à sua confecção, como: medidas, espécies de material ou indicação de
acabamentos.

As linhas de cotas são de espessura fina, traça das paralelamente às dimensões do objeto e
distantes aproximadamente 20 mm do contorno do desenho. Caso tenha necessidade de mais
de uma linha de cota o distanciamento das próximas deverão obedecer 8 mm.

Em desenhos técnicos, o sistema de cotagem é formado pelos seguintes elementos, de acordo


com NBR 10.126 - NOV/87. Esta Norma fixa os princípios gerais de cotagem a serem aplicado
em todos os desenhos técnicos.

- Cotagem:
Representação gráfica no desenho da característica do elemento, através de linhas, símbolos,
notas e valor numérico numa unidade de medida.

- Linhas auxiliares de cotas:


São desenhadas como linhas estreitas contínuas. A linha auxiliar deve ser
prolongada ligeiramente além da respectiva linha de cota. Um pequeno espaço deve ser
deixado entre a linha de contorno e a linha auxiliar. As linhas auxiliares devem ser
32
perpendiculares ao elemento dimensionado.

- Limite da linha de cota:


A indicação dos limites da linha de cota é feita por meio de pontos ou traços oblíquos à 45° de
inclinação. A indicação dos limites da linha de cota deve ter o mesmo tamanho num mesmo
desenho. Somente uma forma da indicação dos limites da linha de cota deve ser usada num
mesmo desenho.

- Apresentação da cotagem:
As cotas devem ser apresentadas em desenho com caracteres do tamanho
suficiente para garantir completa legibilidade, tanto no original como nas reproduções
efetuadas e colocadas no centro da dimensão. As linhas de cotas na horizontal deverão ter as
cotas na parte superior da linha e centralizada e as linhas de cotas verticais, deverão ter as
cotas do lado esquerdo e centralizada. Quando o número não couber no espaço destinado
poderá ser colocado preferencialmente à direita ou a cima de seu espaço.

6.45

4,00 2,00

~'
rI'" iJ
l'-"
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w\ J- i-. - hl·+
I ,,;1
I I'~

_BANHEIRO
390 m'

8 CH'/ QUARTO <,


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ri 12,00 m2

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810 mZ
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8.
I') 12,00 m2 D
~)C

./

'-

Exemplo de cotagem
33
Escala:
Quando projetamos algo, muitas vezes não conseguimos desenhar do tamanho que será o
objeto. No caso de uma residência precisaríamos desenhá-Ia no próprio local a ser construída.
Ainda encontramos esta forma de representar em área mais remotas onde as próprias pessoas
desenham no chão as suas necessidades. Para projetarmos uma edificação utilizamos de
desenhos reduzidos para facilitar na sua representação.

Escala a relação da dimensão linear de um objeto ou elemento representado no desenho


original para a dimensão real do mesmo elemento e/ou do próprio objeto (segundo a
NBR- 8196).

E = AB (desenho) =...L sendo M - módulo


AB (real) M

Tipos de escalas:

PLANTA BAIXA Exemplo de


ESCALA - 1:100 escala numérica e
o 2 3 5 10 escala gráfica

As escalas recomendadas em desenho técnico são:


- natural: as medidas do desenho e do objeto são iguais, é a escala 1/1 (uma unidade do
desenho correspondente a uma unidade do objeto) - relação 1:1

- de ampliação: as medidas do desenho são maiores que as do objeto, é a escala X/I - relação
maior que 1:1 (50:1; 20:1; 10:1; 2:1; 5:1)

- de redução: as medidas do desenho são menores que as do objeto, é a escala l/X - relação
menor que 1:1 (1:2; 1:5; 1:10; 1:20; 1:50; 1:100; 1:200; 1:500; 1:1000; 1:2000; 1:5000)

Escalas usadas em arquitetura:


- Plantas: 1:100; 1:50.

- Cortes e fachadas: 1:100; 1:50.

- Situação e localização: 1:250; 1:200; 1:500.

- Detalhes: 1:5 ; 1:10 ; 1:20 ; etc.


34
PROJETO DE EDIFICAÇÃO

A palavra projeto significa, genericamente: intento, designo, empreendimento e em sua


acepção técnica, um conjunto de ações caracterizadas e quantificadas, necessárias à
concretização de um objetivo. Embora este sentido se aplique a diversos campos de atividades,
em cada um deles o projeto se materializa de forma específica.

o objetivo principal do projeto de arquitetura de edificações é a execução da obra idealizada


pelo arquiteto. Essa obra deve se adequar aos contextos natural e cultural em que se insere,
além de responder às necessidades do cliente e de seus futuros usuários.

