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Vacinas

O que é uma vacina?

Uma vacina é uma preparação de antigénios (partículas estranhas ao


organismo), que é administrada a um indivíduo, provocando uma resposta
imunitária protetora específica de um ou mais agentes infecciosos. Os
antigénios das vacinas podem ser vírus ou bactérias inteiros, mortos ou
atenuados, ou fragmentos desses microorganismos. O antigénio escolhido
para uma vacina deve ser "imunogénico", ou seja, deve desencadear uma
reação imunitária e não provocar a doença. As vacinas são consideradas
medicamentos, mas apresentam várias diferenças assinaláveis
relativamente aos medicamentos clássicos.
Como são produzidas as vacinas?
Os processos de produção das vacinas são diversos:
enfraquecimento do microrganismo através de culturas sucessivas
(por exemplo a vacina contra o sarampo, rubéola e papeira)
extração das partes do microrganismo que desencadeiam a resposta
imunitária (por exemplo a vacina contra a meningite C)
enfraquecimento da toxina que o microrganismo produz (por exemplo
a vacina contra o tétano)

Em alguns casos podem ser incluídas numa mesma vacina mais do que
um microrganismo (vacinas combinadas), como é o exemplo da vacina
contra a difteria, tétano e tosse convulsa.

As vacinas são seguras?

As vacinas têm um elevado grau de segurança, eficácia e qualidade, após


vários anos de experiência e milhões de vacinas administradas em todo o
mundo. Por isso, todas as crianças e todos os adultos devem cumprir os
esquemas de vacinação recomendados para a sua idade e o seu estado
de saúde.
Como são autorizadas as vacinas?
Para uma vacina ser utilizada, é necessário um extenso processo, com
diferentes fases ao longo de vários anos:
fase inicial: investigação em laboratório e em animais
fase de ensaio em humanos: duram normalmente vários anos e são
constituídas por 3 etapas, em que, de acordo com os princípios
éticos rigorosos, segurança e eficácia, as vacinas candidatas vão
sendo progressivamente aplicadas a um maior número de pessoas
fase após a introdução da vacina na comunidade: vigilância estreita
da eficácia a longo prazo e do eventual aparecimento de reações
adversas

Porque me devo vacinar?

As vacinas salvam vidas. Antes da introdução da vacinação de rotina das


crianças, as doenças infecciosas eram a principal causa de morte na
infância, provocando também bastante sofrimento e incapacidade
permanente.
Tenho direito à vacinação?

Sim. A vacinação é um direito básico de todos os cidadãos. Com a criação


dos programas nacionais de vacinação conseguiu-se atingir uma
percentagem elevada de cidadãos vacinados contra as doenças alvo dos
programas, alcançando-se um controlo das doenças evitáveis pela
vacinação, com uma enorme diminuição do número de mortos e de
incapacidades.
As vacinas funcionam?

Os surtos de doenças evitáveis pela vacinação são ainda uma séria


ameaça para todos. Atualmente, devido ao sucesso dos programas de
vacinação, a maioria das pessoas desconhece a gravidade das doenças
evitáveis pela vacinação, não se apercebendo da importância e dos
ganhos conferidos pelas vacinas. No entanto, com exceção da varíola,
considerada erradicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em
1980, os microrganismos responsáveis pelas doenças evitáveis pela
vacinação continuam a existir na comunidade, sendo uma ameaça à saúde
de todos os que não estão protegidos pelas vacinas. Como exemplo,
temos os surtos de sarampo na Europa que ocorrem maioritariamente em
pessoas não vacinadas. Outro exemplo é o surto de poliomielite num país
livre da doença e que teve origem num doente vindo de um país onde
ainda existia circulação do vírus.
A vacinação pode ajudar a evitar as doenças?

As doenças podem ser controladas e eliminadas através de uma


vacinação sustentada e em grande escala. Doenças como o sarampo
podem ser eliminadas da Europa, à semelhança do que ocorreu com a
poliomielite e com a varíola. Para que tal seja possível, é necessário que
uma percentagem elevada da população adira aos programas nacionais de
vacinação. A vacinação é custo-efetiva, ou seja, o seu custo compensa
largamente os custos associados ao tratamento das doenças e das suas
complicações (incluindo a morte).
Todas as pessoas têm direito à vacinação?

