You are on page 1of 23

COMO LIDAR COM AS BIRRAS DAS

CRIANÇAS: GESTÃO DA FRUSTRAÇÃO


Desde muito cedo que as crianças procuram testar os limites daqueles que as
rodeiam. Como agir quando o seu filho resolve fazer uma birra?
COPYRIGHT MÃE-ME-QUER® 05/07/2014

Como agir quando o seu filho resolve fazer uma birra:

 Procure distraí-lo: leve consigo um brinquedo


 Não valorize a birra
 Não se exalte nem perca o autocontrolo
 Converse sobre o sucedido
 Firmeza sim, autoritarismo não
 Comportamentos e consequências
 Gestão da frustração
 Promoção da autonomia
 Intervenção Psicológica
ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM AS BIRRAS DAS CRIANÇAS:
GESTÃO DA FRUSTRAÇÃO

Antes dos dois anos, a criança deverá ouvir a palavra “ Não” perante um
desejo seu, que não seja apropriado.

É fundamental que comece a criar mecanismos de gestão do conflito, e de


resolução do “não”.

Se, eventualmente, as crianças não foram contrariadas e continuarem a ser


mimadas e super protegidas, em adultos, serão muito inseguros, e com
imensa dificuldade no processo de tomada de decisão, procurando sempre
apoio.

Outras características poderão ser desenvolvidas, aquando da má gestão


da frustração, nomeadamente, as obsessões e agressividade.
COMO AGIR QUANDO O SEU FILHO RESOLVE FAZER UMA
BIRRA?

Desde muito cedo que as crianças procuram testar os limites daqueles que
as rodeiam. O que é facto, é que encontramos pais e educadores com
atitudes firmes e outros em que o estilo educativo permissivo lidera.

Perante as atitudes de pais ou educadores, as crianças percebem


rapidamente se têm ou não espaço para agir, e assim, identificam
facilmente as cedências que se vão seguir nas birras.

É cada vez mais evidente, a dificuldade que os pais manifestam na distinção


do que representa uma postura firme e outra autoritária. Na minha prática
clínica, observo pais, que revelam dificuldades em assumir posições firmes
perante comportamentos desadequados dos seus filhos, pelo receio que
possa advir daí alguma consequência psicológica e que estes deixem de os
amar.

As crianças necessitam de limites razoáveis, regras claras e consistentes.


Um adulto feliz terá sido, necessariamente, uma criança que cresceu com
regras.

Pais e educadores podem tomar uma atitude capaz de melhorar a situação


quando as crianças não sabem lidar com o “Não”.

Existem dois fatores que contribuem, igualmente, para as cedências que os


pais fazem, durante as birras: a culpa e a falta de paciência para procurar a
melhor estratégia no sentido de resolver a situação.

Acontece que, em vários momentos cruciais, os pais não valorizarem a birra


e, assim, a criança desenvolve um comportamento autoritário.

É fundamental que as crianças entendam que não conseguem sempre o


que desejam, nem tão pouco sempre que lhes apetece mesmo que
insistam com os pais.

Os pais, habitualmente, têm um comportamento bastante condescendente


com os filhos. A determinada altura zangam-se, mas vencidos pelo cansaço,
voltam a ceder. Perante a inconstância e incoerência das regras aplicadas,
os filhos tornam-se mais teimosos, e como tal, com mais predisposição
para birras.

ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM AS BIRRAS DAS CRIANÇAS:


PROCURE DISTRAÍ-LA

Quando acontecem os primeiros sinais ou momentos de birras a estratégia


ideal é pegar ao colo e faze-la rir, divertindo-a com palhaçadas.

Desvie o foco da criança, através algo diferente, dependendo do local onde


se encontra, eventualmente apontando para um avião, um cão, um
brinquedo, etc.

É fundamental, usar a criatividade!

Estratégias para lidar com as birras das crianças: sono, fome ou


necessidade de carinho

Por detrás de uma birra poderá estar uma criança com sono, fome, ou com
necessidade de um carinho. Se assim for, responda com serenidade e seja
afetuoso. Não são poucas as vezes em que essa atitude é suficiente para
que a birra pare.

