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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL
FORTALEZA
2018.1
BRUNA GUILHERME DO NASCIMENTO
FORTALEZA
2018.1
BRUNA GUILHERME DO NASCIMENTO
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________________
Prof. Dr. Ronaldo Stefanutti (Orientador)
Universidade Federal do Ceará – UFC
Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental
_______________________________________________________
Dra. Geísa Vieira Vasconcelos Magalhães
Universidade Federal do Ceará – UFC
Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental
_______________________________________________________
Dr. Ari Clecius Alves de Lima
Universidade Federal do Ceará – UFC
Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, acima de tudo, por ter tudo que me foi concedido, em especial
minha vida e minha família.
Agradeço aos meus pais, Fátima e José Maria, por todo o suporte, cuidado,
paciência e, principalmente, por acreditarem em mim. Sem eles a trajetória seria
muito mais difícil e eu não seria a pessoa da qual eu me orgulho de ser.
Agradeço à minha irmã, Carolina, por não ter deixado que eu brincasse com as suas
medalhas, o que me levou a ir conquistar as minhas, e por ter me dado minha
melhor amiga, Maria Eduarda.
Agradeço ao meu orientador, Prof. Dr. Ronaldo Stefanutti, por ser mais que um
professor e ter se tornado uma pessoa amiga, por me ajudar a enfrentar as
dificuldades e por todo o suporte.
RESUMO i
ABSTRACT ii
LISTA DE GRÁFICOS iii
LISTA DE TABELAS iv
LISTA DE FIGURAS v
1. INTRODUÇÃO 1
1.1. Justificativa 3
2. OBJETIVOS 4
2.1. Gerais 4
2.2. Específicos 4
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 5
3.1. Cooperativismo no Brasil 6
3.2. Cooperativismo X Associativismo 7
3.3. Cooperativas de catadores de materiais recicláveis 9
3.4. Embasamento legal 12
4. Metodologia 18
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 21
6. CONCLUSÃO 31
7. REFERÊNCIAS 25
“Estude, porque você não tem nada a
perder, só a ganhar. O conhecimento é a
única coisa que ninguém pode lhe tirar.”
(Francisco da Silva)
Resumo
i
ABSTRACT
The present work deals with the description of the socioeconomic profile of
recyclable material pickers in the Pici Plateau, Fortaleza - CE and the
discussion of the current public policies regarding the social inclusion of
collectors of recyclable materials and the implementation of selective collection .
The work also seeks to demonstrate the feasibility, necessity and importance of
promoting the creation of cooperatives of recyclable waste pickers as an
alternative to the current models and selective collection proposals. In addition
to informing the process of forming a cooperative of waste pickers in the
abovementioned neighborhood in the current environmental and cooperative
legislation, so that it can guarantee that there is full legal protection for the
actions and lawsuits arising. In addition, it seeks to expose the clashes
identified in the case of CATPICI - Cooperativa de Trabalho dos Catadores de
Recicláveis do Pici LTDA., A cooperative formed by collectors of recyclable
materials from the Pici Plateau neighborhood, with the support of the Federal
University of Ceará.
ii
LISTA DE GRÁFICOS
iii
LISTA DE TABELAS
iv
1. INTRODUÇÃO
1
aplicação da mesma. Sendo tais efeitos benéficos para os mais diversos segmentos
da indústria e possibilitando a aplicação da logística reversa de diferentes produtos.
2
1.1. JUSTIFICATIVA
Com isto, foi percebida a necessidade de uma ação que pudesse vir
a demonstrar a aplicabilidade da implantação de um mecanismo de fortalecimento
para a classe dos catadores de materiais recicláveis, que, na prática, são os agentes
de maior impacto para a aplicação da coleta seletiva e, que, consequentemente,
também fomenta a coleta seletiva, conforme está previsto na legislação.
3
2. OBJETIVOS
2.1 Gerais
2.2 Específicos
4
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
5
3.1. COOPERATIVISMO NO BRASIL
6
sociais nas cidades. Proporcionando assim, um meio favorável ao surgimento e à
constituição de cooperativas.
7
Enquanto que o associativismo designa a prática de associação,
enquanto processo não lucrativo de livre organização de pessoas para a obtenção
de finalidades comuns.
8
Tabela 1 – Diferenças entre Associativismo e Cooperativismo
Diferenças entre Associativismo e Cooperativismo
Associativismo Cooperativismo
Definição Sociedade Civil sem fins Sociedade civil e
lucrativos. comercial, sem fins
lucrativos (LTDA).
