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FORTALEZA
2010
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
I
Aos meus pais Nonato
(in memoriam) e Neide, pela
centelha de vida e de amor ao
conhecimento, mas sobretudo por
me ensinarem a discernir sobre o
que é essencialmente bom.
À Renata e Bárbara,
por preencherem de amor o
cotidiano e alimentarem de
esperanças o futuro.
II
Agradeço a todos que, direta ou
indiretamente, contribuíram para a
conclusão deste trabalho.
III
“pensamento....”
Pensador
IV
RESUMO
julgar as ações indenizatórias por dano moral indireto em face de ato ilícito
justiça gratuita, visto que não se trata de ação movida pelo trabalhador, mas por
reflexo, com destaque para o debate sobre ser a indenização global para todos os
INTRODUÇÃO.............................................................................................XX
2- ESTUÁRIO NORMATIVO......................................................................XX
4- COMPETÊNCIA.......................................................................................XX
5- LEGITIMIDADE...................................................................................... XX
6- PROCEDIMENTO ADEQUADO.............................................................XX
7- QUANTIFICAÇÃO DO
DANO.............................................................................................XX
CONCLUSÃO.................................................................................................XX
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................XX
INTRODUÇÃO
Parte importante desse temário cuida do dito dano moral em ricochete, também
conhecido como dano moral indireto ou dano moral reflexo, havido quando a lesão a
direito personalíssimo de determinada pessoa provoca danos não somente a ela,
mas também ao patrimônio moral daqueles que fazem parte do seu círculo mais
próximo de convivência.
Por fim, cumpre informar que o método de pesquisa utilizado foi o bibliográfico,
com extensa pesquisa na doutrina brasileira afeita à responsabilidade civil no que
toca ao dano moral em ricochete, bem assim na jurisprudência dos Tribunais pátrios
acerca dessa matéria.
1. CONCEITUAÇÃO DO DANO MORAL EM RICOCHETE
“embora o dano deva ser direto, tendo como titulares da ação aqueles que sofrem, de
frente, os reflexos danosos, acolhe-se também o dano derivado ou reflexo, 'le dommage
par ricochet', de que são titulares os que sofrem, por conseqüência, aqueles efeitos,
como no caso do dano moral sofrido pelo filho diante da morte de seus genitores e vice-
versa”3.
“Dano moral indireto, reflexo ou, em ricochete, é aquele que, sem decorrer direta e
imediatamente de certo fato danoso, com este guarda um vínculo de necessariedade, de
modo a manter o nexo de causalidade entre a conduta ilícita e o prejuízo. Ainda que
sejam distintos os direitos da vítima imediata e da vítima mediata, a causa indireta do
prejuízo está intensamente associada à causa direta, tornando perfeitamente viável a
pretensão indenizatória4.
Compreende-se, dessa forma, que não apenas a vítima direta pode fazer jus à
reparação cabível em caso de ato ilícito, mas também outras pessoas que,
indiretamente, ou seja, por ricochete, tenham sofrido seus efeitos. Significa
reconhecer que um ato danoso repercute de várias maneiras na vida das pessoas,
gerando uma multiplicidade de conseqüências que se irradiam, muitas vezes, para
1
Súmula 227 do STJ.
2
Pereira, Caio Mário da Silva. Responsabilidade Civil. 9ª ed. São Paulo: Malheiros, 1998, p. 43.
3
Cahali, Yussef Said. Dano Moral. 3ª ed. São Paulo: RT, 2005, p. 116)
4
(TRT 3ª R./ 2ª T., RO 1019-2007-042-03-00-3, Rel. Des. Sebastião Geraldo de Oliveira, DJEMG 29-07-2009).
além do âmbito do indivíduo diretamente atingido, violando o patrimônio moral e
material de terceiros.
Sérgio Cavalieri Filho identifica a vítima do dano reflexo como sendo a “titular de
relação jurídica que é afetada pelo dano não na sua substância, mas na sua
consistência prática”5. No caso do dano reflexo de caráter extrapatrimonial, como
veremos no capítulo atinente à legitimidade, esse terceiro se identifica na pessoa
daqueles que compõem o círculo de convivência mais íntimo da vítima direta.
Nessa exata linha, Rui Stoco leciona que “o dano sofrido pela vítima pode
repercutir em terceira pessoa, de sorte que esta, indiretamente, sofrerá detrimento.
