You are on page 1of 46

Anderson Rodrigo de Carvalho

André Milanio Nunes


Eduardo Teixeira
1
Page

Fabrício Saez Milanio


Jose Vitor
Lucas Albuquerque
Ronaldo Jose

ANÁLISE AMBIENTAL DOS ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS


RELACIONADOS À MINERAÇÃO

Itabira
Faculdade Itabirana de Desenvolvimento das Ciências e Tecnologias
Novembro/2009
1
Anderson Rodrigo de Carvalho
André Milanio Nunes
Eduardo Teixeira
2
Page

Fabrício Saez Milanio


Jose Vitor
Lucas Albuquerque
Ronaldo Jose

ANÁLISE AMBIENTAL DOS ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS


RELACIONADOS À MINERAÇÃO

Trabalho apresentado à Faculdade Itabirana


de Desenvolvimento das Ciências e
Tecnologias. Disciplinas: Epidemiologia e
Saúde Ambiental, Hidrologia, Economia
Ambiental, Poluição Ambiental e Política e
Legislação Ambiental.
Curso: Engenharia Ambiental – 6ºP

Itabira
Faculdade Itabirana de Desenvolvimento das Ciências e Tecnologias
Novembro/2009

2
SUMÁRIO
3

INTRODUÇÃO....................................................................................................................04
Page

CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO.............................................................04

HIDROLOGIA.....................................................................................................................12

EPIDEMIOLOGIA..............................................................................................................16

ECONOMIA AMBIENTAL................................................................................................25

POLUIÇÃO AMBIENTAL.................................................................................................27

POLÍTICA E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL......................................................................36

FECHAMENTO DO EMPREENDIMENTO......................................................................43

CONCLUSÃO......................................................................................................................44

REFERÊNCIAS...................................................................................................................45

3
1. INTRODUÇÃO
4

A mineração é um dos setores básicos da economia do país, contribuindo de forma


Page

decisiva para o bem estar e a melhoria da qualidade de vida das presentes e futuras
gerações, sendo fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade equânime, desde
que seja operada com responsabilidade social, estando sempre presentes os preceitos do
desenvolvimento sustentável.

Estes estudos têm por objetivo implantar um projeto de operação e lavra de minério de
ferro, a céu aberto, com tratamento a úmido. Contemplando alguns itens essenciais ao
funcionamento do empreendimento como: barragem de contenção de rejeitos, acumulação
de água e pilha de estéril, atendendo á demanda da mineração tendo como objetivo final
dos trabalhos, gerar um documento envolvendo as áreas de Hidrologia, Epidemiologia,
Poluição Ambiental, Economia, Direito Ambiental.

2. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREEDIMENTO

Este empreendimento minerario se instalado no município de Salinas, situada no Norte de


Minas Gerais, na região fisiográfica do Chapadão do Itacambira - Vale do Jequitinhonha,
Micro Região do Alto Rio Pardo, a 631 km de Belo Horizonte. A mina está localizada a 10
km da sede do município tendo como coordenadas de referência N 16°10’41,48’’/E
42°12’58,14’’.

Após o conhecimento da reserva geológica, por meio de realização de furos geológicos,


associados à interpretação geológica destes dados gerados, estimamos a reserva lavrável de
minério, sendo esta de 26.000.000 toneladas e de estéril 14.000.000 toneladas
estabelecendo uma relação estéril minério de 0,65 ton/ton, com uma produção bruta de
1.600.000 ton/ano.
Definida a dimensão da reserva geologia, classificamos o empreendimento de acordo com
a DN 74/2004, na seguinte categoria:

4
Lavra a céu aberto com tratamento a úmido – minério de Ferro
5
Page

Pot. Poluidor/Degradador: Ar: M / Água: G / Solo: G / Geral: G


Porte: Produção Bruta ≤ 300.000 t/ano : Pequeno
300.000 < Produção Bruta ≤ 1.500.000 t/ano : Médio
Produção Bruta > 1.500.000 t/ano : Grande

De acordo com a categoria, mediante o porte e o potencial poluidor, classificamos o


empreendimento como Classe 6.

Potencial Poluidor/ degradador geral da


atividade
P M G
P 1 1 3
Porte do
M 2 3 5
Empreendimento
G 4 5 6
Tabela 1: Identificação da Classe do Empreendimento

A lavra deste jazimento está sendo planejada para ocorrer de forma a atender o mercado
interno siderúrgico mineiro, totalizando 25 anos de operação. O estéril lavrado durante a
operação da mina será destinado a uma pilha de estéril com capacidade de armazenamento
de 14.000.000 toneladas, a jusante da pilha será construído um dique de contenção de
sedimentos.

O processo de beneficiamento de minério será a úmido com recuperação metálica de 58%


de teor de ferro e recuperação mássica de 85 %, sendo, portanto capaz de produzir
22.100.000 toneladas de produto final.

O rejeito gerado pelo processo de beneficiamento será disposto em uma barragem de


contenção de rejeito com capacidade de armazenamento de 3.900.000 ton de rejeito e
1.250.000 m³ d água. A operacionalização da mina será realizada por meio mecanizado
em 04 turnos interruptos de produção, sendo necessária a utilização de 750 empregados
5
diretos para atender sua demanda de produção. Toda a água utilizada no processo de
beneficiamento será proveniente da bateria de poços da mina e por meio de recirculação, a
uma taxa de 85%, sendo, portanto utilizado somente 15% de água nova no processo.
6
Page

Durante a pesquisa geológica foi constatado a presença de um aqüífero profundo (água


subterrânea) detectados pelos furos geológicos. Para a realização da lavra programada será
necessário a perfuração de uma bateria poços profundos, destinados a exploração do
aqüífero. A água proveniente destes poços de rebaixamento do aqüífero será destinada ao
processo de beneficiamento e a contenção de emissão de particulados, por meio de
aspersão nas vias de trânsito da mina, bem como para atendimento às necessidades
administrativas do empreendimento. O volume de água explotada da formação ferrífera,
bem como o nº de poços foi embasado em um modelamento matemático, utilizando-se o
software Modflow. Foi elaborado um inventário das nascentes no entorno da área do
empreendimento, bem como a construção de instrumentação para acompanhamento dos
níveis e volumes destas águas superficiárias (lençol freático), afim de evidenciar a não
interferência das operações mineiras com os mananciais superficiais de água.

A seguir, apesentamos alguns mapas temáticos para facilitar o processo de análise da área
onde sera instalado o empreendimento. São eles:

 Área de Contribuição da Bacia

 Solos

 Vegetação

 Temperatura Média

 Precipitação Média Anual

6
Page 7

7
Page 8

8
Page 9

9
Page 10

10
Page 11

11
3. HIDROLOGIA
12

Impactos Ambientais
Aspectos
Page

Meio Abiótico Meio Biótico Meio


ambientais
Ar Água Solo Fauna Flora Antropico
Supressão de Elevaçao Aumento do Redução de Doenças
Compactação Afugentamento
Veget. Partc. escomento divers. trans. Inse.
Construção de
Alteração dos
Barragens e
- cursos d'água - - - -
pilha est.

