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O que é uma democracia?

Qual a relação entre raça, nação e identidade?


Um Estado pode ser democrático e racista?

No atual contexto, uma pesquisa que pretenda dirimir estas questões poderia ser sobre o Brasil
ou sobre Israel. Pensar no genocídio da população negra e indígena brasileira e no genocídio
do povo palestino em paralelo. Além disso, o Estado israelense pratica sistematicamente a
prisão de palestinos sem acusações e lança mão reiteradamente da tortura como método para
interrogatório.

Prisões administrativas são procedimentos que permitem o exército israelense a detenção de


prisioneiros indefinidamente sem acusações e sem julgamento, sob a alegação de possuírem
informações secretas sobre o detento. Apesar de as prisões administrativas serem usadas quase
exclusivamente para a detenção de palestinos dos Territórios Palestinos Ocupados (TPOs),
cidadãos israelenses e internacionais também podem ser mantidos prisioneiros administrativos
por Israel (apenas 9 judeus israelenses já foram presos nessas condições). Desde o começo da
ocupação israelense na Cisjordânia, na Faixa de Gaza e em Jerusalém Oriental, em 1967, as
forças israelenses já prenderam mais de 800 mil palestinos, o que constitui quase 20% do total
da população palestina nos TPOs.

A Corte Israelense permite, ainda, "pressão física moderada" na "necessidade de defesa" e em


casos "bomba-relógio". Os interrogadores israelenses continuam a usar técnicas de
interrogatório proibidas. Como a lei militar israelense permite que um interrogado seja mantido
incomunicável por até três meses, os interrogadores da Agência de Segurança Israelense (ISA)
ainda hoje praticam métodos de tortura impunemente.
Violações do direito internacional
O artigo 49 da Convenção de Genebra proíbe a transferência de população de um Estado para
os territórios ocupados de outro. Ainda assim, hoje, mais de meio milhão de judeus israelenses
vivem em assentamentos na Cisjordânia. Há, ainda, políticas israelenses de expansão desses
assentamentos, apesar da Resolução 446 do Conselho de Segurança da ONU, que determina
não haver validade legal para esses.

Em 1980, Israel anexou formalmente Jerusalém Oriental, apesar de ser signatário da Carta de
São Francisco, que prevê a proibição de anexações sob qualquer circunstância. Nesse sentido,
as Resoluções 478 e 497 do Conselho de Segurança da ONU definem como ilegais,
respectivamente, a anexação de Jerusalém Oriental e das Colinas de Golã - território sírio.

Além disso, em 2002, Israel começou a construção de um muro separando os territórios


Palestinos conquistados em 1948 dos territórios ocupados em 1967. O Muro do Apartheid é
expressivamente maior do que o famoso Muro de Berlim, tendo 710km de extensão e 8m de
altura. O muro impacta diretamente a vida dos palestinos, constituindo um obstáculo físico para
o direito de ir e vir e gerando humilhações diárias nos chamados "checkpoints". Em 2004, em
um parecer consultivo, a Corte Internacional de Justiça determinou que o muro "e o regime a
ele associado são contrários ao Direito Internacional".

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