A hipótese é a de uma pessoa que sofre o ‘reflexo’ de um dano causado a outra
pessoa”.6
Na seara trabalhista esse dano deve ocorrer no bojo de uma relação de trabalho
ou em decorrência dela, de modo que sejam lesados, além do próprio trabalhador,
pessoas de sua convivência mais próxima, sensíveis ao ato danoso que possa vir a
afetá-lo.
5
Programa de Responsabilidade Civil. 8ª ed. São Paulo: Atlas, 2008, p. 102.
6
Tratado de Responsabilidade Civil. 7ª ed. São Paulo: LTr, 2007, p. 1244.
2. ESTUÁRIO NORMATIVO
O próprio art. 186 do Código Civil explicitou tratar-se de ato ilícito aquele que
“violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral”,
dispositivo que deve ser interpretado de maneira a conferir eficácia plena à
reparação de qualquer dano relevante, patrimonial ou extrapatrimonial, ainda que
provocado por via reflexa.
7
LIMA, Francisco Gérson Marque de. Lei de Introdução ao Código Civil e Aplicação do Direito do
Trabalho. São Paulo: Malheiros, 1996, p. 35.
8
Ob. Cit., p. 80.
9
Nelson Nery Jr. e Rosa Nery sugerem, como mais adequada, a expressão “direitos da humanidade”.
3. HIPÓTESES DE DANO MORAL REFLEXO DECORRENTE DA
RELAÇÃO DE TRABALHO
Não há dúvida que, no campo das relações trabalhistas, o fato danoso que mais
comumente possui o condão de incidir para além da figura do próprio empregado é o
ligado ao acidente de trabalho, especialmente o que acarreta o óbito do obreiro. Isso
ocorre porque a morte do trabalhador desestrutura o núcleo familiar, não somente
com a extinção da renda auferida com o seu trabalho, por si só motivo de angústia
para os familiares, mas pelo sofrimento que o óbito provoca aos entes afetivamente
mais ligados, privados da convivência de quem era pai, irmão, cônjuge, noivo, um
amigo querido. Enfim, de alguém cuja existência se conectava mais estreitamente à
rotina e à vida de outras pessoas.
Certamente por isso, nos dias de hoje, não pairam dúvidas sobre a lesividade do
evento “morte” sobre terceiros, fazendo com que a casuística registre as mais
diversas ações originadas da morte do trabalhador quando provocada em
decorrência e no bojo da relação empregatícia.
10
TJMG/17ª Câmara Cível; AG 1.0024.06.201768-6/0011; Rel. Des. Lucas Pereira; DJEMG 15-11-2007.
No mesmo diapasão, o TRT da 3ª Região entendeu que a esposa de trabalhador
vitimado por acidente de trabalho que resultou em graves e permanentes seqüelas
faz jus à reparação do dano moral indireto por ela sofrido. A decisão jaz assim
ementada:
Mas não somente a violência física contra o trabalhador é capaz de gerar danos
aos seus familiares. Casos há em que o assédio sexual e o assédio moral no
ambiente de trabalho podem provocar abalo psíquico de tal monta no ser humano
que o levam a desenvolver fobias, comportamento depressivo e outras chagas cujas
consequências são sentidas no seio familiar de maneira contundente.
Doutra feita, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais reconheceu haver dano moral
indireto provocado pela divulgação inadvertida de informação depreciativa de
pessoa morta. Reconheceu-se, no caso, que tal possibilidade resulta das
“conseqüências negativas que, porventura, o uso ilegítimo da imagem do parente
pode provocar a si e ao núcleo familiar ao qual pertence, porquanto atinge a pessoa
de forma reflexa”12. Essa situação é fácil de se configurar na seara trabalhista,
especialmente na divulgação de informações depreciativas que cause ao
empregado e aos seus entes mais próximos manifesto prejuízo. É o caso da criação
e divulgação das listas negras contendo o nome de trabalhadores que tenham sido
despedidos por justa causa ou que tenham ajuizado reclamações trabalhistas, ato
de altíssimo potencial lesivo ao trabalhador, visto obstar o acesso a um novo posto
de trabalho que lhe propicie a subsistência, com conseqüências nefastas para toda
sua família.
11
“1ª Turma nega liberdade para empresário acusado de jogar ácido em funcionário”. In
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=113864. Acesso em 1º /10/2009.
12
TJMG/16ª Câmara Cível, APCV 1.0105.02.064636-7/0011, Rel. Des. Otávio de Abreu Portes, DJEMG 30-
05-2008.
