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Ano 1 | número 01
desconsiderar
CAPA
O futuro da Previdência
Complementar no Brasil
Debate sobre reformas,
modelos, portfólios, perfis de
investimentos, governança e
gestão nos fundos de pensão
Fátima Gomes
Gerente de Comunicação e Relacionamento
Painel I
OPINIÃO DO
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Leônia Vieira
Coordenadora de Comunicação e Marketing
FINANCIAMENTO DA PREVIDÊNCIA:
Entrevistas e redação
Luciana Cobucci - In Press Oficina
UM PROBLEMA GLOBAL ESPECIALISTA
Maíra Silveira - In Press Oficina
Pedro Silas - In Press Oficina
14 ENTREVISTA
Projeto gráfico e diagramação
Amanda Moreira - In Press Oficina
Fotografia
Dênio Simões - In Press Oficina
BRIAN O’MALLEY 30 ENTREVISTA
WAGNER GUIDA
Luís Salimon - In Press Oficina
Revisão
ENTREVISTA
16 ENTREVISTA
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Nadja Araújo - In Press Oficina
Jornalista responsável:
Fátima Gomes - registro profissional 480/82
18 DIVERSIFICAR OS INVESTIMENTOS
DOS FUNDOS DE PENSÃO? 34 PELO MUNDO
Tiragem: 700 exemplares
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Editorial
O 3º Seminário Internacional Funpresp – A Previdência Com-
plementar do Servidor Público foi realizado em Brasília (DF), no
dia 23 de abril de 2019, com a presença de mais de 250 pessoas,
entre especialistas, autoridades e participantes da Entidade. Ao
longo de todo o dia, foram debatidas experiências nacionais e
internacionais, com o objetivo de reunir as melhores práticas em
gestão e governança da previdência complementar, em especial
a dos servidores públicos. Nesta revista, o leitor vai conhecer um
pouco do teor das discussões realizadas nos painéis, opiniões de
especialistas e de participantes, entrevistas com estudiosos em
previdência e um panorama mundial sobre o tema.
Ao debater ideias e experiências nacionais e internacionais, a
Funpresp cumpre sua missão de prospectar o que há de melhor
para os seus participantes, além de reforçar o seu compromisso
com a modernidade, a transparência e a governança dos Planos
de Benefícios da Entidade.
Essa publicação tem a finalidade de proporcionar ao leitor uma
visão geral da previdência social e complementar e, quem sabe,
ajudá-lo a pensar e planejar o próprio futuro. De antemão, é possí-
vel dizer que as mudanças demográficas e o aumento da longevi-
dade da população apontam que é preciso criar novos caminhos de
financiamento da previdência. Esse é um debate que, sem dúvida
alguma, ganhou mais relevância devido à Reforma da Previdência,
cuja proposta tramita atualmente no Congresso Nacional.
Boa leitura!
Ricardo Pena
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Revista Funpresp Revista Funpresp
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Revista Funpresp Revista Funpresp
É possível almejar um siste- é surpresa que aumentar impostos não vidência complementar americano.
ma previdenciário financeiramente Clark atua nas áreas de econo- deixa ninguém feliz. Geralmente, uma Não existe uma crença geral de que
equilibrado, tendo em vista os de- mia do trabalho, economia do dessas coisas, ou ambas as coisas, o sistema vai falir, mas é sabido que
safios demográficos que se apre- envelhecimento, previdência e acontecem numa reforma da previdên- haverá grandes mudanças de manei-
sentam? Qual seria o melhor mode- aposentadoria. cia e, consequentemente, ninguém fica ra a resolver o déficit do sistema. Não
lo de previdência nesse contexto? feliz com isso. há planos concretos para resolver o
problema, é uma questão que está em
Todos os sistemas de pensão Fundos do tipo capitalização po- Washington, que tem que ser resol-
têm pontos positivos e negativos e a dem ser um caminho para países vida no Congresso, que não tem um
questão é como será feito o equilíbrio em todo mundo, uma vez que, na pensamento único dominante, e por
entre eles. O problema do plano tipo maioria, o gasto com previdência isso torna-se mais difícil de resolver.
benefício definido (BD) é que a flu- pesa no orçamento público?
tuação demográfica eleva o custo do Que experiências internacionais
benefício. Já o plano tipo contribuição Se eu fosse começar um fundo de podem servir como modelo para o
definida (CD) coloca o risco no nível pensão do zero, certamente tenderia Brasil?
individual, o que pode dificultar o pla- a considerar o modelo de contas indi-
nejamento do contribuinte, e também viduais - o de capitalização -, que tem Não tenho a pretensão de dar con-
pode significar uma queda acentuada muitas vantagens. selhos para o Brasil, mas acredito que
no benefício futuro. Estamos compa- existem modelos que dão uma ideia
rando riscos diferentes. No geral, a do caminho a ser seguido. Basica-
tendência tem sido se afastar dos mo- mente, a respeito dos planos CD e
delos BD e se aproximar dos modelos
CD. Planos tipo BD podem ser ajusta-
“Uma reforma previdenciária BD, depende do tipo de risco que o
governo brasileiro está disposto a as-
dos de várias maneiras, mas isso sig- geralmente aumenta os impostos e sumir e do risco que ele está disposto
nifica que, com o passar do tempo, os a deixar sob responsabilidade do em-
benefícios vão aumentar ou diminuir, reduz os benefícios. E ninguém fica pregado. É possível fazer os dois tipos
e os impostos também. É possível ter de planos funcionarem, mas depende
um plano sustentável se for indexado
feliz com isso.” - Robert Clark da forma como cada agente é afetado,
a certos indicadores, mas ele perde trabalhador e empregador.
