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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA

FERNANDA CARVALHO SANTOS


JOAO VÍCTOR MAIA LEITE GARRIDO
JOSE ODILON MATOS DE JESUS JUNIOR
SARA OLIVEIRA ANDRADE

ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

Disciplina: Laboratório de Operações Unitárias


Professor: Marcelo Jose Barros de Souza

São Cristóvão – SE
2019.1
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 3
2 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 4
2.1 Objetivo Geral .................................................................................................................... 4
2.2 Objetivo Específicos ........................................................................................................... 4
3 METODOLOGIA EXPERIMENTAL ............................................................................... 4
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................... 5
5 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 11
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 12

2
.

RESUMO:
O conhecimento das características das partículas de uma amostra é parte fundamental no
estudo de sistemas particulados. A caracterização de um sólido particulado, com a possibilidade
de predição de suas características, possui ampla aplicação em vários ramos da Engenharia. O
método mais comum para a determinação do tamanho de partículas é o peneiramento por meio
de peneiras padronizadas. Este relatório teve como objetivos determinar o diâmetro médio das
partículas a partir de três equações diferentes e construir diferentes curvas de distribuição
granulométrica para realizar a análise de forma gráfica. Ao comparar os três tipos de diâmetros
analisados, notou-se que o diâmetro médio de Sauter tinha seu valor entre os valores de
diâmetro médio das duas peneiras com maiores retenções do material: as peneiras de 1,09 e
3,38 mm. Assim ele mostrou-se o mais representativo para o sistema analisado. Foram plotadas
quatro curvas diferentes para analisar graficamente a distribuição granulométrica da amostra:
um histograma, uma curva de distribuição normal e a log-normal e uma cumulativa. Por fim,
foi possível perceber que os erros do experimento foram mínimos.

Palavras-chave: Peneiramento. Análise Granulométrica. Curvas de distribuição.

1 INTRODUÇÃO
Segundo Cremasco (2012), o conhecimento das características das partículas de uma
amostra é parte fundamental no estudo de sistemas particulados, pois estes são regidos pela
interação partícula/partícula e pela interação partícula/fluido.
A caracterização de um sólido particulado, com a possibilidade de predição de suas
características, possui ampla aplicação em vários ramos da Engenharia. Os engenheiros civis,
por exemplo, utilizam a análise granulométrica para caracterizar agregado de concreto, solos e
sedimento dos rios. Os engenheiros de minas utilizam este recurso em todas as circunstâncias
do manuseio de minérios. Já os engenheiros químicos utilizam estas técnicas ao manusear
sólidos particulados em várias operações unitárias como a moagem, secagem, filtração,
recristalização e coleta de poeiras (FOUST et al. 1982).
As características morfológicas das partículas afetam desde fenômenos moleculares
até o aspecto operacional de diversos processos das indústrias química e bioquímica. Como
exemplos, é possível citar a recuperação de fármacos em resinas apropriadas para adsorção, o
emprego de areia e calcário em operações de combustão em leito fluidizado, a utilização de
partículas no craqueamento catalítico do petróleo e o uso de materiais particulados como
adsorventes nos processos de controle ambiental (CREMASCO, 2012).
De acordo com Peçanha (2014), para a realização de um procedimento de análise
granulométrica é necessário dar a devida atenção ao transporte das amostras, pois elas estarão
sujeitas a uma série de eventos de natureza mecânica, tais como impactos quedas e vibrações,

3
que podem levar a algum tipo de segregação ou classificação de partículas, afetando os
resultados da caracterização posterior.
Existem diversos métodos e dispositivos usados para aferir as dimensões de partículas.
Um dos métodos consiste em medir diretamente as partículas e efetuar um levantamento
estatístico. Quando as partículas são muito pequenas, coloca-se uma amostra do material na
lâmina de um microscópio e cada partícula é medida com um micrômetro. Outro método é o de
separar a amostra de acordo com a velocidade terminal das partículas, sendo este o método
observado e elutriadores, câmaras de poeira e sedimentadores (FOUST et al. 1982).
O método mais comum para a determinação do tamanho de partículas é o
peneiramento por meio de peneiras padronizadas. Neste dispositivo, a fase sólida é colocada no
topo de uma série de peneiras. Cada peneira tem uma abertura menor que a precedente, e quando
são sacudidas as partículas passam através delas até que seja atingida uma que tenha as
aberturas muito pequenas para as partículas passarem. O tamanho das partículas coletadas em
qualquer peneira é expresso como um comprimento médio apropriado entre as aberturas da
peneira da peneira imediatamente anterior e a abertura da peneira coletora. A base de
representação da distribuição de tamanho da partícula é a sua massa, mais especificamente a
fração mássica de partícula retida em cada peneira (FOUST et al. 1982; CREMASCO 2012).

