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A NATUREZA DO CONHECIMENTO

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James, o criador dos Materiais dos Wingmakers, foi o tradutor desses


discursos. São um elemento significativo de métodos de ensino usados pelos
professores da ORDEM DE ENSINO LIRICUS, do qual James é um membro.
Eles estão sendo disponibilizados pela primeira vez.

Esses discursos são diálogos entre o professor e seus alunos, e são gravados
para, em função de sua importância, que outros possam utilizar a mesma
instrução.

Aluno: Existe alguma técnica para se obter o conhecimento de Deus?

Professor: De que Deus você está falando?

Aluno: O único, a fonte de tudo.

Professor: Não.

Aluno: Por que então parece que existem pessoas abençoadas com o
conhecimento de Deus, e outros completamente ignorantes de sua presença e
de seu valor? Com certeza aqueles que são iluminados descobriram uma
técnica para conseguir esse conhecimento.

Professor: Não existem técnicas. Esta é uma grande falácia que tem sido
disseminada pelo universo de seres sensientes. Nós insistimos na nossa crença
que não há uma fórmula ou ritual ou mestre que possa nos levar à iluminação
– ou ao conhecimento de Deus.

Aluno: Se não existe técnica ou mestre, por que acontecem essas coisas?
Porque você, meu professor, se senta à minha frente? Ou porque aqui existem
livros e professores nesse ambiente de ensino? Você está querendo me dizer
que tudo isso não vale a pena?

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Professor: Quando existem perguntas, existem respostas a serem ouvidas.


Tudo isso existe em função de perguntas de pessoas como você. Se essas
perguntas não existissem, tudo isso não existiria.

Aluno: Então porque as respostas não estão me levando para mais perto do
conhecimento de Deus?

Professor: Porque o conhecimento da destruição não permanece nas mãos de


muitos, em vez de poucos?

Aluno: O que você quer dizer com isso?

Professor: Por que o conhecimento de como destruir a humanidade – em nível


maciço – é guardado tão cuidadosamente?

Aluno: Você está falando de armas de destruição em massa?

Professor: Sim

Aluno: Naturalmente a tecnologia é tão destrutiva que precisa ser gerenciada


e controlada por governos responsáveis.

Professor: Por que isso é controlado?

Aluno: Se isso caísse em mãos de alguma pessoa, poderia destruir a vida de


muitas, ele ou ela poderia ficar enlouquecida.

Professor: O conhecimento da destruição em massa é o oposto da iluminação


em massa?

Aluno: Não sei.

Professor: O que aconteceria se lhe fosse dado o poder de iluminar ou


destruir a humanidade como um todo? Você não seria a pessoa mais poderosa
do planeta?

Aluno: Não consigo imaginar uma pessoa mais poderosa.

Professor: Como você exerceria todo esse poder?

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Aluno: Imagino que teria que ter muitos conselheiros me ajudando a tomar as
decisões corretas a fim de construir uma grande sociedade que fosse rica em
cultura e com cidadãos politizados.

Professor: E se esses cidadãos que você controlasse se rebelassem? E se


escolhessem serem independentes de seu poder? O que você faria com eles?

Aluno: Mas se eu tivesse o poder de iluminá-los, por que se rebelariam?


Seriam iluminados e consequentemente escolheriam viver harmoniosamente.

Professor: Talvez alguns não queiram ser iluminados. Talvez achem que
saibam o que é melhor para o seu próprio desenvolvimento e resistam a fontes
externas, sem se importar se são boas ou sábias.

Aluno: Então eu permitiria que seguissem seu próprio caminho.

Professor: Mesmo se eles se matassem e tivessem um comportamento


decadente?

Aluno: Tentaria ensiná-los a se comportarem adequadamente para que


pudessem viver harmoniosamente.

Professor: Você acha que eles o ouviriam?

Aluno: Caso não me ouvissem, separaria as pessoas boas e respeitosas


daqueles que fossem belicosos e cruéis.

Professor: Entendo. Portanto você separaria seus cidadãos em dois grupos?

Aluno: Seria o único caminho a seguir para levar harmonia para alguns, já que
não poderia ser levada para todos.