sua principal característica que é, do
ponto de vista do empregado, a ga- O senhor acha que experiências
rantia de um determinado valor de Como os americanos se preparam internacionais como a do Japão,
aposentadoria no futuro. para a aposentadoria? Existe uma que revê os parâmetros de suas
cultura previdenciária? aposentadorias a cada cinco anos,
É uma tendência mundial as poderiam funcionar no Brasil?
pessoas terem que contribuir mais A maioria da população é coberta
e por mais tempo para ter acesso a pelo sistema de previdência social, a Seria ótimo que os Estados Uni-
benefícios maiores? maioria inclui isso no seu planejamen- dos adotassem o modelo previdenciá-
to, mas eu diria que existe um bom rio do Japão, mas, em vez disso, nós
Previdência dos
Como as pessoas estão vivendo equidade entre as gerações? Receber Por que o senhor acha que mu- nível de preocupação, até porque a estamos empurrando o problema com
professores nos EUA
mais, o preço de manter qualquer tipo o mesmo valor ou receber o valor com danças na previdência enfrentam situação atual da previdência social a barriga há 20 anos e cada vez mais
de benefício previdenciário vai aumen- mesmo poder de compra, ou seja, tanta resistência em todo o mundo? Segundo Clark, cerca de metade pode fazer com que ela não cumpra o se aproxima o momento derradeiro. O
tar. Se você pensar na equidade entre com correção monetária? É preciso, dos estados norte-americanos seu papel no futuro. Isso certamente Japão, em vez de fazer uma grande
as gerações, pode avaliar: “bom, se então, fazer esse debate: qual a me- Sempre que você se compromete tem planos diferentes para afeta o planejamento e se você acha reforma, faz pequenas séries de re-
pessoas há 20 anos tinham um valor lhor forma de garantir um tratamento com um benefício e depois tenta modifi- professores. Nesses estados, as que a previdência social pode faltar formas a cada cinco anos, o que mos-
X de benefício, por que as pessoas de igualitário para todas as gerações. O car essa promessa, é de se esperar que condições, custos e planos para quando você precisar, então você tra que um plano de BD pode funcio-
hoje não recebem o mesmo valor?”. jeito como fazer o BD funcionar é mo- as pessoas não fiquem felizes com essa os docentes são semelhantes precisa tomar a frente do seu plane- nar, mesmo diante do grande desafio
Mas as pessoas há 20 anos recebiam dificá-lo constantemente ou indexá-lo mudança. Não é de se surpreender que em relação aos demais servido- jamento previdenciário. E a maneira da longevidade que eles enfrentam.
o benefício por menos tempo do que a um indicador para que ele seja au- o corte de benefícios de aposentados res públicos, apenas são admi- como as pessoas fazem isso é colo- Mas o preço disso é aumentar impos-
os aposentados hoje. Então, o que é a tomaticamente atualizado. não os deixem felizes. E também não nistrados separadamente. car mais dinheiro no sistema de pre- tos e reduzir benefícios.•
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Revista Funpresp Revista Funpresp
FINANCIAMENTO DA PREVIDÊNCIA: A taxa de rentabilidade adotada pelos fundos estaduais nário: por que é importante debater
a previdência complementar, num
é de aproximadamente 7,5% ao ano, quando a taxa real é contexto de reforma, e promover
UM PROBLEMA GLOBAL de cerca de 4%. Isso leva a um subfinanciamento que pode a educação previdenciária? Veja o
que eles responderam:
chegar a 79% do valor real necessário, como é o caso de
As discussões sobre previdência e aposentadoria de servidores nos Es-
Nova Jersey. Estados como Colorado, Connecticut, Illinois,
aposentadoria não são exclusividade tados Unidos já em 2023, de acor- Kentucky e Nova Jersey têm menos de 50% de financiamento.
do Brasil. Em todo o mundo, especia- do com o professor Robert Clark, da Outros 17 estados têm menos de 2/3 do valor necessário para
listas e governantes tentam resolver Universidade da Carolina do Norte. 25% dos servidores pagar os benefícios prometidos. Apenas Nova Iorque, Dakota
complexas equações que levam em Em sua palestra no 3º Seminário In- dos EUA estão fora do Sul, Tennessee e Wisconsin tinham, ao menos, 90% de
consideração idade, saúde, salário, ternacional Funpresp, Clark deu um do sistema federal
tempo de trabalho, estilo e expectati- panorama sobre o funcionamento da financiamento, segundo dados de 2016.