As metas do cliente e dos usuários se exprimem através do programa de necessidades que


define metodicamente o objetivo do projeto.

DEFINIÇÕES GERAIS

1.Programa de Necessidades - Documento que exprime as metas do cliente e as


necessidades dos futuros usuários da obra. Em geral, descreve sua função, atividades que irá
abrigar, dimensionamentos e padrões de qualidade, assim como especifica prazos e recursos
disponíveis para a execução. A elaboração desse programa deve, obrigatoriamente preceder o
início do projeto, podendo ser complementada ao longo do seu desenvolvimento.

2. Projeto Arquitetônico - Conjunto de documentos técnicos necessários à construção,


fabricação ou montagem da obra (primeira etapa de realização da mesma). Bem como para a
execução dos Projetos Complementares.

3. Projetos Complementares - Conjunto de projetos a serem desenvolvidos por


profissionais especializados escolhidos de comum acordo entre cliente e o arquiteto (tais como:
Estrutural, Hidrossanitário, Elétrico, Telefônico, Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio,
Lógica e outros).

4. Execução - Conjunto de ações técnicas baseadas nos projetos, necessárias à construção,


fabricação e/ou montagem da obra (segunda etapa de realização da mesma).
35
ETAPAS E FASES DO PROJETO DE ARQUITETURA

1. Levantamentos de Dados
Constitui-se na fase preliminar de definições, verificações e analises, compreendendo:

• Objetivos do cliente / obra.


• Programa de necessidades / dimensionamento.
• Informações do terreno.
• Averiguações da legislação.
• Padrões e sistemas construtivos.
• Normas de apresentação e representação gráfica do cliente (se houver).

2. Estudo Preliminar
Determinação da viabilidade econômica e legal da edificação, o partido a ser adotado e as
características genéricas do Projeto.

3. Anteprojeto
Solução geral com a definição do partido adotado, da concepção estrutural e das instalações em
geral, possibilitando clara compreensão da obra a ser executada.

4. Projeto Legal
Solução definitiva do Anteprojeto, representado em plantas, cortes, elevações, especificações e
memoriais de acordo com as exigências dos poderes Públicos a que serão submetidos.

5. Projeto Executivo
Projeto aprovado, com especificações detalhadas, representação em escalas adequadas e
necessárias à boa compreensão na execução da obra e ao desenvolvimento dos demais projeto .

6. Detalhes
Detalhe das áreas molhadas, escadas, caixilhos, mobiliários fixos, localização de aparelhos
hidráulicos, pontos de luz e demais componentes da edificação, em escalas adequadas à
execução da obra.

7. Especificações Técnicas
Caracteriza-se por informações complementares quanto à especificação técnica e detalhada dos
materiais previstos na obra (dimensões, cores, texturas, modelos).
8. Coordenação / Gerenciamento Geral dos Projetos
Os projetos complementares e serviços adicionais são também desenvolvidos normalmente em
etapas e fases análogas. AB interfaces entre todos os projetos e sistemas exigem uma
coordenação para compatibilizar as necessidades de cada área, podendo ser exerci da pelo
arquiteto contratado para elaborar e desenvolver o projeto. Esta atividade, dependendo das
etapas contratuais, pode compreender desde a simples verificação dos projetos
complementares até a responsabilidade de escolha, contratação e gerenciamento de todos os
projetos complementares, incluindo aprovações e medições dos serviços executados.

9. Assistência à Execução da Obra


É a fase complementar do projeto que se desenvolve concomitantemente a execução da obra,
não se confundindo com os serviços de fiscalização, gerenciamento e execução de obras.

10. Serviços Adicionais


Dependendo da complexidade da obra e de acordo próprio entre arquiteto e cliente, o projeto
de arquitetura de edificações poderá ser complementado com outras atividades.
37
ROTEIRO BÁSICO DE DESENVOLVIMENTO DE
PROJETOS DE ARQUITETURA
ESTUDO PRELIMINAR

Produto Final
Memorial - descreve e justifica a solução arquitetônica proposta, relacionando-a ao Programa
de Necessidades, às características do terreno e do seu entorno, à legislação arquitetônica e
urbanística pertinentes ej ou a outros fatores determinantes na definição do partido adotado
(pré-dimensionamento ).

Plantas Baixas - dos principais níveis da edificação que caracterizem uso, localização,
dimensionamento e articulação dos ambientes, permitindo, sempre que possível, uma primeira
apreciação da solução estrutural. Devem ser complementadas por cortes esquemáticos e
plantas de situação j implantação esquemáticas, lay-out (colorido), perspectiva (interna e
externa), em escala adequada ao bom entendimento.

