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PROVA COMENTADA – ANALISTA ADMINISTRATIVO – MPU – 2007 

LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLESIA

Atenção: As questões de números 1 a 6 referem-se ao texto apresentado


abaixo.
1. Os mitólogos costumam chamar de imagens de
mundo certas estruturas simbólicas pelas quais, em todas
as épocas, as diferentes sociedades humanas fundamentaram,
tanto coletiva quanto individualmente, a experiência
5. do existir. Ao longo da história, essas constelações de
idéias foram geradas quer pelas tradições étnicas, locais,
de cada povo, quer pelos grandes sistemas religiosos. No
Ocidente, contudo, desde os últimos três séculos uma
outra prática de pensamento veio se acrescentar a estes
10. modos tradicionais na função de elaborar as bases de
nossas experiências concretas de vida: a ciência. Com
efeito, a partir da revolução científica do Renascimento as
ciências naturais passaram a contribuir de modo cada vez
mais decisivo para a formulação das categorias que a
15. cultura ocidental empregará para compreender a realidade
e agir sobre ela.
Mas os saberes científicos têm uma característica
inescapável: os enunciados que produzem são necessariamente
provisórios, estão sempre sujeitos à superação e à
20. renovação. Outros exercícios do espírito humano, como a
cogitação filosófica, a inspiração poética ou a exaltação
mística poderão talvez aspirar a pronunciar verdades
últimas; as ciências só podem pretender formular verdades
transitórias, sempre inacabadas. Ernesto Sábato assinala
25. com precisão que todas as vezes que se pretendeu elevar
um enunciado científico à condição de dogma, de verdade
final e cabal, um pouco mais à frente a própria
continuidade da aplicação do método científico invariavelmente
acabou por demonstrar que tal dogma não passava
30. senão... de um equívoco. Não há exemplo melhor deste
tipo de superstição que o estatuto da noção de raça no
nazismo.
(Luiz Alberto Oliveira. “Valores deslizantes: esboço de um ensaio sobre técnica e poder”, In O
avesso da liberdade. Adauto Novaes (Org). São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p. 191)

1. No primeiro parágrafo, o autor


(A) fornece uma descrição objetiva do modo como, ao longo da
história, germinam e se desenvolvem as imagens do mundo,
expressão emprestada aos mitólogos.
(B) ratifica a idéia, construída ao longo da trajetória humana, de
que o pensamento científico é a via mais eficaz para o
conhecimento da realidade.
(C) atribui a idiossincrasias culturais as distintas representações
daquilo que legitimaria as práticas humanas.


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(D) defende que as sociedades humanas, apoiadas na religião ou


em mitos variados, constroem imagens para autenticar a
experiência individual perante a coletiva.
(E) expressa sua compreensão de que, fora do âmbito racional, não
há base sólida que fundamente a vida dos seres humanos.
COMENTÁRIO.
Alternativa A: no primeiro parágrafo, o autor faz
simplesmente um relato sucinto e nos informa, de modo geral, como “as
diferentes sociedades humanas fundamentaram, tanto coletiva quanto
individualmente, a experiência do existir”. Uma descrição é o tipo de
redação na qual se apontam as características que compõem um
determinado objeto, pessoa, animal, ambiente ou paisagem. Apresenta
elementos que, quando juntos, produzem uma “imagem”. Em uma
descrição objetiva, o autor limita-se aos aspectos reais e visíveis; não há
opinião dele sobre o tema. Também é interessante notar que, de acordo
com o teto, o uso da expressão “imagens de mundo” parte dos mitólogos, e
não de outra origem para ser emprestada a eles.
Alternativa B: a influência do pensamento científico ocorre
apenas desde os últimos três séculos, no Ocidente. Essa influência “veio se
acrescentar” aos modos tradicionais.
Alternativa C: esta assertiva fundamenta-se na seguinte
passagem: “Ao longo da história, essas constelações de idéias foram
geradas quer pelas tradições étnicas, locais, de cada povo, quer pelos
grandes sistemas religiosos.” Possivelmente, a dificuldade maior foi
compreender o significado da palavra “idiossincrasias”: características
comportamentais peculiares a um grupo ou a uma pessoa.
Alternativa D: não há sobreposição entre as experiências
individual e coletiva: “em todas as épocas, as diferentes sociedades
humanas fundamentaram, tanto coletiva quanto individualmente, a
experiência do existir”.
Alternativa E: ao usar a expressão “veio se acrescentar”
(aos modos tradicionais), o autor indica considerar também a existência de
outras “bases de nossas experiências concretas de vida”.
GABARITO: C

2. Ainda sobre o primeiro parágrafo, é correto afirmar:


(A) O emprego da conjunção contudo (linha 8) evidencia que o
autor considera os modos tradicionais de conceber o mundo
incompatíveis com a ciência, que os substitui.
(B) Contém, implicitamente, a idéia de que a capacidade cognitiva é
conquista do mundo ocidental, principalmente nos últimos
trezentos anos.
(C) O emprego da expressão Com efeito (linhas 11 e 12) colabora
para a consolidação da idéia de que a observação dos
fenômenos naturais foi conquista do Renascimento.


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(D) Sustenta a idéia de que, a partir do Renascimento, as ciências


desenvolveram normas práticas para a conduta humana, com
respeito a valores na esfera individual ou coletiva.
(E) A forma verbal empregará (linha 15) evidencia que o autor dá
como fato consumado o prestígio da ciência, do Renascimento
em diante, na constituição do modo ocidental de pensar e agir.
COMENTÁRIO.
Alternativa A: no contexto, a ideia não é de
incompatibilidade. No trecho sob análise, a ideia é a de que os “modos
tradicionais” não são a única forma de “elaborar as bases de nossas
experiências concretas de vida”. Além deles, há a “ciência”, que não os
substitui; mas se acrescenta a eles.
Alternativa B: não há essa ideia de conquista por parte do
mundo ocidental. Foi dito simplesmente que, no Ocidente, a ciência
(entenda-se capacidade cognitiva) “veio se acrescentar a estes modos
tradicionais na função de elaborar as bases de nossas experiências
concretas de vida”.
Alternativa C: também não está presente aqui a ideia de
conquista. Apenas foi dito que, a partir do Renascimento, a influência das
“ciências naturais” passou a ser mais decisiva – o que nos permite entender
que, antes daquele marco histórico, já havia observação dos fenômenos
naturais, possivelmente não com tanta importância.
Alternativa D: com respeito a valores na esfera individual
ou coletiva, lê-se no texto que “em todas as épocas, as diferentes
sociedades humanas fundamentaram, tanto coletiva quanto
individualmente, a experiência do existir”.
Alternativa E: sim, o autor considera que os pensamentos
e as ações dos ocidentais certamente se caracterizarão como reflexos da
“revolução científica do Renascimento”.
GABARITO: E

3. No parágrafo 2,
(A) a conjunção Mas (linha 17) foi empregada não para eliminar o
que foi dito anteriormente, e, sim, para introduzir uma
contrapartida do objeto, fruto de distinta perspectiva de
análise.
(B) constrói-se uma relativização das conquistas da ciência,
sustentada na crítica de que ela se vale de procedimentos
pouco objetivos na busca da verdade.
(C) constata-se o caráter incontrolável das experiências científicas,
implicitamente atribuído às condições de descontinuidade em
que se realizam.
(D) a expressão necessariamente provisórios (linhas 18 e 19)
compõe uma advertência, dirigida a filósofos, poetas e místicos,
que desconsideram a objetividade na produção do saber.


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(E) incentiva-se a luta do ser para a constante superação de suas


fragilidades pessoais, advindas de sua humana condição e
permanente sujeição ao erro.
COMENTÁRIO.
Alternativa A; sim, é isso mesmo. Compare, por exemplo,
o efeito que a conjunção “contudo” (linha 8) exerce em relação ao que foi
dito anteriormente. Para isso leia também o comentário sobre a letra A da
questão 2.
Alternativa B: a ressalva é que eles “são necessariamente
provisórios, estão sempre sujeitos à superação e à renovação”.
Alternativa C: as experiências científicas são, de acordo
como o texto, “transitórias, sempre inacabadas”. Isso é diferente de dizer
que elas se caracterizam por serem incontroláveis.
Alternativa D: não, pois a advertência é em relação aos
próprios “saberes científicos”, que se caracterizam por estarem “sempre
sujeitos à superação e à renovação”.
Alternativa E: é completamente descabida esta
proposição; no segundo parágrafo nada é falado sobre a tal luta.
GABARITO: A

4. É correto afirmar:
(A) Infere-se do texto que os distintos discursos – religioso,
filosófico, artístico, científico –, quando formalizam, cada um a
seu modo, os dogmas da humanidade, na verdade estão
conscientemente burlando o espírito que orienta cada
específica prática.
(B) O texto demonstra que superstições surgem nos mais diversos
campos do conhecimento, e são elas que, através do tempo,
configuram o estatuto do humano.
(C) O texto esclarece que é uma pretensão imprópria aspirar a
conquistas que, duradouras, podem acabar por se constituir em
meros passos de um trajeto insuperável.
(D) Seria coerente com as idéias expressas no texto o seguinte
comentário, suscitado pelo exemplo dado: "O nazismo, por
mais assustador que seja o fato, não foi isento de
racionalidade".
(E) No texto exprime-se o entendimento de que é comum a várias
práticas de pensamento, excluindo-se o mítico, defender que o
espírito humano é capaz de atingir o saber pleno.
COMENTÁRIO.
Alternativa A: “burlar” é o mesmo que agir ardilosamente,
com a intenção de ludibriar, fraudar – ideia que não está presente nas
distintas concepções. Elas se somam, acrescentam-se, uma contribui com a
outra.


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Alternativa B: definitivamente, elas não configuram o


estatuto do humano; mas contribuem com ele, assim como o faz a ciência,
cuja importância é mais elevada no Ocidente, desde os últimos três séculos,
a partir do Renascimento.
Alternativa C: o esclarecimento é sobre “todas as vezes
que se pretendeu elevar um enunciado científico à condição de dogma, de
verdade final e cabal”, pois ele é transitório e inacabado.
Alternativa D: já que o nazismo é dado como exemplo de
“um enunciado científico” (que se pretendeu elevar à condição de dogma,
de verdade final e cabal), é admissível pensar que ele tinha algum tipo de
racionalidade.
Alternativa E: não é bem assim. “Outros exercícios do
espírito humano, como a cogitação filosófica, a inspiração poética ou a
exaltação mística poderão talvez aspirar a pronunciar verdades últimas”
(grifo nosso).
GABARITO: D

5. É correto afirmar que


(A) a conjunção quer, repetida (linhas 6 e 7), estabelece uma
comparação entre os termos aproximados, indicando a
superioridade de um sobre o outro.
(B) a forma verbal têm (linha 17) está em conformidade com as
normas gramaticais, assim como a forma verbal destacada em
“Embora eles não lhe dêm razão, ela sabe que está certa”.
(C) o emprego do sinal gráfico indicativo da crase está correto em
sujeitos à superação (linha 19), assim como está em
“Chegaram à propor um acordo, mas não foram ouvidos”.
(D) a transposição da frase essas constelações de idéias foram
geradas quer pelas tradições étnicas (...) quer pelos grandes
sistemas religiosos (linhas 5 a 7) para a voz ativa gera a forma
verbal “costumam gerar”.
(E) o emprego de melhor, em Não há exemplo melhor (linha 30),
está em conformidade com as normas gramaticais, assim como
o do segmento assinalado em “Foram os exemplos mais bem
escolhidos”.
COMENTÁRIO.
Alternativa A: no segmento “quer pelas tradições étnicas,
locais, de cada povo, quer pelos grandes sistemas religiosos”, a conjunção
indicada denota alternância.
Alternativa B: a forma verbal “têm” (o acento circunflexo
indica a flexão em terceira pessoa do plural) está em concordância com o
sujeito “os saberes científicos”; mas há erro na flexão do verbo dar. Na
terceira pessoa do plural (para concordar com o sujeito “eles”), a letra “e”
deve ser duplicada: dêem (registre-se que o novo Acordo Ortográfico aboliu
o acento circunflexo).


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Alternativa C: errado está o segundo emprego do


acento, pois a crase não ocorre antes de verbo. Uma maneira rápida e
eficaz de verificar a correção da primeira ocorrência é substituir a palavra
feminina “superação” por uma de gênero masculino: sujeitos ao fracasso.
Se usamos ao(s) antes do masculino, devemos usa à(s) antes do
feminino.
Alternativa D: na voz ativa, o verbo deve flexionar-se no
mesmo tempo e modo do verbo auxiliar (“foram geradas”) da voz passiva
analítica, assim: geraram (pretérito perfeito do indicativo).
Alternativa E: observamos que os advérbios bem e mal,
quando juntos a adjetivos (ou a particípios), são empregados na forma
analítica, como nos exemplos seguintes também: O quarto está mais bem
pintado (do) que a sala.
GABARITO: E

6. Ernesto Sábato assinala com precisão que todas as vezes que


se pretendeu elevar um enunciado científico à condição de
dogma, de verdade final e cabal, um pouco mais à frente a
própria continuidade da aplicação do método científico
invariavelmente acabou por demonstrar que tal dogma não
passava senão... de um equívoco.
O adequado entendimento daquilo que assinala Ernesto Sábato
está expresso, de forma clara e correta, em:
(A) É perfeito o entendimento de dogma como verdade acabada,
mas tem um desvio quando a ciência prova que o enunciado
está ultrapassado, anulando o dogma equivocado, o que
ocorreu em todas as vezes.
(B) Sempre que se tentou eternizar uma formulação científica, a
ciência, ela mesma, desautorizou a pretensão, quando, por seus
próprios instrumentos, desvelou a imperfeição daquele saber.
(C) Verdades finais e acabadas, verdadeiros dogmas, sempre
existiram, mas, sendo do universo científico, a própria ciência
se incumbiu de dar continuidade, tornando obsoleto o método.
(D) Muitas vezes houve tentativa de construir dogmas, mas se
revelou impossível, porque a ciência, desenvolvendo, provou
mais para frente que o enunciado científico não tinha
fundamento real.
(E) É freqüente ver o que a continuidade faz, pois a ciência,
responsável pelo método, mostra o erro dos dogmas que, antes
precisos, acabam invariavelmente provocando equívocos, como
universalmente demonstrado.
COMENTÁRIO.
Alternativa A: o entendimento de dogma como verdade
acabada é um equívoco, não é perfeito.
Alternativa B: a reescritura está clara e correta, traduz
adequadamente a informação do trecho original. É importante ressaltar que


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uma paráfrase (reescritura) não deve prejudicar a correção e o sentido do


texto original.
Alternativa C: não foi dito que as verdades finais e
acabadas sempre existiram. A menção é às vezes em que se tentou elevar
um conceito científico a essa condição, o que foi contestado pela própria
ciência.
Alternativa D: há falta de clareza nesta construção.
Repare o uso do verbo “desenvolvendo”. Eu lhe pergunto: desenvolvendo o
quê? Outro problema: não é que o enunciado científico não tivesse
fundamento; ele não estava finalizado, completo, perfeito, pleno.
Alternativa E: creio que aqui está a prior reescritura (que
nem deve ser assim denominada). É evidente que no texto original não há
as ideias de frequência, invariabilidade e universalidade verificadas na
tentativa de reescrever a passagem. Também não está claro o tal “método”
mencionado aqui.
GABARITO: B

Atenção: As questões de números 7 a 15 referem-se ao texto apresentado


abaixo.
1. Os vadios eram um grupo infrator caracterizado,
antes de mais nada, por sua forma de vida. Era o fato de
não fazerem nada, ou de nada fazerem de forma
sistemática, que os tornava suspeitos ante a parte bem
5. organizada da sociedade. Por não terem laços – a família,
domicílio certo, vínculo empregatício –, constituíam um
grupo fluido e indistinto, difícil de controlar e até mesmo de
enquadrar. Passados os primeiros tempos dos descobertos
auríferos, quando, como disse o jesuíta Antonil, os arraiais
10. foram “móveis como os filhos de Israel no deserto”, a
itinerância passou a ser cada vez mais tolerada. Em 1766
surge contra os vadios das Minas a primeira investida
oficial de que se tem notícia: uma carta régia dirigida em 22
de julho ao governador Luís Diogo Lobo da Silva, e incisiva
15. na condenação da itinerância de vadios e da forma peculiar
de vida que escolhiam. Tais homens, dizia o documento,
vivem separados do convívio da sociedade civil, enfiados
nos sertões, em domicílios volantes, ou seja, sem
residência fixa. Isto não podia ser tolerado, e deveriam
20. passar a viver em povoações que tivessem mais de
cinqüenta casas e o aparelho administrativo de praxe nas
vilas coloniais: juiz ordinário, vereadores etc. Uma vez
estabelecidos, ser-lhes-iam distribuídas terras adjacentes
ao povoado para que as cultivassem, e os que assim não
25. procedessem seriam presos e tratados como salteadores
de caminhos e inimigos comuns.
(Laura de Mello e Souza. “Tensões sociais em Minas na segunda metade do século XVIII”, In
Tempo e história, org. Adauto Novaes. São Paulo: Companhia das Letras/Secretaria Municipal
da Cultura, 1992. p. 358-359)

7. No texto, o autor


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(A) põe em foco um determinado estrato social, particularizando


uma tentativa de disciplinamento oficial.
(B) desenvolve considerações minuciosas a respeito do tema
central de seu discurso: a carta de Luís Diogo Lobo da Silva.
(C) narra um específico episódio ocorrido em Minas, tomado como
exemplo do que se pode esperar da ação de grupo de
infratores.
(D) lança hipóteses sobre as causas de um determinado
comportamento social, depois de caracterizá-lo a partir da
teoria de pesquisadores, religiosos ou não.
(E) toma os dados de pesquisa histórica como apoio para expressar
e justificar o seu próprio juízo de valor acerca de infratores.
COMENTÁRIO.
Alternativa A: o foco é lançado sobre “Os vadios (...) um
grupo infrator caracterizado, antes de mais nada, por sua forma de vida”. A
tentativa de disciplinamento oficial concretizou-se por meio de “uma carta
régia dirigida em 22 de julho ao governador Luís Diogo Lobo da Silva, e
incisiva na condenação da itinerância de vadios e da forma peculiar de vida
que escolhiam”.
Alternativa B: o discurso se desenvolve em torno dos
“vadios” e ressalta uma tentativa oficial de disciplinamento deles.
Alternativa C: é descabida a generalização feita aqui a
respeito do que se pode esperar de grupos infratores. Ainda que “Os
vadios” sejam qualificados como “infratores”, os desdobramentos da
narrativa são peculiares a esse estrato social.
Alternativa D: o texto caracterizou “Os vadios”, mas não
trouxe à tona hipóteses sobre as causas do comportamento social deles.
Alternativa E: não se percebe, por parte do autor, a
emissão de juízo de valor a cerca de infratores. O autor do texto, ao que
nos parece, limita-se a nos informar o que ocorreu com “Os vadios” e entre
estes e o governo da época.
GABARITO: A

8. Considere as afirmações que seguem sobre a organização do


texto.
I. No processo de argumentação, o autor valeu-se de testemunho
autorizado.
II. A fala do jesuíta constitui argumento para a consolidação da
idéia de que a itinerância passou a ser cada vez mais tolerada.
III. A data de 1766 foi citada como comprovação explícita de que o
rei era realmente signatário da carta.
Está correto o que se afirma SOMENTE em
(A) I.