va de vida dos cidadãos, entre outros previdência norte-americana (confira
Na década de 1950, nos
aspectos, em torno de um único obje- na página 34). Clark também citou outros problemas para o déficit previdenciário estadual
EUA, os governos estaduais André Sousa de Sena, servidor do
tivo: prover assistência previdenciária Cada estado com fundo de pensão norte-americano. Um deles é que existem leis e até decisões judiciais que impe- Ministério da Justiça – É importante o
aos seus cidadãos de maneira finan- próprio deve depositar uma contra- e municipais puderam esco- debate em função das mudanças que vi-
lher se juntar à previdência dem a mudança das regras da aposentadoria de um servidor desde o momento da vemos hoje. O Congresso Nacional deba-
ceiramente sustentável e justa. partida no mesmo valor da contri- sua contratação até a inatividade. Outro ponto é a possibilidade de aposentadoria te a necessidade de ter essa Reforma da
Nesse sentido, reformas previden- buição do servidor estadual. Existem social federal. A maioria
integral com 30 anos de serviço. Previdência num país que enfrenta uma
ciárias estão sendo debatidas e feitas atuários responsáveis por calcular o decidiu aceitar a oferta. Os dificuldade financeira seríssima, por isso é
importante esse debate. Como o brasileiro
em vários países, com um aspecto em valor das aposentadorias que serão estados e municípios que não tem o costume de fazer poupança por
comum: o financiamento dos fundos pagas nos próximos anos. A decisão ficaram de fora hoje têm conta própria, uma alternativa é o fundo
de pensão públicos, em muitos casos, de valores a serem depositados nos sistemas próprios em sepa- Se alguém começa a trabalhar aos 22 anos, é possível se de previdência complementar, como é a
Funpresp para o servidor federal.
está abaixo do necessário para garan- fundos de pensão estaduais é dos rado, como Alaska, Massa- aposentar aos 52 anos. Com o aumento da longevidade, as
tir o pagamento de benefícios. governadores de cada estado, sendo, chusetts, Colorado, Nevada, pensões estaduais estão pagando benefícios por 20, 30, 40
O problema de financiamento dos portanto, uma ação política que de-
Louisiana, Ohio e Maine. e até 50 anos ou mais, e esta é uma razão do aumento do
fundos de pensão pode impactar a pende do governo daquele ente.
Como resultado, 25% dos
custo dos planos.
servidores públicos dos EUA
estão fora do sistema fede-
ral de previdência.
O aumento da longevidade também foi apontado como um desafio global pelo
diretor de Desenvolvimento de Negócios da Aegon Blue Square Re, Brian O’Mal-
ley, que também participou do primeiro painel do seminário, apresentando a ex-
periência previdenciária europeia. Outra adversidade, alertou o especialista, é o Larissa Amorim, servidora da Univer-
Nesse contexto, Clark detalhou as di- nível de educação financeira e previdenciária da população, que pode afastar os sidade de Brasília – A gente precisa
participar agora mais do que nunca, num
ficuldades enfrentadas por alguns fun- participantes do sistema. momento em que todo o país acompanha
dos patrocinados pelos estados que não “Os jargões e os termos usados pelos profissionais de previdência tendem a e debate junto a votação da Reforma da
são cobertos pelo sistema federal de intimidar o cidadão mais leigo. As pessoas estão entrando mais tarde no mercado Previdência. Precisamos nos inteirar sobre
o assunto. Vim ter mais informações sobre
aposentadorias. Segundo ele, o déficit de trabalho e, consequentemente, começando a contribuir mais tarde. Com isso, como a Funpresp pode me auxiliar no fu-
nas contas desses fundos era de US$ elas tendem a ignorar o problema, achando que já é tarde demais para começar a turo com uma renda extra para a aposen-
1,4 trilhão em 2016. poupança previdenciária. Por outro lado, para quem já está no sistema, o obstáculo tadoria. Eu me preocupo muito com o meu
futuro, por isso já venho me preocupando
é o nível de conhecimento e educação previdenciária e a tolerância a riscos, prin- com essa temática, e agora é um momento
cipalmente se a tendência é ofertar planos do tipo contribuição definida”, explicou. crucial para essa questão da previdência.
Clark: O problema de financiamento dos fundos
de pensão nos EUA atinge os estados america-
nos e não o sistema como um todo.
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Revista Funpresp Revista Funpresp
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Revista Funpresp Revista Funpresp
HEINZ RUDOLPH mundos dos planos tipo contribuição nal na criação de fundos de pensão.
definida e benefício definido: não tem Um dos principais problemas do mo-
os passivos dos planos BD e tem con- delo chileno é o valor das aposen-
tribuintes com alta densidade de co- tadorias, que pode ser considerado
Economista líder do tização que ficarão com o fundo até baixo em alguns casos (confira como
a aposentadoria. Mas também tem funciona o sistema de previdência no
Banco Mundial em grandes responsabilidades, que são: Chile na página 34). É um problema
Washington D.C., gerenciar os riscos para otimizar as
aposentadorias futuras; diversificar
que o governo está tentando resolver
com debates, apresentando reformas,
o chileno trouxe os riscos; contribuir para o desen-
volvimento de mercado de capitais
fazendo discussões no Congresso,
mas uma coisa é fato: será preciso
para o painel II privado de longo prazo, incluindo in- aumentar a alíquota de contribuição.
vestimentos no setor de infraestru- Além disso, da forma como foi cons-
do 3º Seminário tura; e, principalmente, garantir uma truído ao longo dos anos, o sistema
presença mais forte da governan- pode convergir para um modelo ine-
Internacional ça. O tema chave é a governança e, ficiente, altamente investido em mo-
Funpresp a principalmente, como assegurar que
o Conselho Deliberativo será uma
delos overnight. Por isso, é preciso
priorizar as mudanças regulatórias.
experiência do seu instância que vai dar visão de futuro
para decisões da Diretoria Executiva.
