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BRASIL Confederação
Proposta de
Confederação
dos Estados Brasileiros
Prefácio de
Alexandre Garcia
Editora
Pinha
2 BRASIL CONFEDERAÇÃO
AGRADECIMENTOS
O Autor
BRASIL CONFEDERAÇÃO 5
PREFÁCIO
INTRODUÇÃO
A MODERNA ADMINISTRAÇÃO E A
VERDADEIRA DEMOCRACIA
Inflação, corrupção, desperdício, fraudes, pobreza, crimina-
lidade, descaso, impunidade, desgoverno, descontrole, descrédito
nas instituições, indignação, desagregação social. Tudo o que
coloca em risco a unidade nacional.
Esta não é a melhor forma de começar um livro que, afinal
não pretende ser uma história de terror ou uma narração de uma
tragédia.
O que vemos no Brasil, porém, não está muito longe deste
quadro.
A pergunta: Por que o Brasil não dá certo, não é o que
desejamos?
A resposta: Temos um modelo administrativo centralizado,
consagrado na Constituição Federal, caracterizado pelo que se
pode chamar de “federalismo dominador”. Temos uma estrutura
administrativa gigantesca, burra, ineficiente e injusta para os habi-
tantes de um território de 8,5 milhões de quilômetros quadrados,
com três fusos horários (quatro, a rigor) e acentuadas diversida-
des regionais.
10 BRASIL CONFEDERAÇÃO
CAPÍTULO 1
FEDERAÇÃO E CONFEDERAÇÃO
DEFINIÇÕES
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
EXEMPLOS DE
DESCENTRALIZAÇÃO POLÍTICA
ESPANHA
Catalunha e o país basco, por muitos anos, lutaram pela
autodeterminação e a conseguiram em 1978, dois anos após a
morte do ditador Franco, quando a Espanha ganhou uma nova
Carta Magna. Todos os seus estados se tornaram autônomos e
foram democratizados por completo. A nova Constituição, de
maneira inteligente. apaziguou os ânimos de cada região através
de um redesenho administrativo. Bascos e Catalões aprovaram a
proposta do novo governo. Através de referendum internos, os
integrantes das milícias depuseram as armas e disputaram as
eleições. Restou um grupo de radicais que ainda persiste em
usar a violência para fazer valer direitos que deveriam ser discuti-
dos democraticamente. São os integrantes do ETA, grupo que
22 BRASIL CONFEDERAÇÃO
ITÁLIA
São as províncias autônomas que fazem a força do país da
pizza, da pasta, da Ferrari, do design, da moda elegante, das
canções apaixonadas e tantos outros símbolos nacionais.
Giusepe Garibaldi unificou a Itália, mas conservou-se alto
grau de independência para cada província, e os italianos encon-
traram seu modo de resolver os conflitos internos. As diversidades
são muitas, as raízes das etnias são milenares em regiões domi-
nadas por principados, ducados ou pelo poder direto dos papas.
Os dialetos são dezenas, dividindo a língua nacional, embora o
italiano oficial seja o de Roma.
Há um caso de desejo de separação, no Tirol do Sul (região
do Alto Ádige). Até 1918, esta província pertenceu ao Império
Austro-Húngaro e agora clama pela independência ou pela rea-
nexação à Áustria. A líder do movimento, Eva Klotz, afirma que é
direito fundamental humano escolher com quem deseja conviver
em comunidade.
Mas, em geral, existe a satisfação de pertencer ao país da
“bota”. Trento comemorou 800 anos de ininterrupta autodetermi-
nação, no ano de 1991. Lombardia, Ticino, Grigiono e dezenas
de outras províncias são o resultado da formação de um país de
diferenças acentuadas, mas onde todos se sentem italianos.
Mas, a descentralização conseguida ainda não é suficiente.
Desejam muitos italianos a reforma política e tributária, para elimi-
nar o clientelismo encastelado no parlamento em Roma. Buscam
os italianos, para isso, a federalização completa do país no seu
mais amplo conceito.
EX-IUGOSLÁVIA
BRASIL CONFEDERAÇÃO 23
A DES-UNIÃO SOVIÉTICA
“Há entre os Estados, como entre os indivíduos, diversida-
des de cultura, de honestidade, de riqueza e de força. Mas, resul-
taria disso alguma diferença no que diz respeito a seus direitos
essenciais? A soberania é direito elementar dos Estados constitu-
ídos e independentes. Ora, a soberania quer dizer igualdade. Na
teoria como na prática, a soberania é absoluta”. (Rui Barbosa)
A “federação soviética não existe mais. Sobrou apenas a
prova de que o federalismo dominador e totalitário não tem mais
lugar em um mundo de tendências cada vez mais liberais. O ser
humano adquire a consciência de sua individualidade e busca o
respeito perdido - ou nunca gozado.