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(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.
Item I: o testemunho é do “jesuíta Antonil”; item certo.
Item II: sim, a citação do religioso corrobora a ideia de
“itinerância”.
Item III: a data apenas situa o fato no tempo. Não há
comprovação explícita, mas indícios de que o rei pode ter sido o signatário:
“investida oficial”, “carta régia”.
GABARITO: D

9. Observado o contexto, está corretamente entendida a seguinte


expressão do texto:
(A) nada fazerem de forma sistemática – nada produzirem de modo
tecnicamente plausível.
(B) um grupo fluido e indistinto – um conglomerado espontâneo e
informal.
(C) difícil de controlar e até mesmo de enquadrar – não passível de
organizar e mesmo dominar.
(D) Passados os primeiros tempos dos descobertos auríferos –
esgotadas as primeiras jazidas de ouro.
(E) forma peculiar de vida que escolhiam – singular maneira que se
concediam de estar no mundo.
COMENTÁRIO.
Alternativa A: “de forma sistemática” = que revela
método, organização; diz-se de quem tem vida regrada, sem se permitir
maior flexibilidade. Isso é diferente de “modo tecnicamente plausível”, o
que é aceito como válido, razoável, isento de reparo.
Alternativa B: “fluido e indistinto” = com propriedades
incertas e obscuras.
Alternativa C: a dificuldade de realizar algo não significa
que esse algo é impossível de ser realizado.
Alternativa D: a passagem de uma determinada época ou
fase em que se verificou a ênfase em um acontecimento não significa o
esgotamento dele.
Alternativa E: “peculiar” tem a ver com o que é próprio de
algo ou alguém, o que lhe é característico, singular; a possibilidade de
escolha indica a faculdade para se conceder algo.
GABARITO: E


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10. Em 1766 surge contra os vadios das Minas a primeira investida


oficial de que se tem notícia.
Considerado o contexto, uma outra redação para o segmento
destacado acima, que está correta e que não prejudica o
sentido original, é:
(A) cuja existência se conhece.
(B) da qual a notícia foi dada.
(C) que a notícia foi veiculada.
(D) na qual se tem o registro.
(E) de que a notícia chegou até nós.
COMENTÁRIO.
Alternativa A: o relativo “cuja” estabelece uma relação de
posse/dependência entre “a primeira investida oficial” e “existência”. O
relativo concorda em número e gênero com o substantivo que lhe segue
(“existência”).
Alternativa B: distorce a informação ao dizer que a notícia
foi dada.
Alternativa C: aqui há problema de coesão entre os
elementos do período causada pelo emprego inadequado do relativo “que”.
Repare: Em 1766 surge contra os vadios das Minas a primeira investida
oficial que a notícia foi veiculada.
Alternativa D: ter notícia de algo não garante que ele
esteja registrado. Além disso, há problema de coesão: Em 1766 surge
contra os vadios das Minas a primeira investida oficial na qual se tem o
registro. O registro, se houver, não é na primeira investida oficial; mas,
sim, da primeira investida oficial.
Alternativa E: também há problema de coesão e coerência
textual. Para estabelecer posse/dependência, o relativo adequado é cujo(a).
Repare: Em 1766 surge contra os vadios das Minas a primeira investida
oficial cuja notícia chegou até nós. (entenda-se: Chegou até nós a notícia
da primeira investida oficial.)
GABARITO: A

11. Observadas as 8 linhas iniciais do texto, é correto afirmar:


(A) A expressão por sua forma de vida constitui uma explicação.
(B) No segmento Era o fato de não fazerem nada, ou de nada
fazerem de forma sistemática, a conjunção ou introduz uma
retificação do que se afirmou anteriormente.
(C) Em que os tornava suspeitos, o deslocamento do pronome
destacado para depois do verbo atenderia ao que a gramática
aconselha como preferência.
(D) A preposição ante equivale a “versus”.

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(E) Como em fluido, a grafia do particípio do verbo “imbuir” não


admite o acento, estando, portanto, correta a forma “imbuido”.
COMENTÁRIO.
Alternativa A: o valor semântico do segmento é de
origem, causa da tal caracterização.
Alternativa B: sim, está correto. Veja outro exemplo com
aplicação semelhante: O ladrão ou os ladrões – não sei ao certo – não
deixaram nenhum vestígio.
Alternativa C: a preferência referida aqui é a ênclise, que
está impedida de acontecer da forma indicada por causa da conjunção
subordinativa “que”, a qual atrai o pronome oblíquo átono, obrigando o
surgimento da próclise.
Alternativa D: não, ela se equivale à locução prepositiva
diante de.
Alternativa E: na palavra imbuído, o acento agudo
justifica-se porque a letra “i” representa a segunda vogal tônica do hiato,
está sozinha na sílaba (ju-iz) e não surge diante de letra repetida (xi-i-ta)
ou de “nh” (ra-i-nha).
GABARITO: B

12. Considerando as linhas 8 a 16, é correto afirmar:


(A) Em como disse o jesuíta, como equivale a “mediante”.
(B) Em “móveis como os filhos de Israel no deserto”, as aspas
indicam que a frase deve ser entendida em sentido figurado.
(C) O emprego da palavra arraiais contribui para a produção do
sentido de “morada provisional” tratado no fragmento.
(D) No segmento a itinerância passou a ser cada vez mais tolerada,
a expressão passou a ser é a que exprime a idéia de
progressão.
(E) Os dois-pontos introduzem uma citação.
COMENTÁRIO.
Alternativa A: “como” se equivale a “de acordo”,
“conforme”, “segundo”.
Alternativa B: não; as aspas indicam uma citação das
palavras do jesuíta Antonil.
Alternativa C: sim; a palavra indica lugar onde se agrupam
romeiros, com tendas provisórias; povoação temporária em função de
determinada atividade.
Alternativa D: a ideia de progressão é transmitida por
meio da expressão “cada vez mais”. A expressão “passou a ser” indica
transformação, mudança, o desencadeamento de outra situação.

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Alternativa E: não; o competente sinal de pontuação


introduz uma informação de natureza explicativa (aposto) em relação à
“primeira investida oficial de que se tem notícia”.
GABARITO: C

13. Tais homens, dizia o documento, vivem separados do convívio


da sociedade civil, enfiados nos sertões, em domicílios
volantes, ou seja, sem residência fixa. Isto não podia ser
tolerado, e deveriam passar a viver em povoações que tivessem
mais de cinqüenta casas e o aparelho administrativo de praxe
nas vilas coloniais: juiz ordinário, vereadores etc.
Observado o contexto, é correto afirmar que, no fragmento
acima,
(A) a expressão sociedade civil equivale a “conjunto de todos os
membros que constituem o tecido social, unidos em torno de
idéias, pactos e acordos, sem hegemonia nem exclusão de
nenhum grupo”.
(B) a voz do autor mistura-se à voz do remetente da carta, como o
comprova o emprego, respectivamente, das formas verbais
podia e vivem.
(C) a expressão ou seja introduz uma explicação, obrigatória para a
compreensão do documento, visto que domicílios volantes
constitui uma incompatibilidade em termos, sem possibilidade
de conciliação.
(D) o emprego da expressão de praxe evidencia que, na carta,
buscava-se neutralizar qualquer tom que pudesse ser
entendido como intimidação.
(E) a oração deveriam passar a viver em povoações expressa uma
suposição.
COMENTÁRIO.
Alternativa A: a julgar pela carta, percebe-se que o conceito
de sociedade civil indica os moradores de determinada região urbana, com
residência fixa; povoações em que havia a presença do Estado por meio de
um juiz e vereadores, por exemplo.
Alternativa C: a possível inexistência da explicação não
comprometeria o sentido da carta. No texto há menções desse tipo de
residência. Por exemplo: “os arraiais foram “móveis como os filhos de Israel
no deserto”, a itinerância passou a ser cada vez mais tolerada.”
Alternativa D: a expressão “de praxe” significa algo que se
faz sempre, que é rotineiro, de costume, habitual.
Alternativa E: a oração exprime uma exortação,
admoestação, advertência.
GABARITO: B

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14. Uma vez estabelecidos, ser-lhes-iam distribuídas terras


adjacentes ao povoado para que as cultivassem, e os que assim
não procedessem seriam presos e tratados como salteadores de
caminhos e inimigos comuns.
Sobre o que se tem no período acima transcrito, é correto
afirmar:
(A) A expressão uma vez comunica a mesma idéia que o segmento
destacado exprime em “Uma vez que ele se curou, não precisa
mais de cuidados médicos”.
(B) O termo destacado em os que assim não procedessem refere-se
à ação de optar por ser estabelecido.
(C) A gramática prescreve que o vocábulo adjacentes seja assim
separado em sílabas: “a - dja - cen - tes”.
(D) Há um subentendido no fragmento: no século XVIII, os vadios
recebiam tratamento diferenciado em relação a outros grupos
considerados infratores.
(E) Em tratados como salteadores, o termo destacado está
empregado com o mesmo valor que se nota em “Como cheira
bem a sua caldeirada!”.
COMENTÁRIO.
Alternativa A: “uma vez” indica uma condição que, em se
concretizando, desencadeia outro(s) fato; “Uma vez que” denota a causa de
um fato.
Alternativa B: não; refere-se à ação de cultivar as terras.
Alternativa C: eis a separação correta do vocábulo: ad –
já – cen – tes. A consoante interna fica na sílaba anterior se estiver entre
uma vogal e outra consoante: ab-di-car. Se, entretanto, a consoante
seguinte for R ou L, ficará na sílaba seguinte: a-pre-sen-tar / su-bli-me.
Cuidado com a palavra sub-li-nhar; apesar da letra L aparecer depois da
consoante, esta ficará na sílaba anterior.
Alternativa D: subentendidos são insinuações escondidas
por trás de uma declaração e dependem do contexto e do conhecimento de
mundo que o ouvinte ou o leitor têm. Quando um fumante com o cigarro
pergunta: “Você tem fogo?”, por trás dessa pergunta se subentende:
“Acenda-me o cigarro, por favor.” Caso você encontre alguém correndo na
rua e gritando “Pega ladrão! Pega ladrão!”, você subentenderá que esse
alguém foi (ou está sendo) assaltado e clama por socorro, não é mesmo? O
subentendido presente aqui é quanto à classificação dos “vadios” como uma
categoria de infratores.
Alternativa E: inicialmente, o conectivo “como”
estabelece uma comparação. Depois, o mesmo vocábulo é advérbio de
intensidade.
GABARITO: D

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15. Uma vez estabelecidos, ser-lhes-iam distribuídas terras


adjacentes ao povoado para que as cultivassem.
Uma outra redação para o segmento destacado acima, que,
clara e correta, não prejudica o sentido original é:
(A) sendo-lhes divididas as terras pertencentes ao povoado,
poderiam cultivá-las.
(B) com o objetivo de que tornassem produtivas, receberiam, entre
eles, as terras próximo à vila.
(C) eles seriam aquinhoados com áreas contíguas à vila, a fim de
que as lavrassem.
(D) compartilhariam entre si glebas em anexo ao povoado, de modo
que beneficiassem.
(E) salvo se lavrassem, receberiam por distribuição áreas
incorporadas ao povoado.
COMENTÁRIO.
Alternativa A: as terras não são pertencentes, mas
adjacentes ao povoado.
Alternativa B: há problema de coesão e clareza: o que
seria tornado produtivo? As terras? Então elas deveriam ser indicadas por
meio do pronome oblíquo “as”, um elemento coesivo que remete o leitor à
expressão “as terras próximo à vila”. E nesse segmento há um problema de
concordância. O correto é “as terras próximas à vila”, pois o adjetivo
concorda em gênero e número com o substantivo ao qual se refere.
Alternativa C: proposição clara e correta. Destaque para o
significado das palavras “aquinhoados” (favorecido, contemplado) e
“contíguas” (que está ao lado, junto, próximo, adjacente). Note também a
presença do pronome oblíquo “as” como elemento coesivo.
Alternativa D: quem seria beneficiado? Esta opção carece
de clareza, está inconclusa.
Alternativa E: se lavrassem o quê? Notou problema
semelhante de coesão e falta de clareza? Além disso, a condição de cultivar
as terras foi desprezada com a utilização da palavra “salvo” (à exceção de;
afora; exceto) que a exclui.
GABARITO: C

16. A frase que está totalmente de acordo com o padrão culto é:


(A) Vossa Senhoria, senhor Ministro, poderíeis me receber amanhã
em audiência, para que lhe entregue pessoalmente meu
projeto?
(B) Ele é ambidestro, sabe até desenhar com ambas mãos, mas
jamais quiz colocar sua habilidade em evidência.
(C) Queria sair com nós três, não sei bem por quê; talvez haja
assuntos sobre os quais ela queira nos colocar a par.

