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RESUMO: A determinação de parâmetros geotécnicos quer por meio de ensaios de campo ou através
de ensaios de laboratório, enfrenta em geral forte resistência no meio administrativo da engenharia e
também no meio técnico. O uso da literatura é paradoxalmente sugerido em substituição aos ensaios
da obra específica. Este artigo aborda aspectos relacionados com a determinação dos parâmetros de
resistência ao cisalhamento, tecendo considerações sobre amostragem e especificações de ensaios. O
artigo aborda a determinação dos parâmetros de resistência e as envoltórias associadas aos diversos
ensaios. Alguns aspectos sobre a determinação dos parâmetros para solos no estado não saturado são
também apresentados, com o objetivo de desmistificar o uso da abordagem do problema sob a ótica
da mecânica dos solos não saturados. O objetivo do artigo é apresentar ao leitor uma sugestão de
como programar, solicitar e interpretar os ensaios de laboratório.
0
5 RETIRADA DE AMOSTRAS 0 20 40 60 80 100
amostrador.
Observa-se na Figura 2 a trajetória de tensões 150
do solo da condição in situ (normalmente Montagem do ensaio
adensado) (ponto A) até o momento do 100
do solo. 0
0 10 20 30 40 50
Ainda não é possível acompanhar os efeitos Tempo (min.)
fundamental para a obtenção de parâmetros que Salienta-se que Kanji (1974) inclui nos seus
possam ser usados no problema em estudo. estudos dados relativos ao contato solo-rocha. As
Aliás, é a precisa definição do problema que irá correlações são fruto de experiência acumulada
condicionar a correta definição dos ensaios e sua e refletem aspectos específicos de determinados
interpretação. solos sob condições particulares. No caso de
Os ensaios devem permitir a adequada solos residuais aspectos relacionados com a
definição dos parâmetros de forma que a análise rocha, formação e consequente estrutura tornam
de estabilidade possa refletir o comportamento o uso de correlações ainda mais complexo. Em
real do solo. No caso de já existirem resultados todos os casos não se pode levar uma avaliação
de ensaios de resistência que sejam considerados realizada com base em correlações para o projeto
representativos da área do estudo, ainda assim final sem uma justificativa sólida.
devem ser realizados ensaios de caracterização.
6.2 Ensaios de Resistência ao Cisalhamento
6.1 Ensaios de caracterização
Nas análises de estabilidade o conhecimento ou
Os ensaios que definem a natureza do material não das pressões de água do solo pode definir o
são fundamentais para uma primeira avaliação tipo de análise a ser executada, se em termos de
do solo, bem como para possibilitar a adequada tensões totais ou de tensões efetivas. Da mesma
definição dos ensaios especiais a serem forma que o comportamento esperado para a
realizados. O engenheiro deve fazer uso de sua situação em análise, se drenada ou não drenada.
experiência para interpretar os resultados dos A Figura 4 apresenta um fluxograma que ajuda
ensaios de caracterização, usando inclusive na escolha do tipo de ensaio a ser executado para
empirismos. Correlações entre parâmetros de solos saturados. É importante salientar que a
caracterização (e.g. emax, emin, wl) podem ser definição do ensaio deve estar associada à
encontrado na literatura (e.g. Skempton, 1964; qualidade da amostra.
Kanji, 1974; Lupini et al, 1981, Bolton, 1986).
Pressões de água Pressões de água
conhecidas desconhecidas
Tensões Efetivas Tensões Totais
Parâmetros Parâmetros
c’, ’ Su
Ensaios Ensaios
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Carga vertical
tensão octaédrica. Neste caso o círculo de Mohr
Pistão de carregamento
correspondente será o mesmo círculo de um
Cabeçote
ensaio CU.
Disco poroso
Como veremos adiante resultados de ensaios
Tubo flexível
CU representam uma série de ensaios UU
Amostra
executados em amostras retiradas de um perfil
homogêneo em diversas profundidades. Como
Anel de vedação água de solo
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Tensões Efetivas (1, 2 e 3)
Tensões Totais
’
Su 1 2 3
c’
' '
u u
Figura 7 – Resultados de ensaios UU e o estado efetivo obtido (modificado de Bishop & Bjerrum, 1960).
