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Transmissão
Sintomas
Após ter adquirido a doença, a pessoa começa apresentar alguns sintomas. O principal
deles é a febre. O doente começa sentir muito frio, seguido de fases de extremo calor.
Estas febres são constantes, porém a periodicidade é irregular. As dores de cabeça,
náuseas, hemorragias e fadiga também são sintomas.
Ciclo Evolutivo
A infecção humana começa quando um mosquito Anopheles fêmea inocula
esporozoítos dos plasmódios a partir da sua glândula salivar durante a hematofagia.
Essas formas são transportadas pela corrente sanguínea até o fígado, onde invadem as
células do parênquima hepático e começam o período de reprodução assexuada.
Mediante esse processo de amplificação (conhecido como esquizogonia ou merogonia
intra-hepática ou pré-eritrocitária), um único esporozoíto produz vários merozoítos-
filhos. Nas infecções por P. vivax, uma parcela das formas intra-hepáticas não se divide
de imediato, permanecendo latente, na forma de hipnozoítos, por um período variável
de 3 semanas a 1 ano ou mais antes que a reprodução comece, e são a causa das
recidivas das infecções.
Progressão e sintomas
A malária causada pelo protozoário P.falciparum caracteriza-se inicialmente por
sintomas inespecíficos, como dores de cabeça, fadiga, febre e náuseas. Estes sintomas
podem durar vários dias.
Mais tarde, caracterizam-se por acessos periódicos de calafrios e febre intensos que
coincidem com a destruição maciça de hemácias e com a descarga de substâncias
imunogénicas tóxicas na corrente sanguínea ao fim de cada ciclo reprodutivo do
parasita. Estas crises paroxísticas, mais frequentes ao cair da tarde, iniciam-se com
subida da temperatura até 39-40 °C. São seguidas de palidez da pele e tremores
violentos durante cerca de 15 minutos a uma hora. Depois cessam os tremores e
seguem-se duas a seis horas de febre a 41 °C, terminando em vermelhidão da pele e
suores abundantes. O doente sente-se perfeitamente bem depois, até à crise seguinte,
dois a três dias depois.
Epidemiologia
É uma das doenças mais importantes para a humanidade, devido ao seu impacto e
custos, e constitui um fardo extremamente pesado para as populações dos países
atingidos, principalmente em África, incomparável aos custos sociais de qualquer
doença ocidental. A malária existe potencialmente em todas as regiões onde existem
humanos e mosquitos Anopheles em quantidade suficiente, o que inclui todas as regiões
tropicais de todos os continentes e muitas regiões subtropicais. Hoje em dia, a África é
particularmente atingida, estando poupadas apenas o norte e a África do Sul. Na
América existe em toda a região central (México e países do istmo) e norte da América
do Sul, incluindo mais de metade do território do Brasil (todo o Nordeste e Amazônia) e
ainda nas Caraíbas (não existe no Sul incluindo Sul do Brasil). Na Ásia está presente em
todo o subcontinente indiano, Médio Oriente, Irão, Ásia central, Sudeste asiático,
Indonésia, Filipinas e sul da China. A malária já existiu mas foi erradicada no século
XX da região mediterrânea, incluindo Sul da Europa: Portugal, Espanha, Itália, sul da
França e Grécia; e no Sul e Oeste dos EUA. Ao todo, vivem quase 3 bilhões de pessoas
em regiões endémicas (ou seja, metade da humanidade) em mais de 100 países.
Há, todos os anos, 300 a 500 milhões de casos da malária, dos quais mais de 90% na
África, a maioria com resolução satisfatória, mas resultando em enfraquecimento e
perda de dias de trabalho significativos. Ela mata, contudo, cerca de 2 milhões de
pessoas em cada ano, cerca de um milhão das quais são crianças com menos de 5 anos.
Na Europa e, mais especificamente, em Portugal, os casos são muito menos graves,
havendo apenas alguns milhares. A grande maioria dos casos, e provavelmente a sua
totalidade, são importados de pessoas que visitaram países tropicais.
Prevenção
Dormir coberto por rede anti-mosquito protege significativamente contra a Malária
Ainda não há uma vacina[3] eficaz contra a malária, havendo apenas estudos de alcance
reduzido sobre testes de uma vacina sintética desenvolvida por Manuel Elkin Patarroyo
em 1987.
A drenagem de pântanos e outras águas paradas é uma medida de saúde pública eficaz.
Diagnóstico
Diagnóstico Clínico
Diagnóstico Laboratorial
O diagnóstico de certeza da infeção malárica só é possível pela demonstração do
parasito, ou de antígenos relacionados, no sangue periférico do paciente, através dos
métodos diagnósticos especificados a seguir:
Tratamento
Cinchona contendo Quinina, o primeiro antimalárico
s seres humanos são infectados pela malária há 50.000 anos. O baixo número anterior
de casos em humanos, se em comparação com os elevados índices em outros animais,
implicava que os mosquitos que se alimentam dos outros animais fossem muito mais
frequentes que o Anopheles, que tem predilecção pelos humanos. Só com o início da
agricultura, há 10.000 anos (em algumas regiões, mas noutras só há 5.000 anos) e com o
crescimento populacional e destruição dos ambientes naturais desses outros animais e
seus mosquitos, é que as populações de Anopheles explodiram em número, iniciando-se
a verdadeira epidemia de malária que existe hoje.
A malária foi uma das doenças que mais atingiram o Império romano e a sua base
populacional e económica, levando à sua queda.
A malária foi uma das principais razões da lenta penetração dos portugueses e outros
europeus no interior da África aquando da época colonial. Mesmo no caso dos
portugueses, que devido à sua maior propensão para casar com nativas, rapidamente
desenvolveram descendência parcialmente resistente, as colónias de Angola e
Moçambique continuaram por muitos anos a situar-se na costa, mais fresca e salubre.
Na América do Sul, os nativos (índios) dos Andes e outros tinham desde tempos
imemoriais usado a casca da árvore da Cinchona para tratar a malária, assim como os
Chineses já usavam a planta Artemísia (uma "nova" droga antimalárica revolucionária
"descoberta" só recentemente). Em 1640 o espanhol Huan del Vego usou a tintura da
casca da cinchona para tratar com sucesso a malária. No entanto, só em 1820 os
franceses Pierre Pelletier e Joseph Caventou extraíram com sucesso a quinina, o
princípio activo antimalárico, da tintura.
Foi o italiano Giovanni Maria Lancisi que, em 1717, notando que eram os habitantes
dos pântanos os que mais sofriam da doença, renomeou o paludismo de malária,
significando maus ares.
Até recentemente não havia muitos motivos para esperanças. Segundo a DNDi, a
malária é uma das doenças negligenciadas - seja por insuficiências das políticas
públicas de saúde, seja por desinteresse da indústria farmacêutica em pesquisar novos
medicamentos para doenças que atingem as populações mais pobres, em áreas
igualmente pobres - portanto, fora do mercado.