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Segunda Etapa do Exame da

Ordem

Apostila de
Direito Penal e Processo Penal

Prof. Franklin Higino


SUMÁRIO

5ª Parte: Incidentes da Execução Penal, Agravo, Embargos Infringentes e


Carta Testemunhável

I INCIDENTES DA EXECUÇÃO PENAL ............................................................................. 2


II MODELO DE REQUERIMENTO NA FASE DA EXECUÇÃO PENAL .............................. 5
III AGRAVO (ASPECTOS GERAIS) ...................................................................................... 6
IV MODELO DE PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO............................................. 9
V MODELO DE RAZÕES DE AGRAVO ............................................................................... 10
VI EMBARGOS INFRINGENTES (ASPECTOS GERAIS)..................................................... 12
VII MODELO DE PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO DE EMBARGOS INFRINGENTES........... 14
VIII MODELO DE RAZÕES DE EMBARGOS INFRINGENTES............................................... 15
IX CARTA TESTEMUNHÁVEL (ASPECTOS GERAIS)......................................................... 16
X MODELO DE PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO DE CARTA TESTEMUNHÁVEL............... 17
XI MODELO DE RAZÕES DE CARTA TESTEMUNHÁVEL................................................. 18
XII PRIMEIRO EXERCÍCIO PRÁTICO – PROFISSIONAL...................................................... 20
XIII SEGUNDO EXERCÍCIO PRÁTICO – PROFISSIONAL..................................................... 21
XIV TERCEIRO EXERCÍCIO PRÁTICO – PROFISSIONAL..................................................... 22
XV QUARTO EXERCÍCIO PRÁTICO – PROFISSIONAL ....................................................... 23
XVI QUINTO EXERCÍCIO PRÁTICO – PROFISSIONAL ......................................................... 24

2
I – INCIDENTES DA EXECUÇÃO PENAL

Com o trânsito em julgado da sentença penal condenatória tem


início a fase da pretensão executória.
Durante o cumprimento da pena atribuiu a Lei de Execução
Penal (Lei nº 7.210/84) competência ao “juiz de execução” para decidir todas as
questões relativas à execução, matéria disciplinada no art. 66, que dispõe, in verbis:

Art. 66. Compete ao Juiz da execução:


I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer
modo favorecer o condenado;
II - declarar extinta a punibilidade;
III - decidir sobre:
a) soma ou unificação de penas;
b) progressão ou regressão nos regimes;
c) detração e remição da pena;
d) suspensão condicional da pena;
e) livramento condicional;
f) incidentes da execução.
IV - autorizar saídas temporárias;
V - determinar:
a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e
fiscalizar sua execução;
b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa
em privativa de liberdade;
c) a conversão da pena privativa de liberdade em
restritiva de direitos;
d) a aplicação da medida de segurança, bem como a
substituição da pena por medida de segurança;
e) a revogação da medida de segurança;
f) a desinternação e o restabelecimento da situação
anterior;

3
g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em
outra comarca;
h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º,
do artigo 86, desta Lei.

Portanto, surgindo benefício em favor do sentenciado, deverá


ser formulado o pertinente pedido, através de petição dirigida ao juiz da execução
penal.

4
II – MODELO DE REQUERIMENTO NA FASE DA EXECUÇÃO PENAL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE


EXECUÇÕES CRIMINAIS DA COMARCA DE ____________________

_______________________ (nome do condenado), já


qualificado nos Autos de Execução nº _______, vem,
através de seu Advogado, ao final assinado, expor e
requerer o seguinte:

1 – DOS FATOS

_______________, qualificado nos autos, foi denunciado


pelo Ministério Público pela prática do crime previsto _____, sendo condenado
definitivamente à pena privativa de liberdade de __________1.

Iniciou o cumprimento da pena em __________.

2 – DA FUNDAMENTAÇÃO

Conforme se depreende dos autos, o sentenciado


preencheu os requisitos legais para a obtenção _________________2.