Todavia, cabe a ponderação seguinte: nem todo ato ilícito provoca o nascimento
de danos morais reflexos, mas somente aqueles que, por seu relevo e magnitude,
agridem o trabalhador de tal maneira que lesionam não somente a ele, mas aos que
com ele compartilham da convivência diária. O sopesamento é de ser feito caso a
caso pelos operadores do direito que militam na Justiça do Trabalho, não havendo
espaço para fórmulas pré-concebidas quando a matéria é conferida pela dinâmica
da própria vida humana em suas múltiplas relações interpessoais.
4. COMPETÊNCIA
A matéria, mais recentemente, foi objeto da Súmula Vinculante nº 22, cujo teor
cristaliza o entendimento do Excelso Pretório, sobre a competência da Justiça do
Trabalho, quando a causa de pedir versar sobre a reparação de danos decorrentes
de acidente de trabalho. Confira:
Tal competência, vale dizer, radica-se no inciso VI do art. 114 da CF/88, que
insere no rol competencial da Justiça do Trabalho "as ações de indenização por
dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho", inexistindo
restrições, no texto constitucional, quanto a serem tais danos diretos ou indiretos,
sendo bastante que decorram da relação trabalhista.
13
Exceto das ações oriundas das relações de cunho administrativo, conforme interpretação conferida pelo STF,
ao art. 114, I, da CF/88, na ADI 3395.
14
"Numa primeira interpretação do inciso I do art. 109 da Carta de Outubro, o Supremo Tribunal Federal
entendeu que as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente do trabalho,
ainda que movidas pelo empregado contra seu (ex-)empregador, eram da competência da Justiça comum dos
Estados-Membros. Revisando a matéria, porém, o Plenário concluiu que a Lei Republicana de 1988 conferiu tal
competência à Justiça do Trabalho. Seja porque o art. 114, já em sua redação originária, assim deixava
transparecer, seja porque aquela primeira interpretação do mencionado inciso I do art. 109 estava, em boa
verdade, influenciada pela jurisprudência que se firmou na Corte sob a égide das Constituições anteriores. Nada
obstante, como imperativo de política judiciária — haja vista o significativo número de ações que já tramitaram
e ainda tramitam nas instâncias ordinárias, bem como o relevante interesse social em causa —, o Plenário
decidiu, por maioria, que o marco temporal da competência da Justiça trabalhista é o advento da EC 45/04." (CC
7.204, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 29-6-05, DJ de 9-12-05).
serviços, ou cujas obrigações não sejam especificamente laborais15", o que se
adapta, perfeitamente, às situações em que a ação é ajuizada por terceiros que se
sintam atingidos, em seu patrimônio moral, com a lesão por ele sofrida.
15
Explorando o sentido etimológico dos termos "oriundos" e "decorrentes" do art. 114 da Constituição
Federal. In "http://www.prt7.mpt.gov.br/artigos/maio_2007_Justica_Trabalho_Decorrentes_e_oriundos.pdf".
Acesso em 14 de setembro de 2009.
16
Ocorrida na sede do TST entre os dias 21 e 23 de novembro de 2007.
“CONFLITO DE COMPETÊNCIA. CONSTITUCIONAL. JUÍZO ESTADUAL DE
PRIMEIRA INSTÂNCIA E TRIBUNAL SUPERIOR. COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARA SOLUÇÃO DO CONFLITO. ART. 102, I, ‘O’,
DA CB/88. JUSTIÇA COMUM E JUSTIÇA DO TRABALHO. COMPETÊNCIA PARA
JULGAMENTO DA AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS
DECORRENTES DE ACIDENTE DO TRABALHO PROPOSTA PELOS SUCESSORES
DO EMPREGADO FALECIDO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA LABORAL.
1. Compete ao Supremo Tribunal Federal dirimir o conflito de competência entre Juízo
Estadual de primeira instância e Tribunal Superior, nos termos do disposto no art. 102, I,
‘o’, da Constituição do Brasil. Precedente [CC n. 7.027, Relator o Ministro CELSO DE
MELLO, DJ de 1.9.95] 2. A competência para julgar ações de indenização por danos
morais e materiais decorrentes de acidente de trabalho, após a edição da EC 45/04,
é da Justiça do Trabalho. Precedentes [CC n. 7.204, Relator o Ministro CARLOS
BRITTO, DJ de 9.12.05 e AgR-RE n. 509.352, Relator o Ministro MENEZES DIREITO,
DJe de 1º.8.08]. 3. O ajuizamento da ação de indenização pelos sucessores não
altera a competência da Justiça especializada. A transferência do direito
patrimonial em decorrência do óbito do empregado é irrelevante. Precedentes. [ED-
RE n. 509.353, Relator o Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE, DJ de 17.8.07; ED-RE n.