Sim. Todas as pessoas têm acesso à vacinação gratuita e segura: os


programas nacionais de vacinação permitem que todas as pessoas
recebam as vacinas de acordo com a sua idade e em serviços de saúde
competentes.
O que devo fazer se tiver uma vacina em atraso?

Se por qualquer motivo houver atraso numa vacina, dirija-se ao seu cento
de saúde para lhe ser administrada a vacina em falta, mesmo que já
tenham sido ultrapassadas as idades ou datas recomendadas. Deverá
levar consigo sempre o Boletim Individual de Saúde (boletim de vacinas),
de modo a ser registada a vacina.
Todas as crianças devem ser vacinadas?
Sim. Para se conseguir controlar uma doença é necessário que uma
grande proporção de pessoas esteja vacinada. A eliminação do sarampo,
por exemplo, requer que pelo menos 95% das pessoas estejam vacinadas.
Cada pessoa não vacinada corre o risco de adoecer e aumenta o risco de
transmitir a doença na comunidade.

Quais são os efeitos secundários das vacinas?


Geralmente, os efeitos causados pelas vacinas são ligeiros e desaparecem
sem ser necessário tratamento. Alguns efeitos secundários são:
dor ou vermelhidão no local da injeção
aumento ligeiro da temperatura
dor de cabeça
Em raríssimos casos podem verificar-se reações secundárias mais sérias.
Contudo, os serviços de vacinação estão treinados para as controlar. De
qualquer modo, como prevenção, é sempre aconselhada a permanência
no serviço de vacinação por 30 minutos a seguir à administração de
qualquer vacina.

Por que razão há pessoas que têm mais receio das


vacinas do que das doenças que elas evitam?
As pessoas podem ter mais receio das vacinas do que das doenças
porque não viveram situações em que, há algumas décadas atrás,
milhares de crianças e adultos morriam ou ficavam incapacitados por
doenças como a varíola, a difteria, tosse convulsa, poliomelite e o sarampo
.

Por que razão algumas pessoas não querem ser


vacinadas?
As pessoas que não se querem vacinar não valorizam o efeito das vacinas
porque nunca viram os efeitos e as suas consequências. Tal
comportamento é errado, visto que os programas de vacinação têm
permitido erradicar doenças, como a varíola, e controlar outras como é o
caso da poliomielite, do sarampo, entre outras. A maioria dos pais de hoje,
e também alguns profissionais de saúde, nunca viram uma criança
paralisada por poliomielite, a sufocar por causa da difteria, com lesões
cerebrais por causa do sarampo ou a morrer por causa de tosse convulsa,
não tendo portanto a noção da gravidade dessas doenças e dos benefícios
incalculáveis conferidos pela vacinação em larga escala.

O que é o Programa Nacional de Vacinação?

O Programa Nacional de Vacinação (PNV) é um programa universal


gratuito e acessível a todas as pessoas presentes em Portugal. Tem como
objetivo a proteção de indivíduos e a população em geral contra as
doenças com maior potencial para constituírem ameaças à saúde pública e
individual e para as quais há proteção eficaz por vacinação. A nível
individual pretende-se que a pessoa vacinada fique imune à doença ou,
nos casos em que isso não é possível, que tenha uma forma mais ligeira
da doença quando contactar com o agente infeccioso que a causa. A nível
da população pretende-se eliminar, controlar ou minimizar o impacto da
doença na comunidade, sendo necessário que a percentagem de pessoas
vacinadas na população seja a mais elevada possível.

O Programa Nacional de Vacinação é adequado?

Sim. O Programa Nacional de Vacinação tem permitido eliminar ou


controlar doenças evitáveis pelas vacinas, incluindo vacinas
internacionalmente consideradas mais adequadas para a proteção da
população.
As vacinas causam dor ao meu filho quando são
administradas?

O incómodo causado pela injeção é habitualmente um desconforto


momentâneo, que pode ser minorado distraindo a criança e evitando a
demonstração de ansiedade durante a vacinação. Se o desconforto
persistir, pode fazer-se uma ligeira massagem local ou aplicar um pouco
de gelo, sem fazer pressão. Os bebés podem ser amamentados enquanto
estão a ser vacinados ou logo depois.
Que intervalo é necessário respeitar entre a
administração de diferentes vacinas?