3 – DO PEDIDO

Isso posto, requer o sentenciado a concessão


___________.
Belo Horizonte, sexta-feira, 11 de janeiro de 2008.

________________________________
ADVOGADO

1
Sucinta narrativa da sentença condenatória.
2
Narrar o fundamento de fato e de direito do benefício pretendido, acrescentando comentários
doutrinários e jurisprudenciais.

5
III - AGRAVO (ASPECTOS GERAIS)

Cuida-se de recurso a ser manejado pelo Ministério Público ou


pelo sentenciado durante a execução da pena para corrigir decisão prejudicial ao
interesse do recorrente, com previsão no art. 197 da Lei nº 7.210/84, que dispõe, in
verbis:

“Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de


agravo, sem efeito suspensivo”.

Apesar da previsão legal, inclusive com determinação do efeito


meramente devolutivo, não explicitou o legislador o procedimento a ser observado
para a interposição do agravo, faltando, inclusive, a indicação do prazo recursal,
controvérsia resolvida através da Súmula nº 700 do Supremo Tribunal Federal, que
dispõe, in verbis:
“É de cinco dias o prazo para interposição de agravo contra
decisão do juiz da execução penal”.
Relativamente ao processamento do agravo, a Lei de
Execução Penal tem o Código de Processo Penal como a sua fonte subsidiária
expressa, razão pela qual deve ser observado o rito procedimental previsto para o
recurso em sentido estrito (STF – 1ª Turma – RHC 80562 – 02.3.2003).
Nesse sentido, definiu o Superior Tribunal de Justiça que “as
Turmas que compõem a Eg. Terceira Seção têm reiteradamente decidido, de maneira
uniforme, no sentido de que se aplicam ao recurso de agravo em execução, previsto
no art. 197 da Lei de Execução Penal, as disposições acerca do rito do recurso em
sentido estrito, sendo, portanto, inviável a utilização analógica do art. 557 do Código
de Processo Civil” (STJ – 5ª Turma – HC 27454/RJ – 04.8.2003).
Portanto, o recurso de agravo deve ser interposto no prazo de
cinco dias, através de petição (ou termo nos autos) direcionada para o próprio juízo
prolator da decisão impugnada (EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE
DIREITO DA _____ VARA DE EXECUÇÕES CRIMINAIS3 DA COMARCA DE
________________ ou EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA

3
Vara de Execuções Criminais é a denominação utilizada na Lei de Organização e Divisão
Judiciárias em Minas Gerais (Lei Complementar nº 59/2001, alterada pela Lei Complementar nº
85/2005).

6
_____ VARA CRIMINAL FEDERAL4 DE ________________), tendo em vista que
existe a possibilidade de retratação (revisão da decisão recorrida).
Na petição deverá o agravante indicar as peças que serão
copiadas para a formação do traslado (“termos em que, para a formação de
instrumento, indica as peças de fls. _______ para o traslado e pede deferimento), pois
o recurso em questão, em regra, deve subir por instrumento, permanecendo os autos
de execução na Vara de Execuções Criminais, para o prosseguimento do
cumprimento da pena.
Interposta a petição, após a formação do instrumento, o
agravante será intimado para, no prazo de dois dias, apresentar as razões recursais,
realizando-se, na seqüência, a intimação do agravado, para as contra-razões,
retornando os autos ao prolator da decisão impugnada para o juízo de retratação
(possível revisão da decisão recorrida), denominado efeito regressivo deste recurso.
Negado seguimento ao agravo, deve a decisão ser impugnada
através da carta testemunhal, com previsão nos arts. 639 a 646 do Código de
Processo Penal.
Nas razões recursais, o impugnante deverá indicar o número
do processo, nome das partes, tribunal competente, breve relatório, fundamentação e
o pedido de reforma da decisão.
Mantida a decisão (no juízo de retratação), os autos serão
remetidos ao tribunal respectivo. Reformada a decisão em primeira instância, a parte
contrária poderá recorrer da decisão (inversão do recurso), por simples petição, sem a
necessidade de razões ou contra-razões, sendo os autos remetidos ao tribunal
respectivo.
Saliente-se que, com o julgamento do recurso no Tribunal,
sendo desfavorável ao condenado, “é cabível a oposição de embargos infringentes de
decisão não-unânime proferida em sede de agravo” (STJ – 5ª Turma – Resp. 336607
– 13.5.2002; STF – 2ª Turma – HC 77456 – 26.3.1999).