Objetivos Prestar serviços de Prestar serviços de
interesses econômico, interesse econômico e
técnico, legal, cultural e social aos seus
político de seus cooperados, viabilizando e
associados. desenvolvendo sua
atividade produtiva.
Mínimo de constituintes 02 7
Patrimônio Formada por taxas pagas Possui capital social.
pelos associados, Formados por
doações, fundos e quotasintegralizadas pelos
reservas. Não possui associados, podendo
capital social. receber doações,
empréstimos e processos
de capitalização.
Observação Não gera excedente. Retorno do excedente
proporcional ao volume
das operações.
Fonte: Autor
10
Concomitantemente, tem-se que desde a segunda metade do século
XX as cidades estão ficando cada vez mais povoadas, gerando assim uma super
lotação e, por conseguinte, uma diminuição na oferta de empregos, tendo em vista
que a procura por empregos é superior à oferta dos mesmos. Deste modo, com altos
índices de desemprego proporcionalmente cresce a marginalização e a busca por
outras alternativas para a geração de renda.
11
municípios brasileiros e totalizando 30.390 trabalhadores. Já o Compromisso
Empresarial pela Reciclagem (2009) credita 500 mil catadores, enquanto que
Movimento Nacional dos Catadores (2012) estima que existam no Brasil mais de
800 mil catadores de materiais recicláveis e o Ministério do Desenvolvimento Social
e Combate à Fome (2011), defere entre 300 mil e 1 (um) milhão.
12
Posteriormente, com o crescimento do movimento cooperativista no
país, além da citada lei, o ordenamento jurídico pátrio, através da Constituição
Federal de 1988, elevou ao status de garantia fundamental, em seu inciso XVIII do
art. 5º, o direito a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas
independetemente de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu
funcionamento. E em seu art. 146, inciso III, alínea “c” e § 2º do art. 174 garantiu o
apoio do Estado ao estimulo ao cooperativismo e outras formas de associativismo.
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I – retiradas não inferiores ao piso da categoria profissional e, na
ausência deste, não inferiores ao salário mínimo, calculadas de forma proporcional
às horas trabalhadas ou às atividades desenvolvidas;
II – duração do trabalho normal não superior a 8 (oito) horas diárias
e 44 (quarenta e quatro) horas semanais, exceto quando a atividade, por sua
natureza, demandar a prestação de trabalho por meio de plantões ou escalas,
facultada a compensação de horários;
III – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
IV – repouso anual remunerado;
V – retirada para o trabalho noturno superior à do diurno;
VI – adicional sobre a retirada para as atividades insalubres ou
perigosas;
VII – seguro de acidente de trabalho.
A PNRS prevê também, em seu art. 18, inciso II, que no Plano
Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos deve ser implantada a coleta
seletiva com a participação de cooperativas ou outras formas de associação de
14
catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de
baixa renda. Além de apresentar, em seu art. 19, inciso X, como conteúdo mínimo
para o PMGIRS, a promoção de programas e ações para a participação dos grupos
interessados, em especial das cooperativas ou outras formas de associação de
catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de
baixa renda e, estabelecer em regulamento, de acordo com o art. 21, § 3º, normas
sobre a exigibilidade e o conteúdo do plano de gerenciamento de resíduos sólidos
relativo à atuação de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores
de materiais reutilizáveis e recicláveis.
Por seu turno, o legislador não esqueceu o Poder Público, à medida que
conferiu a ele o poder de instituir medidas e linhas de financiamento com vistas à
implantar infratestrutura física, bem como fomentar formas de associação de
catadores de materiais recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda. No
mesmo sentido, a União e os demais entes da federação poderão. É forçoso
salientar que não somente a União, mas também os Estados e os municípios
figuram como agentes dessa política, como pode se ver na legislação estadual.
15
No Estado do Ceará, a Lei nº 16.032, de 20 de junho de 2016,
institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos, que dispõe sobre os princípios,
objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada
e ao gerenciamento de resíduos sólidos.
Bem como, de acordo com o art. 8º, inciso VI, a adoção como um de
seus instrumentos as cooperativas ou outras formas de associação de catadores de
materiais reutilizáveis e recicláveis.
16
materiais reutilizáveis e recicláveis e para indústrias, entidades e projetos
relacionados à reciclagem e responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos que
sejam parceiros de cooperativas e associações de catadores.
