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CLDF

CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL

PROCESSO LEGISLATIVO
Processo Legislativo e seus
Conceitos Operacionais

Livro Eletrônico
PROCESSO LEGISLATIVO
Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais
Prof. Gabriel Dezen

SUMÁRIO
Apresentação..............................................................................................3
Processo Legislativo e seus Conceitos Operacionais........................................ 10
1. Regulação do Processo Legislativo............................................................ 10
2. Controle Judicial do Devido Processo Legislativo......................................... 14
3. Concepções Sobre o Processo Legislativo.................................................. 19
3.1. Crítica à Conceituação Constitucional..................................................... 19
3.2. Concepções sobre o Processo Legislativo................................................ 22
3.3. Tipos de Processos Legislativos............................................................. 23
3.4. Procedimento Legislativo...................................................................... 24
3.5. Tipos Normativos no Processo Legislativo Brasileiro Atual......................... 27
3.5.1. Tipos Normativos da União................................................................ 27
4. Processo Legislativo no Distrito Federal..................................................... 38
4.1. Tipos Normativos do Distrito Federal...................................................... 38
4.2. Notas Iniciais do Processo Legislativo no Distrito Federal.......................... 41
4.2.1. Cautelas Iniciais............................................................................... 41
4.2.2. Etapas do processo legislativo distrital................................................ 44
4.2.3. Conceito Regimental de Proposição .................................................... 44
4.2.4. Requisitos Genéricos das Proposições.................................................. 46
Questões Inéditas...................................................................................... 56
Gabarito................................................................................................... 61
Gabarito Comentado.................................................................................. 62

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Apresentação

Foi publicado, na noite do dia 29 de maio, o edital do tão aguardado concurso

da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

E, como esperado, o PROCESSO LEGISLATIVO é MATÉRIA COMUM da prova de

conhecimentos gerais de TODAS AS ÁREAS e, ainda, da prova de conhecimentos

específicos de vários dos cargos.

Na descrição do conteúdo da prova de CONHECIMENTOS GERAIS do conteúdo

de processo legislativo, o edital informa que vai exigir que o candidato saiba a re-

gulação desse assunto, além da Constituição Federal, também:

• na Lei Orgânica do Distrito Federal;

• na Lei Complementar n. 13, de 1996;

• no Regimento Interno da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

O ÚNICO material do país que trabalha especificamente o PROCESSO LEGIS-

LATIVO DISTRITAL conforme essas três normas é o que você encontra aqui, neste

curso, elaborado com a metodologia mais eficiente, fortemente baseada no uso de

fluxogramas, quadros-resumos e quadros explicativos.

É muito importante você notar outros dois elementos fundamentais do edital de

2018:

• consta que “cada questão poderá avaliar habilidades que vão além do mero

conhecimento memorizado, abrangendo compreensão, aplicação e análise” da ma-

téria. Ou seja: você precisa estudar para COMPREENDER o processo legislativo, e

não para decorar uma montanha de artigos que não fazem sentido! E é exatamente

este o propósito deste curso, pelo meu método de esquematização: fazer você EN-

TENDER o desenvolvimento do processo, em todas as suas fases.

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• na descrição das atividades do cargo de CONSULTOR LEGISLATIVO consta

que esse servidor deverá “prestar consultoria legislativa institucional especializada

no âmbito do PROCESSO LEGISLATIVO, à Mesa Diretora, às Comissões, aos De-

putados, às lideranças de blocos e de partidos e às unidades organizacionais da

CLDF”. Essa atividade será exigida pelos Consultores Legislativos das áreas de:

- Constituição e Justiça;

- Desenvolvimento Urbano;

- Direitos Humanos, minorias, cidadania e sociedade;

- Educação, cultura e desporto;

- Finanças Públicas;

- Meio Ambiente;

- Redação Parlamentar;

- Regulação Econômica;

- Saúde;

- Tributação.

Em síntese: se você pretende se tornar Consultor Legislativo da Câmara Legis-

lativa do Distrito Federal, DEVERÁ saber, e bem, o PROCESSO LEGISLATIVO DIS-

TRITAL.

É isso que você tem aqui. Este curso vai trabalhar o processo legislativo prati-

cado na Câmara Legislativa do Distrito Federal, em um formato único, de elevadís-

sima eficiência.

Para que você saiba exatamente o que terá pela frente, quero, nesta apresen-

tação do curso, fazer referência a algumas informações preliminares que considero

muito importantes para que o seu desempenho seja o melhor possível.

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Esses elementos dizem respeito, fundamentalmente:

• à extensão e profundidade da matéria;

• às peculiaridades do estudo do processo legislativo;

• às fontes das normas e regras do processo legislativo;

• à metodologia que utilizarei;

• à minha qualificação para trabalhar esse assunto.

Primeiramente, vamos falar da matéria central.

O processo legislativo, logo de início, apresenta dois complicadores principais:

• a linguagem;

• as fontes normativas da matéria.

Quanto à linguagem, logo no seu primeiro contato com as normas relativas ao

tema, você vai se deparar com expressões técnicas muito próprias, somente usa-

das na área do processo legislativo e por quem trabalha com esse tema. Efetiva-

mente: redação do vencido, relator ad hoc, substitutivo, autógrafos, redação final,

emenda modificativa, prejudicialidade e outras tantas não são expressões de uso

corriqueiro, e não são utilizadas senão em relação ao processo legislativo.

Já cabe aqui um alerta: você não deve tentar decorar expressões. O aprendi-

zado correto e eficiente do processo legislativo exige que você COMPREENDA o

conceito, para se habilitar a pensar sobre ele, a perceber e registrar diferenças e

semelhanças e para se capacitar a utilizá-los como ferramentas, tanto na hora das

provas do concurso quanto no dia a dia do trabalho legislativo na Câmara Legisla-

tiva do Distrito Federal.

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Ainda que a comparação seja um pouco rasa, vale a pena pela figuração: você

já viu, em filmes ou pessoalmente, uma mesa de instrumental cirúrgico? Se você

fosse, de repente, colocado na posição de instrumentador de um cirurgião, você

teria condições de atendê-lo quando ele pedisse um afastador, um cinzél, um ex-

trator, um fleboextrator ou um espéculo? Claro que não! Para você fazer isso, seria

necessário saber o que é e para que serve cada uma daquelas ferramentas, não só

para dar ao cirurgião exatamente o que ele pediu, mas também – e isso é apenas

para os melhores! – para antecipar-se a ele, já sabendo o que ele precisará.

No cotidiano do processo legislativo, as coisas funcionam mais ou menos da

mesma forma: um deputado distrital quer apresentar uma emenda a um projeto

de seu interesse, mas não sabe se isso já é possível, ou quando será o momento

correto. Esse parlamentar quer inverter uma ordem de votação, ou quer eliminar

outro projeto semelhante, ou quer que um projeto tenha preferência sobre outro,

ou, sabendo que será derrotado na votação, quer instrumentos para preservar seus

interesses e sua posição política. Essas situações fazem parte do cotidiano dos

servidores que trabalham no processo legislativo, e, para enfrentá-las, você terá

de conhecer com muita clareza quais são as “armas” e ferramentas possíveis, para

que servem e quando podem ser eficientemente utilizadas.

Uma das principais bases deste curso é esta: eu vou apresentar a matéria de

uma forma que você ENTENDA o processo legislativo, e não para tentar fazer você

memorizar nomes e processos que não fazem sentido.

À dificuldade própria da linguagem, principalmente a regimental, soma-se ou-

tra: as diversas fontes de regulamentação.

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O processo legislativo distrital é regido e conduzido por normas das seguintes

matrizes:

• Constituição Federal;

• Lei Orgânica do Distrito Federal;

• Regimento Interno da Câmara Legislativa do Distrito Federal;

• Lei Complementar n. 13/1996 do Distrito Federal.

Essas normas jurídicas determinam uma regulamentação que muitas vezes

se sobrepõe às demais, ou as especializam, ou até se contradizem, o que complica

muito o estudo se você não estiver usando a metodologia correta.

Só para você ter uma ideia inicial:

• no plano federal, não há hierarquia jurídica entre lei complementar e lei ordi-

nária, mas, no plano distrital, essa hierarquia existe;

• em termos constitucionais federais, uma resolução do Senado Federal ou da

Câmara dos Deputados tanto pode se destinar a produzir efeitos internos quanto

externos. Já uma resolução da Câmara Legislativa do DF destina-se exclusivamente

a regular assuntos internos dessa Casa Legislativa.

Essas são as principais dificuldades. E onde estariam as soluções? A resposta é

simples: NESTE CURSO.

Você vai perceber, desde a primeira aula, que eu trabalho todos os tópicos

usando uma metodologia que eu mesmo concebi, e que usei tanto para conduzir os

meus estudos, quando da minha preparação para o concurso público de Consultor

Legislativo do Senado Federal, quanto para o meu trabalho rotineiro na Consultoria

Legislativa, e também após, como professor e autor dessa matéria, para proporcio-

nar aos meus (minhas) alunos(as) e leitores a mais completa compreensão desse

assunto, em todas as suas faces.

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Nesse método, você verá que utilizo muito:

• fluxogramas (porque o processo legislativo nada mais é do que uma sequên-

cia de atos que só vão fazer sentido para você se arrumados numa ordem lógica e

compreensível);

• quadros explicativos, quadros de resumo e quadros comparativos (para que

a matéria fique apresentada da maneira mais clara e objetiva, evitando que você

tenha que ler inúmeras páginas para obter uma informação de maneira clara).

Para mim, esse método é a única maneira efetiva de ensinar e aprender regi-

mento interno.

Além disso, a matéria não é abordada na ordem em que aparece nas leis e

normas jurídicas, mas, sim, em uma ordem lógica, que faça sentido para você. A

Constituição Federal, a LODF, o Regimento Interno da CLDF e a LC n. 13 NÃO SÃO

apostilas preparatórias para concursos públicos e NÃO foram feitas para facilitar o

seu estudo: são documentos normativos técnicos, nos quais a matéria é organizada

de maneira igualmente técnica, maneira essa que nem sempre é a mais clara e a

mais compreensível.

Quanto a mim: sou Consultor Legislativo do Senado Federal, concursado. Abri

mão da carreira de Delegado de Polícia Federal – cargo que também conquistei por

concurso público – e de outros dois cargos também concursados, para me dedicar

ao Senado, ao processo de elaboração das leis, ao processo legislativo e à Consti-

tuição Federal, áreas às quais me aplico, com paixão, há anos.

Sou professor, em cursos presenciais, das seguintes matérias:

• Direito Constitucional, básico e avançado;

• Processo legislativo constitucional, legal e regimental;

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• Regimento Interno do Senado Federal;

• Regimento Interno da Câmara dos Deputados;

• Regimento Comum.

Na área autoral, sou autor de algumas dezenas de livros. As minhas obras

mais recentes, todas pela Editora Alumnus – Leya, são:

• Constituição Federal Esquematizada em Quadros;

• Teoria Constitucional Esquematizada em Quadros;

• Processo Legislativo Completo Esquematizado em Quadros;

• Regimento Interno do Senado Federal Esquematizado em Quadros (com o

Regimento Comum);

• Regimento Interno da Câmara dos Deputados Esquematizado em Quadros

(com o Regimento Comum).

Perceba que TODAS as minhas obras são ESQUEMATIZADAS EM QUADROS.

Como escrevi acima, o método da esquematização, concebido por mim, é o melhor

caminho, o mais eficiente, para estudar matéria jurídica e regimentos para concur-

sos públicos.

Você mesmo poderá avaliar essa eficiência ao longo das aulas.

Vamos trabalhar?

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PROCESSO LEGISLATIVO E SEUS CONCEITOS OPERACIONAIS

1. Regulação do Processo Legislativo

Você verá comigo, em módulo próprio, que a atividade legislativa – a elabora-

ção de leis – ocorre nos quatro níveis federativos: União, Estados, Distrito Federal

e Municípios.

Esses quatro tipos de entidades federativas são, todas, detentoras de autono-

mia, por força do art. 18, caput, da Constituição Federal, que diz:

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do

Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,

todos autônomos, nos termos desta Constituição.

Da autonomia, decorrem:

• competência administrativa, para organizar servidores, serviços e órgãos

próprios;

• competência tributária, para instituir e arrecadar os tributos de sua com-

petência;

• competência legislativa, para elaborar as leis e normas jurídicas necessá-

rias à respectiva estruturação e funcionamento.

No exercício dessas competências, não há nenhuma hierarquia entre União, Es-

tados, Distrito Federal e Municípios.