4
Somente será competente a Justiça Federal quando o sentenciado estiver recolhido em
estabelecimento sujeito à competência da União, pois estabelece o enunciado da Súmula 192
do STJ que “compete ao juízo das execuções penais do estado a execução das penas
impostas a sentenciados pela justiça federal, militar ou eleitoral, quando recolhidos a
estabelecimentos sujeitos a administração estadual”.

7
Estabelece a Lei de Execução Penal que o recurso de agravo
não tem efeito suspensivo. Contudo, terá efeito suspensivo quando juiz determinar a
desinternação ou a liberação do agente em cumprimento de medida de segurança,
conforme art. 179 da LEP, que estabelece, in verbis:

“Art. 179. Transitada em julgado a sentença, o Juiz expedirá


ordem para a desinternação ou a liberação”.

8
IV – MODELO DE PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE


EXECUÇÕES CRIMINAIS DA COMARCA DE ____________________

________________________________, já qualificado,
nos autos da execução penal nº _______, por seu advogado, vem, respeitosamente, à
presença de Vossa Excelência, inconformado com a respeitável decisão de fls.____,
que indeferiu _______________ interpor RECURSO DE AGRAVO5, com fundamento
no art. 197, da Lei de Execução Penal.

Requer, após o recebimento deste, com as razões


inclusas6, e intimado o Ministério Público para, querendo, apresentar contra-razões,
seja exercido o juízo de retratação7, com a finalidade de ________________8. Assim
não entendendo Vossa Excelência, requer o processamento do recurso,
encaminhando-se os autos, na seqüência, ao Egrégio Tribunal de Justiça, onde será
processado e provido o presente recurso.

Termos em que, para a formação de instrumento9, indica


as peças de fls. ____________para o traslado,

Pede deferimento

Belo Horizonte, sexta-feira, 11 de janeiro de 2008.


____________________
ADVOGADO

5
O prazo para a interposição de agravo é de 5 dias, idêntico para o RESE, não tendo efeito
suspensivo, salvo a hipótese do art. 179 da LEP.
6
A norma prevista no art. 588 do Código de Processo Penal, usado analogicamente, concede
prazo de 2 dias para a apresentação das razões. Contudo, na prova da ordem, deve o
candidato apresentar a petição recursal e as razões.
7
O recurso de agravo segue o mesmo rito do recurso em sentido estrito, possuindo, portanto,
efeito regressivo, isto é, possibilita ao juiz prolator da decisão contra a qual se insurge a parte
que refaça o seu entendimento, modificando o julgado, nos termos do art. 589 do CPP, razão
pela qual JAMAIS se esqueça de pedir a retratação.
8
Deve-se registrar o benefício na execução penal pretendido.
9
O agravo deve subir por instrumento, permanecendo os autos principais na Vara de
Execuções Penais.

9
V – MODELO DE RAZÕES DE AGRAVO

AUTOS Nº ___________
AGRAVANTE: __________________
AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO

RAZÕES

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA10,

1 – DOS FATOS

______________, qualificado nos autos, definitivamente


condenado pela prática do crime previsto no art. ____, manejou requerimento visando
à obtenção ____________.
Com a decisão de fls. ______, o benefício pretendido
pelo suplicando restou indeferido.

Este é o breve relatório.