ANTEPROJETO

Objetivo
A partir do Estudo Preliminar aprovado será desenvolvido o anteprojeto arquitetônico,
abordando os seguintes aspectos:

• Concepção, dimensionamento e caracterização dos pavimentos, contendo a definição de


todos os ambientes.
• Concepção e tratamento da volumetria do edifício
• Definição das instalações gerais.

o conjunto de definições será sempre orientado levando-se em consideração os seguintes


aspectos:

• Conforto ambiental (insolação, aeração, luminosidade e tratamento acústico).


• Tecnológicos (sistemas construtivos, resistência e durabilidade dos materiais).
• Econômicos (relação mais adequada entre custos, benefícios, durabilidade e padrão
desejado).
Produto Final
a)Planta de situação ( implantação
• Denominação de ruas e/ou placas limítrofes.
• Orientação do Norte.
• Tabelas com área de construção por pavimento, totais de construção, projeção e
terreno.
• Implantação dos blocos com afastamento das divisas e níveis principais do terreno.
• Áreas de circulação, estacionamentos e jardins.

b) Planta de cada pavimento com cotas (escala - 1:50)


• Elementos de estrutura.
• Indicação de cortes.
• Indicação dos elementos estruturais (pilares).
• Níveis dos pisos (gerais).
• Localização dos principais equipamentos, como elevadores, cabinas de
transformação, áreas para Equipamentos de ar-condicionado, instalações,
• Reservatórios, fossas e outros definidos pela função da edificação.
• Denominação e área de cada ambiente.
•• Outros elementos que favoreçam a compreensão qualitativa dos espaços
propostos.

c) Plantas de cobertura
• Indicação de tipologia (laje impermeabilizada, telhado, etc.).
• Indicação de caimentos, calhas, coletores de águas pluviais (rufos),

d) Cortes
• Altura de piso a piso / vãos.
• Pré-dimensionarnentos de lajes e outros elementos estruturais.
• Pés-direitos.
• Indicação de forro.
• Indicação de vãos.

e) Fachadas
• Indicação de esquadrias, brises e outros elementos.
• Indicação de materiais de revestimento.
39
f) Tabelas / memoriais

• Quadro de áreas por pavimento e geral.


• Quadro de esquadrias
• Definição dos principais acabamentos.
• Memorial justificativo (eventual) será o estudo preliminar com as correções e
acréscimos necessários.

g) Serviços adicionais
Ainda poderão ser oferecidos como serviços adicionais:
• Perspectivas, maquete, modelo reduzido.
• Quantificação dos itens principais da obra.
• Pré-orçamento estimativo.

PROJETO LEGAL

Produtos Finais
É necessária a apresentação dos registros oficiais da empresa de arquitetura e dos responsáveis
técnicos (prefeitura, Crea ou CAU) e ART ou RRT - Anotação ou Registro de Responsabilidade
Técnica dos projetos da edificação.

PROJETO EXECUTIVO

Produtos Finais
Todas as informações do anteprojeto em maior grau de determinação e especificação. Não
podendo haver omissão de informação, delegando com isto livre arbítrio do executante.
40

CIRCULAÇÃO VERTICAL - ESCADA


A concentração das construções nas grandes cidades criou exigências de aproveitamento cada
vez maior dos terrenos. Assim surgiu a construção de pavimentos sobrepostos servidos por
uma circulação vertical, em vez da costumeira circulação horizontal (esta é feita através de
corredores, passagens, terraços e dependências entre si). A circulação vertical faz-se por meio
de escadas, de rampas, de elevadores, de monta-cargas, e outros.
A escada apresenta uma série de termos técnicos, que veremos a seguir:

PATAMAR

CORRIMÃO

GUARDA-C ORP O
( BALAUSTRE

PISO
DEGRAU
ESPELHO
(

Uma escada não pode ser colocada arbitrariamente. Se o espelho tiver mais de 18 em a escada
torna-se cansativa. Se o piso é menor do que 25 em, o pé não encontra apoio e pode provocar
quedas. Com pisos de 45 em fica a dúvida: daremos passadas maiores ou encurtaremos os
passos? Se os espelhos de uma escada forem variáveis quebra-se o ritmo.

Para o cálculo das escadas existem ...