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Todos eles estão vinculados exclusivamente à disciplina que vem da Consti-

tuição Federal, única norma que pode fixar competências no âmbito da Federação

brasileira.

Assim, no caso de colisão entre uma lei federal e uma lei distrital, a solução

será dada necessariamente pela pesquisa da competência legislativa, à luz da

Constituição Federal, pois essas leis não têm, entre si, nenhuma hierarquia

jurídica. Você verá comigo, em aula própria, um estudo detalhado sobre compe-

tência legislativa.

O que nos interessa agora é que, como a União, os Estados, o Distrito Federal

e os Municípios são detentores de competência legislativa, essas quatro enti-

dades são aptas para produzir leis e normas jurídicas. Por isso, essas quatro

entidades precisam de um regramento do processo de produção dessas leis e

normas, o processo legislativo.

Interessa a você, neste curso, apenas o regramento do processo legislativo

praticado no Distrito Federal, principalmente pela Câmara Legislativa do Distrito

Federal.

Esse regramento se faz em quatro camadas hierárquicas:

• Constitucional Federal, a partir do que determina a Constituição Federal;

• Constitucional Distrital, que tem como base a Lei Orgânica do Distrito

Federal;

O Supremo Tribunal Federal decidiu que a Lei Orgânica do Distrito Federal

tem a condição jurídica de Constituição local.

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Entre outros efeitos, essa condição leva à inconstitucionalidade – e não à

ilegalidade – qualquer lei ou norma jurídica distrital que colida, formal ou

materialmente, com a LODF.

• supralegal, cuja fonte é a Lei Complementar n. 13, de 1996, que regula-

menta o art. 69 da Lei Orgânica do DF, dispondo sobre a elaboração, redação,

alteração e consolidação de leis do Distrito Federal.

Veremos, ao longo desta aula, que o sistema jurídico do Distrito Federal

coloca a lei complementar em um nível superior ao da legislação ordinária,

e inferior à Lei Orgânica do Distrito Federal, pelo que a sua condição jurí-

dica se qualifica como supralegal.

• legal, que é o regramento decorrente do Regimento Interno da Câmara Le-

gislativa do DF.

Veremos, no momento oportuno, que, segundo o Supremo Tribunal Fe-

deral, as resoluções das Casas Legislativa (como Câmara dos Deputados,

Senado Federal e Câmara Legislativa do DF) qualificam-se como normas

jurídicas primárias, equiparadas à legislação ordinária.

Não há, por isso, qualquer hierarquia entre lei ordinária distrital e o Regimento In-

terno da CLDF, que é veiculado por resolução.

De forma esquemática, os níveis do regramento do processo legislativo distrital,

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em quadro:

São aquelas que regem o processo legislativo


Normas constitucionais federais
a partir da Constituição Federal.
São as normas que tem como origem a Lei
Normas constitucionais distritais
Orgânica do Distrito Federal.
São as previstas na Lei Complementar distrital
Normas supraconstitucionais distritais
n. 13, de 1996.
São as normas relativas ao processo legislativo
Normas legais distritais encontráveis no texto do Regimento Interno
da CLDF, e em resoluções esparsas.

Assim como ocorre no âmbito federal, o conjunto das disposições constitucio-

nais, supralegais, legais e regimentais, que oferecem regramento ao processo de

produção de normas jurídicas, compõem o que se convenciona chamar de devido

processo legislativo, e que, em sua amplitude, configura direito líquido e certo de

todo e qualquer membro do Legislativo, defensável, inclusive, na via judicial, por

mandado de segurança.

Pulo do gato

Veja que, das normas que compõem o devido processo legislativo, apenas as

constitucionais – no caso do Distrito Federal, apenas as da Constituição Federal e

da Lei Orgânica do DF – permitem discussão e correção judicial.

Aquelas com base regimental, segundo o STF, configuram, como regra, matéria

interna corporis, devendo encontrar nos Regimentos Internos das Casas Legisla-

tivas os instrumentos necessários à sua preservação, e à correção dos atos proces-

suais legislativos com elas desconformes.

Veremos, neste curso, e detalhadamente, esses quatro grupos de normas.

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Antes de passar ao exame dessas normas de caráter geral, é necessário que um

tema receba a dose correta de atenção: a possibilidade de controle judicial do de-

vido processo legislativo.

2. Controle Judicial do Devido Processo Legislativo

O devido processo legislativo apresenta uma importante questão de fundo, ver-

sando sobre a extensão da possibilidade de controle judicial de sua efetividade.

Ou, em outras palavras, qual é a extensão da competência do Poder Judiciário para

corrigir eventuais atos do processo legislativo que estejam contrários às normas

que o regem.

Em linha jurisprudencial, e conforme o STF:

[...] cabe ao Judiciário afirmar o devido processo legislativo, declarando a inconsti-

tucionalidade dos atos normativos que desrespeitem os trâmites de aprovação pre-

vistos na Carta. Ao agir desse modo, não se entende haver intervenção no Poder

Legislativo, pois o Judiciário justamente contribuirá para a saúde democrática da

comunidade e para a consolidação de um Estado Democrático de Direito em que as

normas são frutos de verdadeira discussão, e não produto de troca entre partidos

e poderes. (ADI 4029, de 8/3/2012).

Veja que a decisão do STF dá ênfase à possibilidade de declaração de

inconstitucionalidade, e não de ilegalidade ou de não regimentalidade.

Os atos do processo legislativo que ofendam dispositivos regimentais, no entan-

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to, têm outra solução, por se configurarem em matéria interna corporis, ou seja,
em temas relativos à própria autonomia funcional e política do Legislativo.
Relativamente ao controle de matérias interna corporis do Legislativo, decidiu o STF:

[...] Não se revela admissível mandado de segurança, sob pena de ofensa ao postu-
lado nuclear da separação de poderes (CF, art. 2º), quando impetrado com o objetivo
de questionar divergências “interna corporis” e de suscitar discussões de natureza
regimental: apreciação vedada ao Poder Judiciário, por tratar-se de temas que devem
ser resolvidos na esfera de atuação do próprio Congresso Nacional (ou das Casas que
o integram). – A submissão das questões de índole regimental ao poder de supervisão
jurisdicional dos Tribunais implicaria, em última análise, caso admitida, a inaceitável
nulificação do próprio Poder Legislativo, especialmente em matérias em que não se
verifica evidência de que o comportamento impugnado tenha efetivamente vulnerado
o texto da Constituição da República. (MS 33705 AgR, de 3/3/2016).

Tenha um cuidado extra nesse ponto.


O Regimento Interno da CLDF – como os demais, de outras Casas Legislativas –
apresentam vários dispositivos que se limitam a repetir dispositivos constitu-
cionais.
Nessas hipóteses, de dispositivo regimental que repete dispositivo constitu-
cional, a matéria deixa de ser apenas regimental e interna corporis, e passa a ser
constitucional, admitindo, assim, o controle judicial.

De forma sintética:
• se o ato do processo legislativo contraria dispositivo da Constituição Fede-
ral, admitirá controle judicial;

• se o ato contrariar dispositivo da Lei Orgânica do Distrito Federal, igual-

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mente, também admitirá controle judicial, perante o TJDFT, por ser maté-

ria constitucional.

• se o ato processual legislativo foi realizado em desconformidade com dis-

positivo do Regimento Interno da CLDF, que reproduz dispositivo da

Constituição Federal ou da Lei Orgânica do Distrito Federal, também

admitirá o controle judicial, por ser questão constitucional.

• se o ato processual, finalmente, contrariar dispositivo do Regimento In-

terno da CLDF que lhe é próprio e típico, não admitirá revisão judicial,

por ser matéria interna corporis.

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios – TJDFT – já enfrentou

questões relativas ao devido processo legislativo distrital. Eis uma amostra de suas

decisões:

Síntese da decisão Processo


A ofensa ao devido processo legislativo viabiliza o controle concen- 20150110851806APO
trado de constitucionalidade. Julgado em 13/9/2017
A inobservância do devido processo legislativo leva à declaração de
20150110851806APO
inconstitucionalidade da lei.
Julgado em 19/7/2017
Ofensa ao art. 128, § 4º, da LODF.
O TJDFT é competente para processar e julgar ação direta de inconsti- 20160020060924ADI
tucionalidade em face de Emenda à Lei Orgânica do DF. Julgada em 12/7/2016
A LODF não confere ao TCDF a prerrogativa de deflagração do poder
20160020060924ADI
constituinte derivado reformador distrital (autoria de proposta de
Julgada em 12/7/2016
Emenda à LODF).
Não é contrário à LODF e às hipóteses de reserva de iniciativa que
20160020060924ADI
ocorra iniciativa parlamentar de proposta de Emenda à LODF rela-
Julgada em 12/7/2016
tiva à instituição de órgãos na estrutura do TCDF.

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A intervenção do Poder Judiciário em outros Poderes só é possível em


caso de evidente omissão estatal ou em casos de nulidade e incons-
titucionalidade, o que não se verifica na espécie (de avaliação de
existência de lesão ao devido processo legislativo na elaboração de lei 20150020327633AGI
complementar). Julgado em 4/5/2016
Nessa diretiva, a intervenção do Poder Judiciário fora dessas hipóteses
colide frontalmente com a autonomia dos Poderes, com o devido pro-
cesso legal e legislativo e com a segurança jurídica.
Este Tribunal de Justiça possui competência para apreciar e julgar
arguição de inconstitucionalidade de lei distrital confrontada com a 20110020086586ADI
LODF, ainda que o dispositivo adotado como parâmetro reproduza lite- Julgado em 18/10/2011
ralmente preceito da Carta Magna.
O princípio da legalidade está previsto no art. 128, inciso I, da LODF e
o conceito de lei nele referido é lei em sentido estrito, entendida como
norma jurídica aprovada pelo Poder Legislativo Distrital mediante o 20110020086586ADI
devido processo legislativo; diferindo, pois, do conceito de lei em sen- Julgado em 18/10/2011
tido amplo, que abrange todas as normas jurídicas gerais, impessoais,
abstratas e compulsórias emanadas do Poder Público estatal.
Não comprovada suficientemente a atuação dolosa imputada aos
requeridos – deputado distrital e servidores da Câmara Legislativa
do Distrito Federal -, consubstanciada na alteração fraudulenta de
20050111468870APC
emendas parlamentares para atender a interesses escusos, subver-
Julgada em 22/5/2013
tendo o devido processo legislativo, há de ser mantida a sentença
que julgou improcedente o pedido formulado pelo Ministério Público
em sede de ação civil pública por atos de improbidade administrativa.
A Lei Orgânica do Distrito Federal exige a regulamentação, via lei com-
plementar, dos seguintes temas:
a) O Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal,
b) a Lei de Uso e Ocupação do Solo,
20120020186764ADI
c) o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília,
Julgada em 14/5/2013
d) os Planos de Desenvolvimento Local (art. 316, § 2º); alteração (e)
dos índices urbanísticos,
f) de uso e
g) desafetação de área (56, parágrafo único, do ADCT).
20120020186764ADI
Vícios de iniciativa de lei nunca são supridos pela sanção.
Julgada em 14/5/2013

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Essa (a necessidade de participação popular na elaboração do Plano


Diretor) é a razão pela qual, este Órgão Colegiado (TJDFT), por diver-
sas vezes e após destacar a importância da construção organizada da
cidade, vem advertindo o legislador distrital e proclamado a inconsti- 20120020186764ADI
tucionalidade de normas que não garantem a participação popular na Julgada em 14/5/2013
elaboração de leis.
Essa invalidade – por ausência de audiência e participação obrigatórias
– constitui vício formal por violação a pressupostos objetivos do ato.
A inconstitucionalidade por vício de iniciativa não pode ser confundida
com a inconstitucionalidade por vicio do poder de emendar.
Em verdade, segundo a jurisprudência constitucional, o Poder Legisla-
tivo detém a competência de emendar todo e qualquer projeto de lei,
ainda que fruto da iniciativa reservada ao Chefe do Poder Executivo
(art. 58 da LODF).
20120020186764ADI
Tal competência do Poder Legislativo conhece, porém, duas limitações:
Julgada em 14/5/2013
a) a impossibilidade de o Parlamento veicular matéria estranha à ver-
sada no projeto de lei (requisito de pertinência temática);
b) a impossibilidade de as emendas parlamentares aos projetos de lei
de iniciativa do Executivo, ressalvado o disposto nos §§ 3º e 4º do art.
166 da CF (dispositivo reproduzido na LODF, art. 72, I), implicarem
aumento de despesa pública (inciso I do art. 72 da LODF).
A lei distrital impugnada, ao versar sobre a alteração de normas de
edificação de lote situado na Região Administrativa do Cruzeiro, deixou
de observar as principais normas gerais acerca da legitimidade para 20120020104702ADI
propositura de leis que disponham sobre a administração de imóveis Julgada em 13/11/2012
pertencentes ao Distrito Federal e sobre o uso e a ocupação do solo,
cuja iniciativa é privativa do Chefe do Poder Executivo.
Dentre as atribuições conferidas ao Governador, elencadas pelo artigo
100 e incisos da LODF, encontra-se a competência privativa para expe-
dir decretos e regulamentos que deem fiel execução às leis previa-
mente sancionadas, promulgadas e publicadas (inciso VII), não alber-
gando a Carta Distrital qualquer possibilidade de expedição de decreto
autônomo. 20100020020516ADI
Considerando, pois, que os decretos em tela não guardam qualquer Julgada em 19/4/2011
pertinência com matéria veiculada em lei e tomam corpo de verda-
deiros atos normativos autônomos, observa-se ofensa ao princípio da
reserva legal, bem como ao devido processo legislativo, a ensejar o
controle concentrado da constitucionalidade, conforme jurisprudência
pacífica do e. STF.