482.797, Relator o Ministro RICARDO LEWANDOWSKI, DJe de 27.6.08 e ED-RE n.
541.755, Relator o Ministro CÉZAR PELUSO, DJ de 7.3.08]. Conflito negativo de
competência conhecido para declarar a competência da Justiça do Trabalho.” (STF/TP,
CC 7.545, Relator Min. Eros Grau, Dje nº 152, divulgado em 13/08/2009). (destacou-se).
Os Tribunais Trabalhistas, por sua vez, não têm destoado da nota conferida pelo
Excelso Pretório, valendo transcrever, à guisa de amostra, arestos de diversos
colegiados justrabalhistas:
17
Ob. Cit., p. 44.
Em sentido contrário, ou seja, consagrando a desnecessidade de dependência
econômica dos terceiros para com a vítima direta, colhe-se, por todos, o seguinte
julgado do Superior Tribunal de Justiça:
(...)
4. No que tange ao mérito, a rigor, o problema que se colocaria no presente caso, mas
não esgrimido pela Reclamada, é o de já terem os herdeiros diretos do Obreiro recebido
a indenização por dano moral, decorrente do sofrimento que tiveram com a morte
daquele de quem eram dependentes.
5. De acordo com o art. 1.829, I, do CC, são sucessores do falecido seus descendentes
em concorrência com o cônjuge sobrevivente. Só seriam sucessores do falecido os ora
Reclamantes em caso de inexistência de descendentes (CC, art. 1.836). Ademais,
conforme o art. 943 do CC, o direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la
transmitem-se com a herança.
18
“Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:
I – aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no
regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no
regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares;
II – aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III – ao cônjuge sobrevivente;
IV – aos colaterais.
6. Assim, no caso, seria de se negar a indenização ao pai e aos irmãos do Obreiro
falecido, pois a indenização já foi paga em outra reclamatória à viúva e seu filho. Do
contrário, poder-se-ia chegar ao paroxismo de se pleitear dano moral pela perda de
amigo íntimo em acidente de trabalho.(...)”. (TST/7ª T., RR 756-2006-028-03-00.1, Rel.
Ministro Ives Gandra Martins Filho, DEJT 08-08-2008).
A crítica que se faz a essa corrente, todavia, é a de que o dano moral reflexo não
decorre de qualquer direito sucessório, haja vista pertencer ao próprio autor da ação
e não àquele eventualmente sucedido em decorrência de óbito. O direito vindicado,
pois, não é direito do falecido transmissível sucessoriamente, mas direito próprio.
Nesse caso, o legitimado possui direito autônomo à compensação em face do
estado anímico de sofrimento que experimentou, ainda que ocasionado por lesão
cometida contra terceiro de quem era próximo.
“Não há confundir a legitimação com a ordem de sucessão hereditária. Tanto pode ser
parte legítima o pai, o irmão, o filho, o sobrinho ou qualquer outro parente, como, ainda,
um terceiro como, ‘ad exemplum’, os chamados conviventes, os companheiros, ainda
que essa relação seja do mesmo sexo. O fundamental é que se possa identificar nessas
pessoas uma lesão efetiva a valores não materiais e que lhes tenha causado dor, tristeza
profunda, desamparo, solidão e outros sentimentos de ordem subjetiva que justifiquem a
compensação”19.
19
Ob. Cit., p. 230.
20
“ACIDENTE DE TRABALHO. MORTE DO EMPREGADO. DANO MORAL INDIRETO. Legitimidade
ativa ad causam do espólio presume-se o dano moral indireto da esposa e filhas pela morte do empregado
(representantes do espólio), decorrente de negligência do empregador. Presunção resultante do direito garantido
no art. 226 da Constituição de especial proteção à família. Concreção da cláusula geral da dignidade da pessoa
humana (Constituição, art. 1º, III).” (TRT 9ª R./2ª T., Proc. 00452-2005-089-09-00-0, Rel. Des. Eduardo Milleo
Bacarat, DJPR 13-05-2008).
de ação envolvendo dano moral indireto, uma vez que, nesse caso, não se cuida de
direitos transmitidos aos possíveis herdeiros, mas de ações exercitadas em nome
próprio. Nessa exata linha colhe-se aresto do Tribunal Superior do Trabalho21:
O que se pode extrair do que se expendeu até agora é que as teses que limitam,
com base em critérios irrazoáveis, a titularização dos danos morais indiretos, são
passíveis de crítica por tenderem a mitigar o direito fundamental à reparação do
gravame moral, direito este que repousa, em última análise, no próprio princípio da
dignidade da pessoa humana.