LEVE CONSIGO UM BRINQUEDO

Sempre que possível, antes de sair de casa com os seus filhos, previna-se
de possíveis contratempos, leve um brinquedo de que ele goste bastante,
de modo a manter-se ocupado durante o espaço de tempo em que faz as
suas compras.

ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM AS BIRRAS DAS CRIANÇAS:


NÃO VALORIZE A BIRRA
Se a tentativa de distração não resultar, não valorize a birra. Se está numa
loja ou supermercado e o seu filho lhe pedir algo, e inicia uma birra, não
deve dar atenção ao sucedido.

Continue as suas compras sem atribuir qualquer importância ao que está a


acontecer. A criança entende que não vai cumprir o seu objetivo e para de
chorar.

Importa que o seu filho perceba que não se sente, minimamente


constrangido/a perante as outras pessoas, com a birra que ele está a fazer.

ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM AS BIRRAS DAS CRIANÇAS:


AUTOCONTROLO

NÃO SE EXALTE

No momento em que a birra está a acontecer, não se manifeste e afaste-se


um pouco do seu filho.

Procure não se exaltar, se o fizer não vai obter resultados a longo prazo.

Aguarde que ele se aproxime de si, e aí sim, poderá perguntar-lhe


serenamente se está tudo superado.

NÃO PERCA O AUTOCONTROLO

O auto controle dos pais é fundamental. Não devem perder o controlo


sobre a situação. Quando o fazem, as crianças assustam-se e a birra
intensifica-se, assim como a sua duração.

Diga ao seu filho que só conversará com ele depois de se acalmar. Falar
apenas resulta se estiver sereno para que consiga ouvir. Não se esqueça
que os pais, nesta altura, também deverão estar calmos.

ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM AS BIRRAS DAS CRIANÇAS:


CONVERSE SOBRE O SUCEDIDO
Converse com o seu filho após chegarem a casa. A conversa deverá ser,
obviamente, adaptada a sua idade.

Mostrar que o que fez, ou seja, que aquele tipo de atitude, nunca resultará
porque os pais não cedem a qualquer birra, é um modo funcional de evitar
que o episódio se repita.

O tom de voz utilizado deverá ser firme, contudo, o afeto pode e deve estar
presente, nomeadamente, pegando ao colo enquanto explica o porquê da
decisão tomada pelos pais naquela situação concreta.

Não se esqueça, não ceda a qualquer tentativa de manipulação.


ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM AS BIRRAS DAS CRIANÇAS:
FIRMEZA SIM, AUTORITARISMO NÃO

Importa mencionar que firmeza não implica utilizar gritos, palmadas e


outras semelhantes.

Gritar com os filhos, nomeadamente, em centros comerciais,


supermercados ou lojas, não é de modo algum eficaz para ultrapassar as
birras manifestadas.

Ameaçar ou bater não é útil, muito menos, à frente de outras pessoas,


apenas o fará sentir-se humilhado. Comentários, como por exemplo: ”és
um mariquinhas”, “bebe chorão”, confere um ataque a auto estima da
criança, conduzindo a mais problemas do que resultados positivos.

Existe alguma confusão relativamente aos conceitos de firmeza e


autoritarismo. Estes apresentam diferentes significados, e quando
aplicados revelam resultados distintos. Enquanto as práticas parentais
orientadas para a definição de regras, e cumprimento das mesmas
resultam, as que implicam autoritarismo não.

Crianças reproduzem os modelos dos pais ou educadores

É essencial, não esquecer que as crianças imitam os modelos que veem em


casa. Se, eventualmente, os pais apresentarem um comportamento
impulsivo ou agressivo, quando chegam a casa, nomeadamente, cansados
ou aborrecidos, as crianças poderão reproduzir este comportamento.

ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM AS BIRRAS DAS CRIANÇAS:


COMPORTAMENTOS E CONSEQUÊNCIAS

Os pais deverão definir regras claras para que as crianças sejam capazes de
se orientarem.

As crianças necessitam compreender que os seus comportamentos têm


consequências.

Quando os pais decidem algum tipo de punição, esta deverá depender,


obviamente, da sua idade. Se optarem pelo “castigo”, é aconselhável, não
mais de um minuto por cada ano de idade, uma vez que, para uma criança
de dois anos, por exemplo, estar dois minutos quieta e sentada é uma
eternidade.