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(D) Essas pinturas são consideradas as maiores obras-de-artes do


período, mas nada tem haver com a temática que você quer
estudar.
(E) Ela vivia dizendo “Eu mesmo desenho meu futuro”, mas essa
era uma forma dela ocultar sua relação mau resolvida com os
pais.
COMENTÁRIO.
Alternativa A: com pronomes de tratamento, a
concordância verbal é feita na terceira pessoa: Vossa Senhoria, senhor
Ministro, poderia.... Além disso, o pronome oblíquo solto no meio da locução
verbal – caracterizando a próclise do verbo principal – não é recomendado
pela norma culta, ainda que abonada por excelentes escritores. O melhor
mesmo seria a ênclise: poderia receber-me.
Alternativa B: usa-se o artigo entre o numeral ambos e o
elemento posterior, caso este admita o seu uso:
Ambos os atletas foram declarados vencedores. (atletas é
substantivo que admite artigo.);
Ambas as leis estão obsoletas. (leis é substantivo que
admite artigo.).
Também o verbo querer não se conjuga com a letra “z”:
quis.
Alternativa C: usa-se corretamente com nós ou com vós
(separadamente) quando tais expressões vêm acompanhadas de elementos
de realce, numeral, pronome ou oração adjetiva. Do contrário, usa-se
conosco ou convosco: Você terá de viajar com nós todos. Você terá de
viajar conosco.
Em final de oração interrogativa, por quê grafa-se
separadamente e com acento circunflexo, tal como indicado.
Alternativa D: o plural de substantivos compostos ligados
por preposição faz variar somente o primeiro elemento: obras-de-arte
(registre-se que o novo Acordo Ortográfico aboliu esse hífen). A expressão
“tem haver” foi grafada erradamente. Eis a correção: tem a ver.
Alternativa E: emprega-se o sinal de dois-pontos antes de
uma citação, que aqui veio indicada pelas aspas: Ela vivia dizendo: “Eu
mesmo desenho meu futuro”... Note agora a falta de concordância entre o
pronome-substantivo “Ela” e a forma pronominal “mesmo”, no masculino.
Este se flexiona conforme o gênero e o número do seu referente: mesma.
Não se contrai com a preposição exigida pelo verbo anterior o pronome
pessoal sujeito de infinitivo: ...mas essa era uma forma de ela ocultar...
Grafa-se com “l” o advérbio mal (contrário de bem).
GABARITO: C

17. A frase que está pontuada de acordo com os preceitos da


gramática é:

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(A) Mas é preciso ver nos textos, como o autor apresenta a relação
de conciliação essencial entre a consciência cristã; e as práticas
de eficácia temporal.
(B) Pois bem: se ele não os induziu a responderem, o que desejava
que fosse respondido; o que é que ele fez?
(C) Basta então, que se conheçam as normas de organização social
do período para que sejam compreendidas, em suas minúcias
os atritos delas decorrentes.
(D) As histórias relatadas nos seus romances iniciais − que se
distinguem, sensivelmente, dos relatos mais recentes − são, na
sua maioria, fruto da influência da cultura irlandesa.
(E) A ação deles é, portanto, embora pouco divulgada, digna de
reconhecimento, dos que os apoiaram nas mais diversas,
circunstâncias.
COMENTÁRIO.
Alternativa A: a vírgula separou indevidamente o verbo do
seu complemento: ...ver (...) como o autor...; isso não deve acontecer. O
ponto e virgula separou indevidamente o outro complemento do substantivo
“conciliação”, que veio articulado ao primeiro por meio da conjunção aditiva
“e’.
Alternativa B: para indicar a pausa existente entre o
operador argumentativo “Pois bem” e o restante do período, a vírgula é
indicada no lugar dos dois-pontos. No lugar do ponto e vírgula, deve ser
utilizado o sinal de dois-pontos, pois o segmento posterior exprime a
conclusão do que foi dito antes.
Alternativa C: a vírgula causou separação indevida entre o
verbo (“Bastou”) e o sujeito (“que se conheçam...”). Para isolar o operador
argumentativo “então”, devem ser empregadas uma vírgula antes e outra
depois. A última vírgula causou erro semelhante; para isolar a intercalação
configurada pelo termo de valor adverbial “em suas minúcias”, duas
vírgulas são necessárias.
Alternativa D: corretamente foram utilizados os
travessões para isolar oração subordinada adjetiva explicativa. As duas
primeiras vírgulas isolam adequadamente advérbio intercalado, bem como
as outras duas vírgulas seguintes.
Alternativa E: o problema surge na parte final do período.
A primeira vírgula erradamente separou o nome “reconhecimento” do seu
adjunto, bem como a segunda vírgula em relação ao nome “circunstâncias”.
GABARITO: D

18. A frase em que a forma destacada está apropriada às normas


gramaticais é:
(A) Congregou-os o mesmo sincero desejo de fazer algo relevante
pela comunidade.

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(B) Quem disse que ele constroe toda essa argumentação sem
apoio de advogados?
(C) Isso não é pertinente com os fins a que você visa com seu
projeto.
(D) Eles enganam-se a si próprios, persuadidos que tudo está
sendo feito em busca da paz.
(E) Espero que ele medie a reunião com a isenção de espírito de
que todos necessitamos.
COMENTÁRIO.
Alternativa A: o pronome oblíquo “os”, que funciona como
objeto direto, completa corretamente o sentido do verbo transitivo direto
“Congregou”.
Alternativa B: emprega-se a letra “i” na sílaba final de
formas verbais terminadas em “–uir”: diminui, influi, possui, constrói.
Repare ainda o acento agudo que deve ser empregado na vogal tônica e
aberta do ditongo
“-oi” que surge em palavras oxítonas (registre-se que em palavras
paroxítonas esses ditongos não são mais acentuados, em virtude do novo
sistema ortográfico; comparem-se herói e heroico, por exemplo).
Alternativa C: a regência do nome “pertinente” exige
preposição a no lugar da preposição “com”.
Alternativa D: quem está persuadido, está persuadido de
algo. Notou que essa preposição não apareceu na proposição? Isso
acarretou erro de regência e prejudicou a coesão textual.
Alternativa E: são regulares os verbos terminados em
IAR: premio, premias, premia, premiamos, premiais, premiam. Cuidado
você deve ter com os seguintes verbos: Mediar, Ansiar, Remediar,
Incendiar, Odiar (MARIO). Apesar de terminarem em IAR, são irregulares
e recebem a letra E nas formas rizotônicas (eu, tu, ele, eles): odeio, odeias,
odeia, odiamos, odiais, odeiam. Então, a forma correta é: Espero que ele
medeie a reunião...
GABARITO: A

19. A frase que está corretamente redigida é:


(A) Naquele ambiente taciturno, é como se, a cada passo,
descobrimos uma possibilidade longínqua de sair ilesos.
(B) Acompanhei os noticiários, e, pelo o que está se vendo, muitos
não chegarão onde desejam no horário previsto.
(C) Aquele era o hotel onde costumava freqüentar durante o
período que não conhecia problemas financeiros.
(D) Os detalhes eram tão minuciosamente apresentados, que o
leitor chega ter acesso até a informação de qual das mãos
segurava a taça de champanhe.

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(E) A maneira como os bilhetes foram escritos não deixará dúvidas


acerca do que deve ser feito, sob a responsabilidade seja de
quem for.
COMENTÁRIO.
Alternativa A: a argumentação está no plano hipotético; a
presença da conjunção condicional “se” enfatiza a noção de probabilidade
ou possibilidade presente na frase, o que torna adequado o emprego do
modo subjuntivo: descobríssemos.
Alternativa B: o verbo de movimento chegar reclama
preposição a para articular o seu adjunto adverbial: chegarão aonde.
Outro equívoco diz respeito à forma “pelo”, contração da preposição “por”
com o artigo definido (ou pronome demonstrativo) “o”. Assim, não procede
outro “o” na passagem “pelo o que”.
Alternativa C: talvez a mais sutil. O relativo onde deve
ser utilizado quando a correspondência for a lugar e o verbo regente
reclame preposição “em”. Veja um exemplo: Aquele era o hotel onde passei
as férias. A referência é mesmo o lugar “hotel”; o verbo regente “passei”
exige a preposição “em” (passei as férias em que lugar?). Para simplificar,
experimente substituir “onde” por “em que”. Vejamos como ficaria a
construção proposta pela banca examinadora: Aquele era o hotel em que
costumava freqüentar... E aí? O que achou? Você percebe que o verbo
regente frequentar (sem trema, conforme o novo Acordo) é transitivo
direto (frequentar algum lugar). Pois é, não há motivo para a utilização do
relativo “onde”; em seu lugar deve ser empregado o relativo “que”: Aquele
era o hotel que costumava frequentar...
Mas ainda não acabou. Tome a oração adjetiva “que não
conhecia problemas financeiros”. Agora substitua o relativo pelo termo
antecedente (“período”) e reescreva a oração adjetiva: Não conhecia
problemas financeiros nesse período. Constata-se, assim, a obrigatoriedade
da preposição em antes do relativo “que” (= “período”), termo regido.
Alternativa D: faltou a preposição a exigida pela
regência do verbo chegar: chegar a ter. Na sequência, nota-se a ausência
do acento grave indicativo de crase no segmento “acesso até a informação”.
O nome “acesso” rege preposição a, que se aglutina com o artigo feminino
singular que acompanha o substantivo “informação”: acesso até à
informação. Atenção para o vocábulo “até” (= inclusive), que é palavra
denotativa de inclusão, e não preposição essencial (caso em que a crase
seria facultativa).
Alternativa E: corretíssima. Destaque para a locução
prepositiva acerca de, que rege obrigatoriamente o complemento do nome
“dúvida”: o pronome demonstrativo “o” (= aquilo), que se contraiu com a
preposição “de”.
GABARITO: E

20. A concordância está totalmente de acordo com a norma padrão


da língua em:

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(A) Acredito que as orientações dele, porque parecem pouco claro,


não terão de serem seguidas antes de um esclarecimento
maior.
(B) Considerou digna de ser encaminhada a julgamento dos
avaliadores a última versão do projeto-piloto, pois, se podem
existir fragilidades, elas certamente hão de ser mínimas.
(C) Elas se consideraram responsável pelo erro e julgaram legítimo
as cobranças que lhe serão feitas de agora em diante.
(D) Dado as contingências do momento, os diretores houveram por
bem atender aos prazos, e prometeram reavaliar, tanto quanto
fossem, as demais exigências do contrato.
(E) Devem fazer mais de três meses que não os vejo; tantos dias
de afastamento poderia ser entendido como descaso, mas
quero dizer que lhes dedico muito afeto.
COMENTÁRIO.
Alternativa A: o primeiro problema é a falta de
concordância entre o adjetivo “claro” e o substantivo “orientações”. O
adjetivo deve concordar em número e gênero com o substantivo a que se
refere: claras. O segundo erro ocorre na locução “terão de serem seguidas”,
pois apenas o primeiro (auxiliar) se flexiona em número e pessoa: terão de
ser seguidas.
Alternativa B: concordância perfeita. O adjetivo “digna”
harmonizou-se com o substantivo feminino singular “versão”. Na locução
verbal “podem existir”, o auxiliar flexionou-se para concordar em número e
pessoa com o sujeito “fragilidades”. Na locução “hão de ser”, o principal
(sempre o último verbo) é pessoal; essa pessoalidade reflete no auxiliar,
que se flexiona para concordar com o sujeito “elas”. Tudo correto.
Alternativa C: por se referir ao pronome substantivo
“Elas” o adjetivo “responsável” deve com ele concordar em número:
responsáveis. Semelhantemente, o adjetivo “legítimo” deve se flexionar em
gênero e número por concordar com o substantivo “cobranças”: legítimas.
O pronome oblíquo “lhe” refere-se ao pronome “elas”, devendo assumir a
forma plural: lhes.
Alternativa D: No particípio, o verbo dar flexiona-se em
gênero e número para concordar com o substantivo a que se refere: Dadas
as contingências... Não se percebe na expressão “houveram por bem” (=
resolveram) o sentido de existir (caso em que ele seria impessoal), o que
possibilita a adequada flexão do verbo haver para concordar com o sujeito
“os diretores”.
Alternativa E: nas indicações de tempo decorrido, o verbo
fazer é impessoal e se mantém na terceira pessoa do singular. O verbo que
o acompanha como seu auxiliar sofre os efeitos dessa impessoalidade.
Dessa forma, a construção correta é: Deve fazer mais de três meses...
Houve erro também no segmento “tantos dias de afastamento poderia ser
entendido”. O verbo auxiliar “poderia” deve concordar em número e pessoa
com “dias”, núcleo do sujeito. Já o particípio “entendido” deve flexionar em

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gênero e número para concordar com o mesmo substantivo. Eis a


passagem corrigida: tantos dias de afastamento poderiam ser entendidos.
GABARITO: B

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INFORMÁTICA – PROFESSORA PATRÍCIA QUINTÃO

Instruções: Para responder às questões de números 21 a 25


considere as informações abaixo.

OBJETIVO:

O Ministério Público do Governo Federal de um país deseja


modernizar seu ambiente tecnológico de informática. Para
tanto irá adquirir equipamentos de computação eletrônica
avançados e redefinir seus sistemas de computação a fim de
agilizar seus processos internos e também melhorar seu
relacionamento com a sociedade.
REQUISITOS PARA ATENDER AO OBJETIVO:

(Antes de responder às questões, analise cuidadosamente os


requisitos a seguir, considerando que estas especificações
podem ser adequadas ou não).
§1o − Cadastros recebidos por intermédio de anexos de
mensagens eletrônicas deverão ser gravados em arquivos
locais e identificados por ordem de assunto, data de
recebimento e emitente, para facilitar sua localização nos
computadores.
§2o − Todos os documentos eletrônicos oficiais deverão ser
identificados com o timbre federal do Ministério que será
capturado de um documento em papel e convertido para
imagem digital.
§3o − A intranet será usada para acesso de toda a sociedade
aos dados ministeriais e às pesquisas por palavra-chave, bem
como os diálogos eletrônicos serão feitos por ferramentas de
chat.
§4o − Os documentos elaborados (digitados) no computador
(textos) não podem conter erros de sintaxe ou ortográficos.
§5o − Todas as planilhas eletrônicas produzidas deverão ter as
colunas de valores totalizadas de duas formas: total da coluna
(somatório) e total acumulado linha a linha, quando o último
valor acumulado deverá corresponder ao somatório da coluna
que acumular. Exemplo:

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I. impressora multifuncional;
II. pen drive;
III. scanner;
IV. impressora a laser.
Em relação à captura referenciada nos requisitos especificados
no §2o, é INCORRETO o uso do que consta SOMENTE em
(A) II.
(B) IV.
(C) I e III.
(D) II e IV.
(E) I, III e IV.
COMENTÁRIO.
O §2o destaca o ato de captura de um timbre impresso em
papel. Dentre as opções mencionadas na questão utilizamos os
scanners (item III) e impressoras multifuncionais (item I) para a
realização dessa atividade.
O scanner é um periférico de entrada responsável por
digitalizar imagens, fotos e textos impressos para o computador. Ele
faz varreduras na imagem física gerando impulsos elétricos através
de um captador de reflexos. Pode gerar arquivos em vários formatos.
Além de ser um dispositivo vendido separadamente (isolado), pode
vir a fazer parte de um dispositivo composto, como a impressora
multifuncional.
A impressora multifuncional consiste de um equipamento
integrado por digitalizador (ou scanner), impressora, copiadora e fax
(geralmente através de software).
A questão solicita os itens INCORRETOS, que não possibilitam a
captura de imagens impressas. Nesse contexto, tem-se o pen drive
(item II), também conhecido como memória USB flash drive (ou
ainda Memory Key) e a impressora a laser (item IV).

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Figura 1. Pen drive Figura 2. Impressora a Laser

GABARITO: D

22. Para atender aos requisitos especificados no §1o é preciso


saber usar ferramentas de
(A) e-mail e que é possível organizar Pastas dentro de Pastas
e Arquivos dentro de Pastas.
(B) chat e que é possível organizar Pastas dentro de Pastas e
Arquivos dentro de Arquivos.
(C) browser e que é possível organizar Pastas dentro de
Pastas, mas não Arquivos dentro de Pastas.
(D) e-mail e que é possível organizar Pastas dentro de
Arquivos e Arquivos dentro de Pastas.
(E) busca e que é possível organizar Arquivos dentro de
Pastas, mas não Pastas dentro de Pastas.
COMENTÁRIO.
Conforme visualizado nas alternativas dessa questão, bastante
simples, precisamos dividir o entendimento dos requisitos
mencionados no §1o em duas partes, comentadas a seguir.
A parte 1 destaca que os cadastros devem ser recebidos por
intermédio de anexos de mensagens eletrônicas, o que poderá ser
realizado com a utilização de e-mail.
A parte 2 destaca que esses cadastros deverão ser gravados
em arquivos locais e identificados por ordem de assunto, data de
recebimento e emitente, para facilitar sua localização nos
computadores. Temos que os arquivos obtidos nos anexos de e-mails
devem ser salvos na máquina local (computador que os recebeu) e
isso é feito pela organização das pastas dentro de outras pastas e dos
arquivos recebidos dentro das pastas mais internas.
Como exemplo, poderemos ter em nosso computador uma
pasta chamada Aulas e dentro desta pasta uma pasta chamada
Informática, outra, Direito Constitucional. Assim poderíamos colocar

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os documentos de informática (obtidos pelos anexos dos e-mails) em


sua respectiva pasta, o mesmo acontecendo com os arquivos de
Direito Constitucional. Viram? Pastas dentro de Pastas e arquivos
dentro de pastas, claro!
O item D destaca E-mail, também, mas cita a possibilidade de
“...organizar Pastas dentro de Arquivos...” e isso, com exceção dos
arquivos compactados, é contraditório (colocamos, organizados no
computador, arquivos dentro de pastas!).
GABARITO: A

23. Considere os Quadros 1 e 2 abaixo e os requisitos


especificados no §3o.

Quanto ao uso das especificações dos requisitos, a relação


apresentada nos quadros é correta entre
(A) I-a − I-b − II-c.
(B) I-a − II-b − I-c.
(C) II-a − I-b − II-c.
(D) II-a − II-b − II-c.
(E) II-a − II-b − I-c.
COMENTÁRIO.
O §2o destaca os seguintes requisitos: a “intranet será usada
para acesso de toda a sociedade aos dados ministeriais e às
pesquisas por palavra-chave, bem como os diálogos eletrônicos serão
feitos por ferramentas de chat”. No entanto, tais requisitos já
estariam inadequados, tendo-se em vista que uma intranet é um
conjunto de recursos acessíveis apenas aos funcionários de uma
instituição, ou seja, no caso, aos técnicos e analistas do MPU, e não a
toda a sociedade, como reportado! Ou seja, os termos “Intranet” e
“toda a Sociedade” não combinam... O adequado seria utilizar a
Internet. Assim, eliminamos as alternativas A e B.