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral


Realizar a análise granulométrica de uma mistura de sólidos particulados.
2.2 Objetivo Específicos
 Determinar o diâmetro médio das partículas a partir de três equações diferentes;

 Construir diferentes curvas de distribuição granulométrica para realizar a análise de


forma gráfica.

3 METODOLOGIA EXPERIMETAL
Primeiramente, pesou-se o material a ser analisado (farinha de milho) em um béquer
de 1 litro. Após a pesagem, foi montado o sistema de peneiras empilhadas utilizado no
experimento, conforme demonstra a Figura 1.
A farinha de milho foi depositada de forma homogênea na peneira de topo, e o
conjunto foi posto sobre um agitador mecânico ligado a uma baixa intensidade de vibração por
5 minutos.
4
Após a etapa do peneiramento, as massas retidas em cada peneira foram aferidas para
a realização da análise granulométrica da amostra.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Resultados do peneiramento

A massa total da amostra aferida antes do peneiramento foi de 502,4 g. Após o


peneiramento, as massas retidas para cada peneira de diferentes malhas estão expostas na
Tabela 1.

Tabela 1 – Valores de massa obtidos em cada peneira.


Peneiras (Escala Tyler) m (g)
1 +4 0,1199
2 -4 +9 161,5000
3 -9 +12 135,4000
4 -12 +32 171,4000
5 -32 +100 31,0376
6 -100 +200 1,1367
7 -200 +0 0

Ao somar as massas aferidas em cada uma das peneiras demonstradas na Tabela 1,


obteve-se 500,5942 g de massa total. Ao calcular o erro experimental com a massa total pesada
no início do experimento, encontrou-se um valor de 0,36% . Portanto, é possível dizer que não
houve perdas significativas ao longo do experimento e que os resultados obtidos neste relatório
são representativos de toda a amostra inicialmente utilizada.

4.2. Tratamento de dados

4.2.1. Cálculo do diâmetro médio de cada peneira

Cada valor de abertura da malha da peneira na Escala Tyler corresponde a uma faixa
de diâmetros de abertura da peneira. A Tabela 2 demonstra essa relação.

5
Tabela 2 – Relação entre Escala Tyler e os diâmetros de abertura de cada peneira.
Peneiras (Escala Tyler) Diâmetro (mm)
1 +4 4,76
2 -4 +9 4,76 2
3 -9 +12 2 1,68
4 -12 +32 1,68 0,5
5 -32 +100 0,5 0,149
6 -100 +200 0,149 0,074
7 -200 +0 0,074 0

Para calcular o diâmetro médio de abertura das peneiras, utilizou-se a Equação 1:

𝐷− + 𝐷+
̅=
𝐷 (1)
2

Sendo 𝐷− : Diâmetro da peneira que a amostra atravessou e 𝐷+ : Diâmetro da peneira que a


amostra ficou retida.

Desta maneira, os diâmetros médios calculados para cada peneira encontram-se


apresentados na Tabela 3.

Tabela 3 – Relação entre Escala Tyler e os diâmetros médios de abertura de cada peneira.
Peneiras (Escala Tyler) ̅ (mm)
𝐃
1 +4 4,76
2 -4 +9 3,38
3 -9 +12 1,84
4 -12 +32 1,09
5 -32 +100 0,3245
6 -100 +200 0,1115
7 -200 +0 0,037

6
4.2.2. Fração mássica retida em cada peneira e frequência cumulativa

Para a realização dos cálculos posteriores, foram calculadas a fração mássica retida em
cada uma das peneiras do conjunto e a frequência acumulada a partir das Equações 2 e 3:

𝑚𝑖
𝑥𝑖 = (2)
𝑚𝑇

Sendo 𝑚𝑖 a massa retida na peneira i e 𝑚 𝑇 a massa total aferida do ensaio.