Outro ponto é que a discussão está
muito centrada na taxa de retorno.
país de origem e as Temos que começar a perguntar qual
é o efeito real que a rentabilidade
Por que as entidades de previ-
visões do organismo dência complementar devem in- tem, seja sobre a taxa de reposição,
vestir em transparência e como seja nas decisões dos participantes
internacional isso ajuda na governança das fun- do fundos de pensão. •
dações?
sobre previdência
complementar. O tema da transparência é muito
significativo porque através da trans- “O tema chave
parência as pessoas sabem exa-
tamente o valor acumulado no seu é a governança e,
Na sua visão, quais os pontos
fortes da previdência complemen-
fundo de pensão com o passar do
tempo. Pode haver muita volatilidade
principalmente, como
tar brasileira e quais os principais no curto prazo, por isso é importan- assegurar que o Conselho
desafios? te ter uma governança forte para que
as pessoas possam ter confiança nos Deliberativo seja uma
Este é um bom momento para conselhos diretivos do fundo de pen- instância que vai dar
consolidar a previdência complemen- são e que isso de fato vá levar a uma
tar no caso brasileiro. Acho que o melhor aposentadoria futura. visão de futuro para as
modelo de capitalização de repartição
simples tem seus limites e a criação Que lições o Brasil pode tirar do
decisões da Diretoria
de um pilar de capitalização pode aju- modelo de previdência que vigora Executiva.”
dar a diversificar o risco, mas tam- hoje no Chile?
bém pegar parte dos benefícios de - Heinz Rudolph
crescimento econômico brasileiro e O modelo do Chile tem muita coisa
Entre 1995 e 2004, Rudolph trabalhou no Ministério das Finanças do Chile como diretor de Política Econômica, onde liderou o projeto
melhorar os benefícios futuros. boa, mas também muitos erros, como de reforma da previdência e securitização do país.
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Revista Funpresp Revista Funpresp
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Painel III COMUNICAÇÃO E o mercado ainda está reticente sem gem mais simples. É preciso se importar
PARTICIPAÇÃO entender direito o risco”, afirmou com o participante e fazer ele entender
Cláudio Pires, diretor de Investimen- que o dinheiro é dele e fazer com que ele
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ENTREVISTA
prática, o agente tira um pouco da li-
CRISTIANO ARBEX VALLE berdade de escolha do modelo, mas
vale ressaltar que modelos não são
necessariamente perfeitos. Eles bus-
Debatedor no painel mas não é tão fácil de assimilar. En-
tende-lo no papel é diferente de ex-
cam fazer o melhor com as regras
estabelecidas, o que não implica que “Devemos buscar todos
III do 3º Seminário perimentar seus efeitos na prática. considerem todos os fatores neces-
os meios disponíveis para
Todos querem um retorno mais alto, sários. Nesta aproximação entre os
Internacional mas muitos não compreendem que, mundos, é um desafio explicar estes repassar estes conceitos
para isso, é necessário aceitar níveis conceitos para o cidadão. O fato de ser
Funpresp, o maiores de risco. Somente o investi- um desafio não o torna menos essen- de forma inequívoca e
professor-adjunto mento em educação financeira pode cial, dado o impacto destas decisões
clara, oferecendo toda a
ajudar a reduzir este desequilíbrio no futuro dos participantes. Devemos
do Departamento entre expectativa e realidade. buscar todos meios disponíveis para assistência para que cada
repassar estes conceitos de forma
de Ciências da Como as pesquisas do meio aca- inequívoca e clara, oferecendo toda a participante possa tomar
Computação da dêmico podem contribuir para a im-
plantação de modelos mais perso-
assistência para que cada participan-
te possa tomar decisões condizentes
decisões condizentes com
UFMG trabalha para nalizados de investimentos para os com seu perfil. seu perfil.” - Cristiano
participantes de fundos de pensão?
transformar cálculos Por que é importante diversi- Arbex Valle
teóricos em prática, Os modelos de decisões de inves-
timento do mundo acadêmico procu-
ficar os investimentos feitos pe-
los fundos de pensão e como isso
como forma de ram otimizar alguma métrica consi- impacta as escolhas individuais de
derada desejável, que pode ser uma cada participante?