O “Time out” é uma estratégia utilizada, que tem como objetivo, acalmar a
criança e acalmar-se a si também.

Retira-se a criança do local do episódio e levamo-la para um outro lugar


onde seja possível estar sentada mas sem qualquer distração.

Aqui é-lhe dito que permanecerá naquele local durante alguns minutos até
se acalmar e que não tem permissão para sair enquanto não lhe for
autorizado. O “time-out” é uma técnica e não um castigo. Tem como
finalidade ajudar a criança acalmar-se, controlar-se internamente,
reorganizar-se emocionalmente e pensar no que fez.

Durante este processo, não poderá dar-lhe qualquer atenção nem


explicação, de modo a que a estratégia seja eficaz.

ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM AS BIRRAS DAS CRIANÇAS:


GESTÃO DA FRUSTRAÇÃO
Antes dos dois anos, a criança deverá ouvir a palavra “ Não” perante um
desejo seu, que não seja apropriado.

É fundamental que comece a criar mecanismos de gestão do conflito, e de


resolução do “não”.

Se, eventualmente, as crianças não foram contrariadas e continuarem a ser


mimadas e super protegidas, em adultos, serão muito inseguros, e com
imensa dificuldade no processo de tomada de decisão, procurando sempre
apoio.

Outras características poderão ser desenvolvidas, aquando da má gestão


da frustração, nomeadamente, as obsessões e agressividade.

COMO LIDAR COM AS BIRRAS DOS 2 AOS 3


ANOS
Compreenda o que está na origem das temidas birras, como as evitar e o que fazer
quando o seu filho faz uma birra.
COPYRIGHT MÃE-ME-QUER® 09/09/2016

COMO LIDAR COM AS BIRRAS DOS 2 AOS 3 ANOS


As crianças entre os dois e os três anos de idade têm muitas habilidades
mas controlar os seus temperamentos não é uma delas.

As birras são comuns nesta idade porque as crianças pequenas começam a


torna-se independentes, a desenvolver as suas próprias ideias,
necessidades e desejos. Contudo, ainda não o sabem fazer utilizando
palavras. E, então, fazem uma birra.

A boa notícia é que esta fase é passageira e que, por volta dos quatro anos,
as birras desaparecem.

A MAIORIA DAS CRIANÇAS PEQUENAS:

 Adoram dizer: “Não!“, “É meu!“, “Sou eu que mando“;

 Testam os pais pondo as regras à prova uma e outra vez;

 Ainda não sabem partilhar;

 Necessitam de muitas atividades divertidas, tempo para brincar e


oportunidades para explorar o mundo;

 Adaptam-se bem às rotinas diárias (alimentação, sono,…);

 Gostam de imitar os “grandes” e “ajudar” os pais em pequenas


tarefas.
COMO LIDAR COM AS BIRRAS?

É mais fácil prevenir uma birra do que lidar com ela. Procure colocar os
seguintes conselhos em prática:

 Desvie a atenção do seu filho para outra coisa;


 Deixe o seu filho tomar decisões sobre pequenas coisas (“Queres
comer um iogurte ou tomar um copo de leite?“);
 Siga uma rotina diária de atividades divertidas, com descanso
adequado e uma alimentação equilibrada;
 Antecipe o que pode dececionar o seu filho e dê-lhe um escape
(“Hoje não vamos comprar as tuas bolachas preferidas mas podes
ajudar a escolher a fruta!“);
 Congratule o seu filho quando ele se consegue controlar e reforce
esse comportamento positivo exprimindo a sua satisfação por
palavras.
SE NÃO CONSEGUIR PREVENIR UMA BIRRA, EXPERIMENTE:

 Diga ao seu filho como espera que se comporte e confie que ele irá
seguir as suas indicações;

 Não perca a calma. Não se exalte. Controle o seu comportamento e o


modo como reage à birra. Nunca se esqueça que você é o modelo
que o seu filho deve seguir;

 Apoiar e demonstrar compreensão perante o motivo que motiva a


birra transmite segurança o que pode ajudar a acalmar a criança;

 Durante um episódio de birra, leve calmamente o seu filho para um


local tranquilo e fale com ele usando um tom de voz baixo e sereno.
Quando a criança se sente segura, acalma mais facilmente;

 Algumas crianças usam as birras para chamar a atenção dos pais.