A União Soviética nunca foi na verdade uma federação, mas
uma “amarração” forçada de inúmeras etnias. A autodetermina-
ção nacional, movida pela força das etnias, demanda preliminar-
mente reconhecida como direito na Conferência de Versailles,
reviveu depois de 70 anos.
24 BRASIL CONFEDERAÇÃO
CAPÍTULO 4
OS PROBLEMAS DA CONFEDERAÇÃO
Não foram solucionadas todas as questões nacionais com
esse modelo. Vários estados, dada sua autonomia, aprovaram
resoluções que prejudicavam os outros, criando restrições ao co-
mércio interestadual. Em meio aos problemas da guerra da Inde-
pendência, a Confederação, amarrada frouxamente, não estabe-
lecera que o governo nacional deveria possuir autoridade especí-
fica para algumas questões, como a regulação do comércio, o
lançamento de impostos para fins nacionais, o controle das rela-
ções internacionais, a manutenção do exército e a fabricação e
controle da moeda. Havia nos Estados Unidos da América, inici-
almente, uma curiosa mistura de moedas nacionais e estadual
que se depreciavam rapidamente.
30 BRASIL CONFEDERAÇÃO
ição nem proibidos por ela aos estados, são reservados aos esta-
dos ou ao povo, e a supremacia das leis federais é limitada por
aquilo que for feito conforme manda a Constituição”.
Ficou estabelecido que a União teria a responsabilidade de
cunhar a moeda, criar impostos, fazer empréstimos, fixar pesos e
medidas, conceder patentes e copyrights, estabelecer correio e
construir estradas, além de manter o exército e a marinha e regu-
lar comércio internacional e interestadual, entre outras. Ficaram a
seu cargo as relações com os índios, a naturalização de estran-
geiros, o controle das terras públicas, a função de admitir novos
estados em absoluta igualdade. Adquiriu, portanto, poderes elás-
ticos para o planejamento nacional e para a organização das ge-
rações posteriores. Também ficou clara a situação geopolítica dos
Estados Unidos no contexto mundial, no decorrer dos anos e até
os dias atuais.
Embora a constituição confederativa das colônias fosse
substituída por uma constituição federativa, o princípio básico do
autogoverno - exceto nos negócios em comum dos estados - ficou
bem delineado.
Com a nova Constituição promulgada, o próprio Congresso
ganhou força ao se equiparar com o poder executivo e o judiciá-
rio. Depois de dezesseis semanas de deliberações, no dia 17 de
setembro de 1787, a nova Constituição, completa, foi assinada
por todos os estados que consentiram em ceder poderes à União
e a nova ordem foi adotada, após ratificação das 13 colônias da
Confederação, em 25 de junho de 1789.
Houve dificuldades para que todos os estados/colônias rati-
ficassem, em assembléias próprias, a Constituição Nacional, pois
havia receio de que a União adquirisse poderes excessivos e
transformasse a Carta em instrumento de tirana e opressão, atra-
vés de pesados impostos. Para vencer esse medo - bastante
justificado, diga-se de passagem - foi criada uma Declaração de
Direitos, encabeçada pelo estado de Massachussets, que a inclu-
iu na própria constituição estadual. A declaração foi logo adotada
pelos estados indecisos e terminou sendo incorporada à Carta
Magna Federal e transformada em lei suprema do país.
Entre esses direitos consta a garantia aos cidadãos dos
Estados Unidos a liberdade de religião, de palavra, de imprensa,
o direito de julgamento por júri, processos rápidos conforme a lei
32 BRASIL CONFEDERAÇÃO
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
BRASIL
RÁPIDAS CONSIDERAÇÕES
HISTÓRICAS SOB OUTRO PONTO
DE VISTA
CAPÍTULO 7
A POLÍTICA DA POLITICAGEM
Diz uma anedota que enquanto Deus fazia a criação do
mundo, tudo que havia de melhor ou de mais bonito colocava em
um determinado lugar chamado Brasil. O anjo Gabriel o acompa-
nhava apreensivo e perguntava se isto não seria uma tremenda
injustiça. Deus então respondeu-lhe: “- Fique calmo. Logo coloca-
rei ali os partidos políticos”. E assim foi. Boris Marschalov co-
mentou: ”O Congresso Nacional é bem estranho. Alguém se le-
vanta, fala e não diz nada. Ninguém presta atenção e então todo
mundo discorda”. Basta ligar a televisão para ver como este fato
se repete com freqüência. Acontece que o Congresso Nacional
sofre de dois males básicos. O primeiro vem da estranha propor-
cionalidade de representação popular, pela qual um deputado do
58 BRASIL CONFEDERAÇÃO
CONFEDERAÇÃO
UMA PROPOSTA DE REFORMA
Para que deixemos de ser esse estranho “mix” de 1º e 4º
mundo (muito mais de 4º), precisamos nos preocupar com os fa-
tos e com a realidade dos mesmos, com desapego às fórmulas
existentes. Precisamos convergir para a exigência uníssona da
verdadeira vontade expressa democraticamente: a descentraliza-
ção do poder, através da reforma do Estado, com a reforma da
Constituição, transformando o Brasil em uma Confederação.