Na verdade, todo aquele que sofre dano por ato ilícito tem direito à reparação.
Esse é o cerne da legitimidade na responsabilidade civil. Bem por isso, conforme
preceitua Carlos Alberto Bittar, titulares do direito à reparação "são as pessoas que
21
No mesmo sentido colhe-se, ainda, a decisão do TRT 3ª Região no RO 00919-2004-063-03-00-1, julgado pela
6ª Turma, sob a relatoria do Juiz Ricardo Antônio Mohallem e publicado no DJMG de 26-01-2006, p. 18.
22
LIMA, Francisco Gérson Marques de. Fundamentos Constitucionais do Processo. São Paulo: Malheiros,
2002, p. 22.
suportam os reflexos negativos de fatos danosos; vale dizer, são aqueles em
cuja esfera de ação repercutem os eventos lesivos.23"
Maria Helena Diniz, por sua vez, define o lesado indireto como “aquele que, não
sendo a vítima direta do fato lesivo, vem a sofrer com esse evento por experimentar
um menoscabo ou uma lesão a um bem jurídico patrimonial ou moral em razão de
sua relação ou vinculação com o lesado direto”24.
Assim, os legitimados para a reparação de dano moral reflexo são todos aqueles
que experimentaram gravame em sua esfera patrimonial, independente de vínculo
familiar ou de dependência econômica para com a vítima direta. O que importa, no
caso, é que a situação fática posta como causa de pedir seja verossímil e bastante
para caracterizar o sofrimento de cunho moral alegado pelo autor.
Tem-se entendido, quando se cuida do círculo familiar mais próximo, que tal
dano é presumido, dispensando efetiva comprovação. Já no caso de parentes
afastados de tal núcleo, de concubinato, de amigos e demais terceiros, que não
gozam de tal presunção, se faz necessária também a comprovação do próprio abalo
moral, ainda que indiretamente, visto que o sofrimento em si não é aferível, mas as
manifestações, sintomas e eventos dele resultantes o são.
"há uma presunção de danos morais para os componentes do núcleo familiar mais
íntimo da vítima. No entanto, adverte Cavalieri Filho, que ‘só em favor do cônjuge, filhos
e pais há uma presunção juris tantum de dano moral por lesões sofridas pela vítima ou
em razão de sua morte. Além dessas pessoas, todas as outras, parentes ou não, terão
de provar o dano moral sofrido em virtude de fatos ocorridos com terceiros’." 25
23
Apud OLIVEIRA, Paulo Eduardo V. O Dano Pessoal no Direito do Trabalho. São Paulo: LTr, 2002, p. 66.
24
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro, v. 7: responsabilidade civil. 17ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2003, p. 80.
25
OLIVEIRA, Sebastião Geraldo de Oliveira. Indenizações por Acidente do Trabalho ou Doença
Ocupacional. 5ª ed. São Paulo: LTr, 2009, p. 285.
próximos da vítima; as dúvidas se dão em relação àqueles que saem do círculo limitado
que se considera a família propriamente dita. Em relação a ela, o prejuízo se presume,
de modo que o dano, tanto material como moral, dispensa qualquer demonstração; fora
daí, é preciso provar que o dano realmente se verificou."26
"Os danos materiais e morais causados aos parentes mais próximos não precisam de
prova, porque a presunção é no sentido de que sofrem prejuízos com a morte do
parente”. (STJ, Resp. 157.912, Min. Sálvio de Figueiredo).
Vale lembrar que o nosso Código de Processo Civil adotou a teoria eclética
da ação, fruto do gênio de Enrico Tullio Liebman, para quem a ação possui
condições a serem preenchidas previamente, a fim de viabilizar o exame meritório
da litiscontestatio. Tais condições, dentre as quais figura a legitimidade, sofrem
exame in status assertionis, ou seja, de acordo com os fundamentos contidos na
petição inicial, “sem tomar em conta as provas produzidas no processo”27. Por esse
motivo, tem-se que a legitimidade se verifica in abstracto, sendo bastante que o
terceiro se identifique como detentor de direito à reparação de dano moral, em face
da morte do trabalhador, para que se afira a sua legitimidade ativa ad causam.