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A pesquisa por palavra-chave seria correta mas, como está


atrelada à Intranet, que é falsa, ela ficou errada também. Uma
pesquisa por palavra-chave pela Internet seria correta.
Para o requisito de diálogos eletrônicos, as ferramentas de chat
são adequadas, embora existam controvérsias (acho até que por
e-mail seria bem melhor!!). Essa questão permite várias
interpretações, o que levaria a uma possível anulação. Não foi
anulada porque havia sentido na resposta, é a FCC!
GABARITO: E

24. Considere os dados da planilha eletrônica exemplificada no


§5o. Está correta a fórmula inserida em B3 e pronta para ser
propagada para B4 e B5 se for igual a
(A) =B3+A2.
(B) =B$2+A3.
(C) =B2+A3.
(D) =B2+A2.
(E) =B2+A$3.
COMENTÁRIO.
Essa questão é ótima! Observe que a célula B3 será a soma do
acumulado anterior (B2) com o valor do mês atual (A3), o que gera a
fórmula =B2+A3. Essa fórmula deverá ser propagada, de forma que
os valores acumulados sejam exibidos, conforme mostrado na tabela.
Quando criamos fórmulas, muitas vezes temos que travar uma
ou mais células constantes nas fórmulas. Para isto, digita-se o “$”
antes da letra que representa a coluna ou antes do número que
representa a linha, ou antes da letra e também do número.
No caso da fórmula em questão, não teremos nenhum valor
fixo, porque, na célula B4, que é o próximo valor acumulado, deve
haver a fórmula que some B3 com A4, e em B5 deverá haver a
fórmula que soma B4 com A5 (sempre o acumulado anterior com o
valor do mês atual).
Com isso, pode-se afirmar que a fórmula em B3 será =B2+A3.
Quando a fórmula for propagada (copiada, ou arrastada pela
alça de preenchimento) para as células B4 e B5, teremos a seguinte
situação:
-ao copiar a célula de B3 para B4, teremos um deslocamento de +0
colunas e + 1 linha, que deverá ser aplicado na fórmula de destino,
quando não tiver o $ na referência da célula. Assim, em B4 teremos
a seguinte fórmula: B4=B3+A4;

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-ao copiar a célula B3 para B5, teremos um deslocamento de +0


colunas e + 2 linhas, que deverá ser aplicado na fórmula de destino,
quando não tiver o $ na referência da célula. Assim, em B5 teremos
a seguinte fórmula: B5=B4+A5.
GABARITO: C

25. Considerando o ambiente Microsoft, o requisito


especificado no §4o quer dizer ao funcionário que, para
auxiliá-lo na tarefa de verificação e correção, ele deve
(A) usar a configuração de página do editor de textos.
(B) acionar uma função específica do editor de textos.
(C) usar a ferramenta de edição do organizador de arquivos.
(D) usar a correção ortográfica do organizador de arquivos.
(E) acionar a formatação de página do editor de textos.
COMENTÁRIO.
É evidente que esta questão trata-se da ferramenta Ortografia
e Gramática que é uma função específica do Editor de Textos.
GABARITO: B

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU – PROFESSORES ERICK


MOURA E ANDERSON LUIZ

26. O Procurador da República que ingressou no Ministério


Público Federal no ano de 2002

(A) poderá exercer cargo ou função de direção nas entidades


de ensino público.

(B) receber custas processuais nas ações civis públicas.

(C) exercer cumulativamente o cargo de Secretário de Estado.

(D) participar de conselhos, comissões ou organismos.

(E) participar de sociedade comercial como quotista ou


acionista.

COMENTÁRIO.
A questão se refere às vedações previstas no art. 237, da LC nº
75/1993, cuja resposta fundamenta-se no inciso III deste dispositivo.

Desta forma, iremos corrigir cada um dos itens errados.

Item “a” – contraria o art. 237, inciso IV, pois veda-se o


exercício, ainda que em disponibilidade, de qualquer outra função
pública, salvo uma de magistério.

Observe que, no item “a”, temos uma função pública que não é
a de magistério, pois exercer cargo ou função de direção nas
entidades de ensino público corresponde a EXERCER OUTRA
FUNÇÃO PÚBLICA, o que contraria o art. 237, inciso IV.

Item “b” – contraria o art. 237, inciso I, pois veda-se


expressamente o recebimento, a qualquer título e sob qualquer
pretexto de:

• Honorários

• Percentagens

• CUSTAS PROCESSUAIS

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Item “c” – contraria o art. 237, inciso IV, pois veda-se exercer
cumulativamente o cargo de Secretário de Estado, já que este cargo
é uma outra função pública, que não uma de magistério.

Item “d” – um Procurador da República pode participar de


Conselhos e Comissões como, por exemplo, Conselho Superior e
Comissão de Concurso.

No entanto, não se pode permitir que ele participe de


organismos, pois estes correspondem ao conceito de entidades que
exercem funções de caráter, por exemplo, social, político,
administrativo.

Assim, veda-se ao membro do Ministério Público a participação


em, por exemplo, organismos internacionais ou em um organismo
assistencial.

GABARITO: E

27. Nos termos da Lei Complementar no 75/93, e com relação


aos órgãos do Ministério Público Federal, observe as
seguintes afirmações:

I. O Colégio de Procuradores da República, presidido pelo


Procurador-Geral da República, é integrado por todos os
membros da carreira em atividade do Ministério Público
Federal.

II. O Corregedor-Geral será nomeado pelo Procurador-Geral


da República, dentre os Subprocuradores-Gerais da República
integrantes de lista tríplice elaborada pelo Conselho Superior,
para mandato de dois anos, admitida uma recondução.

III. O Conselho Superior do Ministério Público Federal, órgão


de execução do Ministério Público Federal, será presidido pelo
Subprocurador-Geral da República mais antigo.

IV. Os Subprocuradores-Gerais da República atuarão junto ao


Supremo Tribunal Federal por delegação do Procurador-Geral
da República.

Está correto o que se afirma SOMENTE em

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(A) I e II.

(B) II e III.

(C) III e IV.

(D) I, II e IV.

(E) I, III e IV.

COMENTÁRIO.

O erro do item III está no fato de que, de acordo com ao art.


54 da LC 75/1993, o CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO
PÚBLICO FEDERAL É PRESIDIDO PELO PGR.

Os demais itens estão corretos conforme a seguinte correlação


com a LC 75/1993:

Item I – art. 52

Item II – art. 64

Item IV – art. 66, § 1º

GABARITO: D

28. Segundo o disposto na Lei nº


9.784/99, a decisão administrativa ilegal poderá ser
impugnada por meio de recurso que:

(A) deverá ser interposto, salvo disposição em contrário, no


prazo 15 (quinze), dias, contado a partir da ciência ou
divulgação oficial da decisão recorrida.

(B) será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual,


se não a reconsiderar no prazo de 5 (cinco) dias, o
encaminhará à autoridade superior.

(C) deverá ser decidido no prazo máximo de 120 (cento e


vinte) dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão
competente.

(D) terá, como regra, efeito suspensivo e dependerá de


caução em dinheiro.
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(E) tramitará no máximo por duas instancias


administrativas, salvo disposição legal diversa.

COMENTÁRIO.
Letra (A). Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo
para interposição de recurso administrativo, contado a partir da
ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida (Lei nº 9.784/99,
art. 59). Logo, errada.

Letra (B). O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão,


a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à
autoridade superior (Lei nº 9.784/99, art. 56, §1º). Logo, correta.

Letra (C). Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso


administrativo deverá ser decidido no prazo máximo de trinta dias, a
partir do recebimento dos autos pelo órgão competente (Lei nº
9.784/99, art. 59, §1º). Logo, errada.

Letra (D). Salvo exigência legal, a interposição de recurso


administrativo independe de caução (Lei nº 9.784/99, art. 56, §2º).
Ademais, salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem
efeito suspensivo (Lei nº 9.784/99, art. 61). Logo, errada.

Letra (E). O recurso administrativo tramitará no máximo por três


instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa (Lei nº
9.784/99, art. 57). Logo, errada.

GABARITO: B

29. De acordo com o disposto na Lei de Improbidade


Administrativa, é correto afirmar que

(A) o ato de improbidade administrativa que importe em


enriquecimento ilícito pressupõe, necessariamente, a
comprovação de efetivo dano econômico ao erário
público
(B) o agente público que dolosamente auferir vantagem
patrimonial indevida em razão do exercício do cargo
responde de forma objetiva por ato de improbidade
administrativa.
(C) é irrelevante a aprovação das contas pelo Tribunal de
Contas para a caracterização do ato de improbidade
administrativa.
(D) o funcionário público que, conduzindo veículo oficial, em
atividade oficial, por imprudência, acabe gerando uma

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colisão com um particular, responde por ato de


improbidade lesivo ao patrimônio público.
(E) há a necessidade da ocorrência de qualquer vantagem
por parte do agente que dolosamente gerar prejuízo
concreto ao erário público.

COMENTÁRIO.
Letra (A). Para caracterização da improbidade por enriquecimento
ilícito, deve haver a efetivação da vantagem indevida, e não,
necessariamente, a existência de prejuízo aos cofres públicos.

Por exemplo: imagine que um agente público receba propina para


favorecer determinada empresa em um processo licitatório. Imagine
ainda que essa empresa tenha oferecido a proposta mais vantajosa
para a administração pública. Nessa situação, restaria configurado o
ilícito de improbidade administrativa?

A resposta é afirmativa. Percebam que, apesar de não ter ocorrido


prejuízo aos cofres públicos, já que a proposta da empresa foi a mais
vantajosa para a administração pública, caracterizou-se o
recebimento da vantagem indevida, o que é suficiente para a
configuração do enriquecimento ilícito. Logo, errada.

Letra (B). O agente público que dolosamente auferir vantagem


patrimonial indevida em razão do exercício do cargo responde de
forma subjetiva por ato de improbidade administrativa. Logo, errada.

Letra (C). A aplicação das sanções previstas na Lei de Improbidade


Administrativa independe da aprovação ou rejeição das contas pelo
órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas (Lei
nº 8.429/92, art. 21, II). Logo, correta.
Letra (D). O funcionário público que, conduzindo veículo oficial, em
atividade oficial, por imprudência, acabe gerando uma colisão com
um particular, não necessariamente responde por ato de improbidade
lesivo ao patrimônio público. Logo, errada.

Letra (E). Para caracterização da improbidade que causa lesão ao


erário não é necessário haver a efetivação da vantagem indevida, e
não, mas apenas a existência de prejuízo aos cofres públicos.

Por exemplo, liberar verba pública sem a estrita observância das


normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação
irregular constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão

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ao erário, independentemente do recebimento de qualquer vantagem


por parte do agente público. Logo, errada.

GABARITO: C

30. Quanto à posse e ao exercício do cargo do servidor público


civil da União, é correto que:

(A) Ao tomar posse, em cargo de provimento efetivo ou em


comissão, ficará sujeito a estágio probatório pelo prazo
de 12 (doze) meses, computando-se eventual período de
afastamento por motivo de doença.
(B) Empossado em cargo público, deverá entrar em exercício
no prazo de 30 (trinta) dias, contados da nomeação.
(C) A posse ocorrerá no prazo de até 15 (quinze) dias
contados do ato que o julgou apto física e mentalmente
para o exercício do cargo.
(D) O prazo para entrar em exercício é de 45 (quarenta e
cinco) dias, contados da posse, no caso de função de
confiança.
(E) O servidor que deva ter exercício em outro Município, em
razão de ter sido removido terá, no mínimo, 10 (dez) e,
no máximo, 30 (trinta) dias de prazo contados da
publicação do ato, para a retomada do efetivo
desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse
prazo o tempo necessário para o deslocamento para a
nova sede.

COMENTÁRIO.
Letra (A). Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de
provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório, durante o
qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o
desempenho do cargo, observados os seguinte fatores (RAPID):
Responsabilidade; Assiduidade; Produtividade; Iniciativa; Disciplina
(Lei nº 8.112/90, art. 20).
Em relação à duração do estágio probatório, cabem as seguintes
observações:

• Desde a EC nº 19/98, que alterou a redação do art. 41 da CF,


ampliando o prazo para aquisição de estabilidade de 2 para 3
anos de efetivo exercício, iniciou-se uma discussão acerca do
período do estágio probatório. Pois, enquanto uma parte da
doutrina e dos Tribunais defendem que o prazo de estágio
probatório seria de 24 meses (conforme texto original da Lei nº

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8.112/90), outra parte defende que o prazo passou a ser de 36


meses, em função da mudança do prazo de estabilidade.

• Em 2004, a AGU editou parecer, aplicável ao Poder Executivo


Federal, segundo o qual a duração do estágio probatório seria
de 36 meses.

• Em 2008, a MP nº431 fixou o prazo de estágio probatório em


36 meses. Todavia, o artigo da MP que trazia essa regra não foi
convertido em lei. Por conseguinte, manteve-se a redação do
art. 20 do Estatuto dos Servidores.

• Recentemente, o STJ mudou seu entendimento acerca do tema


e decidiu que a duração do estágio probatório é de 36 meses.

• Enfim, o tema é deveras controverso. Por isso, as questões de


provas não costumam abordar esse tema. A maioria das que
cobram esse assunto traz como resposta o período de 36
meses.

Portanto, errada.

Letra (B). É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em


cargo público entrar em exercício, contados da data da posse (Lei nº
8.112/90, art. 15, §1º). Portanto, errada.

Letra (C). A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da


publicação do ato de provimento (Lei nº 8.112/90, art. 13, §1º).
Portanto, errada.

Letra (D). O início do exercício de função de confiança coincidirá com


a data de publicação do ato de designação, salvo quando o servidor
estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo legal,
hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término do
impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da publicação (Lei
nº 8.112/90, art. 15, §4º). Portanto, errada.

Letra (E). O servidor que deva ter exercício em outro município em


razão de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido ou
posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no máximo,
trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para a retomada
do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse prazo
o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede. (Lei nº
8.112/90, art. 18). Portanto, correta.

GABARITO: E

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DIREITO CONSTITUCIONAL – PROFESSOR VITOR CRUZ


(VAMPIRO)

31. Conforme a doutrina dominante, a Constituição da


República Federativa do Brasil de 1988 é classificada como
a) formal, escrita, outorgada e rígida.
b) formal, escrita, promulgada e rígida.
c) material, escrita, promulgada e imutável.
d) formal, escrita, promulgada e flexível.
e) material, escrita, outorgada e semi-rígida.
COMENTÁRIO.
Letra A - Errada. A CF/88 é formal, escrita e rígida, mas não é
outorgada.
Letra B - Perfeito.
Letra C - Errado. A CF é escrita, promulgada. Porém, é formal e não
material. Ela também é apenas rígida e não imutável.
Letra D - Errado, realmente ela é forma, escrita e promulgada,
porém, não é flexível e sim rígida.
Letra E - Errada. Ela é formal, escrita, promulgada e rígida. Logo, há
apenas um acerto.
GABARITO: B

32. No que concerne ao Supremo Tribunal Federal, observa-se


que
a) poderá aprovar, apenas mediante provocação, súmula que
terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder
Judiciário e à administração pública direta e indireta, em todas
as esferas.
b) seus Ministros são nomeados pelo Presidente da República,
depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do
Congresso Nacional.
c) compete-lhe processar e julgar, originariamente, a
homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de
exequatur às cartas rogatórias.
d) compete-lhe julgar, em recurso ordinário, os mandados de
segurança decididos em única instância pelos Tribunais
Regionais Federais, quando denegatória a decisão.

