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Hormônios

Os hormônios são responsáveis pela coordenação das respostas de diversos órgão e tecidos
ao mesmo sinal agindo como um todo.
Eles são os primeiro mensageiros do sistema endócrino, e por serem lançados na corrente
sanguínea, são capazes de atingir todo o corpo. Sua ação é iniciada pela interação com os
receptores presentes em várias partes das células-alvo.
Quando o hormônio é incapaz de penetrar na célula, o receptor estará localizado na
membrana, e a interação entre eles desencadeará uma reação cascata que levará á produção
de um segundo mensageiro.

Produção de
Tipo de Localização dos Local de
segundo Consequência Exemplo
Hormônio Receptores atuação
mensageiro
Cortisol,
Esteróides Citoplasma Alteram a testosterona,
Núcleo -
velocidade de progesterona
Não fixam-se no
transcrição
DNA tiroxina,
Tireoidianos Núcleo gênica
triiodotironina
insulina,
Peptídicos
glucagon
Membrana Sim variado variada
epinefrina,
Catecolaminas
norepinefrina

O mecanismo pelo qual os hormônios interagem com as células para efetuar mudanças nos
processos intracelulares é chamado de transdução de sinal. A transdução do sinal se inicia
com a ligação do hormônio a seu receptor na membrana plasmática e prossegue,
geralmente, com o acoplamento do complexo á uma proteína G, seguido pela interação
desta proteína com a enzima, que então, cataliza a produção do segundo mensageiro.

A proteína G apresentam alta afinidade por nucleotídeos de guanina: GTP e GDP. São
compostas de 3 subunidades (α, β, γ), e é a unidade α que tem capacidade de associação
com GTP ou GDP: na ausência de hormônio, α está ligada á GDP, na presença dele à GTP.
O segundos mensageiros mais importantes são: cAMP, íons Ca+2 e derivados fosfolipídeos
de membranas.

cAMP: este segundo mensageiro é formado a partir de ATP por ação da adenilato ciclase.
A transdução de sinal dos hormônios que utilizam a cAMP é efetuada por 3 proteínas: o
receptor hormonal, a adenilato ciclase, e a proteína G que une as duas primeiras.
1.Na ausência de hormônio a proteína G está com as subunidades α-β-γ associadas, e α está
ligada a uma GDP. A adenilato ciclase está inativa.
2.Quando o hormônio se liga ao receptor, este sofre uma mudança de conformação, que
provoca sua ligação à proteína G. Esta ligação faz com que a proteína G perca afinidade por
GDP, e este é trocado por GTP, seguida da liberação das subunidades β-γ, restando apenas
α-GTP que irá se ligar à enzima adenilato ciclase, formando o complexo α-GTP-adenilato.
A enzima passa a ser ativada e pode, então, converter ATP em cAMP.
A própria proteína G, se ficar muito tempo ligada à GTP, passa a conserte-la em GDP.
Portanto, cessado o estímulo hormonal a conversão de ATP em cAMP cessa também.

Também existe o hormônio responsável pela inibição da adenilato ciclase. Este se liga a um
receptor chamado Ri (i de inhibition), ao invés de Rs (s de stimulation), e o mesmo ocorre
com a proteína G, que pode ser Gi ou Gs, mas o mecanismo é idêntico em ambas as
situações.

Cólera: a toxina da cólera inibe a capacidade de Gs transformar GTP em GDP, por


isso, mesmo na ausência de hormônio, a adenilato ciclase continuará ativada. Como ela
atua nas células da mucosa intestinal, o aumento de cAMP acelera a secreção de suco
digestivo, causado a diarréia.

PKA: O aumento na concentração de cAMP resulta na ativação de um tipo particular de


proteína quinase, a PKA. O cAMP se liga a uma subunidade da PKA, provocando sua
dissociação, e liberação de PKA ativa (capaz de transferir um grupo fosfato do ATP para
proteínas). Algumas proteínas são ativadas pela fosforilação, outras são inibidas.