Neste caso, ignore a birra. Depois de o seu filho se acalmar converse
com calma com ele sobre o sucedido e dê-lhe a atenção de que
necessita;

 Resista à tentação de reagir impulsivamente a uma birra. Mantenha a


“cabeça fria” e encare-a com algum sentido de humor. Não
sobrevalorize o comportamento nem se exalte. Isso só agrava a
situação;

 Se a birra se deve a uma contrariedade ou vontade não satisfeita,


não ceda só para acalmar o seu filho. Converse com ele, explique os
seus motivos e faça-o compreender o seu ponto de vista, mas com
calma. Demonstre que não será com esse tipo de comportamento
que terá as suas vontades ou desejos satisfeitos.
Claro que, num local público, não é agradável lidar com uma birra. Não se
sinta envergonhada nem deixe que isso condicione a forma como reage. Se
a criança for educada no sentido de que as birras não terão o efeito
desejado, depressa deixa de recorrer a elas.

Por outro lado, é preciso compreender que a criança ainda


é emocionalmente imatura e não sabe lidar com o sentimento de
frustração. Cabe aos pais dar-lhe segurança e ajudá-la a adquirir
ferramentas que a ajudem a gerir esse tipo de sentimento e a auto-regular-
se.
VEM AÍ UMA BIRRA! E AGORA?
Considerando que as birras são normais, especialmente nas crianças entre os dois
e três anos de idade, como minimizar então, e até mesmo evitar, a frequência e
intensidade das birras?
COPYRIGHT MÃE-ME-QUER® 27/06/2015

AS BIRRAS DAS NOSSAS CRIANÇAS

Está um dia lindo. Decidem fazer um piquenique em família. Dão uma


corrida ao supermercado, a criança pede um brinquedo, dizem-lhe que
não.

Ela atira-se para o chão, desata num pranto, berra, esperneia, o volume
aumenta, olham para si de lado, alguns com olhares condenadores como
se estivesse a lesar a sua pobre criança. Sentem-se os piores pais do
mundo…Que se lixe o piquenique. Agora só querem é enfiar-se em casa o
resto do dia…

As birras são desagradáveis, muitas vezes deixam-nos em situações


embaraçadoras mas são normais, mesmo muito normais, especialmente
nas crianças entre os dois e três anos de idade.
Nesta idade começam a descobrir a vontade própria mas não conseguem
ainda expressar-se nem controlar a frustração de não terem
imediatamente algo que querem. Compete, portanto, aos pais ajudar as
crianças a melhorarem essas competências.

Todavia, as birras poderão ser a única forma que o seu filho pensa
encontrar para captar a sua atenção. Não se esqueça de lhe dar sempre
muita atenção positiva e de passar alguns momentos a sós com ele todos
os dias.

CONSIDERANDO QUE AS BIRRAS SÃO NORMAIS, COMO


MINIMIZAR ENTÃO, E ATÉ MESMO EVITAR, A FREQUÊNCIA E
INTENSIDADE DAS BIRRAS?
 Em primeiro lugar, não ceda à birra por mais tentador que seja. Isso
vai ensinar à criança que ao fazer uma birra ela irá conseguir o que
quer. Numa criança pequena uma birra pode ser bastante
desagradável, mas imagine como será numa criança mais velha ou
mesmo adolescente. A criança deve aprender desde cedo que não é
com birras que consegue o que quer.

 Procure evitar as birras. Procure precaver situações que


tipicamente conduzem a birras. Se notar que a criança está cansada
ou com fome não comece actividades novas. Identifique os factores
que põem a criança em stress. As crianças necessitam de aprender a
lidar com alguma frustração mas procure facilitar a sua vida evitando
o desenvolvimento das birras.

 Se notar que a criança está a iniciar uma birra, distraia-a com algo
como começar a cantar a música favorita dela, por exemplo.

