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AUTARQUIA DO ENSINO SUPERIOR DE GARANHUNS

FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS DE GARANHUNS

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

WELLINGTON MONTEIRO CLAUDINO

CAPACIDADE DE CARGA DOS SOLOS

GARANHUNS
2016
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WELLINGTON MONTEIRO CLAUDINO

CAPACIDADEDE CARGAS DOS SOLOS

Trabalho entregue a Autarquia do Ensino


superior de Garanhuns(AESGA),para
composição da nota na disciplina de mecânica
dos solos, do curso de Engenharia Civil da
Faculdade de Ciências Exatas de
Garanhuns(FACEG).

Orientadora: Profa. Krystal Notaro

GARANHUNS
2016
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 1
2 Capacidade de cargas dos Solos .......................................................................................... 2
3 Definições de capacidade de carga ...................................................................................... 3
4 TIPOS DE RUPTURA EM FUNÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DO SOLO ............... 4
5 Pressão de ruptura x pressão admissível ............................................................................. 6
5.1 Fator de segurança ....................................................................................................... 6
6 TEORIA DE TERZAGHI ................................................................................................... 8
7 TEORIA DE MEYERHOF ............................................................................................... 10
8 CONDIÇÕES NÃO HOMOGÊNEAIS DO SOLO .......................................................... 11
8.1 Argilas com resistência linearmente crescentes com a profundidade ........................ 11
CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 12
REFERENCIAS ....................................................................................................................... 13
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1 INTRODUÇÃO

O problema da determinação da capacidade de carga dos solos é um dos


pontos mais importantes para a engenharia que atua na área de construção civil,
particularmente para o desenvolvimento de projeto de fundações. Podemos utilizar
vários métodos, teorias e cálculos para sua determinação, onde a segurança da
estrutura vai estar baseada em seus estudos.
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2 Capacidade de cargas dos Solos

A capacidade de carga dos solo, refere-se ao valor máximo da carga, que um terreno em
uma determinada cota, pode suportar, sem que haja ruptura ou deformação excessiva. a carga
máxima que provoca essa deformação excessiva é definida por carga máxima suportada pela
fundação, ou seja, a capacidade de carga.
A capacidade de carga em terreno para fundações diretas podem ser determinadas por
vários processos. Para casos simples, onde não há dúvidas das características do solo, utilizam
a norma NBR 6122 (PROJETO E EXECUÇÃO DE FUNDAÇÕES) onde ela apresenta valores
indicativos para cada tipo de solo. Nesta norma definem-se os estudos e as investigações que
serão realizados em cada caso, mostrando que as sondagens de simples reconhecimento não
devem nunca ser dispensadas. Por outro lado, a experiência em construções vizinhas, é sempre
um elemento importante para escolher o tipo de fundação. Podemos também determinar por
teorias e cálculos, onde são métodos mais seguros.

A determinação da tensão admissível, resistência ou capacidade de carga do


solo, consiste no limite de carga que o solo pode suportar sem se romper ou sofrer
deformação exagerada. A capacidade de carga de um terreno é, em geral limitada pelo
assentamento que ele experimenta sob as tensões que lhe impõe a estrutura a fundar
(Moreira, 2011, P. 46)

As fundações podem ser de dois tipos, fundações superficiais e profundas. Nas


Fundações superficiais, a profundidade de assentamento é maior ou igual a sua largura (figura
1.1). Já as fundações profundas o comprimento é maior que sua largura (figura 1.2).

Figura 1.1 – Fundações superficiais figura 1.2 – Fundações profundas

Fonte: MARAGON, 2012, p.02


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3 Definições de capacidade de carga

Na determinação da capacidade de carga das fundações, devemos considerar duas


condições de comportamento, a ruptura e a deformação.
A capacidade de carga pode ser de três tipos:
Capacidade de carga por Ruptura (Qr) onde é a carga limite ou máxima a partir do qual
uma fundação provoca a ruptura do terreno e se desloca sensivelmente (ruptura frágil ou
generalizada) ou se desloca excessivamente (ruptura plástica ou localizada) onde pode provocar
a ruína da estrutura.
Capacidade de carga de segurança a Ruptura (Qseg) é a maior carga transmitida pela
fundação a que o terreno resiste, com segurança à ruptura, independentemente das deformações
que possam ocorrer.
Capacidade de carga Admissível (Qadm) é a maior carga transmitida pela fundação que
o terreno pode suportar, com adequada segurança à ruptura e sofrendo deformações compatíveis
com a sensibilidade da estrutura aos deslocamentos da fundação.
Não é comum os acidentes de fundação devidos à ruptura do terreno, os mais comuns
são os causados por recalques. Um exemplo de acidente provocado por ruptura foi o ocorrido
no edifício São Luiz Reis na cidade do Rio de Janeiro em 1958, onde em consequência de uma
dissimetria de carregamento, houve a ruptura do solo, causando o colapso da obra, onde em um
dia o edifício tombou, devido ao nível do solo, o edifício não conseguiu tombar completamente.