Professor: E se esses cidadãos belicosos e cruéis tivessem filhos que


desejassem viver em harmonia, o que aconteceria?

Aluno: Bastaria que pedissem e seriam introduzidos na sociedade.

Professor: Portanto os cidadãos de sua sociedade os aceitariam sem qualquer


problema e dariam a eles os mesmos benefícios sociais que desfrutam?

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Aluno: Sim.

Professor: E se não o fizessem?

Aluno: Teria que ordenar – fazer disso uma lei – eu presumo. Mas de novo, se
eu tivesse o poder de iluminar meus cidadãos, eles seguramente perdoariam
aqueles que foram desencaminhados por seus pais, e permitiriam que
entrassem em sua sociedade.

Professor: E o que aconteceria se um desses novos cidadãos assassinasse


alguém de sua sociedade iluminada.

Aluno: Seria expulso e punido.

Professor: Não iluminado?

Aluno: Presumo que não estaria apto a ser iluminado.

Professor: Então seu poder de iluminação não era perfeito.

Aluno: Acho que não.

Professor: E se a sociedade decadente decidisse que a sociedade iluminada


deveria ser conquistada?

Aluno: Por que atacariam se sabiam que eu tinha o poder de aniquilá-los?

Professor: Talvez acreditassem que você na realidade não tivesse esse poder,
ou se tivesse, que nunca o usaria.

Aluno: Então teríamos que no defender e capturar os líderes da sociedade


decadente e prendê-los até que mudassem seu modo de pensar e agir.

Professor: Então seu poder de destruir não era perfeito.

Aluno: Não da forma como eu imaginava que fosse.

Professor: Você respondeu essas perguntas hipotéticas sabiamente. Percebe


como o poder é complicado?

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Aluno: Sim

Professor: Entende que ter o poder de iluminar e destruir é um tipo de poder


que a maioria das pessoas atribui a Deus?

Aluno: Sim.

Professor: Portanto, lhe pedi que, hipoteticamente, fizesse o papel de Deus.

Aluno: Entendo, mas o que isso tem a ver com a minha pergunta de como
conseguir o conhecimento de Deus?

Professor: Talvez não tenha muito, mas simplesmente quis que voce tivesse
uma fagulha da perspectiva de um humano se imaginando Deus.

Aluno: Por quê?

Professor: Se você quer ter o conhecimento de Deus, voce tem que se colocar
na posição de Deus.

Aluno: Mas eu não disse que gostaria de ter o conhecimento do Deus que os
homens criaram.

Professor: É o único conhecimento que você pode ter.

Aluno: Por que não posso ter o conhecimento do Deus verdadeiro, a Primeira
Fonte? Porque não existe uma técnica que possa usar para encontrar e
conseguir esse conhecimento?

Professor: Voltemos ao nosso cenário hipotético. Suponha que seu poder de


destruir seja um pensamento muito distante. Se ficasse com raiva, seu poder
de destruir seria liberado e o destinatário dessa raiva seria obliterado,
destruído.

Aluno: Funcionaria da mesma forma para a iluminação? Em outras palavras,


eu seria capaz de iluminar com um simples pensamento?

Professor: Sim.

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Aluno: Certo.

Professor: Quantas vezes por dia voce têm um pensamento de raiva e um


pensamento para iluminar alguém?

Aluno: Não sei. Em um dia bom, não tenho pensamentos de raiva.

Professor: E em um dia ruim?

Aluno: Talvez três ou quatro.

Professor: Toda vez que você tiver esses pensamentos, se você estiver com
raiva de alguém, sua raiva prejudicaria o objeto de sua fúria.

Aluno: Vamos ver então o outro lado da moeda. E se eu estivesse amando ou


sendo carinhoso, meus pensamentos o iluminaria também?

Professor: Sem dúvida.

Aluno: Portanto, com meus pensamentos posso tanto prejudicar como ajudar
alguém.

Professor: Sim.

Aluno: Portanto, não faria sentido que se tivesse o conhecimento de Deus,


teria que ter também a disciplina para controlar meus pensamentos e
emoções?

Professor: Não.

Aluno: Por quê?