tornar as previsões medida de recompensa, de risco, ou
de investimentos dos mesmo um trade-off entre recom-
pensa e risco. Nem sempre, porém,
É não só conhecido, mas também
mensurável, que a diversificação aju-
fundos de pensão mais os portfolios ótimos são desejáveis da a reduzir o risco, seja o risco me-
do ponto de vista prático. Por exem- dido como a volatilidade ou através
seguras e confiáveis. plo, modelos podem sugerir uma ex- de métricas mais recentes como o
posição alta em um ativo que possua Conditional-Value-at-Risk. Este bene-
Por que é preciso investir em uma história recente muito boa, mas fício é limitado quando todos os ativos
educação financeira e previdenciá- onde não há garantia de performan- possuem fatores de risco em comum,
ria aliada à maior oferta de modelos ce similar no futuro. Um gestor ou como é o caso do mercado brasilei-
de investimentos para os partici- participante individual pode não ter ro. Isto justificaria, por exemplo, que
pantes de fundos de pensão? a mesma percepção. O mundo aca- fundos de pensão investissem em ati-
dêmico também estuda como reduzir vos de outros países como forma de
Uma maior oferta de modelos de esta distância de percepções. maximizar este efeito. Quanto maior
investimento traz vantagens, como é o benefício da diversificação, maio-
uma maior flexibilidade para posicio- É possível aproximar esses dois res são os retornos em potencial das
nar os diversos perfis existentes. É mundos e tornar o assunto mais pa- carteiras que podem ser criadas para
crucial, porém, que as pessoas com- latável para o cidadão que busca a um nível desejado de risco. Isto be-
preendam bem as consequências previdência complementar? neficia diretamente os participantes
das suas escolhas para que possam que, quando se posicionam em um
tomar decisões bem informadas. O Modelos matemáticos de tomada determinado perfil de risco, estão re- Cristiano Arbex Valle alerta que todos querem um retorno alto, mas não compreendem que, para isso, é necessário aceitar riscos maiores.
conceito de risco parece simples, de decisão poder ser adaptados. Na cebendo maior potencial de retorno.•
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Revista Funpresp Revista Funpresp
OPINIÃO DO
Marcelo Siqueira, presidente do Conselho
Deliberativo da Funpresp - Sempre vêm à
tona novas iniciativas de alterações do sistema
de previdência do país voltando-se à mesma
ESPECIALISTA
lógica: a ideia que a proteção previdenciária é
de responsabilidade do próprio servidor, jun-
to com seu empregador. Passamos para uma
dimensão na qual ele se sente cada vez mais
responsável pelo custeio dos seus direitos e,
mais do que isso, os servidores começam a
Por que é importante debater a previdência complementar, principalmente do servidor enxergar o valor de ver as suas reservas acu-
muladas, como garantia e lastro de que no fu-
federal, no contexto de reformas que estão acontecendo pelo mundo, e promover a turo esses benefícios serão concedidos. Diante
educação previdenciária? desse cenário, a importância da previdência
complementar se avoluma e se torna extrema-
mente necessário que, de tempos em tempos,
nós consigamos reunir especialistas, do Brasil
e de fora, para juntos encontramos soluções
Wagner Lenhart, secretário de Gestão e de como garantir uma proteção previdenciária
Luís Ricardo Martins, presidente da Asso- efetiva para essa parcela da sociedade.
Desempenho de Pessoal do Ministério da
ciação Brasileira das Entidades Fechadas
Economia - Temos uma situação de conheci-
de Previdência Complementar (Abrapp) – É
mento de todos: um sistema previdenciário que
importante disseminar e discutir temas da pre-
não se sustenta mais. Encontros como esse,
vidência complementar, ainda mais nesse pe-
para debater os temas relacionados à previ-
ríodo de reestruturação. É uma grande janela Fábio Coelho, diretor-superintendente da
dência complementar, de fato vêm em muito
de oportunidade em função do debate que vem Superintendência Nacional de Previdência
boa hora e são extremamente oportunos e ne-
sendo travado sobre a necessária Reforma da Complementar (Previc) - Existe, no Brasil,
cessários. Existem dois pontos fundamentais
Previdência, em especial o crescimento da uma discussão muito forte em torno da ne-
no debate: a necessidade constante de avan-
previdência complementar do servidor público. cessidade da Reforma da Previdência, tendo
çar na governança dos fundos de previdência
O volume que a Funpresp tem em patrimônio em vista o cenário fiscal brasileiro. Isso traz
e, nesse sentido, a Funpresp faz um trabalho
mostra quanto o sistema vem gerindo bem os grandes oportunidades do ponto de vista da
incrível, mas o desafio de melhorar a gover-
seus recursos. As pessoas estão vivendo mais, educação financeira porque o assunto “prepa-
nança deve ser constante para todos os fundos
isso é uma boa notícia, e elas sabem que à luz ração para a aposentadoria” começa a entrar
de previdência. O segundo é a forma como se
da Reforma da Previdência elas vão trabalhar na mesa do cafezinho do brasileiro. Os gesto-
dá a administração dos fundos dos valores que
mais, contribuir por mais tempo e receber um res precisam identificar as características dos
são depositados para que haja bom rendimen-
benefício menor. Nesse sentido, a previdência participantes e endereçar medidas de informa-
to, boa remuneração e, ao mesmo tempo, que
complementar é um grande veículo de incre- ção. Do ponto de vista regulatório, a Previc tem
se tenha segurança e gestão dos recursos das
mento, de conforto no período da inatividade. editado regras de transparência ativa para os
aposentadorias dos participantes.
Solange Vieira, titular da Superintendência fundos de pensão, dando informações para o
de Seguros Privados (Susep) - É superim- participante subsidiar as decisões. É preciso
portante a iniciativa da Funpresp em promover empoderar o participante para que ele tome
a discussão. Temos que conscientizar a popu- suas próprias decisões. Este é o grande de-
lação de que queremos viver mais e viver bem. Helder Molina, presidente da Mongeral – safio do ponto de vista de educação financeira.