2 - DA FUNDAMENTAÇÃO

Com a devida vênia, a respeitável decisão que indeferiu o


benefício de _____________ não pode prevalecer.

Sobre a matéria, estabelece o Código Penal que11:

Diante deste contexto, pode-se afirmar que não agiu o


magistrado com o costumeiro acerto.

10
Somente será competente a Justiça Federal quando o sentenciado estiver recolhido em
estabelecimento sujeito à competência da União, pois estabelece o enunciado da Súmula 192
do STJ que “compete ao juízo das execuções penais do estado a execução das penas
impostas a sentenciados pela justiça federal, militar ou eleitoral, quando recolhidos a
estabelecimentos sujeitos a administração estadual.”
11
Indicação do dispositivo de lei que autoriza a fruição do benefício pretendido pelo
condenado.

10
Nesse sentido, ensina12 ____.

Na jurisprudência, outro não é o entendimento:13

3 - DO PEDIDO

Isso posto, invocando em prol os doutos subsídios desta


AUGUSTA CORTE, conhecido o recurso de Agravo requer o Recorrente seja provido,
para o fim de assegurar ______________.

Ita speratur justitia

Belo Horizonte, sexta-feira, 11 de janeiro de 2008.

_______________________
ADVOGADO

12
Transcrever comentário doutrinário.
13
Inserir jurisprudência, se possível.

11
VI - EMBARGOS INFRINGENTES (ASPECTOS GERAIS)

Trata-se de recurso oponível, no prazo de 10 dias, contra


acórdão não unânime do Tribunal em recurso em sentido estrito ou de apelação,
desde que desfavorável ao recorrente, nos termos do art. 609, parágrafo único, do
Código de Processo Penal, devendo ser dirigido ao Desembargador Relator do
acórdão fustigado.
Contudo, em atenção ao princípio constitucional da ampla
defesa, o Supremo Tribunal Federal vem entendendo que os embargos infringentes
também são cabíveis em se tratando de agravo em execução (art. 197 da LEP),
devendo aqui ser destacados alguns julgados, exatamente o entendimento de
NUCCI14 .
Nesse sentido:

Penal - Processual Penal - Habeas Corpus- Agravo em


execução penal - EMBARGOS INFRINGENTES -
Cabimento - Código de Processo Penal, artigo 609 - Lei
nº 7.210, de 1984: Cabimento de EMBARGOS
INFRINGENTES contra decisão não unânime em agravo
em execução. Código de Processo Penal, artigo 609. Lei
nº 7.210, de 1984, artigo 197. Precedentes do STF: HC
65.988-PR. Habeas Corpus deferido. (STF - JSTF
247/277)

EMBARGOS INFRINGENTES em agravo de que trata o


artigo 197 da Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210, de 11
de julho de 1984). Se o julgamento de agravo, previsto no
artigo 197 da LEP for desfavorável ao réu e não
unânime,são cabíveis os EMBARGOS INFRINGENTES,
face ao que conjugadamente dispõem os artigos 609,
parágrafo único, e 581 do Código de Processo Penal.
Habeas Corpus deferido (diante do empate na votação),

14
NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal Comentado. 5a Ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2006. p. 972.

12
para que os EMBARGOS sejam processados. (STF - HC
- Rel. Sydney Sanches - RTJ 130/646 e JSTF-LEX
133/262)

São admissíveis os EMBARGOS INFRINGENTES


opostos de decisão não unânime que negou provimento a
agravo em execução, uma vez que o artigo 609 do
Código de Processo Penal é anterior à edição da Lei nº
7.210/84, que deu aos recursos cabíveis em incidentes
de execução o nome de agravo. (TACRIM-SP - AR - Rel.
P. Costa Manso - RJD 01/47)

