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Geomática

Cartografia para Engenharia


Ambiental

Prof. Alex Mota dos Santos


Castro (2004)
O problema da representação

Em síntese, a Cartografia trata das normas para


representação dos elementos da superfície terrestre. No
entanto, a terra não é plana, sendo assim é impossível fazer
isto sem deformações ou distorções, pois a superfície de
uma esfera (ou de um elipsóide) não é desenvolvível no
plano.
As Projeções Cartográficas

O SISTEMA DE PROJEÇÃO CARTOGRÁFICA é um conjunto de


operações utilizada para representar a superfície a partir modelo
matemático numa superfície plana. O processo consiste em transferir
pontos da superfície da esfera (ou elipsóide) para um plano, ou para
uma superfície desenvolvível em um plano, tal como um cilindro ou um
cone.

Assim, alguns mapas preservam certas características ao mesmo tempo


em que alteram outras.
Classificação das Projeções
Geométricas – gnômica; estereográfica e ortográfica.
Método de construção
Análiticas – perderam propriedades geométricas.

Planas (Azimutais) – Polar, Equatorial e Oblíqua.

Superfície de projeção Cônicas - Normal, Transversa e Oblíqua.

Poli-superficias

Equidistantes -

Conformes
Ás propriedades que mantém
Equivalentes

Afiláticas Tangente

Tipo de contato entre as superfícies de projeção e referência Secante


Prof. Nilton Nazareno
Prof. Nilton Nazareno
Prof. Nilton Nazareno
Prof. Nilton Nazareno
Prof. Nilton Nazareno
Método de construção
Geométricas

PV

PV

PV

GNOMÔNICA ESTEREOGRÁFICA ORTOGRÁFICA


Projeção Cônica
a) normal; b) transversa; e c) oblíqua
Elegibiliade dos Sistemas
Projeção Cilíndrica
Sistema de Projeção adotado no Brasil

A projeção Universal Transversa de Mercator ou UTM é utilizada no mapeamento


sistemático brasileiro. Nesta projeção os paralelos e meridianos se cruzam em
ângulos retos, e a escala em torno de um ponto se mantém constante para
qualquer direção. É uma projeção do tipo Cilíndrica CONFORME.

O Cilíndro é tangente à superfície da Terra ao longo de um meridiano. Como a


área de deformação mínima nesta projeção ficará próxima ao meridiano de
tangência. A Projeção transversa de Mercator torna-se útil para cartas cobrindo
uma grande faixa de Latitudes e uma faixa estreita de Longitudes de cada lado
do meridiano de tangência.
• CARACTERÍSTICAS:

– Origem  Projeção Transversa de Mercator ou Conforme de Gauss-Krüger


– Cilíndrica e Conforme
– Secante  Minimizar variações ao longo do fuso
– Meridiano central e Equador são linhas retas
– 2 Meridianos representados em verdadeira grandeza (~ retos)
– Carácter “Universal”, porém o Elipsóide depende da região
• UTILIZAÇÃO:

– Mapa sistemático do território Nacional


– Cartas de escalas grandes (<1:250.000)
– Definição de sistemas locais (LTM)
Características UTM

Cada uma das zonas UTM de 6 graus (semelhantes a gomos de laranja) é


numerada sequencialmente a partir do antimeridiano de Greenwitch, ou seja de
180o para E, tendo um meridiano central que se projeta no mapa em UTM
como uma linha reta N-S enquanto que os meridianos extremos da zona
(múltiplos de 6o) mostram a curvatura desses meridianos que acabam se
encontrando nos polos N e S geográficos.

Os mapas com projeção UTM são de muito uso local e apresentam um sistema
de coordenadas UTM que é métrico e cartesiano próprio para cada zona UTM.
Características UTM
As coordenadas N (norte) crescem de S para N e são acrescidas de 10.000.000
(metros) para não se ter valores negativos ao sul do Equador que é a referência de
origem; já as coordenadas E (leste) crescem de W para E, acrescidas de 500.000
(metros) para não se ter valores negativos a oeste do meridiano central.
Observar que enquanto o sistema de coodenadas geográficas, angulares, em graus,
minutos e segundos é de uso geral para referenciar qualquer ponto da Terra, o
sistema UTM, além de limitado pelos paralelos 80o S e 84o N, deve contar com a
indicação da Zona UTM pois as mesmas coordenadas métricas N e
E repetem-se em todas as 60 zonas.
As projeções de linhas meridianas geográficas em mapas próximos das bordas das
zonas (múltiplas de 6o de longitude) mostram ângulo com as linhas cartesianas do
sistema UTM.
Exemplo de coordenadas UTM: Zona 23, N 8.569.300, E 645.750 o que significa que o
ponto referenciado acha-se entre 36 e 48o W (zona 23), 145.750 m a leste do
meridiano central (no caso 39o W) e 1.430.700 m a sul do Equador.
MC • Coordenadas de O:
48oW 45oW 42oW  E = 500.000 m
N  N = 10.000.000 m