26
DALLEGRAVE NETO, José Affonso. Responsabilidade Civil no Direito do Trabalho. 2ª ed.. São Paulo:
LTr, 2007, p. 247-248.
27
MARINONI, Luiz Guilherme. MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil comentado artigo por
artigo. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008, p. 267.
Partindo dessa premissa é que se examinará, do conjunto probatório dos autos,
a relação do terceiro com a vítima do acidente, com vistas à caracterização, ou não,
de dano moral a ser reparado. Entendimento contrário violaria a garantia de pleno
acesso ao Poder Judiciário.
"[...]Os irmãos têm direito à reparação do dano moral sofrido com a morte de outro irmão,
haja vista que o falecimento da vítima provoca dores, sofrimentos e traumas aos
familiares próximos, sendo irrelevante qualquer relação de dependência econômica entre
eles.[...]". (STJ/4ªT., AgRgEdAI 678.435, Relator Ministro Jorge Scartezzini, DJ
11.9.2006.
Questionamento que pode surgir diz respeito ao procedimento a ser utilizado nas
ações indenizatória movidas, em nome próprio, pelos dependentes ou conviventes
mais próximos do trabalhador vitimado por acidente do trabalho ou por outro ato
ilícito malferidor de seus direitos personalíssimos.
Não há como negar que tais danos decorrem, efetivamente, de eventos ocorridos
no bojo de uma relação empregatícia, o que, em tese, pela dicção da IN nº 27, faria
28
“Art.2º A sistemática recursal a ser observada é a prevista na Consolidação das Leis do Trabalho, inclusive
no tocante à nomenclatura, à alçada, aos prazos e às competências.
Parágrafo único. O depósito recursal a que se refere o art. 899 da CLT é sempre exigível como requisito
extrínseco do recurso, quando houver condenação em pecúnia.”
“Art. 4º Aos emolumentos aplicam-se as regras previstas na Consolidação das Leis do Trabalho, conforme
previsão dos artigos 789 - B e 790 da CLT.”
incidir as Súmulas 219 e 329 do TST, que condicionam a condenação em honorários
advocatícios à presença concomitante de dois requisitos: o benefício da justiça
gratuita e a assistência pelo Sindicato.
Nada obstante, se deve ter em mente que são titulares de ação indenizatória por
danos morais em ricochete não o próprio trabalhador vitimado, mas terceiros que
vindicam o direito em nome próprio. Nesse passo, abstraindo-se da discussão
acerca da manutenção do jus postulandi em tais casos, haja vista os arts. 791 e 839
da CLT preverem tal faculdade apenas para empregados e empregadores 29, não é
possível exigir dos autores dessas ações o requisito da assistência pelo ente
sindical, sob pena de criar-se obstáculo intransponível para a concessão da verba
honorária em ações dessa natureza.
Isso porque, a rigor, embora sejam, no mais das vezes, familiares e pessoas
próximas do trabalhador, tais pessoas não se enquadram na categoria profissional
em que este se enquadrava, não fazendo jus, pois, à assistência judiciária que deve
ser prestada pelo ente sindical representativo da categoria respectiva. Nesse caso, a
concessão de honorários advocatícios encontraria óbice intransponível, visto que
não poderia ser preenchido, pelos autores, requisito reputado indispensável pelo
Tribunal Superior do Trabalho.
Como todo dano de natureza extrapatrimonial, não há critérios que possam ser
objetivamente utilizados para a fixação do valor indenizatório devido. É preciso se
apegar, concretamente, à profundidade da relação afetiva que o autor possuía com
o trabalhador vitimado, para que, caso a caso, se possa aferir um valor proporcional
ao gravame sofrido, como se pode depreender da dicção do art. 944 do Código Civil:
A par do critério legal, outros vêm sendo adotados pelos operadores do direito,
valendo destacar, nesse sentido, o Enunciado nº 51 da I Jornada de Direito Material
e Processual na Justiça do Trabalho, cujo texto consigna que o valor da condenação
por danos morais decorrentes da relação de trabalho “será arbitrado pelo juiz de
maneira equitativa, a fim de atender ao seu caráter compensatório, pedagógico
e preventivo”.