As raras situações em que se deve respeitar um intervalo mínimo de 4


semanas referem-se à administração de duas vacinas “vivas”, quando não
são administradas no mesmo dia. Estas situações são bem conhecidas
dos profissionais de saúde e não se aplicam ao esquema recomendado no
Plano Nacional de Vacinação (PNV), que apenas inclui uma vacina “viva”
(VASPR aos 12 meses e aos 5 anos, para o sarampo). Os intervalos entre
as doses de vacinas recomendados no PNV permitem a aquisição de
proteção contra o maior número de doenças o mais precocemente
possível.
Ao fim de quanto tempo após levar uma vacina é que
se fica protegido?
O tempo até se atingir a proteção contra a doença depende da vacina.
Para algumas vacinas, como é o caso da difteria, tétano e tosse convulsa,
são necessárias 3 doses em intervalos recomendados para se considerar
que existe proteção completa contra essas doenças. São também
necessários reforços regulares para a manutenção da proteção ao longo
do tempo. Mesmo nas vacinas que necessitam de várias doses, após cada
administração já poderá haver alguma proteção (incompleta), que surge
geralmente 2 semanas ou mais após cada dose.
O meu bebé é prematuro. Quando é que ele poderá
ser vacinado?
Os bebés prematuros têm menos anticorpos recebidos da mãe através da
placenta do que as crianças nascidas com um tempo de gravidez normal.
Deste modo, as doenças podem ser mais graves nesses bebés, sendo que
a vacinação não deve ser adiada. A única exceção é a vacina contra a
hepatite B, que deverá ser dada ao fim do 1º mês de vida ou quando o
bebé atingir os 2 quilos (o que se verificar primeiro). A vacina BCG (para
prevenção da tuberculose) só pode ser administrada a bebés prematuros
pertencentes a grupos de risco quando a criança atingir os 2 quilos de
peso.

Onde me posso vacinar?

A vacinação é efetuada no seu centro de saúde.


Estou deslocado. Onde me posso vacinar?

Se está deslocado, deve dirigir-se ao centro de saúde mais próximo para


vacinação.
Por que razão algumas vacinas fazem parte do Plano
Nacional de Vacinação e outras não?

As vacinas que integram o Plano Nacional de Vacinação (PNV) são as


vacinas consideradas de primeira linha, isto é, comprovadamente eficazes
e seguras e de cuja aplicação se obtêm os maiores ganhos em saúde. O
Plano Nacional de Vacinação (PNV) é regularmente revisto e atualizado
pela Direção-Geral da Saúde (DGS), após proposta da Comissão Técnica
de Vacinação (CTV) em função das vacinas disponíveis, da frequência e
distribuição dessas doenças no nosso país, da evolução social e dos
serviços de saúde. Em 1965, ano da implementação do PNV, este conferia
proteção contra 6 doenças, enquanto que o PNV em vigor (PNV 2017)
confere proteção contra 12 doenças. Algumas das vacinas não incluídas
no PNV, embora confiram proteção a quem as toma, não demonstraram,
até à data, proporcionar tantos ganhos na saúde da população como as do
PNV.
Quais as reações adversas das vacinas?
As reações adversas podem ocorrer devido a substâncias potencialmente
alergénicas que podem estar contidas em quantidades vestigiais. Podem
ocorrer reações anafiláticas com níveis de gravidade diferentes ao nível da
pele e aparelhos gastrointestinal, respiratório, cardiovascular e sistema
nervoso.

Para que serve a vacina contra a hepatite B?


A vacina VHB protege contra infeções causadas pelo vírus da hepatite B,
que se transmite por:
via sexual (contacto com sémen)
contacto com o sangue ou fluidos da pessoa infetada (partilha de
agulhas não esterilizadas ou contacto com sangue infetado)
de mãe para filho durante o parto ou no período perinatal
(transmissão vertical)

Qual o risco de não fazer a vacina contra a hepatite B?

Na maioria das crianças e em cerca de metade dos adultos a infeção inicial


é assintomática (ausente de sintomas). Quando infetados, as crianças e os
jovens têm maior probabilidade de se tornarem portadores crónicos do
vírus e de desenvolver doença hepática grave, incluindo carcinoma
hepatocelular.
Como são apresentadas as vacinas contra a hepatite
B?

As vacinas disponíveis em Portugal e administradas no âmbito do PNV são


inativadas, em apresentação monovalente (VHB) e hexavalente combinada
com as vacinas contra difteria, tétano, tosse convulsa/pertusis acelular,
poliomielite, Haemophilus influenzae do serotipo b e hepatite B
(DTPaHibVIPVHB).
Para que serve a vacina contra infeções por
Haemophilus influenzae b?