Drenagem Carreamento
superficial de solidos
- - - - -
para cursos
da mina
d'água
Reduçao da
Beneficiamento
disponibilidade
de minério - - - - -
hidrica

Contam. água
Manut.
por óleos e
Mecânica - - - - -
solventes
equipamentos
Efluentes
Área
- químicos - - - -
administrativa
e orgânicos
Tabela 2: Aspectos e Impactos Ambientais da Mineração

Supressão vegetal / aumento do escoamento

A supressão da vegetação tem como impacto hidrológico , o aumento momentâneo do


escoamento superficial dos cursos d’água subseqüentes ao empreendimento. A incidência
da chuva em um solo suprimido de vegetação não permitira uma infiltração suficiente para
recarga satisfatória dos mananciais subterrâneos, isso ocorre devido a dois fatores
principais, a impermeabilização do solo e a diminuição do tempo de retenção das águas
pluviais no meio, promovendo um aumento momentâneo da vazão nos cursos d’água, e seu
assoreamento. Como ação mitigadora serão recuperadas as áreas impactadas com a
plantação de espécies nativa da região, associando a gramíneas e leguminosas.

Construção de barragem / Alteração nos cursos d’água

A construção de uma barragem para contenção dos rejeitos gerado pelo processo de
beneficiamento, acarretarão em alterações significativas nos cursos d’água interceptado.
12
Ocorrerá uma reservação e acumulo de água a montante do barramento, alterando suas
características originais, podendo alterar todo o meio biótico, devido ao alagamento das
13

áreas de entorno do reservatório. Como ação mitigadora será suprimida toda vegetação
Page

situada na cota de alagamento, área esta licenciada, a fim de evitar o aporte de matéria
orgânica no reservatório. Serão estudados e mantidos em equilíbrio as espécies nativas no
meio local.

Drenagem superficial / carreamento de sólidos para curso d’água

A falta de drenagem superficial ou drenagem inadequada, acarretara no carreamento de


sólidos para o curso d’água a jusante do empreendimento, ocasionando alterações
significativas na vazão e nos parametos de qualidade das águas superficiais. Como ação
mitigadora será elaborado um projeto de drenagem de águas pluviais, direcionando todos
os sedimentos carreados para diques de contenção, localizados dentro da área operacional,
que posteriormente serão destinados a pilha de estério.

Beneficiamento de minério / redução da disponibilidade hídrica local

O processo de beneficiamento necessário para a transformação do minério bruto em


produto final demanda um consumo elevado de água. Essa demanda busca os recursos
disponíveis na região do empreendimento, alterando portanto a disponibilidade hídrica
local. Como ação mitigadora será realizado um estudo hidrológico da bacia onde esta
localizado o empreendimento e implantado um sistema de recirculação da água, fechando
um circuito entre a barragem e a usina.

Manutenção mecânica dos equipamentos / contaminação por óleos e solventes

A manutenção dos equipamentos moveis e semi-moveis de mineração gera um resíduo


contaminados com óleo e solventes, contaminando a água utilizada no processo,
impactando o meio abiótico a jusante do empreendimento. Com ação metigadora será
implantado nas oficinas de manutenção separadores de água e óleo e o resíduo, por meio
deles gerados será destinado a empresa autorizada para tratamento adequado.

13
Área administrativa / efluentes limpos e orgânicos
14

Os efluentes líquidos originados pela área administrativa da mina ocasiona a


Page

contaminação dos cursos d’água alterando os padrões de qualidade físico-quimico.


Doenças de veiculação hídrica poderão contaminar os usuários da água a jusante do
empreendimento. Como ação mitigadora será implantado uma ETEi ( Estação de
tratamento de esgotos industrializados ), para tratamento deste efluente e outros que virem
a surgir no processo de beneficiamento do minério.

Calculo do Tempo de concentração e Vazões:

Equação de Kirpich

tc = 57(L3/H)0,385

L= 2 Km
H= 35m

tc = tempo de concentração, min;


L = comprimento do talvegue, km;
H =diferença de nível entre o ponto mais remoto da bacia e a seção de deságüe, m.

Equação de Ven Te Chow (Freitas, 1984)

tc = 52,64(L/√S0)0,64

L= 2 Km
S0=17,5 m/km

tc = tempo de concentração, min;


L = comprimento do talvegue, km;
S0 = diferença média do talvegue, m Km-1

14
Equação de Picking (Freitas, 1984)
15
Page

tc = 51,79(L2/S0)1/3

L= 2 Km
S0=17,5 m/km

tc = tempo de concentração, min;


L = comprimento do talvegue, km;
S0 = diferença média do talvegue, m Km-1

Intensidade máxima média da precipitação (im)

im = KTa/(tc + b)c

K= 4600 b = 34,952
a = 0,203 c = 1,033

im = intensidade má xima média de precipitação, mm h -1;


T = período de retorno, anos;
t = duração da precipitação, min;
K, a, b, c = parâmetros de ajuste relativos à estação pluviométrica estudada.
Observação: utilizou-se o tempo de concentração (tc) obtido da equação de Kirpich

Vazão máxima de escoamento superficial pelo Método Racional

Qmax = CimA/360 Qmax = vazão máxima de escoamento superficial, m³ s-1;


C = coeficiente de escoamento superficial,
adimensional;
C = 0,6125
im = intensidade máxima média de
Im = 95,02 precipitação para uma duração igual ao
A = 5000 ha tempo de concentração da bacia, mm h -1;
A = Área da bacia de drenagem, ha.

15
Resultados de Cálculos de concentração de vazão
16

Métodos tc (min) im (mm/h) Qmax (m³/s)


Page

Kirpich 32,29 95,02 808,33


Vem te Chow 32,82 94,25 801,78
Picking 31,66 95,95 816,24
Tabela 3: Vazão Máxima da Bacia

4. EPIDEMIOLOGIA

Um dos maiores transtornos sofridos pelos habitantes próximos e/ou os que trabalham
diretamente na mineração, relaciona-se com a poeira. Esta pode ter origem tanto nos
trabalhos de perfuração da rocha como nas etapas de beneficiamento e de transporte da
produção.

Estes resíduos podem ser solúveis, ou particulares que ficam em suspensão. A contribuição
da mineração para a poluição do ar é principalmente a poluição por poeira e gases
provenientes de motores e máquinas.

Estes poluentes atmosféricos agravam a saúde das pessoas que estão em torno da mina e os
trabalhadores que estão diretamente expostos a esse tipo de poluição. Abaixo se encontram
algumas doenças e malefícios decorrentes desse tipo de poluente:

 Siderose Pulmonar

É uma doença causada por poeiras e fumos contendo oxido de ferro. Os sintomas da
doença são febre alta, dor torácica ventilatorio-dependente no hemitoráx, tosse
produtiva com expectoração amarelada e prostração.

A lesão pulmonar descrita consiste em preenchimento dos alvéolos por macrófagos


carregados de grânulos de ferro, sem reação fibrosa, chamada de reação inerte ou
tatuagem.

16
As conseqüências para a saúde humana são cansaços, irritações pulmonares, que
17

futuramente pode evoluir para um câncer de pulmão.


Page

Os critérios para diagnosticar a siderose pulmonar são o histórico da exposição a poeira


de ferro e a outros agentes inalados, levando em conta as condições de trabalho ( locais
fechados ou mal ventilados) e a concentração de partículas no ar.

O prognostico é geralmente favorável, sendo possível a regressão das lesões após


afastamento do trabalho.

O tratamento da siderose pulmonar restringe-se ao afastamento do profissional do local


de trabalho, para a sua reabilitação ficando longe da poluição.

A prevenção leva em conta um limite de tolerância de 5 mg/m³ para exposição de 8


oras de diárias, realização de diagnostico precoce com radiografias e esperometrias
anuais e mudanças de setor e função para os trabalhadores expostos.

 Silicose

É uma doença relacionada com a inalação de pequenas partículas e a permanência


destas microparticulas no pulmão provocando uma reação inflamatória.
Os sintomas da doença manisfestam-se após 20 a 30 anos de exposição a
microparticulas, podendo causar fadiga, cansaço, perda de apetite, dor peitoral, falta de
ar, tosse e irritações nas vias aerias.