Figura 2.1 – Acidente de Fundação


Fonte: CAPUTO, 1986
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4 TIPOS DE RUPTURA EM FUNÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DO SOLO

As rupturas ocorrem quando a carga limite ou máxima da fundação se desloca


sensivelmente ou bruscamente após uma curta transição, onde pode provocar a ruína da
estrutura, podendo ser geral, localizada ou por puncionamento.
A ruptura geral ou generalizada, ocorre bruscamente em solos mais rígidos como areias
compactas e argilas rijas e duras. É caracterizada por um mecanismo de ruptura bem definido,
constituído por uma superfície de deslizamento que vai da borda da fundação até a superfície.

Figura 3.1 – Ruptura Generalizada


Fonte : Google imagens

A ruptura por puncionamento não forma superfície de ruptura definida, a medida que
aumenta a carga, o movimento vertical vai comprimindo o solo, onde é caracterizado pela
ocorrência de grandes deformações. O solo localizado fora da fundação não participa do
processo. Ocorre em solos compressíveis como areias fofas e argila mole.

Figura 3.2 – Ruptura por Puncionamento


Fonte : MATOS, 2001, p. 71

A ruptura localizada é caracterizada pelo modelo bem definido abaixo da fundação,


onde é em forma de uma cunha que se inicia junto ás bordas da fundação, ocorrendo um
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levantamento do solo. Ocorre em solos mais deformáveis como areias compactas e fofas e argila
média e mole.

Figura 3.3 – Ruptura localizada


Fonte : MATOS, 2001, p. 73
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5 Pressão de ruptura x pressão admissível

O cálculo da capacidade de carga do solo pode ser feito por diferentes métodos e
processos, logo nenhum deles são matematicamente exatos. Não é simples escolher um
adequado coeficiente de Segurança para os cálculos. Segundo MARAGON (2012, p.10) “a
capacidade de carga de um solo é, assim, a pressão pr, que aplicada ao solo causa a sua
ruptura. Adotando um adequado coeficiente de segurança, da ordem de 2 a 3, obtém-se a
pressão admissível.” Na técnica encontramos várias regras particulares para cada tipo de obra.
Para um estudo moderno do assunto. Entretanto, os dados básicos necessários para o projeto e
execução de uma fundação vem de diversas fontes, a escolha do coeficiente de segurança é de
grande responsabilidade para o Engenheiro.

5.1 Fator de segurança


O fator de segurança pode ser definido pela importância na obra, da experiência
acumulada na região, das investigações do subsolo, dos ensaios de campo e de laboratórios.
A carga admissível é definida como um valor da relação da carga de ruptura pelo fator
de segurança, nele, o valor é adotado para o projeto, de modo que a fundação sofra apenas
recalques que pode suportar, oferecendo segurança contra ruptura, escoamento do solo ou do
elemento estrutural da fundação.
O quadro 1 mostra os principais fatores considerados, onde quando são pequenos
podemos utilizar 1,5. Na tabela 1 apresenta valores sugeridos de fatores de segurança para os
cálculos.

Quadro 1 - Fatores que influenciam na escolha do coeficiente de segurança

Fonte : ABNT NBR 6122:2010 (Projeto e execução de fundações)


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Tabela 1 - Valores de Fatores de segurança a considerar

Fonte : ABNT NBR 6122:2010 (Projeto e execução de fundações)

Para determinar a capacidade de carga, podemos fazer teoricamente com formulas


teóricas ou baseado em experiências através da execução de provas de carga. Para o cálculo de
capacidade de carga dos solos, podemos utilizar a teoria de Terzaghi (1943). Para determinar a
tensão admissível, usamos a formula logo abaixo.

O fator de segurança considerado, usamos o da tabela 1, onde serve para cada tipo de
estrutura típica, que é dividido pela capacidade de carga.
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6 TEORIA DE TERZAGHI

A teoria de TERZAGHI (1943) foi desenvolvida baseada nos estudos de PRANDTL


(1920) para metais, é a mais utilizada para fundações diretas ou rasas. Ele estudou a capacidade
de carga de ruptura para esse tipo de fundação em solos de diversas categorias, como solo com
atrito e coesão, solos não coesivos ou granulares e solos coesivos.
Quando a ruptura é atingida, o terreno se desloca, arrastando junto a fundação. O solo
passa então, do estado “elástico” para o estado “plástico“. O deslizamento ao longo da
superfície ABC da figura 4.1 é devido a ocorrência de tensão de cisalhamento maior que a
resistência ao cisalhamento do solo.

Figura 4.1 - Solo arrastando a fundação.