Vale anotar que tramita pelo Senado Federal o Projeto de Lei nº 144/2008, com o
fito de conferir nova redação ao sobredito art. 944 do Código Civil, elastecendo os
30
MONTENEGRO FILHO, Misael. Responsabilidade Civil, Aspectos Processuais. São Paulo: Atlas, 2007, p.
205-206.
critérios a serem observados pelo magistrado quando da fixação da indenização por
danos morais31.
“Art. 944. O juiz, ao estabelecer a indenização por danos morais, atenderá aos seguintes
critérios:
I – extensão e a gravidade do dano;
II – gravidade e repercussão da ofensa;
III – sofrimento experimentado pelo ofendido;
IV – condição econômica do ofensor; e
V – adequação entre o valor pleiteado e a situação posta em julgamento.
Parágrafo único. O juiz poderá reduzir a indenização, de forma equitativa, se houver
excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano ocorrido.”
31
Outro projeto digno de nota é o de nº 334/2008, que também tramita no Senado Federal. Em semelhante
proposição, além de se estabelecerem critérios de observância do magistrado quando da fixação da indenização,
também se estabelecem faixas pecuniárias dentro das quais deverá ser fixada, conforme o caso, o valor da
indenização:
“(...)Art. 3º Ressalvada da hipótese de reparação natural tempestiva e suficiente, a indenização a que se refere o
art. 1º tem caráter exclusivamente compensatório e a sua fixação deverá considerar:
I – o bem jurídico ofendido;
II – a posição socioeconômica da vítima;
III – a repercussão social e pessoal do dano;
IV – a possibilidade de superação psicológica do dano, quando a vítima for pessoa física, e de recomposição da
imagem econômica ou comercial, quando pessoa jurídica;
V – a extensão da ofensa e a duração dos seus efeitos;
VI – o potencial inibitório do valor estabelecido.
Parágrafo único. Na apreciação da demanda, o juiz poderá considerar outros elementos que determinem a
gravidade da lesão ao patrimônio ideal do ofendido.
(...)
Art. 6º O valor da indenização por dano moral será fixado de acordo com os seguintes parâmetros, nos casos de:
I – morte: de R$ 41.500,00 (quarenta e um mil reais) a R$ 249.000,00 (duzentos e quarenta e nove mil);
II – lesão corporal: de R$ 4.150,00 (quatro mil, cento e cinqüenta reais) a R$ 124.500,00 (cento e vinte e quatro
mil e quinhentos reais);
III – ofensa à liberdade: de R$ 8.300,00 (oito mil e trezentos reais) a R$ 124.500,00 (cento e vinte e quatro mil e
quinhentos reais);
IV – ofensa à honra:
a) por abalo de crédito: de R$ 8.300,00 (oito mil e trezentos reais) a R$ 83.000,00 (oitenta e três mil reais);
b) de outras espécies: de R$ 8.300,00 (oito mil e trezentos reais) a R$ 124.500,00 (cento e vinte e quatro mil e
quinhentos reais);
V – descumprimento de contrato: de R$ 4.150,00 (quatro mil, cento e cinqüenta reais) a R$ 83.000,00 (oitenta e
três mil reais) (...).
conta o grau de relacionamento tido entre o titular da ação e o trabalhador lesionado,
com o fito de estabelecer gradação proporcional às indenizações a serem fixadas.
“não se pode pôr em dúvida que a compensação do pretium doloris é uma só.
Se ingressa em Juízo um só legitimado, terá direito a um determinado valor. Por
exemplo, 200 salários mínimos.
Se ingressam dois ou mais legitimados, deverão repartir entre si os mesmos 200 salários
mínimos, e assim por diante.
E se posteriormente outro legitimado pleiteia reparação pelo mesmo fato, quando outro
já tenha obtido aquele valor em ação judicial, só restará a este último pleitear parte
desse valor daquele que já recebeu e não pretender ‘valor novo’”.33
“A fixação em valor global e único a título de indenização por dano moral, sempre que
possível será o mais aconselhável, pois se houver várias ações com o mesmo objeto,
indenizações fixadas individualmente e dependendo do seu somatório poderão acarretar
a inviabilidade do empreendimento empresarial. Não se pode afastar também a função
social da empresa, como geradora de empregos, daí por que a questão fica sempre na
prudência e no convencimento do julgador”.34
32
DALLEGRAVE NETO, José Affonso. Ob. Cit. p. 248-249.
