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Computadores e tomografia
computadorizada

I. Computadores

A. Fundamentos
 Computadores utilisam o sistema binário. A um bit (do inglês binary
digit) pode ser atribuído um de dois valores discretos.
 Um bit pode codificar 2 valores, ou dois tons de cinza, que
correspondem a branco e preto.
n
 n bits podem codificar 2 valores, ou valores de cinza.
 8 bits = 1 byte; 2 butes = 1 word(16 bits).
8
 Um total de 256 tons de cinza (2 ) podem ser codificados em um
byte (8 bits).
12
 Um total de 4096 tons de cinza (2 ) podem ser codificados em 12
bits.
 Necessidades de armazenamento para computadores podem ser

especificadas utilizando kilobytes (kB) (103 bytes), megabytes (MB) (106


bytes), gigabytes (GB) (109 bytes) ou terabytes (TB) (1012 bytes).

B. Informação na imagem
 Pixels são elementos individuais da imagem em uma imagem bi-
dimensional.
 Em imagens digitais, cada pixel é normalmente codificado
utilizando 1 ou 2 bytes.
 O número total de pixels em uma imagem é o produto do número de
pixels atribuídos à dimensão horizontal com o atribuído à dimensão
vertical.
 O número de pixels em cada dimensaão é chamado de tamanho da
matriz.
 Se existesm 1024 (1 k) pixels nas direções vertical e horizontal, a

imagem contém 1 k × 1k = 1 M, ou 10242 pixels.


 A Tabela 7.1. lista tamanhos típicos de matrizes utilizados em radiologia
diagnóstica.
 O conteúdo de informação das imagens é o produto do número de pixels
e o número de bytes por pixel.
 Uma imagem com uma matriz 512 × 512 pixels e codificação com 1
byte para cada pixel requer 0,25 MB de memória (512 × 512 × 1).
 A mesma imagem obtida utilizando 2 bytes codificando cada pixel
com 2 bytes requer 0,5 MB de memória (512 × 512 × 2).
 Um raio-x de tórax digitalizado em uma matriz 2 k × 2 k utilizando
codificação de 2 bytes (2048 × 2048 × 2) requer 8 MB de memória.
 Sistemas digitais modernos de mamografia são desenhados com matrizes
de 4 k × 4 k e 4 k × 6 k pixels.

1
 Com codificação de 2 bytes por pixel, uma única imagem
mamográfica oide requerer de 32 a 48 MB de memória.

C. Hardware do computador
 Memórias de computador são do tipo memória de acesso aleatório
(RAM, do inglês random access memory ou do tipo memórias somente
para leitura (ROM, do inglês read-only memory).
 RAM é a memória temporária que armazena informação enquanto o
aplicativo (software) é utilizado.
 ROM é somante para armazenamento. Dadas em ROM não podem
ser sobreescritos.
 Memórios de buffer são normalmente cnsideradas parte da RAM e são
em geral utilizadas para video.
 Uma unidade de processamento central (CPU) realiza cálculos e
operações lógicas sob o controle das instruções do software.
 O processamento paralelo ocorre quando várias tarefas são
ralizadas simultaneamente.
 O processamento serial refere-se à execução das tarefas
sequencialmente.
 Processadores paralelos são dispositivos eletricamente conectados
dedicados a realizar um tipo de cálculo rápido.
 Processadores paralelos são utilizados em CT e ressonância
magnética onde um grande número de cálculos é necessário para
converter dados em imagens.

D. Software de computador
 Os computadores utilizam sistemas operacionais para realizar atividades
internas tais como armazenamento de arquivos.
 Um arquivo é uma coleção de dados tratados como uma unidade.
 Exemplos de sistemas operacionais são DOS (para computadores
pessoais tipo IBM), UNIX (para computadores SUN), e VMS (para
vários computadores tipo mainframe). Computadores Macintosh
utilizam um sistema próprio.
 Aplicativos fornecem instruções para os computadores. Os programas
instruem o computador sobre onde os dados de entrada são armazenados,
como estes dados são manipulados e onde os resultados devem ser
colocados.
 A maioria dos programas de computador são escritos utilizando
linguagens de alto nível tais como C, Pascal, COBOL, dBase, FORTRAN,
ou Basic.
 Estas linguagens independentes da máquina são chamadas de
código fonte.
 Código objeto ou linguagem de máquina é o código binário com as
instruções específicas de cada máquina utilizadas pela CPU. É difícil
escrever programas em código objeto.
 Um compilador é um programa utilizado para converter código em
linguagem de alto nível (código fonte) em linguagem de máquina (código
objeto).