Esclarece NUCCI15 que “trata-se de recurso privativo da


defesa, voltado a garantir uma segunda análise da matéria decidida pela turma
julgadora, por ter havido maioria de votos e não unanimidade, ampliando-se o quorum
do julgamento. Assim, o recurso obriga que a câmara seja chamada a decidir por
completo e não apenas com os votos dos magistrados que compuseram a turma
julgadora”.
Exemplificando: o réu, em votação não unânime, tem
improvido recurso em sentido estrito, apelação ou agravo. Apresentados os embargos
infringentes, a câmara que inicialmente resolveu a questão com somente três
integrantes, deverá resolver a questão com sua composição máxima.
A doutrina procura dividir os embargos em embargos
infringentes, quando a matéria tratada for exclusivamente de direito penal, e embargos
de nulidade, quando versar sobre tema eminentemente processual.
Nos embargos infringentes ou de nulidade, recurso que
não pode ser manejado sem assistência de advogado, não há necessidade de
recolhimento do réu à prisão.
Negada sua admissibilidade, cabe agravo regimental.

15
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. cit. p. 971.

13
VII – MODELO DE PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO DE EMBARGOS INFRINGENTES

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DO


ACÓRDÃO Nº _____ DA _____ CÂMARA CRIMINAL DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE
JUSTIÇA DE MINAS GERAIS

_________________________, qualificado nos autos,


por seu advogado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência opor

EMBARGOS INFRINGENTES16

ao venerando acórdão, com fundamento no art. 609,


parágrafo único, do Código de Processo Penal, para tanto requerendo seja recebido e
ordenado o processamento do presente recurso, com as razões ofertadas em
apartado.

Termos em que,

Pede deferimento.

Belo Horizonte, sexta-feira, 11 de janeiro de 2008.

________________________________
ADVOGADO

16
Ou embargos de nulidade quando a matéria tratada for exclusivamente processual.

14
VIII – MODELO DE RAZÕES DE EMBARGOS INFRINGENTES

AUTOS Nº _____________
EMBARGANTE : __________________
EMBARGADO : MINISTÉRIO PÚBLICO

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA,


COLENDA CÂMARA,

1 – DOS FATOS
____________, qualificado nos autos, foi denunciado
pelo Ministério Público pela prática do crime previsto no art. , porque________17 .
Regularmente processado, adveio para o feito a sentença
de fl. , sendo o recorrente condenado pela prática do crime ________18.
Inconformado com a r. decisão monocrática, apresentou
recurso de apelação, que não teve provimento, em decisão por maioria, justificando-se
a interposição do presente recurso nos termos do voto vencido.
Este é o breve relatório.
2 – DA FUNDAMENTAÇÃO
___________ (exposição das teses defensivas, com a
utilização do voto vencido).
Diante desse contexto, deve prevalecer o entendimento
proclamado no voto minoritário.
3 – DO PEDIDO
Isso posto, recebido e processado o presente recurso,
requer-se a reforma do fustigado acórdão, para prevalecer o teor do voto vencido,
visando a __________, como medida de justiça.
Ita speratur justitia

Belo Horizonte, sexta-feira, 11 de janeiro de 2008.