33
Ob. Cit., p. 1712.
34
FERRARI, Irany. MARTINS, Melchíades Rodrigues. Dano Moral: múltiplos aspectos nas relações de
trabalho. 3ª ed. São Paulo: LTr, 2008, p. 76.
35
Ob. Cit., p. 234.
Outro não foi o entendimento do TRT da 14ª Região no seguinte aresto:
“
(...) DANO MORAL INDIRETO, REFLEXO OU EM RICOCHETE – INDENIZAÇÃO –
PLURALIDADE DE LEGITIMADOS – ARBITRAMENTO – VALOR GLOBAL X IMPORTE
INDIVIDUALIZADO. No chamado dano moral indireto, reflexo ou em ricochete, ou seja,
naquele em que uma pessoa sofra agressão em direito personalíssimo e que tem como
causa um dano sofrido por outra pessoa com quem mantinha vinculação, não há
pacificidade na doutrina e na jurisprudência se a indenização deve ser arbitrada com
base num valor global que será partilhado pela pluralidade de sujeitos eventualmente
lesionados, ou se para cada um desses indivíduos será fixado um valor específico e
autônomo. Contudo, evidencia-se mais prudente e razoável a adoção da tese majoritária
em sede doutrinária e jurisprudencial, que se pauta pelo deferimento de uma indenização
única que deve ser fixada em virtude do fato em si, pois, caso contrário, poderá vir a
lume o bis in idem, e ainda fomentar a chamada ‘indústria do dano moral’.” ( TRT 14ª R.,
RO 0948-2007-003-14-00-2, Relatora Juíza Socorro Miranda, DE de 20.05.2008).
36
VARGAS, Glaci de Oliveira Pinto. Reparação do Dano Moral: controvérsias e perspectivas, 3ª ed. Porto
Alegre: Síntese, 1998, p. 45.
tornar irrisória, não cumprindo a função reparatória a que se destina. O contrário
também pode acontecer, pois se o juiz fixasse indenização com base em todos os
possíveis atingidos, poderia causar gravame ao réu, fixando indenização vultosa
sem ter como prever quantos dos legitimados teriam, efetivamente, a pretensão de
ajuizar ações de reparação.
"Não há solidariedade entre os parentes, de sorte que a transação feita pela esposa e
mãe das vítimas com a ré não faz desaparecer o direito à indenização dos demais
autores, filhos e irmãos dos extintos, em face da independência da relação de
parentesco”37.
“plena autonomia do direito de cada lesado, de sorte que, nas demandas do gênero se
atribuem indenizações próprias e individualizadas aos interessados: assim acontece, por
exemplo, quanto a mulher e filho, com respeito à morte provocada do marido ou pai (...).
Nada impede se faça sob litisconsórcio o pleito judicial, quando admissível, mas cada
demandante faz jus a indenização compatível com a sua posição”.38
37
STJ, REsp 330.288/SP, Rel. Ministro Aldir Passarinho Junior, Quarta Turma, julgado em 27.06.2002, DJ
26.08.2002, p. 230.
38
Apud OLIVEIRA, Sebastião Geraldo de. Ob. Cit., p. 288.
CONCLUSÃO
O acidente de trabalho, com óbito, é um dos fatos, na seara trabalhista, que mais
comumente podem gerar danos morais indiretos, atingindo, em ricochete, familiares
e parentes que gozavam de convivência próxima com o trabalhador falecido. Há
outros atos cometidos contra o trabalhador, contudo, que por sua gravidade,
possuem o condão de gerar dano moral em ricochete independentemente da morte
do trabalhador, tais como o trabalho em condições análogas à de escravo,
divulgação de informações depreciativas, assédio moral etc.
Não há critérios que possam ser objetivamente utilizados para a fixação do valor
indenizatório devido. É preciso se apegar à profundidade da relação afetiva que o
autor da ação possuía com o trabalhador vitimado, para que, caso a caso, se possa
aferir um valor proporcional ao gravame sofrido, a teor do art. 944 do Código Civil.
Com relação à forte corrente doutrinária defensora de que o valor da indenização
deve ser global para todos os legitimados, tem-se que tal possibilidade vergasta o
direito de ação autônomo que cada legitimado possui, havendo, ainda, a dificuldade
prática de fixar-se uma indenização, que seja de cunho global, sem conhecimento
efetivo de todos os legitimados que pretendem, com efeito, pleitear a reparação em
juízo.
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