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Metalografia
INTRODUÇÃO
Existe uma grande gama de metais diferentes, entretanto quase todos evoluíram de
alguns metais denominados “genéricos” e são basicamente modificações aperfeiçoadas das
formulações básicas. Pode-se citar os metais genéricos à base de ferro, cobre, alumínio,
titânio.
Em quase todos os casos, os átomos do metal são empacotados em simples estruturas
cristalinas cúbica de corpo centrado (CCC), cúbica de face centrada (CFC) ou hexagonal
compacta (HC) [1]. Isso se deve ao fato de que os metais buscam se empacotar da maneira
mais compacta possível, o que acontece com as estruturas citadas acima, cujo, possuem fator
de empacotamento de 68% e 74% respectivamente.
Um metal puro, ou uma solução sólida, é monofásico. Certamente é possível produzir
monocristais de metais ou ligas, mas é difícil, e o gasto só vale a pena para aplicações de alta
tecnologia, tais como pás de turbinas monocristalinas ou silício monocristalino para
microchips. Normalmente, qualquer metal monofásico é policristalino, ou seja, composto de
milhões de pequenos grãos, mantidos unidos por contornos de grãos. Há grãos de todas as
formas e tamanhos, o que acarreta em grandes efeitos sobre as propriedades do metal
policristalino. A forma do grão é fortemente afetada pelo modo como se processa o metal, e a
mesma é definida pela constituição e pelas informações geométricas sobre forma e tamanho.
De posse de todas essas informações, é possível examinar as propriedades mecânicas e
explicar suas grandes diferenças.[2]
A metalografia pode ser definida como o estudo das características estruturais ou da
constituição dos metais e suas ligas, para relacioná-los com suas propriedades físicas,
químicas e mecânicas. [3]
Este estudo é realizado através de uma linha de procedimentos que é chamada “exame
metalográfico”, a qual será tratada adiante. Após esta etapa, é feita a macro e micrografia,
sendo a primeira a olho nu e a segunda em microscópios. Com esta análise, será relacionada a
estrutura do material com suas propriedades, sendo possível observar o seu processo de
fabricação assim como o desempenho de suas funções.
OBJETIVO
Este relatório tem por objetivo identificar a amostra de metal número 3, por meio da
análise de sua microestrutura e da realização de ensaios de dureza.
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
● Apresentação da amostra
Nas figuras 1 e 2 apresentadas abaixo, está presente a amostra a ser trabalhada durante
este experimento.
Figura 1: Medida do comprimento da amostra. Figura 2: Medida da largura da amostra.
● Corte da amostra
Com o auxílio de uma cortadeira cut-off da marca arotec modelo arocor 80, utilizando
líquido refrigerante da mesma marca e disco para dureza 45+, cortou-se 4 mm da amostra a
ser analisada do lado onde apresentou menor rugosidade.
Figura 5: Amostra após o corte na cortadeira. Figura 6: Medida do corte com paquímetro.
● Lixamento
Quebrou-se os cantos vivos da baquelite com uma lixa grosseira e identificou-se a
amostra com o número 3. Iniciou-se a sequência de lixamento em lixas #320, #600 e #1200
na lixadeira semi-automática politriz de velocidade variável da marca Teclago modelo
pvv-300, com força moderada, verificando o comportamento da amostra. A rotação e o tempo
utilizados em cada lixa, serão apresentados na Tabela 1. Utilizou-se água corrente para
resfriamento, lubrificação e remoção das partículas arrancadas durante a operação de
lixamento e girando a amostra em cerca de 90º entre cada etapa, para garantir a remoção dos
riscos da lixa anterior. Lavou-se em água corrente a amostra a cada troca de lixa.
320 340 5
600 340 17
1200 340 23
● Polimento
Foi realizado na politriz semi-automática utilizada no lixamento. Durante o
polimento, a direção da amostra em relação ao abrasivo foi constantemente alterada para
melhor eficiência. A evolução do polimento foi acompanhada em microscópio. Iniciou-se o
polimento com pano amarelo de 1 μm , com suspensão de Al2 O3 para polimento
metalográfico da marca Teclago e lubrificação com água em pequena quantidade, em rotação
de 510 por 20 minutos. Após observar em microscópio a diminuição das dimensões dos
riscos, referentes à etapa anterior, a amostra foi levada ao polimento final com abrasivo à
base de sílica coloidal 0,25 μm em pano OPCHEM, que foi previamente preparada, com
rotação de 510 por 15 minutos. Após cada polimento; lavava-se a amostra com água, para
evitar contaminação, álcool e secava-se com secador para visualizar no microscópio, sempre
muito rápido pois a amostra oxida com facilidade.
● Ataque químico
Foi realizado em capela, com uso de luvas e óculos de proteção. Fez uma solução de
NITAL 2%, com 49 mL de etanol e 1 mL de ácido nítrico, em uma proveta graduada de 100
mL. Colocou-se um pouco desta solução de ataque num recipiente, com a face virada para
baixo, mergulhou-se a amostra na solução de ataque por 2 segundos. Neutralizou-se o ataque
com água corrente, secou-se a amostra e verificou-se o ataque em microscópio. Não foi
necessário ajuste do tempo de ataque.
Figura 12: Durômetro Rockwell utilizado. Figura 13: Amostra após medição de dureza.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 15: metalografia da amostra em análise com especificação de lente de 20 x 1.25 x 10 (fonte: autores
deste relatório).
Figura 16: metalografia da amostra em análise com especificação de lente de 50 x 1.25 x 10 (fonte: autores
deste relatório).
Figura 17: metalografia da amostra em análise com especificação de lente de 100 x 1.25 x 10 (fonte: autores
deste relatório).
Levando-se em consideração que à temperatura ambiente não há presença de
austenita[4], pelas imagens obtidas, nota-se que não há a presença de perlita isoladamente,
dado que a micrografia não expõe um padrão lamelar característica desta fase pura ao longo
de toda amostra[5], segundo o diagrama FeC[6], conclui-se que o material pode apresentar
apenas perlita, ferrita e/ou cementita.
Abaixo, tem-se uma das imagens metalográficas produzidas com a indicação de cada
fase presente no material em análise.
Figura 19: metalografia da amostra em análise com especificação fases(fonte: autores deste relatório).
Na figura 19, tem-se a presença de ferrita na região 2, área mais clara, cementita na
região 3, área mais escura, e veios de grafita na região 1. Vale ressaltar que tem-se a presença
de grafita tipo A, B, C e D. No entanto, predominam os tipos C e D, como indicado na figura
abaixo.
Figura 20: metalografia da amostra em análise com especificação fases. Ampliação de 250 vezes(fonte: autores
deste relatório).
Figura 21: metalografia da amostra em análise com evidências de oxidação. Ampliação de 625 vezes (fonte:
autores deste relatório).
[6]Ciência dos Materiais Multimídia. “Diagrama de fases binário para o sistema Fe-Fe3C”.
Disponível em <http://www.cienciadosmateriais.org/index.php?acao=exibir&cap=13&top=