E. Dispositovos periféricos
 Dispositivos de armazenamento de dados incluem discos rígidos, discos
flexíveis, discos óticos, jukeboxes óticas, e fitas magnéticas.
 A Tabela 7.2. resume as capacidades de armazenamento de dados dos
vários meios.
 Dispositivos de saída incluem os tubos de raios catódicos (CRT),
monitores, impressoras de filmes a laser, e impressoras de papel.

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 Computadores se comunicam via cabos coaxiais, linhas telefônicas,
transferências de fita magnética, microondas e conexões de fibras óticas.
 Um modem (modulator/demodulator) é utilizado para transmitir
informação através da linha telefônica.
 A Figura 7.1 mostra os dispositivos periféricos associados aos
computadores.
 Computadores modernos estão interligados utilizando redes tais como a
ethernet, que podem ser utilizadas para transmitir imagens para
localizações remotas.
 A baud rate descreve a taxa de informação transferida em bits por
segundo.
 Uma baud rate de 9600 corresponde a 9600 bits/s ou 1200 bytes/s.
 A Tabela 7.3 lista as opções de rede para a transmissão de imagens e os
tempos típicos de transmissão para uma radiografia de tórax padrão (8 MB
de informação).

F. Sistemas de arquivamento e comunicação de imagens


 Sistemas de arquivamento e comunicação de imagens (PACS) (do
inglês Picture Archival and Communication System) são sistemas de
radiologia digital que têm o potencial de eliminar o uso de filmes.
 PACS são também chamados de IMACs (do inglês Image
Management and Communication).
 PACS necessitam de sistemas de aquisição, computadores, arquivos de
imagem, e estações para visualização das imagens.
 Os componentes de um PACS precisam estar conectados a uma rede
de comunicação digital.
 Benefícios de um PACS incluem a habilidade de manipular dados,
armazenamento compacto, recuperação rápida de imagens, e a habilidade
de mandar imagens para localizações remotas.
 Serviços de radiologia "sem filme" incluem o Hospital OMSZ em Viena

II. Tomografia computadorizada

A. Introdução
 A tomografia computadorizada (CT, do inglês computed tomography) é
uma técnica de imageamento tomográfica que gera imagens de cortes
transversais no plano axial.
 Imagens de CT são mapas do valor da atenuação relativa linear dos
tecidos.
 Procedimentos de CT utilizam alto kVp (120 a 140 kVp) com filtração
elevada.
 Para uma posição fixa do tubo de raios-x, um feixe em leque é passado
através do paciente e medidas da intensidade do feixe transmitido são
feitas por um conjunto de detetores.
 As medidas da intensidade dos raios-x transmitidos são chamadas
projeções.
 As imagens de CT são obtidas através da análise matemática de várias
projeções.

B. Imagens
 O campo de visão (FOV, do inglês field of view) é o diâmetro da área
sendo imageada (por exemplo, 23 cm para a cabeça).
 O tamanho do pixel em CT é determinado dividindo-se o FOV pelo
tamanho da matriz. O tamanho das matrizes utilizadas em CT gralmente
são de 512 × 512 (0,5 k).
 Por exemplo, tamanhos de pixels são de 0,5 mm para um FOV de

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25 mm de diâmetro para um procedimento de cabeça (25 dividido
por 512) e 0,7 mm para um FOV de 35 cm para um procedimento
de corpo (35 dividido por 512).
 O voxel é um elemento de volume no paciente. O volume do voxel é o
produto da área do pixel pela espessura do corte.
 A Figura 7.2 mostra a relação entre FOV, tamanho da matriz, voxel e
pixel.
 O coeficiente de atenuação relativa (µ) é normalmente expresso em
unidades de Hounsfield (HU), que também conhecida como números de
CT.

HUx=1000 × (µx - µágua)/µágua

 O 1000 nesta equação determina a escala de contraste.


 Por definição, a HU para água é 0, e a HU para o ar é -1000.
 A Tabela 7.4 lista valores típicos da HU para uma variedade de tecidos.
 Devido à dependência do µx e do µágua com a energia do fóton (keV), os
valores de HU dependem do kVp e da filtração.
 Portanto, HUs gerados por um aparelho de CT são aproximados e
válidos somente para o kVp efetivo utilizado para gerar a imagem.