• d  1o 37’

Ko • Fator de redução:
P(Ep,Np)
 Ko = 0,9996
Equador E  K=1
O
K K
• A coordenada P(Ep,Np) tem
d d representação nos 60 fusos

• Limitação para  > 80o


Características UTM
Cada fuso possui um meridiano central (MC)que o divide exatamente ao
meio, sendo o seu valor igual ao do limite inferior do fuso mais 3 graus.

Superfície de Referência -> Elipsóide


Superfície de Projeção -> Cilindro
Contato -> Tangente por linha
Posição -> Transversa
Geração -> Analítica
Propriedade -> Conformidade

Desse modo para representar toda a Terra são necessários 60 cilindros


transversos secantes. Assim, um par de coordenadas UTM é valido em 60 fusos
diferentes e portanto é necessário especificar a que fuso pertence o ponto.
Características UTM

1- Representação transversa de Mercator com fusos de 6° de amplitude;

2- Numeração dos fusos em concordância com a Carta Internacional do Mundo ao


Milionésimo (primeiro fuso 180° - 174° Oeste, e último fuso 174° Leste - 180°);

4- Distorção de escala igual a 0,9996 no meridiano central do fuso;

5- Limitação em latitude a 80° Norte e 80° Sul;

6- Norte Falso para pontos do Hemisfério Sul igual a 10.000.000m;

7- Este Falso igual a 500.000 m;


LAMBERT
• CARACTERÍSTICAS:
– Cônica e Conforme (não perspectiva)
– Paralelos são arcos de círculos desigualmente espaçados
– Meridianos são igualmente espaçados e cortam os paralelos com
ângulos retos
– 2 paralelos padrão representados em verdadeira escala (Secante).
• UTILIZAÇÃO:
– Estados de expansão predominantemente leste-oeste
– Mapas aeronáuticos mundiais na escala 1:1.000.000
– Uso topográfico pela USGS (United States Geological Survey) para mapas
geológicos na escala de 1:1.000.000 da Lua, Mercúrio, Marte e satélites
de Júpiter, em latitude médias.
PN

PS
Modelos de Elipsóide

Para fins práticos, aproxima-se a Terra por um elipsóide de revolução. Elipsóide de


revolução é um sólido gerado pela rotação de uma elipse em torno do eixo dos pólos
(eixo menor).

No Brasil adotou-se o elipsóide de Hayford, cujas dimensões foram consideradas as


mais convenientes para a América do Sul. Atualmente, no entanto, utiliza-se com
mais freqüência o elipsóide da União Astronômica Internacional, homologado em
1967 pela Associação Internacional de Geodésia, que passou a se chamar elipsóide
de referência 1967.

O elipsóide de Hayford é utilizado pelo Datum Córrego Alegre e o elipsóide de


referência 1967 , ou seja, o da União Astronômica Internacional, é utilizado pelo
Datum SAD-69.
Elipsóide0 Raio Equador R(m) Raio Polar r(m) Achatamento
União Astronômica
6.378.160,00 6.356.776,00 1/298.25
Internacional
Hayford 6.378.388,00 6.366.991,95 1/297
Por quê saber estas informações?
Projeção Classificação Aplicações Características

Cônica Mapeamentos temáticos. Serve para mapear Preserva áreas. Substitui com vantagens
Albers
Equivalente áreas com extensão predominante leste- todas as outras cônicas equivalentes.
oeste.

Cônica Indicada para base cartográfica confiável dos Preserva ângulos. É uma adaptação da
Bipolar
Conforme continentes americanos. Cônica de Lambert.

Cilíndrica Cilíndrica Mapas Mundi. Altera áreas.


Equidistante Equidistante Mapas em escalas pequenas. Altera ângulos.
Trabalhos computacionais.

Altera áreas (mas as distorções não


Cartas topográficas antigas.
Cilíndrica ultrapassam 0,5%).
Gauss Mapeamento básico em escala média e
Conforme Preserva ângulos.
grande.
Similar à UTM com defasagem de 3 de
longitude entre os meridianos centrais.

