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30/03/2010

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DIREITO CONSTITUCIONAL

Direito Const. – Alexandre de Moraes (ok)

Curso de Direito Const. Positivo – José Afonso da Silva (não usar


para controle de constitucionalidade, mas sim para organização dos
poderes)

Curso de Direito Constitucional – Organizado em co-autoria pelo


professor Gilmar Mendes, Inocêncio, Paulo Gustavo. (hermenêutica)
– Obra mais completa.

O sistm. Jur. Do Estado de Direito Democrático brasileiro é um


sistema normativo aberto de regras e princípios const.

Sistema Jur-normativo – sistema dinâmico de normas. A CF é a lei


suprema e portanto cogente.

Sistema Aberto – Especialmente caracterizada pela presença dos


princípios, permite uma adaptação do texto à realidade a ele
subjacente. O contrario é o sistema fechado composto por regras
jurídicas que não permitiriam essa constante adaptação do texto.
Um sistema fechado prestigiaria o principio da segurança jurídica
em detrimento do valor justiça já que não seria possível estabelecer
as possíveis variáveis daquele caso.

Sistema de regras e Princípios -

Diferença entre regras e princípios

Critério relativo ao grau de abstração – os princípios possuem um


grau de abstração elevada e as regras não. Quanto maior o grau de
abstração, maior a liberdade da atividade interpretativa para poder
adequar a norma ao caso concreto. A atividade interpretativa nas
regras é mais esvaziada (regra vale ou não vale, não é possível a
existência de duas regras antinômicas ao mesmo caso concreto,
enquanto em um eventual conflito de princípios isso é possível –
princípios podem ser complementares, sendo que um pode
predominar em relação ao outro sem esvaziamento de seu
conteúdo).

Grau de determinalidade na aplicação ao caso concreto – As


regras são determinadas e, portanto, suscetíveis de aplicação direta
(não permitem esta interpretação do intérprete), e os princípios, por
serem vagos e indeterminados, carecem de mediações
concretizadoras.
Caráter de fundamentalidade no sistema das fontes de
direito – Os princípios são fundamentais no ordenamento jurídico,
com posição hierárquica no sistema de fontes e função estruturante
no sistema jurídico. Alguns pensadores acreditam que as regras
retiram sua fundamentalidade dos próprios princípios. Exemplo: A
redação do artigo 121 do CP, que é uma regra, retira de alguns
princípios (dignidade da pessoa humana etc.) seu fundamento de
validade.

Proximidade da idéia de direito – os princípios são “standarts”


de Justiça (Rolnald Dowrkin) e se aproximam da própria idéia de
Direito (Larenz). As regras podem ter conteúdo meramente
funcional (nem sempre é assim).

Natureza Normogenética – os princípios desempenham uma


função fundamentante, pois são fundamento de regras, isto é, são
normas que estão na base ou constituem ratio das regras jurídicas.

As regras e princípios também se diferenciam pelo conteúdo


de suas proposições (diferença qualitativa) nos seguintes aspectos:

PRINCÍPIOS REGRAS

São normas jurídicas impositivas São normas que prescrevem


de uma otimização (a atividade imperativamente uma exigência.
do interprete é utilizada para Não carrega em si uma gama de
otimizar todos os valores ínsitos valores.
a este principio).

A convivência dos princípios é A convivência das regras é


conflitual (os princípios podem antinômica (a regra vale ou não
coexistir em uma mesma vale).
situação).

Os princípios coexistem. As regras antinômicas excluem-


se.

Os princípios permitem o As regras obedecem à lógica do


balanceamento de valores e tudo ou nada. Ou a regra vale
interesses, consoante o seu peso ou não vale. Em um conflito de
e a ponderação de outros regras a aplicação de uma exclui
princípios eventualmente a outra.
conflitantes. Na aferição do
critério da proporcionalidade a
doutrina elenca 4 passos – um
dele é a proporcionalidade em
sentido estrito, ou seja, é a
prevalência do princípio com o
mínimo possível de invasão da
conteúdo valorativo do principio
deixado de lado.