A investigação da doença se baseia em exames clínicos, questionários aplicados as


pessoas doentes, material ao qual a pessoa esta exposta, o tempo de exposição, exames
radiológicos e físicos e biopsia pulmonar.

Através de pesquisas bibliográficas constatou-se que não existe tratamento curativo


para a silicose, por isso a prevenção assume um papel importante para evitar a doença,
mas também se pode realizar lavagens pulmonares ou transplantes de pulmões.
17
A prevenção se baseia no uso de mascaras adequadas, respiradores e capuzes, uso de
18

EPI’s, aspersores de água para diminuir a poeira.


Page

 Asma

A asma é uma doença alérgica (herdada ou adquirida) onde ocorre inflamação dos
brônquios deixando as pessoas com dificuldade de respirar, com a mineração na cidade
de salinas leva ao agravo das crises de asma.

Como a asma e uma doença que na maioria das vezes e genética, ou em alguns casos se
adquire através de material particulado suspenso no ar provenientes da mineração.

Os sintomas são aperto no peito, cansaço, tosse com ou sem catarro, falta de ar que
podem variar de acordo com a idade e o clima das pessoas doentes.

As formas de prevenção da asma se dividem em:

Prevenção primaria, tem como objetivo evitar que crianças com alto risco de tornarem
alérgicas fiquem sensibilizadas;

Prevenção secundaria, se baseia em tratar as doenças das vias aéreas superiores, como
a rinite alérgica, bronquite, sinusite, para evitar o desenvolvimento da asma.

Prevenção terciária, os doentes controlam a asma através de medicação para controlar o


processo inflamatório.

A asma não tem cura, mas para controlar a sua incidência é necessário o controle de
particulado fino suspenso no ar através de aspersões de água na mina, arborização em
torno da mina.

Todas as doenças citadas acima podem ser evitadas através de medidas preventivas que
devem ser adotadas pela empresa, para que possam minimizar os impactos causados na
18
população provenientes da mineração. As medidas preventivas são umidificação das vias e
das pilhas de minério, cinturão verde em torno da mina, mascaras adequadas para os
19

trabalhadores.
Page

Tabela 4: Incidência de morbidade hospitalar, por causa de inertanção -


media dos municípios mineradores e nao=mineradores ( me % do total de internacoes) . (2005)
categoria/ motivo infecto transtorno má
neoplasias respiratória lesão
da morbidade contagiosas mental formação
municípios
10,9 3,49 1,14 12,75 0,44 6,29
mineradoes
municípios nao-
11,18 2,99 1,03 16,79 0,5 7,11
mineradores
diferença -2% 17% 11% -24% -12% -12%
teste t -0,10939804 0,69385953 0,2590925 -2,04119151 0,51264033 0,98665
Fonte: Elaboração da autora a partir de informações do DATASUS (2005)

A tabela 1 acima mostra informações sobre incidência de morbidade hospitalar, segundo a


distribuição percentual das internações por grupos de causa, disponibilizadas para todos os
municípios brasileiros pelo banco de dados de sistema único de saúde (DATASUS), para o
ano de 2005, permitem verificar associação entre certos tipos de doenças consideradas
típicas de mineração nos municípios mineradores do estudo.

As seis categorias selecionadas foram as doenças mais citadas na literatura sobre o tema e
nas entrevistas de campo. As informações se referem as medias observadas para o conjunto
de municípios mineradores e não-mineradores, bem como a diferença (em termos
percentuais) observada entre as medias. A avaliação das medias amostrais foi feita com o
teste estatístico t, com o nível significância de 5%. Os resultados não revelaram diferenças
significativas entre as medias do conjunto de municípios minerador e não-minerador, mas
revelaram diferenças inter-regionais, quanto as doenças infecto-contagiosas.

Tabela 5: Incidência de morbidade hospitalar por doenças infecto-contagiosas -


média dos municípios mineradores das regiões norte e nordeste e das demais
regiões ( me % do total de internações). (2005)
municípios mineradores das municípios mineradores das regiões
Indicador
regiões norte e nordeste Centro-oeste, sul e sudeste
média 15,78 6,29
teste t 2,221341 2,221341

19
As doenças infecto-contagiosas estão intimamente relacionadas às condições
socioeconômicas, especialmente, a renda e a educação. Portanto, era previsível que o
20

conjunto de municípios mineradores das regiões norte e nordeste apresentasse media de


Page

internação hospitalar para esse tipo de doença superior a dos municípios mineradores das
demais regiões.

Quanto as doenças do aparelho respiratório, causou surpresa não haver diferenças


significativas de medias, nem entre o conjunto de municípios mineradores e não-
mineradores e nem entre o conjunto de mineradores das duas regiões. Supreende também a
cidade de Itabira Mg não estar encabeçando a lista de municípios mineradores mais
afetados por doenças respiratórias, uma vez que esse problema foi mencionado durante a
visita no município. Todavia, este resultado esta de acordo com a analise epidemiológica
sobre o impacto da poluição no ar na saúde humana da população de Itabira Mg que foi
realizado pelo laboratório de poluição atmosférica experimental da faculdade de medicina
da universidade de são Paulo,em 2005.

Esse resultados são insuficientes para afirmar que municípios de base mineira estejam
livres de algum tipo de doença típica da mineração . Significa que apenas a amostragem do
ano de 2005 para o conjunto de municípios minerador e não-minerador, não revelou essa
associação. Dado que surpreende, pois a expectativa era de se encontrar maior incidência
de doenças respiratórias entre o conjunto de municípios mineradores. Como hipótese,
pode-se especular que normas ambientais mais rigorosas sobre os limites das emissões
atmosféricas ( resoluções CONAMA 003/1990 e 382/2006, entre outras) tem estimulado o
desenvolvimento de processos mais comprometidos com a prevenção e o controle de
emissões de particulados pela extração mineral.

Os registros epidemiológicos de morbidade e mortalidade abaixo são do município de


Itabira MG, que tem como base de sua economia a extração de minério de ferro, onde a
mina se localiza no entorno da cidade, agravando a situação de saúde das pessoas.

20
Município: Itabira - MG
21

Tabela 6: Distribuição Percentual das Internações por Grupo de Causas e Faixa Etária - CID10
Page

(por local de residência)