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e) é composto por onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos


com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos
de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
COMENTÁRIO.
Letra A - Errado. A aprovação da súmula vinculante pode ser de ofício
ou por provocação. (CF, art. 103-A).
Letra B - Errado. No Legislativo, o órgão que aprova nomeações é
sempre o Senado, nunca a Câmara ou Congresso.
Letra C - Errado. Uma das questões mais batidas em concursos
públicos. Com a EC 45/04, a competência para homologar sentenças
estrangeiras e conceder o exequatur (cumpra-se) às cartas rogatórias
passou do STF para o STJ.
Letra D - Errado. Segundo o art. 102, II, a, este recurso só será ao
STF no caso de decisão denegatória proferida pelas tribunais
superiores. Em se tratando de tribunais de segunda instância, como o
TRF, o recurso deverá ser ao STJ, de acordo com o art. 105, II, a.
Letra E - Correto. Literalidade do art. 101 da Constituição.
GABARITO: B

33. Um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, de


acordo com a Constituição Federal de 1988, é
a) o pluralismo político.
b) a construção de uma sociedade livre, justa e solidária.
c) a garantia do desenvolvimento nacional.
d) a erradicação da pobreza e da marginalidade.
e) a defesa da paz.
COMENTÁRIO.
Os fundamentos estão presentes logo no art. 1º da Constituição e
formam o famoso "So-Ci-DI-Val-Plu". A questão trouxe apenas o
"Plu" - Pluralismo político.
As letras A, B e D não trazem fundamentos (art.1º), mas sim
"objetivos fundamentais" (art. 3º). Já a letra E traz um princípio que
norteia as relações internacionais (art. 4º).
Logo, o gabarito é a letra A.
GABARITO: A

34. Entre outras, é competência privativa do Presidente da


República

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a) sancionar, promulgar e fazer publicar as emendas


constitucionais.
b) dispor, mediante resolução e decreto legislativo, sobre
extinção de funções e cargos públicos, respectivamente,
quando vagos.
c) celebrar a paz, independentemente de autorização ou de
referendo do Congresso Nacional.
d) prover cargos públicos federais, na forma da lei, podendo
delegar tal atribuição também ao Advogado Geral da União.
e) declarar guerra, no caso de agressão estrangeira,
autorizado ou referendado pelo Senado Federal.
COMENTÁRIO.
Questões de competências estão entre as mais cobradas em
concurso. Esta trouxe as competências do Presidente da República
que estão no art. 84 da Constituição. É importante saber, que pelo
parágrafo único do art. 84, três destas competências poderão ser
delegadas aos Ministros de Estado, Procurador-Geral da República ou
Advogado Geral da União, são elas:
1- Decreto Autônomo (inciso VI);
2- Conceder indulto e comutar penas, com audiência, se
necessário, dos órgãos instituídos em lei (inciso XII);
3- PROVER cargos públicos na forma da lei (inciso XXV,
primeira parte). Observe que é apenas “PROVER” os cargos, a
extinção de cargos públicos não poderá ser delegada, salvo se
vagos, quando poderão, então, ser feita por decreto autônomo
que é integralmente delegável.
Desta forma temos:
Letra A - Errado. Emendas constitucionais não se sujeitam à
sanção/veto do Presidente e são promulgadas pelas Mesas das Casas
Legislativas (CF, art. 60 §3º).
Letra B - Errado. Resolução e Decreto Legislativo são atos normativos
de exclusivo uso do Poder Legislativo. O correto seria: dispor,
mediante decreto (CF, art. 84, VI).
Letra C - Errado. Para declarar guerra ou celebrar paz, precisa de
autorização ou referendo do Congresso Nacional (art. 84, XIX e XX).
Letra D - Correto. Conforme vimos no início dos comentários, trata-se
de uma atribuição delegável (CF, art. 84, parágrafo único).
Letra E - Errado. A autorização ou referendo é do Congresso e não do
Senado (CF, art. 84, XIX).
GABARITO: D

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35. Sobre a competência e atribuições dos juízes federais,


considere:
I. Aos juízes federais compete processar e julgar as causas
entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e
Município ou pessoa domiciliada ou residente no País.
II. Aos juízes federais compete processar e julgar os crimes
cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a
competência da Justiça Militar.
III. Serão sempre processadas e julgadas na sede do Juízo
Federal mais próximo do domicílio dos segurados ou
beneficiários as causas em que forem parte instituição de
previdência social e segurado.
IV. Aos juízes federais compete processar e julgar os crimes
de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro. É
correto o que consta APENAS em
a) I, II e III.
b) I, II e IV.
c) I e III.
d) II e IV.
e) III e IV.
COMENTÁRIO.
I- Correto. Temos na Constituição uma regra muito importante:
• Litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a
União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território -
Julgado pelo STF
• Litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e
Municípios ou pessoas residentes no país - Julgado pelos
Juízes Federais, cabendo recurso ordinário ao STJ.
II - Correto. Literalidade do art. 109, IX da Constituição.
III - Errado. O erro é o uso da palavra "SEMPRE", já que segundo o
art. 109 § 3º serão processadas e julgadas na justiça estadual, no
foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que
forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre
que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se
verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas
sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual.
IV - Correto. . Literalidade do art. 109, X da Constituição.
Desta forma, o gabarito é a letra B.
GABARITO: B

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36. É privativo de brasileiro nato o cargo de


a) Senador.
b) Ministro do Superior Tribunal de Justiça.
c) Presidente da Câmara dos Deputados.
d) Governador de Estado.
e) Presidente dos Tribunais Regionais Federais.
COMENTÁRIO.
A Constituição em seu art. 12 §3º estabeleceu uma relação de cargos
que só podem ser ocupados por brasileiros natos. Se observarmos
bem, estabeleceu-se uma regra simples: para que o cargo seja
privativo de brasileiro nato - ele deve ser de Presidente da
República, ou alguém que possa algum dia vir a exercer tal
função durante o mandato + oficiais das forças armadas e
Ministro da Defesa + Carreira Diplomática.
Quando digo "possa algum dia vir a exercer a função de Presidente
da República", estou me referindo aos art.79 e 80 da Constituição,
segundo os quais, a assunção ocorrerá da seguinte forma:

Vice-Presidente   Pres. da Câmara Pres. do Senado   Pres. do STF

Assim, por exemplo, o Senador e o Deputado não precisam ser natos,


mas o Presidente do Senado e o Presidente da Câmara precisam, o
Ministro do STF precisa ser nato pois a rotatividade para assunção da
presidência do Supremo é muito maior. Dos ministros de Estado,
apenas o Ministro da Defesa precisa ser nato - não precisa ser
nato então o Ministro da Justiça e nem mesmo o das Relações
Exteriores, este não se enquadra no conceito de "carreira
diplomática", já que não é um cargo de livre escolha do Presidente da
Rep. e não de carreira.
Outra observação: perceba que no Judiciário, o único que precisa ser
nato é o Ministro do STF.
Desta forma, baseando-se no art. 12 §3º da Constituição, o gabarito
é a letra C.
GABARITO: C

37. No que concerne às funções essenciais à Justiça, é certo


que
a) o Conselho Nacional do Ministério Público é composto por
representantes do Ministério Público, por juízes e por
advogados, exclusivamente.

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b) são princípios institucionais do Ministério Público a


divisibilidade, a independência funcional e a autonomia
financeira.
c) o Ministério Público da União é composto pelo Ministério
Público Federal, Militar e do Trabalho, excluído o dos Estados
membros e do Distrito Federal.
d) à Advocacia-Geral da União cabem as atividades de
consultoria e assessoramento jurídico dos Poderes Executivo e
Legislativo.
e) na execução da dívida ativa de natureza tributária a
representação da União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional, observado o disposto em lei.
COMENTÁRIO.
Letra A - Errado. Dele também participam dois cidadãos de notável
saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos
Deputados e outro pelo Senado Federal (CF, art. 130, A).
Letra B - Errado. São princípios institucionais do Ministério Público a
unidade, a indivisibilidade e a independência funcional (CF, art. 127,
§1º).
Letra C - Errado. Segundo a Constituição em seu art. 128. O
Ministério Público abrange o Ministério Público da União, que
compreende: a) o Ministério Público Federal; b) o Ministério Público
do Trabalho; c) o Ministério Público Militar; d) o Ministério Público do
Distrito Federal e Territórios. E ainda os Ministérios Públicos dos
Estados.
Assim:
Ministério Público Federal;
Ministério Público do Trabalho;
Ministério Público = MPE + MPU Ministério Público Militar;
Ministério Público do DF/TF.

Desta forma, vemos que o MPDFT não é excluído do MPU.


Letra D - Errado. Ocorre somente para o Poder Executivo (CF, art.
131).
Letra E - Correto. Perfeita literalidade da Constituição, art. 131 §3º.
GABARITO: E

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DIREITO ADMINISTRATIVO – PROFESSOR FABIANO PEREIRA

38. Em tema de Administração Pública, é INCORRETO afirmar:

(A) Na Federação Brasileira, as entidades estatais são técnica


e unicamente a União, os Estados-membros e os Municípios.

(B) O Estado é constituído de três elementos originários e


indissociáveis – Povo, Território e Governo soberano.

(C) A organização do Estado é matéria constitucional no que


concerne à divisão política do território nacional, à
estruturação dos Poderes, à forma de Governo, ao modo de
investidura dos governantes, aos direitos e às garantias dos
governados.

(D) Cada órgão público, como centro de competência


governamental ou administrativa, tem necessariamente
funções, cargos e agentes, mas é distinto desses elementos,
que podem ser modificados, substituídos ou retirados sem
supressão da unidade orgânica.

(E) Agentes administrativos são todos aqueles que se


vinculam ao Estado ou às suas entidades autárquicas e
fundacionais por relações profissionais, sujeitos à hierarquia
funcional e ao regime jurídico determinado pela entidade
estatal a que servem.

COMENTÁRIO.

(A) O art. 18 da CF/1988 é expresso ao afirmar que “a


organização político-administrativa da República Federativa do Brasil
compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios”. Desse modo, fica evidente que o texto da assertiva está
incorreto, pois omitiu a figura do Distrito Federal.

Ao responder às questões de prova, fique atento às


nomenclaturas que as bancas examinadoras costumam utilizar para
referir-se à União, Estados, Municípios e Distrito Federal. É comum
encontrar nas provas as expressões “entidades estatais”, “entes
estatais”, “entes políticos” ou “entidades políticas”, todas elas
sinônimas.

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(B) O Estado pode ser conceituado como uma nação


politicamente organizada, e, conforme corretamente afirmado no
texto da assertiva, é constituído de três elementos originários e
indissociáveis: Povo, Território e Governo soberano.

(C) O texto da assertiva realmente está correto ao afirmar que


a organização do Estado é matéria constitucional. Essa informação
pode ser confirmada, por exemplo, na leitura dos artigos 18 a 43 da
CF/1988, que tratam mais propriamente das competências de cada
ente estatal. Ademais, nos artigos 44 a 135 é possível conhecer sobre
a organização dos Poderes, e, nos artigos 5º ao 17, o texto
constitucional faz uma referência expressa aos direitos e garantias
fundamentais básicos assegurados aos governados.

(D) O professor Hely Lopes Meirelles conceitua órgãos


públicos como “centros de competência instituídos para o
desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja
atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem”.

É importante esclarecer que a estrutura de um órgão público


(Ministério Público da União, por exemplo) é constituída por funções,
cargos e agentes públicos. Entretanto, a criação ou extinção de
cargos ou funções pode ocorrer sem que exista qualquer alteração na
existência administrativa de um órgão público. Desse modo, é
possível que sejam extintos 2.000 (dois mil) ou mais cargos na
estrutura do MPU, bem como a demissão de dezenas de servidores
pela prática de ilícitos administrativos, por exemplo, sem que o órgão
seja extinto. Assertiva correta.

(E) O texto desta assertiva faz referência à classificação de


agentes públicos elaborada pelo professor Hely Lopes Meirelles.
Para o saudoso professor, “agentes públicos são todas as pessoas
físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de
alguma função estatal”, dividindo-se em agentes políticos, agentes
honoríficos, agentes delegados, agentes credenciados e agentes
administrativos.

A definição apresentada no texto da assertiva refere-se aos


agentes administrativos, que, nas palavras do citado professor,
representam a grande maioria dos prestadores de serviços na
Administração Pública Direta e Indireta, abrangendo os servidores
públicos titulares de cargos de provimento efetivo e de empregos
públicos (concursados), os titulares de cargos em comissão (livre

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nomeação e exoneração) e os servidores contratados


temporariamente, nos termos do inc. IX do art. 37 da CF/1988.
Assertiva correta.

GABARITO: A
 
39. Tendo em vista a matéria administrativa, é correto
afirmar:

(A) Ato de império é todo aquele que ordena a conduta interna


da Administração e de seus servidores, ou cria direitos e
obrigações entre ela e os administrados, tais como as
autorizações, permissões e os contratos em geral.

(B) É legal a realização de atos de império ou gestão por


agente simplesmente designado para “responder pelo
expediente”, na vaga ou ausência temporária do titular.

(C) Pelo princípio da indisponibilidade do interesse público, a


Administração Pública não pode dispor do interesse geral nem
renunciar a poderes que a lei lhe deu para tal tutela, uma vez
que o titular de tal interesse é o Estado.

(D) Na Administração Pública há liberdade de vontade pessoal


do agente político encarregado da gestão, enquanto na
administração particular só é lícito ao particular fazer o que a
lei autoriza.

(E) A publicidade do ato administrativo não é requisito de sua


eficácia ou moralidade, mas se constitui elemento formativo
do próprio ato, que só produz efeitos jurídicos através da
divulgação no órgão oficial ou pela imprensa particular.

COMENTÁRIO.

(A) Atos de império são aqueles que a Administração pratica


valendo-se de sua supremacia sobre os administrados, a exemplo
do que ocorre nas desapropriações, nas interdições de
estabelecimentos, entre outros. Neste caso, os atos são impostos aos
administrados independentemente de concordância ou aquiescência.
Assertiva incorreta.

(B) Um agente público que foi simplesmente designado para


“responder pelo expediente”, na vaga ou ausência temporária do
titular, não pode editar atos de império. Para que ocorra legalmente
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a edição desta espécie de ato, é essencial que o agente público


possua competência legal para tanto, que pode ser outorgada
mediante delegação. Assertiva incorreta.

(C) O texto desta assertiva foi considerado correto pela banca


examinadora, apesar de bastante criticado pelos candidatos na época
em que a prova foi aplicada.

É incontestável que em virtude do princípio da indisponibilidade


do interesse público, a Administração Pública não pode dispor do
interesse geral nem renunciar a poderes que a lei lhe deu para tal
tutela. Sendo assim, os agentes públicos que atuam em nome da
Administração não têm disponibilidade sobre o interesse público,
devendo apenas zelá-lo e adotar as medidas administrativas
necessárias para que seja sempre preservado, já que o Estado (aqui
no sentido de coletividade) é o seu titular.

(D) O princípio da legalidade pode ser estudado sob dois


enfoques distintos: em relação aos administrados e em relação à
Administração Pública. No primeiro caso, está previsto no inc. II
do art. 5º da CF/1988, ao afirmar que “ninguém será obrigado a
fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. No
segundo caso, está previsto expressamente no caput do art. 37 da
CF/1988, que subordina a atuação da Administração Pública Direta e
Indireta à autorização ou determinação legal.

Nas palavras do professor Hely Lopes Meirelles, “enquanto os


indivíduos, no campo privado, podem fazer tudo o que a lei não veda,
o administrador público só pode atuar onde a lei autoriza”. Desse
modo, contata-se que a banca examinadora simplesmente inverteu
as definições do princípio da legalidade, e, portanto, a assertiva deve
ser considerada incorreta.

(E) A publicidade não é elemento formativo do ato, mas sim


requisito de eficácia e moralidade. Ademais, a publicação que
produz efeitos jurídicos é a do órgão oficial da Administração (Diário
Oficial), e não a divulgação pela imprensa particular, pela televisão
ou pelo rádio, ainda que em horário oficial, o que torna a assertiva
incorreta.

GABARITO: C

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40. Considere as assertivas relacionadas aos Poderes


Administrativos:

I. A punição decorrente do poder disciplinar e a resultante da


Justiça criminal têm fundamentos idênticos quanto à natureza
e à substância das penas, diferenciando-se apenas quanto ao
seu grau.

II. Poder vinculado ou regrado é aquele que a lei confere à


Administração Pública para a prática de ato de sua
competência, determinando os elementos e requisitos
necessários à sua formalização.

III. A discricionariedade é sempre relativa e parcial, porque,


quanto à competência, à forma e à finalidade do ato, a
autoridade está subordinada ao que a lei dispõe, como para
qualquer ato vinculado.

IV. O poder regulamentar é a faculdade de que dispõem os


agentes públicos em geral para avocar funções atribuídas a
subordinados ou rever atos, invalidando-os de ofício, podendo
ser delegado a qualquer subordinado.

V. O poder hierárquico do agente público não retira a


capacidade de apreciação da conveniência e da oportunidade
das determinações legais pelos subordinados, ainda que
exerçam atribuições meramente administrativas.
É correto o que consta APENAS em

(A) I, II e III.

(B) I e IV.

(C) I, II e V.

(D) II e III.

(E) III, IV e V.

COMENTÁRIO.

Item I - Poder disciplinar é aquele conferido à Administração


Pública para punir as infrações funcionais cometidas pelos seus
servidores e por todos aqueles que estiverem sujeitos às regras

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administrativas em virtude de algum vínculo específico, a exemplo


daqueles que contratam com a Administração. Por outro lado, a
punição resultante da Justiça criminal tem por objetivo punir os
indivíduos que atentam contra as leis penais, cometendo crimes.

Desse modo, o texto da assertiva deve ser considerado


incorreto, pois as penalidades decorrentes do poder disciplinar e
jurisdicional não possuem fundamentos idênticos quanto à natureza
e à substância das penas.

Item II – O texto da assertiva simplesmente reproduziu o


conceito de poder vinculado elaborado pelo professor Hely Lopes
Meirelles, e, portanto, deve ser considerado correto. A propósito, é
importante destacar que no exercício do poder vinculado o agente
público não possui margem de liberdade para agir, ficando restrito
aos elementos que foram definidos pela própria lei.

Item III – Para que o texto da assertiva seja entendido com


maior clareza, é importante esclarecer que o ato administrativo
possui 05 (cinco) requisitos ou elementos essenciais: competência,
forma, finalidade, motivo e objeto. Lembre-se sempre de que os três
primeiros elementos ou requisitos (competência, forma e finalidade)
são sempre vinculados, seja nos atos discricionários ou nos atos
vinculados.

Todavia, nos atos vinculados, além dos três primeiros


requisitos, também serão vinculados, isto é, definidos e detalhados
pela própria lei, os outros dois requisitos (motivo e objeto). De
forma diversa, nos atos discricionários os elementos de motivo e
objeto não serão definidos pela lei, pois ficará ao encargo do
administrador a prerrogativa de defini-los da forma que for mais
conveniente e oportuna para o interesse público.

O texto da assertiva está correto ao afirmar que a


discricionariedade é sempre relativa e parcial, pois a autoridade
administrativa somente poderá decidir em relação aos elementos de
motivo e objeto, já que os demais são previstos expressamente em
lei.