C. Scanners de primeira e segunda geração


 Em 1972, o tomógrafo EMI foi o primeiro aparelho introduzido na
prática clínica.
 Tomógrafos EMI utilizavam um feixe em pincel e cristais detetores de
iodeto de sódio (NaI) que moviam-se transversalmente ao paciente (isto é,
transladados) e geravam aproximadamente 160 pontos de dados por
projeção num processo ponto-a-ponto.
 O tubo de raios-x e o detetor eram rodados de 1 grau e outra projeção
obtida; 180 projeções eram obtidas num intervalo angular de 180 graus, e
a geração de uma única imagem levava cerca de 5 minutos.
 Este desenho original da EMI é chamado de sistema de primeira
geração.
 Tomógrafos de segunda geração também utilizavam tecnologias de
translação-rotação mas tinham múltiplos detetores e um feixe em leque.
 Equipamentos de segunda geração permitiam incrementos de rotação
maiores e procedimentos mais rápidos, com uma única seção gerada em
aproximadamente 1 minuto.

D. Reconstrução da imagem
 A geração da imagem a partir dos dados adquiridos envolve a
determinação do coeficiente de atenuação de cada pixel individualmente.
 Um algoritmo matemático processa os dados da projeção e reconstrói a
imagem transversal de CT.
 A maioria dos tomógrafos modernos utilizam um algoritmo de
retroprojeção com aplicação de filtro para a reconstrução da
imagem.
 Técnicas mais antigas de reconstrução da imagem incluiam retro-
projeções.
 Métodos interativos (tentativa e erro) tais como técnicas de
reconstrução algébrica também foram utilizados para a
reconstrução de imagens.
 A reconstrução de imagens envolvendo milhões de dados podem ser
realizadas em segundos utilizando processadores paralelos (mastigadores
de números).

4
 Diferentes filtros podem ser utilizados na reconstrução por retroprojeção
filtrada, oferecendo diferentes compromissos entre resolução espacial e
ruído.
 Alguns filtros permitem a reconstrução de detalhes finos mas com
um maior nível de ruído na imagem, tal como em algoritmos para
osso.
 Algoritmos tais como os para tecidos moles oferecem alguma
suavização, que diminui o ruído na imagem mas também diminui a
resolução espacial.
 A escolha do melhor filtro a ser utilizado no algoritmo de reconstrução
depende do objetivo clínico.

E. Visualização da imagem
 Imagens reconstruídas são visualizadas em CRTs ou impressas em filme
utilizando uma impressora a laser.
 Cada pixel é normalmente representado por 12 bits, ou 4096 níveis de
cinza, que é maior que o intervalo de visualização dos filmes e monitores.
 A largura e o nível da janela são utilizadas para otimizar a aparência de
imagens de CT para determinação dos níveis de contraste e brilho
atribuídos para os dados da imagem de CT (Figura 7.3).
 O nível da janela, ou centro, é o número de CT ou valor de HU que será
apresentado com a intensidade média na imagem.
 O nível da janela é normalmente escolhido próximo do valor médio
do HU do tecido de interesse (por exemplo, 10 a 50 HU para os
tecidos moles).
 A largura da janela é o intervalo de números de CT mostrados em torno
do centro selecionado e, portanto, determina o contraste.
 Uma janela estreita oferece maior contraste que uma janela larga.
 O ajuste da largura e do nível da janela afetam somente a imagem
visualizada, não os dados reconstruídos armazenados no computador.

III. Scanners modernos de tomografia computadorizada

A. Scanners de terceira e quarta gerações


 Tomógrafos de terceira geração utilizam um feixe em leque rotativo e
detetores rotativos (sistema rotatório-rotatório) (Figura 7.4A).
 Tomógrafos de quarta geração têm um tubo rotatório e um anel de
detetores fixos (até 4800) no gantry (sistema rotatório-fixo) (Figura 7.4B).
 Tomógrafos de terceira e quarta gerações tipicamente adquirem uma seção
em 1 ou 2 segundos.
 A performance no que se refere à imagem é aproximadamente a mesma
nos tomógrafos de terceira e quarta gerações.
 Os cabos que fornecem a alta voltagem ao tubo de raios-x do CT limitam a
rotação a uma volta.
 A maioria dos modernos aparelhos fazem uso da tecnologia de anel de
deslizamento na qual a alta voltagem é suprida ao tubo através de um anel
de contato no gantry. Com tomógrafos com anel de deslizamento, o tubo
de raios-x pode girar em uma direção indefinidamente.
 Tomógrafos com anel de deslizamento são rápidos e podem obter
várias seções em uma única suspensão da respiração.