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Diploma legal que, tendo resultado de projeto de lei de autoria de par-


lamentar, viola a iniciativa privativa do Senhor Governador, posta no
20060020109083ADI
artigo 71, § 1º, inciso II, da Lei Orgânica do Distrito Federal, incidindo
Julgado em 20/5/2008
em vício de inconstitucionalidade formal, que não se convalida pela
sanção, não mais aplicável a Súmula n. 5 do STF.
Um decreto editado pelo Chefe do Poder Executivo local não tem o
condão de revogar disposição de lei ordinária, emanada do Poder
20010110892495APC
Legislativo, observado o devido processo legislativo, sob pena de
Julgado em 24/11/2003
ofensa ao princípio da separação dos poderes insculpido no art. 2º, c/c
o art. 60, parágrafo 4°, inciso III da Constituição Federal.

Ao longo deste curso, verei com você várias outras situações específicas de pos-
sibilidade, ou impossibilidade, de controle judicial do devido processo legislativo.

3. Concepções Sobre o Processo Legislativo

3.1. Crítica à Conceituação Constitucional

Uma importante referência ao conceito de processo legislativo vem do art. 59


da Constituição Federal, que diz:

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:


I – emendas à Constituição;
II – leis complementares;
III – leis ordinárias;
IV – leis delegadas;
V – medidas provisórias;
VI – decretos legislativos;
VII – resoluções.

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Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, altera-


ção e consolidação das leis.

Essa concepção apresenta sérios problemas técnicos.

Para Manoel Gonçalves Ferreira Filho, a denominação “processo legislativo”,

como constante na Constituição Federal, é insatisfatória, pois dela não resulta um

entendimento completo do que está no art. 59.

Para esse autor:

• se o conceito for compreendido como processo normativo, há que se ex-

cluir os incisos VI e VII (decretos legislativos e resoluções), pois não são nor-

mas dotadas de generalidade e abstração.

• se esse processo legislativo for entendido como elaboração de atos norma-

tivos pelo Poder Legislativo, há que se excluir o inciso V (medida provisória),

já que é elaborado pelo Presidente da República, segundo o art. 62.

• se, finalmente, o “legislativo”, que adjetiva o processo, for entendido não

como uma referência ao Poder, mas ao legislador, ter-se-á que excluir

o inciso I (Emenda Constitucional), já que a elaboração de emenda constitu-

cional não é atribuição do legislador ordinário, mas do legislador quando este

for exercente do poder constituinte derivado.

Minha posição é semelhante a esse grande mestre, mas com ressalvas. Efetiva-

mente, o conceito de processo legislativo que se colhe do art. 59 da Constituição

Federal é insuficiente e tecnicamente equívoco.

Entre os equívocos mais vistosos:

• medidas provisórias não são elaboradas por qualquer espécie de processo le-

gislativo. Em termos técnico-constitucionais, sua feitura é ato unipessoal do Pre-

sidente da República, somente vindo a inaugurar o processo legislativo quando

submetida ao Congresso Nacional para a sua conversão em lei. No Legislativo,


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tramitará como medida provisória ou como projeto de lei de conversão.

• leis delegadas, quando produzidas a partir da delegação própria ou incondi-

cionada, não se submetem a qualquer espécie de processo legislativo, sendo,

a exemplo das medidas provisórias, atos normativos executivos editados sin-

gularmente pelo Presidente da República. Haverá processo legislativo para a

produção da resolução congressual delegatória (art. 68, § 2º), e poderá haver

processo legislativo no caso de delegação imprópria e condicionada.

• a referência a resoluções, por imprecisa, pode compreender resolução do

Congresso Nacional, resolução da Câmara dos Deputados, resolução do Se-

nado Federal, resolução de Tribunal do Poder Judiciário, resolução do Tribunal

de Contas da União, resolução do Conselho Nacional de Justiça e resolução

do Conselho Nacional do Ministério Público. Exceto as editadas pelas Casas

do Poder Legislativo, as demais não se submetem a processo legislativo em

sentido estrito.

Em relação à posição do professor Manoel Gonçalves Ferreira Filho, contudo, há

algumas restrições:

• decretos legislativos e resoluções da Câmara dos Deputados, do Senado Fe-

deral e do Congresso Nacional podem ser detentoras de conteúdo nor-

mativo, generalidade e abstração, como é o caso da resolução delegatória

do Congresso Nacional (CF, art. 68, § 2º) ou das resoluções do Senado na

área econômico-financeira (CF, art. 52, VI a IX).

• o processo de elaboração de Emendas Constitucionais, apesar de ser obra do

poder constituinte derivado reformador, foi, recentemente, qualificado pelo

Supremo Tribunal Federal como uma forma de processo legislativo.

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3.2. Concepções sobre o Processo Legislativo

Há duas principais concepções teóricas sobre o processo legislativo:

Nelson de Souza Sampaio o entende como o conjunto de fatores reais


ou fáticos que põem em movimento os legisladores e o modo de
Processo
agir do legislador.
legislativo em
Sob essa acepção, ganha relevância a influência que a opinião pública, as
sentido
crises sociais, as pressões dos grupos organizados, as pressões político-
sociológico
-partidárias e as compensações políticas exercem sobre o surgimento e a
marcha dos projetos de lei.
Alexandre de Moraes ensina que, nessa concepção, o processo legislativo
Processo consiste no conjunto coordenado de disposições que disciplinam o
legislativo em procedimento a ser obedecido pelos órgãos competentes na pro-
sentido jurídico dução das leis e atos normativos que derivam diretamente da própria
Constituição.

Dessas duas concepções, a que vai nos interessar neste curso é a jurídica.

Na concepção jurídica, o conceito abarca a produção de todas as normas


jurídicas primárias, e não apenas as leis.
São normas jurídicas primárias, além das Emendas Constitucionais:
• leis complementares;
• leis ordinária;
• leis delegadas;
• tratados internacionais;
• decretos legislativos;
• resoluções do Congresso Nacional;
• resoluções do Senado Federal;

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• resoluções da Câmara dos Deputados;


• resoluções dos Tribunais Judiciários;

• resoluções do Tribunal de Contas da União;

• resoluções do Conselho Nacional do Ministério Público;

• resoluções do Conselho Nacional de Justiça;

• decretos executivos autônomos.

É importante lembrar que o Poder Legislativo detém constitucionalmente duas

funções institucionais: a legislativa e a de controle externo. Esta última, longe

de veicular uma finalidade em si, é subsidiária ao trabalho de produção de normas.

Segundo o STF,

[...] as investigações parlamentares podem figurar como ato preparatório

ou auxiliar do processo legislativo e das demais ações do Congresso Nacio-

nal, na medida em que o direito ao conhecimento constitui pressuposto à

realização de suas atividades deliberativas. (MS 33751, de 15/12/2015)

3.3. Tipos de Processos Legislativos

Considerada a concepção jurídica, ou em sentido jurídico, do processo legisla-

tivo, é possível a identificação, de acordo com os modelos utilizados em diversos

países, dos seguintes tipos:

É aquele no qual o governante fundamenta em si próprio a com-


Processo legislativo
petência para elaborar as leis, sem a participação de um colegiado
autocrático
composto por cidadãos. Manifesta-se em monarquias absolutistas.

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É o processo legislativo pelo qual a lei ou norma jurídica é produ-


Processo legislativo
zida diretamente pelo povo, em assembleias públicas, sem a inter-
direto
venção legisladores investidos nessa função.
A lei é elaborada por um órgão representativo do povo, mas apenas
se aperfeiçoa com a aprovação popular, em referendo.
Processo legislativo
Pressupõe a existência de órgão legislativo específico.
semidireto
A vigência e aplicabilidade da norma jurídica é sujeita à condição con-
firmatória, qual seja a aprovação popular direta.
A lei é produzida por um órgão colegiado, representativo do povo
Processo legislativo e composto por legisladores investidos por mandato com essa
representativo específica atribuição.
É o adotado no Brasil.

No Brasil, portanto, em todos os níveis federativos, adota-se o processo legis-

lativo em sentido jurídico, do tipo representativo.

No âmbito do Distrito Federal, assim, é adotado o processo legislativo em sen-

tido jurídico, do tipo representativo.

3.4. Procedimento Legislativo

Processo legislativo e procedimento legislativo não são expressões sinônimas,

embora seja muito comum que sejam empregadas uma pela outra.

Procedimento legislativo é, na lição de José Afonso da Silva, o modo pelo qual

os atos do processo legislativo se realizam, relativamente ao andamento das

proposições nas Casas Legislativas. Pode ser ordinário, sumário ou especial. É de-

signativo da forma, cadência e desenvolvimento dos atos do processo legislativo,

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quanto às suas diversas fases.

Processo legislativo é o conjunto de atos que levam à produção de uma


norma jurídica primária.
Procedimento legislativo é a maneira pela qual esses atos ocorrem e se desenvol-
vem, ou, ainda, a forma pela qual uma proposição legislativa evolui, ou transita,
pelos órgãos internos do Poder Legislativo.

Quanto aos tipos de procedimentos legislativos, temos o seguinte, de forma


esquemática, considerando ainda, neste aspecto, a atuação legislativa da União:

É o procedimento comum, adotado para a elaboração de lei ordinária, e


cuja base se assenta nos arts. 61 a 67 da Constituição, sendo complemen-
tado pelas disposições legais e regimentais da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal.
Procedimento
Desenvolve-se nas seguintes fases:
legislativo
• iniciativa ou provocação, mediante apresentação do projeto;
ordinário
• deliberação iniciadora ou inicial;
• deliberação revisora ou revisional;
• fase executiva;
• exaurimento, com promulgação e publicação.

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É o submetido à urgência constitucional, nos termos dos parágrafos do


art. 64, segundo o qual, nessa hipótese, cada Casa terá quarenta e cinco
dias para decidir a matéria.
Nessa espécie de procedimento legislativo, há a sujeição da deliberação
decisiva em Plenário a prazos constitucionais, os quais, se descumpridos,
produzem como consequência o sobrestamento, ou trancamento, da pauta
Procedimento de trabalhos da Casa omissa, criando situação constitucional indutiva da
legislativo adoção de decisão.
sumário Provocar o processo legislativo sumário, nos termos da Constituição Fede-
ral, é prerrogativa exclusiva do Presidente da República, para projetos de
sua autoria, quer reservada, quer compartilhada (urgência constitucional
facultativa).
Há, ainda, na Constituição Federal, o procedimento legislativo sumário
obrigatório, para os projetos de decretos legislativos que concedem ou
renovam a concessão de canais de rádio e televisão (CF, art. 223).
São os definidos para a tramitação de proposta de emenda à Constitui-
ção (art. 60); de lei complementar, na forma dos regimentos inter-
nos (art. 69); de lei delegada (art. 68); das leis orçamentárias (art.
166); e da conversão da medida provisória (art. 62).
São sujeitos a prescrições processuais próprias e típicas, que o distan-
Procedimen-
ciam das normas regedoras do processo ordinário, como a sujeição obriga-
tos legislativos
tória de votação em dois turnos e maioria qualificada (para proposta
especiais
de Emenda à Constituição), restrições ao emendamento (projeto de lei
delegada, na delegação imprópria), maioria absoluta para aprovação
(projeto de lei complementar) ou apresentação de emendas e formação
do parecer por Comissão Mista, mas sujeitando a matéria a tramita-
ção bicameral (no caso de medida provisória).
Ocorre quando da atuação de Comissão Permanente votando proposição,
Procedimento substituindo o Plenário da Casa, como autorizado pelo art. 58, § 2º, I (dele-
legislativo abre- gação interna corporis).
viado É chamado de tramitação terminativa no Senado Federal, e de tramitação
conclusiva na Câmara dos Deputados.