O sistema fechado de normas (composto só por regras) é de


limitada racionalidade prática, exigindo uma atividade
legislativa exaustiva e completa (o legislador não conseguiria
exaurir a atividade legislativa!). Seria instituído o legalismo,
privilegiando-se a segurança jurídica em detrimento do valor justiça,
que pressupõe, necessariamente um balanceamento de valores e
interesses. Constituir-se-ia uma organização política
monodimensional.

Igualmente um sistema constituído exclusivamente por


princípios não deve ser aceito, pois careceria de necessária
segurança jurídica.

TEXTO: TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO – NORBETO


BOBBIO

A COERÊNCIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO

O ordenamento jurídico constitui-se em uma unidade sistemática.


Kelsen distingue entre os ordenamentos normativos dois tipos de
sistema:

O sistema estático é aquele onde as normas derivam-se uma das


outras, relacionado-se entre si pelo conteúdo, constituindo uma
relação material.

O sistema dinâmico, por outro lado, é aquele no qual as normas


derivam umas das outras por sucessivas delegações de poder.
Existe uma relação formal entre estas normas, pois derivam de uma
autoridade imediatamente superior, sem guardar qualquer relação
com seu conteúdo.

Kelsen sustenta que os ordenamentos jurídicos são sistemas


dinâmicos, enquanto os sistemas estáticos seriam os ordenamentos
morais (Nessa época não se vislumbrava cogência e efetividade aos
princípios. Só as regras eram dotadas de coercibilidade).
Atualmente esta idéia não se aplica por que coexistem em nosso
ordenamento normas formal e materialmente constitucionais.

Bobbio: Diante da conceituação de Kelsen em sistema dinâmico e


estático, deve-se fazer uma critica: se o ordenamento jurídico é um
sistema dinâmico, formal, é perfeitamente possível a coexistência
de normas contraditórias entre si, posto que não importa (para esse
sistema) o seu conteúdo e sim a autoridade da qual emanaram.
Assim, já não seria um sistema, porque para ser sistema as normas
devem guardar uma relação de coerência entre si.

Três significados de sistema

Sistema dedutivo - Direito jusnaturalista (direito naturalmente e


intuitivamente existente). Um dado ordenamento é um sistema
enquanto todas as normas jurídicas daquele ordenamento são
deriváveis de alguns princípios gerais. Não dependem dos fatos, da
experiência; mas unicamente da razão, da lógica.

Sistema indutivo, empírico – Direito moderno. Partindo do


conteúdo das normas simples, através da jurisprudência exegética,
constroem-se conceitos gerais, permitindo a classificação das
matérias. A sua finalidade é de reunir os dados fornecidos pela
experiência, com base nas semelhanças, para formar conceitos
sempre mais gerais. O sistema indutivo, ao contrário do dedutivo,
se dá pela aplicação do caso concreto, da jurisprudência. Exemplo:
Hoje o STF constrói cada vez mais o direito brasileiro, legislando em
determinados casos (mandato de injunção – controle de
constitucionalidade difuso).

Sistema de exclusão de incompatibilidade – neste sistema


somente coexistem as normas compatíveis entre si e com o todo. A
incompatibilidade entre duas normas não acarretará a ruína do
sistema, como ocorreria no sistema indutivo, mas apenas a
exclusão da norma incompatível.

TEXTO: A ESSÊNCIA DA CONSTITUIÇÃO – Ferdinand Lassale

O texto refere-se a uma conferencia de Ferdinand Lassale (1863)


para intelectuais e operários da antiga Prússia. Para o estudioso as
respostas jurídicas comuns não respondem à sua proposição acerca
do que é a Constituição. Isto porque limitam-se a descrever
exteriormente como se formam as constituições e o que fazem, mas
não explicam a essência do que seja verdadeiramente a
Constituição.

Iniciando, então a busca da resposta para a formulação, Lassale


passa a utilizar o método de comparação entre o objeto cujo
conceito é conhecido e que se pretende buscar – o que é uma
Constituição – com outro semelhante, esforçando-se para
diferenciá-los um do outro.