Item IV – A prerrogativa de avocar e delegar funções a


subordinados, bem como de rever e anular atos administrativos,
não decorre do poder regulamentar, mas sim do poder hierárquico,
o que torna incorreta a assertiva.

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Item V - Poder hierárquico é aquele de que dispõe a


Administração para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos,
ordenar e rever a atuação de seus agentes.

Está incorreta a assertiva ao afirmar que “o poder hierárquico


do agente público não retira a capacidade de apreciação da
conveniência e da oportunidade das determinações legais pelos
subordinados”, pois, em razão da relação de subordinação, a
autoridade superior pode avocar atribuições que deveriam ser
exercidas pelo subordinado, retirando-lhe qualquer possibilidade de
decisão discricionária.

Ademais, mesmo que a decisão já tenha sido proferida pelo


subordinado, a autoridade superior poderá revogá-la, quando
inconveniente ou inoportuna, bem como anulá-la, quando ilegal.

Diante dos comentários apresentados, deve ser apontada


como resposta a alternativa “D”.

GABARITO: D

41. No que tange aos atos administrativos, analise:

I. A licença e a autorização são espécies de atos


administrativos discricionários.

II. A imperatividade é o atributo pelo qual o ato


administrativo pode ser posto em execução pela própria
Administração, sem necessidade de intervenção do Poder
Judiciário.

III. Os atos complexos são os que resultam da manifestação


de dois ou mais órgãos, cuja vontade se funde para formar um
ato único.

IV. Dentre os requisitos do ato administrativo, a competência


é inderrogável e decorre sempre da lei.
É correto o que consta APENAS em

(A) III e IV.

(B) II, III e IV.

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(C) I e III.

(D) I, II e IV.

(E) I e II.

COMENTÁRIO.

Item I – A licença é ato administrativo classificado como


vinculado, enquanto a autorização é classificada como ato
administrativo discricionário. Assertiva incorreta.

Item II - A imperatividade é o atributo do ato administrativo


que assegura à Administração a prerrogativa de impor
unilateralmente as suas determinações aos particulares,
independentemente de concordância ou aquiescência.

O texto da assertiva deve ser considerado incorreto, pois o


atributo que assegura à Administração a prerrogativa de executar os
seus próprios atos, sem a necessidade de intervenção do Poder
Judiciário, é a autoexecutoriedade.

Item III – Ato complexo é aquele que depende da


manifestação de vontade de dois ou mais órgãos para que seja
editado (uma Portaria Conjunta editada pela Procuradoria da
Fazenda Nacional e Receita Federal do Brasil, por exemplo). Apesar
de ser um único ato, é necessário que exista um consenso entre
diferentes órgãos para que possa produzir os efeitos desejados.
Assertiva correta.

Item IV – O texto da assertiva está correto ao afirmar que a


competência é inderrogável e que decorre sempre de lei. Primeiro,
porque não pode ser transferida a outro órgão ou agente por acordo
entre as partes. Segundo, porque somente a lei pode alterá-la ou
instituí-la.

Diante das informações apresentadas, deve ser apontada como


resposta a alternativa “A”.

GABARITO: A
 

42. No que se refere à licitação, observa-se que ela será


inexigível no caso de

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(A) aquisição de bens destinados exclusivamente à


investigação científica e tecnológica, com recursos concedidos
por instituições oficiais de fomento à pesquisa.

(B) impossibilidade jurídica de competição entre contratantes,


quer pela natureza específica do negócio, quer pelos objetivos
sociais visados pela administração.

(C) contratação de instituição brasileira de pesquisa, ensino


ou desenvolvimento institucional, ou dedicada à recuperação
social do preso.

(D) aquisição de componentes, ou peças, necessários à


manutenção de equipamentos, durante o período de garantia
técnica.

(E) serviços prestados por associações de portadores de


deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada
idoneidade, desde que os preços sejam compatíveis com o
mercado.

COMENTÁRIO.

Ao responder as questões de prova, fique atento para não


confundir as hipóteses de licitação dispensável (previstas no art.
24 da Lei 8.666/93) com as hipóteses de inexigibilidade de
licitação (previstas no art. 25 da Lei 8.666/93).

Nas hipóteses que configuram dispensa de licitação, existe a


possibilidade de realização da licitação, mas o próprio texto legal
outorgou ao administrador a faculdade de realizá-la, ou não. Trata-se
de uma decisão discricionária do administrador. Por outro lado,
quando houver inviabilidade ou impossibilidade de competição,
ocorrerá uma hipótese de inexigibilidade licitatória. Neste caso,
mesmo que o administrador tenha o interesse em realizar a licitação,
não conseguirá, pois não existe possibilidade de competição entre
vários interessados.

Dentre todas as alternativas apresentadas, a única que


apresenta uma hipótese de inexigibilidade é a letra “B”, já que o
próprio texto da assertiva afirma a impossibilidade jurídica de
competição entre contratantes.
GABARITO: B

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43. A respeito do procedimento licitatório, considere:

I. O pedido de impugnação de edital de licitação deve ser


protocolado até 15 dias úteis antes da data fixada para a
abertura dos envelopes de habilitação.

II. A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o


impedirá de participar do processo licitatório até o trânsito em
julgado da decisão a ela pertinente.

III. A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito


de participar das fases subseqüentes.

IV. Decairá do direito de impugnar o edital de licitação o


licitante que não o fizer até o quinto dia útil que anteceder a
abertura dos envelopes de habilitação em concorrência.
Está correto o que consta APENAS em

(A) I e II.

(B) I, II e III.

(C) II e III.

(D) III e IV.

(E) II, III e IV.

COMENTÁRIO.

Item I – O pedido de impugnação de edital por irregularidade


na aplicação da lei de licitação deve ser protocolado até 5 (cinco)
dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de
habilitação, devendo a Administração julgar e responder à
impugnação em até 3 (três) dias úteis. Assertiva incorreta.

Item II – O texto da assertiva simplesmente reproduz o teor


do § 3º do art. 41 da Lei 8.666/93, e, portanto, deve ser considerado
correto.

Item III – O texto da assertiva está correto. Isso significa que


o licitante inabilitado não terá direito a prosseguir na licitação,
sequer sob condição, salvo por ordem judicial.
Item IV - Decairá do direito de impugnar os termos do edital
de licitação perante a administração o licitante que não o fizer até o

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segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de


habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes com as
propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização
de leilão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital,
hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso.
Assertiva incorreta.

Diante dos comentários apresentados, deve ser apontada como


resposta a alternativa “C”.

GABARITO: C

44. O ajuste celebrado entre entes federados, precedido de


protocolo de intenções e aprovação legislativa, no qual
delegam a gestão associada de serviços públicos e a
realização de objetivos de interesse comuns, de conformidade
com as normas legais, as cláusulas do protocolo e as do
próprio contrato, inclusive as cláusulas que definem a sua
personalidade jurídica, como associação pública de direito
público ou como pessoa jurídica de direito privado, sem fins
econômicos, é denominado

(A) convênio público.

(B) contrato de gestão.

(C) contrato de gerenciamento.

(D) concessão de serviço, de obra pública ou de uso de bem


público.

(E) consórcio público.

COMENTÁRIO.

Dentre todas as alternativas apresentadas, aquela que atende


perfeitamente ao caput da questão é a letra “E”.

O art. 241 da Constituição Federal de 1988 estabelece


expressamente que “a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os
convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a
gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência

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total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à


continuidade dos serviços transferidos”.

Em 06 de abril de 2005, com o objetivo regulamentar o citado


dispositivo constitucional, foi criada a Lei 11.107/05, que, dentre
outros temas, dispôs sobre normas gerais de contratação de
consórcios públicos.

Os consórcios públicos nada mais são que parcerias


estabelecidas entre Municípios, Municípios e Estados, ou, ainda,
Municípios, Estados e União para a realização de objetivos comuns
a todos os entes que o integram, a exemplo do gerenciamento do
tratamento de água e esgoto, da demanda por leitos nos hospitais,
do recolhimento e destinação de lixo, entre outros.

Os consórcios públicos poderão ter um ou mais objetivos e os


entes consorciados poderão se consorciar em relação a todos ou
apenas a parcela deles.

GABARITO: E

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DIREITO PENAL – PROFESSOR PEDRO IVO GANDRA

45. A respeito da aplicação da lei penal quanto ao tempo,


considera- se praticado o crime no momento:
A) da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do
resultado.
B) em que o agente der início aos atos preparatórios, ainda
que não tenha ocorrido ação ou omissão.
C) em que ocorrer o resultado, ainda que seja outro o
momento da ação ou omissão.
D) do exaurimento da conduta delituosa, ainda que seja outro
o momento da ação ou omissão.
E) em que o agente concluir os atos preparatórios, ainda que
não tenha ocorrido ação ou omissão.
COMENTÁRIO.
Para determinar o tempo do crime, a doutrina criminal tem
apresentado três teorias: A teoria da atividade, do resultado e da
ubiqüidade (mista).
• Teoria da Atividade Î O crime ocorre no momento em que
foi praticada a ação ou omissão, ou seja, a conduta criminosa.
• Teoria do Resultado Î O crime ocorre no momento em que
se operou o resultado.
• Teoria da Ubiqüidade Î Também conhecida por teoria mista,
já que para esta teoria o crime ocorre tanto no momento em
que foi praticada a ação ou omissão (atividade) como onde se
produziu, ou deveria se produzir, o resultado (resultado).

O Código Penal adota claramente, em seu art. 4º, a TEORIA DA


ATIVIDADE para determinar o tempo do crime, tornando correta a
alternativa “A”. Observe:
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da
ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do
resultado.
GABARITO: A

46. A respeito da aplicação da lei penal, no que concerne à


contagem dos prazos, de acordo com o Código Penal, é correto
afirmar que:
A) o dia do começo não se inclui no cômputo do prazo, mas
inclui-se fração deste.

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B) o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo, mas não se


inclui fração deste.
C) o dia do começo ou fração deste não se inclui no cômputo
do prazo.
D) o dia do começo ou fração deste inclui-se no cômputo do
prazo.
E) os prazos em meses são contados pelo número real de dias
e não pelo calendário comum.
COMENTÁRIO.
A questão exige o conhecimento dos arts. 10 e 11, do Código Penal.
Segundo o art. 10 o dia do começo do cumprimento da pena inclui-se
no cômputo do prazo. Complementando o tema, o art. 11 dispõe que
se desprezam, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de
direitos, as frações de dia.
Do exposto, correta a alternativa “D”
GABARITO: D

47. José instigou Pedro, agindo sobre a vontade deste, de


forma a fazer nascer neste a idéia da prática do crime. João
prestou auxílio a Pedro, emprestando-lhe uma arma para que
pudesse executar o delito. José e João são considerados,
tecnicamente,
(A) co-autores.
(B) autores.
(C) partícipes.
(D) partícipe e co-autor, respectivamente.
(E) co-autor e partícipe, respectivamente.
COMENTÁRIO.
Quem executa, juntamente com outras pessoas, a ação ou omissão
que configura o delito é co-autor.
Diferentemente, quem induz, instiga ou auxilia na prática do crime,
embora não pratique conduta típica, é partícipe.
Como no caso em tela José e João colaboram para a conduta do
autor, com a prática de uma ação que, em si mesma, não é
penalmente relevante, podemos afirmar que está correta a
alternativa “C”.
GABARITO: C

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48. A respeito do peculato doloso, é certo que


(A) a posse do dinheiro, valor ou bem pelo funcionário público
é indispensável para a caracterização dessa infração penal.
(B) a reparação do dano, se ocorre antes do trânsito em
julgado da sentença, extingue a punibilidade.
(C) o carcereiro que se apropria do objeto do preso não
pratica esse delito, por tratar-se de bem particular.
(D) comete esse delito o policial que subtrai um toca-fitas de
veículo particular estacionado na via pública.
(E) o particular, no caso de concurso de agentes, responde por
esse delito se sabia que o autor era funcionário público.
COMENTÁRIO.
Analisando as Alternativas:
Alternativa “A” Î A alternativa está incorreta, pois contraria o
disposto no parágrafo 1º do art. 312 do Código Penal, segundo o qual
aplica-se a mesma pena do peculato, se o funcionário público,
embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou
concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio,
valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de
funcionário.
Alternativa “B” Î A reparação do dano só é cabível no caso do
peculato culposo, não se aplicando à forma dolosa do delito (CP, art.
312, § 3º).
Alternativa “C” Î O peculato encontra definição no art. 312 do
Código Penal. Observe:
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de
dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público
ou particular, de que tem a posse em razão do cargo,
ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio. (grifei)
Do supra-artigo, percebe-se que a tipificação abrange tanto bens
públicos quanto particulares, logo, incorreta a alternativa.
Alternativa “D” Î Na conduta em que um policial subtrai um toca-
fitas fica claro que o bem não está na esfera de disponibilidade do
funcionário público. Assim, neste caso, estará caracterizado o furto e
não o peculato. Alternativa incorreta.
Alternativa “E” Î Conforme o art. 30 do Código Penal, não se
comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo
quando elementares do crime.
Como a qualidade de funcionário público é elementar do crime de
peculato, caso o co-autor tenha conhecimento desta qualidade
especial do autor, responderá pelo delito. Alternativa correta.

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GABARITO: E

49. O funcionário de cartório que aceita promessa de propina


para retardar a expedição de mandado em processo sob seus
cuidados comete crime de
(A) corrupção ativa.
(B) concussão.
(C) prevaricação.
(D) corrupção passiva.
(E) peculato.
COMENTÁRIO.
O Código Penal Brasileiro adotou a noção ampliada do conceito de
funcionário público. Assim, o funcionário público, diante do Direito
Penal, caracteriza-se pelo exercício da função pública, ou seja, o que
importa não é a qualidade do sujeito, de natureza pública ou privada,
mas sim a natureza da função por ele exercida.
No caso em tela o funcionário de cartório recebe propina para
retardar ato, o que caracteriza a corrupção passiva. Cabe ressaltar
que pelo fato de o ato não ser praticado para satisfazer interesse ou
sentimento pessoal, não há que se falar em prevaricação. Correta,
portanto, a alternativa “D”.
GABARITO: D

50. Considere:
I. Dar causa à instauração de investigação policial contra
alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente.
II. Provocar a ação da autoridade, comunicando-lhe a
ocorrência de crime ou contravenção que sabe não ter se
verificado.
III. Dar causa à instauração de ação de improbidade
administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o
sabe inocente.
Dentre as situações acima descritas, configura o delito de
Comunicação Falsa de Crime a conduta indicada SOMENTE em
(A) II e III.
(B) II.
(C) I e III.
(D) I e II.

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(E) I.
COMENTÁRIO.
O delito de comunicação falsa de crime encontra previsão no art.
340 do Código Penal nos seguintes termos:

Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-


lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe
não se ter verificado

Das assertivas apresentadas, somente a II refere-se ao delito e,


portanto, correta a alternativa “B”.
Observação: As assertivas I e III referem-se ao crime de
Denunciação Caluniosa previsto no art. 339 do Código Penal.
GABARITO: B

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CONTABILIDADE – PROFESSOR MORAES JUNIOR

51. A venda de mercadorias com prejuízo é um exemplo de fato


contábil
(A) permutativo.
(B) misto aumentativo.
(C) modificativo aumentativo.
(D) modificativo diminutivo.
(E) misto diminutivo.
COMENTÁRIO.

Para facilitar o entendimento, vamos fazer um exemplo numérico:

Receita Bruta de Vendas = R$ 10.000,00 (suponha que a venda foi à vista e


que não há tributação)
Custo das Mercadorias Vendidas = R$ 15.000,00

Portanto, o lançamento seria:

I) Pela venda de mercadorias:

Caixa (Ativo Circulante)


a Receita Bruta de Vendas (Receita) 10.000

II) Pela baixa no estoque das mercadorias vendidas:

Custo das Mercadorias Vendidas (Despesa)


a Mercadorias (Ativo Circulante) 15.000

Repare que houve um prejuízo na venda de R$ 5.000,00:

Receita Bruta de Vendas 10.000


(-) Custo das Mercadorias Vendidas (15.000)
Prejuízo na Venda (5.000)

Atenção, pois quando há vendas de mercadorias, para apurar qual é o tipo


do fato contábil, temos que fazer o lançamento consolidado.

No nosso exemplo, teríamos:

Diversos
a Mercadorias (Ativo Circulante)
Caixa (Ativo Circulante) 10.000
Prejuízo na Venda (Despesa) 5.000 15.000

Portanto, como o lançamento é composto de um fato permutativo,


representado por:

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Caixa (Ativo Circulante)


a Mercadorias (Ativo Circulante) 10.000

E composto por um fato modificativo diminutivo (diminui o patrimônio


líquido), representado por:

Prejuízo na Venda (Despesa)


a Mercadorias (Ativo Circulante) 5.000

Pode-se concluir que a venda de mercadorias com prejuízo é um fato


misto diminutivo.
GABARITO: E

52. Em relação à escrituração contábil, é correto afirmar que as


contas
(A) do Ativo são debitadas quando aumentam de valor.
(B) do Patrimônio Líquido são creditadas quando diminuem de
valor.
(C) do Passivo Exigível são estornadas quando aumentam de valor.
(D) de resultado são sempre creditadas.
(E) patrimoniais são sempre debitadas quando seu valor diminui.
COMENTÁRIO.
Vamos analisar as alternativas:

(A) do Ativo são debitadas quando aumentam de valor.