2007
Capítulo CID Menor 1 1a4 5a9 10 a 14 15 a 19 20 a 49 50 a 64 65 e mais 60 e mais Total
I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 5,7 5,8 5,3 4,2 0,8 1,9 2,8 3,8 3,7 2,7
II. Neoplasias (tumores) - 2,3 5,3 9,0 0,8 5,3 10,2 6,8 7,3 5,6
III. Doenças sangue órgãos hemat e transt imunitár - 1,2 0,5 5,6 - 0,6 0,7 0,4 0,5 0,6
IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 4,9 9,2 8,2 6,3 - 2,3 4,9 6,1 6,0 3,7
V. Transtornos mentais e comportamentais - - - - - 1,2 0,4 - - 0,7
VI. Doenças do sistema nervoso - 1,5 2,4 0,7 0,8 1,6 2,9 3,1 3,0 1,9
VII. Doenças do olho e anexos - - - 0,7 - 0,2 0,3 0,1 0,2 0,2
VIII.Doenças do ouvido e da apófise mastóide 0,4 0,4 - 0,7 - 0,1 - - - 0,1
IX. Doenças do aparelho circulatório - 0,8 - 1,4 1,0 11,7 34,0 31,0 31,8 15,0
X. Doenças do aparelho respiratório 29,3 46,5 15,5 13,2 2,8 5,0 11,9 18,9 17,6 11,2
XI. Doenças do aparelho digestivo 3,3 5,8 9,7 9,0 4,1 7,5 10,6 6,7 7,3 7,4
XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo 2,4 8,5 9,2 2,1 0,8 2,1 2,1 3,3 3,1 2,8
XIII.Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo - 0,8 3,9 4,9 1,5 2,2 3,7 3,4 3,1 2,5
XIV. Doenças do aparelho geniturinário 3,7 4,6 12,1 9,7 5,9 8,4 5,6 6,1 5,9 7,3
XV. Gravidez parto e puerpério - - - 5,6 67,7 38,3 0,1 0,5 0,4 24,4
XVI. Algumas afec originadas no período perinatal 43,5 3,1 - - - 0,1 0,1 0,1 0,1 2,0
XVII.Malf cong deformid e anomalias cromossômicas 2,8 4,2 4,8 3,5 1,3 0,2 0,3 0,1 0,3 0,8
XVIII.Sint sinais e achad anorm ex clín e laborat 0,8 0,8 1,4 2,1 1,3 1,3 2,8 2,3 2,4 1,6
XIX. Lesões enven e alg out conseq causas externas 2,4 3,8 17,9 18,8 10,0 9,0 6,2 7,4 7,1 8,5
XX. Causas externas de morbidade e mortalidade - - - - - - - - - -
XXI. Contatos com serviços de saúde 0,8 0,8 3,9 2,8 1,3 1,0 0,5 0,1 0,1 1,0
CID 10ª Revisão não disponível ou não preenchido - - - - - - - - - -
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Fonte: SIH/SUS

21
Município: Itabira - MG
22

Tabela 7: Mortalidade Proporcional (%) por Faixa Etária Segundo Grupo de Causas - CID10
2006
Page

Menor
Grupo de Causas 1 1a4 5a9 10 a 14 15 a 19 20 a 49 50 a 64 65 e mais 60 e mais Total

I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias - - - - - 5,2 3,7 3,5 3,7 3,6

II. Neoplasias (tumores) - - - 100,0 - 15,5 25,0 17,0 16,6 17,3

IX. Doenças do aparelho circulatório - - - - - 16,5 44,4 44,5 44,9 36,1

X. Doenças do aparelho respiratório 3,7 100,0 - - 11,1 1,0 5,6 15,5 15,1 10,2

XVI. Algumas afec originadas no período perinatal 74,1 - - - - - - - - 3,8

XX. Causas externas de morbidade e mortalidade - - - - 77,8 38,1 4,6 1,1 0,9 9,9

Demais causas definidas 22,2 - 100,0 - 11,1 23,7 16,7 18,4 18,8 19,2

Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Fonte: SIM

22
Tabela 8: Coeficiente de Mortalidade para algumas causas selecionadas
(por 100.000 habitantes)
Causa do Óbito 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
23

Aids 9,2 7,0 1,0 5,9 3,9 6,6 0,9


Page

Neoplasia maligna da mama (/100.000 mulheres) 2,0 3,9 11,5 17,0 13,1 5,5 12,6

Neoplasia maligna do colo do útero (/100.000 mulh) - 1,9 9,6 - - 3,6 3,6

Infarto agudo do miocardio 18,3 19,0 24,8 24,5 26,1 29,2 28,8

Doenças cerebrovasculares 48,8 61,1 46,5 50,9 48,3 55,5 45,5

Diabetes mellitus 18,3 18,0 37,6 36,2 17,4 23,5 19,5

Acidentes de transporte 10,2 12,0 6,9 7,8 13,5 16,0 8,4

Agressões 3,1 5,0 5,0 4,9 13,5 11,3 11,1


Fonte: SIM

Tabela 9: Indicadores de Morbidade


Outros Indicadores de Mortalidade 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Total de óbitos 504 519 530 543 517 577 563
Nº de óbitos por 1.000 habitantes 5,1 5,2 5,2 5,3 5,0 5,4 5,2
% óbitos por causas mal definidas 6,2 6,9 6,6 4,1 5,8 4,9 6,4
Total de óbitos infantis 34 41 35 23 18 31 28
Nº de óbitos infantis por causas mal definidas 1 1 2 1 - - 1
% de óbitos infantis no total de óbitos * 6,7 7,9 6,6 4,2 3,5 5,4 5,0
% de óbitos infantis por causas mal definidas 2,9 2,4 5,7 4,3 - - 3,6
Mortalidade infantil por 1.000 nascidos-vivos ** 19,9 24,3 21,5 15,3 12,2 20,3 19,0
* Coeficiente de mortalidade infantil proporcional
**considerando apenas os óbitos e nascimentos coletados pelo SIM/SINASC
Fonte: SIM/SINASC
23
24
Page

Gráfico 1: Mortalidade Proporcional

As tabelas e gráficos acima mostram que o índice de morbidade hospitalar de pessoas que são
internadas por doenças do aparelho respiratório e de 11,2%, sendo que os mais afetados são as
crianças que variam a idade entre menores que um ano e ate nove anos, e os mais velhos
também possuem um elevado índice de internações.
A taxa de mortalidade por doenças respiratórias foi de 10,2%, sendo que a população mais
afetada foram pessoas com mais de 60 anos e crianças com idade entre um a quatro anos.

24
5. ECONÔMICA AMBIENTAL
25

A base econômica do município se sustenta na agropecuária, indústrias, principalmente de


Page

cachaça e comercio que atende a micro região.

Com a chegada da mineração que tem previsto um investimento de 5,6 bilhões de dólares
devem-se tomar medidas publicas administrativas para que a economia da cidade não se torne
um enclave econômico.
Um enclave econômico caracteriza-se pela ausência de ligações em cadeia entra a atividade
principal, que no caso de Salinas passara a ser a mineração, e os outros setores econômicos já
existentes na região. Caso se configure como enclave econômico a cidade passara dera seu
desenvolvimento auto-sustentável, diversificado e independente da atividade principal,
passando a ser sempre dependente uma única geração de renda .

Em termos econômicos, o retorno da extração mineral na cidade acontece diretamente com os


impostos revertidos para o poder público e os empregos gerados nas áreas da mineradora,
mas, sobretudo, indiretamente, o comércio tende a crescer para atender à demanda do
crescimento populacional e em função de trabalhos relacionados à mineradora, o que
incrementa o poder aquisitivo e faz aumentar os índices de impostos arrecadados como ICMS
e ISSQN. Hotéis, restaurantes, bancos, supermercados, escolas, farmácias, hospitais, entre
outros, serão criados ou revitalizados para atender a demanda latente. Estes impostos criam
possibilidades de serem revertidos em melhorias urbanas, tais como abertura de novas
avenidas, revitalização e criação de praças públicas, loteamento de novas áreas. Asfaltamento
de estradas, manutenção de escolas municipais, ampliação de serviços de saúde, bem como
investimentos em na educação com a capacitação da população local, com investimento em
criação de cursos técnicos e superiores..

Assim como todos os municípios brasileiros que são detentores de atividades minerárias,
Salinas terá o direito a uma parte do lucro com a venda do produto final que é retirado de seu
subsolo. Do montante que é repassado às esferas governamentais, tem-se a seguinte divisão:

25
• 12% para a União (DNPM, IBAMA e MCT4);
• 23% para o Estado onde for extraída a substância mineral;
26

• 65% para o município produtor.