B. Tubos de raios-x e colimadores


 O aquecimento do tubo para CT é em geral é alto, requerendo do anodo
alta capacidade térmica.
 Os sistemas modernos têm tubos de raios-x com capacidade térmica
de mais de 2 megajoules.

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 Tubos de CT têm mancha focal de aproximadamente 1 mm.
 Tubos de alta performance podem custar mais de US$ 50.000,00.
 O feixe é colimado quando sai do tubo e novamente quando chega no
detetor.
 A colimação define a largura da fatia e reduz o espalhamento.
 Colimadores ajustáveis permitem que a espessura do corte varie de
1 a 10 mm.
 A elevada filtragem do feixe utilizado em CT tipicamente produz um feixe
com um valor de camadas semi-redutora (HVL) de aproximadamente 10
mm de alumínio.

C. Detetores de estado sólido


 Cristais cintiladores produzem luz quando fótons de raios-x são
absorvidos.
 Quando acoplados a um detetor de luz (tubo fotomultiplicador ou
fotodiodo), um sinal elétrico proporcional à intensidade da radiação
incidente é produzido.
 O material mais comum utilizado em detetores de estado sólido é o
tungstanato de cádmio (CdWO4), que é um eficiente detetor de raios-x.
 Somente detetores de estado sólido são utilizados em tomógrafos de
quarta geração, que requerem detetores finos devido à geometria de
deteção.

D. Detetores a gás
 Câmaras de ionização com gás xenônio consistem em uma câmara
preenchida com gás e com anodo e catodo mantidos a uma diferença de
potencial.
 Os fótons incidentes de raios-x ionizam o gás, produzindo pares
elétron-íon.
 A corrente produzida é proporcional à intensidade da radiação
incidente.
 Os detetores a gás podem ser utilizados somente em tomógrafos de
terceira geração.
 Detetores a gás são usualmente mantidos a alta pressão (25 atm) para
aumentar a eficiência de deteção.
 D
 Detetores a gás são mais estáveis que detetores de estado sólido.

E. Scanners de quinta geração


 Tomógrafos de quinta geração utilizam um canhão de elétrons que
deflete e focaliza um feixe de elétrons de alta velocidade ao longo de um
arco de 210 graus de um grande anel-alvo de tungstênio no gantry.
 O feixe de raios-x produzido é colimado para atravessar o paciente e
atingir um anel de deteção.
 Anéis de deteção múltiplos permitem a aquisição simultânea de
seções múltiplas de imagens.
 Não existem partes móveis, o que permite que imagens sejam obtidas em
tempos de 50 a 100 ms, diminuindo assim artefatos de movimento.
 Tomógrafos de quinta-geração são úteis em imageamento cardíaco e em
pacientes incapazes de cooperar para exames de rotina que requerem a
suspensão da respiração (por exemplo, pacientes pediátricos ou de
trauma).

F. Tomografia computadorizada helicoidal


 Equipamentos com anéis de deslizamento podem ser utilizados no modo

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helicoidal (ou espiral).
 Diferentemente dos tomógrafos convencionais, nos quais o tubo de raios-x
gira em torno de um paciente estacionário uma seção de cada vez, na
tomografia helicoidal o paciente é movido ao longo do eixo horizontal à
medida que o tubo de raios-x roda em torno do paciente.
 O feixe central de raios-x entrando no paciente segue uma trajetória
helicoidal durante o exame.
 A relação entre o movimento do paciente e do tubo é chamada de passo
(pitch), que é definida como o movimento da mesa durante cada revolução
do tubo de raios-x (medido em milímetros) dividido pela largura de
colimação (medida em milímetros).
 Por exemplo, para uma fatia de 5 mm, o paciente pode mover-se 10
mm durante o segundo que leva para o tubo girar 360 graus, levando
a um passo de 2.
 A reconstrução da imagem é obtida interpolando-se as projeções obtidas
em posições selecionadas ao longo do eixo do paciente.
 As imagens podem ser reconstruídas em qualquer nível e com qualquer
incremento mas têm sempre a espessura do colimador utilizado.
 A capacidade de rapidamente cobrir um grande volume em uma única
parada de respiração elimina erros de registro e reduz o volume de agente
de contraste requerido.