Fonte : MARAGON, 2012, p.185

Entretanto, podemos também considerar um outro tipo de ruptura, que ocorre por
puncionamento. A teoria de Terzaghi (1943) começa de algumas considerações semelhantes às
de Prandtl (1920), relativas à ruptura plástica dos metais por puncionamento. Retomando esses
estudos, ele aplicou ao cálculo da capacidade de carga de um solo homogêneo que suporta uma
fundação corrida e superficial. Segundo esta teoria, o solo abaixo da fundação forma uma
“cunha”, que devido ao atrito com a base da fundação se desloca verticalmente, junto com a
fundação. O movimento dessa cunha força o solo e produz duas zonas de cisalhamento, cada
uma delas constituída por duas partes: uma de cisalhamento radial e outra de cisalhamento
linear (figura 4.2).

Figura 4.2 – Zonas de cisalhamento radial e linear


Fonte : LINS, 2014, p. 08
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A expressão final obtida por Terzaghi.

A fórmula obtida acima refere-se a fundações corridas, onde Nc, Nq e Ny são fatores de
capacidade de suporte, função apenas do seu ângulo de atrito (ol) do solo e definidos por:

Figura 4.4 – fórmulas da capacidade de suporte

Esses valores são apresentados na tabela 2 .

Tabela 2 - Fatores de capacidade de carga


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7 TEORIA DE MEYERHOF

A teoria de Meyerhof (1951, 1963) não despreza a resistência ao cisalhamento do solo


acima da base da fundação. Na ocorrência da ruptura a região localizada acima da superfície de
ruptura é formada de duas zonas principais chamadas de zona de cisalhamento radial e zona de
cisalhamento mista. Segundo VELLOSO; LOPES (2010, P.64) “ o equilíbrio plástico nessas
zonas pode ser estabelecido pelas condições de fronteira partindo das paredes da fundação.” a
sobrecarga ao nível da base é correspondente à sobrecarga na profundidade da fundação, onde
está indo a zero a uma determinada distância. Na figura 5.1 observamos a influência da variação
do ângulo de atrito interno na extensão e profundidade da superfície de deslizamento. Sua
teoria representa um aperfeiçoamento da teoria de Terzaghi.

Figura 5.1 : Zonas de ângulos de atrito segundo Meyerhof


Fonte: Google imágens
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8 CONDIÇÕES NÃO HOMOGÊNEAIS DO SOLO

8.1 Argilas com resistência linearmente crescentes com a profundidade


A resistência ao cisalhamento das argilas não drenadas, cresce com a profundidade,
devido ao adensamento provocado pelo peso das camadas superiores, quando o crescimento é
linear utilizamos a fórmula :
Cu = Co + pZ
Onde :
Cu = coesão da argila no nível da base da fundação
Pz = Acrescimo da coesão por unidade de profundidade
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CONCLUSÃO

A capacidade de carga dos solos, é de grande importância na área de Engenharia de


fundações, pois, é dela que se inicia a segurança da estrutura, com o acúmulo de cargas, o solo
vai estar propício a recalques, nisso, devemos estabelecer até que nível o recalque pode chegar,
sem danificar a estrutura. Também podemos concluir que toda estrutura, independente do tipo,
vai ocorrer recalques. Pode ser determinada por vários processos, onde alguns deles não vai
estar matematicamente exatos, mas vai servir como uma base para o resultado real.
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REFERENCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto e execução de


fundações: NBR 6122. Rio de Janeiro, 2010.
CAPUTO, H. P. Mecânica dos Solos e suas aplicações. Rio de Janeiro: Livros
Técnicos e Científicos Editora S.A. (3ed.), 1986.
LINS, Cecília S. (2014) Capacidade de carga, Disponível em: <
https://www.passeidireto.com/arquivo/4935160/capacidade-de-carga> Acesso em : 10 de
outubro de 2016.
MARAGON, M. (2012), Notas de aula de mecânica dos solos : Capacidade de
cargas. Juiz de Fora- Universidade de Juiz de Fora.
MATOS, Eduardo F. (2001), INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE FUNDAÇÕES,
Disponível em: < http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfU0AAI/apostila-fundacoes1>
Acesso em: 25 de outubro de 2016.
MOREIRA, Maria M. (2011), CAPACIDADE DE CARGA EM FUNDAÇÕES
SUPERFICIAIS, Disponivel em : <
https://ubibliorum.ubi.pt/bitstream/10400.6/3546/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Manuel
a%20Moreira%20V.%20Final.pdf> acesso em : 25 de outubro de 2016.
VELLOSO, Dirceu A.; LOPES, Francisco R. Fundações: critérios de projetos,
fundações superficiais e profundas, 1 ed. São Paulo: Oficinas de Texto, 2010. P. 64.
TERZAGHI, K. Teorias de mecanica dos solos. Nova York: Wiley, 1943.

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