FÓRMULAS:
1. quantidade de degraus -7 n = h/e
2. Fórmula de Blondel -7 2 e + p = x (média)
3. Corpo de bombeiro -7 63 s x s 64 em.

n= quantidade de espelhos
h= altura de piso a piso (pé-direito + laje)
e= espelho (altura do degrau)
p= piso (apoio do pé)
41
FORMAS DE ESCADAS E DEGRAUS:

ESCADAS HELlCOI DAIS


42
ESCADAS, CONSIDERAÇÕES GERAIS E CÁLCULO:
O dimensionamento, tipologia e características de uma escada deverão obedecer às normas
municipais (código de obras), estaduais (corpo de bombeiros) e federais.
A largura mínima de uma escada confortável é de 0,90 m. As escadas de edifícios de mais de
dois pavimentos terão a largura mínima de 1,20 m. A existência de elevador em um edifício não
dispensa o uso de escada.

Dados experimentais fizeram concluir que a altura mais recomendada para o espelho de uma
escada é de 17,5 centímetros. Blondell, arquiteto francês, estabeleceu uma fórmula empírica
que permite calcular a largura do piso em função da altura do espelho. Esta fórmula é a
seguinte: ee +p = x. Isto é: 2 vezes a altura do espelho mais a largura do piso é igual a x.
(x podendo variar de igualou maior do que 63 e igual e menor do que 64).

As escadas com mais de 16 (dezesseis) degraus deverão ter um patamar. A largura do patamar é
sempre a mesma que a da escada e o comprimento quase sempre é igual à largura a fim de
facilitar a mudança de direção da escada. O patamar divide a escada em dois lances. As escadas
helicoidais só serão toleradas quando servirem de comunicação a torres, adegas, girais, casas
de máquinas ou entre-piso. Em residências, as escadas helicoidais deverão ter uma largura que
possibilite um certo conforto.

Quando houver necessidade da laje de piso do pavimento superior sobrepor a escada, devemos
considerar livre o espaço compreendido entre o degrau e a laje de no mínimo
2 metros.

ESCADA - SUA REPRESENTAÇÃO, TIPOS DE ESCADA:


As escadas serão obrigatoriamente representadas nos cortes e na planta de cada um dos
pavimentos. Indicar sempre na planta, com uma seta, a direção da subida e descida da escada.

Representar também, no pavimento de onde parte a escada, isto é, em sua planta, apenas 4 ou
5 degraus da escada, pois obtém-se a planta por uma seção feita mais ou menos a um 1,5 m do
piso.

A seta continuará indicando a subida. Esta recomendação deve ser respeitada a fim de facilitar
a leitura das plantas.
43
COBERTURAS

É o desenho em projeção horizontal do telhado de uma edificação. Embora o telhado seja o


mais conhecido sistema de proteção superior das construções, é bom saber que há vários tipos
de coberturas. Lajes planas, abóbadas e cúpulas são alguns exemplos.

A mais tradicional das coberturas usada na maioria das casas é o telhado, construído com
estrutura de madeira e telhas de barro ou de fibrocimento. Este telhado poderá ser de vários
formatos, regulares ou irregulares, costuma ter uma ou mais superfícies planas - uma água,
duas águas, três águas ou múltiplas águas.

o número das superfícies planas (n° de águas), a planta da casa a ser coberta, a distância entre
os vãos, as condições climáticas do local (ventos fortes e/ou muita chuva) e o tipo de telha
definem as características do telhado, o formato, as dimensões das peças e a sua inclinação.

I POR DENTRO DO TELHADO:

O telhado é formado por duas partes principais: a ARMAÇÃO e a COBERTURA.

ARMAÇÃO: ou madeiramento é o conjunto de elementos estruturais que sustenta a cobertura.


São as tesouras, as terças, os caibros e as ripas.

- Tesouras: estruturas triangulares, composta de várias peças. Definem a inclinação e suportam


o restante do madeiramento.

- Terças, caibros e as ripas: formam uma espécie de trama capaz de sustentar o conjunto de
telhas.

COBERTURA: constitui as telhas que cobrem o madeiramento. As telhas podem ser de:
cerâmica, barro, cimento, madeira, alumínio, fibrocimento, aço, PVC, etc.
44
..
CUMEEIRA

TERÇA (7x10cm)

RIPA (Sxl.5cm)

TELHA

TERÇA (7x10em)

P ENDU.RAL (1 Ox 15 em) TELHA

RIPA {5x1 j5cm)

ABRACADEI RA

PERNA (10x15cm),

ESCORA (1 Ox 15cm
PENDURAL (10x15cm)

~
CJ1
TIPOS E FORMATOS (dependem da planta da casa)
DE UMA ÁGUA
sentido
do caimento
da água

oitão ou
empena --;....'