Fosfolipase C: A formação do hormônio-receptor ativa a proteína G, que estimula a


fosfolipase C. Esta enzima catalisa a hidrólise de PIP2, um fosfolipídios minoritário da
membrana plasmática, produzindo dois segundo mensageiros: IP3 e DG.
O papel de IP3 é ligar-se aos receptores do retículo endoplasmático e induzir a liberação de
Ca+2 no citossol.
O 1,2-diacilglicerol (DG) permanece ligado à membranda, e na presença de Ca+2,
disponíveis graças ao IP3, estimula a PKC, responsável pela fosforilação de várias enzimas.
Epinefrina

A epinefrina é sintetizada na medula das glândulas supra-renais, também denominadas


adrenais.
Entre seus efeitos, os mais importantes são: glicogenólise muscular e hepática; degradação
de triacilgliceróis do tecido adiposo; relaxamento de alguns músculos lisos; contração dos
músculos lisos dos vasos abdominais.
É liberada principalmente em situações de perigo, exercício físico, hipoglicemia e
exposição à baixas temperaturas.

A epinefrina apresenta dois tipos de receptores, chamados receptores adrenérgicos.


Podem ser α ou β, e α pode ser dividido em α1 e α2.
• α 1: tem seus efeitos mediados pela via da fosfolipase C.
• α 2: utiliza a via da PKA, mas se liga a receptores Ri e proteína Gi, que inibem a
adenilato ciclase.
• β: utiliza a via da PKA, mas se liga a receptores Rs e proteína Gs, que estimulam a
adenilato ciclase.

A distinção entre os tipos de receptores é estabelecida com base na atuação de agonistas


(1) e antagonistas (2).
(1)- agonista: substância capaz de se ligar ao receptor e induzir as respostas equivalentes ao
hormônio.
(2) – antagonistas: substâncias que se unem aos receptores mas não provocam a resposta
hormonal.
Glucagon

O glucagon é sintetizado pelas células alfa das ilhotas de Langerhans do pâncreas.


É liberado na correte sanguínea quando a concentração de glicose circulante é baixa
(hipoglicemia).
Seu principal papel fisiológico é aumentar a produção, e portanto, a exportação de glicose
pelo fígado, de modo a elevar a glicemia. Fora esta função, ela assume um papel
degradativo, em que induz a degradação de lipídios, carboidratos e proteínas.

A transdução de sinal do glucagon ocorre pela via da PKA, em que as reações de


fosforilação catalisadas por ela são responsáveis pela interferência do glucagon no
metabolismo e na transcrição gênica.

Insulina
É secretada pelas células beta das ilhotas de Langerhans do pâncreas, em resposta à
hiperglicemia, e tem efeitos antagônicos aos do glucagon.
Seus principais efeitos são aumentar a tomada de glicose pelas células e suprimir a síntese
de glicose no fígado.
Níveis altos de insulina provocam a diminuição do número de receptores (por endocitose),
como ocorre no diabetes tipo 2.

O receptor da insulina é formado por duas partes α e β, ligadas por pontes de dissulfeto.
Quando a insulina se liga nas subunidades α, as unidades β são ativadas e passam a
fosforilar seus grupos de tirosina. A autofosforilação do receptor faz aumentar sua atividade
de tirosina quinase, desencadeando a fosforilação em cascata de uma série de proteínas
sinalizadoras.

O transporte de glicose através da membrana plasmática das células de mamíferos é um


preocesso passivo, catalisado por uma família de permeases, denominadas GLUT.
GLUT 1, 3 e 4 apresentam alta afinidade pela glicose, exibindo valores baixos de Km.
GLUT 2 apresenta uma afinidade baixa por glicose, de forma que o fígado só capta glicose
quando o nível glicêmico está alto. Destas, apenas GLUT 4 é dependente de insulina. A
insulina aumenta o número de receptores GLUT 4 na membrana da célula, e por isso a
permeabilidade de glicose aumenta.

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