No âmbito do Distrito Federal não há previsão para o processo legislativo abrevia-

do, pelo que as Comissões técnicas da Câmara Legislativa não têm competência

para votar projeto de lei, devendo limitar-se a proferir pareceres. A decisão sobre

o projeto será sempre do Plenário da Casa.

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3.5. Tipos Normativos no Processo Legislativo Brasileiro Atual

Como já mostrei a você em quadro anterior, nesta aula, o art. 59 da Constitui-

ção Federal elenca diversos – mas não todos – os tipos normativos primários admi-

tidos pela vigente ordem constitucional brasileira.

Vamos agora fazer uma análise tópica desses tipos normativos, primeiro a partir

da Constituição Federal, e, após, relativamente ao Distrito Federal.


3.5.1. Tipos Normativos da União

Vamos começar reproduzindo novamente o art. 59 da Constituição Federal:

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:


I – emendas à Constituição;
II – leis complementares;
III – leis ordinárias;
IV – leis delegadas;
V – medidas provisórias;
VI – decretos legislativos;
VII – resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, altera-
ção e consolidação das leis

Preliminarmente, é bom registrar que as normas apresentadas nesse dispositivo


constitucional não estão arrumadas em ordem hierárquica. Exceto as Emendas à
Constituição, todas as demais estão situadas exatamente no mesmo nível jurídico.

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E como se resolvem as situações de colisão entre essas normas?


A resposta:

Prevalece sempre a Emenda Constitucional.


A lei ou norma que com ela colide será:
• inconstitucional, se posterior à Emenda Constitucional;
Colisão de qualquer • revogada por não recepção, se anterior à Emenda Constitucional.
das normas com ATENÇÃO!
Emenda Constitucional O sistema brasileiro não reconhece, para essa hipótese de a lei
ser anterior à Emenda Constitucional, a possibilidade de incons-
titucionalidade superveniente.
A situação se resolve, assim, por revogação, por não recepção.
Colisão de quaisquer A situação se resolve sempre pelo critério da aptidão material da
das demais normas norma, ou seja, terá que ser examinada, na Constituição Federal, que
citadas, entre si. tipo de norma é exigida para tratar daquela matéria.

Esse critério da aptidão material da norma exige uma olhada mais de perto.

A Constituição Federal é a norma que distribui as matérias e descreve o tipo de

norma jurídica que é exigida para sua regulamentação.

De forma esquemática:

Referência à matéria na Constituição Federal Tipo de norma exigida


Lei federal ou lei nacional, pois é exigida a
Art. 48
sanção do Presidente da República.
Art. 49 Decreto legislativo do Congresso Nacional.
Art. 51 Resolução da Câmara dos Deputados.
Art. 52
Art. 155, § 1º, IV; § 2º, IV e V, e § 6º, I. Resolução do Senado Federal.
Art. 152, IV
Art. 68, § 2º Resolução do Congresso Nacional.
Art. 96, I, a Resolução de Tribunais do Poder Judiciário.
Art. 96, I, a, combinado com art. 73, caput Resolução do Tribunal de Contas da União.
Resolução do Conselho Nacional de Jus-
Art. 103-B, § 4º, I
tiça.
Resolução do Conselho Nacional do Minis-
Art. 130-A, § 2º, I
tério Público.

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Art. 84, VI Decreto executivo autônomo.

Também como nota inicial a este tópico, veja que a regra é que somente a nor-

ma jurídica exigida pela Constituição Federal poderá ser usada validamente para

tratar determinada matéria.

Há, contudo, algumas matérias que aceitam, além da lei ordinária, outro tipo de

norma jurídica.

Poderão ser tratadas também:


Matéria para as quais a Constituição • por medida provisória, exceto as referidas no art. 62,
Federal exige lei ordinária § 1º.
• por lei delegada, exceto as referidas no art. 68, § 1º.

Veremos com muito mais detalhamento esta matéria em outra aula, ainda neste

curso.

Há elementos importantes a frisar sobre isto:

• só se pode usar lei complementar quando a Constituição Federal expressa-

mente a exigir (STF, AR 1264, de 10/4/2002), pois:

• só cabe lei complementar, no sistema do direito positivo brasileiro,

quando formalmente reclamada a sua edição por norma constitucio-

nal explícita. (ADI 789, de 26/5/1994).

• é exaustivo o rol das hipóteses constitucionais de regramento de matéria por

lei complementar. (ADI 789, de 26/5/1994)

• nenhuma matéria reservada à lei complementar pode ser tratada por

medida provisória, lei delegada ou lei ordinária, sob pena de incons-

titucionalidade formal.

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• essas matérias que admitem lei ordinária, mas também medida provisória e lei

delegada, configuram tecnicamente as chamadas áreas de fungibilidade jurídica.

O Supremo Tribunal Federal aceita o uso de lei complementar para regular maté-

ria reservada à lei ordinária, mas com a consequência de que essa “lei complemen-

tar” só será lei complementar formalmente (norma com nome de lei complemen-

tar), sendo materialmente mera lei ordinária (condição jurídica de lei ordinária).

Decidiu o STF que lei complementar que trate de matéria reservada a lei ordinária

é material e juridicamente lei ordinária, sendo apenas formalmente lei comple-

mentar (RE 262178, de 24/11/2000).

Há diferença conceitual clara entre lei nacional e lei federal.

Ambas são elaboradas pelo Congresso Nacional, pelo processo bicameral, e sujei-

tas à sanção do Presidente da República, mas:

• a lei nacional aplica-se à toda a República (à União, aos Estados, ao

DF e aos Municípios), como é o caso do Código de Trânsito Brasileiro

(Lei n. 9.503, de 1997).

• a lei federal aplica-se exclusivamente à União (seus servidores, serviços e

órgãos), como é o caso, entre tantas outras, da Lei n. 8.112/1990.

Ambas são formalmente designadas como “lei”. Somente se poderá qualificá-la

como lei nacional ou lei federal analisando a matéria à qual se refere.

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De forma esquemática, esse é o resultado do balizamento constitucional das

áreas de aptidões materiais das normas:

• alteração de dispositivo constitucional;


Emendas • supressão de dispositivo constitucional;
Constitucionais • inserção de dispositivo constitucional;
• elevação de matéria ordinária ao nível do bloco de constitucionalidade.
Leis Apenas quando expressamente requeridas pela Constituição Federal, sob
complementares a expressão “lei complementar”.
Sempre que a Constituição Federal exigir “lei” (reserva legal simples ou
Leis ordinárias qualificada), ou para situações nas quais se pretenda criar obrigações
(princípio da legalidade estrita, no art. 5º, II).
Leis delegadas Matérias que admitam lei ordinária, exceto as indicadas no art. 68, § 1º.
Medidas Matérias que admitam lei ordinária, exceto as indicadas no art. 62, § 1º,
provisórias e no art. 246.
Decretos
Para as matérias indicadas no art. 49.
legislativos
Resolução do
Para a delegação legislativa (art. 68, § 2º) e para os temas referidos no
Congresso
Regimento Comum como de competência congressual.
Nacional
Resolução da
Para as matérias indicadas no art. 51 e outras, referidas no Regimento
Câmara dos
Interno da Câmara dos Deputados.
Deputados
Resolução do Para as matérias indicadas no art. 52, no art. 155 e outras referidas no
Senado Federal Regimento Interno do Senado Federal.
Resolução de Para a organização interna dos Tribunais Judiciários, na forma do art. 96,
Tribunal I, a.
Para a organização interna do TCU, como autoriza o art. 73, combinado
Resolução do TCU
com o art. 96, I, a, e II.
Resolução do
Para o exercício do seu poder regulamentar, como atribuído pelo art.
Conselho Nacio-
103-B, § 4º, I.
nal de Justiça
Resolução do
Conselho Nacio-
Para o exercício do seu poder regulamentar, previsto no art. 130-A, § 2º, I.
nal do Ministério
Público

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Para a matéria prevista no art. 84, VI, como de competência privativa do


Decretos Presidente da República (extinção de cargo público vago no Executivo e
autônomos reorganização da Administração Pública, se não implicar aumento de des-
pesa nem criação ou extinção de órgão).

Disso decorre:

É tipo normativo autônomo, que integra o bloco de constitucionalidade e que


está sujeito a hierarquização com a Constituição Federal, já que admite con-
trole de constitucionalidade tanto material quanto formal.
Quando se fala em “tipo normativo autônomo”, deve-se entender que a
Emenda à Constituição não se subsume, não se funde à Constituição, desapa-
Emenda à
recendo a seguir, mas sim detém existência jurídica como Emenda à Consti-
Constituição
tuição, a exemplo de qualquer lei ou outra norma.
Tem aptidão para inserir, retirar e alterar dispositivos integrantes do texto do
documento constitucional.
Sua elaboração se dá pelo processo legislativo reformador, bicameral, sujeito
a dois turnos em cada Casa e sem fase executiva.
Norma jurídica autônoma primária situada no mesmo nível jurídico de lei ordinária.
Sua utilização depende de exigência expressa na Constituição Federal.
Lei
É elaborada por processo legislativo ordinário, bicameral, exigindo maioria
complementar
absoluta para ser aprovada. Tem fase executiva, sujeitando-se à sanção e
veto do Presidente da República.
Norma jurídica autônoma primária utilizável para a regulamentação de maté-
rias às quais a Constituição Federal exige “lei”, e para criar, transformar ou
Lei ordinária extinguir obrigação em todas as matérias ausentes da Constituição Federal.
Sua elaboração se dá pelo processo legislativo bicameral, exigindo maioria
simples para ser aprovada. Submete-se a fase executiva.
Ato executivo normativo primário editado pelo Presidente da República após
autorização do Congresso Nacional por meio de resolução congressual dele-
gatória (CF, art. 68, § 2º).
Lei delegada Pode ter a sua vigência condicionada ou não à aprovação do Congresso Nacio-
nal (CF, art. 68, § 3º).
Tem aptidão para regular as matérias que admitem lei ordinária, com as exce-
ções enumeradas no § 1º do art. 68.

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Ato executivo normativo primário editado pelo Presidente da República nos


casos de existência de relevância e urgência.
Tem equiparação hierárquica à lei ordinária e vigência a termo (60 + 60 dias),
devendo ser submetida ao Congresso Nacional para ser convertida em lei.
Medida O processo de conversão é bicameral, iniciado pela Câmara dos Deputados, e
provisória a aprovação exige a maioria simples ou relativa da Casa.
Pode vir a ter fase executiva, sob a forma de projeto de lei de conversão, se o
Legislativo a aprovar com alteração de mérito.
Tem aptidão para tratar de matérias que admitam lei ordinária, com as exce-
ções indicadas no art. 62, § 1º, e no art. 246.
Norma jurídica primária equiparada à lei ordinária e elaborada pelo Congresso
Nacional, por processo legislativo bicameral e com a aprovação sujeita à maio-
Decreto legis- ria simples ou relativa (como regra, pois há exceções nos casos de estado de
lativo defesa e estado de sítio).
Não se submete a fase executiva.
Tem aptidão para regular as matérias indicadas no art. 49 da Constituição Federal.
Norma jurídica primária equiparada à lei ordinária e elaborada pelo Congresso
Nacional por processo legislativo em sessão conjunta, cuja aprovação, como
Resolução do regra, depende de aprovação por maioria simples.
Congresso Destina-se a veicular a autorização do Congresso para a elaboração de lei
Nacional delegada pelo Presidente da República (art. 68, § 2º) e para tratar temas de
interesse do Congresso Nacional, como seu Regimento (Regimento Comum)
e sua organização.
Norma jurídica primária equiparada à lei ordinária e elaborada pelo Senado
Federal, por processo legislativo privativo, cuja aprovação exige, como regra,
maioria simples (há exceções no caso de impeachment e de imposição de alí-
Resolução do
quotas ao ICMS, na forma, respectivamente, dos arts. 52, parágrafo único, e
Senado
155).
Federal
Não se submete a fase executiva, e destina-se a regular as matérias indicadas
no art. 52, no art. 155 e matérias de interesse interno do Senado Federal.
Não se submete à deliberação pela Câmara dos Deputados.