𝑋𝑖 = 𝑋𝑖−1 − 𝑥𝑖 (3)

Sendo 𝑥𝑖 a fração mássica da peneira i e 𝑋𝑖 a fração cumulativa da peneira i.

Assim, as frações mássicas e a frequência cumulativa calculadas encontram-se


descritas na Tabela 4.

Tabela 4 – Valores de fração mássica e distribuição cumulativa calculadas para cada malha e
cada de diâmetro médio das peneiras utilizadas no experimento.
Peneiras (Escala Tyler) ̅ (mm)
𝑫 x X
1 +4 4,76 0,0002 0,9998
2 -4 +9 3,38 0,3226 0,6771
3 -9 +12 1,84 0,2705 0,4067
4 -12 +32 1,09 0,3424 0,0643
5 -32 +100 0,3245 0,0620 0,0023
6 -100 +200 0,1115 0,0023 0
7 -200 +0 0,037 0 0

4.2.3. Tamanho médio das partículas

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O diâmetro médio das partículas da amostra foi determinado a partir dos dados da
Tabela 4 com três abordagens diferentes: o diâmetro médio em base volume (Equação 4),
diâmetro médio em base área (Equação 5) e diâmetro médio de Sauter (Equação 6).

1
𝑑̅𝑃 = (4)
3 𝑥𝑖
√∑𝑛𝑖=1 𝐷 3
𝑖
1
𝑑̅𝑃 = (5)
𝑥𝑖
√∑𝑛𝑖=1 𝐷 2
𝑖
1
𝑑̅𝑃𝑆 = 𝑥𝑖 (6)
∑𝑛𝑖=1
𝐷𝑖

Sendo 𝑥𝑖 a fração mássica da peneira i e 𝐷𝑖 o diâmetro médio de abertura da da peneira i.

Os resultados dos cálculos dos diâmetros médios estão exibidos na Tabela 5.

Tabela 1 – Diâmetro médio das partículas da amostra para cada abordagem realizada.

Abordagem Diâmetro (mm)


Base volume 0,64
Base área 0,45
Sauter 1,30

O diâmetro médio de Sauter é reportado na literatura como o mais representativo para


uma análise granulométrica. Desta maneira, o diâmetro de Sauter foi escolhido para ser
utilizado como a média dos diâmetros das partículas ao construir as curvas de distribuição que
serão analisadas nos tópicos posteriores.

4.3. Curvas de distribuição

4.3.1. Histograma

8
A partir dos dados da Tabela 4 foi possível construir um histograma da distribuição
granulométrica da amostra analisada com base na frequência das frações mássicas retidas em
cada peneira. O histograma construído está representado na Figura 2.

0.4

0.35

0.3
Fração mássica

0.25

0.2

0.15

0.1

0.05

0
4.760 3.380 1.840 1.090 0.325 0.112 0.037
Diâmetro médio (mm)

Figura 2 – Histograma de distribuição granulométrica da amostra relacionando as frações


mássicas retidas e o diâmetro médio em cada peneira

Com base na Figura 2, é possível notar que o diâmetro de Sauter realmente foi o mais
representativo para o sistema analisado, pois ele se aproxima mais do diâmetro médio de maior
frequência (1,090 mm). Além disso, o valor do diâmetro de Sauter encontra-se entre os valores
dos diâmetros das duas peneiras com maior retenção mássica: a peneira supracitada e aquela de
diâmetro de abertura de 3,380 mm.

4.3.2. Curva de Distribuição Normal

Novamente, baseando-se nos dados expressos na Tabela 4, foi construída uma curva
de distribuição a partir da função de probabilidade gaussiana, demonstrada na Equação 7:

1 (𝑥−𝜇)2

𝑓(𝑥) = 𝑒 2𝜎2 (7)
√2𝜋𝜎

Sendo x o diâmetro médio de abertura de cada peneira, 𝜇 o diâmetro médio de sauter da partícula
(1,30 mm) e 𝜎 o desvio padrão da média.