Professor: Porque sua realidade dominante é de um ser humano com todas as


suas fraquezas e defeitos. Vocês foram criados para ter pensamentos e
emoções espontâneos. Vocês têm instintos que respondem a estímulos e vocês
não podem controlar seus pensamentos e emoções inerentes a sua natureza.
Vocês podem sufocá-los. Vocês podem ignorá-los. Vocês podem até mesmo
extingui-los, mas apenas por algum tempo.

Aluno: E esta é a razão de porque não posso ter o conhecimento de Deus?

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Professor: Exato.

Aluno: Portanto, todo ser humano está restrito dentro de um mundo de


limitação porque não tem a habilidade de controlar seus impulsos – sejam eles
pensamentos ou emoções? Isto me parece injusto.

Professor: Talvez, mas essa mesma limitação é libertadora.

Aluno: De que forma?

Professor: Você sabe qual é o desejo da Primeira Fonte?

Aluno: Não, mas acho que tenho uma idéia do que está e do que não está
alinhado com Deus.

Professor: Se você verdadeiramente sabe o que está e o que não está alinhado
com Deus, não precisa saber qual o desejo da Primeira Fonte.

Aluno: O que quis dizer é que sei a direção geral ou a intenção do desejo de
Deus.

Professor: Mas não os detalhes?

Aluno: Exato. Eu sei que o amor e a luz é que estão alinhados com o desejo
de Deus, e que o mau e a escuridão não estão. Mas não sou capaz de distinguir
entre as camadas mais sutis da luz e da escuridão ou do bem e do mau.

Professor: Entendo. E como foi que chegou a essa conclusão?

Aluno: Isto é o que me tem sido ensinado.

Professor: E quem ensinou isso a você?

Aluno: Meus professores, os livros que li. Todo mundo acredita nisso.

Professor: E em função de você ter sido ensinado que o desejo de Deus é


sabido, você acredita que pode fazer o julgamento que um ato de amor está
alinhado, mas um ato mau não.

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Aluno: Basicamente, sim.

Professor: E se eu sugerisse a você que o entendimento da vontade de Deus é


uma coisa e que é a mesma coisa que ter o conhecimento de Deus?
Aluno: Não estou seguro do que você quer dizer.

Professor: O que você acha que quis dizer? Faça um esforço para expressar
seus pensamentos, não importa quão obscuros sejam. Às vezes a neblina
somente desaparece quando você se esforça para olhar através dela.

Aluno: Tenho a sensação de que você está sugerindo que se entendo o que o
criador deseja de sua criação, eu também entenderia um componente chave do
conhecimento de Deus. Em outras palavras, para ter o conhecimento de Deus,
devo saber o que Deus quer de mim, naquilo que Ele quer que eu me torne.

Professor: E no que você acha que Deus quer que você se torne?
Aluno: Livre.

Professor: Da limitação?
Aluno: Sim. Exatamente.

Professor: A Primeira Fonte deseja que você viva sem limitação, mas cria um
portador de alma e estabelece que o portador de alma viva dentro daquilo que
está enraizado na limitação. Por que você acha que é a vontade de Deus que
você se liberte de suas limitações?

Aluno: Porque se não tiver limitações, estarei livre das coisas que reduzem
minha consciência espiritual.

Professor: E o que acontece quando você está livre de todas as limitações?

Aluno: Não estou muito seguro, mas seria a felicidade, algo comparado com o
que Buda chamou de Nirvana – livre do desejo.

Professor: Porque o seu Criador o criaria, o colocaria em um portador de


alma que estivesse atado a uma realidade de limitação, construiria uma escola
complexa que é o universo para educá-lo, e nomearia uma vasta lista de

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instrutores, unicamente para habilitá-lo para atingir o Nirvana ou o estado de


felicidade?

Aluno: Não sei. É exatamente isso que estou tentando entender.

Professor: Tem certeza?

Aluno: Bem, com certeza esta é uma das coisas que estou tentando entender.

Professor: Se é isto que está tentando entender, então responda minha


questão.

Aluno: Mas não sei a resposta.

Professor: Tente articular da melhor forma que puder.

Aluno: Concordo que não faz sentido que Deus tenha me educado nos
caminhos do universo e então deixado simplesmente me aproveitar disso, mas
não sei o que mais faria. Ninguém pinta um quadro de forma clara.