E, para isso a gente precisa olhar para o futu- Não teríamos o cenário que temos hoje se a
ro. Nesse sentido, o trabalho que a Funpresp Funpresp não tivesse sido fundada. A Funpresp
tem feito junto aos servidores públicos é fun- é a pedra fundamental para essa transforma-
damental. Tem havido um aumento da preo- ção do cenário da previdência brasileira. Sem
cupação com a própria aposentadoria, temos dúvida, a população como um todo acredita, já Amarildo Vieira, diretor-presidente da Funpresp-Jud - A previdência complementar
vistos jovens discutindo o futuro, a formação hoje, que precisa se preocupar com seu futuro, do servidor público veio para ficar. É o sopro de renovação do sistema de previdência
de poupança. A demanda por previdência com- que o estado não vai prover 100% das suas complementar fechado e de fato é o caminho, a solução que se busca para tornar sus-
plementar tem aumentado no país, mas ainda necessidades. Sem dúvida nenhuma isso está tentável a nossa previdência no longo prazo. E num seminário que traz as experiências
está muito aquém do necessário. A longevida- acontecendo e, cada vez mais, o cidadão bra- de fora, podemos ver que os problemas que eles vivem lá fora são semelhantes aos que
de é um problema mundial, mas no Brasil, a sileiro vai perceber que precisa se preocupar vivemos aqui. Temos um grande desafio, que é municiar essas pessoas de informações
expectativa de vida tem subido mais rápido que com a própria aposentadoria, a exemplo de di- para tomar essa decisão. Quanto maior o debate e mais familiar, mais fácil vai ficar tomar
a de países desenvolvidos, por isso a transfor- versos povos no mundo que já nascem se pre- a decisão. O participante tem que entender e se enxergar na previdência e tomar a de-
mação necessária, para nós, é maior. ocupando com sua aposentadoria e com riscos cisão que mais vá atender aos seus interesses. Quanto mais informação, mais subsídio
de sobrevivência. É um ponto fundamental o ao participante para assegurar o seu próprio futuro.
debate, nada se cria sem educação, sem que
as pessoas se desenvolvam, e qualquer semi-
nário faz com que elas fiquem esclarecidas.
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O CEO da Itaú Asset beneficiários dos fundos. Esse tipo das suas carteiras. E quem sabe daqui
a dois ou três anos o participante da
Management A.G.F. de discussão é inclusiva e melhora Funpresp também vai acordar e dormir
pensando na rentabilidade do seu plano,
no Chile foi um dos o balanço de risco do fundo. Tem nos perfis que tem, nas opções que pode
painelistas na última que haver um avanço cultural na fazer, em como tomar decisões para
a sua própria reserva previdenciária.
rodada de debates gestão de portfólios no Brasil.” Se o participante não tiver a corre-
ta informação e não souber pelo que
do 3º Seminário - Wagner Guida está optando, a entidade acaba dando
mais problema que solução, mas essa
Internacional Funpresp, conversa não é de hoje pra amanhã.
no qual falou sobre própria aposentadoria. É tão impor-
E a diversificação dos investimentos
passa, necessariamente, por essa
a diversificação dos tante para o servidor público quanto melhora na comunicação com o parti-
para qualquer brasileiro. A Reforma
investimentos dos da Previdência passou a ser assunto
cipante do fundo.
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Revista Funpresp Revista Funpresp
complementar da aposentadoria do
ENTREVISTA setor privado (401k) parece bastante
interessante como lição para o Brasil.
EDUARDO RIOS-NETO No caso chileno o que mais gostei foi
a demonstração de que, a despeito de
todos os eventuais problemas, a capi-
O professor da de capitalização, por influenciar dire-
tamente o resultado da acumulação.
talização apresenta taxas de retorno
razoáveis. As potenciais mazelas da
UFMG e doutor em Já o envelhecimento populacional é cobertura social e do baixo valor de
uma medida de período e reflete a
Demografia pela estrutura etária da população. Pode
aposentadoria parecem paradoxais
com o retorno positivo demonstrado,
“Em uma sociedade que
Universidade de ser medido pela razão de dependên- mas decorrem de uma intermitên- opera em regime de repartição
cia da pessoa idosa ou pela idade cia no período de contribuição, de-
Berkeley, na Califórnia média da população e afeta direta- corrente das taxas de desemprego e que passa por um processo de
mente o equilíbrio previdenciário
(EUA), atuou como do regime de repartição simples. O
e informalização tão características
dos países latino-americanos. Tanto
envelhecimento populacional,
coordenador técnico
envelhecimento populacional é afe- o caso americano quanto o chileno a previdência complementar
tado tanto pela fecundidade quanto apontam para a necessidade de um
do 3º Seminário pela mortalidade. Num esquema de pilar básico de repartição na reforma, é fundamental para facilitar
contribuição definida, a longevidade
Internacional afeta o tempo médio de contribuição
que seja uma espécie de seguro para
incertezas. No caso brasileiro, como
uma transição para um sistema
necessário para uma aposentadoria ainda temos um pilar não contributi- previdenicário equilibrado.” -
Funpresp e avaliou digna e, portanto, a taxa de retorno vo dado pelo benefício de prestação
do fundo de acumulação. Já o en- continuada (BPC) e aposentadoria Eduardo Rios-Neto
as contribuições velhecimento populacional afeta a rural, creio que o pilar básico teria de
dos debates para o razão de dependência do regime
de repartição simples, demandando
equacionar os incentivos contributi-
vos na base da pirâmide, para que o
cenário previdenciário mudança na idade de aposentadoria segmento não contributivo não fosse
ou na alíquota de contribuição para atrativo em comparação ao segmento
brasileiro. manter o sistema equilibrado. contributivo. A despeito desses deta-
lhes relevantes, o seminário apontou
Que ideias debatidas no 3º Se- para um elevado potencial de pou-
Para efeitos de entendimento minário Internacional podem ser pança privada ou coletiva com o ad-
dos estudos previdenciários, qual levadas em consideração para a re- vento da reforma previdenciária.