Esta é uma proposta de reforma do nosso modelo básico
republicano e capitalista. Trata-se da troca de um modelo contrá-
rio à moderna técnica administrativa, buscando também a verda-
deira democracia participativa. Sem sangue, sem choques violen-
tos, afetando tão somente os interesses de quem se locupleta
com o atual estado das coisas.
CAPÍTULO 8
MOEDA
Atribuição exclusiva da União para fabricá-la e controlá-la.
Neste ponto a Confederação não muda. O que deve mudar, com
o tempo, é a menor velocidade das rotativas da Casa da Moeda,
à medida que a União tiver menos necessidade de emitir papel-
moeda e títulos de dívida pública para financiar a maquina estatal,
quando desmontada. Assim acontecendo, a economia terá mais
estabilidade e nossa “fábrica” de dinheiro poderá prestar serviços
para outros países, como acontecia antes.
CÂMBIO
BRASIL CONFEDERAÇÃO 71
SISTEMA FINANCEIRO
Deve ser coordenado pela União através do Banco Central,
autônomo. O controle deve, porém, ter caráter mais ético e os
poderes regulador e coercitivo devem ser aplicados apenas para
hamonizar o mercado e mantê-lo democrático. Isto se aplica às
instituições bancárias e financeiras em geral, com as devidas re-
formas. As bolsas devem ser reguladas através da CVM - Comis-
são de Valores Mobiliários e supervisão do Banco Central.
ESTADOS
Aos estados cabe o imposto sobre o preço final das merca-
dorias ao consumidor, um segundo imposto sobre a propriedade
rural improdutiva, o imposto sobre a propriedade de veículos (atu-
al IPVA) e a contribuição previdenciária e de pecúlio, exceção
feita quando existirem os seguros, pecúlios e previdência privada.
O imposto sobre o preço final das mercadorias substitui o
atual ICMS e o IPI, dentre outros, evitando o efeito cascata no
planilhamento dos custos de cada item que compõe um produto.
Tal imposto, retido pelo comerciante ou pelo industrial, deve ser
recolhido aos cofres públicos em no máximo 10 dias, através de
conta bancária. As alíquotas devem ser baixas, compatíveis com
a realidade da concorrência de produtos estrangeiros (Mercosul,
Europa, EUA, Ásia, etc). O Brasil pode tornar-se o novo “tigre lati-
no-americano”.
Naturalmente, será necessária uma hamonização de alíquo-
tas nas negociações interestaduais de serviços e mercadorias,
algo que pode ser discutido em fórum como o atual “CONFAZ”.
O Imposto sobre a propriedade rural improdutiva, em dupli-
cidade, justifica-se pelo duplo prejuízo que causa, ao estado e ao
país, a terra parada e a reforma agrária de discurso. É preciso, no
entanto, tomar cuidado para que não se torne um duplo motivo
para arrasar as reservas florestais e outros recursos da biosfera.
Florestas podem ser consideradas áreas produtivas.
Quanto a contribuição previdenciária e pecúlio, devem ser
pagas por empregados e empregadores, cabendo a maior parcela
ao empregado. Podem ser abertas a qualquer pessoa, mesmo
sem carteira de trabalho assinada, mediante contrato de adesão e
pagamento de carnê mensal.
BRASIL CONFEDERAÇÃO 73
MUNICÍPIOS
Cabe ao município o imposto sobre serviços de qualquer
natureza, o imposto sobre a propriedade territorial urbana (IPTU),
o imposto sobre a transmissão de bens imóveis inter-vivos ou ou-
tros impostos cedidos em plebiscito, tendo em vista o plano diretor
da cidade.
A tese da Confederação não exclui o municipalismo, pelo
contrário, podendo inclusive cada estado fazer sua própria política
municipalista, delegando maiores ou menores poderes às instân-
cias locais.
Nada impedirá que os estados repassem verbas aos muni-
cípios mais carentes, visando seu fortalecimento econômico e a
distribuição populacional. A qualidade de vida nos pequenos cen-
tros é a melhor política para desinchar os grandes centros. O ide-
al, porém, é haver o máximo de descentralização administrativa
também dentro dos estados, desconcentrando recursos e, por
conseqüência, poder decisório. O sistema confederativo requer a
sabedoria de dosar os recursos dos estados e dos municípios,
deixando grande margem para a criatividade local.