Professor: O quadro, como você coloca, é pintado de acordo com um


determinado plano. O plano é a exposição coletiva de almas para compreender
a natureza singular da universalidade como um processo indivisível.

Nos movemos dos bairros para as cidades, para os estados, para as nações,
para os continentes, para o hemisfério, para os planetas, para o sistema solar,
para as galáxias, para os universos locais, para os superuniversos, para o
Grande Multiuniverso – uma estrutura toda cercada por nossa unidade
coletiva.

Aluno: Certo, portanto esta é razão? Para simplesmente estar apto para manter
a perspectiva do que é melhor para o Grande Multiuniverso? Como posso
saber isso?

Professor: Você não pode.

Aluno: De novo me sinto frustado na ignorância. Isto parece ser tema de


assuntos espirituais.

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Professor: Isso é porque você pega o processo indivisível e pula para o final,
para trazê-lo para mais perto de sua realidade do agora. Sua paciência é
sobrepujada por sua visão daquilo que está por vir.

Aluno: Entendo. Mas o que posso fazer quanto a isso?

Professor: Defina o conhecimento que você precisa para executar cada passo
de seu processo. Não diga que precisa ter o conhecimento de Deus antes de ter
o conhecimento do seu mundo ou o conhecimento de seu instrumento
humano. Molde seu conhecimento no contexto do seu projeto.
Aluno: O que isso significa?

Professor: Você é um corpo físico com impulsos emocionais e instintos de


grande complexidade; você também é um sistema de nervos e receptores de
dados que alimentam sua consciência e seu cérebro. Além disso, é um coletivo
de consciências que permeia toda sua espécie e o tempo. Esses elementos
compreendem o seu instrumento humano.

Assim como a maioria dos buscadores, você tenta entender a substância


misteriosa do seu espírito mais íntimo – o Navegante da Totalidade – antes de
entender seu instrumento humano. E muito além disso, voce procura entender
o Criador e o mantenedor do Navegante da Totalidade antes mesmo de
entender seu espírito mais íntimo.

Você intuiu o processo indivisível porque está armazenado dentro de voce, se


voce aumenta o alcance de seu entendimento é porque procura conhecer as
estrelas antes de conhecer o planeta onde está. Eu lhe pergunto, de que vale o
conhecimento das estrelas quando o seu lar é mal entendido?

Aluno: Voce está dizendo que preciso estudar melhor meu corpo e minha
mente antes de estudar a alma?

Professor: Não, estou dizendo que o conhecimento de Deus que você busca
está contido em cada passo do processo indivisível. Não é percebido em
alguma repentina, ilusória experiência revelatória no final de sua jornada. É
encontrado em cada passo ao longo do caminho.

Aluno: Sim, entendo isso conceitualmente. Já ouvi isso muitas vezes antes,
mas sinto que voce está fazendo uma distinção diferente aqui.

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Professor: Talvez. Estou somente recomendando que entenda o portador de


alma antes de querer entender a alma, e que entenda a alma antes de entender
seu criador. Caso contrário, se você primeiro canaliza sua energia no
entendimento do Criador, você o entenderá marginalmente, e esse
conhecimento parcial deformará seu entendimento do portador de alma e a
alma dentro dele.

Aluno: Mas como vou saber se meu entendimento do portador de alma está
correto a ponto de começar o entendimento de minha alma?

Professor: O instrumento humano é uma incrível composição de conexões


milagrosas entre os mundos material e o não-físico. Quando você entende
essas conexões, elas a guiarão para o entendimento da alma dentro de você.

Aluno: Então, na realidade devo perguntar sobre como conseguir o


conhecimento dessas conexões. Está correto?

Professor: Sim.

Aluno: Portanto, como faço isso? A chave disso tudo são os chakras?

Professor: Muito tem sido falado e escrito sobre os centros de energia que são
manifestados no instrumento humano, mas esses centros de energia não são as
conexões entre os reinos físico e não-físico.

O que entrelaça o corpo físico com o não-físico é o que chamamos de


“essência etérea” (phantom core).

Aluno: De que isso é composto?

Professor: A “essência etérea” não é composta de algo material. É como uma


sombra da consciência da alma que se move entre os reinos do instrumento
humano.