.'

Alpendre ou telhado de meia - água é o tipo mais simples. Usado em pequenos vãos, tem uma
superfície inclinada e, por isso, não com cumeeira e espigão. É sustentado por paredes de
alvenaria chamada de oitão ou empena. Pode ser retangular ou quadrado.

DE DUAS ÁGUAS

oitão

Com cumeeira no encontro das duas superfícies inclinadas, também necessita de empenas nas
suas extremidades. Usado em casas de planta retangular ou quadrada.

QUATRO ÁGUAS

cumeeira --....,

espigão

beiral

Não precisa de empenas para a sua sustentação. Pode ser retangular ou quadrado. A grande
vantagem é que possui todos os seus beirais estão no mesmo nível.
47

MÚLTIPLAS ÁGUAS

água-furtada

Mais complexo, o telhado de várias águas é a combinação dos outros tipos. Ideal para casas de
plantas elaboradas, seu formato varia muito de acordo com o desenho da construção.

TAMANHO DOS BEIRAIS:


Todo o telhado deve ter beirais. Eles protegem as paredes, esquadrias externas contra chuva e
I

sol. Dependendo do tamanho da telha, da dimensão prevista para o madeiramento e da


intenção arquitetônica, seu tamanho pode variar. Os mais convencionais não necessitam de
estrutura auxiliar de apoio e costumam ter entre 60 a 70 cm. Os que variam de 80 a 1,50 em
necessitam de mão-francesa. E os maiores de 1,50 a 2,00 em, precisam do auxilio de pilares.
Geralmente são projetados com medidas generosas com o intuito de criar varandas.

mão-francesa--+-Ml

pilar---
CÁLCULO DA INCLINAÇÃO:

Para o cálculo da inclinação, após terem definido todas as características ditas anteriormente é
necessário a utilização de uma regra de três:

i (inclinação) 100 (porcentagem)


Altura (da água) Vão (comprimento da água)

No exemplo abaixo:
1 100

2,00 5,00

i=40%

('
49
GLOSSÁRIO DA CONSTRUÇÃO

-A-
ABNT: Associação Brasileira de Normas técnicas, cujas normas fazem parte integrante deste
código, quando com ele relacionadas;

ACRÉSCIMO: é o aumento de uma construção, quer no sentido horizontal, quer no vertical.

ADEGA: compartimento geralmente subterrâneo que serve para guardar bebidas, por suas
condições de temperatura;

ÁGUA DO TELHADO: cada superfície em plano inclinado do telhado;

ÁGUA-MESTRA: maior plano de um telhado;

ALICERCE: fundação ou base de alvenaria enterrada, que suportará a estrutura a ser


construída;

ALMOFADA: qualquer requadro (saliência, nivelado ou em reentrância) emoldurado por


filetes, na superfície de paredes, portas ou tetos;

ALINHAMENTO: é a linha projetada e locada para marcar o limite entre o lote e o logradouro
público (calçada);

ALVENARIA: é o nome das paredes de tijolo quando são levantadas;

ARGAMASSA: mistura de água, areia, cimento e barro ou cal, que serve para assentamento dos
tijolos e revestir a alvenaria;

ARMAÇÃO: madeiramento é o conjunto de peças que sustenta a cobertura da construção;

ARQUITETURA DE INTERIORES: obras em interiores que implique criação de novos espaços


internos ou modificações na função dos mesmos ou nos elementos essenciais, ou das
respectivas instalações;
50
-B-
BALANÇO: todo corpo saliente, além da prumada da edificação, sem estrutura de
sustentação aparente;

BALAÚSTRE: pequeno pilar ou coluna em madeira, concreto, pedra ou metal que alinhado
lado a lado, compõe a balaustrada, sustentando o corrimão, e junto com este forma o guarda-
corpo;

BALDRAME: é a viga de concreto que vai sustentar as paredes da obra. A viga baldrame é um
tipo de fundação direta - assentada sobre a superfície do terreno;

BANDEIROLAS: ou bandeira. Abertura fixa ou móvel situada acima da porta;

BASCULANTE: Possui eixo de rotação horizontal, centrado ou excêntrico e não coincidente


com as extremidades com as extremidades superior ou inferior da janela.

BEIRAL: é a borda saliente do telhado;

BRISE: elemento em metal ou concreto, utilizado em fachadas (ou muros) para interceptar a
ação do sol sem barrar a ventilação;

-c-
CAIBRO: peça do madeiramento do telhado que se apóia nas terças e sustenta as ripas;

CAIXILHARIA: ou esquadria, serve para o fechamento de vãos de portas e janelas;

CALEFAÇÃO: qualquer sistema de aquecimento de ambientes;

CALHAS: são canaletas horizontais que escoam as águas da chuva no telhado. Localizam-se no
final do beiral.