 Se não conseguir evitar que a birra se instale, o melhor a fazer


será ignorar a criança mas certificar-se que esta se encontra
fisicamente em segurança. Não tente argumentar pois em situações
em que se lida com emoções fortes a tendência é não ouvirmos
ninguém. É importante manter-se calmo para que não diga algo do
qual se venha a arrepender.

 As birras em lugares com muita gente podem ser embaraçosas.


Lembre-se que é a criança que importa e não os estranhos. Nestes
casos, tente levar a criança para um lugar calmo e procure ser
paciente, neutral e calmo com ela. Diga-lhe que quanto mais cedo
terminar a birra, mais depressa retomarão o que estavam a fazer.

 Caso a criança tente dar pontapés, bater ou morder


alguém responda a esses comportamentos mas não à birra,
lembrando-a que aquele tipo de conduta não é tolerado.
 Assim que a criança terminar a birra, diga-lhe que não gostou do
seu comportamento. No entanto procure dizer-lhe algo positivo como
“Conseguiste controlar a birra rapidamente, muito bem.“.

 O seu filho faz birras para testar os limites da sua independência. Dê-
lhe alguma independência como por exemplo, escolher a roupa
que vai vestir mas estabelecendo firmemente que tem que se vestir
imediatamente.

 Finalmente, não se esqueça que é um modelo para o seu filho.


Procure dar-lhe um bom exemplo de como lidar com a sua própria
frustração como por exemplo, respirar fundo.

Normalmente, se se mantiver firme e não ceder à birra, a criança aprenderá


rapidamente que esta não funciona. No entanto, se com esta postura as
birras continuarem a repetir-se várias vezes ao dia e durarem mais que 20
minutos, consulte o pediatra da criança.
EDUCAR COM APEGO: 8 PRINCÍPIOS DESTE
ESTILO PARENTAL
A educação intuitiva ou educação com apego é uma doutrina que não se resume a
amamentar, dormir com os filhos e dar muito colo. Conheça os oito princípios
deste sistema de educação ou estilo parental.
COPYRIGHT MÃE-ME-QUER® 06/08/2016

A educação intuitiva ou educação com apego (do inglês attachment


parenting) é uma expressão do pediatra William Sears que, inspirada
na teoria do apego do pedopsiquiatra Jonh Bowly, define um conjunto de
princípios que definem o conceito da “educação com apego”.

EDUCAR COM APEGO

De acordo com a organização Attachment Parenting International (API), este


sistema de educação ou estilo parental, é constituído por oito princípios:

1. Preparar-se para a gravidez, para o parto e para a educação;


2. Alimentar com amor e respeito;
3. Responder com sensibilidade;
4. Promover o contacto físico;
5. Garantir um sono física e emocionalmente seguro;
6. Proporcionar cuidados amorosos consistentes;
7. Praticar a disciplina positiva;
8. Procurar um equilíbrio entre a vida pessoal e a vida familiar.
1. PREPARAR-SE PARA A GRAVIDEZ, PARA O PARTO E PARA A EDUCAÇÃO

Os pais devem prepara-se emocional e fisicamente para a gravidez e


para o parto. Há muita informação disponível sobre estes temas e é
essencial que os pais se informem sobre a gravidez, parto e cuidados ao
recém-nascido.

Conhecer as fases do desenvolvimento infantil também ajuda os pais a


estabelecer expectativas realistas e a manter a flexibilidade necessária na
avaliação das crianças, com a consciência de que cada uma se desenvolve
ao seu próprio ritmo.

2. ALIMENTAR COM AMOR E RESPEITO

A amamentação é a melhor forma de satisfazer as necessidades


nutricionais e emocionais de uma criança. Incentive os bebés e as crianças
a comer quando estão com fome e a parar quando estão satisfeitos.

Ofereça escolhas alimentares saudáveis e seja um modelo de


comportamento alimentar saudável.

3. RESPONDER COM SENSIBILIDADE ÀS NECESSIDADES DA CRIANÇA

Construa a relação com o seu bebé com base na confiança e empatia desde
o momento do nascimento. Sintonize-se com aquilo que o seu filho lhe está
a comunicar e responda-lhe de forma consistente e adequada.

Não se pode esperar que os bebés aprendam a auto consolar-se sozinhos.