Page

Direito esse amparado pela Constituição Federal de 1988 que, em seu Art. 20, § 1º, cita:

A Compensação Financeira pela Exploração Mineral - CFEM, é devida aos Estados, ao


Distrito Federal, aos Municípios, e aos órgãos da administração da União, como
contraprestação pela utilização econômica dos recursos minerais em seus respectivos
territórios.

A CFEM ainda é regulamentada pelas Leis n°s 7.990/89, 8.001/90 e 9.993/00, bem como pelo
Decreto nº 1/91. Sendo de responsabilidade do Departamento Nacional de Produção Mineral
— DNPM —, a administração, normatização e fiscalização sobre a arrecadação da mesma
(Lei n° 8.876/94, art. 3° - inciso IX). A CFEM é gerada a partir do cálculo sobre o valor do
faturamento líquido das empresas minerárias, concebido na venda do produto mineral
originário das áreas da jazida, mina, salina ou outros depósitos minerais. Desse valor, já estão
deduzidos os tributos (ICMS, PIS, COFINS), que são incidentes na comercialização, assim
como as despesas com transporte e seguro.

Quando o produto mineral é consumido, transformado ou utilizado pelo próprio minerador,


então se considera como valor, para efeito de base do cálculo da CFEM, o somatório das
despesas diretas e indiretas ocorridas até o momento da utilização do produto mineral. O
DNPM aplica alíquotas específicas sobre o faturamento líquido para a obtenção da CFEM,
variando-se de acordo com a substância mineral da seguinte maneira:

• aplica-se a alíquota de 3% para: minério de alumínio, manganês, sal-gema e potássio;


• 2% para: ferro, fertilizante, carvão e demais substâncias;
• 0,2% para: pedras preciosas, pedras coradas lapidáveis, carbonatos e metais nobres;
• 1% para: ouro.

O pagamento da CFEM é realizado mensalmente, até o último dia útil do segundo mês
subseqüente ao fato gerador, ou seja, a venda do produto mineral.
26
Credito de Carbono
27

Um fator importante a ser levando é quanto a emissão de CO2 pela mineração seja no ato de
Page

abertura da mina ou após o funcionamento da mesmo . Durante o processo de abertura da


mina que abrangerá um área de 15 Km2 e terá um tempo estimado de um ano e meio, serão
emitidos 300000 toneladas de CO2 somente com o desmatamento da vegetação local que é
constituída de cerrado e mais 28102,080 toneladas emitidas pela combustão de diesel pelas
maquinas , sendo assim durante processo de abertura serão emitidos 328102,080 toneladas de
CO2. Já quanto a mina estiver em funcionamento trabalhando 24 horas por dia será emitido
165099,720 toneladas de CO2 por ano. Para se adequar as normas de emissões de gases efeito
estufas a empresa dera que um custo de R$9.167.172,115 durante o processo de abertura da
mina, já durante sua operação dera um custo de R$4.612.886,177 por ano, esses valores
deveram ser negociados com a compra de credito de carbono, e os mesmos poderão sei
negociados na BM&F.

6. POLUIÇÃO AMBIENTAL

Poluição Ambiental é o resultado de atividades que, direta ou indiretamente, prejudicam a


saúde, a segurança e o bem estar da população, criando condições adversas ás atividades
sociais econômicas por atividades causadoras de degradação ambiental.

Poluidor é toda pessoa ou empresa, pública ou privada, responsáveis por atividades


causadoras da degradação ambiental.

A poluição ocorre, sobre a biosfera, através de atividades humanas de duas maneiras:

 Liberação de resíduos tóxicos que ataquem os tecidos dos seres vivos, por absoluta
falta de um melhor destino para os materiais poluentes. Ex. lixo radioativo, metais
pesados, etc.
 Pelo próprio homem através da superpopulação onde se acumulam resíduos
metabólicos (gás carbônico, esgotos, etc.). Ex. grandes cidades sem infra-estrutura
de saneamento, etc..

27
Considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e
28

biológicas sobre o meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia
Page

resultantes das atividades humanas que direta ou indiretamente afetam:

 A biota;
 A saúde, segurança e o bem estar da população;
 As atividades sociais e econômicas;
 As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
 A qualidade dos recursos ambientais.

Com todas estas atividades o meio ambiente sofrerá as conseqüências com a provocação de
impactos, visuais, no ar, qualidade da água, no solo, etc. Estes impactos, na sua maioria,
degradam o meio ambiente gerando áreas degradadas a passivos ambientais, nada que não
possa ser passível de recuperação e reabilitação total ou parcial.

Degradação Ambiental é quando a vegetação nativa, a fauna e a camada fértil do solo são
destruídas, removidas ou expulsas e a qualidade dos rios, lagos, etc. são alterados.

Recuperação Ambiental (reclamation) é a estabilização de áreas degradadas para posterior


utilização de acordo com um plano pré-estabelecido.

Reabilitação Ambiental (rehabilitation) é a atribuição à área degradada de um novo uso (um


estágio biológico apropriado), tais como: preservações ambientais, habitacionais, industriais e
comerciais, recreação, lazer, piscicultura, reflorestamento pastagem, etc.

Passivo Ambiental é a descrição do acúmulo de danos ambientais que deve ser reparado afim
de que seja mantida a qualidade ambiental de um determinado local. Esta noção de passivo
ambiental foi tomada emprestada das ciências contábeis e representa, num primeiro momento,
um valor monetário necessário para reparar os danos ambientais. Desta forma pode-se incluir
valores monetários (custos) estimados na reparação de danos causados ao meio ambiente pelo
empreendimento mineiro. Representa uma ―dívida‖ para com a geração futura.

28
Impactos Visuais e formas de controle
29

São alterações paisagísticas causadas pela implantação de uma mineração em uma área onde
Page

se explora uma jazida mineral.

 Remoção da cobertura vegetal, do capeamento e da abertura de frentes de lavra a


céu aberto;

 Implantação de infra-estrutura (alojamento, oficinas, escritório, etc.);

 Disposição de resíduos sólidos e aquosos.

O controle do impacto visual pode ser feito através de:

 Cortinas arbóreas que confinam a região explorada, protegendo o meio ambiente


dos poluentes relativos a poeira e ruídos, melhorando a paisagem visual;

 Bancadas que quando recobertas com vegetação diminuem a agressividade da


área que está sendo minerada;

 Preparo da superfície do solo para receber a vegetação;

 Paisagismo que tenta restabelecer a paisagem típica da região como era antes ou
dar outro uso à terra.

Impactos pela poluição do ar e formas de controle

Este é definido pala presença ou lançamento na atmosfera de substâncias em concentração


suficiente para intervir direta ou indiretamente na saúde, na segurança e no bem estar humano.

29
Fontes fixas de poluição do ar:
30

 Chaminés de fábricas;
Page

 Britagem e moagem de minérios.

Fontes móveis:

 Movimento dos caminhões na mina

As formas de controle da poluição do ar:

 Aspersão de água nos britadores, frentes de lavra, estradas de circulação de


veículos, etc.

 Revegetação;

 Controle de detonação.

Impacto pela poluição da águas e formas de controle

É a parte do ambiente mais afetada pela mineração. Isto acontece através do carreamento de
solo para os rio, lagos, etc. e quando o tratamento de minério requer a utilização de metais
pesados ou compostos orgânicos (mercúrio, alcális, etc.).