Requer melhor estudo a divisão mais intensa do território
nacional em estados e municípios. A França tem 36 mil comuni-
dades e a Suíça mais de 3 mil, sendo Genebra uma cidade com
cerca de 300 mil habitantes apenas. Assim, a qualidade de vida
aumenta consideravelmente. O Brasil, com sua imensidão tem
apenas 4.900 municípios e, quando são criados novos, não raro
cometem-se erros, emancipando-se distritos que ora condenam a
cidade a que estavam ligados, ora condenam-se a si mesmos por
falta de condições de sobrevivência. Surgem assim mais e mais
instrumentos e manipulação política.
74 BRASIL CONFEDERAÇÃO
PODER JUDICIÁRIO
Existem crimes federais, estaduais e municipais e um novo
Código Penal Brasileiro deverá determiná-los. Caberá as estados
formularem seus Códigos Penais, respeitando sempre o que diz a
Constituição no tocante às garantias individuais. Deverá haver
margem para que cada estado decida-se pela pena de morte,
trabalhos forçados ou reclusão pura e simples dos criminosos, a
critério da sua população.
Tribunais municipais de julgamento rápido serão instituídos
e terão juízes eleitos pelo povo. Tribunais estaduais terão como
atribuição julgar crimes de âmbito estadual, com júri popular. A
União manterá uma Corte Suprema, que decidirá sobre questões
de abrangência nacional e aquelas relacionadas com o poder
público nacional ou estadual, inclusive o impedimento do presi-
dente (impeachment), em caso de regime presidencialista, ou atos
lesivos ao patrimônio nacional por crimes de corrupção ou de a-
tentado.
Preocupação maior que homogeneizar usos, costumes e
cabeças de um país inteiro deve ser a evolução e o enriquecimen-
to cultural. Deve-se permitir que a sociedade evolua em seus pre-
ceitos morais, a exemplo do que ocorre no mundo. É a humani-
BRASIL CONFEDERAÇÃO 75
EDUCAÇÃO
A proposta é de criação de um Código Nacional de Educa-
ção, ficando a tarefa de aplicá-lo aos estados e municípios. O
Código preverá apenas algumas diretrizes básicas para ajuste
dos interesses comuns. Serão mantidas as universidades federais
em quantidade de uma para cada estado e serão determinados
no Código a quantidade mínima de universidades gratuitas para
cada estado e o currículo mínimo para cada ano letivo.
SAÚDE
Cabe aos estados e municípios gerenciar as contribuições
arrecadadas para tal fim e prover o atendimento das necessida-
des. Quanto mais municipalizado o atendimento, melhor.
Deve existir um Código Nacional de Saúde para ditar algu-
mas diretrizes básicas referentes a epidemias e endemias. Chega
de intermediações de verbas e desvios. Caberá a um simples De-
partamento Nacional de Saúde a regulamentação da vigilância
sanitária, da produção de drogas, medicamentos, alimentos, cos-
méticos e domi-sanitários e sua normatização. Aos estados e mu-
nicípios é delegada aplicação das normais nacionais, cada qual
com atribuições em determinadas áreas.
MEIO AMBIENTE
Não é sensato unificar a legislação sobre meio ambiente da
diversidade ecológica nacional. É possível, no entanto, estabele-
cer um Código Nacional de Meio Ambiente sintonizado com as
diretrizes fixadas nos acordos internacionais, cabendo o cumpri-
mento das normas aos estados. A estes competirá agregar as
normas de seus governos que considerem importantes e neces-
76 BRASIL CONFEDERAÇÃO
AMAZÔNIA
É um caso à parte na questão ambiental brasileira, dado o
interesse internacional que incide sobre a maior e talvez a mais
importante reserva de recursos naturais do mundo. É um caso de
planejamento estratégico de interesse de todos os estados-
membros da União, a ser atribuído aos representantes estaduais
no Congresso, aos governadores e ao governo federal. Os meios
de preservar a Amazônia e manter sob controle os interesses na-
cionais e internacionais que incidem sobre ela devem ser estuda-
dos com muita seriedade. Lá concentram-se as riquezas que pro-
vavelmente até os estrangeiros (que sabem da Amazônia mais
que nós brasileiros) desconhecem.
Talvez seja mais interessante transformar o Amazonas em
Território Federal. Sem dúvida, um tema polêmico, mas por que
não discuti-lo?
ESTRANGEIROS
A política externa caberá exclusivamente à União, com a
possibilidade dos estados serem chamados a opinar. Caberá à
União exclusivamente a autorização para permanência de estran-
geiros no país, assim como a emissão de passaportes.
QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
BRASIL CONFEDERAÇÃO 77
TRÂNSITO
Caberá à União formular o Código Nacional de Trânsito em
comum acordo com os estados, mas aos estados e municípios
caberá aplicar a legislação de trânsito.
Não há necessidade de uma Polícia Rodoviária Federal.
Poderá haver, no entanto, uma Polícia Rodoviária Estadual encar-
regada da guarda das rodovias e uma Guarda Municipal, respon-
sável pelas vias urbanas. As multas urbanas são cobradas pelo
município e as rodoviárias pelo estado.
