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Senhora Ministra
Os Direitos das crianças e dos jovens merecem destaque na Constituição, artigos 73º e
74º, estabelecendo o n.º 1, do artigo 74º que “os jovens têm direito a estímulo, apoio e
protecção especiais da família, da sociedade e dos poderes públicos”.
O Governo retomava com a suspensão das alunas grávidas, uma prática do Governo
do PAICV durante a 1ª República, período em que muitas alunas grávidas foram
suspensas da frequência dos estabelecimentos de ensino.
A partir de 2001 muitas alunas foram obrigadas a anular a matrícula por motivo de
gravidez, sem que houvesse alguma medida legal a regular esta decisão. As jovens
anulavam a matrícula depois de aconselhadas, ou melhor obrigadas, pela Direcção
das Escolas que cumpriam orientações do Governo.
A gravidez continua a ser uma das causas de abandono escolar. Algumas alunas
foram obrigadas a anular a matrícula, mas outras puderam frequentar as aulas
durante o período de gravidez, porque a direcção da escola e os professores, ou não
deram conta, ou fingiram não ver.
Em muitas situações, passou-se a actuar com “dois pesos, duas medidas” e as alunas
quando queriam e tinham condições para estudar, não sabiam com o que contar,
porque nem sempre sabiam, caso fossem descobertas qual seria a reacção da
Direcção da Escola.
Embora, não explicite, este artigo está a responder à situação das alunas obrigadas a
suspender a matrícula.
A suspensão temporária das alunas grávidas é uma medida punitiva que não
contribui para a redução da gravidez precoce.
Felizmente, neste caso, porque a aluna, teve coragem de ir à luta e pôde contar com
algumas pessoas que a encorajaram e apoiaram, circulou na Internet uma petição
assinada por vários cabo-verdianos, residentes no país e na diáspora, a aluna foi
autorizada pelo Ministério da Educação, a regressar à escola. Ficou a penalização da
exposição pública e a perda de alguns dias de aulas.
Senhora Ministra