As principais fontes de poluição das águas são:

 Oficinas de equipamento (tratores, caminhões, etc.) pela liberação de óleos ou


detergentes;

 Nitratos provenientes de explosivos não detonados;

30
 Sólidos em suspensão na água que diminui a sua claridade e reduz a transmissão
de luz e quantidade de oxigênio dissolvido na mesma.
31
Page

O controle da poluição nos cursos d’água pode ser efetivado com drenagens convenientes
(desvio da água das frentes de lavra), o controle da erosão (compactação do solo), o replantio
de vegetação e umedecimento da vegetação, além da recirculação da água utilizada no
tratamento mineral.

Impactos no solo e formas de controle

Um dos fatores responsáveis pela degradação é a erosão causada pela água, quando não
drenada, que corre sobre o solo, causando a sua destruição. O desmatamento e a retirada da
cobertura vegetal, também acelera o processo de destruição do solo. O lançamento de resíduos
da mina contendo substâncias tóxicas, também causa destruição do solo.

O controle da degradação do solo pode ser feito por meio de drenagens superficiais, canaletas,
bueiros, etc., cobertura vegetal de áreas descobertas, para impedir que a ação das chuvas
destrua o solo; e, por último, a neutralização de substâncias tóxicas em contato com o solo.

Impactos relativos a ruídos e vibrações

A maior fonte de ruídos e vibrações na mineração é a detonação através de explosivos. As


fontes de ruídos de menor escala são: compressores, britadores, tratores, caminhões,
perfuratrizes, etc.

O controle destas fontes é feito através de planos de fogo melhores projetados, para evitar
uma maior liberação de energia. Para as outras fontes é necessária a regulagem dos motores
dos equipamentos e isolamento das fontes emissoras de ruídos.

31
Impactos causados pelos resíduos sólidos de mineração e formas de controle
32

Os resíduos de mineração causam vários problemas ambientais, em particular, quando as


Page

operações são a céu aberto e movimentam uma grande quantidade de estéril e rejeito, que
deve ser disposto em local apropriado. Procura-se, em princípio, uma área que venha a sofrer
o menor impacto possível aliado à segurança e estabilidade das pilhas de estéril e barragens de
rejeitos.

Os impactos ambientais mais comuns causados pela disposição controlada de estéril e rejeitos
de mineração podem ser melhores entendidas no quadro abaixo:

Constantes, causados durante a construção de pilhas, bacias ou barragens de rejeitos até o


término de suas operações;

Acidentais, causados por mau dimensionamento de pilhas, barragens ou bacias de rejeitos,


podendo comprometer a sua estabilidade.

A seguir temos algumas tabelas para simplificar a explicação dos aspectos e impactos
identificados nas diversas atividades da mineração. Entre os que mais se destacaram
associam-se ao desmonte de rocha com explosivos (sobrepressão, vibração do terreno e
ruído), pois são os que causam maior desconforto à população ao entorno da mineração.

32
ATIVIDADES ASPECTOS IMPACTOS

Decapeamento, envolvendo Esgotamento de recurso natural


Erosão, movimentação de terra e assoreamento
33

remoção da cobertura superficial,


de córregos, alteração da paisagem, flora e Afugentamento da fauna
deterioração da cobertura vegetal e
fauna locais
a formação de pilhas de solo Modificação e destrição da vegetação nativa
Page

Poluição sonora
Geração de ruído e poeira Pertubação das vizinhanças e exposição
Perfuração de bancadas ocupacional dos trabalhadores

Utilização de equipamentos de proteção Diminuição dos riscos de acidentes e da


(máscara, luvas, botas, protetor de ouvidos) exposição ocupacional dos trabalhadores
Possibilidade de acidentes Explosão, risco de vida
Carregamentos dos furos com Bom conhecimento geológico-estrutural da
Redução de impactos ambientais
explosivos jazida e da área de exploração
Treinamento e capacitação dos técnicos Redução risco de acidentes

Geração e propagação de ondas sismicas no Risco de danos a construções civis,


terreno e no ar (vibração e sobreposissão desconforto à população vizinha, risco de
atmosferica) incidentes e de vida

Risco de danos a construções e risco a vida


Ultralançamento de fragmentos
humana
Poluição sonora
Desmonte das bancadas com
Geração de ruído, fumos e gases Desconforto à população a risco de
detonação dos explosivos
incidentes e intoxicação

Escorregamento de taludes for a do setor de


Risco de acidentes
desmonte
Dimensionamento correto de cargas explosivas Redução das vibrações e da sobrepressão
e dos parâmetros do plano de fogo (perfuração, atmosférica, não ocorrência de
carregamento, amarração dos furos, limpeza da ultralançamentos, diminuição dos gases,
face, tempos de retardo, etc) além do fraturamento ideal da rocha

Armazenagem de explosivos e Risco de explosão Perdas materiais e de vidas, poluição do ar


acessórios de detonação
Eficiência no armazenamento Redução risco de acidentes

Controle dos niveis de poluição respeitando


Redução das emissões, minimização dos
Monitoramento ambiental aqueles estabelecidos pelas normas técnicas e
impactos potenciais
legais

Poluição do ar e sonora; Desconforto aos


Geração de poeira e ruído e emissão de gases
trabalhadores da mina
Carregamento e transporte do
minério até a britagem
Comprometimento do solo e das aguas
Vazamento de oléos/combustíveis/graxas
superficiais

Processo erosivos e assoreamento dos cursos


Comprometimento dos recursos naturais
d'água

Geração de ruído, poeira e emissão de gases Desconforto aos trabalhadores


Abertura de novas vias de acesso produzidos pelas máquinas Poluição do ar e sonora

Vazamento de oléos/combustíveis/graxas das Comprometimento de solo e das águas


máquinas superficiais
Contaminação das águas superficiais
Geração de Efluentes, aporte de sedimentos
Comprometimento dos recursos naturais
Drenagem da cava para os cursos d'água
superficiais
Consumo de energia Utilização de recursos naturais
Utilização de recursos naturais
Umidificação das vias de acesso Consumo de água
Redução da suspensão das particulas
Tabela 10 - Principais aspectos e impactos ambientais da atividade de lavra a céu aberto

33
ATIVIDADES ASPECTOS IMPACTOS

Descarregamento do Poluição do ar e sonora, desconforto aos


34

Geração de poeira e ruído


minério trabalhadores
Page

Poluição do ar e sonora, riscos de doenças


Geração de poeira e ruído pulmonares e desconforto aos
trabalhadores

Britagem da rocha Riscos de acidentes Perdas de vida e materiais

Consumo de energia Utilização de recursos naturais

Vibração dos equipamentos Perdas de rendimento

Umidificação das Utilização de recursos naturais, eventuais


correias Consumo de água acidentes, redução da suspensão das
transportadoras partículas
Riscos de acidentes, conforme o diâmetro
Escape/perda de material
Transferência de do minério
materiais
Poluição do ar e sonora, desconforto aos
Geração de poeira e ruído
trabalhadores

Geração de ruído, poeira e emissão de Poluição do ar e sonora, intoxicação por


gases produzidos pelas máquinas gases
Estocagem do produto
Contaminação das águas superficiais e
Perdas de material
assoreamento de c rregos pr ximos
Tabela 11 - Principais aspectos e impactos ambientais da atividade de beneficiamento.