A Polícia Estadual atuará também nas rodovias federais,
assim chamadas apenas por questão de planejamento nacional e
fluxo estratégico.
ESTRADAS
É interessante a existência de um macro planejamento e
uma integração nacional através dos transportes. A União pode
se encarregar da formulação de planos rodoviários, ferroviários,
hidroviários e aeroviários, sempre em consenso com os estados.
A construção de estradas e sua conservação é, porém, assunto
que pode estar apenas na alçada dos estados, para a iniciativa
pública ou para concessões à iniciativa privada. É de interesse de
cada estado possuir uma boa malha viária, peça fundamental de
infra-estrutura e de política de desenvolvimento econômico. É
também um bom indicador da qualidade dos governos e da orien-
tação de suas prioridades, além do fator de emulação interesta-
dual para o progresso nacional.
FERROVIAS
Nas últimas décadas os governos nacionais foram respon-
sáveis pela adoção apenas do modelo rodoviário de integração
nacional. Foi um verdadeiro crime hediondo contra a nação. As
78 BRASIL CONFEDERAÇÃO
TELECOMUNICAÇÕES
Fala-se muito em privatização do sistema e, sem dúvida
nenhuma, é mais fácil para um governo gerenciar as concessões
do que administrar grandes empresas paraestatais. É necessário,
porém, um Código Nacional de Telecomunicações que harmonize
as relações e estimule intercâmbio das companhias estaduais e
municipais. É um setor bastante organizado em nível internacio-
nal e que não apresenta maiores dificuldades de gerenciamento.
Não é necessária a existência de uma Telebrás ou qualquer outra
empresa estatal para isto. Apenas uma coordenadoria ou secre-
taria que faça cumprir as disposições do Código.
BRASIL CONFEDERAÇÃO 79
CORREIOS
É difícil vislumbrar a privatização total de serviços desta na-
tureza e até mesmo sua estadualização, dada a necessidade de
compensar nas tarifas os custos das entregas em lugares longín-
quos ou de baixo tráfego.. O que pode ser pensado, todavia, é a
autonomia do sistema de correios e formas de controlar seu ge-
renciamento. A maioria dos países os mantém sob o controle
governamental.
ENERGIA ELÉTRICA
Este setor pode ser perfeitamente estadualizado, mediante
normas comuns previstas em um Código Nacional de Energia,
harmônico em nível interestadual no âmbito da América do Sul.
Cada estado pode determinar ou não sua privatização. Este é
outro grande fator estratégico para o desenvolvimento industrial e
passível de tornar-se motivo de competição interestadual, aprovei-
tando-se também, como renda adicional, os excedentes de ener-
gia.
ENERGIA NUCLEAR
Competência da União. Sem maiores comentários. Mas a
iniciativa privada deve ser chamada a participar dos projetos, a-
ções e pesquisas, como acontece nos países desenvolvidos.
80 BRASIL CONFEDERAÇÃO
SEGUROS
Falta no Brasil credibilidade e profissionalização neste setor.
Há muito a desenvolver no sentido de baixar prêmios e melhorar
serviços. É um setor vital para a economia que poderá ficar sob a
competência da União, para coordenar a iniciativa privada através
de um Código Nacional de Seguros. Nos Estados Unidos e na
Europa há seguros para tudo e todas as pessoas são subscritoras
de um ou outro tipo de cobertura, pois sabem que, se acontecer
alguma coisa, o seguro será pago antes para ser discutido depois.
Até mesmo no setor da saúde é assim, pois todo e qualquer aci-
dente ou emergência é prontamente atendido para que depois
seja solicitado o cartão e seguro para a cobertura das despesas.
Por que não é assim também no Brasil?
Aqui é comum a pessoa precisar entrar na justiça para re-
ceber o que lhe é de direito.
INFORMÁTICA
Uma legislação nacional deve referir-se aos aspectos éticos.
Deve haver grande liberdade de ação, para que haja de fato de-
senvolvimento. Cabe aos estados e à União apenas o incentivo à
equalização da tecnologia nacional com a estrangeira, financian-
do projetos privados, quando for o caso. A União poderá interferir
apenas exigindo a comunicação dos projetos de “hardware” e
“software” para fins estatísticos.
PROPAGANDA COMERCIAL
Já temos o Conar e funciona muito bem. Cabe à sociedade
interferir, caso se sinta agredida moralmente.
PLANEJAMENTO URBANO
Competência exclusiva de cada cidade, sem interferência da
União ou do estado.
BRASIL CONFEDERAÇÃO 81
TURISMO
Liberdade total para que cada cidade ou estado se promova
interna ou externamente para fins de atração de turistas e de divi-
sas da chamada “industria sem chaminés”. A única interferência
da União diz respeito a concessão de vistos de entrada de es-
trangeiros no país. E só.