As contas do Ativo possuem natureza devedora (exceto as contas


retificadoras do Ativo, que possuem natureza credora). Portanto, para
aumentar o saldo de uma conta de natureza devedora, deve-se fazer
um débito. Por outro lado, para diminuir o saldo de uma conta de natureza
devedora, deve-se fazer um crédito. A alternativa está CORRETA.

(B) do Patrimônio Líquido são creditadas quando diminuem de valor.

As contas do Patrimônio Líquido possuem natureza credora (exceto as


contas retificadoras do Patrimônio Líquido, que possuem natureza
devedora). Portanto, para diminuir o saldo de uma conta de natureza
credora, deve-se fazer um débito. Por outro lado, para aumentar o saldo
de uma conta de natureza credora, deve-se fazer um crédito. A alternativa
está INCORRETA.

(C) do Passivo Exigível são estornadas quando aumentam de valor.

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Quando falamos que uma conta foi estornada, independentemente se é


uma conta do Ativo, do Passivo, do Patrimônio Líquido, de Receita ou de
Despesa, o saldo desta conta diminui. A alternativa está INCORRETA.

(D) de resultado são sempre creditadas.

As contas de resultado podem ser debitadas ou creditadas. Por


exemplo, quando reconhecemos uma receita realizada, a conta de receita
será creditada. Quando transferimos o saldo dessa conta de receita para a
apuração do resultado do exercício, ela será debitada. Quando apropriamos
uma despesa incorrida, a conta de despesa será debitada. Quando
transferimos o saldo dessa conta de despesa para a apuração do resultado
do exercício, ela será creditada. A alternativa está INCORRETA.

(E) patrimoniais são sempre debitadas quando seu valor diminui.

As contas patrimoniais são as contas do Ativo, do Passivo e do Patrimônio


Líquido. Portanto, se forem contas do Ativo, de natureza devedora,
elas serão creditadas para que seu valor diminua. Se forem contas do
Passivo e do Patrimônio Líquido, de natureza credora, elas serão debitadas
para que seu valor diminua. Lembre sempre que também existem as contas
retificadoras do Ativo, de natureza credora, e as contas retificadoras do
Passivo e do Patrimônio Líquido, de natureza devedora. A alternativa está
INCORRETA.

GABARITO: A

53. A Cia. Comercial Fernandópolis utiliza o sistema de inventário


permanente. No mês de início de suas atividades, apresentou a
seguinte movimentação de mercadorias, em ordem cronológica
(desconsidere a incidência de impostos):
− aquisição de 50 unidades a R$ 40,00 cada uma;
− aquisição de 100 unidades a R$ 50,00 cada uma;
− venda de 120 unidades a R$ 40,00 cada uma.
O valor do estoque final de mercadorias, caso a empresa utilize o
método UEPS (último que entra, primeiro que sai) será
(A) maior do que o obtido, se a companhia utilizar o método do
custo médio ponderado.
(B) maior do que o obtido, se a companhia utilizar o método PEPS
(primeiro que entra, primeiro que sai).
(C) igual a R$ 1.500,00.
(D) igual a R$ 1.400,00.
(E) menor que R$ 1.300,00.

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COMENTÁRIO.
A empresa utiliza inventário permanente para controle dos estoques e a
apuração é realizada pelo método UEPS (Último que entra, primeiro que
sai).

De acordo com os dados da questão, temos:

I) Como a questão não informou nada sobre o estoque inicial,


consideraremos zero:
Estoque inicial = 0

II) aquisição de 50 unidades a R$ 40,00 cada uma: representam as


primeiras compras (não há tributação).

Saldo do Estoque até o momento:


Estoque = 50 unidades a R$ 40,00 = 50 x 40 = R$ 2.000,00

III) aquisição de 100 unidades a R$ 50,00 cada uma: representam as


segundas compras (não há tributação).

Saldo do Estoque até o momento:


Estoque =
50 unidades a R$ 40,00 R$ 2.000,00
100 unidades a R$ 50,00 R$ 5.000,00

IV) venda de 120 unidades a R$ 40,00 cada uma.

Receita Bruta de Vendas = 120 unidades a R$ 40,00


Receita Bruta de Vendas = 120 x 40 = R$ 4.800,00

Como o critério é o UEPS, o custo das mercadorias vendidas (CMV) será:

CMV = R$ 5.800,00
100 unidades a R$ 50,00 R$ 5.000,00
20 unidades a R$ 40,00 R$ 800,00

Estoque Final de Mercadorias = 30 unidades a R$ 40,00 = 30 x 40


Estoque Final de Mercadorias = R$ 1.200,00

(C) igual a R$ 1.500,00. A alternativa está INCORRETA.


(D) igual a R$ 1.400,00. A alternativa está INCORRETA.
(E) menor que R$ 1.300,00. A alternativa está CORRETA.

Para fins didáticos, vamos analisar as demais alternativas:


O valor do estoque final de mercadorias, caso a empresa utilize o método
UEPS (último que entra, primeiro que sai) será

(A) maior do que o obtido, se a companhia utilizar o método do custo médio


ponderado.

Pelo custo médio ponderado teríamos:

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I) Como a questão não informou nada sobre o estoque inicial,


consideraremos zero:
Estoque inicial = 0

II) aquisição de 50 unidades a R$ 40,00 cada uma: representam as


primeiras compras (não há tributação).

Saldo do Estoque até o momento:


Estoque = 50 unidades a R$ 40,00 = 50 x 40 = R$ 2.000,00

III) aquisição de 100 unidades a R$ 50,00 cada uma: representam as


segundas compras (não há tributação).

Saldo do Estoque até o momento:


50 unidades a R$ 40,00 R$ 2.000,00
100 unidades a R$ 50,00 R$ 5.000,00

Total de unidades em estoque = 150 unidades

Cálculo do Custo Médio Ponderado =


50 × 40 + 100 50 ×2.000 5.000 +7.000
= = = 46,67 =
150 150 150
IV) venda de 120 unidades a R$ 40,00 cada uma.

Como o critério é o UEPS, o custo das mercadorias vendidas (CMV) será:

CMV = 120 unidades x R$ 46,67 = R$ 5.600,00

Estoque Final de Mercadorias = 30 unidades a R$ 46,67


Estoque Final de Mercadorias = R$ 1.400,00

Estoque Final (UEPS) < Estoque Final (Custo Médio)

A alternativa está INCORRETA.

(B) maior do que o obtido, se a companhia utilizar o método PEPS (primeiro


que entra, primeiro que sai).

Pelo PEPS (Primeiro que entra, primeiro que sai) teríamos:


I) Como a questão não informou nada sobre o estoque inicial,
consideraremos zero:
Estoque inicial = 0

II) aquisição de 50 unidades a R$ 40,00 cada uma: representam as


primeiras compras (não há tributação).

Saldo do Estoque até o momento:


Estoque = 50 unidades a R$ 40,00 = 50 x 40 = R$ 2.000,00

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III) aquisição de 100 unidades a R$ 50,00 cada uma: representam as


segundas compras (não há tributação).

Saldo do Estoque até o momento:


50 unidades a R$ 40,00 R$ 2.000,00
100 unidades a R$ 50,00 R$ 5.000,00

IV) venda de 120 unidades a R$ 40,00 cada uma.

Como o critério é o UEPS, o custo das mercadorias vendidas (CMV) será:

CMV = R$ 5.500,00
50 unidades a R$ 40,00 R$ 2.000,00
70 unidades a R$ 50,00 R$ 3.500,00

Estoque Final de Mercadorias = 30 unidades a R$ 50,00


Estoque Final de Mercadorias = R$ 1.500,00

Estoque Final (UEPS) < Estoque Final (PEPS)


A alternativa está INCORRETA.

GABARITO: E

54. Considere as seguintes informações relativas à Cia. Industrial


Araraquara (em R$):

Receita Bruta de Vendas ............................... 300.000,00


Vendas Canceladas ........................................ 20.000,00
Despesas financeiras na aquisição de
materiais diretos ............................................. 8.000,00
Custo dos Produtos Vendidos ......................... 110.000,00
Impostos incidentes sobre Vendas ................... 30.000,00

O lucro bruto da companhia nesse exercício correspondeu, em R$, a


(A) 124.000,00
(B) 134.000,00
(C) 140.000,00
(D) 150.000,00
(E) 170.000,00
COMENTÁRIO.

Demonstração do Resultado do Exercício:

Receita Bruta de Vendas 300.000,00

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(-) Deduções de Vendas


(-) Impostos Incidentes sobre Vendas (30.000,00)
(-) Abatimentos sobre Vendas 0,00
(-) Descontos Incondicionais 0,00
(-) Devolução de Vendas (Vendas Canceladas) (20.000,00)
Receita Líquida de Vendas 250.000,00
(-) Custo dos Produtos Vendidos (110.000,00)
Lucro Bruto 140.000,00

Cuidado!
“Despesas financeiras na aquisição de materiais diretos“ são despesas
operacionais, localizadas após o lucro bruto, para apuração do lucro
operacional líquido.
GABARITO: C

55. Na determinação do lucro real da companhia, os prejuízos


fiscais de períodos de apuração anteriores podem ser compensados
(A) sem qualquer tipo de limitação.
(B) desde que não reduzam o lucro real, antes da compensação, em
mais de 30%.
(C) em montante inferior a 50% do seu valor total, assegurado o
direito a posterior compensação em períodos de apuração futuros.
(D) em montante inferior ou igual a 30% do seu valor total.
(E) desde que o imposto devido em virtude da compensação não
seja reduzido em mais de 50%.
COMENTÁRIO.
De acordo com o Regulamento do Imposto de Renda, o saldo de prejuízo
fiscal apurado em períodos anteriores que será compensado está limitado a
30% (trinta por cento) do lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões
(lucro real).
GABARITO: B

56. Considere as informações extraídas da Demonstração de Lucros


e Prejuízos Acumulados da Cia. Girassol:
− Saldo credor inicial da conta .................... 470.000,00
− Ajuste negativo de exercícios anteriores ..... 60.000,00
− Dividendos distribuídos ............................ 140.000,00
− Acréscimo da Reserva Legal ..................... 10.000,00
− Acréscimo de Reserva de Lucros a Realizar . 50.000,00
− Saldo credor final .................................... 410.000,00

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O único dado da demonstração que NÃO foi fornecido é o lucro


líquido do exercício. Logo, ele correspondeu, em R$, a
(A) 140.000,00
(B) 150.000,00
(C) 190.000,00
(D) 200.000,00
(E) 210.000,00
COMENTÁRIO.

Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados

Saldo credor inicial da conta (Se o saldo inicial é credor, havia lucros
acumulados. Se fosse de devedor, haveria prejuízos acumulados)

470.0
00,00
(-) Ajuste negativo de exercícios anteriores
(60.000,00)
(+) Lucro Líquido do Exercício LLEx
(-) Dividendos distribuídos
(140.000,00)
(-) Acréscimo ou Constituição da Reserva Legal
(10.000,00)
(-) Acréscimo ou Constituição de Reserva de Lucros a Realizar
(50.000,00)
(=) Saldo credor final
410.000,00

470.000 – 60.000 + LLEx – 140.000 – 10.000 – 50.000 = 410.000 ⇒


⇒ 210.000 + LLEx = 410.000 ⇒
⇒ LLEx = 410.000 – 210.000 ⇒
⇒ LLEx = 200.000
GABARITO: D

57. A variação positiva do capital circulante líquido da Cia. Roseira


no exercício de 2005 foi de R$ 120.000,00, segundo informações
extraídas da Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos da
companhia. No Balanço Patrimonial de 31/12/2005, o valor do
Passivo Circulante nessa data é inferior em R$ 40.000,00 ao de
31/12/2004. É correto concluir que o Ativo Circulante no exercício
de 2005
(A) aumentou R$ 160.000,00
(B) aumentou R$ 120.000,00
(C) aumentou R$ 80.000,00
(D) diminuiu R$ 40.000,00

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(E) diminuiu R$ 160.000,00


COMENTÁRIO.

Capital Circulante Líquido (CCL) =


= Ativo Circulante (AC) – Passivo Circulante (PC)

Variação do CCL = CCLFinal – CCLInicial ⇒


⇒ Variação do CCL = ACFinal – PCFinal – (ACInicial - PCInicial) ⇒
⇒ Variação do CCL = ACFinal – ACInicial – (PCFinal - PCInicial) ⇒
⇒ Variação do CCL = Variação do AC – Variação do PC ⇒
⇒ 120.000 = Variação do AC – (–40.000) ⇒
⇒ 120.000 = Variação do AC + 40.000 ⇒
⇒ Variação do AC = 120.000 – 40.000 ⇒
⇒ Variação do AC = 80.000 (positiva)
GABARITO: C

58. Dadas as seguintes informações relativas à Cia. Vinhedo (em


R$):
− Prejuízo contábil de exercícios anteriores ..... 120.000,00
− Lucro líquido do exercício antes das
participações ..................................................... 380.000,00
Sabendo que as participações dos empregados e dos
administradores foram calculadas de acordo com o disposto na Lei
no 6.404/76 e que as percentagens previstas no estatuto da
companhia são, respectivamente, 10% e 5% para cada uma delas, o
valor da participação dos administradores foi, em R$, de
(A) 11.700,00
(B) 13.000,00
(C) 15.900,00
(D) 17.100,00
(E) 19.000,00
COMENTÁRIO.
As participações estatutárias serão calculadas na seguinte ordem:
- Participações de Debêntures;
- Participações de Empregados;
- Participações de Administradores;
- Participações de Partes beneficiárias; e
- Participações de Instituições ou Fundos de Assistência ou Previdência de
Empregados.

A base de cálculo das participações estatutárias é:


Base de Cálculo = Resultado antes do IR – IR – Prejuízos
Acumulados

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Resultado antes do IR – IR = Lucro Antes das Participações

IR = Imposto de Renda

Além disso, as participações dos empregados, administradores e


partes beneficiárias serão determinadas, sucessivamente, e nessa
ordem, com base nos lucros que remanescerem depois de deduzida
a participação anteriormente calculada.

Na questão, teríamos:
Participação de Empregados = 10%
Participação de Administradores = 5%

Lucro antes das Participações 380.000


(-) Prejuízo Contábil de Exercícios Anteriores (120.000)
Base de Cálculo da Participação de Empregados 260.000
(x) Percentual de Participação 10%
Participação de Empregados 26.000

Base de Cálculo da Participação de Empregados 260.000


(-) Participação de Empregados (26.000)
Base de Cálculo da Participação de Administradores 234.000
(x) Percentual de Participação 5%
Participação de Administradores 11.700

GABARITO: A

59. O estatuto da Cia. Valinhos é omisso com relação ao pagamento


de dividendos. Sabe-se que:
Lucro líquido do exercício em 2005 ................. 730.000,00
Reserva legal-saldo em 31/12/2004..................118.900,00
Capital Social da companhia em
31/12/2005 ................................................. 800.000,00

Levando em conta apenas estas informações, o dividendo


obrigatório a ser distribuído pela companhia, seguindo estritamente
o disposto na Lei das Sociedades por Ações, corresponde, em R$, a

(A) 365.000,00
(B) 346.750,00
(C) 260.065,00
(D) 182.500,00
(E) 173.375,00

COMENTÁRIO.
Como o estatuto é omisso em relação ao pagamento dos dividendos, a lei
das sociedades por ações prevê o pagamento de dividendos obrigatórios no
valor de 50% do lucro líquido ajustado nos seguintes termos:

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Lucro Líquido do Exercício


(-) Prejuízos Acumulados (se houver)
(-) Importância Destinada à Reserva Legal
(-) Importância Destinada à Reserva para Contingências
(+) Reversão de Reservas para Contingências
(-) Import. Dest. à Res. de Incentivos Fiscais (FACULTATIVO - criada pela
Lei no 11.638/07)
(-) Import. Dest. à Res. Específica de Prêmio na Emissão de Debêntures
(FACULTATIVO - criada pela Lei no 11.941/09)
Lucro Líquido Ajustado
 
Dividendo Obrigatório = 50% x Lucro Líquido Ajustado

Além disso, a lei das sociedades por ações prevê a constituição da Reserva
Legal no período, no valor de 5% do Lucro Líquido do Exercício. Contudo,
há um limite obrigatório de 20% do Capital Social, ou seja, o saldo da
Reserva Legal não pode ultrapassar a 20% do Capital Social.

Em relação à questão, temos:

Lucro Líquido do Exercício (2005) = 730.000


Reserva Legal (Saldo em 31/12/2004) = 118.900
Capital Social (Saldo em 31/12/2005) = 800.000

5% x Lucro Líquido do Exercício = 5% x 730.000 = 36.500


Saldo Atual da Reserva Legal = 118.900 + 36.500 = 155.400

Limite Obrigatório da Reserva Legal=20% x Capital Social = 20% x 800.000


Limite Obrigatório da Reserva Legal = 160.000

Ou seja, o saldo da reserva legal não ultrapassou o limite obrigatório e, no


período, deverá ser constituído o valor R$ 36.500,00 como reserva legal.