Eles precisam de pais calmos, amorosos e empáticos que os ajudem a
aprender a regular as suas emoções.

Responda de modo sensível quando a criança está em sofrimento ou


quando expressa emoções fortes e compartilhe os seus momentos de
alegria.
4. PROMOVER O CONTACTO FÍSICO

O toque responde às necessidades de contacto físico, carinho, segurança,


estimulação e movimento do bebé. O contacto pele-a-pele é
especialmente eficaz, como quando amamenta, banha ou massaja o bebé.

Abraçar, embalar, transportar o bebé num pano porta-bebés (slings),


aconchegar, massajar e os jogos físicos ajudam a satisfazer a necessidade
de movimento dos bebé e das crianças.

5. UM SONO FÍSICA E EMOCIONALMENTE SEGURO

Os bebés e as crianças têm necessidades durante a noite, assim como de


dia: sentem fome, solidão e medo, têm calor ou frio. E contam com a
disponibilidade dos pais para os acalmar e ajudar a regular as suas
emoções mais intensas.

As técnicas de treino do sono podem ter efeitos fisiológicos e psicológicos


prejudiciais. Partilhar a cama com o bebé em segurança tem benefícios
tanto para os pais como para os bebés.

6. PROPORCIONAR CUIDADOS AMOROSOS CONSISTENTES

Os bebés e as crianças pequenas sentem uma intensa necessidade


da presença física de um cuidador amoroso, consistente e responsivo:
idealmente, o pai ou a mãe.

Se for necessário, escolha um cuidador que já desenvolveu um vínculo


afetivo com a criança e que cuida dela de modo a reforçar a relação de
apego. Mantenha horários flexíveis e minimize o stress e o medo
provocados por separações curtas.

7. PRATICAR A DISCIPLINA POSITIVA

A disciplina positiva ajuda a criança a desenvolver uma consciência guiada


pela sua própria disciplina interior e pela compaixão pelos outros. A
disciplina que é compreensiva, carinhosa e respeitosa fortalece a ligação
entre pais e filhos.
Em vez de reagir por impulso a um determinado comportamento da
criança, descubra as necessidades que conduzem a esse mesmo
comportamento. Comunique e elabore soluções em conjunto, mantendo a
dignidade de todos intacta.

8. PROCURAR UM EQUILÍBRIO ENTRE A VIDA PESSOAL E A VIDA FAMILIAR

É mais fácil ser emocionalmente responsivo quando estamos em equilíbrio.


Crie uma rede de apoio, defina metas realistas, coloque as pessoas em
primeiro lugar e não tenha medo de dizer “não“.

Reconheça, na medida do possível, as necessidades individuais de todos os


membros da família sem, contudo, comprometer a sua saúde física e
emocional.

Seja criativo, divirta-se em ser pai/mãe e não se esqueça de tirar algum


tempo para cuidar de si mesmo.
O TEMPERAMENTO DA CRIANÇA
Cada criança tem a sua própria personalidade, a sua maneira de interagir com o
mundo. O que é o temperamento? Como agir face a determinados
temperamentos da criança? Por Drª Joana Vilar, Psicóloga.
POR DRª JOANA VILAR - PSICÓLOGA 22/11/2014

É fácil de observar, especialmente se os pais tiverem vários filhos, como


cada criança tem a sua própria personalidade, a sua própria maneira de
interagir com o mundo ao seu redor:

 O que é o temperamento?
 Pistas para compreender o temperamento da criança
 Como agir face a determinados temperamentos da criança?
O QUE É O TEMPERAMENTO?

As crianças nascem com um temperamento. Este determina o seu nível de


atividade, timidez, ansiedade, irritabilidade, a sua capacidade de adaptação
a novas situações, etc..

Por exemplo, algumas crianças são muito ativas enquanto outras são mais
tranquilas, algumas precisam da presença constante dos pais, enquanto
outras tendem a brincar sozinhas durante horas. Algumas crianças são
extremamente sensíveis ao ruído, à luz, outras não. Todas estas diferenças
podem ser observadas nas primeiras semanas depois do nascimento da
criança. Estas são inatas e caracterizam o que é chamado de
temperamento.