DESPORTO
Competência dos estados e municípios, subsidiariamente e
de acordo com o planejamento e vontade de cada região. A União
poderá incentivar o desporto nacional, mas não interferirá nas
entidades nacionais que coordenar o futebol, o voleibol, os espor-
tes olímpicos e assim por diante.
CULTURA
Não cabe ao governo interferir no desenvolvimento cultural
de um povo e principalmente nas culturas regionais. O incentivo
às artes poderá ser bem recebido.
LEGISLAÇÃO NACIONAL
Caberá à União, através de Congresso Nacional, votar leis
como a de Propriedade Industrial, Registro Comercial e Concorda-
ta dentre outras que já existem e são sempre interesse comum a
todos os estados. Nesta categoria se encaixam também Pesos e
Medidas, Normatização Técnica, coordenação das Estatísticas.
No caso do Registro Comercial a competência já é dos estados e
o que falta é a modernização, do que já vem ocorrendo. Ativida-
des específicas como estas podem ser realizadas sem a criação
de estruturas administrativas federais. Há sempre alternativa de
os estados atuarem em conjunto, apenas com supervisão fede-
ral.
82 BRASIL CONFEDERAÇÃO
POLÍCIA
Uma Polícia Federal é necessária para tratar de determina-
do tipo de casos. As polícias estaduais e municipais cuidarão do
resto. Não há necessidade de Polícia Militar. A polícia deveria,
isto sim, absorver muito do treinamento militar, inclusive ordem
unida e disciplina.
Fica aqui registrada a proposta de ações futuras no sentido
de concentrar as forças policiais, ao invés de dividi-las em corpo-
rações que muitas vezes têm conflitos entre si. Fica também a
proposta de eleições para os chefes de polícia de cada cidade e
chefes distritais nos grandes centros, com objetivo de exigir efeti-
va competência para manutenção do cargo ou para aspirar posi-
ções superiores.
LEGISLAÇÃO ELEITORAL
Uma total reforma é necessária, visando restabelecer a pro-
porcionalidade e verdadeira representatividade democrática den-
tro do Congresso Nacional.
Quanto ao processo eleitoral nos estados e municípios pode
ser implantado o voto distrital. No que diz respeito aos deputados
federais, devem receber votos em todo o estado que representa-
rão. Em relação a senadores, idem, mas apenas um por estado.
Poderão até fazer campanha em nível nacional, em razão de atri-
buições especiais. O Brasil é muito grande para isto, motivo que
nos leva à proposta da Confederação, mas esta é uma questão a
ser estudada, pois o senador deve ter a visão voltada para os
macro problemas nacionais e para a área internacional.
Para facilitar e possibilitar uma campanha deste porte, inclu-
sive a de presidente se for o caso, a União financiará cada candi-
dato (senador e presidente), com verbas e acesso à TV como
ocorre em quase todos os países. As doações deverão ser permi-
tidas tanto por pessoas físicas como jurídicas, pois este é o ver-
dadeiro espírito participativo com a transparência que se faz ne-
cessária. As doações de grandes somas, acima de um determi-
nado valor, deverão ser divulgadas e se for descoberta alguma
composição com vistas a desviar a concentração de dações por
uma só entidade ou pessoa a um determinado candidato ou parti-
do, esta atitude deverá ser punida. A participação é necessária
BRASIL CONFEDERAÇÃO 83
REGISTRO CIVIL
LEIS TRABALHISTAS
Também aqui é necessária uma reforma total. O paternalis-
mo brasileiro não encontra comparação no primeiro mundo em
termos de proteção ao trabalhador. Aplicar “direitos trabalhistas”
84 BRASIL CONFEDERAÇÃO
SINDICALISMO
Deve ser livre a organização de sindicatos e sem exclusivi-
dades territoriais de cada estado, podendo haver, quando muito,
um código de ética para limitar abusos.
A greve é um direito inalienável do trabalhador, porém,
quando atingir setores tidos como essenciais, ou as repartições
públicas, deve acarretar a responsabilidade civil e penal, como
forma de coibir a mercantilização e politização descontrolada da
BRASIL CONFEDERAÇÃO 85
HABITAÇÃO E SANEAMENTO
Competência dos estados e municípios. Devem ser criados
meios que possibilitem a formação de fundos para estas obras,
tais como cooperativas de crédito e outros sistemas, inclusive
através do sistema financeiro convencional.
A descentralização é fundamental, mas requer muitos estu-
dos ainda. E cada estado encontrará suas próprias soluções.
AGRICULTURA
Um Departamento Nacional de Agricultura terá como res-
ponsabilidade coordenar, em conjunto com os estados, o plantio
das principais culturas. Há necessidade de constante planejamen-
to e orientação, para que se fortaleça o agricultor nacional, evi-
tando-se as quebras que ocorrem, especialmente no segmento
dos pequenos proprietários rurais, depois da colheita, na hora de
acertar as contas com os bancos. O planejamento agrário deve
visar a exploração inteligente das terras produtivas.