IV. Qualidade da imagem e dose de radiação

A. Introdução
 A qualidade da imagem pode ser caracterizada em termos de contraste,
ruído e resolução espacial.
 Em geral, a qualidade da imagem envolve compromissos entre estes três
fatores e a dose de radiação no paciente.
 Artefatos gerados durante o procedimento de CT podem degradar a
qualidade da imagem.

B. Contraste
 O contraste da CT é a diferença entre valores de HU em tecidos
adjacentes. Este contraste em geral aumenta à medida que o kVp diminui
mas não é afetado pela mA e pelos tempos de varredura.
 O contraste em CT pode ser artificialmente modificado com o uso de
substâncias tais como o iodo.
 O ruído na imagem pode dificultar a deteção de objetos de baixo contraste
tais como tumores com uma densidade próxima do tecido adjacente.
 O contraste da imagem visualizada é primariamente determinado pelo
ajuste da largura e do nível de janelamento.

C. Ruído
 Ruído em CT é primariamente definido pelo número de fótons utilizado
para fazer uma imagem (ruído quântico).
 Quando um detetor recebe uma contagem total de 100 fótons, o

desvio padrão é dado por 1001/2 = 10 (isto é, 10% da média).


 Um total de 68% de medições repetidas estão dentro de 1 desvio
padrão da média (isto é, entre 90 e 110 contagens).
 Se a contagem cresce para 1000, o desvio padrão é 32 (1000
1/2), ou
3,2% da média; se a contagem é 10.000, o desvio padráo é 100
(10.0001/2), ou 1% da média.
 O ruído quântico diminui à medida que o número de fótons aumenta.
 O ruído em CT pode geralmente ser reduzido aumentando-se o kVp, a

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mA, o tempo de varredura, se todos os outros parâmetros permanecerem
constantes.
 O ruído em CT também pode ser reduzido aumentando-se o tamanho do
voxel (isto é, diminuindo o tamanho da matriz, aumentando o FOV ou
aumentando a espessura da fatia).
 Valores típicos de ruído atualmente giram em torno de 5 HU (isto é,
diferenças de 0,5% no coeficiente de atenuação).

D. Resolução
 A resolução espacial é a capacidade de discriminar entre objetos
adjacentes e é função do tamanho do pixel.
 Se o FOV é d e o tamanho da matriz é M, o tamanho do pixel é d/M.
 Para um procedimento típico de cabeça com um FOV de 25 cm e
matriz de 512 x 512, o tamanho do pixel é 0,5 mm.
 Como são necessários dois pixels para definir um par de linhas, a
melhor resolução espacial possível é 0,5 mm.
 Resoluções típicas giram em torno de 0,7 mm a 1,5 pl/mm.
 A resolução no plano (axial) pode ser melhorada operando-se no modo de
alta resolução utilizando-se um FOV menor ou um mairo tamanho da
matriz.
 Fatores que também podem melhorar a resolução espcial em CT pela
redução do embaçamento da imagem incluem a diminuição da mancha
focal, detetores menores, e mais projeções.
 A resolução perpendicular à seção depende da espessura do corte e é
importante para as reconstruções sagitais e coronais.

E. Dose de radiação
 O perfil de dose em um tomógrafo não é uniforme ao longo do eixo do
paciente e pode variar para cada seção irradiada.
 Valores típicos de dose para uma única fatia são 40 mGy (4 rads) para um
exame de cabeça ou 20 mGy (2 rads) para exame de corpo.
 As doses na superfície podem ser maiores que as internas.
 Em procedimentos de cabeça, a razão superfície-centro é de
aproximadamente 1:1.
 Em procedimentos de corpo, a razão superfície-centro é de
aproximadamente 2:1.
 Devido ao espalhamento de raios-x, o perfil de dose na seção tomográfica
não é perfeitamente retangular mas tem caudas que extendem-se além dos
limites da fatia.
 Tecidos além da seção são portanto expostos à radiação.
 Quando fatias adjacentes são feitas, a dose acumulada numa delas pode ser
até duas vezes maior do que a dose associada a uma única fatia.
 Os fabricantes especificam doses utiliznado o índice de dose para
tomografia computadorizada (CTDI, do inglês computed tomography
dose index), que é a integral do perfil de dose axial para uma única fatia
dividido pela espessura nominal da fatia.
 Apesar de ser possível de medir-se diretamente o CTDI, ele não está
relacionado diretamente aos riscos para o paciente.