A vacina HiB protege contra infeções causadas pela bactéria Haemophilus


influenzae do serotipo b, que se encontra habitualmente na nasofaringe
humana. Transmite-se de pessoa para pessoa através de gotículas de
saliva, que se espalham no ar quando o doente espirra ou tosse.
Qual o risco de não fazer a vacina contra infeções por
Haemophilus influenzae b?
A bactéria pode provocar doenças graves, como é o caso de:
pneumonia
infeções na pele ou ossos
meningite

A meningite tem uma mortalidade elevada e frequentemente provoca


atraso mental, cegueira ou surdez. Afeta sobretudo crianças com menos
de 5 anos, que podem ser portadoras da bactéria sem manifestar sinais ou
sintomas da doença. A infeção é rara após os 5 anos, pelo que a vacina só
é dada até esta idade.
Como são apresentadas as vacinas contra as
infeções por Haemophilus influenzae b?

As vacinas disponíveis em Portugal e administradas no âmbito do PNV são


inativas, em apresentação monovalente (VHB) e hexavalente combinada
com as vacinas contra difteria, tétano, tosse convulsa/pertusis acelular,
poliomielite, Haemophilus influenzae do serotipo b e hepatite B
(DTPaHibVIPVHB).
Uma criança que teve infeções por Haemophilus
influenzae b fica protegida ou precisa de ser vacinada?

Esta doença pode não dar proteção a longo prazo. Uma criança que teve a
doença com menos de 24 meses de idade e que recuperou, deve ser
vacinada tão cedo quanto possível. Não é necessário vacinar as crianças
que tenham tido esta doença com mais de 2 anos de idade, mas não há
qualquer problema se a criança for vacinada.
A vacina DTPa (vacina contra a difteria, tétano, tosse
convulsa) protege-me de que infeções?
A vacina DTPa protege contra as infeções causadas pelas bactérias
Clostridium tetani (tétano), Corynebacterium diphteriae (difteria) e
Bordetella pertússis (tosse convulsa).

Que tipo de vacinas tem a vacina DTPa (vacina contra


a difteria, tétano, tosse convulsa)?
Em Portugal e no âmbito do Plano Nacional de Vacinação (PNV) são
administradas vacinas inativadas (toxóide diftérico – D; toxóide tetânico –
T) e acelular (Pa) nas apresentações:
hexavalente combinada com as vacinas contra o tétano, difteria,
tosse convulsa/pertusis acelular, Haemophilus influenzae do serotipo
b, poliomielite e hepatite B (DTPaHibVIPVHB);
pentavalente combinada com as vacinas contra o tétano, difteria,
tosse convulsa/pertusis acelular, Haemophilus influenzae do serotipo
b e poliomielite (DTPaHibVIP);
trivalente combinada com as vacinas contra o tétano, difteria e tosse
convulsa/pertusis acelular, em dose para adultos (Tdpa);
bivalente combinada com as vacinas contra o tétano, difteria em dose
para adultos (Td).

Por indicação médica, fez a vacina Prevenar 13, mas


o centro de saúde diz que o utente tem que adquirir a
Prevenar 23. O que fazer?
As vacinas pneumocócicas Pn13 e Pn23 são alvo de normas da Direção-
Geral da Saúde (DGS), recomendando a sua administração a grupos de
risco específicos. Por indisponibilidade de vacinas Pn23 nos fornecedores,
há uma interrupção transitória de vacinas nas farmácias de oficina. A
vacinação gratuita com a Pn23 prevista na Norma 12/2015 (<18 anos) está
assegurada através dos Serviços Farmacêuticos das ARS, através de uma
autorização de utilização especial (AUE). Neste contexto, transitório, de
indisponibilidade de vacinas Pn23 nas farmácias, recomenda-se que as
pessoas não abrangidas pela vacinação gratuita, sejam vacinadas com a
Pn13 (Prevenar13) e, posteriormente, com a vacina Pn23 aguardando a
sua disponibilização nas farmácias. Todas as doses administradas são
válidas, independentemente do tempo decorrido desde a administração da
dose anterior. Neste vídeo a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana
Paula Martins, destaca a importância da vacinação. Fonte: Direção-Geral
de Saúde (DGS)

Fonte: https://www.sns24.gov.pt/guia/vacinas/

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