Para evitar quedas desastrosas dos preços quando ocorrem
super safras, o primeiro remédio é o planejamento do plantio, so-
bre o qual o Departamento Nacional de Agricultura poderá influir
através da colaboração dos governos estaduais e das cooperati-
vas. Mas, como os resultados agrícolas são em grande margem
imprevisíveis, há necessidade de um sistema nacional de esto-
ques reguladores e de garantia da comercialização. Não cabe à
União ou aos estados participar da comercialização ou da estoca-
gem, mas tão-somente negociar com a iniciativa privada e seus
representantes os mecanismos de regulação. As cooperativas de
crédito agrícola devem ser liberadas e regulamentadas, para que
financiem a produção, adquiram os estoques e sejam devidamen-
te capitalizadas para cobrir as eventuais quebras. A União contro-
la, com ajuda dos estados. A iniciativa privada opina e executa.
86 BRASIL CONFEDERAÇÃO
POLÍTICA MACRONACIONAL
O Plano de Ação de Desenvolvimento Nacional, como cita-
do, visa nada mais do que uma visão de conjunto das forças re-
presentativas da sociedade brasileira (políticas, empresariais, sin-
dicais e associativa) acerca das ações de interesse comum. As
BRASIL CONFEDERAÇÃO 89
CAPÍTULO 9
PALAVRA LIVRE
O PODER DESCENTRALIZADO
“Ao longo de dezenas de anos, ouvimos dizer que o Brasil é
o país do futuro. E o futuro não chega. E nem vai chegar se fi-
carmos somente esperando, ouvindo queixas, reclamações, de-
núncias de fraudes, de corrupções, de desvios de verbas ... e
ficando passivos, inconformados e impotentes.
Existe uma luz no final do túnel, é a descentralização do
poder, é a proposta da Câmara Júnior Empresarial de Curitiba
para adoção de um novo modelo administrativo: a Confederação.
Os estados terão autonomia administrativa, financeira e ju-
diciária para conduzir os seus caminhos de acordo com as neces-
sidades e prioridades de seus habitantes, tendo ambos um rela-
cionamento mais íntimo e mais próximo, solucionando cada pro-
blema de forma mais ágil, menos onerosa, mais justa e confiável.
A competência do governo é medida pela qualidade de vida de
seu povo.
A hora é agora. Vamos fazer acontecer as mudanças como
única forma de sobrevivência. O futuro começa no presente. A
Confederação é a alavanca para o futuro”.
Rosemary Artmann é empresária e Diretora
Secretária da Câmara Júnior Empresarial de Curitiba.
ACORDAR O GIGANTE
“Desde que acompanho o cenário político e econômico de
nosso país, tive a oportunidade de observar alguns fatos interes-
santes, acontecimentos milagrosos. O desaparecimento de ver-
bas, a multiplicação de impostos e outros.
92 BRASIL CONFEDERAÇÃO
BOA RECEITA
“Descentralizar para melhor servir. As necessidades de cada
estado podem ser melhor administradas por quem nele vive. Que
cada estado priorize-as e que as viabilize com os recursos de sua
gente. Participar ao governo central o necessário para manter
uma estrutura menos onerosa. Vamos deixar de mandar excesso
a um centro administrativo, para não termos, depois, de mendigar
o que nos pertence.
Ao invés de produzirmos recursos e os enviarmos à Brasília,
vamos simplificar, evitando os caminhos da centralização. Por que
não o remédio da Confederação? Uma boa receita para um país
de dimensões continentais.”
Sadi Polettto é representante comercial e membro da
Câmara Júnior Empresarial de Curitiba.
MEU FILHO
“É uma rara oportunidade para um pai congratular-se com
seu filho, por um trabalho como este, que demonstra grande co-
nhecimento e sensibilidade fora do comum.
O teu interesse pelas coisas do mundo vem desde criança,
com tenra idade - 6 a 7 anos em diante -, demonstrado em nos-
sas conversas nas quais pude transmitir, graças às oportunidades
que tive para visitar muitos países e conhecendo o modo de vida
de cada um deles.
Em torno dessa curiosidade, tu passaste a te preocupar com
o próprio país, chegando finalmente a uma tese político-
administrativa que deveria nortear o Brasil, o qual adotei como
pátria há mais de 35 anos.
Vivendo vários regimes, conheci o feudalismo, o nazismo e
o comunismo.
À procura da liberdade, busquei o Brasil. Jamais aceitei que
este país - com tantas riquezas, tanto solo, tanta potencialidade -
não tivesse passado apenas de uma promessa, exatamente o
que era quando aportei em Santos.