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Norma jurídica primária equiparada à lei ordinária e elaborada pela Câmara


dos Deputados por processo legislativo privativo, cuja aprovação depende,
Resolução da
como regra, de maioria simples.
Câmara dos
Não se submete a fase executiva, nem à deliberação pelo Senado Federal.
Deputados
Sua aptidão material é o trato das matérias indicadas no art. 51 da CF, e
temas de interesse interno da Câmara.
Resolução
Norma jurídica primária equiparada à lei ordinária, elaborada pelo TCU e des-
do Tribunal
tinada à organização de seus servidores, serviços e órgãos, além de veicular
de Contas da
o Regimento Interno desse Tribunal administrativo.
União
Norma jurídica primária equiparada à lei ordinária e elaborada pelos Tribunais
de 2º grau (Tribunais de Justiça, Tribunais Regionais Federais, Tribunais Regio-
Resolução de
nais do Trabalho e Tribunais Regionais Eleitorais), Tribunais Superiores (Supe-
Tribunal do
rior Tribunal de Justiça, Superior Tribunal Militar, Tribunal Superior Eleitoral e
Poder
Tribunal Superior do Trabalho) e pelo Supremo Tribunal Federal, com amparo
Judiciário
no art. 96, I, a, da Constituição Federal, e que tem como objeto a organização
judiciária e o tratamento normativo interno de questões processuais.
Resolução
do Conselho Norma jurídica primária equiparada à lei ordinária elaborada pelo CNJ para a
Nacional de regulamentação de matérias de sua competência constitucional.
Justiça
Resolução
do Conse-
Norma jurídica primária equiparada à lei ordinária elaborada pelo CNMP para
lho Nacional
a regulamentação de matérias de sua competência constitucional.
do Ministério
Público
Ato normativo executivo primário equiparado à lei ordinária e, na forma do
Decreto art. 84, IV, da Constituição Federal, elaborado pelo Presidente da República e
executivo com a aptidão de reorganizar internamente a administração pública federal,
autônomo se tal não implicar aumento de despesa ou criação ou extinção de órgão, e de
extinguir cargo público vago na esfera do Poder Executivo.

Para finalizar esse tópico, cabem algumas anotações ainda sobre determinados

tipos:

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A Constituição Federal, em seu texto, pode ser alterada tanto por Emenda à
Constituição (batizada de Emenda Constitucional pela prática) quanto por
Emenda Constitucional de Revisão. Tratado internacional sobre direitos
humanos, embora possa ser equiparado a Emenda Constitucional, não tem
aptidão para alterar o texto constitucional, já que essa equiparação é feita
exclusivamente em termos hierárquico-jurídicos, e não jurídico-normativos.
Emendas à Os processos de elaboração de cada uma dessas espécies são diferenciados,
Constituição sendo o de Emendas Constitucionais, descrito no art. 60, bicameral, com
dois turnos em cada Casa e aprovação dependente de três quintos dos votos,
ao passo que a elaboração de Emendas Constitucionais de Revisão ocor-
reu por processo unicameral, em turno único e por maioria absoluta.
A numeração dessas emendas é feita separadamente, havendo uma sequência
numérica para as emendas constitucionais e outra, para as emendas constitu-
cionais de revisão.

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Celso Ribeiro Bastos a define como sendo espécie normativa autônoma,


que contempla matéria a ela entregue de maneira exclusiva pela Constituição,
cuja aprovação está sujeita à maioria absoluta da Casa Legislativa em que tra-
mite, na forma do art. 69. Michel Temer ensina que a lei complementar tem
por diferencial, fundamentalmente, a necessidade de previsão expressa na
Constituição Federal e a maioria absoluta exigida para sua aprovação.
Quanto à uma eventual fungibilidade de matérias reservadas à lei comple-
mentar, relativamente ao uso de medida provisória, essa não é admissível,
segundo o art. 62, § 1º, III, com redação da Emenda Constitucional n. 32. A
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal já apontava nesse mesmo sentido.
Igualmente, não cabe lei delegada se a matéria é constitucionalmente reser-
vada à lei complementar, como determina o art. 68, § 1º.
Relativamente à hierarquia com lei ordinária, é antiga e controversa na
doutrina essa discussão. Manoel Gonçalves Ferreira Filho, Geraldo Ataliba, Ale-
xandre de Moraes, Arnoldo Wald, Hugo de Brito Machado e Nelson de Souza
Sampaio admitem a existência de hierarquia. José Afonso da Silva, Victor
Nunes Leal, Carlos Maximiliano, Celso Bastos e Michel Temer, entre outros,
negam essa hierarquização.
O Superior Tribunal de Justiça resolveu que a decisão sobre a hierarquia entre
Lei lei complementar e lei ordinária é matéria a ser dirimida pelo Supremo Tribu-
complementar nal Federal.
A jurisprudência recente do Supremo Tribunal Federal superou esse cisma his-
tórico na questão, assentando definitivamente a inexistência de hierar-
quia jurídica entre lei complementar e lei ordinária. O que as separa,
além da maioria absoluta para a aprovação daquela, é o endereçamento
expresso de determinadas matérias à lei complementar. Para o STF, ocorre a
“inexistência de hierarquia constitucional entre lei complementar e lei
ordinária, espécies normativas formalmente distintas exclusivamente
tendo em vista a matéria eventualmente reservada à primeira pela
própria Constituição Federal” (RE 377457, de 17.9.2008; RE 381964, de
17/9/2008).
No caso de colisão entre lei ordinária e lei complementar, a questão se
resolve por aptidão material, segundo o STF: “Nem toda contraposição
entre lei ordinária e lei complementar se resolve no plano constitucio-
nal. Dentre outras hipóteses, a discussão será de alçada constitucional
se o ponto a ser resolvido, direta ou incidentalmente, referir-se à exis-
tência ou inexistência de reserva de lei complementar para instituir o
tributo ou estabelecer normas gerais em matéria tributária, pois é a
Constituição que estabelece os campos materiais para o rito de pro-
cesso legislativo adequado”. (RE 545503 AgR, de 14/6/2011).

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Segundo Alexandre de Moraes, lei delegada é ato normativo elaborado e


editado pelo Presidente da República, em razão de delegação do Con-
gresso Nacional, por resolução, na forma do art. 68, § 2º. Constitui-se ver-
dadeira delegação externa de função legiferante e é aceita modernamente,
desde que com limitações.
Quanto aos pressupostos fáticos que a autorizam, Nelson de Souza Sampaio,
citado por Alexandre de Moraes, relaciona as razões que justificam a utili-
zação da lei delegada:
• falta de tempo do parlamento;
• caráter técnico de certas matérias;
• aspectos imprevisíveis de certas matérias;
• exigência de flexibilidade de certas regulamentações;
• possibilidade de realização de experimentos legislativos;
Lei delegada • situações extraordinárias ou de emergência.

As leis delegadas configuram delegação externa corporis de atividade legisla-


tiva, pela qual o Congresso Nacional, exercente precípuo da função legislativa
no âmbito federal, permite a produção dessa norma jurídica pelo Presidente da
República, em ação sujeita aos termos e limites que veicule a resolução dele-
gatória do Congresso Nacional (art. 68, § 2º).
A delegação, como assenta o art. 68 da Constituição Federal, pode ser própria
ou imprópria:
• delegação própria ou incondicionada: ocorre quando lei delegada não
está sujeita à deliberação do Congresso Nacional.
• delegação imprópria ou condicionada: ocorre, na forma do art. 68, §
3º, quando o aperfeiçoamento da lei delegada depende de aprovação do Con-
gresso Nacional, em sessão conjunta e turno único.

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4. Processo Legislativo no Distrito Federal

4.1. Tipos Normativos do Distrito Federal

Vamos agora examinar essa mesma matéria – tipos do processo legislativo –


mas sob a ótica do Distrito Federal.
Consta na Lei Orgânica do Distrito Federal:

Art. 69. O processo legislativo compreende a elaboração de:


I – emendas à Lei Orgânica;
II – leis complementares;
III – leis ordinárias;
IV – decretos legislativos;
V – resoluções.

A LODF não prevê, assim, a existência, no âmbito distrital, de:


• medida provisória;
• lei delegada.

Vejamos o exame desses tipos, um a um:

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Conforme o art. 4º, § 1º, I, da Lei Complementar n. 13/1996, emenda à Lei


Orgânica é “a lei que determine alteração em dispositivo da Lei Orgânica”.
Conforme o art. 70 da LODF, a tramitação da proposta de emenda à Lei Orgâ-
Emenda à Lei
nica:
Orgânica do
• é feita em dois turnos, com interstício mínimo de dez dias;
DF
•sua aprovação exige dois terços da composição da CLDF em cada turno.
• não se submete à sanção executiva.
Sua promulgação é feita pela Mesa Diretora da CLDF.
Nos termos da LC n. 13, em seu art. 4º, § 1º, II, lei complementar é “a lei que
discipline matéria que a Lei Orgânica determine como seu objeto”.
A LODF, em seu art. 75, determina que “as leis complementares serão
aprovadas por maioria absoluta dos Deputados da Câmara Legislativa
e receberão numeração distinta das leis ordinárias”.
O Regimento Interno da CLDF, por seu turno, à altura do art. 140, faz cons-
tar que os projetos de lei complementar (e dos de lei) destinam-se a dispor
sobre matérias para as quais se exige a sanção do Governador, adicionando,
no parágrafo único, que “a elaboração de lei complementar dar-se-á apenas
nos casos expressamente previstos na Lei Orgânica”.
A aptidão material da lei complementar encontra-se no art. 75 da LODF:
Art. 75.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, constituirão leis complementares,
entre outras:
I – a lei de organização do Tribunal de Contas do Distrito Federal;
Lei
II – o regime jurídico dos servidores públicos civis;
complementar
III – a lei de organização da Procuradoria-Geral do Distrito Federal;
IV – o código tributário do Distrito Federal;
V – a lei que dispõe sobre as atribuições do Vice-Governador do Distrito Federal;
VI – a lei que dispõe sobre a organização do sistema de educação do Distrito
Federal;
VII – a lei de organização da previdência dos servidores públicos do Distrito
Federal;
VIII – a lei que dispõe sobre o plano diretor de ordenamento territorial do
Distrito Federal;
IX – a lei que dispõe sobre a Lei de Uso e Ocupação do Solo;
X – a lei que dispõe sobre o plano de preservação do conjunto urbanístico de
Brasília;
XI – a lei que dispõe sobre o plano de desenvolvimento local.
XII – a lei de organização e funcionamento da Defensoria Pública do Distrito
Federal.

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Conforme o art. 140 da LODF, os projetos de lei destinam-se a dispor sobre


matérias para as quais se exige sanção do Governador.
Conforme o art. 4º da LC 13, “lei” é gênero, do qual a lei ordinária é uma das
espécies.
Lei ordinária
Essa mesma LC 13, no art. 4º, determina que “lei ordinária a lei que discipline
as matérias legislativas da competência do Distrito Federal que não estejam
previstas nos incisos anteriores”. Determina, ainda que a “lei ordinária terá seu nome
abreviado para lei” (art. 4º, § 3º).
O art. 141 do Regimento Interno da CLDF determina que os projetos de
decreto legislativo destinam-se a dispor sobre matéria da competência priva-
tiva da Câmara Legislativa para as quais não se exige a sanção do Governador.
Decreto O parágrafo único deste mesmo artigo determina que os decretos legislativos
legislativo serão usados para as matérias de interesse externo da CLDF.
No art. 4º da LC 13 tem-se que é “decreto legislativo a lei que, com este nome,
discipline, com efeito externo, matéria da competência privativa da Câmara
Legislativa”.
Na forma do art. 141 do Regimento Interno da CLDF, os projetos de resolu-
ção destinam-se a dispor sobre matérias da competência privativa da Câmara
Legislativa para as quais não se exija sanção do Governador.
O parágrafo único desse art. 141 veicula que “as matérias de interesse
Resolução interno da Câmara Legislativa serão reguladas por resolução; as
demais, por decreto legislativo”.
O art. 4º da LC 13 faz constar que é “resolução a lei que, com este nome,
discipline, com efeito interno, matéria da competência privativa da
Câmara Legislativa”.

Conforme o art. 4º da Lei Complementar n. 13/1996, “lei” é gênero, do


qual são espécies:

I – a emenda à Lei Orgânica;


II – a lei complementar;
III – a lei ordinária;
IV – o decreto legislativo;
V – a resolução.