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Bishop & Bjerrum (1960) já chamavam atenção escorregamento a igualdade imposta no ensaio
para os problemas associados a esta prática. A entre a pressão de adensamento e a tensão
envoltória denominada CU depende da trajetória principal menor (Bishop & Bjerrum, 1960).
de tensões. A Figura 9 ilustra o problema Segundo Bishop & Henkel (1957) este é o caso
associado ao uso da envoltória CU. Em geral os de empuxo passivo. Caso a ruptura aconteça de
ensaios triaxiais são executados adensando o modo que 1 se mantenha constante e igual a p,
corpo de prova com uma tensão confinante (3 = e a tensão principal menor 3 seja reduzida a
p) e em seguida é induzinda a ruptura sob resistência não drenada se mantêm igual, mas
condição não drenada aumentando a tensão uma envoltória radicalmente diferente será
axial. Nesta condição 3 na ruptura mantêm-se obtida, conforme ilustra a Figura 9b. Neste caso
constante e igual a p, e a tensão principal maior a relação entre a tensão cisalhante e a tensão total
na ruptura vale 1 CU. A envoltória obtida é a normal será semelhante ao estado empuxo ativo.
identificada por CU (ver Figura 9a). Esta Desta forma, muito cuidado deve ser tomado
envoltória, que representa a relação entre a quando for adotado este procedimento de
tensão cisalhante e a tensão normal total, só pode análise.
ser usada se houver, no entorno da superfície de
'
Trajetória de ruptura por aumento de 1
Tensão efetiva – ensaio CD
CU
(a) Tensão efetiva – ensaio CU
Tensão total – ensaio CU
'
Tensão total – ensaio CU
Tensão efetiva – ensaio CU
(b)
Tensão efetiva – ensaio CD
Figura 9 – Ensaio CU em argila normalmente adensada saturada em termos de tensões totais e efetivas (a) ruptura por
aumento de s1 (b) ruptura por aumento de s3. (modificado de Bishop & Henkel, 1957).
obtidos no ensaio de cisalhamento direto e no adensada e outra curva para a mesma argila no
triaxial. Lee (1970) apresenta dados que indicam esatdo normalmente adensado (e.g.
que a resistência obtida no ensaio de reconstituída). Na Figura 11b tem-se as
cisalhamento direto pode se apresentar maior ou envoltórias obtidas no caso de se adotar a
menor do que os obtidos nos ensaios triaxiais. resistência de pico da argila pré-adensada (’p) a
Taylor (1948) menciona que o nível de tensão resistência máxima da argila normalmente
pode fazer com que o resultado do ensaio de adensada (’na) e a envoltória residual (’r).
cisalhamento direto apresente valores maiores, Skempton chama atenção que a envoltória que se
por outro lado a ruptura progressiva observada deve adotar para argilas pré-adesadas fissuradas
neste ensaio pode também induzir a um menor deve ser aquela igual a da argila normalmente
valor para a resistência. O fato do plano de adensada e associa este valor com um ponto
ruptura no ensaio de cisalhamento direto ser pré- chamado de ponto de amolecimento. Desta
estabelecido pode causar importantes diferenças forma Skempton (1970) sugere que a adoção da
em solos com heterogeneidades. resistência de pico para a análise de estabilidade
O uso do cisalhamento direto ou triaxial não é adequada. Este raciocínio, aqui
permite uma adequada definição dos parâmetros apresentado de forma simplificada, nos permite
desde que alguns dos aspectos anteriormente concluir que a interpretação dos ensaios
mencionados sejam observados, em particular a comanda a ligação entre os ensaios de
representatividade da amostra e sua qualidade. laboratório e sua aplicação prática.
Resultados obtidos por Maccarini (1994), e
apresentados na Figura 10, ilustram as variações 90
50
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Tensão cisalhante
Tensão cisalhante
Pico – argila pré‐adensada ’p
’na = ’a
amolecida
Pico – normalmente adensada
’r
c’p
Residual
Deslocamento Tensão efetiva normal
(a) (b)
efeito que a variação da tensão confinante resultados de ensaios em solos na condição não
efetiva. Em outras palavras, nos solos mais secos saturada. Contudo, para permitir a aplicação de
a pressão negativa da água (sucção) não é conceitos da mecânica dos solos não saturados
transferida integralmente aos grãos e isto resulta entende-se que seja necessária a simplificação
em uma menor contribuição para o aumento da dos ensaios sem perda de qualidade dos
resistência ao cisalhamento. resultados. Para isto é necessária a compreensão
dos fenômenos envolvidos no processo de
S ruptura nos solos não saturados, que possui
b2 b1
100 semelhança com os processo no solo saturado.