_______________________
ADVOGADO

17
Sucinta narrativa do fato descrito na denúncia.
18
Sucinta narrativa da sentença.

15
IX – CARTA TESTEMUNHÁVEL (ASPECTOS GERAIS)

Trata-se de interessante recurso oponível, no prazo de 48


horas, para estabelecer o processamento ou o conhecimento de outro recurso,
conforme arts. 639 a 646 do Código de Processo Penal.
Convém relembrar que a carta testemunhável somente pode
ser utilizada quando não houver outro recurso para viabilizar o processamento daquele
recurso que não foi conhecido ou denegado. Portanto, cuidando-se de decisão
monocrática que não recebe a apelação, não cabe a interposição de carta
testemunhável, pois, nesse caso, deve-se apresentar, para dar seguinte à apelação, o
recurso em sentido estrito, nos termos do art. 581, XV, do Código de Processo Penal.
Assim, a carta testemunhável deve ser utilizada, por exemplo,
quando não foi conhecido (ou denegado) o recurso em sentido estrito ou o agravo.
A especialidade deste recurso pode ser identificada no momento
da interposição, pois a carta testemunhável deve ser dirigida ao Escrivão ou Diretor da
Secretaria Criminal (ILUSTRÍSSIMO SENHOR ESCRIVÃO DA _____ ª SECRETARIA
CRIMINAL DA COMARCA DE _________________).
Na petição de interposição, deve o recorrente indicar as peças
para traslado, pois a carta testemunhável subirá ao tribunal por instrumento, nos
termos do art. 640 do Código de Processo Penal, que dispõe, in verbis:

Art. 640. A carta testemunhável será requerida ao escrivão, ou


ao secretário do tribunal, conforme o caso, nas 48 (quarenta e
oito) horas seguintes ao despacho que denegar o recurso,
indicando o requerente as peças do processo que deverão ser
trasladadas.
Em seguida à interposição, formado o instrumento, o recorrente
terá o prazo de dois dias para apresentar suas razões. Na seqüência, o recorrido será
intimado para contra-razões, fazendo o Escrivão a remessa dos autos ao tribunal.
Deve-se salientar que a carta testemunhável não suspende o
prosseguimento do processo principal. Nesse sentido, determina o art. 646 do Código
de Processo Penal que:

“Art. 646. A carta testemunhável não terá efeito suspensivo”.

16
X – MODELO DE PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO DE CARTA TESTEMUNHÁVEL

ILUSTRÍSSIMO SENHOR ESCRIVÃO DA ___ª SECRETARIA DE EXECUÇÕES


CRIMINAIS DA COMARCA DE _______________________

PROC. Nº ______

_________________________, qualificado nos autos,


por seu advogado, nos autos de execução de pena nº ____ , vem, respeitosamente, à
presença de Vossa Senhoria, inconformado com a decisão de fls. ____, que não
admitiu o processamento do recurso de agravo, interpor a presente

CARTA TESTEMUNHÁVEL

com fundamento no art. 639, I, do Código de Processo


Penal, para tanto requerendo seja recebido e ordenado o processamento do presente
recurso, encaminhando-o ao Egrégio Tribunal de Justiça, com as razões ofertadas em
apartado, intimando-se o recorrido para, querendo, oferecer contra-razões.
Termos em que, indicando as peças de fls. ________
para o traslado,

Pede deferimento.

Belo Horizonte, sexta-feira, 11 de janeiro de 2008.

________________________________
ADVOGADO

17
XI – MODELO DE RAZÕES DE CARTA TESTEMUNHÁVEL

AUTOS Nº _____________
TESTEMUNHANTE: __________________
TESTEMUNHADO: MINISTÉRIO PÚBLICO

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA,


COLENDA CÂMARA,

1 – DOS FATOS

______________, qualificado nos autos, foi denunciado


pelo Ministério Público pela prática do crime previsto no art. ____, porque________19 .
Regularmente processado, adveio para o feito a sentença
de fl. , sendo o recorrente condenado pela prática do crime ________20.
Com o trânsito em julgado da condenação, os autos
foram remetidos ao Juízo das Execuções Criminais, iniciando-se o cumprimento da
pena.
Preenchidos os requisitos legais, especialmente o
requisito temporal estabelecido no art. 112 da LEP (cumprimento de 1/6 da pena)
pretendeu o suplicante a progressão ao regime semi-aberto, requerimento que não foi
atendido, ao argumento de que, cuidando-se de crime hediondo, a progressão de
regime somente poderia ser efetivada, nos termos da Lei nº. 11.464/2007, após o
cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena.
Inconformado com decisão, manejou-se o recurso de
agravo, nos termos do art. 197 da Lei nº. 7.210/84, que não foi conhecido sob o
fundamento de que o prazo recursal não foi atendido.

Este é o breve relatório.