CIMENTADO: é o acabamento para o piso em cimento;

CINTA: viga de cimento que une os pilares das sapatas ou blocos, e onde se apoiam as paredes
do 1° pavimento (térreo) - normalmente as cintas ficam encobertas pelo aterro de
renivelamento do terreno;
51
CLARABOIA: abertura no alto da construção, dotada de fechamento plano em caixilharia e
vidro para permitir iluminação natural e, às vezes, ventilação - em geral em ambientes
desprovidos de janelas;

CÓDIGO DE OBRAS: legislação vigente em cada cidade que determina as normas que o projeto
arquitetõnico deve obedecer;

COLUNA: peça estrutural vertical, de seção horizontal circular;

COMPARTIMENTO: espaço arquitetônico destinado a uma determinada função. Podem ser de


permanência noturna (dormitório), permanência diurna (salas) e transitórios (serviços).

CONSTRUIR: é de um modo geral, realizar qualquer obra nova: edifício, ponte, viaduto,
muralha, muro, etc.

CUMEEIRA: é a linha de arremate do encontro dos planos de águas do telhado. É a parte mais

"'.
alta do telhado.

CONCRETO: é a mistura homogênea de brita, areia, cimento e água, que se usa na estrutura
(estacas, sapatas, blocos, cintas, pilares, vigas, lajes, vigotas, etc.)

CONCRETO ARMADO: é o concreto associado à armação de ferro, compondo, assim a


estrutura;

CONTRAPISO; camada de 4 à 6 em, de cimento, areia e água, que nivela o piso para o
revestimento;

-D-
DECK: pISO semelhante ao do convés do naVIO, feito em madeira ripada, próprio para
contornar piscinas, banheiras e outras áreas molhadas;

DEMÃO: cada camada de tinta ou verniz espalhada sobre uma superfície;

DOMO: cúpula, geralmente convexa ou arredondada, que cobre uma abertura horizontal no
topo da construção, permitindo iluminação/ ventilação;
52
DRENO: sistema de tubos e dutos subterrâneos para escoar as águas de terrenos alagadiços;
ralo usado na captação de águas de chuva e limpeza;

-E-
EDÍCULA: bloco construído complementar ao principal, mas independente dele, onde ficam
instalados as dependências de empregados, área de serviço, garagem ej ou ambientes de lazer
(sauna, varanda, jogos);

ELEMENTO VAZADO ou COBOGÓ: peça de vidro, cerâmica, concreto, metal ou madeira que
possibilita a passagem de luz e ar, para paredes e muros;

EMPENA OU OITÃO: fechamento de alvenaria entre a laje e o telhado. Utilizado nas laterais
dos telhados de duas águas.

ESCORA: de madeira ou de ferro, serve para apoiar as fôrmas das lajes e das vigas;

ESTACAS: quando o terreno é fraco e a construção é grande, fura-se então o solo com peças de
concreto ou ferro, chamadas estacas, através de uma máquina, o bate-estacas. Assim, o furo
pode atingir de 12 a 20 metros de profundidade, encontrando superfície mais resistente;

ESPELHO D'ÁGUA: pequeno tanque dentro ou fora de casa, onde a água reflete o que estiver à
sua volta;

ESPIGÃO: encontro de duas águas de telhado que forma um ângulo voltado para baixo;

ESQUADRIA: nome dado ao conjunto de caixilhos de janelas e portas;

ESTRIBO ou ABRAÇADElRA: nas tesouras dos telhados, liga o pendural ao tensor ou o tenso r
às empenas;

ESTRUTURA: qualquer elemento que compõe o esqueleto de uma construção para sustentar
paredes, pisos, etc.

ESCORA: peça da tesoura para contraventamento.

-F-
FACHADAS: elevações das paredes externas de uma edificação;
53

FACHADA PRlNCIP AL: melhor visual da edificação podendo ser a fachada voltada para o
logradouro público;

FISSURA: pequena trinca ou rachadura no concreto ou na alvenaria;

FRONTÃO: arremate superior de portas e janelas, e no sentido clássico é o plano triangular


vertical entre a laje de cobertura e as águas do telhado;

FUNDAÇÃO: tudo que compõe a base da construção; o mesmo que alicerce;

FUNDAÇÃO DIRETA: se o terreno for firme, não sendo necessário perfurá-Io, então a viga
baldrame (sapata corrida) ou a sapata é posta sobre as primeiras camadas do solo - a isso
chamamos de fundação direta;

FUNDO DO LOTE: é o lado oposto à frente. No caso de lote em esquina só haverá laterais .