Aluno: Portanto, pode operar igualmente bem dentro da mente e do corpo?

Professor: A “essência etérea” é a consciência que se move entre o corpo,


emoções, mente e a mente genética em velocidades maiores que a luz. É ainda

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um ponto de consciência que distribui as experiências do instrumento humano


para a alma.

Aluno: Ela edita as experiências ou simplesmente reproduz como se fosse um


gravador?

Professor: Ela informa tudo de maneira extraordinária.

Aluno: O que você quer dizer com isso?

Professor: Mesmo nos momentos mais tranqüilos de sua vida quando voce
está tranqüilamente observando uma paisagem ou lendo um livro, há um
grande universo de experiência que é percebido por essa “essência etérea”, e o
menor detalhe é fielmente registrado e transmitido para a alma.
(N.T. Interessante notar que o estudo da hipnose diz exatamente a mesma
coisa, ou seja, apesar de se estar concentrado em algo não significa que não
estamos captando tudo o que está ao nosso redor, tanto som como imagem,
odores etc.).

A “essência etérea” é a super consciência do instrumento humano. É separada


da alma e é considerada o emissário da alma para o mundo natural no qual o
instrumento humano deve interagir.

É através dessa consciência que a alma experimenta o mundo natural da


limitação e separação, recolhendo as experiências que ajudam a construir a
valorização para o Grande Multiuniverso que é a vestimenta da Primeira
Fonte.

Aluno: Como é que nunca ouvi isso antes?

Professor: Quem deveria lhe dizer?

Aluno: Você, por exemplo.

Professor: Acabei de fazê-lo, você não ouviu?

Aluno: Sim, mas tenho sido seu aluno durante dois anos e essa é a primeira
vez que ouço sobre a “essência etérea”. Por que?

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Professor: Nós ensinamos através de associação e metáforas. Voce já


aprendeu sobre a “essência etérea”, apenas não tinha ouvido o nome
anteriormente. E agora que voce conhece o nome, isso cristaliza na sua mente
um quadro mais claro do seu projeto e propósito.

Aluno: Mas levou dois anos para eu saber seu nome?

Professor: Para alguns são duas horas, para outros leva uma vida inteira. Isto
depende da pessoa e como elas chegam em suas respostas. Você buscou o
desconhecido antes de buscar o que é para ser conhecido na sua vida atual –
onde sua consciência reside agora.

Aluno: Certo, podemos estabelecer que eu sou um sonhador.

Professor: Não há nada de errado em buscar o desconhecido. Não estou


sugerindo que você desperdiçou seu tempo na busca de um sonho.

Aluno: Mas parece que preciso colocar mais tempo no entendimento da


“essência etérea”. O que voce recomenda que eu aprenda com relação a isso?

Professor: Aprenda tudo que puder sobre o corpo humano, emoções e sobre a
mente. Faça disso o foco de seus estudos por um tempo – talvez um ano ou
dois, dependendo da disponibilidade de seu tempo.

À medida que faz isso, tome nota sobre as características do instrumento


humano que pareçam conectadas ou anômalas. Por exemplo, o cérebro é
dominado pelos dados que recebe dos olhos. Por que os olhos não dominam a
consciência?

À medida que toma notas, as organize entre conexões e fenômenos anômalos,


comece a definir a estrutura do instrumento humano como se estivesse
fazendo um mapa da interação entre o corpo, mente e a mente genética.
Lembre-se que a “essência etérea” é uma sombra da alma e opera livremente
entre as dobras do instrumento humano. É o primeiro receptor e transmissor
da experiência que consome o instrumento humano de uma individualidade
específica. É a continuidade do processo indivisível dentro dos reinos
materiais, enquanto a alma é a continuidade do processo indivisível dentro do
reino não-físico.

Aluno: E o Navegador da Totalidade?

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Professor: É a ponte da continuidade entre esses dois mundos. O Navegador


da Totalidade é a conexão entre os mundos de tempo e de não-tempo. É a
fusão da alma e da “essência etérea”, integrando esse vasto armazenamento de
experiências e tornando-o coerente como uma força de transformação.

Aluno: Isso vai me custar um bom tempo para criar esse quadro e entender as
conexões.