Estão muito claras, para mim, as razões expostas nesse
trabalho e não tenho dúvidas de que os brasileiros, ao adotarem
BRASIL CONFEDERAÇÃO 97
CAPÍTULO 10
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante das rápidas mudanças que ocorrem no planeta, es-
pecialmente de 1989 em diante, o Brasil não pode ficar para trás,
à margem do processo. É preciso redimensionar nossa postura no
contexto geopolítico mundial sob pena de não oportunizarmo-nos
nas novas dimensões que se avizinham, com o limiar do terceiro
milênio.
Você, caro leitor, quer que o Brasil continue sendo “terceiro
mundo”? Quer que sejamos colônia? Persistindo a atual desorga-
nização e a falta de rumo certamente não passaremos disso. Já
perdemos muito tempo. Tivemos atrasos consideráveis em de-
senvolvimento, marginalizando nosso povo, impedindo seu ama-
durecimento político a tal ponto que está praticamente perdido o
sentido de cidadania, o conceito de nação e de pátria. Nossos
jovens sonham mudar-se para outros países. Pagamos impostos
e damos risadas quando as charges nos jornais e TVs brincam
com os escândalos, a roubalheira, a corrupção.
Votamos sem convicção, elegendo para grandes cargos
públicos pessoas que não conhecemos de fato, apenas porque
fazem belas campanhas publicitárias. Não nos candidatamos aos
cargos eletivos pensando em contribuir para a melhoria qualitativa
da classe política, por muitas razões, que vão desde a descrença
no sistema até a “preservação da própria imagem”.
Os brasileiros não acostumaram a valorizar-se, a ter orgulho
de sua identidade. Ora se auto penalizam, ora tentam reinventar a
roda. Mas é um povo extremamente criativo e resistente, pronto
para enfrentar o trabalho e para fazer sacrifícios que acredita ser
necessários. Os Planos Cruzado e Collor I demonstram isso.
Pelo bem do país, conformou-se até com o saque de pou-
pança individual.
BRASIL CONFEDERAÇÃO 99
BENEFÍCIOS PRÁTICOS
Analisando-se todo o contexto do novo modelo administrati-
vo que se propõe, fica fácil perceber, mesmo subjetivamente, os
benefícios obtidos para a Nação e para o cidadão.
Mas vale a pena citar alguns:
PREÇOS/INFLAÇÃO
Com a reforma do modelo administrativo, altera-se o siste-
ma tributário, ocorrendo uma importante queda nos preços, já que
100 BRASIL CONFEDERAÇÃO
MAIS TRABALHOS/SALÁRIOS
Com o reaquecimento da economia, haverá, como reflexo
imediato, a geração de empregos e aumento dos salários, fruto da
mesma lei que rege o mercado como um todo: a oferta e a procu-
ra.
MAIS JUSTIÇA
Com a simplificação do judiciário, que terá instâncias locais
e estaduais como balizadoras da justiça comum, os procedimen-
tos terão maior agilidade e correção. A justiça deve ser certa e
não pode tardar para ser justa.
DISTRIBUIÇÃO DA RENDA
Com os impostos ficando dentro dos estados e municípios,
sobrarão mais recursos para o desenvolvimento e aplicação em
educação, saúde, habitação, justiça, crédito para indústria e co-
mércio, saneamento e tudo que seja necessário para o bem-estar
coletivo. Acaba-se com os passeios das verbas, intermediações,
PCs, clientelismo político e tantas outras mazelas provocadas
pelo centralismo crônico vivido pelo Brasil.
FIM DO ÊXODO
Com a distribuição de renda melhorada e dependendo dos
planejamentos macros estaduais de desenvolvimento e investi-
mentos, poderá buscar-se o fortalecimento dos municípios interio-
ranos, incentivando-se a fixação do homem nestes, evitando o
inchaço urbano nos grandes centros, diminuindo com isso a cri-
minalidade e o favelamento, reflexos do quadro atual.
COMPETITIVIDADE
BRASIL CONFEDERAÇÃO 101
CONCLUSÃO
Lideranças sindicais de todas as cores políticas, profissio-
nais, estudantes, enfim, todos podem e devem refletir e agir no
sentido das mudanças urgentes. Não há outro caminho senão a
modernização da democracia brasileira através do modelo admi-
nistrativo adequado a um país de 8 milhões e 500 mil quilômetros
quadrados. E já!
“São os homens que fazem a história e não a história que
faz os homens. Quando falta liderança a sociedade permanece
imóvel. O progresso acontece quando líderes de coragem e habi-
lidade aproveitam a oportunidade para colocar as coisas em mar-
cha na boa direção”- disse Harry Truman.
Aqueles que têm uma visão prática e patriótica e se sentem
na responsabilidade de deixar para os seus descendentes um
102 BRASIL CONFEDERAÇÃO
DADOS BIBLIOGRÁFICOS