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A NATUREZA DO CONHECIMENTO
Esses discursos são diálogos entre o professor e seus alunos, e são gravados
para, em função de sua importância, que outros possam utilizar a mesma
instrução.
Professor: Não.
Aluno: Por que então parece que existem pessoas abençoadas com o
conhecimento de Deus, e outros completamente ignorantes de sua presença e
de seu valor? Com certeza aqueles que são iluminados descobriram uma
técnica para conseguir esse conhecimento.
Professor: Não existem técnicas. Esta é uma grande falácia que tem sido
disseminada pelo universo de seres sensientes. Nós insistimos na nossa crença
que não há uma fórmula ou ritual ou mestre que possa nos levar à iluminação
– ou ao conhecimento de Deus.
Aluno: Se não existe técnica ou mestre, por que acontecem essas coisas?
Porque você, meu professor, se senta à minha frente? Ou porque aqui existem
livros e professores nesse ambiente de ensino? Você está querendo me dizer
que tudo isso não vale a pena?
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Aluno: Então porque as respostas não estão me levando para mais perto do
conhecimento de Deus?
Professor: Sim
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Aluno: Imagino que teria que ter muitos conselheiros me ajudando a tomar as
decisões corretas a fim de construir uma grande sociedade que fosse rica em
cultura e com cidadãos politizados.
Professor: Talvez alguns não queiram ser iluminados. Talvez achem que
saibam o que é melhor para o seu próprio desenvolvimento e resistam a fontes
externas, sem se importar se são boas ou sábias.
Aluno: Seria o único caminho a seguir para levar harmonia para alguns, já que
não poderia ser levada para todos.
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Aluno: Sim.
Aluno: Teria que ordenar – fazer disso uma lei – eu presumo. Mas de novo, se
eu tivesse o poder de iluminar meus cidadãos, eles seguramente perdoariam
aqueles que foram desencaminhados por seus pais, e permitiriam que
entrassem em sua sociedade.
Professor: Talvez acreditassem que você na realidade não tivesse esse poder,
ou se tivesse, que nunca o usaria.
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Aluno: Sim
Aluno: Sim.
Aluno: Entendo, mas o que isso tem a ver com a minha pergunta de como
conseguir o conhecimento de Deus?
Professor: Talvez não tenha muito, mas simplesmente quis que voce tivesse
uma fagulha da perspectiva de um humano se imaginando Deus.
Professor: Se você quer ter o conhecimento de Deus, voce tem que se colocar
na posição de Deus.
Aluno: Mas eu não disse que gostaria de ter o conhecimento do Deus que os
homens criaram.
Aluno: Por que não posso ter o conhecimento do Deus verdadeiro, a Primeira
Fonte? Porque não existe uma técnica que possa usar para encontrar e
conseguir esse conhecimento?
Professor: Sim.
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Aluno: Certo.
Professor: Toda vez que você tiver esses pensamentos, se você estiver com
raiva de alguém, sua raiva prejudicaria o objeto de sua fúria.
Aluno: Portanto, com meus pensamentos posso tanto prejudicar como ajudar
alguém.
Professor: Sim.
Professor: Não.
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Professor: Exato.
Aluno: Não, mas acho que tenho uma idéia do que está e do que não está
alinhado com Deus.
Professor: Se você verdadeiramente sabe o que está e o que não está alinhado
com Deus, não precisa saber qual o desejo da Primeira Fonte.
Aluno: O que quis dizer é que sei a direção geral ou a intenção do desejo de
Deus.
Aluno: Exato. Eu sei que o amor e a luz é que estão alinhados com o desejo
de Deus, e que o mau e a escuridão não estão. Mas não sou capaz de distinguir
entre as camadas mais sutis da luz e da escuridão ou do bem e do mau.
Aluno: Meus professores, os livros que li. Todo mundo acredita nisso.
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Professor: O que você acha que quis dizer? Faça um esforço para expressar
seus pensamentos, não importa quão obscuros sejam. Às vezes a neblina
somente desaparece quando você se esforça para olhar através dela.
Aluno: Tenho a sensação de que você está sugerindo que se entendo o que o
criador deseja de sua criação, eu também entenderia um componente chave do
conhecimento de Deus. Em outras palavras, para ter o conhecimento de Deus,
devo saber o que Deus quer de mim, naquilo que Ele quer que eu me torne.
Professor: E no que você acha que Deus quer que você se torne?
Aluno: Livre.
Professor: Da limitação?
Aluno: Sim. Exatamente.
Professor: A Primeira Fonte deseja que você viva sem limitação, mas cria um
portador de alma e estabelece que o portador de alma viva dentro daquilo que
está enraizado na limitação. Por que você acha que é a vontade de Deus que
você se liberte de suas limitações?
Aluno: Porque se não tiver limitações, estarei livre das coisas que reduzem
minha consciência espiritual.
Aluno: Não estou muito seguro, mas seria a felicidade, algo comparado com o
que Buda chamou de Nirvana – livre do desejo.
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Aluno: Bem, com certeza esta é uma das coisas que estou tentando entender.
Aluno: Concordo que não faz sentido que Deus tenha me educado nos
caminhos do universo e então deixado simplesmente me aproveitar disso, mas
não sei o que mais faria. Ninguém pinta um quadro de forma clara.
