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ACORDO DE CONFIDENCIALIDADE BILATERAL (Anotado)

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Este modelo de acordo M2 tem em vista tutelar o intercâmbio de informação reservada
entre determinadas pessoas, singulares ou colectivas.
³Ambos falam, ambos escutam.´
Assim, ambas as partes no acordo assumem a qualidade de parte emissora de informação
e de parte receptora.
O contexto clássico deste modelo M2 é o de uma discussão em que as partes necessitam
de partilhar informação (própria) da mais variada natureza, regra geral com vista ao
desenvolvimento de um projecto ou empreendimento comum.
Os acordos de confidencialidade em geral apresentam duas vantagens:
èc or um lado, acautelar a novidade e a reserva da informação divulgada,
nomeadamente para efeitos de protecção por direito de patente ou para
salvaguarda de eventuais segredos industriais, tendo em conta o disposto na
alínea b) do nº1 do artigo 57º do Código da ropriedade Industrial (considerando
as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei nº 143/2008 de 25 de Julho, conforme
segue:
³Divulgações não oponíveis
1 ± Não prejudicam a novidade da invenção:
a) («)
b) As divulgações resultantes de abuso evidente em relação ao inventor ou ao seu
sucessor por qualquer título, «´;
èc or outro lado, credibilizar a actuação das partes, demonstrando as suas
preocupações na salvaguarda do potencial da informação a divulgar.

À semelhança dos demais comentários às restantes formas contratuais, o presente


clausulado enuncia variados aspectos negociais que carecem SEMRE de negociação e
regulação expressa pelas partes (I&D e Empresa), atendendo à sua específica natureza,
não eliminando a necessidade, sentida caso a caso, da regulação de outros pontos.
Este modelo não deverá ser empregue sem o adequado apoio jurídico que o adapte ao
caso em apreço.

c 1
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Entre
«, com sede em «, essoa Colectiva nº«, representada por «, na qualidade de «, com
poderes legais e estatutários de representação, como rimeiro Outorgante
[«, BI nº «, emitido em « pelos S.I.C. de «, NIF «, residente «, como rimeiro
Outorgante] ±essoa Singular
e
«, com sede em «, essoa Colectiva nº«, representada por «, na qualidade de «, com
poderes legais e estatutários de representação, como Segundo Outorgante
[«, BI nº «, emitido em « pelos S.I.C. de «, NIF «, residente «, como Segundo
Outorgante] ±essoa Singular
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Em geral para todos os instrumentos contratuais, as partes devem ter absolutamente
certa a qualidade e poderes de quem assina em representação de uma qualquer pessoa
colectiva.
Assim, neste caso, as partes devem conferir, se necessário com recurso a Certidões de
Registo Comercial ou à Certidão ermane nte, a qualidade e poderes de quem figura como
representante legal da contraparte, sob pena desta não se encontrar vinculada pelos
termos deste acordo.
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Considerando:
èc Os contactos iniciados pelas partes com a finalidade de «;
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Deve fixar-se com clareza o contexto no qual vai ser efectuada a divulgação da
informação.

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èc A necessidade, neste contexto, de troca de informações entre as partes, que
assumem natureza reservada;
èc ùue tais informações constituem activos críticos das respectivas partes, com
valor próprio e independente da celebração futura de qualquer instrumento de
colaboração entre si ou entre cada uma e quaisquer terceiros;

c 2
As partes celebram o presente ACORDO DE CONFIDENCIALIDADE, submetido às
seguintes cláusulas:

RIMEIRA
(Objecto)
1.1. O presente acordo tem por objecto garantir a confidencialidade e protecção da
informação classificada como protegida, confidencial ou outra de igual significado,
trocada entre as partes com a exclusiva finalidade fixada infra na Cláusula Segunda.
1.2. or informação protegida ou confidencial, adiante designada globalmente por
³Informação´, entende-se toda a informação que, independentemente do suporte
utilizado, conste de:
èc Obras, de qualquer natureza, nomeadamente gráfica, escrita ou sonora, não
publicadas;
èc Compilações e selecções informativas inéditas;
èc Documentação de natureza financeira;
èc ³Know-how´ ou saber-fazer, dados tecnológicos, métodos, fórmulas,
demonstrações, amostras ou estudos;
èc rogramas de computador ou blocos de programação em forma de código-fonte
ou código-objecto;
èc Documentos comerciais, nomeadamente listas de clientes;
èc Relatórios, ³Drafts´, memorandos;
èc ùuaisquer activos intelectuais, enquanto conjunto de todos e quaisquer
resultados de investigação, protegidos ou não por qualquer direito de
propriedade industrial;
èc ùualquer outra informação divulgada, no citado contexto, pela parte emissora à
parte receptora.
1.3. Na acepção do presente acordo, as partes designar-se-ão ³parte emissora´ e ³parte
receptora´ de acordo com a qualidade assumida, no âmbito do intercâmbio de Informação
a regular.
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As partes podem alterar a lista de elementos de informação a qualificar como
confidencial, acrescentando algum elemento ou restringindo a lista acima elencada.
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c 3
SEGUNDA
(Finalidade da divulgação e dever de confidencialidade)
2.1. A Informação é divulgada com a exclusiva finalidade de « .
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Este aspecto assume capital importância em qualquer acordo de confidencialidade.
Em conformidade, as partes devem fixar por escrito ³o porquê´ daquela divulgação.
Com efeito, a divulgação da informação deve visar um qualquer fim, seja o de cativar o
interesse do interlocutor para futuras parcerias de exploração, seja a própria avaliação
dos méritos da dita informação ou qualquer outro definido pelas partes, sendo que a parte
emissora deve assumir que a divulgação apenas visa o fim estabelecido no acordo e
nenhum outro, restringindo assim em absoluto a possibilidade da parte receptora poder
usar a informação para qualquer outra finalidade.
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2.2. O rimeiro e o Segundo Outorgantes compromete-se a não usar, divulgar ou ceder a
qualquer título, em ortugal ou no estrangeiro, a informação divulgada da contraparte
para qualquer outra finalidade distinta da estipulada em 2.1, salvo autorização expressa
da parte emissora.
2.3. O Receptor deve proteger a informação divulgada pelo Emissor utilizando o mesmo
grau de cuidado que usa para prevenir a disseminação e publicação não autorizada da
sua própria informação.
2.4. O Receptor deve adoptar todas as medidas necessárias para impedir o uso indevido
da informação por qualquer pessoa que a ela tenha tido acesso e deve assegurar os
meios adequados à prevenção do extravio ou perda da informação, comunicando sempre
ao Emissor a ocorrência de incidentes desta natureza, ainda que esta comunicação não
exclua a sua responsabilidade.
2.5. A parte receptora obriga-se a restituir qualquer cópia, excerto ou parte dos elementos
da Informação referidos supra em 1.2., no prazo de 8 (oito) dias, mediante mera solicitação
da parte emissora.

TERCEIRA
(ropriedade e integridade da informação)
3.1. A Informação é propriedade exclusiva da parte emissora.

c 4
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Esta cláusula prevê a hipótese da informação divulgada não ser propriedade da parte
emissora identificada no contrato, como sucederá, por exemplo, no caso de um qualquer
representante legal de um dado projecto ou negócio figurar como parte emissora no
acordo de confidencialidade (estando para tal devidamente autorizado).
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3.2. A divulgação da Informação à parte receptora não lhe concede qualquer direito de
propriedade intelectual, legitimidade para requerer protecção sobre quaisquer direitos ou
licença sobre qualquer registo ou pedido de registo de direito de propriedade industrial
relacionado com aquela Informação, sob pena de aplicação do disposto na alínea a) do
nº1 do Artigo 34º do Código da ropriedade Industrial .
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Transcreve-se o preceito legal citado, na parte relevante, considerando a alteração ao
Código da ropriedade Industrial aprovada pelo Decreto-Lei nº 143/2008 de 25 de Julho,
que se segue:
³Anulabilidade
1 ± As patentes, os modelos de utilidade e os registos são total ou parcialmente anuláveis
quando o titular não tiver direito a eles, nomeadamente:
a) ùuando o direito lhe não pertencer;
(«)´
Com a menção a este artigo, tem-se em vista reforçar o entendimento segundo o qual a
parte receptora não adquire, pelo contacto com a informação, qualquer direito adicional
sobre ela, nomeadamente o direito a obter protecção por direito de propriedade industrial.
Se o fizer, não obstante a sua responsabilidade civil e criminal pela violação do acordo,
legitima o titular da informação (parte emissora ou qualquer terceiro) a requerer a
anulabilidade desse pedido, nos termos do citado artigo.
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3.3. A parte emissora não garante, directa ou indirectamente, no âmbito do presente
acordo, a protecção da Informação em sede, designadamente, de direitos de autor ou de
propriedade industrial.
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A presente cláusula tem a ver com o facto de, frequentemente, o momento da divulgação
de informação ser anterior ao depósito do respectivo pedido de registo de direito de