Estereográfica Mapeamento das regiões polares. Preserva ângulos.


Plana Conforme
Polar Mapeamento da Lua, Marte e Mercúrio. Oferece distorções de escala.

Cartas gerais e geográficas.


Cônica
Lambert Cartas militares. Preserva ângulos.
Conforme
Cartas aeronáuticas do mundo.
Lambert Cônica Cartas ao milionésimo. Preserva ângulos.
Million Conforme

Cilíndrica
Mercator Cartas náuticas. Preserva ângulos.
Conforme
Cartas geológicas e magnéticas.
Mapas Mundi.
Miller Cilíndrica Altera ângulos.
Mapas Mundi.
Altera áreas.
Mapas em escalas pequenas.
No_Projectio Sistema local de coordenadas
Plana Armazenamento de dados que não se encontram vinculados a qualquer
n planas.
sistema de projeção convencional (desenhos, plantas, imagens brutas ou
não georeferenciadas, etc.).

Altera áreas e ângulos.


Policônica Cônica Mapeamento temático em escalas pequenas.
Substituída pela Cônica Conforme
de Lambert nos mapas mais
atuais.
Latlong - Aramazenamento de dados matriciais com resolução espacial definida Geometria idêntica a da projeção
em graus decimais. cilíndrica equidistante.

Pseudo-
Sinusoidal cilíndrica Mapeamentos temáticos em escalas intermediárias e pequenas. Preserva áreas.
Equivalente

Cilíndrica Mapeamento básico em escalas médias e grandes. Preserva ângulos.


UTM
Conforme Cartas topográficas. Altera áreas (mas as distorções
não ultrapassam 0,5%).
Mudança do Referencial Geodésico no
Brasil

O Projeto Mudança do Referencial Geodésico - PMRG foi promulgado por meio do


decreto Nº 5334/2005, assinado em 06/01/2005 e publicado em 07/01/2005 no Diário
Oficial da União, foi dada nova redação ao artigo 21 do Decreto Nº 89.817, de 20 de
junho de 1984, que estabelece as Instruções Reguladoras das Normas Técnicas
da Cartografia Nacional. Pelo mesmo ato foi revogado o artigo 22 do referido
decreto (IBGE, 2010).
Transformação entre Sistema
DATUM?
Desvio da
vertical

Montanha
Elipsóide

Oceano Oceano
Normal Vertical
DATUM HORIZONTAL DATUM VERTICAL

• Medidas referenciadas a Vertical do lugar não • NMM  comum para todo o mundo
a Normal (correção do desvio da vertical) • Determinação da média dessa variação em
• Adoção de ponto onde o Elipsóide e o Geóide locais especiais com pouca amplitude de
são tangentes. Maré (uso de Marégrafos)
• Vértice Astro Chuá ou SAD-69 • Marégrafo de Imbituba-SC.
•O Datum Vertical, ou origem das coordenadas verticais para todas as
observações de altitude é determinado através do nível médio dos mares
(NMM) como superfície origem.

• O Datum Vertical oficial do Brasil (Antes do SIRGAS), atualmente, é o


marégrafo de Imbituba, em Santa Catarina.

• O Datum Horizontal (Planimétrico) é definido por um conjunto de


parâmetros, e é um ponto de referência para todos os levantamentos
cartográficos sobre uma determinada área.

Córrego Alegre SAD-69

Latitude: 19o 45' 41.34" S Latitude: 19o 45' 41.6527" S


Longitude: 48o 06' 07.08" W Longitude: 48o 06' 04.0639" W
Como estas informações aparecem Carta/Mapa?
Sistema de Coordenadas

Um objeto geográfico qualquer, como uma cidade, a foz de um rio, ou o pico


de uma montanha, somente poderá ser localizado se for possível descrevê-lo
em relação a outros objetos com posições conhecidas.

Posicionar um objeto/alvo é simplesmente atribuir-lhe coordenada.


Sistema de Coordenadas Geográficas
É o sistema de coordenadas mais antigo.

O ponto é determinado pela interseção de um meridiano com um paralelo.