Por sua vez, o resultado das interações entre o temperamento básico e as


múltiplas experiências em contacto com as pessoas que cuidam da criança
durante os seus primeiros anos de vida, constitui a sua personalidade.

É extremamente importante que os pais avaliem o temperamento dos seus


filhos e reajam ao mesmo de forma adequada.
Isso significa aceitar a criança como ela é e ajudá-la a adaptar-se a várias
experiências (separação temporária dos pais, entrada para a creche ou
para a escola, etc.) Isto é, em grande parte, a forma como os pais reagem
ao temperamento da criança, permitir-lhes-á uma pior ou melhor
adaptação a novas situações.
O SEU FILHO TEM 6 ANOS E AINDA FAZ
BIRRAS?
Bater, gritar, chorar, dar pontapés, atirar-se para o chão… As birras são um
pesadelo para os pais mas também são uma forma de a criança expressar os seus
sentimentos. Como lidar com uma birra?
POR DRª JOANA VILAR - PSICÓLOGA 17/01/2015

O SEU FILHO TEM 6 ANOS E AINDA FAZ BIRRAS?

As birras podem colocar à prova as competências parentais. Uma criança


de 3 anos que explode com impaciência ou uma de 6 que grita na loja
depois de ouvir um “não” são ambos exemplos de monitores de um acesso
de raiva.

O bater, gritar, chorar, dar pontapés, atirar-se para o chão e as palavras


pejorativas que acompanham uma birra são manifestações típicas em
crianças com idades compreendidas entre os três e seis anos, embora
algumas crianças dos sete aos nove anos ainda exibam estes
comportamentos. Esta explosão emocional pode ocorrer a qualquer
momento e em qualquer lugar, seja no consultório médico, no parque ou
no supermercado.
A BIRRA DA CRIANÇA: UMA EXPLOSÃO DE EMOÇÕES
CENTRADA NA FRUSTRAÇÃO DA CRIANÇA

Muitas vezes, a criança não consegue ficar parada, estar sentada ou


permanecer num determinado lugar. Por vezes, mesmo quando o motivo
da birra está resolvido (e.g. o pai que, finalmente, lhe dá o chocolate), a
criança pode não chegar a um nível de calma ou satisfação.

A montanha-russa emocional em que uma criança entra, quando está a


fazer uma birra, é por vezes atribuída a uma fase imatura de
desenvolvimento do cérebro, com destaque para a incapacidade em
regular as suas emoções.

As birras são de facto bastante temidas pelos pais, no entanto é importante


ter em mente que estas são ocorrências comuns e um comportamento
bastante esperado para as crianças. Por outro lado, também pode ajudar
manter-se na perspetiva de que as crianças não são as únicas a sucumbir a
um acesso de raiva e que mesmo os adultos são conhecidos por
apresentar esse comportamento indesejável.

Enquanto a birra que ocorre durante a infância é frequentemente


associada a um “não”, há outras causas para uma súbita explosão de
emoções. A lógica por trás de uma birra nem sempre é facilmente
percebida. O atirar-se para o chão e gritar, podem simplesmente ser um
caminho para as crianças mais agitadas libertarem o seu excesso de
atividade. Ainda, quando a criança tem fome ou está muito cansada, pode
exibir este comportamento pois é a forma que encontra para
conseguir comunicar e expressar estas necessidades.

Outras vezes, quando a rotina de uma criança é interrompida e se torna


difícil lidar com a confusão, as birras podem surgir com maior frequência.
As birras podem ainda surgir quando a independência é ameaçada, ou
quando a criança sente a pressão de um elevado nível de restrição.

Na maioria das circunstâncias que envolvem a birra, a raiz do acto é muitas


vezes centrada na frustração. Há também um equívoco quando se
associam as birras a situações unicamente desagradáveis. Mesmo quando
há uma elevada tensão ou stress no que respeita a situações agradáveis ou
emocionantes, estas podem ser desencadeadas.