34
ATIVIDADES ASPECTOS IMPACTOS
Circulação de veículos e Emissão de gases e vazamento de combustíveis, Poluição do ar, contaminação do solo e dos cursos
máquinas leos e graxas d’água
35

Armazenagem de leo diesel Vazamentos Contaminação do solo e dos cursos d’água


Page

Danos às instalações civis


Perda /danos à integridade física
Abastecimento dos veículos Possibilidade de explosão
Intoxicação em geral
Poluição do ar

Vazamento de leo e lubrificantes Contaminação do solo e dos cursos d’água

Disposição dos resíduos ( leo e latas) Redução do risco de contaminação

Lubrificação, troca de leo e Reciclagem de material Menor extração de matéria-prima


manutenção dos veículos
Recuperação manufaturada de lubrificantes Menor extração de matéria-prima

Menor consumo de materiais de reposição


Regulagem peri dica dos motores e dos veículos
Menor taxa de emissão de gases
Geração de efluentes Poluição ambiental

Geração de resíduos e embalagens descartáveis Poluição ambiental

Consumo de água Utilização de recursos naturais


Lavagem de veículos
Consumo de energia Utilização de recursos naturais

Instalação de caixa cimentada coletora de leos o Prevenção na contaminação do solo e dos cursos
graxas e dos efluentes d’água

Geração de efluentes Poluição ambiental


Consumo de água Utilização de recursos naturais
Consumo de energia Utilização de recursos naturais
Limpeza do local
Geração de resíduos e embalagens Poluição ambiental
Instalação de bacias de decantação ou caixas
Prevenção na contaminação das águas superficiais
coletoras dos efluentes
Tabela 12 - Principais aspectos e impactos ambientais da atividade da oficina.

35
ATIVIDADES ASPECTOS IMPACTOS
36

Consumo de energia elétrica Utilização de recursos naturais


Page

Consumo de água Utilização de recursos naturais

Escritório e Refeitório Geração de efluentes e esgoto sanitário Contaminação das águas

Geração de resíduos e produtos descartáveis e


Poluição ambiental
perecíveis

Consumo de energia elétrica Utilização de recursos naturais

Consumo de água Utilização de recursos naturais


Limpeza
Geração de efluentes Poluição ambiental

Geração de resíduos e embalagens Poluição ambiental


Tabela 13 - Principais aspectos e impactos ambientais das instalações administrativas.

7. POLÍTICA E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

Com o objetivo de harmonizar o desenvolvimento econômico com a proteção ao meio


ambiente, foi instituído, no Brasil, o Sistema de Licenciamento das Atividades Poluidoras,
tais como as extrativas minerais, de acordo com a Lei Federal 6.938/81, modificada pela Lei
7.804/89 e pelo Decreto Federal 99.274/90.

Todas as empresas poluidoras do meio ambiente devem ser submetidas à autorização do


Poder Público para funcionar, de acordo com a Política Nacional do Meio Ambiente.

Existem três tipos de licença, que estão relacionadas com as fases do empreendimento e
são concedidas pelo órgão ambiental competente.

 Licença Prévia (LP) - Deve ser solicitada ao órgão ambiental na fase de planejamento da
implantação, alteração ou ampliação do empreendimento. Essa licença não autoriza a
instalação do projeto, e sim aprova a viabilidade ambiental do projeto, bem como sua
localização e concepção tecnológica. Além disso, estabelece as condições a serem
consideradas no desenvolvimento do projeto executivo.

36
 Licença de Instalação (LI) - Autoriza o início da obra ou instalação do empreendimento. O
prazo de validade dessa licença é estabelecido pelo cronograma de instalação do projeto ou
37

atividade, não podendo ser superior a 6 (seis) anos. Empreendimentos que impliquem
Page

desmatamento dependem, também, de "Autorização de Supressão de Vegetação".

 Licença de Operação (LO) - Deve ser solicitada antes de o empreendimento entrar em


operação, pois é essa licença que autoriza o início do funcionamento da
obra/empreendimento. Sua concessão está condicionada à vistoria a fim de verificar se
todas as exigências e detalhes técnicos descritos no projeto aprovado foram
desenvolvidos e atendidos ao longo de sua instalação e se estão de acordo com o
previsto nas LP e LI. O prazo de validade desta licença não pode ser inferior a 4
(quatro) anos e superior a dez anos. Esta licença também tem que ser renovada
periodicamente, inclusive para se verificar se todos os condicionantes para a operação
estão sendo cumpridos.

Para obtenção destas licenças é necessario seguir os seguintes passos:

1º passo: Preencher e protocolar o FCE (Formulário de Caracterização do Empreendimento).

Nesta fase do processo o empreendedor se apresenta ao órgão ambiental e caracteriza o seu


empreendimento com todas as informações necessárias.

É necessário dirigir-se ao órgão ambiental para que o FCE seja protocolado e inicie-se o
processo do licenciamento ambiental. Após esse processo e gerado o FOBI (Formulário de
Orientação Básica) para que sejam definidos os itens a serem contemplados para analise dos
técnicos.

37
2º passo: Contemplar os itens do FOBI.
38

O FOBI contém todos os documentos necessários ao início do processo de análise para a concessão
Page

da Licença Ambiental, que são basicamente:

a) Requerimento da Licença Ambiental, conforme modelo fornecido pelo órgão


ambiental competente;

b) Declaração da Prefeitura constando que o local e o tipo de empreendimento ou


atividade estão em conformidade com a legislação aplicável ao uso e ocupação do
solo;

c) Declaração do Corpo de Bombeiros atestando a adequação do empreendimento


quanto ao combate a incêndios;

d) Documento comprobatório da condição do responsável legal pelo empreendimento


(ex.: Contrato Social);

e) Comprovante de pagamento de indenização dos custos administrativos de análise da


Licença Ambiental;

f) Elaboração do EIA/RIMA;

g) Elaboração do PCA – Plano de Controle Ambiental;

h) Outorga do direito de uso da água;

3º Passo: Analise técnica da documentação.

Após a obtenção dos documentos, as informações serão analisadas pelos técnicos do órgão
ambiental, que irão deferir ou indeferir a licença. Em alguns casos se vê necessário o pedido
de informações adicionais.

38
4º passo: Publicação da abertura de processo
39

Se a sua licença for deferida, o órgão ambiental deverá publicar a abertura do processo no
Page

Diário Oficial do Estado constando o requerimento de Licença Ambiental.

Sempre que forem formalizados processos de licenciamento com Estudo de Impacto


Ambiental (Eia)/Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), o órgão ambiental publicará texto
do Edital de Abertura de Prazo para realização de Audiência Pública (Artigo 3 da DN Copam
12/94).

Seguindo esses passos, consegue-se a primeira licença, ou seja, LP. Para conseguir a LI, o
processo se inicia novamente, contemplando todos os passos acima e elaborando os
documentos exigidos pelo Orgão Ambiental. Para que se consiga a LO, seguiremos os
mesmos passos que utilizamos para conseguir a LI. Ao final de todo esse processo, e com
todas as licenças concedidas o seu empreendimento esta qualificado para funcionar,
lembrando que é de fundamental importância cumprir todas as condicionantes exigidas pelo
órgão ambiental.

Para se conseguir tais licenças é necessária a apresentação do EIA/RIMA, do PCA e do


PRAD, documentos descritos anteriormente, e a aprovação destes documentos pelo órgão
ambiental competente.
No caso deste empreendimento, é importante saber que a Lei federal 6.938/81 atribui ao
ESTADO à competência de licenciar as atividades localizadas em seus limites regionais, pelo
fato do impactos ambientais se limitarem apenas ao município, porém não cabe a Secretaria
de Meio Ambiente licenciar o empreendimento devida a classe do empreendimento.

Em 1997, entrou em vigor a Resolução CONAMA nº 237, que teve por objetivo revisar e
simplificar os procedimentos e critérios utilizados no licenciamento ambiental, de forma a
utilizá-lo mais efetivamente como instrumento de gestão ambiental.