Professor: Isso vai te custar uma vida inteira, se tiver sorte. Mas, se voce for
em frente no caminho da Primeira Fonte sem primeiro entender as estruturas
fundamentais dentro das quais sua alma opera, voce vai perseguir uma
miragem. Deus aparecerá e desaparecerá, e a dúvida vai surgir a cada fato
novo que atravessar o seu caminho. Vai dar a impressão que tudo é
impermanente, mesmo a face de Deus.

Aluno: A pouco você disse que o Navegador da Totalidade usa a experiência


do portador de alma e a alma como uma força de transformação.
Transformação de quem e qual o objetivo?

Professor: A transformação é da personalidade individual – o fragmento de


Deus que habita tanto o mundo físico quanto o não-físico, e é fiel ao Plano
Único que abarca todas as formas, personalidades e opiniões. Essa
personalidade é a identidade que suporta o modelo mutável das formas e a
incessante agitação do tempo para tornar-se uma extensão consciente do Plano
Único.

O objetivo dessa transformação é explorar o Grande Multiuniverso como


emissários da Primeira Fonte, criando novas oportunidades para a expansão e
a contínua evolução do Plano Único.

Aluno: Tenho a sensação que você me deu uma resposta abstrata para me
lembrar do trabalho que vem pela frente.

Professor: Eu lhe dei o que está disponível para ser dado. Palavras por si só
são uma abstração, não é verdade?
Aluno: Se voce não se importa, preciso voltar a minha tarefa: estudar o
instrumento humano. Existe um modelo que eu possa usar para que possa
comparar minha abordagem com outras?

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Professor: Talvez haja alguém que gentilmente compartilharia suas pesquisas


e descobertas. Eu o encorajaria a colaborar com seus amigos estudantes. Esta é
uma prática muito útil.

Aluno: Voce falou de conexões no instrumento humano e fenômenos


anômalos. Voce, por favor, poderia falar um pouco mais sobre isso?

Professor: As conexões do instrumento humano são as linhas que compõe o


tecido da “essência etérea”. Essas linhas tecem os caminhos entre o corpo
físico, emoções, mente e a mente genética. Dentro de cada uma delas existem
subcamadas, assim como a pele do corpo humano é diferente da do sistema
nervoso que, por sua vez, é diferente da estrutura do esqueleto.

Consequentemente o corpo é composto de muitas camadas e sub-componentes


que compreende a estrutura total. Isto é igualmente verdadeiro para as
emoções, mente e a mente genética.

As conexões entre essas camadas ou extratos do instrumento humano, que é


composto de 24 sistemas primários, são todos originários do Navegante da
Totalidade. Em outras palavras, essas linhas têm uma base comum e vai em
forma de espiral tocando cada uma dos 24 sistemas primários, ligando-os em
um sistema holístico.

Aluno: O que são esses 24 sistemas? Eu os conheço?

Professor: Não é importante reconhecer cada um deles individualmente.


Alguns não foram descobertos no mundo do tempo e espaço. Somente estou
citando o número para que voce possa conhecer em profundidade o
instrumento humano e sua estrutura impecável e miraculosa.

Aluno: Porque isso é tão importante?

Professor: O instrumento humano é considerado pela maioria das culturas


como um corpo que é vulnerável e frágil. É considerado fraco e imperfeito
porque ao longo do tempo se degenera e é susceptível a doenças. Em algumas
áreas, é visto como nada mais que um objeto animado que provoca prazer ou
dor. Não é valorizado mesmo por aqueles que sentem um imperativo
espiritual.

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Aluno: Mas isso está relacionado com baixa estima, não é verdade?

Professor: O instrumento humano é um vaso que contém uma alma


transcendente. Quando voce vê um belo vaso, voce não quer saber o que tem
dentro dele?

Aluno: Penso que quando vejo um vaso maravilhoso – assim como uma obra
de arte – presumo que o vaso seja para ser apreciado, não utilizado.

Professor: Pressupõe-se que não haja necessidade de uma utilização, pois sua
beleza é suficiente como propósito. Certo?

Aluno: Exato.