2 – DA FUNDAMENTAÇÃO

19
Sucinta narrativa do fato descrito na denúncia.
20
Sucinta narrativa da sentença.

18
Com a devida vênia do digno julgador monocrático, a
decisão que não recebeu o recurso de agravo não pode prevalecer.
Conforme se verifica dos autos, com a intimação do
recorrente em 13.04.2007 (sexta), o prazo para o recurso de agravo teve início no dia
16.04.2007 (segunda), com término no dia 20.04.2007 (sexta).
Entretanto, o honrado magistrado da Vara de Execuções
Criminais, equivocadamente, entendeu que o prazo para o recurso de agravo, diante
do silêncio da Lei de Execução Penal, era de dois dias, terminando, portanto, no dia
17.04.2007.
Com a devida vênia, o ilustre julgador desprezou o
enunciado da Súmula 700 do Supremo Tribunal Federal, que estabelece, in verbis:
“É de 5 (cinco) dias o prazo para interposição de agravo
contra decisão do juiz da execução penal”.

3 – DO PEDIDO

Isso posto, recebido e processado o presente recurso,


requer-se a reforma da decisão monocrática, determinando-se o processamento do
recurso de agravo.

Belo Horizonte, sexta-feira, 11 de janeiro de 2008.

_______________________
ADVOGADO

19
XII - PRIMEIRO EXERCÍCIO PRÁTICO – PROFISSIONAL

Carlos foi processado e condenado com trânsito em julgado pela prática de homicídio
simples (artigo 121, caput) praticado na cidade de Avaré, no ano de 2001, tendo sido
condenado pelo Juiz de Avaré à pena de 6 anos de reclusão
a ser cumprida em regime fechado, em face de sua condição de reincidente. Iniciada a
execução de sua pena na Penitenciária de Avaré, passaram-se exatos 2 anos desde o
início do cumprimento da sua pena no regime fechado,
ainda não pleiteando Carlos qualquer benefício no âmbito da execução penal, não
obstante o seu bom comportamento na prisão e a existência da Vara de Execução na
cidade de Avaré.
QUESTÃO: Como advogado de Carlos, faça a peça adequada (OAB/SP – 132º
EXAME).

20
XIII - SEGUNDO EXERCÍCIO PRÁTICO - PROFISSIONAL

João, definitivamente condenado, estava cumprindo pena privativa de liberdade em


regime aberto. Foi acusado, em novo processo, ainda não sentenciado, de roubo
qualificado pelo emprego de arma e concurso de agentes. Chegando ao conhecimento
do Juiz das Execuções Criminais a existência deste processo, ele revogou
imediatamente, de ofício, o regime aberto e determinou a regressão de João para
regime fechado. João foi intimado da decisão no dia 15.9.05, e, no mesmo dia, deu
ciência ao seu advogado.
QUESTÃO: Como advogado de João, redija a peça processual mais adequada à sua
defesa.

21
XIV - TERCEIRO EXERCÍCIO PRÁTICO-PROFISSIONAL

Ernesto Manoel foi condenado por juízo criminal singular, a cumprir 6 (seis) anos de
reclusão, em regime prisional fechado, por ter sido incurso nas penas do artigo 213,
caput, do Código Penal. Houve recurso interposto pela defesa e o Tribunal confirmou a
sentença do juízo a quo. Contudo, o V. acórdão, expressamente, admitiu a progressão
meritória do regime prisional. Já em fase de execução penal, transcorrido o lapso
temporal do cumprimento da pena no regime fechado, o condenado pleiteou
transferência ao semi-aberto. O exame criminológico concluiu favoravelmente à
progressão e foi no mesmo sentido o parecer do Conselho Penitenciário. Entretanto,
apoiando-se naquele do Ministério Público, o Juiz das Execuções indeferiu o benefício,
fundamentando-se na Lei nº 8072/90.
QUESTÃO: Como advogado de Ernesto Manoel, tome a providência cabível.