39
É importante, para mais fácil entendimento do licenciamento ambiental, analisá-lo no
contexto do processo de legalização da atividade mineral, de acordo com os diferentes
40

regimes.
Page

1º obter Autorização de Pesquisa, junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral –


DNPM.

2º realizar a pesquisa mineral propriamente dita. O minerador deverá apresentar no fim do


prazo de pesquisa um Relatório, constatando, ou não, a existência de jazida mineral.

3º obter registro no Departamento de Recursos Minerais

4º obter a Licença Prévia (LP), que é primeira licença ambiental necessária, junto a Secretaria
Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD.

5º elaborar o EIA/RIMA.

6º elaborar o Plano de Aproveitamento Econômico – PAE.

7º requerer a concessão de lavra, junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral -


DNPM.

8º obter a Licença de Instalação (LI) e a Licença de Operação (LO), junto a Fundação


Estadual de Meio Ambiente. Para requerimento de LI e LO é necessária a aprovação do PAE
pelo DNPM.

9º apresentar o Plano de Controle Ambiental – PCA. Após a aprovação do PCA, a Secretaria


Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD, concederá LI e LO.

10º apresentar as Licenças de Instalação e Operação (LI e LO) ao DNPM, para publicação do
Decreto de concessão de lavra.

40
Em seguida, devemos seguir o seguinte processo:
41

1º obter autorização do proprietário do solo


Page

2º obter autorização da Prefeitura (Licença)

3º obter Registro de Licença, junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM

4º obter Licença Prévia (LP), junto à Secretaria Estadual de Meio Ambiente e


Desenvolvimento Sustentável – SEMAD.

5º elaborar o Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental-EIA/RIMA.

6º obter Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO), junto à SEMAD.

7º elaborar o Plano de Controle Ambiental – PCA. Após a aprovação do PCA, a Secretaria


Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD concederá LI e LO.

8º obter o Alvará da Prefeitura Municipal, após a apresentação da concessão de LO pela


Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD.

Pela análise das duas tabelas pode-se constatar que o licenciamento ambiental e a atribuição
de títulos minerários são de fato processos interligados e sucessivos, onde uma fase sucede à
anterior. Esta visão vai ao encontro do que foi discutido e proposto no processo participativo
no sentido de que é fundamental a coordenação entre os diferentes órgãos responsáveis por
estes dois processos.

41
Para facilitar a compreensão do procedimento de licenciamento ambiental deste
emprendimento minerario, segue de forma suscinta o fluxograma abaixo:
42
Page

Fluxograma 1: Processo de Licenciamento Ambiental Minerario

42
8. FECHAMENTO DO EMPREEDIMENTO
43

O fechamento do empreendimento foi planejado em concordância com a população local e o


Page

poder público, baseado no código brasileiro de mineração e nas leis ambientais em vigor.
Foram consideradas a estabilidade química, biologia e física da área afetada pela operação
mineira.

A área degradada será trabalhada e preparada de forma a fornecer para a população local um
condomínio, com toda infra-estrutura residencial e de lazer implantada. Com a recuperação
natural do aqüífero na região da cava operacional, associado às chuvas locais, teremos a
formação de um lago. Este reservatório irá funcionar como regulador da umidade local, como
área de lazer para os condôminos, bem como na regularização e fornecimento de água para
toda a população da região afetada pelo empreendimento, visto a baixa disponibilidade hídrica
da região. Com estas ações tomadas atingimos o objetivo final que é alcançar e demonstrar
termos concluído com comprovado sucesso, todas as metas (legais, ambientais e técnicas)
propostas e acordadas com a população e autoridades no plano de fechamento de mina.

43
9. CONCLUSÃO
44

Com este trabalho interdisciplinar verificamos que não existe a menor possibilidade de
Page

implantar um empreendimento sem que haja a interação entre as disciplinas abordadas, pois
para a instalação deste gera-se um grande impacto poluidor, daí a necessidade da
multidisciplinariedade para que tenhamos um empreendimento que mantenha-se de forma
sustentável e que se empenhe em prol da mitigação dos impactos ambientais.

Também e fato que caso o empreendimento não fosse fictício, seria de grande importância
para a população da cidade estudada, pois apesar do grande potencial poluidor, geraria um
grande crescimento economico ao município, ficando a cargo da administração pública não
deixar que a economia da cidade se torne um enclave economico devido ao empreendimento.

Vislumbra-se com o trabalho interdisciplinar o grande conhecimento acadêmico absorvido


por nos futuros engenheiros ambientais, pois no mercado de trabalho casos como este serão
rotira no nosso dia-a-dia.

44
10. REFERÊNCIAS
45

ALMEIDA, Humberto Mariano de. Mineração e Meio Ambiente na Constituição


Page

Federal. São Paulo: LTr, 1999.

ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. Rio de Janeiro: Editora Lemen Juris,
7a. ed. revistada, ampliada e atualizada, 2004.

BARRETO, M. L. Mineração e desenvolvimento sustentável: desafios para o


Brasil. Rio de Janeiro: CETEM/MCT, 2001. 215p.

BITTAR, O.Y. Aspectos geológicos na recuperação de áreas degradadas por atividade de


mineração. 1995. / Curso proferido junto a UNICAMP, 1995: Impacto Ambiental na
Mineração - Instrumento de Gestão.

BRAGA T.O. et al. Auditoria ambiental, uma proposta para empreendimentos mineiros.
Instituto de Pesquisas Tecnol gicas, Boletim 69, São Paulo, 1996.

BRASIL - Departamento Nacional da Produção Mineral. Anuário Mineral Brasileiro. 2001.


Brasil/MME/SME/DNPM, Brasília.

DE JORGE, F. N. Avaliação do desempenho ambiental - proposta metodológica e diretrizes


para aplicação em empreendimentos civis e de mineração. São Paulo: Escola Politécnica,
Universidade de São Paulo, 2001. (Tese de Doutorado).

DERANI, Cristiane. Direito Ambiental Econômico. São Paulo: Max Limonad, 1997.

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS


RENOVÁVEIS. Manual de recuperação de áreas degradadas pela mineração: técnicas de
revegetação. Brasília, 1990. 96 p.

MARTINS, Nildred Stael Fernandes, Dinâmicas Urbanas e Perspectivas de Crescimento –


Itabira-MG, Belo Horizonte: UFMG/CEDEPLAR, 2003. 113 p.
45
MELLO, Ediméia Maria Ribeiro, Mineração de Ferro e Enclave: Estudo de Caso da
46

Companhia Vale do Rio Doce, IX Seminário da Economia Mineira, 2000. 24 p.


Page

SALOMÃO, F.X.T.; IWASA, O.Y. Erosão e a ocupação rural e urbana. In: Associação
Brasileira de Geologia de Engenharia. Curso de geologia aplicada ao meio ambiente. São
Paulo: ABGE, 1995. p. 31-57. (Série meio ambiente).

SÁNCHEZ. L. E. Sistemas de gestão ambiental. Apostila didática de aulas. Curso ministrado


na Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, 2001.

Sites consultados:

www.agroanalysis.com.br (acessado em 18/11/2009 às 11:45)

www.ana.gov.br (acessado em 10/11/2009 às 10:10)

www.h2oeco2.com.br (acessado em 18/11/2009 às 10:30)

www.portalvermelho.com.br (acessado em 19/11/2009 às 09:20)

www.jornaldepneumologia.com.br (acessado em 21/11/2009 às 23:25)

www.saudeetrabalho.com.br (acessado em 22/11/2009 às 20:45)

www.datasus.gov.br (acessado em 22/11/2009 às 18:05)

46

You might also like