•• >

-G-
GABARITO: medida que quantifica a altura das edificações;

GALPÃO: é uma construção construída por uma cobertura sem forro, fechada, pelo menos em
três de suas faces, na altura total ou em parte, por meio de parede ou tapume, e destinada
somente a fins industriais ou a depósito, não podendo servir de habitação.

GUARDA-CORPO: conjunto formado por corrimão mais gradil ou balaustrada de proteção,


utilizado em escadas, sacadas e balcões;

-H-
HABITE-SE: documento obtido junto à Prefeitura para permitir que o imóvel seja habitado;

HIDRÁULICA: todo o sistema de abastecimento, distribuição e escoamento de águas de uma


edificação;

-1-
IMPERMEABILIZAÇÃO: ato de impermeabilizar uma superfície da ação de fluídos. Podendo
ser utilizados aditivos na argamassa de concreto ou elastômeros superficiais.
_ 54
INSOLAÇAO: quantidade de energia térmica, proveniente do sol, captada por uma construção;

- J-
JIRAU: palanque, estrado ou laje de um piso elevado, sobre e sob o qual as pessoas circulam;
não confundir com o mezanino, bem maior;

- L-
LAJE: é o piso e o teto da construção quando há mais pavimentos, quer dizer, a laje de piso de
um andar é o teto do andar de baixo;

LOGRADOURO PÚBLICO (CALÇADA): é toda a parte da superfície da cidade destinada ao


trânsito público, oficialmente reconhecido e designado por um nome, de acordo com a
legislação em vigor.

LOTE: é a porção de terreno situada ao lado de um logradouro público (calçada), descrita e


assegurada pelo título de propriedade.

LAMBRIL: revestimento de parede ou forro em madeira com encaixe macho-e-fêmea;

LAMBREQUIM: enfeite recortado em madeira, utilizado como arremate ornando forros dos
ambientes ou compondo um rendilhado em beirais;

LANTERNIM: pequeno telhado sobreposto à cumeeira que permite ventilação natural;

LENÇOL FREÁTICO: é o local abaixo da superfície do solo onde se acumulam as águas


subterrâneas; na orla marítima varia de profundidade conforme as marés;

LINHA: peça de tesoura. O mesmo que tirante ou tensor.

-M-
MACHO - E - FÊMEA: encaixe onde uma peça apresenta saliência e a outra faz reentrância,
ocorre geralmente em peças de madeira;

MANSSARDA: tipo de telhado;

MÃO - FRANCESA: mão-de-força ou escora: peça oblíqua para reduzir o balanço de uma outra.
55
MAQUETE: miniatura, em escala, de um Projeto Arquitetônico ou obra-de-arte (pontes,
viadutos, túneis);

MASSA CORRIDA: à base de PVA ou acrílico, dá acabamento liso à parede, para essa receber a
pintura;

MASSA FINA: mistura homogênea de areia fina, cimento, água e cal para rebocar paredes
internas;

MAXIMAR: janela presa a um eIXO supenor, com abertura inferior para fora, em
movimento horizontal;

MEIA-ÁGUA: quando o telhado tem apenas uma água, um único plano inclinado;

MEIO-FIO: bloco que separa a calçada da rua;

MEMORIAL DESCRITIVO: descrição completa, por escrito de todas as características de um


Projeto ou construção. Nele estão especificados todos os materiais da construção, das
fundações ao acabamento;

MEZANINO: no sentido clássico, é o pavimento intermediário entre dois andares e que possui
comunicação com estes. Hoje, é designado como mezanino o piso superior que ocupa apenas
uma parte da construção, que se abre para um piso inferior;

-N-
NICHO: qualquer cavidade ou reentrância que pode ser ocupada por armários ou prateleiras,
compondo bares, por exemplo, ou abrigar peças de arte;

NIVELAMENTO: trabalho de aterro, cortes ou acertos feitos no terreno antes das fundações;

- 0-

ORIENTAÇÃO: posição de qualquer construção em relação aos pontos cardeais;

- p-
PAISAGISMO: todos os estudos que envolvem a preparação e a composição da vegetação
complementar à Arquitetura;
56

PANO DE VIDRO: extensão plana, da parede de alvenaria, em vidro;