22
XV - QUARTO EXERCÍCIO PRÁTICO- PROFISSIONAL

"A", com 21 anos de idade, dirigia seu automóvel em São Paulo, Capital, quando
parou para abastecer o seu veículo. Dois adolescentes, que estavam nas
proximidades, começaram a importuná-lo, proferindo palavras ofensivas e
desrespeitosas. "A", pegando no porta-luvas do carro seu revólver devidamente
registrado, com a concessão do porte inclusive, deu um tiro para cima, com a intenção
de assustar os adolescentes. Contudo, o projétil, chocando-se com o poste,
ricocheteou, e veio a atingir um dos menores, matando-o. "A" foi denunciado e
processado perante a 1.ª Vara do Júri da Capital, por homicídio simples – art. 121,
caput, do Código Penal. O magistrado proferiu sentença desclassificatória, decidindo
que o homicídio ocorreu na forma culposa, por imprudência, e não na forma dolosa. O
Ministério Público recorreu em sentido estrito, e a 1.ª Câmara do Tribunal competente
reformou a decisão por maioria de votos, entendendo que o crime deveria ser
capitulado conforme a denúncia, devendo "A" ser enviado ao Tribunal do Povo. O voto
vencido seguiu o entendimento da r. sentença de 1.º grau, ou seja, homicídio culposo.
O V. acórdão foi publicado há sete dias.
QUESTÃO: Como advogado de "A", elabore a peça adequada.

23
XVI - QUINTO EXERCÍCIO PRÁTICO- PROFISSIONAL

DIREITO PENAL E DIREITO PROCESSUAL PENAL - PEÇA PROFISSIONAL –


CESPE – OAB/RJ – 2007/2º - 33º EXAME DE ORDEM
Em 7/8/2005, CAIO foi condenado, pelo Juízo da 9.ª Vara Federal Criminal da Seção
Judiciária do Rio de Janeiro, a pena de dois anos de reclusão e multa pela prática do
crime previsto no artigo 171, § 3.º, do Código Penal, porque teria recebido,
fraudulentamente, benefício previdenciário, no valor de R$ 5.000,00, em prejuízo do
INSS, por meio de saque da quantia no caixa bancário, com o uso de documento de
identidade que pertencia a beneficiário já falecido. O fato ocorreu em 8/5/2004. A
sentença determinou o cumprimento da pena em regime aberto, negando
expressamente a sua substituição por pena restritiva de direitos por considerar que o
réu não preenchia o requisito do artigo 44, III, do Código Penal, por se encontrar
indiciado em outros inquéritos por fatos análogos. O apelo interposto pela defesa de
Caio teve provimento negado pela 3.ª Turma do Tribunal Regional Federal da 2.ª
Região, por maioria de votos. Na ocasião, restou vencido o desembargador federal
Tício, que (A) acolhia a preliminar de nulidade da sentença pela ausência de exame
pericial no documento utilizado por Caio; (B) no mérito, reformava a sentença
condenatória para absolver Caio por insuficiência de provas para a condenação, a
qual foi baseada no testemunho judicial da autoridade policial que oficiou na fase do
inquérito, informando ter chegado a Caio por meio de denúncia anônima, corroborada
por confissão policial, sendo certo que Caio foi submetido pelo juízo a reconhecimento
pelo caixa do banco, de acordo com o procedimento previsto no artigo 226 do Código
de Processo Penal, que restou negativo; (C) autorizava a substituição da pena por
pena restritiva de direitos, mesmo havendo na folha de antecedentes criminais de Caio
diversas anotações relativas a inquéritos policiais, em andamento, por outras fraudes
contra o INSS.
Redija a peça processual adequada à situação descrita, invocando todos os
fundamentos jurídicos pertinentes. Ao final, assine como advogado, utilizando o nome
JOSÉ DA SILVA, inscrição OAB/RJ 0001.

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