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ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
São Cristóvão – SE
2019.1
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 3
2 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 4
2.1 Objetivo Geral .................................................................................................................... 4
2.2 Objetivo Específicos ........................................................................................................... 4
3 METODOLOGIA EXPERIMENTAL ............................................................................... 4
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................... 5
5 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 11
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 12
2
.
RESUMO:
O conhecimento das características das partículas de uma amostra é parte fundamental no
estudo de sistemas particulados. A caracterização de um sólido particulado, com a possibilidade
de predição de suas características, possui ampla aplicação em vários ramos da Engenharia. O
método mais comum para a determinação do tamanho de partículas é o peneiramento por meio
de peneiras padronizadas. Este relatório teve como objetivos determinar o diâmetro médio das
partículas a partir de três equações diferentes e construir diferentes curvas de distribuição
granulométrica para realizar a análise de forma gráfica. Ao comparar os três tipos de diâmetros
analisados, notou-se que o diâmetro médio de Sauter tinha seu valor entre os valores de
diâmetro médio das duas peneiras com maiores retenções do material: as peneiras de 1,09 e
3,38 mm. Assim ele mostrou-se o mais representativo para o sistema analisado. Foram plotadas
quatro curvas diferentes para analisar graficamente a distribuição granulométrica da amostra:
um histograma, uma curva de distribuição normal e a log-normal e uma cumulativa. Por fim,
foi possível perceber que os erros do experimento foram mínimos.
1 INTRODUÇÃO
Segundo Cremasco (2012), o conhecimento das características das partículas de uma
amostra é parte fundamental no estudo de sistemas particulados, pois estes são regidos pela
interação partícula/partícula e pela interação partícula/fluido.
A caracterização de um sólido particulado, com a possibilidade de predição de suas
características, possui ampla aplicação em vários ramos da Engenharia. Os engenheiros civis,
por exemplo, utilizam a análise granulométrica para caracterizar agregado de concreto, solos e
sedimento dos rios. Os engenheiros de minas utilizam este recurso em todas as circunstâncias
do manuseio de minérios. Já os engenheiros químicos utilizam estas técnicas ao manusear
sólidos particulados em várias operações unitárias como a moagem, secagem, filtração,
recristalização e coleta de poeiras (FOUST et al. 1982).
As características morfológicas das partículas afetam desde fenômenos moleculares
até o aspecto operacional de diversos processos das indústrias química e bioquímica. Como
exemplos, é possível citar a recuperação de fármacos em resinas apropriadas para adsorção, o
emprego de areia e calcário em operações de combustão em leito fluidizado, a utilização de
partículas no craqueamento catalítico do petróleo e o uso de materiais particulados como
adsorventes nos processos de controle ambiental (CREMASCO, 2012).
De acordo com Peçanha (2014), para a realização de um procedimento de análise
granulométrica é necessário dar a devida atenção ao transporte das amostras, pois elas estarão
sujeitas a uma série de eventos de natureza mecânica, tais como impactos quedas e vibrações,
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que podem levar a algum tipo de segregação ou classificação de partículas, afetando os
resultados da caracterização posterior.
Existem diversos métodos e dispositivos usados para aferir as dimensões de partículas.
Um dos métodos consiste em medir diretamente as partículas e efetuar um levantamento
estatístico. Quando as partículas são muito pequenas, coloca-se uma amostra do material na
lâmina de um microscópio e cada partícula é medida com um micrômetro. Outro método é o de
separar a amostra de acordo com a velocidade terminal das partículas, sendo este o método
observado e elutriadores, câmaras de poeira e sedimentadores (FOUST et al. 1982).
O método mais comum para a determinação do tamanho de partículas é o
peneiramento por meio de peneiras padronizadas. Neste dispositivo, a fase sólida é colocada no
topo de uma série de peneiras. Cada peneira tem uma abertura menor que a precedente, e quando
são sacudidas as partículas passam através delas até que seja atingida uma que tenha as
aberturas muito pequenas para as partículas passarem. O tamanho das partículas coletadas em
qualquer peneira é expresso como um comprimento médio apropriado entre as aberturas da
peneira da peneira imediatamente anterior e a abertura da peneira coletora. A base de
representação da distribuição de tamanho da partícula é a sua massa, mais especificamente a
fração mássica de partícula retida em cada peneira (FOUST et al. 1982; CREMASCO 2012).