é a diferença entre a longevidade alidade da previdência brasileira?
e o envelhecimento populacional? Nesse contexto, qual é a impor-
Como esses conceitos impactam O seminário foi importante em vá- tância do debate sobre a previdên-
os estudos e discussões sobre pre- rias dimensões, na análise do caso cia complementar?
vidência? de vários países e na análise da go-
vernança, particularmente os casos No contexto de uma sociedade
A longevidade é uma medida in- americano e chileno. No caso ame- que opera em regime de repartição e
dividual e longitudinal, ela não reflete ricano, destaco tanto a questão do que passa por um processo de en-
uma condição de momento, o que os sistema de pilares múltiplos, como a velhecimento populacional, a previ-
demógrafos chamam de período, ela previdência dos estados. Acho que dência complementar é fundamental
reflete os anos vividos de um indi- muitas lições podem ser tiradas para para facilitar uma transição para o
víduo. Nesse sentido, a longevidade os estados brasileiros, onde pratica- equilíbrio previdenciário, principal-
afeta mais o equilíbrio atuarial da mente todos possuem um passivo de mente levando-se em conta que ela
capitalização individual, sendo extre- aposentados descoberto por um fun- consiste num regime de capitalização Para Rios-Neto, o compartilhamento de experiências internacionais, especialmente dos Estados Unidos e Chile, devem render lições
mamente relevante para os fundos do de capitalização. Além disso, o pilar com contribuição definida. • valiosas para o caso brasileiro.
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Revista Funpresp Revista Funpresp
A PREVIDÊNCIA Suécia
O sistema previdenciário é formado por um regime de repartição simples de
PELO MUNDO
Contribuição Definida Nocional (NDC), chamado de Pensão Baseada em Renda
(Income Pension), e um sistema de Contribuição Definida Capitalizado (FDC), re-
presentado pelas Pensões Prêmio (Premium Pension), que estão relacionados à
renda individual. A contribuição é de 18,5%, sendo 16% destinados ao NDC e 2,5%
ao FDC. Existe ainda o benefício mínimo e o habitacional, destinado aos aposenta-
dos de baixa renda e com despesas de moradia.
Estados Unidos O NDC é um misto entre os regimes de repartição e de capitalização. No NDC, as
contribuições dos trabalhadores ativos continuam financiando os benefícios dos atu-
No país, todos os trabalhadores da iniciativa privada são cobertos pela previdência ais aposentados/pensionistas (regime de repartição), mas os benefícios são calcu-
social, gerida pelo governo federal, além de parte dos servidores públicos de alguns es- lados de acordo com as contribuições pretéritas dos beneficiários, acumuladas com
tados e municípios que, no passado, decidiram se associar ao sistema federal. Os entes base em taxas de juros “virtuais” (regime de capitalização com contas nocionais).
que estão de fora da previdência federal têm fundos próprios de pensão, e a maioria O sistema é complementado por um regime de previdência complementar, que
enfrenta problemas de financiamento inferior ao necessário para custear os benefícios. cobre cerca de 90% dos trabalhadores dos setores públicos e privados. Esses planos
Em alguns estados, os professores têm fundos de pensão separado dos demais servi- são feitos por acordos coletivos entre sindicatos e confederações de empregadores
dores, mas com regras parecidas para aquisição de benefícios. e são “semi-obrigatórios” aos funcionários. Nesses acordos, os empregadores con-
O valor da aposentadoria é calculado por uma fórmula que leva em consideração as tribuem com planos de pensão, fornecendo benefícios complementares ao regime
contribuições feitas pelo trabalhador e a renda média durante os 35 anos em que ele público para aqueles cuja renda supera o teto do sistema estatal.
recebeu os salários mais altos. A maioria dos americanos, tanto funcionários públicos
quanto os da iniciativa privada, se aposenta aos 65 anos.
Para obter benefícios adicionais ao da aposentadoria pública, os trabalhadores devem Japão Reino Unido
contribuir para um plano de pensão complementar – os chamados 401(k) -, ou formar pou-
panças individuais. Atualmente, 2/3 dos americanos acima dos 65 anos de idade dependem Existem três tipos de contribuições Em 2012, o Reino Unido criou o Natio-
basicamente das pensões pagas pelo sistema público. diferentes, chamadas: kosei nenkin, koku- nal Employment Savings Trust, o NEST. O
min nenkin e kyousai nenkin. O primeiro plano é de contribuição definida, público,
deles - kosei nenkin - é o plano de seguro de baixo custo e conta com adesão au-
de pensão do empregado - numa compa- tomática. Com a implementação dele, os
Canadá ração com o Brasil, seria o equivalente à trabalhadores passaram contar com um
Chile contribuição do trabalhador para o INSS.