S 22° 11' 04": latitude sul


W 47° 23' 01": longitude oeste
Sistema de Coordenadas Planas

O sistema de coordenadas planas, também conhecido por sistema de


coordenadas cartesianas, baseia-se na escolha de dois eixos perpendiculares,
usualmente os eixos horizontal e vertical, cuja intersecção é denominada origem,
estabelecida como base para a localização de qualquer ponto do plano. A origem
normalmente tem coordenadas planas (0, 0), mas pode, por convenção, receber
valores diferentes, denominados offsets, exemplo o UTM. Assim, pode-se ter a
origem com coordenadas (offset_x, offset_y).
Sistema de Coordenadas
a)Para pontos de longitude Oeste   7820'40"W
a.1)Número do Fuso
180  
Nf 
6
a.2)Longitude do Meridiano Central
MC  módulo(180º 6.Nf )  3

B) Para pontos de Longitude Leste


b.1) Número do Fuso

Nf   30
6
b.2)Longitude do Meridiano Central
MC  6.( Nf  30)  3
Extração de coordenadas
Cartografia Temática

A Cartografia Temática apresenta todo o rigor da Cartografia Geral,


no entanto, seu objetivo é representar elementos específicos da
superfície terrestre, ex. Mapas de solos, de vegetação, mapas de
densidade demográfica, etc.

Na Cartografia Temática a preocupação não é com a forma da


Terra, mas com os elementos que a formam.

Este ramo da cartografia possui um ramo de pesquisa bastante


consolidade no Brasil.
Percepção?

A Engenharia Ambiental vai trabalhar muito com a cartografia


Temática, já que um dos seus objetivos é a representação dos
elementos da paisagem (Materialização de Impactos Ambientais,
por exemplo).

Os mapas temáticos são precedidos de um trabalho de percepção


do objeto de análise.

“A cartografia (temática) é o instrumento de expressão dos resultados


obtidos na Engenharia Ambiental”.
Percepção

A cartografia temática representa temas diferentes com


ou sem expressão física no espaço. Idéias abstratas
podem ser representadas por meio de mapas, por
exemplo, as áreas de influência de cidades, a
densidade populacional, a produtividade de uma
cultura, entre uma infinidade de temas (Sann, 2005).
Semiologia Gráfica
Recursos em Semiologia Gráfica
Os dados e informações de um mapa

Título-subtítulo;
Escala;
Orientação;
Encarte;
Legenda;
Fonte;
Autor;
Métodos de Representação em
Cartografia Temática
Método das Figuras Geométricas Proporcionais

Utiliza-se de figuras geométricas proporcionais, o círculo, por exemplo para


expressar a dinâmica quantitativa de um evento. Para calcular a
proporcionalidade deve-se considerar a área da figura escolhida – o círculo –
igual a quantidade (Q) a ser representada.

Raio do círculo = Q , onde Q é a quantidade a ser representada.

Para adequar o tamanho dos círculos basta multiplicar os resultados por um


constante.
Método das Figuras Geométricas
Proporcionais - Legenda
Método Coroplético
Método Coroplético
Método Coroplético
Método Isarítmico

Ideal para representação de


elementos contínuos, relevo,
temperatura, pressão. A realidade é
entendida como contínua.

Este método foi utilizado pela primeira


vez no século XVII quando se mapeou
as profundidades oceânicas.
Método dos Fluxos
A migração na Europa, impulsionada especialmente pelas guerras cria a
necessidade de um método de representação desta dinâmica.

No Brasil esta dinâmica é claramente observada na intensa movimentação


do nordestino para o Sudeste do país.
Mapas Corocromáticos

São aqueles que representam através das cores (escalas


cromáticas) ou fenômenos espaciais identificados e/ou medidos, no
âmbito de uma área bem definida, podendo ser dividido em duas
categorias: Quantitativa e Qualitativa.
Análise de Informações em Mapas
Temáticos

Recorte Temático;
Recorte Temporal;
Recorte Espacial;
Natureza da Informação.
Exemplo

Mapa que apresenta o Produto Interno Bruto dos Estados da


Federação no Brasil no ano de 1º Semestre de 2010.

Recorte Temático: PIB Estados do Brasil


Recorte Temporal: 1º semestre de 2010
Recorte Espacial: UF Brasil
Natureza da Informação: Quantitativo
NATUREZA DA INFORMAÇÃO

Quantitativa, Ordenada, Seletiva.


Referências

Castro, Frederico do Valle Ferreira. Apostila de Cartografia Temática. Universidade Federal de Minas
Gerais/UFMG-Instituto de Geociências/IGC, 2004.

Nazareno, Nilton Ricetti. Material de Aula do Curso de Geoprocessamento. Centro Federal de


Educação Tecnológica de Goiás-CEFET-Coordenação de Geomática, 2002.

Boa semana

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