2. OBJETIVOS
3 METODOLOGIA EXPERIMETAL
Primeiramente, pesou-se o material a ser analisado (farinha de milho) em um béquer
de 1 litro. Após a pesagem, foi montado o sistema de peneiras empilhadas utilizado no
experimento, conforme demonstra a Figura 1.
A farinha de milho foi depositada de forma homogênea na peneira de topo, e o
conjunto foi posto sobre um agitador mecânico ligado a uma baixa intensidade de vibração por
5 minutos.
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Após a etapa do peneiramento, as massas retidas em cada peneira foram aferidas para
a realização da análise granulométrica da amostra.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Resultados do peneiramento
Cada valor de abertura da malha da peneira na Escala Tyler corresponde a uma faixa
de diâmetros de abertura da peneira. A Tabela 2 demonstra essa relação.
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Tabela 2 – Relação entre Escala Tyler e os diâmetros de abertura de cada peneira.
Peneiras (Escala Tyler) Diâmetro (mm)
1 +4 4,76
2 -4 +9 4,76 2
3 -9 +12 2 1,68
4 -12 +32 1,68 0,5
5 -32 +100 0,5 0,149
6 -100 +200 0,149 0,074
7 -200 +0 0,074 0
𝐷− + 𝐷+
̅=
𝐷 (1)
2
Tabela 3 – Relação entre Escala Tyler e os diâmetros médios de abertura de cada peneira.
Peneiras (Escala Tyler) ̅ (mm)
𝐃
1 +4 4,76
2 -4 +9 3,38
3 -9 +12 1,84
4 -12 +32 1,09
5 -32 +100 0,3245
6 -100 +200 0,1115
7 -200 +0 0,037
6
4.2.2. Fração mássica retida em cada peneira e frequência cumulativa
Para a realização dos cálculos posteriores, foram calculadas a fração mássica retida em
cada uma das peneiras do conjunto e a frequência acumulada a partir das Equações 2 e 3:
𝑚𝑖
𝑥𝑖 = (2)
𝑚𝑇
𝑋𝑖 = 𝑋𝑖−1 − 𝑥𝑖 (3)
Tabela 4 – Valores de fração mássica e distribuição cumulativa calculadas para cada malha e
cada de diâmetro médio das peneiras utilizadas no experimento.
Peneiras (Escala Tyler) ̅ (mm)
𝑫 x X
1 +4 4,76 0,0002 0,9998
2 -4 +9 3,38 0,3226 0,6771
3 -9 +12 1,84 0,2705 0,4067
4 -12 +32 1,09 0,3424 0,0643
5 -32 +100 0,3245 0,0620 0,0023
6 -100 +200 0,1115 0,0023 0
7 -200 +0 0,037 0 0
7
O diâmetro médio das partículas da amostra foi determinado a partir dos dados da
Tabela 4 com três abordagens diferentes: o diâmetro médio em base volume (Equação 4),
diâmetro médio em base área (Equação 5) e diâmetro médio de Sauter (Equação 6).
1
𝑑̅𝑃 = (4)
3 𝑥𝑖
√∑𝑛𝑖=1 𝐷 3
𝑖
1
𝑑̅𝑃 = (5)
𝑥𝑖
√∑𝑛𝑖=1 𝐷 2
𝑖
1
𝑑̅𝑃𝑆 = 𝑥𝑖 (6)
∑𝑛𝑖=1
𝐷𝑖
Tabela 1 – Diâmetro médio das partículas da amostra para cada abordagem realizada.
4.3.1. Histograma
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A partir dos dados da Tabela 4 foi possível construir um histograma da distribuição
granulométrica da amostra analisada com base na frequência das frações mássicas retidas em
cada peneira. O histograma construído está representado na Figura 2.