F. Riscos da radiação
 O risco para o paciente está relacionado à energia total absorvida.
 O risco para o paciente é calculado somando as doses em todos os órgãos
irradiados ponderando pelas respectivas radiosensibilidades.
 Tal integral de dose no paciente é a dose efetiva equivalente (H ).
E
 H para procedimentos de cabeça é de aproximadamente 2 mSv
E

8
(200 mrem).
 H para proceimentos de corpo é de aproximadamente 5 a 15 mSv
E
(500 a 1500 mrems).
 Se todos os outros fatores são mantidos constantes, os riscos para o
paciente aumentam com o aumento no número de fatias, a espessura das
fatias, o tempo de varredura, o kVp, e a mA, porque mais energia é
depositada no paciente.
 A dose efetiva (E) é conceitualmente similar a HE mas faz uso de fatores
mais recentes de ponderação para a radiosensibilidade dos órgãos.
 Valores quantitativos de HE e E são similares para a maioria dos exames
de CT.

G. Artefatos
 Tomógrafos podem produzir artefatos nas imagens reconstruídas.
 Artefatos de volume parcial resultam quando se faz a média dos
coeficientes de atenuação linear de um voxel heterogênio.
 Artefatos de volume parcial aumentam com o aumento do tamanho
do pixel e da espessura da fatia.
 Movimentos aleatórios ou imprevisíveis (por exemplo, se o paciente
espirra) produzem artefatos de streak.
 Em estruturas de alta densidade, tais como implantes metálicos, o detetor
pode não registrar transmissão.
 Neste caso, o algoritmo de reconstrução gera streaks adjacentes às
estruturas de alta densidade.
 Artefatos de endurecimento do feixe (cup artifacts) são causados pela
natureza policromática do feixe.
 À medida que as componentes de baixa energia do feixe vão sendo
preferencialmente absorvidas, o feixe torna-se mais penetrante,
resultando em menores valores calculados para o coeficiente de
atenuação (HU).
 Artefatos de endurecimento do feixe são mais marcantes
principalmente em interfaces de alto contraste tais como entre ossos
densos do crânio e o cérebro, onde streaks escuras (baixos valores
de HU) ocorrem.
 Artefatos em anel podem surgir em sistemas de terceira geração quando
um detetor está defeituoso ou mal calibrado.
 Artefatos devido a defeitos são raros nos equipamentos modernos.

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Tabela 7.1. Valores típicos para tamanhos de matrizes e bytes por pixel em radiologia
Modalidade Tamanho da matriz Bytes por pixel
Medicina nuclear 642 ou 1282 1 ou 2
Ressonância magnética 1282 ou 2562 2
Tomografia computadorizada 5122 2
Ultrasom 5122 1
Angiografia digital 10242 2
Radiografia computadorizada 20482 2
Digitalizadores de filmes 20482 ou 40962 2
Mamografia 40962 ou 4096 × 6144 2

Tabela 7.2. Valores representativos da capacidade de


armazenamento e tempos de acesso para meios de
armazenamento.
Capacidade de
Media armazenamento Tempo de acesso
Disco flexível 1 MB ~1 s
Disco rígido 20 MB - 2 GB 10 ms
10 s a alguns
Fita magnética 600 MB - 5 GB minutos
Disco ótico 600 MB - 10 GB 16 ms
Caixa ótica 20 GB - 3 TB 10-60+ s
1 TB = 103 GB = 106 MB

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Tabela 7.3. Número de Hounsfield para alguns materiais
representativos, com suas respectivas densidades e
densidades eletrônicas.
Densidade
Densidade eletrônica Número de
Material Hounsfield
(g/cm3) (e/cm3 ×
aproximado
1023)
Ar <0,01 <0,01 -1000
Pulmão 0,25 0,83 -300
Gordura 0,92 3,07 -90
Água 1,00 3,33 0
Matéria
1,03 3,42 30
branca
Matéria
1,04 3,43 40
cinzenta
Músculo 1,06 3,44 50
Osso cortical 1,8 5,59 1000+

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Figura 7.1. Relação entre campo de visão, tamanho da matriz, voxel, e pixel em uma
imagem tomográfica.

Figura 7.2. Relação entre campo de visão, tamanho da matriz, voxel, e pixel em uma
imagem tomográfica.

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Figura 7.3. O janelamento determina como os valores calculados para a atenuação dos
tecidos serão apresentados. A largura da janela determina o intervalo de branco a preto. O
centro da janela determina o valor central.