17
4. METODOLOGIA
18
Conforme os resultados obtidos apontaram, o grupo tinha interesse
na formação de uma cooperativa ou associação de trabalho. Sendo assim, após a
análise e organização dos dados, teve início a terceira fase do projeto. Fase na qual
os catadores foram convidados para reuniões a fim de se estabelecer uma ligação
entre eles e verificar se havia o real interesse em se mobilizarem e buscarem
crescer em grupo. Tendo em vista que para o trabalho em cooperativas ou
associações deve haver um sentimento de grupo e um companheirismo que não é
presente no cotidiano dos catadores devido ao caráter solitário da atividade.
19
Posteriormente, a cooperativa foi oficializada e teve-se início a fase
de estabelecimento de parcerias e busca de terreno para a estrutura física. Neste
período, foram articuladas reuniões com diversos órgãos que pudessem auxiliar
neste processo.
20
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
30
25
Mulheres
20
Homens
15
10
5
0
Fonte: Autor.
21
Através da análise do gráfico, tem-se que existem mais homens que
mulheres na profissão. Ainda através da análise gráfica, tem-se pelo Gráfico 2 –
Idade dos catadores de materiais recicláveis- que a maior parte dos catadores
encontram-se na faixa dos 60 anos de idade, representando mais 50% da
quantidade total de entrevistados. Conforme pode ser visto abaixo.
Fonte: Autor.
22
Gráfico 3: Idade x Tempo de profissão
Fonte: Autor.
23
Gráfico 4: Tempo de Profissão por Idade e Gênero
1900ral
1900ral Mulheres
1900ral Homens
1900ral
1900ral
1900ral
1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral
Tempo de Profissão (anos)
Fonte: Autor.
24
Quanto ao quesito econômico, o questionário apontou que a menor
quantidade coletada por dia é de 30 Kg e a maior é de 300 Kg, havendo um desvio
padrão de 74,36 e uma média de 198, 46 Kg.
Horas trabalhadas
29% 28%
até 8h/dia
até 10h/dia
até 12h/dia
mais de 12h/dia
18% 25%
Fonte: Autor.
25
“atravessador” do material. Este compra o material por um valor bem abaixo do valor
adotado pelo mercado e vende de acordo com as tabelas fornecidas por este. O
mesmo, em certos casos, ainda aluga o carrinho utilizado pelo catador, o que além
de proporcionar o ganho com o aluguel, ainda garante que o catador venda
exclusivamente para ele.
Fonte: Autor.
26
Outro ponto de interesse da pesquisa, que trata dos aspectos
subjetivos, mostrou o impacto que risco aos quais estes trabalhadores são expostos
tem em seu dia a dia. A presença de vetores biológicos, químicos e físicos nos
resíduos são uma dificuldade na execução da atividade, além de demonstrar a eles
o quanto são ignorados pela sociedade, tendo em vista que não há sensibilidade da
população quanto ao cuidado que devem ter ao descartarem seus resíduos e na
atenção aos riscos que eles os expõe. É importante ressaltar também que,
por vezes, a alimentação destes trabalhadores e de seus familiares, advém destes
resíduos.
Cooperativismo/Associativismo e Qualidade
de Vida
0% 4% 4%
Fonte: Autor.
28
Autogestão – ICPA – do Núcleo de Pesquisas e Estudos Regionais – NUPER – da
UFC.
Contudo, esta fase, contou também com a ação dos deposeiros, que
ao saberem da possibilidade de criação de uma cooperativa de catadores, viu o seu
nicho de trabalho ser afetado e buscou reverter tal quadro, oferecendo aumento no
valor dos resíduos para os catadores que se desligassem do grupo, garantindo que
seria mais rentável para eles permanecer na parceria já outrora firmada.
Ainda assim, o grupo foi mantido e projeto inicial seguido, até que
em 19 de julho de 2014, a CATPICI - Cooperativa de Trabalho dos Catadores de
Recicláveis do Pici LTDA.- foi fundada, contando com 7 (sete) cooperados e 5
sócios, e tendo como sede a casa de uma das integrantes da cooperativa.
29
e o Ministério Público do Estado do Ceará, sem, contudo, obterem êxito ao longo
destes anos.
30
6. CONCLUSAO
31
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
32
Lei Nº 12305/2010, Institui a Política nacional de resíduos sólidos.
www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=636. Acesso em: 4 de Fevereiro
de 2017.
33
IPEA, Brasil Situação Social das Catadoras e dos Catadores de Material Reciclável
reutilizável.http://www.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/situacao_social/131
219_relatorio_situacaosocial_mat_reciclavel_brasil.pdf. Acesso em: 30 mar. 2017.
34