0.4
0.35
0.3
Fração mássica
0.25
0.2
0.15
0.1
0.05
0
4.760 3.380 1.840 1.090 0.325 0.112 0.037
Diâmetro médio (mm)
Com base na Figura 2, é possível notar que o diâmetro de Sauter realmente foi o mais
representativo para o sistema analisado, pois ele se aproxima mais do diâmetro médio de maior
frequência (1,090 mm). Além disso, o valor do diâmetro de Sauter encontra-se entre os valores
dos diâmetros das duas peneiras com maior retenção mássica: a peneira supracitada e aquela de
diâmetro de abertura de 3,380 mm.
Novamente, baseando-se nos dados expressos na Tabela 4, foi construída uma curva
de distribuição a partir da função de probabilidade gaussiana, demonstrada na Equação 7:
1 (𝑥−𝜇)2
−
𝑓(𝑥) = 𝑒 2𝜎2 (7)
√2𝜋𝜎
Sendo x o diâmetro médio de abertura de cada peneira, 𝜇 o diâmetro médio de sauter da partícula
(1,30 mm) e 𝜎 o desvio padrão da média.
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Sendo assim, o gráfico da distribuição gaussiana construído encontra-se representado
pela Figura 3:
0.25
Função de probabilidade
0.2
0.15
0.1
0.05
0
0.000 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000
Diâmetro médio (mm)
Mais uma vez, com base nos dados expressos na Tabela 4, foi construída uma curva
de distribuição a partir da função de probabilidade log-normal, a partir de uma função do
software Microsoft Office Excel. O gráfico obtido encontra-se representada na Figura 4:
10
0.7
0.6
0.4
0.3
0.2
0.1
0
0.000 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000
Diâmetro médio (mm)
1
0.9
0.8
Fração cumulativa
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
0.000 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000
Diâmetro médio (mm)
5 CONCLUSÃO
A partir dos dados experimentais obtidos no peneiramento de uma amostra de farinha
de milho, foi possível calcular o diâmetro médio das partículas baseando-se em três abordagens
diferentes: base volumétrica, base área e diâmetro médio de Sauter. Os três valores de diâmetros
calculados foram, respectivamente, 0,64, 0,45 e 1,30 mm.
Ao comparar os diâmetros médios das partículas com os diâmetros médios de
abertura das peneiras, notou-se que o diâmetro médio de Sauter tinha seu valor entre os valores
de diâmetro médio das duas peneiras com maiores retenções do material: as peneiras de 1,09 e
3,38 mm. Portanto, o diâmetro médio de Sauter mostrou-se o mais representativo para o sistema
estudado e foi utilizado como valor médio para o diâmetro das partículas nas análises deste
relatório.
Além disso, foram plotadas quatro curvas diferentes para analisar graficamente a
distribuição granulométrica da amostra. Primeiramente, foi construído um histograma
demonstrando a distribuição granulométrica de forma dispersa. Posteriormente, uma curva de
distribuição normal e outra de distribuição log-normal permitiram analisar a distribuição
granulométrica de forma contínua. Finalmente, a distribuição cumulativa indicou as maiores
retenções mássicas pela mudança de concavidade da curva.
Por fim, cabe salientar que a partir do erro experimental entre a massa aferida no
começo do experimento e aquela obtida pela soma das pesagens de cada peneira resultou em
um valor de 0,36%, demonstrado que as perdas de material ao longo do experimento foram
negligenciáveis e que as análises granulométricas realizadas neste relatório representam de
forma satisfatória a totalidade da amostra analisada.
REFERÊNCIAS
CREMASCO, M. A. Operações unitárias em sistemas particulados e fluidomecânicos,
Edgard Blucher, 2012.
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FOUST, A. S.; WENZEL, L. A.; CLUMP, C. W.; MAUS, L.; ANDERSEN, L.B. Princípio
das Operações Unitárias. Rio de Janeiro: LTC, 1982.
PEÇANHA, R. P. Sistemas Particulados - Operações Unitárias Envolvendo Partículas e
Fluidos. Rio de Janeito: Editora Elsevier, 2014.
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