Figura 7.4. A.Aparelhos de terceira geração têm um tubo rotativo e uma matriz de detetores
(sistema rotação-rotação). B. Aparelhos de quarta geração têm um tubo rotativo e um anel de
detetores fixos (sistema rotação-fixo).

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Testes de Revisão

1. Faça a correspondência entre o número de bits e as informações abaixo:


A. 1
B. 8
C. 10
D. 12
E. 16
i. 2 bytes
ii. 1 byte
iii. 1024 tons de cinza
iv. 2 tons de cinza
v. 4096 tons de cinza
2. Se todos os 8 bits de um byte são definidos como 1, então o número decimal é:
A. 8
B. 255
C. 1023
D. Muito grande para armazenar numa palavra
E. Nenhuma das anteriores
3. Faça a correspondência entre os itens de hardware e as características de performance
correspondentes:
A. RAM
B. Disco flexível
C. CPU
D. Disco ótico "jukebox"
E. ROM
i. Realiza operações lógicas e aritméticas
ii. Dispositivo de armazenamento que perde informação quando falta energia
iii. Dispositivo de armazenamento que não permite re-gravação
iv. Pode ter uma capacidade de armazenamento online de 1 TeraByte
v. Pode ser apagado ao se aproximar de um equipamento de ressonância magnética
4. Atribua verdadeiro (V) ou falso (F) às seguintes definições a respeito de computadores
digitais:
A. Um byte sempre consiste de 8 bits
B. Um arquivo é um conjunto de dados tratado como uma unidade
C. Um microprocessador é um circuito integrado individual
D. Um modem mantém o suprimento de energia para o computador
E. A sigla PACS quer dizer sistema de arquivamento e comunicação de imagens
5. Marque verdadeiro (V) ou falso (F). São dispositivos de entrada para um computador:
A. Teclado
B. Trackball
C. Impressora laser
D. Caneta ótica
E. Processadores paralelos
F. Tela sensível ao toque
6. O processamento paralelo:
A. Envolve a realização simultânea de diversas tarefas
B. Requer processamento em conjuntos de processadores
C. Não pode ser realizado em código de máquina
D. Requer o compartilhamento de dispositivos periféricos

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E. Todas as anteriores
7. Os computadores podem se comunicar uns com os outros utilizando todos os seguintes
canais de comunicação, exceto:
A. Cabos coaxiais
B. Linhas telefônicas
C. Cabos de fibra ótica
D. Microondas
E. Geradores de alta freqüência
8. Os componentes encontrados num PACS provavelmente incluirão:
A. Dispositivos de aquisição digital
B. Arquivos digitais
C. Estações de visualização diagnóstica
D. Base de dados do paciente
E. Todas as anteriores
9. Quantos megabytes (MB) são necessários para armazenar cada uma das seguintes
imagens?
A. NM (medicina nuclear) - 128 × 128 × 1 byte
B. MR (ressonância magnética) - 256 × 256 × 2 byte
C. US (ultrassonografia) - 512 × 512 × 1 byte
D. CT (tomografia computadorizada) - 512 × 512 × 2 byte
E. DSA (angiografia digital) - 1024 × 1024 × 2 byte
F. CR (radiografia computadorizada) - 2048 × 2048 × 2 byte
10. A transmissão de raios-x medida a partir de um único feixe em leque de CT através de
um paciente é chamada:
A. Filtro
B. Algoritmo de retro-projeção
C. Fatia tomográfica
D. Feixe primário
E. Projeção
11. Que algoritmo de reconstrução de imagens é utilizado com mais freqüência nos
tomógrafos comerciais atuais?
A. Transformada de Fourier bidimensional
B. Transformada de Fourier tridimensional
C. Retro-projeção
D. Retro-projeção filtrada
E. Algoritmo de reconstrução algébrica
12. Os colimadores de tomografia computadorizada são:
A. Variáveis para seções de espessuras diferentes
B. Desnecessários para aquisições helicoidais
C. Normalmente feitos de plexiglass (acrílico)
D. De formato parecido com uma gravata-borboleta
E. Resfriados por meio de ventiladores
13. Qual dos seguintes detectores NÃO podera ser usado em equipamentos de tomografia
computadorizada?
A. Grãos de brometo de prata
B. CdWO4
C. Gás Xenônio
D. Cristais de NaI
14. Faça a correspondência entre as seguintes substâncias e os números CT
correspondentes (unidades de Hounsfield):
A. Gordura
B. Matéria cinzenta
C. Água
D. Osso
E. Pulmão
i. -400