PARTIDO: opção formal do arquiteto ou projetista, para atender a um conjunto de fatores


determinantes, tais como: topografia, clima, programa, orçamento, legislações, etc;

PÉ-DIREITO: altura do piso ao teto;

PENDURAL: peça vertical localizada na tesoura do telhado;

PERGOLADO: toda projeção vazada (de madeira, alvenaria, concreto, etc), feita com barras
paralelas, em balanço ou apoiadas em paredes;

PILAR: estrutura vertical em concreto, madeira, ferro ou alvenaria, com seção horizontal
retangular ou quadrada;

PLATIBANDA: parede baixa que contorna a construção acima do pé-direito, escondendo o


telhado;

PONTALETE ou ESCORA: peça vertical que serve de apoio a outra horizontal;

PROFUNDIDADE DO LOTE: é a distância entre a testada ou frente e a divisa oposta, medida


segundo uma linha normal à frente. Se a forma do lote for irregular, avalia-se a profundidade
média;

PROGRAMA: é a reunião de todas as necessidades sociais e funcionais dos moradores, que


servem de base ao arquiteto ou projetista para o desenvolvimento do Projeto;

PRUMO: fio.de nylon com um peso nas extremidades, utilizado para marcar os pontos onde
paredes e pilares serão erguidos. Manter o prumo significa não deixar que as estruturas
"entortem", saiam da verticalidade marcada pelo prumo;

-Q-
QUIOSQUE: elemento para compor espaços cobertos em áreas, estruturado em madeira e com
cobertura de fibras naturais;
57
-R-
RECOBRIMENTO: superfície de contato entre telhas;

REBOCO: revestimento da parede feito com massa fina, podendo receber pintura diretamente
ou ser recorberto por massa corrida;

RECOBRIMENTO: Entre telhas: superposição de parte da telha sobre a inferior.

RECUO: é a incorporação ao logradouro público de uma área de terreno pertencente à


propriedade particular e adjacente ao mesmo logradouro, .para o fim de executar um projeto de
alinhamento ou modificação de alinhamento aprovado pela prefeitura.

RINCÃO OU ÁGUA-FURTADA: ângulo reentrante, voltado para o alto, no encontro de duas


águas e onde se põe uma calha inclinada.

RIPA ou SARRAFO: peça onde as telhas se apoiamo

RUFO: chapa metálica. Colocada entre as paredes e o telhado, impede a entrada de chuva na
construção;

-8-
SANCA: moldura em gesso, instalada no ponto de encontro entre o teto e as paredes. Pode ou
não embutir iluminação;

SHED: termo em inglês para alpendre, mas que entre nós passou a designar certos tipos de
lanternins, como os das fábricas, provindo-as de iluminação e ventilação naturais;

SOLEIRA: micro degrau para demarcar o vão das portas;

SÓTÃO: é a parte do edifício abrangendo pelo menos uma porção do espaço compreendida pela
cobertura, de um pé-direito não inferior a zrn, quando superposta ao mais alto pavimento, e de
pé-direito não inferior a 2,50 m, quando não estiver superposta ao referido pavimento. O sótão
no primeiro caso não é considerado como pavimento.

SUBSOLO: é o espaço vazio, com ou sem divisões, situado abaixo do primeiro pavimento de
um edifício e de modo que o respectivo piso esteja em relação ao terreno circundante a uma
distância maior que a metade do pé direito.
58

-T-
TACANIÇA: nos telhados de quatro águas, são as duas águas com formato triangular;

TELHA: peça usada para cobrir o telhado. Pode ser de cerâmica, cimento, ardósia, ferro, cobre,
etc;

TENSOR: o mesmo que tirante ou linha. Une as extremidades inferiores das empenas;

TERÇA: viga de madeira que sustenta os caibros do telhado;

TESOURA: armação do telhado geralmente em madeira, de formato triangular, feita para que a
cobertura vença grandes vãos, onde não haja paredes;

TESTADA ou FRENTE: é a linha que separa o logradouro público do terreno.

TESTEIRA: o mesmo que aba. Tábua pregada ao longo do beiral;

TIRANTE: peça submetida a esforço de tração.

TOPOGRAFIA: análise e representação gráfica de um terreno, com todos os seus detalhes,


declives, que direciona toda a implantação;

-v-
VERGAS: VIgas sobre portas ou janelas, apoiadas na continuação das paredes, também
chamadas de vigotas;

VIGA: peça estrutural horizontal, em concreto, madeira ou alvenaria;

-z-
ZENITAL: iluminação vinda do domo ou clarabóia, por onde passa a luz solar verticalmente.

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