Nos movemos dos bairros para as cidades, para os estados, para as nações,
para os continentes, para o hemisfério, para os planetas, para o sistema solar,
para as galáxias, para os universos locais, para os superuniversos, para o
Grande Multiuniverso – uma estrutura toda cercada por nossa unidade
coletiva.
Aluno: Certo, portanto esta é razão? Para simplesmente estar apto para manter
a perspectiva do que é melhor para o Grande Multiuniverso? Como posso
saber isso?
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Professor: Isso é porque você pega o processo indivisível e pula para o final,
para trazê-lo para mais perto de sua realidade do agora. Sua paciência é
sobrepujada por sua visão daquilo que está por vir.
Professor: Defina o conhecimento que você precisa para executar cada passo
de seu processo. Não diga que precisa ter o conhecimento de Deus antes de ter
o conhecimento do seu mundo ou o conhecimento de seu instrumento
humano. Molde seu conhecimento no contexto do seu projeto.
Aluno: O que isso significa?
Aluno: Voce está dizendo que preciso estudar melhor meu corpo e minha
mente antes de estudar a alma?
Professor: Não, estou dizendo que o conhecimento de Deus que você busca
está contido em cada passo do processo indivisível. Não é percebido em
alguma repentina, ilusória experiência revelatória no final de sua jornada. É
encontrado em cada passo ao longo do caminho.
Aluno: Sim, entendo isso conceitualmente. Já ouvi isso muitas vezes antes,
mas sinto que voce está fazendo uma distinção diferente aqui.
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Aluno: Mas como vou saber se meu entendimento do portador de alma está
correto a ponto de começar o entendimento de minha alma?
Professor: Sim.
Aluno: Portanto, como faço isso? A chave disso tudo são os chakras?
Professor: Muito tem sido falado e escrito sobre os centros de energia que são
manifestados no instrumento humano, mas esses centros de energia não são as
conexões entre os reinos físico e não-físico.
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Professor: Mesmo nos momentos mais tranqüilos de sua vida quando voce
está tranqüilamente observando uma paisagem ou lendo um livro, há um
grande universo de experiência que é percebido por essa “essência etérea”, e o
menor detalhe é fielmente registrado e transmitido para a alma.
(N.T. Interessante notar que o estudo da hipnose diz exatamente a mesma
coisa, ou seja, apesar de se estar concentrado em algo não significa que não
estamos captando tudo o que está ao nosso redor, tanto som como imagem,
odores etc.).
Aluno: Sim, mas tenho sido seu aluno durante dois anos e essa é a primeira
vez que ouço sobre a “essência etérea”. Por que?
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Professor: Para alguns são duas horas, para outros leva uma vida inteira. Isto
depende da pessoa e como elas chegam em suas respostas. Você buscou o
desconhecido antes de buscar o que é para ser conhecido na sua vida atual –
onde sua consciência reside agora.
Professor: Aprenda tudo que puder sobre o corpo humano, emoções e sobre a
mente. Faça disso o foco de seus estudos por um tempo – talvez um ano ou
dois, dependendo da disponibilidade de seu tempo.
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Aluno: Isso vai me custar um bom tempo para criar esse quadro e entender as
conexões.
Professor: Isso vai te custar uma vida inteira, se tiver sorte. Mas, se voce for
em frente no caminho da Primeira Fonte sem primeiro entender as estruturas
fundamentais dentro das quais sua alma opera, voce vai perseguir uma
miragem. Deus aparecerá e desaparecerá, e a dúvida vai surgir a cada fato
novo que atravessar o seu caminho. Vai dar a impressão que tudo é
impermanente, mesmo a face de Deus.
Aluno: Tenho a sensação que você me deu uma resposta abstrata para me
lembrar do trabalho que vem pela frente.
Professor: Eu lhe dei o que está disponível para ser dado. Palavras por si só
são uma abstração, não é verdade?
Aluno: Se voce não se importa, preciso voltar a minha tarefa: estudar o
instrumento humano. Existe um modelo que eu possa usar para que possa
comparar minha abordagem com outras?
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Aluno: Mas isso está relacionado com baixa estima, não é verdade?
Aluno: Penso que quando vejo um vaso maravilhoso – assim como uma obra
de arte – presumo que o vaso seja para ser apreciado, não utilizado.
Professor: Pressupõe-se que não haja necessidade de uma utilização, pois sua
beleza é suficiente como propósito. Certo?
Aluno: Exato.
Professor: Talvez, mas não é necessário entender todas essas camadas com a
mente humana. E novamente, voce procura conhecer a escadaria antes de
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Aluno: Sim.
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Professor: Talvez haja uma resposta, mas é diferente para cada ser humano.
Todos os seres se aproximam de seu criador por um caminho único que nunca
tinha sido percorrido antes. Se você juntar o vasto acervo de suas experiências
nos mundos de tempo e espaço, você acha que sempre tem sido replicado?
Aluno: Não sei. Nunca pensei sobre isso antes. Talvez em um nível básico
acredito que sim.
Professor: Sim.
Professor: Você vai estar no caminho certo se toda manhã você levantar essa
questão, e se sentir como um ímã atraindo esse conhecimento para dentro de
sua vida através de todas facetas de sua experiência.
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