15
ii. -90
iii. 0
iv. 40
v. 1000
15. A carga de calor num tubo de raios-x para CT aumenta com todos os seguintes,
EXCETO:
A. kV
B. mA
C. Tempo de varredura
D. Espessura da seção
E. Número de seções
16. Faça a correspondência entre a geração do equipamento de CT e o detector correto.
A. Tomógrafo de primeira geração
B. Tomógrafo de terceira geração
C. Tomógrafo de quarta geração
i. Feixe em pincel
ii. Conjunto de detetores estacionários
iii. Conjunto de detetores rotativos
17. Os tomógrafos de quarta geração são muitas vezes feitos de:
A. Câmaras de ionização de baixa pressão
B. Tubos Geiger
C. CdWO4
D. Xenônio de alta pressão
E. Todas as anteriores
18. A utilização de contraste intravascular durante a realização de uma única seção CT
aumentará significativamente:
A. HU dos vasos sangüíneos
B. kVp necessários
C. mA necessários
D. Dose do paciente
E. Ruído da imagem
19. O contraste da visualização da imagem CT:
A. Deve ser selecionado antes da exposição aos raios-x
B. Pode ser alterado depois da varredura CT
C. Não modifica a aparência da imagem CT
D. Pode ser utilizado para mudar os valores HU dos dados da imagem
E. Nenhuma das anteriores
20. Marque verdadeiro (V) ou falso (F). Se uma visualização CT é aberta numa janela de
largura 100 e centro 50:
A. O valor HU da água muda para 50
B. A matéria branca vai aparecer em cinza
C. A gordura vai aparecer em preto
D. A água vai aparecer em preto
E. O osso vai aparecer em branco
F. O pulmão vai aparecer em branco
21. As impressoras CT a laser em filme:
A. Melhoram significativamente a resolução espacial
B. Modificam os números CT
C. Gravam menos de 1 kB de dados da imagem
D. Precisam de filme com emulsão nas duas faces
E. Nenhuma das anteriores
22. No caso de uma CT de varredura helicoidal, todas as afirmativas abaixo se aplicam,
EXCETO:
A. É necessário um anel de deslizamento contínuo para o tubo de raios-x
B. Não pode ser realizado com filtros "gravata-borboleta"
C. É necessária maior capacidade térmica para o tubo de raios-x

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D. Os efeitos de volume parciais vão aumentar
23. A resolução espacial do tomógrafo melhora com o aumento do(a):
A. Tamanho do ponto focal
B. Tamanho dos elementos do detetor
C. kV e mA
D. Tempo de varredura
E. Tamanho da matriz de reconstrução
24. É difícil caracterizar um tecido através do número CT por causa de dependência deste
em relação a todos os itens que se seguem, exceto:
A. O endurecimento do feixe
B. A heterogeneidade do tecido
C. mAs
D. Efeitos de volume parciais
E. kVp
25. A visibilidade de pequenas estruturas de alto contraste em imagens CT será aprimorada
mais provavelmente com o aumento do(a):
A. Dose do paciente
B. Tempo de varredura
C. Tamanho da matriz da imagem
D. Espessura da fatia
E. kV
26. A visibilidade de grandes estruturas de baixo contraste em imagens CT pode melhorar
com um aumento no(a):
A. Filtragem
B. mAs
C. Tamanho da matriz
D. Largura da janela de visualização
E. Tamanho da imagem no filme
27. O ruído da imagem é afetado pela(o):
A. Espessura da seção
B. Algoritmo de reconstrução
C. Espessura do paciente
D. mAs
E. Todas as anteriores
28. Os artefatos de volume parciais são geralmente reduzidos quando:
A. A espessura da seção aumenta
B. O tempo de varredura aumenta
C. O tamanho da matriz da imagem aumenta
D. São utilizados tomógrafos de quinta geração
E. São utilizados pequenos pontos focais
29. Entre os seguintes itens, qual o que tem a MENOR probabilidade de ser uma fonte de
artefatos de imagem CT?
A. Vibrações do anodo
B. Detetores defeituosos
C. Implantes metálicos no paciente
D. Amostragem limitada de dados de projeção
E. Fonte de radiofreqüência próxima do equipamento
30. Artefatos de anel num tomógrafo de terceira geração são causados por:
A. Variação do kVp
B. Faiscamento no tubo
C. Defeito em um elemento do detector
D. Movimento do paciente
E. Todas as anteriores

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