c 5
propriedade industrial que a reivindica ou ainda, noutros casos, a informação em causa
ser insusceptível de protecção naquela sede.
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3.4. As partes aceitam e reconhecem que o presente acordo não limita o direito que
assiste a qualquer delas de modificar a informação de que seja proprietária, sem prévia
comunicação à contraparte.
3.5. Tais modificações não implicam qualquer responsabilidade para qualquer das partes,
nem as obriga a desenvolver, anunciar, entregar, manter ou financiar quaisquer produtos
ou planos de negócio baseados na Informação divulgada.

[A INSERIR SE O EMISSOR FOR ESSOA COLECTIVA]


CLÁUSULA «
(Divulgação Interna da Informação)
O parte receptora deverá limitar a divulgação da Informação aos respectivos quadros,
empregados ou colaboradores no âmbito estritamente necessário à finalidade prevista no
presente acordo, fornecendo-lhes as instruções adequadas a esse efeito e celebrando
com estes equivalente compromisso escrito de confidencialidade, sendo integralmente
responsável perante a contraparte emissora quanto ao cumprimento, por aqueles, dos
compromissos ora fixados, podendo este, a todo o tempo, exigir à parte receptora prova
da celebração daqueles acordos.

ùUARTA
(Duração)
4.1. O presente acordo entra em vigor na data da sua assinatura por ambas as partes,
ficando a parte receptora vinculada ao presente compromisso de confidencialidade, nos
exactos termos supra estipulados, por um período de « («) anos, contados desde a data
da última divulgação de Informação ao abrigo do presente acordo.
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Justifica-se a fixação, em todos os casos, de um prazo para a obrigação de
confidencialidade. Fixa-se com maior clareza o conteúdo da obrigação da parte receptora,
evitando a estipulação de vinculações perpétuas que diluem a eficácia dos deveres de
reserva a consignar.

c ƒ
A escolha concreta do prazo compete às partes, que sempre deverão ter em conta a maior
ou menor obsolescência e o valor da informação a transmitir, sendo que a prática
determina, em regra, prazos no intervalo compreendido entre 3 e 8 anos.
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4.2. As partes poderão, por acordo e a todo o tempo, revogar ou alterar, no todo ou em
parte, as disposições do presente acordo, conquanto não seja posta em causa a
confidencialidade da Informação.
4.3. Os seus efeitos podem igualmente cessar mediante a celebração de um qualquer
compromisso contratual entre os Outorgantes no qual seja estipulada a confidencialidade
da Informação, sendo assim substituídos os termos deste contrato, sem prejuízo do
disposto no número seguinte.
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Em regra, a celebração de um acordo de confidencialidade precede outros instrumentos
contratuais entre as mesmas partes, nos quais são também regulados estes aspectos de
confidencialidade.
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4.4. Em caso algum estão todavia as partes vinculadas, pelo presente acordo, a celebrar
futuramente quaisquer negócios jurídicos.

ùUINTA
(Responsabilidade)
A parte receptora é responsável perante a parte emissora por quaisquer danos ou
prejuízos, incluindo danos emergentes e lucros cessantes, resultantes do incumprimento
ou cumprimento defeituoso das suas obrigações de confidencialidade, sem prejuízo da
eventual responsabilidade criminal em que incorre no caso de violação desta obrigação,
nos termos da Legislação ortuguesa aplicável.