Professor: O instrumento humano é a mesma coisa. É uma criação


maravilhosamente concebida; tanto que a maioria acredita que é vazio. Seu
propósito é ele mesmo. Não percebem as 24 camadas; percebem apenas as
cinco camadas dominantes: pele, músculos, ossos, emoções e mente.

Aluno: Porquê? Porque vemos apenas cinco e não as 24 camadas?

Professor: Vocês são ensinados dessas percepções por sua doutrinação


educacional e pela sociedade como um todo, e nada aprendem sobre as demais
19 camadas. Na maioria dos casos, essas camadas precisam de muita
vigilância e persistência para serem entendidas e apreciadas.

Aluno: Portanto, como é que aprendo sobre as outras dimensões do


instrumento humano?

Professor: Estude o instrumento humano. Estude o corpo, as emoções, a


mente e a mente genética. Aprenda entender esse vaso sagrado, o que
verdadeiramente é: a exploração, embora temporária, um veículo da sua
essência, consciência imortal nos mundos de tempo e espaço.

Aluno: Mas se voce me deu a informação sobre as 24 camadas, não poderia


ajudar-me nos meus estudos?

Professor: Talvez, mas não é necessário entender todas essas camadas com a
mente humana. E novamente, voce procura conhecer a escadaria antes de

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examinar o primeiro degrau. É uma questão de tempo para tornar a escadaria


compreensível em degraus, não revelações isoladas.
Aluno: Entendo.

Professor: Dei uma pincelada no caminho universal; agora diga-me o que


aprendeu.

Aluno: Certo, vou tentar o meu melhor. A “essência etérea” conecta as 24


camadas do instrumento humano e é a consciência observacional dos mundos
de tempo e espaço para a alma humana. A “essência etérea” tem múltiplas
linhas, por falta de uma melhor descrição, que unem essas 24 camadas, e usa
essas linhas de conexão como caminhos para se mover – como uma
consciência – de um nível para outro em velocidades quânticas. Passa então
essa informação de experiência para a alma, que processa esse dado a fim de
expandir seu entendimento de como se alinhar com o Plano Único e cada vez
mais levar luz para os postos avançados mais sombrios do Grande
Multiuniverso.

Professor: Respire fundo. Voce ouviu bem.

Aluno: Estou certo?

Professor: Você está preocupado em estar certo ou interessado em aprender?

Aluno: São coisas tão diferentes?

Professor: Podem ser coisas totalmente opostas.

Aluno: Estou interessado em aprender e estar certo.

Professor: Voce me perguntou no começo desse nosso diálogo se existia uma


técnica para obter o conhecimento de Deus. Voce se lembra?

Aluno: Sim.

Professor: Voce conseguiu sua resposta?

Aluno: Não. Acho que não há uma resposta.

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Professor: Talvez haja uma resposta, mas é diferente para cada ser humano.
Todos os seres se aproximam de seu criador por um caminho único que nunca
tinha sido percorrido antes. Se você juntar o vasto acervo de suas experiências
nos mundos de tempo e espaço, você acha que sempre tem sido replicado?

Aluno: Não sei. Nunca pensei sobre isso antes. Talvez em um nível básico
acredito que sim.

Professor: Somente se você simplificasse as coisas de uma forma grosseira


iria perceber alguma semelhança nos caminhos das almas em ascensão para o
reino de seu Criador. Na verdade, somos individualmente um ser único, assim
como os inúmeros planetas que habitam o Grande Universo, e é exatamente
essa característica que não permite existir uma técnica universal mágica para a
iluminação.

Aluno: Entendo. Isso existe como parte do projeto?

Professor: Sim.

Aluno: Na verdade, a grande questão é como posso desenvolver minhas


próprias técnicas para conseguir o conhecimento de mim mesmo, das
multicamadas do meu self.

Professor: Você vai estar no caminho certo se toda manhã você levantar essa
questão, e se sentir como um ímã atraindo esse conhecimento para dentro de
sua vida através de todas facetas de sua experiência.

Aluno: Ajudaria se eu acreditasse que a “essência etérea” está presente dentro


de mim e estivesse absorvendo esse conhecimento mesmo se minha mente
consciente não estivesse?

Professor: Sem dúvida nenhuma.

Aluno: Sou muito grato.

Professor: Você é sempre muito bem-vindo.

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