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Com isso, tem-se que mesmo Emenda à Lei Orgânica entra no conceito de “lei”, em
sentido amplo (lato sensu) no âmbito do Distrito Federal.
Pulo do gato
Note que, ao contrário do que ocorre no âmbito federal, no qual não há hierarquia
jurídica entre lei complementar e lei ordinária, no Distrito Federal a Lei Comple-
mentar n. 13/1996 diz expressamente o contrário.

O art. 4º dessa LC 13 faz constar:

Art. 4º
§ 2º Na gradação da ordem jurídica, a lei complementar se situa entre a Lei Orgâ-
nica e as leis ordinárias.

Dessa forma, tem-se a seguinte hierarquia:

1º nível – Lei Orgânica do DF e Emendas à Lei Orgânica


2º nível – Leis complementares
3º nível – leis ordinárias

4.2. Notas Iniciais do Processo Legislativo no Distrito Federal

4.2.1. Cautelas Iniciais

Determina a Lei Complementar n. 13/1996 um conjunto inicial de exigências


para a provocação do processo legislativo distrital.
Diz o art. 6º, em seu caput:

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É de se registrar a falta de referência, nesse dispositivo, à Constituição Federal,


uma vez que o Supremo Tribunal Federal já decidiu que as prescrições constitucio-
nais federais relativas ao processo legislativo da União são de extensão obrigatória
aos Estados e ao Distrito Federal. Veja a seguinte decisão:

A experiência jurisprudencial dessa Suprema Corte consolidou ao longo


do tempo o entendimento de que as regras básicas do processo legislativo
presentes na Constituição Federal incorporam noções elementares do mo-

delo de separação (e interação) dos poderes públicos constituídos, o que

as torna de observância mandatória no âmbito das ordens jurídicas locais,

por imposição do art. 25 da CF. 2. Desde que (a) respeitadas as linhas bá-

sicas que regem a relação entre poderes na Federação – no que se incluem

as regras de reserva de iniciativa – e desde que (b) o parlamento local não

suprima do Governador de Estado a possibilidade de exercício de uma op-

ção política legítima dentre aquelas contidas na sua faixa de competências

típicas, pode a Constituição Estadual dispor de modo singular a respeito

do funcionamento da respectiva Administração Pública (Ação Direta de

Inconstitucionalidade n. 232, de 5.8.2015).

Esse art. 6º da LC 13 prossegue, enumerando as exigências gerais para o início

do processo legislativo distrital, as quais são:

Art. 6º

I – a necessidade social e o ideário de justiça;

II – os princípios jurídicos consagrados pelos diversos ramos do Direito;

III – a legislação existente, obedecendo-se, conforme a espécie de lei;

a) à Constituição Federal e à Lei Orgânica e suas emendas;

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b) às leis complementares e ordinárias da União que disponham sobre normas

gerais para serem obedecidas pelos Estados, Distrito Federal e Municípios;

c) às leis complementares do Distrito Federal;

d) às leis ordinárias do Distrito Federal que contenham normas gerais;

IV – o histórico das leis ou de seus dispositivos que versem sobre o assunto abor-

dado na nova lei;

V – a transição do regime jurídico da lei velha para o da lei nova.

Há anotações importantes sobre algumas dessas exigências:

Entre esses princípios devem ser especialmente considera-


II – os princípios jurídicos dos:
consagrados pelos diversos – o da proporcionalidade legislativa;
ramos do Direito; – o da razoabilidade legislativa.
Falaremos mais sobre isso em aula própria deste curso.
O respeito à Constituição Federal, à LODF e às respectivas
III – a legislação existente, emendas, constante na letra “a”, e é obrigatório, sob pena de
obedecendo-se, conforme a nulidade da lei ou norma, por inconstitucionalidade formal
espécie de lei; federal (se desrespeitada a Constituição Federal) ou distri-
a) à Constituição Federal e à tal (se desrespeitada a LODF).
Lei Orgânica e suas emendas; A referência contida na letra “b”, de respeito às normas gerais
b) às leis complementares e fixadas pela União, diz respeito à competência legislativa
ordinárias da União que dis- concorrente, fixada no art. 24 da Constituição Federal, e
ponham sobre normas gerais pela qual, nas matérias lá referidas, a União fará normas
para serem obedecidas pelos gerais, e os Estados e DF as complementarão, com normas
Estados, Distrito Federal e específicas e em leis próprias.
Municípios; A referência da letra “c” se deve à hierarquia que o DF reco-
c) às leis complementares do nhece entre lei complementar e lei ordinária, a qual, se des-
Distrito Federal; respeitada, levará a lei ordinária à ilegalidade.
d) às leis ordinárias do Dis- A referência da letra “d” impõe que o DF, ao usar lei ordinária
trito Federal que contenham para tratar de normas específicas sobre alguma matéria,
normas gerais; tenha em conta as eventuais normas gerais dessa mesma
matéria já estabelecidas em outra lei ordinária.

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IV – o histórico das leis ou de Essa prescrição refere-se principalmente à necessidade de,


seus dispositivos que versem ao se fazer uma lei nova, cuidar de revogar expressamente
sobre o assunto abordado na todas as leis ou dispositivos legais existentes que sejam coli-
nova lei; dentes com a nova lei.
Essa determinação visa a alertar o legislador sobre a neces-
V – a transição do regime sidade de, em se estar elaborando lei nova sobre matéria já
jurídico da lei velha para o da existente em lei vigente, com alterações sobre determinado
lei nova. sistema, ser estabelecido um regramento de transição legal
entre os dois sistemas.

4.2.2. Etapas do processo legislativo distrital

Quanto às etapas do processo legislativo distrital, diz a mesma LC 13:

Art. 7º O processo de elaboração das leis compreende as etapas seguintes:

I – iniciativa;

II – emendas;

III – discussão;

IV – deliberação;

V – sanção ou veto;

VI – promulgação;

VII – publicação.

Essas etapas serão analisadas, uma a uma, ao longo deste curso, na aula própria.

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4.2.3. Conceito Regimental de Proposição

Você viu, anteriormente, o conceito de norma jurídica para a Lei Orgânica do DF

e para a LC n. 13/1996.

Veja, agora, o que é “proposição” para fins regimentais, na CLDF. Diz o Regi-

mento Interno desta Casa:

Art. 129. Proposição é toda matéria sujeita à deliberação da Câmara Legislativa.

Parágrafo único. As proposições consistem em:

I – proposta de emenda à Lei Orgânica;

II – projeto de lei complementar;

III – projeto de lei;

IV – projeto de decreto legislativo;

V – projeto de resolução;

VI – indicação;

VII – moção;

VIII – requerimento;

IX – emenda;

X – recursos.

Note que nem toda norma jurídica corresponde a uma proposição.

Há situações em que há essa identidade (Emenda à Lei Orgânica – proposta

de emenda à Lei Orgânica; lei complementar – projeto de lei complementar;

decreto legislativo – projeto de decreto legislativo), mas há outras situações

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em que não há essa correspondência, como no caso de indicações, moções e

requerimentos.

O conceito regimental de proposição deixa claro que esse conceito corresponde a

todos os tipos que se submetem à deliberação (discussão e votação) no âmbito da

Câmara Legislativa do DF.

Ainda, deve ser registrado que as emendas são necessariamente proposições se-

cundárias ou acessórias à principal.

4.2.4. Requisitos Genéricos das Proposições

O Regimento Interno da CLDF veicula, no art. 130, uma relação de exigências

gerais às proposições que por ela tramitem, principalmente os projetos de lei e de

lei complementar e as propostas de emenda à Lei Orgânica.

Diz o dispositivo:

Art. 130. A proposição, para ser admitida, deverá:

I – tratar de matéria da competência do Distrito Federal sujeita à deliberação da

Câmara Legislativa;

II – estar em conformidade com os preceitos da Constituição Federal e da Lei

Orgânica;

III – atender às disposições deste Regimento Interno;

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IV – observar a juridicidade e sua correta inserção no ordenamento jurídico, se a

matéria vier a ser aprovada;

V – guardar coerência:

a) com os princípios da Lei Orgânica, no caso de proposta que objetive emendá-la;

b) com a norma a ser alterada, no caso de projeto com esse objetivo;

c) com a proposição principal, no caso de emenda;

VI – conter toda a legislação citada em anexo.

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Vamos ver, de forma esquemática, algumas anotações sobre essas exigências.

Todo o sistema de competência legislativa no âmbito da


Federação brasileira está definido na Constituição Fede-
ral. Essa matéria será objeto de aula específica, neste
curso.
Por agora, basta registrar que o Distrito Federal tem as
seguintes faixas de competência legislativa:
I – tratar de matéria da com-
– privativa, quando, segundo a CF, apenas o DF pode ela-
petência do Distrito Federal
borar leis sobre determinadas matérias;
sujeita à deliberação da Câmara
– concorrente, constante no art. 24 da CF, cujas maté-
Legislativa;
rias serão reguladas por duas leis: uma, da União, sobre
normas gerais, e outra, do DF, sobre normas específicas;
– cumulativa, que atribui ao DF a competência para, como
regra, legislar sobre as matérias que o sistema constitucio-
nal federal atribui aos Estados e aos Municípios. Há exce-
ções a essa regra, que serão vistas na aula própria.
Essa exigência impõe ao autor da proposição que tenha a
cautela inicial de analisar a constitucionalidade federal e
II – estar em conformidade
a distrital da proposição e dos seus termos.
com os preceitos da Constitui-
Essa exigência não impede, logicamente, que esses
ção Federal e da Lei Orgânica;
mesmos aspectos sejam, ao longo da tramitação, nova-
mente analisados pela Comissão competente.
Essa exigência diz respeito à regimentalidade, ou seja, à
III – atender às disposições obrigatoriedade de cumprimento das exigências regimen-
deste Regimento Interno; tais sobre a apresentação, instrução e tramitação da pro-
posição.
Essa imposição refere-se ao cuidado elementar que o autor
deve ter, de analisar, entre outros aspectos, se já há lei
sobre o tema ou não, e, havendo, se a nova lei deve ser
feita como norma autônoma ou deve inserir-se no corpo
normativo da lei vigente.
IV – observar a juridicidade e
Vem da LC n. 13/1996 o seguinte:
sua correta inserção no orde-
Art. 83. A lei será estruturada de modo que seus dis-
namento jurídico, se a matéria
positivos guardem coerência e harmonia entre si e
vier a ser aprovada;
seja inserida adequadamente no sistema jurídico.
Parágrafo único. Recebe a denominação de sistemati-
zação interna a coerência e harmonia que os dispositivos
devam ter entre si; e sistematização externa a adequada
inserção da lei no sistema jurídico.

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V – guardar coerência:
Proposta de emenda à LODF deve, obviamente, ter assegu-
a) com os princípios da Lei
rada a sua validade em face da própria LODF, sob pena de
Orgânica, no caso de proposta
invalidade por inconstitucionalidade.
que objetive emendá-la;
No caso de projeto de lei que pretenda alterar lei vigente, é
b) com a norma a ser alterada,
impositiva a coerência entre as duas normas.
no caso de projeto com esse
No caso de emenda, deve haver coerência com a proposição
objetivo;
principal, pois o STF já decidiu pela inconstitucionalidade de
c) com a proposição principal,
emenda sobre matéria estranha à proposição principal.
no caso de emenda;
No caso de proposição que pretenda alterar outra, o autor
VI – conter toda a legislação deve, obrigatoriamente, anexar ao texto apresentado cópia
citada em anexo. da proposição que se pretende alterar, ou, pelo menos,
da parte da lei vigente que se quer alterar.

Sobre a obrigatoriedade de as emendas terem identidade com a matéria


do projeto principal, veja a seguinte decisão do STF, proferida no julga-
mento da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 2696, de 15/12/2016:
A jurisprudência da Corte tem entendido, reiteradamente, que a Constituição Fede-
ral somente veda ao Poder Legislativo formalizar emendas a projetos de iniciativa
exclusiva se delas resultarem aumento de despesa pública ou se forem totalmente
impertinentes à matéria versada no projeto.

Além de veicular essas exigências gerais, o Regimento Interno também cuida de


estabelecer um grupo de circunstâncias que imporão, necessariamente, a vedação
à tramitação de proposição.

Art. 130.
Parágrafo único. É vedado admitir proposição:
I – que delegue competência de um Poder para outro;
II – cujo autor não tenha o poder de iniciativa;
III – que disponha sobre matéria não apropriada à proposição apresentada.