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Sendo assim, o gráfico da distribuição gaussiana construído encontra-se representado
pela Figura 3:

0.25
Função de probabilidade

0.2

0.15

0.1

0.05

0
0.000 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000
Diâmetro médio (mm)

Figura 3 – Curva de Distribuição Normal para a amostra analisada

A partir da Figura 3 é possível notar que a curva descrita se enquadra perfeitamente


como uma distribuição normal, como esperado.

4.3.3. Curva de Distribuição Log-Normal

Mais uma vez, com base nos dados expressos na Tabela 4, foi construída uma curva
de distribuição a partir da função de probabilidade log-normal, a partir de uma função do
software Microsoft Office Excel. O gráfico obtido encontra-se representada na Figura 4:

10
0.7

0.6

Função de probabilidade 0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

0
0.000 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000
Diâmetro médio (mm)

Figura 4 – Curva de Distribuição Log-Normal para a amostra analisada

A partir da Figura 4 é possível notar que a curva construída se enquadra perfeitamente


como uma distribuição log-normal, como esperado.

4.3.4. Curva de distribuição cumulativa

Novamente, utilizando-se dos dados da Tabela 4, foi construída uma curva de


distribuição cumulativa, representada pela Figura 5:

1
0.9
0.8
Fração cumulativa

0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
0.000 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000
Diâmetro médio (mm)

Figura 5 – Curva de distribuição cumulativa para a amostra analisada


11
A partir da Figura 5 é possível notar que a curva apresentada apresenta mudanças na
concavidade nas peneiras de diâmetros de abertura de 1,09 e 3,38 mm. Isso indica que estas
peneiras são aquelas onde há maior acúmulo de partículas da amostra.

5 CONCLUSÃO
A partir dos dados experimentais obtidos no peneiramento de uma amostra de farinha
de milho, foi possível calcular o diâmetro médio das partículas baseando-se em três abordagens
diferentes: base volumétrica, base área e diâmetro médio de Sauter. Os três valores de diâmetros
calculados foram, respectivamente, 0,64, 0,45 e 1,30 mm.
Ao comparar os diâmetros médios das partículas com os diâmetros médios de
abertura das peneiras, notou-se que o diâmetro médio de Sauter tinha seu valor entre os valores
de diâmetro médio das duas peneiras com maiores retenções do material: as peneiras de 1,09 e
3,38 mm. Portanto, o diâmetro médio de Sauter mostrou-se o mais representativo para o sistema
estudado e foi utilizado como valor médio para o diâmetro das partículas nas análises deste
relatório.
Além disso, foram plotadas quatro curvas diferentes para analisar graficamente a
distribuição granulométrica da amostra. Primeiramente, foi construído um histograma
demonstrando a distribuição granulométrica de forma dispersa. Posteriormente, uma curva de
distribuição normal e outra de distribuição log-normal permitiram analisar a distribuição
granulométrica de forma contínua. Finalmente, a distribuição cumulativa indicou as maiores
retenções mássicas pela mudança de concavidade da curva.
Por fim, cabe salientar que a partir do erro experimental entre a massa aferida no
começo do experimento e aquela obtida pela soma das pesagens de cada peneira resultou em
um valor de 0,36%, demonstrado que as perdas de material ao longo do experimento foram
negligenciáveis e que as análises granulométricas realizadas neste relatório representam de
forma satisfatória a totalidade da amostra analisada.

REFERÊNCIAS
CREMASCO, M. A. Operações unitárias em sistemas particulados e fluidomecânicos,
Edgard Blucher, 2012.

12
FOUST, A. S.; WENZEL, L. A.; CLUMP, C. W.; MAUS, L.; ANDERSEN, L.B. Princípio
das Operações Unitárias. Rio de Janeiro: LTC, 1982.
PEÇANHA, R. P. Sistemas Particulados - Operações Unitárias Envolvendo Partículas e
Fluidos. Rio de Janeito: Editora Elsevier, 2014.

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