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Autos n°XXXXXXX
DIOGO BIANCHI FAZOLO, brasileiro, solteiro, advogado, regularmente inscrito na OAB/PR sob o n°
47.084, com escritório profissional na Av. Silvio Américo Sasdelli, n° 1751, Sala 3, em Foz do Iguaçu,
telefone (45) 35240620, dbf@dbfadvocacia.com, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, com
fulcro no art. 5°, inciso e LXVIII da Constituição Federal, combinados com os artigos 647 e 648, inc. I, do
Código de Processo Penal, impetrar
em favor de Fulano de Tal, atualmente recolhido na Cadeia Pública Laudemir Neves, tendo em vista o
constrangimento ilegal que foi submetido nos autos ..., pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir
expostos.
O Paciente foi preso em flagrante por ter praticado, em tese, a conduta descrita na norma penal
incriminadora prevista no artigo 304, c/c 297, ambos do Código Penal.
Ajuizou pedido de liberdade provisória com ou sem fiança perante o Juízo da 1ª Vara Criminal Federal de
Foz do Iguaçu/PR, pois além de não estarem presentes os requisitos do artigo 312 do Código de
Processo Penal, o paciente tem endereço certo, profissão definida e é primário.
Portanto, ausentes os pressupostos da prisão preventiva fazia jus o Paciente à concessão de liberdade
provisória sem fiança, no entanto, ainda assim, restou negado o requerimento (cópia da decisão em
anexo).
O Juízo impetrado não fundamentou a necessidade de prisão cautelar em nenhum fato concreto,
mantendo a segregação apenas em razão da suposta possibilidade de fuga por se tratar de cidadão
estrangeiro.
De acordo com o art. 315 do Código de Processo Penal – em consonância com os arts. 5°, inc. LXI e 93,
inc. IX, ambos da Constituição Federal - a decretação da prisão preventiva será sempre fundamentada,
sob pena de nulidade.
No caso dos autos, carece de fundamentação a respeitável decisão que manteve a custódia cautelar do
Paciente, vez que não há a indicação de qualquer fato concreto idôneo que pudesse justificar a
segregação cautelar, vez que se baseou na presunção de fuga pela simples condição de estrangeiro do
Paciente.
Não bastasse isso, não há qualquer fato concreto de que buscaria se livrar de eventual sanção penal, se
condenado. Da mesma maneira que não há qualquer sinal de que buscaria interferir na instrução
criminal.
A fim de aclarar a questão, veja-se o que escreveram GRINOVER, FERNADES e GOMES FLHO sobre o
tema, in verbis:
“No que toca ao periculum libertatis, a fundamentação deve contemplar explicitamente os fatos em que
se assenta a necessidade da adoção da medida, seja para garantia da ordem pública, ou econômica,
conveniência da instrução, ou para assegurar a aplicação da lei penal; a mera repetição das palavras da
lei ou o emprego de fórmulas vazias e sem amparo em fatos concretos não se coadunam com a
gravidade e o caráter excepcional da medida (sem grifos no original)”.
Saliente-se, novamente, a ausência de qualquer fato concreto IDÔNEO que fundamente a segregação
cautelar do Paciente.
Assim sendo, ante a carência de fundamentação concreta da decisão impugnada, de rigor que seja o
Paciente liberado de sua prisão ilegal, determinando-se a expedição de alvará de soltura.
III – DO PEDIDO
Diante do exposto, estando presentes o “fumus boni iuris” e o “periculum in mora”, requer se digne
Vossa Excelência de conceder medida liminar para que seja revogada a prisão preventiva decretada,
liberando-se o Paciente de sua prisão ilegal, bem como seja expedido o alvará de soltura em seu favor e,
após as informações prestadas pela autoridade coatora, requer seja definitivamente concedida a ordem,
confirmando-se a liminar, como medida de Justiça.
Nestes termos,
pede deferimento.
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