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Novamente, vamos ver esses elementos em quadro esquemático:

Como já anotado nesta aula, a LODF não admite a figura da lei dele-
I – que delegue
gada, permitida pela Constituição Federal à União (art. 68).
competência de um
Com isso, proposição que tenha o objetivo de delegar competências
Poder para outro;
terá que ser liminarmente inadmitida.
A legitimação para o início do processo legislativo é essencial para a
II – cujo autor não
validade deste, sob pena de nulidade total, por inconstitucionali-
tenha o poder de
dade formal, da autoria do projeto, do processo legislativo, da even-
iniciativa;
tual sanção executiva e da lei em que se converta.
Já foi comentada, nesta aula, a questão da aptidão material da
norma.
III – que disponha
Em síntese, o legislador não pode escolher com que tipo de proposi-
sobre matéria não
ção vai regular certa matéria, pois isso já está definido tanto na LODF
apropriada à propo-
quanto na LC n. 13/1996 e no próprio Regimento Interno.
sição apresentada.
Erro na escolha do tipo de norma leva à nulidade total por inconsti-
tucionalidade formal.

O STF é enfático e firme ao defender a necessidade de que o autor de uma

proposição legislativa tenha competência para provocar o início do processos

legislativo.

Veja o seguinte julgamento:

O desrespeito à prerrogativa de iniciar o processo legislativo, que resulte

da usurpação do poder sujeito à cláusula de reserva, traduz vício jurídico de

gravidade inquestionável, cuja ocorrência reflete típica hipótese de incons-

titucionalidade formal, apta a infirmar, de modo irremissível, a própria inte-

gridade do ato legislativo eventualmente editado (ADI 1809, de 29/6/2017).

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Há no Regimento Interno da CLDF outra prescrição igualmente importante so-

bre a apresentação formal de proposição:

Art. 132. O Presidente da Câmara Legislativa devolverá ao autor a propo-

sição que:

I – esteja redigida em desacordo com a técnica legislativa;

II – esteja desacompanhada de cópia ou transcrição de disposições normativas ou

contratuais a que o texto fizer remissão;

III – seja intempestiva;

IV – não contenha o número mínimo de subscritores exigido para sua apresen-

tação;

V – não contenha:

a) epígrafe;

b) indicação do autor;

c) ementa;

d) indicação da Câmara Legislativa como órgão legiferante;

e) texto a ser deliberado;

f) justificação;

g) data;

h) assinatura;

VI – esteja desacompanhada dos demonstrativos, documentos ou estudos, exigidos

pela Constituição Federal, pela Lei Orgânica do Distrito Federal, por Lei Complemen-

tar ou por Lei Ordinária, para apreciar a proposição;

VII – contrarie enunciado de súmula da Comissão de Constituição e Justiça.

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A decisão do Presidente pela devolução da proposição ao autor com base neste

artigo admite recurso.

Esse recurso:

• deve ser do autor da proposição devolvida;

• deve ser interposto no prazo de cinco dias, contados da data da ciência da

decisão do Presidente;

• deve ser escrito e fundamentado;

• a questão será submetida à Comissão de Constituição e Justiça, para parecer;

• na discussão em Plenário, o autor do recurso e o relator da CCJ terão a pala-

vra por cinco minutos cada um.

• o Plenário da CLDF deliberará por maioria simples.

Diz o art. 152:

Art. 152. Poderá ser interposto recurso:

I – de decisão do Presidente da Câmara Legislativa:

a) que devolver proposição ao seu autor;

§ 1º O recurso será interposto no prazo de cinco dias, devendo:

II – contraditar, objetivamente, a decisão, parecer ou deliberação recorridos.

§ 2º Não será recebido pelo Presidente o recurso que não atender ao disposto no

parágrafo anterior.

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§ 3º O recurso será submetido à deliberação do Plenário na sessão seguinte ao de

sua publicação no Diário da Câmara Legislativa, observadas as normas seguintes:

I – será dado conhecimento prévio ao autor da decisão recorrida e ao relator;

II – independe de parecer de comissão, salvo nos casos do inciso I, alíneas a, b e

c, deste artigo, sujeitos a parecer da Comissão de Constituição e Justiça;

III – será dada a palavra ao primeiro signatário do recurso por cinco minutos e, em

seguida, ao autor da decisão recorrida ou ao relator pelo mesmo prazo;

IV – provido o recurso, considera-se:

a) reformada a decisão da Mesa Diretora, do Presidente da Câmara Legislativa ou

de Presidente de comissão;

Vamos ver isso mais de perto:

Sobre a técnica legislativa, veja, a seguir, como esta maté-


I – esteja redigida em desa-
ria é apresentada na Lei Complementar n. 13/1996, em
cordo com a técnica legislativa;
tópico específico.
II – esteja desacompanhada de
Essa exigência – de acostar cópia da legislação que se pre-
cópia ou transcrição de disposi-
tende alterar – já foi referida acima, nesta aula, em outro
ções normativas ou contratuais
dispositivo legal,
a que o texto fizer remissão;
A observância dos prazos do Regimento Interno é funda-
mental, principalmente quando se trata de emendas a pro-
III – seja intempestiva; posição ou de pareceres.
Essa tempestividade também é requisito para os demais
tipos de proposições, como requerimentos e moções.
Essa exigência ocorre quando, por força da Lei Orgânica,
IV – não contenha o número
de lei complementar ou do próprio Regimento Interno, a
mínimo de subscritores exigido
autoria de proposição estiver sujeita a número determi-
para sua apresentação;
nado de subscritores.

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Vem da LC n. 13/1996 o seguinte:


Art. 58. A estrutura das leis compõe-se de:
I – preâmbulo;
II – texto;
III – fecho.
Parágrafo único. O texto contém as disposições norma-
tivas das leis.
Art. 59. Preâmbulo é a parte inicial da lei que permite sua
V – não contenha: identificação.
a) epígrafe; Art. 60. O preâmbulo contém:
b) indicação do autor; I – o título, que compreende a epígrafe e a ementa;
c) ementa; II – a fórmula de promulgação, que compreende:
d) indicação da Câmara Legislativa a) a autoria;
como órgão legiferante; b) o fundamento legal da autoridade;
e) texto a ser deliberado; c) a ordem de execução.
f) justificação; Art. 61. A epígrafe, grafada em caracteres maiúsculos, é
g) data; a parte do título:
h) assinatura; I – que qualifica a lei, denominando-a pela sua espécie;
II – que distingue a lei de outras da mesma espécie, pela
numeração;
III – que situa a lei no tempo, pela sua data.
Assim:
– a epígrafe aparece assim: LEI N. 1000, DE 12/3/2018.
– a ementa é a síntese do conteúdo da Lei, por exemplo:
Altera a destinação de imóveis urbanos marginais a
rios e cursos d´água.
VI – esteja desacompanhada
dos demonstrativos, documen-
tos ou estudos, exigidos pela
Esses anexos serão autuados com o texto da proposição,
Constituição Federal, pela Lei
sua justificação, e a cópia da legislação citada (quando
Orgânica do Distrito Federal,
necessário).
por Lei Complementar ou por
Lei Ordinária, para apreciar a
proposição;
O Regimento Interno, no art. 63, alterado em 2017, deter-
mina:
VII – contrarie enunciado de
Art. 63
súmula da Comissão de
VIII – editar enunciados de súmulas sobre constituciona-
Constituição e Justiça.
lidade, juridicidade, legalidade e regimentalidade. (Inciso
acrescido pela Resolução n. 294, de 2017.)

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Perceba que:

• o preâmbulo (parte inicial da lei) contém o título;

• o título contém a epígrafe e a ementa.

Assim, o título (epígrafe + ementa) se apresenta da seguinte maneira:

LEI N. 3.201, DE 5 DE MAIO DE 2018

Regulamenta a manutenção de imóveis urbanos não edificados e estabelece os

procedimentos administrativos de fiscalização.

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QUESTÕES INÉDITAS

1. (QUESTÃO INÉDITA) Não é admissível, no modelo constitucional brasileiro, e

segundo o Supremo Tribunal Federal, a revisão judicial de ato processual legislativo

regulado exclusivamente por norma regimental.

2. (QUESTÃO INÉDITA) As regras do processo legislativo constantes na Lei Orgâni-

ca do Distrito Federal conduzem, se não respeitadas, à inconstitucionalidade, e não

à ilegalidade, do ato divergente.

3. (QUESTÃO INÉDITA) Emenda à Lei Orgânica não admite controle judicial con-

centrado de constitucionalidade no TJDFT, mas apenas no STF, por ação direta de

inconstitucionalidade.

4. (QUESTÃO INÉDITA) A concepção do processo legislativo que coloca em relevo a

ação dos fatores reais ou fáticos que movem o legislador e seu modo de agir con-

ceitua o processo legislativo em sentido sociológico.

5. (QUESTÃO INÉDITA) O modelo brasileiro de processo legislativo o qualifica como

do tipo semidireto.

6. (QUESTÃO INÉDITA) A conceituação técnica de procedimento legislativo deter-

mina que esse é a qualificação relativa às fases do processo, à possibilidade de

emenda, à forma de sujeição ao Plenário e à fase executiva.

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7. (QUESTÃO INÉDITA) O procedimento legislativo abreviado é o sujeito à urgên-

cia constitucional, ou seja, o que impõe prazo para que a Casa Legislativa decida a

proposição.

8. (QUESTÃO INÉDITA) No âmbito do Distrito Federal, o procedimento legislativo

abreviado admite recurso contra a decisão da comissão que votou a proposição, e,

havendo esse recurso, a matéria será votada novamente em Plenário, sem fase de

admissibilidade.

9. (QUESTÃO INÉDITA) A LODF não admite a existência de lei delegada.

10. (QUESTÃO INÉDITA) A aprovação de emenda à Lei Orgânica exige dois turnos

na Câmara Legislativa do DF, independentemente de ter havido emendas ao texto

aprovado em primeiro turno, e a aprovação, em cada turno, exige três quintos da

composição da Casa Legislativa.

11. (QUESTÃO INÉDITA) No DF, as leis complementares terão série numérica dis-

tinta das leis ordinárias.

12. (QUESTÃO INÉDITA) Para a ordem jurídica do Distrito Federal, decreto legis-

lativo é a norma que regula, com efeitos externos, as matérias de competência da

Câmara Legislativa do DF.

13. (QUESTÃO INÉDITA) Lei complementar distrital está situada, hierarquicamen-

te, acima do nível de lei ordinária, posicionando-se, portanto, em nível de igualdade

com emenda à LODF.

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14. (QUESTÃO INÉDITA) São etapas do processo legislativo distrital a fase inicia-

dora, a fase executiva e a finalização.

15. (QUESTÃO INÉDITA) Emendas e recursos integram o conceito regimental de

proposição para a Câmara Legislativa do Distrito Federal.

16. (QUESTÃO INÉDITA) O Presidente da CLDF tem competência para determinar

o arquivamento de proposição apresentada que esteja redigida em desacordo com

a técnica legislativa ou que seja intempestiva.

17. (QUESTÃO INÉDITA) A emenda à LODF pode ser usada para, como norma au-

tônoma, tratar matéria em nível superior ao de lei ordinária, sem alteração dispo-

sitivo da LODF.

18. (QUESTÃO INÉDITA) Resolução da Câmara Legislativa do DF é usada apenas

para tratar de matérias de competência dessa Casa Legislativa, e sempre com efei-

tos internos.

19. (QUESTÃO INÉDITA) O histórico das leis e seus dispositivos que versem sobre

o assunto abordado na nova lei é elemento que deve ser necessariamente conside-

rado quando da instauração do processo legislativo.

20. (QUESTÃO INÉDITA) Há identidade conceitual entre normas jurídicas admiti-

das pela LODF o conceito regimental de proposição legislativa.

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21. (QUESTÃO INÉDITA) Entre os requisitos regimentais de uma proposição está o

de conter toda a legislação citada.

22. (QUESTÃO INÉDITA) Entre às vedações às proposições constantes no Regi-

mento da CLDF está a de proibir expressamente que se delegue competência de

um Poder para outro.

23. (QUESTÃO INÉDITA) Entre as exigências formais cuja inobservância determina

a devolução de proposição ao autor está a de obrigação de esta ter ementa e jus-

tificação.

24. (QUESTÃO INÉDITA) Não será admitida, e será arquivada pela CCJ, proposição

apresentada que contrarie súmula desta Comissão.

25. (QUESTÃO INÉDITA) O prazo para recurso de decisão do Presidente da CLDF

que devolve proposição ao autor proposição elaborada em desacordo com a técnica

legislativa é de 3 dias.