No geral, o alvo limitado de compreensão e a capacidade limitada para


expressar necessidades e desejos juntamente com a frustração, acabam
por contribuir em larga escala para o desencadear de uma birra.
COMO LIDAR COM UMA BIRRA

Quando o comportamento da criança passa a ficar fora do controlo, é


necessário que os pais intervenham e recuperem o equilíbrio da situação.
Para que a transição ocorra sem problemas, é importante para os pais
manterem a cabeça no lugar e não ficarem com raiva do seu filho. Esta só
irá intensificar o comportamento e dar aso a um acesso de raiva por parte
da criança.

Associar comportamentos como gritar ou constranger a criança em público,


apenas contribuirá para reforçar o comportamento com o qual não quer
lidar no futuro. Permanecer calmo é fundamental quando se lida com uma
birra. Quando possível, o melhor é ignorar o acto dado que muitas vezes,
um acesso de raiva persiste quando há um público.

A parentalidade positiva é uma obrigação. Tentar argumentar com o seu


filho no meio de uma birra é ineficaz. Muitas vezes, têm as emoções tão à
flor da pele que não ouvem nem estão atentos àquilo que lhe estão a
dizer.

Argumentar durante esta fase e pedir justificações causar-lhe-á frustração.


Uma vez que o acesso de raiva passa, a criança necessita de conforto e
apoio, dado que algumas birras são muitas vezes traumatizantes.
Ao conversar com tranquilidade mostrará que se importa e permitir-lhe-á
não só compreender a reação e sentimentos da criança, como também
orientá-la para comportamentos mais positivos.

IMPOR CONSEQUÊNCIAS

Apesar dos esforços dos pais, em algum momento a criança irá quebrar as
regras. Seguem-se algumas dicas para os pais incentivarem a criança a
cooperar:
1. AS CONSEQUÊNCIAS DEVEM SER NATURAIS E LÓGICAS
 Permita que a criança perceba as consequências das suas ações. Se
atirou o brinquedo para o chão e o estragou, então não o tem para
brincar mais.
2. RETENÇÃO DE PRIVILÉGIOS
 Se a criança teve um comportamento inadequado, pode retirar-lhe o
seu brinquedo preferido ou o acesso à televisão, durante um
determinado período do dia. Esta retenção deve sempre que possível
estar relacionada com o mau comportamento em si. Não negar algo
que a criança necessita, como por exemplo uma refeição.
3. TIMEOUT
 Quando a criança começa a dar indícios de uma birra ou
comportamento inadequado, é importante dar-lhe um aviso. Se o
comportamento persistir a um ponto limite, o ideal é orientar a
criança para um lugar calmo e sem distrações. Pode impor o tempo
limite de um minuto para cada ano de idade da criança. Depois,
oriente a criança para uma atividade positiva.
É ainda importante ter cuidado quando se critica. A crítica não deve estar
dirigida à criança mas sim ao seu comportamento. Em vez de dizer “és um
menino mau”, tente “não deves correr na rua, é perigoso”, por exemplo.
Nunca recorra a punições físicas ou emocionais.
DAR UM BOM EXEMPLO

As crianças aprendem formas de agir observando os seus pais. A melhor


maneira de mostrar à criança como se deve comportar é dar um exemplo
positivo para esta seguir.

COMO LIDAR COM AS BIRRAS DAS


CRIANÇAS: INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA
Desde muito cedo que as crianças procuram testar os limites daqueles que as
rodeiam. A intervenção Psicológica quando o seu filho resolve fazer uma birra?
POR DRª MÁRCIA GONÇALVES - PSICÓLOGA 05/07/2014

Como agir quando o seu filho resolve fazer uma birra:

 Procure distraí-lo: leve consigo um brinquedo


 Não valorize a birra
 Não se exalte nem perca o autocontrolo
 Converse sobre o sucedido
 Firmeza sim, autoritarismo não
 Comportamentos e consequências
 Gestão da frustração
 Promoção da autonomia
 Intervenção Psicológica
ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM AS BIRRAS DAS CRIANÇAS:
INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA

A determinada altura, os pais poderão sentir-se cansados, desesperançosos


e concluem que sem apoio profissional dificilmente conseguirão
ultrapassar as dificuldades manifestadas pela criança.

Se assim for, não hesitem em procurar ajuda através de um Psicólogo


Clínico especializado.

Desistir, nunca!

You might also like