É financiado pelo pagamento de um im-
fundo de pensão capitalizado com contra-
partida do empregador.
O país adota um teto para o benefício pago na aposentadoria. A previdên-
cia governamental canadense é o Canada Pension Plan (CPP), semelhante à No país vizinho, a previdência tem três camadas: Holanda posto obrigatório a todos os trabalhadores
no Japão.
A adesão automática e obrigatória foi
instituída em 2017. O NEST é um plano adi-
previdência social brasileira. O benefício proporciona uma renda ao contribuin- a primeira, solidária, para trabalhadores que recebem
te e familiares em caso de aposentadoria, morte ou invalidez. A contribuição até um salário mínimo – aproximadamente US$ 500 A previdência na Holanda é composta O kokumin nenkin é o plano de pensão cional criado para complementar os valores
feita ao CPP é obrigatória para o trabalhador com mais de 18 anos que esteja mensais -, financiada pelo pagamento de impostos; a por três pilares. O primeiro é o de reparti- nacional. É uma contribuição facultativa pagos pelos sistemas públicos do país. As
empregado em empresas canadenses. O valor máximo da contribuição é de segunda, obrigatória, financiada pela contribuição in- ção simples, que garante um benefício de que permite ao trabalhador ter uma apo- contribuições de 8% são distribuídas entre
4,95% e a empresa contribui também com a mesma porcentagem. No caso dividual de 10% da remuneração do trabalhador; e a valor uniforme associado ao salário míni- sentadoria maior. Já o kyousai nenkin é o governo, patrões e empregados.
dos autônomos, esse valor deve ser pago duas vezes. O benefício máximo terceira, complementar, com contribuição individual in- mo. O segundo é composto por fundos de a contribuição dos funcionários públicos. Para participar, o trabalhador deve ter
pago pelo governo é limitado a 1,2 mil dólares canadenses mensais. centivada por benefícios fiscais. pensão privados de empresas e indústrias, Ela dá direito a uma pensão proporcional à idade entre 22 e 65 anos e renda míni-
Para se aposentar no país, a idade mínima é 60 anos de idade. Caso Na segunda camada, existem seis entidades fe- integrando contratos de trabalho entre sin- remuneração do servidor e é descontada ma tributável de 8,105 mil libras esterli-
o cidadão opte por esta idade, há uma redução no valor pago da apo- chadas que administram as reservas dos trabalhado- dicatos e empregadores, e é de participa- no próprio contracheque. nas. Caso o trabalhador que não satisfaça
sentadoria, que é de menos 0,6% ao mês antes dos 65 anos. O limite res (AFP). Cada uma possui cinco fundos que dividem ção obrigatória. O terceiro pilar é integrado A aposentadoria no Japão é obtida por esses requisitos queira se filiar ainda há
máximo para dar entrada na aposentadoria é com 70 anos, sendo que os investimentos entre maior e menor aversão a ris- por planos de pensão individuais que têm idade, invalidez ou falecimento. O tem- chance, desde que tenha entre 16 e 75
neste caso o indivíduo consegue um acréscimo de 0,7% ao mês no co. Cada novo entrante deve permanecer na mesma isenção tributária até determinado teto, po mínimo de contribuição é de 25 anos anos e renda de 5,564 mil libras esterlinas
tempo que passou dos 65 anos. entidade gestora por dois anos. Após esse período, a de modo que costuma atrair mais os tra- com idade mínima de 65 anos tanto para (contribuindo com a proporção mínima).
Para o trabalhador que se aposenta mais tarde, com idade avançada, mudança é livre, sem custos, mas limitada a duas alte- balhadores autônomos. Os programas de homens como para mulheres. Para ter As contribuições ao NEST são calcula-
existe ainda o abono de permanência Old Age Security (OAS), que é um rações anuais. No entanto, as gestoras dos fundos não aposentadoria do país são fomentados com direito ao valor integral, é necessário ter das sobre a faixa de renda entre 5,564 e
fundo de pensão dos idosos. Ao contrário do CPP, o trabalhador não têm cobrado as trocas feitas acima desse limite. base no regime de capitalização. contribuído por 40 anos. 42,475 libras esterlinas por ano.
contribui mensalmente para esse benefício. O fundo provém de um valor Se não for cumprido o retorno médio dos últimos
determinado da arrecadação total de impostos e é deste montante que 36 meses, as entidades devem entrar com capital pró-
Fontes: 3º Seminário Internacional Funpresp; Ministério da Economia; Revistas da Abrapp nº 400 e 421; Embaixada do Japão; sites: http://previdenciasimples.com;
são retiradas as contribuições. O OAS é baseado no tempo em que a prio para garantir a rentabilidade mínima do sistema. http://www1.folha.uol.com.br; http://brasil.elpais.com http://www.itiban.tur.br; http://economiasemsegredos.com; http://whatsjap.com.br; http://consultoriabr.com.br;
pessoa viveu no Canadá. Todas as entidades são privadas. http://www.vidaprevidenciaria.com.br; http://revbprev.unifesp.br; http://epocanegocios.globo.com; http://www.anfipmg.org.br; http://www.econ.puc-rio.br.
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