26. (QUESTÃO INÉDITA) No caso de recurso contra a decisão do Presidente que

devolve ao autor proposição sem epígrafe, o recorrente deverá ser apoiado por Lí-

der de partido ou bloco parlamentar.

27. (QUESTÃO INÉDITA) Em termos técnicos, e considerada a atividade legislativa

da União, lei nacional e lei federal não são sinônimos.

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28. (QUESTÃO INÉDITA) O DF, na sua atividade legislativa, deverá, entre outros

requisitos, observar as normas gerais constantes em lei da União sobre matéria de

competência legislativa concorrente.

29. (QUESTÃO INÉDITA) O autor da proposição devolvida pelo Presidente da CLDF

tem, quando da deliberação do recurso em Plenário, cinco minutos para uso da

palavra.

30. (QUESTÃO INÉDITA) O Presidente da CLDF poderá devolver ao autor proposi-

ção que, a seu juízo, contrarie a LODF.

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GABARITO
1. C 25. E

2. C 26. E

3. E 27. C

4. C 28. C

5. E 29. C

6. E 30. E

7. E

8. E

9. C

10. E

11. C

12. C

13. E

14. E

15. C

16. E

17. E

18. C

19. C

20. E

21. C

22. C

23. C

24. E

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GABARITO COMENTADO

1. (QUESTÃO INÉDITA) Não é admissível, no modelo constitucional brasileiro, e


segundo o Supremo Tribunal Federal, a revisão judicial de ato processual legislativo
regulado exclusivamente por norma regimental.

Certo.
Para o STF, esses atos têm conotação exclusiva de matéria interna corporis, não
admitindo revisão judicial, sob pena de quebra da autonomia funcional dos Pode-
res, e devendo encontrar nos regimentos internos a solução adequada.

2. (QUESTÃO INÉDITA) As regras do processo legislativo constantes na Lei Orgâni-


ca do Distrito Federal conduzem, se não respeitadas, à inconstitucionalidade, e não
à ilegalidade, do ato divergente.

Certo.
Conforme o STF, a LODF detém condição jurídica de constituição distrital, conduzin-
do os atos a ela desconformes à inconstitucionalidade.

3. (QUESTÃO INÉDITA) Emenda à Lei Orgânica não admite controle judicial con-
centrado de constitucionalidade no TJDFT, mas apenas no STF, por ação direta de
inconstitucionalidade.

Errado.
Segundo o TJDFT, esta Corte admite ação direta de inconstitucionalidade tendo

uma Emenda à Lei Orgânica como objeto.

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4. (QUESTÃO INÉDITA) A concepção do processo legislativo que coloca em relevo a

ação dos fatores reais ou fáticos que movem o legislador e seu modo de agir con-

ceitua o processo legislativo em sentido sociológico.

Certo.

A essa concepção se opõe a concepção jurídica do processo legislativo, que remete

ao entendimento de que esse se compõe de um conjunto de atos ordenados visan-

do à elaboração de uma lei.

5. (QUESTÃO INÉDITA) O modelo brasileiro de processo legislativo o qualifica como

do tipo semidireto.

Errado.

O processo legislativo praticado no Brasil, em todos os níveis federativos, é o repre-

sentativo, no qual a lei é produzida por um órgão colegiado, representativo do povo

e composto por legisladores investidos por mandato com essa específica atribuição.

No processo semidireto, a lei é elaborada por um órgão representativo do povo,

mas apenas se aperfeiçoa com a aprovação popular, em referendo.

6. (QUESTÃO INÉDITA) A conceituação técnica de procedimento legislativo deter-

mina que esse é a qualificação relativa às fases do processo, à possibilidade de

emenda, à forma de sujeição ao Plenário e à fase executiva.

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Errado.

Procedimento legislativo é o modo pelo qual os atos do processo legislativo

se realizam, relativamente ao andamento das proposições nas Casas Legislativas.

Pode ser ordinário, sumário ou especial. É designativo da forma, cadência e desen-

volvimento dos atos do processo legislativo, quanto às suas diversas fases.

7. (QUESTÃO INÉDITA) O procedimento legislativo abreviado é o sujeito à urgên-

cia constitucional, ou seja, o que impõe prazo para que a Casa Legislativa decida a

proposição.

Errado.

O procedimento legislativo abreviado ocorre quando da atuação de Comissão Per-

manente votando proposição, substituindo o Plenário da Casa, como autorizado

pelo art. 58, § 2º, I (delegação interna corporis). É chamado de tramitação termi-

nativa no Senado Federal, e de tramitação conclusiva na Câmara dos Deputados. O

procedimento descrito na questão é o sumário.

8. (QUESTÃO INÉDITA) No âmbito do Distrito Federal, o procedimento legislativo

abreviado admite recurso contra a decisão da comissão que votou a proposição, e,

havendo esse recurso, a matéria será votada novamente em Plenário, sem fase de

admissibilidade.

Errado.

A LODF não contempla a possibilidade de processo legislativo abreviado.

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9. (QUESTÃO INÉDITA) A LODF não admite a existência de lei delegada.

Certo.

Esse tipo de norma primária não é aceita pela LODF.

10. (QUESTÃO INÉDITA) A aprovação de emenda à Lei Orgânica exige dois turnos

na Câmara Legislativa do DF, independentemente de ter havido emendas ao texto

aprovado em primeiro turno, e a aprovação, em cada turno, exige três quintos da

composição da Casa Legislativa.

Errado.

A aprovação de proposta de emenda à Lei Orgânica exige dois terços da CLDF, e

não três quintos.

11. (QUESTÃO INÉDITA) No DF, as leis complementares terão série numérica dis-

tinta das leis ordinárias.

Certo.

É o que comanda a LODF, em seu art. 75, que determina que “as leis complementares

serão aprovadas por maioria absoluta dos Deputados da Câmara Legislativa e rece-

berão numeração distinta das leis ordinárias”.

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12. (QUESTÃO INÉDITA) Para a ordem jurídica do Distrito Federal, decreto legis-

lativo é a norma que regula, com efeitos externos, as matérias de competência da

Câmara Legislativa do DF.

Certo.

No art. 4º da LC 13 tem-se que é “decreto legislativo a lei que, com este nome, disci-

pline, com efeito externo, matéria da competência privativa da Câmara Legislativa”.

13. (QUESTÃO INÉDITA) Lei complementar distrital está situada, hierarquicamen-

te, acima do nível de lei ordinária, posicionando-se, portanto, em nível de igualdade

com emenda à LODF.

Errado.

Ao contrário do que ocorre no âmbito federal, no qual não há hierarquia jurídica entre

lei complementar e lei ordinária; no Distrito Federal, a Lei Complementar n. 13/1996 diz

expressamente o contrário. O art. 4º dessa LC n. 13 faz constar que “na gradação

da ordem jurídica, a lei complementar se situa entre a Lei Orgânica e as leis ordinárias”.

14. (QUESTÃO INÉDITA) São etapas do processo legislativo distrital a fase inicia-

dora, a fase executiva e a finalização.

Errado.

Segundo a Lei Complementar n. 13, de 1996, o processo de elaboração das leis

compreende as etapas seguintes: I – iniciativa; II – emendas; III – discussão; IV –

deliberação; V – sanção ou veto; VI – promulgação; VII – publicação.

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15. (QUESTÃO INÉDITA) Emendas e recursos integram o conceito regimental de


proposição para a Câmara Legislativa do Distrito Federal.

Certo.
Para o art. 129 do Regimento Interno da CLDF, as proposições consistem em: I –
proposta de emenda à Lei Orgânica; II – projeto de lei complementar; III – projeto
de lei; IV – projeto de decreto legislativo; V – projeto de resolução; VI – indicação;
VII – moção; VIII – requerimento; IX – emenda; X – recursos.

16. (QUESTÃO INÉDITA) O Presidente da CLDF tem competência para determinar


o arquivamento de proposição apresentada que esteja redigida em desacordo com
a técnica legislativa ou que seja intempestiva.

Errado.
Nesses casos, a proposição não será arquivada, mas devolvida ao autor, em deci-
são que é recorrível. Esse recurso deve ser do autor da proposição devolvida, deve
ser interposto no prazo de cinco dias, contados da data da ciência da decisão do
Presidente e deve ser escrito e fundamentado.

17. (QUESTÃO INÉDITA) A emenda à LODF pode ser usada para, como norma au-
tônoma, tratar matéria em nível superior ao de lei ordinária, sem alteração dispo-
sitivo da LODF.

Errado.
Conforme o art. 4º, § 1º, I, da Lei Complementar n. 13/1996, emenda à Lei Orgâ-

nica é “a lei que determine alteração em dispositivo da Lei Orgânica”.

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18. (QUESTÃO INÉDITA) Resolução da Câmara Legislativa do DF é usada apenas

para tratar de matérias de competência dessa Casa Legislativa, e sempre com efei-

tos internos.

Certo.

Na forma do art. 141 do Regimento Interno da CLDF, os projetos de resolução

destinam-se a dispor sobre matérias da competência privativa da Câmara Le-

gislativa para as quais não se exija sanção do Governador. O parágrafo único

desse art. 141 veicula que “as matérias de interesse interno da Câmara

Legislativa serão reguladas por resolução; as demais, por decreto legis-

lativo”. O art. 4º da LC 13 faz constar que é “resolução a lei que, com este nome,

discipline, com efeito interno, matéria da competência privativa da Câmara Le-

gislativa”.

19. (QUESTÃO INÉDITA) O histórico das leis e seus dispositivos que versem sobre

o assunto abordado na nova lei é elemento que deve ser necessariamente conside-

rado quando da instauração do processo legislativo.

Certo.

Como consta no art. 6º da Lei Complementar n. 13, de 1996.

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20. (QUESTÃO INÉDITA) Há identidade conceitual entre normas jurídicas admiti-

das pela LODF o conceito regimental de proposição legislativa.

Errado.

Nem toda norma jurídica corresponde a uma proposição. Há situações em que há

essa identidade (Emenda à Lei Orgânica – proposta de emenda à Lei Orgânica;

lei complementar – projeto de lei complementar; decreto legislativo – projeto de

decreto legislativo), mas há outras situações em que não há essa correspondên-

cia, como no caso de indicações, moções e requerimentos.

21. (QUESTÃO INÉDITA) Entre os requisitos regimentais de uma proposição está o

de conter toda a legislação citada.

Certo.

Conforme o art. 130, VI, do Regimento Interno.

22. (QUESTÃO INÉDITA) Entre às vedações às proposições constantes no Regi-

mento da CLDF está a de proibir expressamente que se delegue competência de

um Poder para outro.

Certo.

Como consta no art. 130, parágrafo único, I.

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23. (QUESTÃO INÉDITA) Entre as exigências formais cuja inobservância determina a


devolução de proposição ao autor está a de obrigação de esta ter ementa e justificação.

Certo.
Como consta no art. 132 do Regimento da CLDF.

24. (QUESTÃO INÉDITA) Não será admitida, e será arquivada pela CCJ, proposição
apresentada que contrarie súmula desta Comissão.

Errado.
Nessa hipótese, a proposição será devolvida ao autor pelo Presidente da CLDF, con-
forme o art. 132 do Regimento Interno.

25. (QUESTÃO INÉDITA) O prazo para recurso de decisão do Presidente da CLDF


que devolve proposição ao autor proposição elaborada em desacordo com a técnica
legislativa é de 3 dias.

Errado.
O prazo é de cinco dias, na forma do art. 152.

26. (QUESTÃO INÉDITA) No caso de recurso contra a decisão do Presidente que


devolve ao autor proposição sem epígrafe, o recorrente deverá ser apoiado por Lí-
der de partido ou bloco parlamentar.

Errado.
Não há essa exigência no Regimento Interno.

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27. (QUESTÃO INÉDITA) Em termos técnicos, e considerada a atividade legislativa


da União, lei nacional e lei federal não são sinônimos.

Certo.
Lei nacional destina-se à aplicação à toda a República, e lei federal, apenas à
própria União.

28. (QUESTÃO INÉDITA) O DF, na sua atividade legislativa, deverá, entre outros
requisitos, observar as normas gerais constantes em lei da União sobre matéria de
competência legislativa concorrente.

Certo.
É o que consta na LODF.

29. (QUESTÃO INÉDITA) O autor da proposição devolvida pelo Presidente da CLDF


tem, quando da deliberação do recurso em Plenário, cinco minutos para uso da
palavra.

Certo.
Como consta no art. 152.

30. (QUESTÃO INÉDITA) O Presidente da CLDF poderá devolver ao autor proposi-


ção que, a seu juízo, contrarie a LODF.

Errado.
Não há essa previsão regimental.

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