[ALICAÇÃO EVENTUAL]
.2. Sem prejuízo do disposto no número anterior, a violação de quaisquer obrigações
previstas no presente acordo por parte da parte receptora implica o pagamento à parte
emissora, a título de Cláusula enal, do montante de «,00 ¼ («).
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c 7
A cláusula penal é um expediente jurídico consagrado no Código Civil mediante o qual as
partes fixam antecipadamente o montante indemnizatório devido pela violação de
obrigações contratuais.
Esta cláusula surge no presente modelo como facultativa, devendo as partes ponderar
sobre a sua aplicação ao caso concreto.
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SEXTA
(Excepções ao dever de confidencialidade)
ƒ.1. NÃO SE CONSIDERA ABRANGIDO pelo dever de confidencialidade qualquer elemento
da Informação:
èc Cuja divulgação tenha sido expressamente autorizada pela parte emissora. Tal
autorização deve ser solicitada pela parte receptora e concedida pela parte
emissora por escrito no prazo de 8 (oito) dias úteis, findo o qual, na ausência de
resposta, se considera indeferida a autorização;
èc ùue até ao momento da divulgação tiver sido publicado, tornado público ou que,
de outra forma não pode ignorar-se pertencer ao domínio público;
èc Tornado público após a divulgação ou pertencente ao domínio público por motivo
não imputável à parte receptora, a título de dolo ou negligência;
èc ùue a parte receptora possa provar conhecer, por exibição de suporte escrito, em
momento prévio ao seu recebimento;
èc Recebido pela parte receptora de terceiros sem dever de confidencialidade, desde
que estes tenham o direito de fornecer essa informação e que a mesma não tenha
sido obtida por estes directa ou indirectamente da parte emissora sob condição de
confidencialidade;
èc ùue a parte receptora seja obrigada, por lei ou decisão judicial, a divulgar, desde
que a esta notifique imediatamente a parte emissora e coopere de forma razoável
com os esforços empreendidos por esta para contestar ou limitar o âmbito de tal
divulgação.
èc ùue seja desenvolvida de forma independente pelo receptor.
ƒ.2. O ónus da prova de todas as excepções à obrigação de confidencialidade previstas
em ƒ.1. recai sobre a parte receptora.
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c 8
Em todos os casos referidos em ƒ.1. deverá ser o receptor da informação a provar a
excepção ao dever de confidencialidade, face ao emissor, oferecendo todas as provas, de
toda a natureza, relevantes para sustentar a sua pretensão.
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SÉTIMA
(Lei e Resolução de Litígios)
7.1. O presente acordo é submetido à Lei ortuguesa.
7.2. ara resolução de eventuais litígios emergentes do mesmo, será competente o Foro
da Comarca de «

[ODE SER FIXADA ELAS ARTES UMA CLÁUSULA ARBITRAL, EM ALTERNATIVA À


JURISDIÇÃO DOS TRIBUNAIS COMUNS, de que se junta um exemplo, destinado a
substituir o número 7.2., juntando-lhe os números subsequentes]

7.2. Caso surja um diferendo ou litígio entre as artes em matéria de interpretação,


validade ou aplicação do presente Acordo, que as mesmas não consigam resolver de
forma amigável, qualquer das artes poderá submetê-lo a um tribunal arbitral, com
expressa renúncia a qualquer outro tribunal.
7.3. O tribunal arbitral será constituído e funcionará de acordo com as normas definidas
pela Lei da Arbitragem Voluntária (Lei nº 31/8ƒ, de 2; de Agosto com as alterações
introduzidas pelo Decreto-Lei nº 38/2003, de 8 de Março) e será composto por três
árbitros, sendo nomeados um por cada uma das artes e um terceiro por cooptação
destas. Na falta de acordo quando à designação do terceiro árbitro, será a sua designação
efectuada pelo Juiz residente do Tribunal da Relação de Lisboa, a requerimento de
qualquer das artes.
7.4. O processo de arbitragem correrá em Lisboa, em língua portuguesa, salvo acordo em
contrário das partes no processo arbitral.
7.5. Sempre que esteja em causa um diferendo ou litígio relativo a matérias de
propriedade industrial, a competência para dirimir tais conflitos caberá ao Centro de
Arbitragem ARBITRARE, com expressa renúncia a qualquer outro, aplicando-se nesse
caso as regras do Regulamento do Centro de Arbitragem.

c ;
7.ƒ. O tribunal arbitral e/ou o centro de arbitragem apreciarão os factos e julgarão de
acordo com a lei portuguesa e das decisões por eles proferidas não caberá recurso.

As partes reconhecem e aceitam as disposições do presente Acordo, substituindo o


mesmo, quanto às matérias nele previstas, todas as negociações e contactos prévios
estabelecidos entre si.

DATA E ASSINATURA DAS ARTES

c 10

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