Para o cálculo do dividendo obrigatório temos:

Lucro Líquido do Exercício 730.000


(-) Importância Destinada à Reserva Legal (36.500)
Lucro Líquido Ajustado 693.500

Dividendo Obrigatório = 50% x Lucro Líquido Ajustado


Dividendo Obrigatório = 50% x 693.500 = 346.750

GABARITO: B

60. De acordo com a Resolução no 774/1994 do Conselho Federal de


Contabilidade, os custos relacionados à venda, inclusive os relativos
à publicidade da companhia, mesmo que institucional, devem ser
classificados como despesa, em atendimento ao Princípio Contábil

(A) da Competência.

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(B) do Registro pelo Valor Original.

(C) da Oportunidade.

(D) da Prudência.

(E) da Continuidade.

COMENTÁRIO.

Gostaria de ressaltar que a Resolução CFC no 774/94 foi revogada


pela Resolução CFC no 1.282/10.

Resolvendo a questão, de acordo com a Resolução CFC no 774/94:

A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA – de forma a obter-se o


menor Patrimônio Líquido, dentre aqueles possíveis diante de
procedimentos alternativos de avaliação – está restrita às variações
patrimoniais posteriores às transações originais com o mundo
exterior, uma vez que estas deverão decorrer de consenso com os
agentes econômicos externos ou da imposição destes. Esta é a razão
pela qual a aplicação do Princípio da Prudência ocorrerá
concomitantemente com a do Princípio da COMPETÊNCIA, quando
resultará, sempre, variação patrimonial quantitativa negativa, isto é,
redutora do Patrimônio Líquido.

A prudência deve ser observada quando, existindo um ativo ou um


passivo já escriturados por determinados valores, segundo os
Princípios do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL e da ATUALIZAÇÃO
MONETÁRIA, surge dúvida sobre a ainda correção deles. Havendo
formas alternativas de se calcularem os novos valores, deve-se optar
sempre pelo que for menor do que o inicial, no caso de ativos, e
maior, no caso de componentes patrimoniais integrantes do passivo.
Naturalmente, é necessário que as alternativas mencionadas
configurem, pelo menos à primeira vista, hipóteses igualmente
razoáveis. A provisão para créditos de liquidação duvidosa constitui
exemplo da aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA, pois sua
constituição determina o ajuste, para menos, de valor decorrente de
transações com o mundo exterior, das duplicatas ou de contas a
receber. A escolha não está no reconhecimento ou não da provisão,
indispensável sempre que houver risco de não-recebimento de
alguma parcela, mas, sim, no cálculo do seu montante.

Cabe observar que o atributo da incerteza, à vista no exemplo


referido no parágrafo anterior, está presente, com grande freqüência,
nas situações concretas que demandam a observância do Princípio da
PRUDÊNCIA. Em procedimentos institucionalizados, por exemplo, em

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relação aos “métodos” de avaliação de estoques, o Princípio da


PRUDÊNCIA, raramente, encontra aplicação.

No reconhecimento de exigibilidades, o Princípio da PRUDÊNCIA


envolve sempre o elemento incerteza em algum grau, pois, havendo
certeza, cabe, simplesmente, o reconhecimento delas, segundo o
Princípio da OPORTUNIDADE.

Para melhor entendimento da aplicação do Princípio da


PRUDÊNCIA cumpre lembrar que:
- os custos ativados devem ser considerados como despesa no
período em que ficar caracterizada a impossibilidade de eles
contribuírem para a realização dos objetivos operacionais da
Entidade;
- todos os custos relacionados à venda, inclusive aqueles de
publicidade, mesmo que institucional, devem ser classificados
como despesas;
- os encargos financeiros decorrentes do financiamento de ativos de
longa maturação devem ser ativados no período pré-operacional a
partir do momento em que o ativo entrar em operação.
GABARITO: D

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ORÇAMENTO PÚBLICO E FINANÇAS


PROFESSOR SÉRGIO MENDES

61. É uma das características dos créditos especiais:


(A) independerem de autorização legal para sua consecução.
(B) serem destinados a reforço de dotação orçamentária já
existente.
(C) abertura por decreto legislativo.
(D) dependerem de recursos disponíveis para financiar a
despesa.
(E) serem previstos na lei orçamentária anual.
COMENTÁRIO.
a) Errada. Os créditos extraordinários independem de autorização
legislativa prévia.
b) Errada. Os créditos suplementares são destinados a reforço de
dotação orçamentária já existente.
c) Errada. A regra geral é que os créditos especiais são abertos por
decreto do Poder Executivo.
d) Correta. A indicação da origem dos recursos é obrigatória nos
créditos suplementares e especiais.
e) Errada. A LOA poderá conter autorização ao Poder Executivo para
abertura de créditos suplementares até determinada importância ou
percentual, sem a necessidade de submissão do crédito ao Poder
Legislativo.
GABARITO: D

62. A consolidação do projeto de lei orçamentária anual da


União é de responsabilidade
(A) do Ministério da Fazenda.
(B) da Secretaria do Tesouro Nacional.
(C) da Secretaria da Receita Federal.
(D) do Ministério da Indústria e do Comércio.
(E) do Ministério do Planejamento.
COMENTÁRIO.
A Secretaria de Orçamento Federal - SOF, no cumprimento de sua
missão institucional, como órgão específico e singular de orçamento
do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (Órgão Central

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do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal), tem as


seguintes atribuições:
• definição de diretrizes gerais para o processo
orçamentário federal;
• coordenação do processo de elaboração dos Projetos de
Lei de Diretrizes Orçamentárias Anuais – PLDO e do
orçamento anual da União;
• análise e definição das ações orçamentárias que
comporão a estrutura programática dos órgãos e
unidades orçamentárias no exercício;
• fixação de normas gerais de elaboração dos orçamentos
federais;
• orientação, coordenação e supervisão técnica dos órgãos
setoriais de orçamento;
• fixação de parâmetros e referenciais monetários para a
apresentação das propostas orçamentárias setoriais;
• análise e validação das propostas setoriais;
• consolidação e formalização da proposta
orçamentária da União; e
• coordenação das atividades relacionadas à tecnologia de
informações orçamentárias necessárias ao trabalho
desenvolvido pelos agentes do sistema orçamentário
federal.
Logo, a consolidação do Projeto de Lei Orçamentária da União é de
responsabilidade da SOF, que integra o Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão.
GABARITO: E

63. O princípio orçamentário que estabelece que todas as


receitas e despesas do ente público devem compor o
orçamento público é o princípio da
(A) Não afetação.
(B) Unidade.
(C) Exclusividade.
(D) Especificação.
(E) Universalidade.
COMENTÁRIO.
a) Errada. O princípio da não-afetação dispõe que nenhuma receita
de impostos poderá ser reservada ou comprometida para atender a

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certos e determinados gastos, ressalvadas as exceções


constitucionais: repartição constitucional dos impostos; destinação de
recursos para a saúde, para o desenvolvimento do ensino e para a
atividade de administração tributária; prestação de garantias às
operações de crédito por antecipação de receita; e garantia,
contragarantia à União e pagamento de débitos para com esta.
b) Errada. Segundo o princípio da unidade, o orçamento deve ser
uno, isto é, deve existir apenas um orçamento, e não mais que um
para cada ente da federação em cada exercício financeiro. Objetiva
eliminar a existência de orçamentos paralelos.
c) Errada. O princípio da exclusividade determina que a lei
orçamentária não poderá conter matéria estranha à previsão das
receitas e à fixação das despesas. Exceção se dá para as autorizações
de créditos suplementares e operações de crédito, inclusive por
antecipação de receita orçamentária (ARO). Por exemplo, o
orçamento não pode conter matéria de direito penal.
d) Errada. O princípio da discriminação (ou especialização ou
especificação) determina que as receitas e despesas devam ser
especificadas, demonstrando a origem e a aplicação dos recursos.
Tem o objetivo de facilitar a função de acompanhamento e controle
do gasto público.
e) Correta. Consoante o princípio da universalidade, o orçamento
deve conter todas as receitas e despesas referentes aos Poderes da
União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e
indireta.
GABARITO: E

64. É característica do orçamento base-zero:


(A) ênfase no acréscimo de gastos em relação ao orçamento
anterior.
(B) decisões considerando as necessidades financeiras das
unidades operacionais.
(C) justificativa, em cada ano, de todas as atividades a serem
desenvolvidas.
(D) dissociação do conceito de planejamento e alocação de
recursos.
(E) inexistência de mensuração dos resultados das atividades
desenvolvidas.
COMENTÁRIO.
A alternativa C está correta, pois o orçamento de base zero
consiste basicamente em uma análise crítica de todos os recursos
solicitados pelos órgãos governamentais. Nesse tipo de abordagem,

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na fase de elaboração da proposta orçamentária, haverá um


questionamento acerca das reais necessidades de cada área, não
havendo compromisso com qualquer montante inicial de dotação. O
processo do orçamento de base zero concentra a atenção na análise
de objetivos e necessidades, o que requer que cada administrador
justifique seu orçamento proposto em detalhe e cada quantia a
ser gasta, aumentando a participação dos gerentes de todos os níveis
no planejamento das atividades e na elaboração dos orçamentos.
As demais alternativas estão erradas porque se referem ao
orçamento clássico ou tradicional. A falta de planejamento da ação
governamental é uma das principais características dessa espécie de
orçamento. Constitui-se num mero instrumento contábil e baseia-se
no orçamento do exercício anterior, ou seja, enfatiza atos passados.
Demonstra uma despreocupação do gestor público com o
atendimento das necessidades da população, pois considera apenas
as necessidades financeiras das unidades organizacionais. Assim,
nesta espécie de orçamento, não há preocupação com a realização
dos programas de trabalho do governo, importando-se apenas com
as necessidades dos órgãos públicos para realização das suas tarefas,
sem questionamentos sobre objetivos e metas e inexistindo
mensuração dos resultados das atividades desenvolvidas. Predomina
o incrementalismo.
GABARITO: C

65. É exemplo de receita de capital:


(A) Receita de alienação de bens.
(B) Receita patrimonial.
(C) Inscrição de dívida ativa do ente público.
(D) Receita industrial.
(E) Aluguéis de imóveis públicos.

Os códigos das origens para as receitas correntes e de capital são:

QUADRO: ORIGENS DAS RECEITAS


RECEITAS CORRENTES RECEITAS DE CAPITAL
1. Operações de Crédito
1. Receita Tributária
2. Alienação de Bens
2. Receita de Contribuições
3. Amortização de Empréstimos
3. Receita Patrimonial
4. Transferências de Capital
4. Receita Agropecuária
5. Outras Receitas de Capital
5. Receita Industrial

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6. Receita de Serviços
7. Transferências Correntes
9. Outras Receitas Correntes

a) Correta. Alienação de bens é origem das receitas de capital.


b) Errada. Receita patrimonial é origem das receitas correntes.
c) Errada. O recebimento da dívida ativa é receita orçamentária,
porém a inscrição não é. De qualquer forma, o recebimento pertence
à origem outras receitas correntes.
d) Errada. Receita industrial é origem das receitas correntes.
e) Errada. A receita de aluguéis de imóveis públicos é patrimonial,
portanto é receita corrente.
GABARITO: A

66. É exemplo de despesa corrente:


(A) Aquisição de imóveis.
(B) Juros da dívida pública.
(C) Inversões financeiras.
(D) Amortização de empréstimos recebidos.
(E) Participação no capital de empresas.
COMENTÁRIO.
Os códigos dos Grupos de Natureza da Despesa - GND das despesas
correntes e de capital são:
 

QUADRO: GRUPOS DE NATUREZA DA DESPESA


DESPESAS CORRENTES DESPESAS DE CAPITAL

1 – Pessoal e Encargos Sociais 4 – Investimentos


2 – Juros e Encargos da Dívida 5 – Inversões financeiras
3 – Outras Despesas Correntes 6 – Amortização da Dívida
RESERVAS
7 – Reserva do RPPS
8 – Reserva de Contingência
a) Errada. Aquisição de imóveis é despesa de capital. Pode
pertencer ao grupo investimentos ou ao grupo inversões financeiras
(caso o imóvel já esteja em utilização).

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b) Correta. “Juros e encargos da dívida” é um grupo das despesas


correntes. Cuidado que amortização da dívida é grupo das despesas
de capital.
c) Errada. “Inversões financeiras” é um grupo das despesas de
capital.
d) Errada. Repare que amortização de empréstimos é uma origem
das receitas de capital. Já amortização da dívida é um grupo das
despesas de capital.
e) Errada. Participação no capital de empresas, seja na constituição
ou em aumento de capital, é inversão financeira, portanto também é
despesa de capital.
GABARITO: B

67. As despesas orçamentárias empenhadas e não pagas até o


último dia do ano financeiro são denominadas
(A) despesas de exercícios anteriores.
(B) débitos de tesouraria.
(C) resíduos ativos.
(D) restos a pagar.
(E) despesas não processadas.
COMENTÁRIO.
a) Errada. Despesas de Exercícios Anteriores são as despesas
relativas a exercícios encerrados, para as quais o orçamento
respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para
atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem
como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os
compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício
correspondente.
b) Errada. Os débitos de tesouraria são as operações de crédito por
antecipação de receita e se destinam a atender insuficiência de caixa
durante o exercício financeiro.
c) Errada. Consideram-se resíduos ativos as receitas lançadas e não
arrecadadas.
d) Correta. Consideram-se Restos a Pagar ou resíduos passivos as
despesas empenhadas, mas não pagas dentro do exercício financeiro,
logo, até o dia 31 de dezembro.
e) Errada. Despesa não processada é aquela cujo empenho foi
legalmente emitido e que depende de fase de liquidação, ou seja, do
reconhecimento da correspondente despesa.
GABARITO: D

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68. A modalidade de licitação entre interessados devidamente


cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas
para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do
recebimento das propostas, observada a necessária
qualificação, é denominada
(A) concorrência.
(B) tomada de preços.
(C) leilão.
(D) concurso.
(E) convite.
COMENTÁRIO.
a) Errada. Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer
interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar,
comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no
edital para execução de seu objeto.
b) Correta. Tomada de preços é a modalidade de licitação entre
interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as
condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à
data do recebimento das propostas, observada a necessária
qualificação.
c) Errada. Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer
interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a
administração ou de produtos legalmente apreendidos ou
penhorados, ou para a alienação de bens imóveis a quem oferecer o
maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.
d) Errada. Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer
interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico,
mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores,
conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial
com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.
e) Errada. Convite é a modalidade de licitação entre interessados do
ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e
convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade
administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do
instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na
correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com
antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das
propostas.
GABARITO: B

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69. A Lei Complementar n° 101/2000 (Lei da


Responsabilidade Fiscal - LRF) estabeleceu limites para as
despesas de pessoal dos entes públicos com base em
percentuais definidos sobre a receita corrente líquida. Para a
União esse percentual é de
(A) 50,0%
(B) 55,0%
(C) 57,5%
(D) 60,0%
(E) 65,0%
COMENTÁRIO.
Segundo o art. 19 da LRF, a despesa total com pessoal será apurada
somando-se a realizada no mês em referência com as dos onze
imediatamente anteriores, adotando-se o regime de competência.
Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a
despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada
ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita
corrente líquida - RCL, a seguir discriminados:
 

LIMITES DAS DESPESAS COM PESSOAL EM RELAÇÃO À RCL


UNIÃO ESTADOS MUNICÍPIOS
50% 60% 60%
GABARITO: A

70. A Lei da Responsabilidade Fiscal, em seu art. 31,


estabelece que, se a dívida consolidada de um ente da
Federação ultrapassar o respectivo limite ao final de um
quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o término dos
três quadrimestres subseqüentes. Enquanto perdurar o
excesso, o ente que nele houver incorrido poderá
(A) realizar operações de crédito somente por antecipação de
receita.
(B) receber transferências voluntárias de outros entes
públicos.
(C) promover a limitação dos empenhos.
(D) deixar de refinanciar o principal atualizado da dívida
mobiliária.
(E) realizar operações de crédito externas.
COMENTÁRIO.
Consoante o art. 31 da LRF, se a dívida consolidada de um ente da

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Federação ultrapassar o respectivo limite ao final de um


quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o término dos três
subsequentes, reduzindo o excedente em pelo menos 25% no
primeiro.
Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele houver incorrido se
submeterá às seguintes sanções:
• Estará proibido de realizar operação de crédito interna ou
externa, inclusive por antecipação de receita, ressalvado o
refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária. Ou
seja, poderá refinanciar o principal atualizado da dívida
mobiliária.
• Obterá resultado primário necessário à recondução da
dívida ao limite, promovendo, entre outras medidas,
limitação de empenho.
Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, e enquanto perdurar
o excesso, o ente ficará também impedido de receber transferências
voluntárias da União ou do Estado. Ressalto que, para fins da
aplicação das sanções de suspensão de transferências voluntárias
constantes da LRF, excetuam-se aquelas relativas a ações de
educação, saúde e assistência social.
GABARITO: C

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