2 1 200 201 kPa
Ensaio 1 Sucção
Tensão Cisalhante (kPa)
122 kPa
150
S 100%
b 50
1
2 0
S 100%
0 5 10 15
c’
Deslocamento horizontal (mm)
Sucção
(b)
Figura 13 – Resultados de ensaios de cisalhamento direto
com múltiplo estágios (Modificado de Fonseca, 1991).
Figura 12 – (a) Curva de retenção de água (b) envoltória
em termos de sucção.
Na Figura 14 estão apresentadas três curvas
Na literatura encontram-se resultados de de retenção de um mesmo solo (silte argiloso)
ensaios de resistência, com controle de sucção, obtidas por Croney and Coleman (1954). Uma
realizados em solos indeformados (e.g. Fonseca, das curvas foi obtida com o solo na condição
1991; De Campos & Carrilo, 1995; Röhm & natural (indeformada), outra a partir de uma
Vilar, 1995, Sousa e Machado, 2007, entre amostra moldada acima do limite de liquidez
outros). Na Figura 13 está apresentado um dos (lama) e a terceira curva na condição chamada de
resultados obtidos por Fonseca (1991) realizado continuamente perturbada. Esta última condição
em um equipamento de cisalhamento direto. O se refere a um estado equivalente ao do estado
solo utilizado foi um solo residual de gnaisse crítico e, portanto na ruptura. A curva referente
próximo a lagoa Rodrigo de Freitas (RJ). Neste ao solo preparado no estado de uma lama serve
ensaio foi utilizada apenas uma amostra para os como referência para o que seria uma amostra
três valores de sucção (ensaio em estágios normalmente adensada. Com base nas curvas
múltiplos). apresentadas na Figura 14 podemos observar que
Os ensaios apresentados na Figura 13 foram a lama apresenta uma relação w/sucção mais
realizados com equipamentos que permitem elevada em relação a amostra no estado
controlar ou medir a sucção por meio da técnica indeformado. Este comportamento é semelhante
da translação de eixos (e.g. Fredlund et al. 2012). ao que se observa nas curvas de adensamento de
Esta técnica ainda não é usada pela maioria dos solos saturados. A curva que representa a
laboratório comerciais. O uso desta técnica deve condição continuamente perturbada intercepta a
ampliar a capacidade e a qualidade dos curva indeformada e é aproximadamente
paralela a curva do solo a partir de lama. Para
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interpretar estas curvas em termos de geração de que pode ocorrer durante o processo de
sucção vamos considerar uma amostra cisalhamento. Caso não haja monitoramento ou
indeformada deste material que possua um teor controle da sucção a interpretação dos dados
de umidade de aproximadamente 23%. Na pode ser difícil. Ensaios com medição direta de
ruptura esta amostra deve aumentar sua sucção. sucção em solo residual compactado obtidos por
Já outra amostra com teor de umidade de Marinho et al., (2013) indicam que pode haver
aproximadamente 16% deve diminuir a sucção variações de até 150 kPa de sucção na ruptura e
na ruptura, como indicado na Figura 14. Nos dois que quanto maior a sucção maior sua variação
casos considera-se o teor de umidade constante até a ruptura em relação a sucção inicial.
durante o ensaio
Este exemplo serve como orientação sobre o
40
Indeformado
Lama
35 Aumento da sucção na ruptura
Continuamente perturbado
30
Tero de Umidade (%)
25
20
15
10 Redução da sucção na ruptura
0
1 10 100 1 000
Sucção (kPa)
Figura 14 – Curvas de retenção de água de um silte argiloso indeformado e continuamente perturbado (dados de Croney
& Coleman, 1954).
Na Figura 15 estão apresentados valores de observa-se que a redução é da mesma ordem dos
sucção inicial e na ruptura para ensaios de ensaios de compressão simples. Constata-se que
compressão simples e triaxial com umidade para sucções de até 100 kPa o valor da sucção na
constante (CW), obtidos em amostras de um solo ruptura apresenta pouca variação. Após 100 kPa
residual compactado. No caso dos ensaios há uma tendência de apresentar valores menores
triaxiais estão apresentados os valores de sucção na ruptura.
antes do confinamento e após a aplicação da Esta informação nos permite usar dados de
tensão confinante. Analisando os resultados dos ensaios sem medição de sucção para interpretar
ensaios triaxias com base na sucção antes do a envoltória de resistência, desde que tenhamos
confinamento verifica-se uma significante a curva de retenção de água. Usando a sucção no
redução da sucção na ruptura. Contudo, se teor de umidade de ensaio é possível se obter a
tomarmos a sucção após o confinamento envoltória de ruptura em termos de sucção. Este
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