 Para Kelsen abaixo da CF e acima das Leis ordinárias e


complementares (lei infraconstitucional) os tratados
internacionais de direitos humanos (SUPRELAGELIDADE DOS
TRATADOS – Influência do direito constitucional comparado no
direito constitucional brasileiro – STF – atividade positiva deste
tribunal que transforma o texto constitucional de forma indutiva) –
conseqüentemente o pacto de São Jose da Costa Rica veda a prisão
do depositário infiel e, portanto, prevalece. Decreto-Lei 911
desfigurou a figura do depositário infiel – trata de alienação
fiduciária em garantia que é um contrato acessório ao contrato
principal de financiamento de um bem móvel ou imóvel em que o
tomador de empréstimo aliena o bem em garantia do pagamento do
empréstimo ao mutuante, ao passo que, caso se verifique o
inadimplemento, o bem responderá pela divida – não tem nada a
ver com depósito! Isso é uma ficção jurídica. Atualmente não é
possível a prisão do depositário infiel porque não há previsão para
tanto (o professor não admite o DL 911 que foi declarado
inconstitucional esta parte que trata da prisão do depositário infiel).
A CF não pode ser interpretada em tiras e por isso os tratados
devem ser levados em conta (art. 5 §§ 1 e 2).

Art. 5 - § 1o As normas definidoras dos direitos e garantias


fundamentais têm aplicação imediata.

§ 2o Os direitos e garantias expressos nesta Constituição


não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios
por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a
República Federativa do Brasil seja parte.

Nossa CF é rígida – não é imutável, mas é difícil de ser alterada.


Será mesmo? Ou ela é formalmente rígida? Materialmente não seria
rígida. É tão difícil assim mudar nossa constituição frente a todas as
EC instituídas nos últimos anos.

LEI E CONSTITUIÇÃO

Lassale afirma que uma CF necessita de aprovação legislativa, isto


é, tem que ser também lei. Todavia, não é uma lei como as outras.
É mais que uma simples lei. Não se contente também com a
resposta comumente oferecida pelos juristas de que é uma lei
fundamental, pois não se sabe diferenciar o que é uma lei
fundamental de outra que não é (?). Os outros estudiosos só
detalham características externas da CF e não sua essência.

Lei fundamental e lei comum – fundamento traz, implicitamente, a


noção de necessidade ativa, de uma força eficaz e determinante
que atua sobre tudo que nela se baseia fazendo-a assim e não de
outro modo.

Resposta de Lassale: sendo a CF a lei fundamental de uma nação


será uma forca ativa que faz, por exigência da necessidade, com
que todas as outras leis e instituições jurídicas vigentes no país
sejam o que realmente são. Promulgada, a partir deste instante, não
se poderia decretar naquele pais outras leis contrarias à
fundamental.
Força ativa é o que ele denomina de fatores reais de poder. Para
explicitar este conceito, o autor dá o exemplo de um grande
incêndio na Prússia com a destruição total de todo o acervo
legislativo do país. Inobstante isso, não poderiam os legisladores,
por mais que quisessem, alterar a forma de governo, extinguindo a
monarquia, pois este utilizaria seus exércitos para conter esta ação
etc.

A mudança nos fatores reais de poder acarreta a transformação da


CF vigente no pais: da CF feudal ao absolutismo. Sem, entretanto, o
monarca ver a necessidade de ser reduzir a escrito a nova
constituição. Até que a sociedade burguesa se desenvolve
demasiadamente sem que o exercito consiga acompanhar, até que,
para limitar os poderes do monarca e fazer valer a sua vontade
política, a burguesia pressiona por uma constituição escrita.

Assim, para Lassale uma CF escrita é boa e duradoura quando ela


refletir os fatores reais de poder  importância da CF escrita.

O terceiro Estado é a burguesia que aliada aos “Sant Culotes“


pretendiam uma nova ordem constitucional fruto de um Novo poder
constituinte originário.

 A essência da CF, assim, é a soma dos fatores de poder


que regem uma nação. A CF escrita é meramente uma folha
de papel.

Frederico Guilherme IV – gênese da expressão “folha de papel”.

Lassale afirma que, no conflito entre a constituição escrita e a


constituição real, a primeira sempre sucumbirá (Entretanto, Lassale
afirma a importância da CF escrita). De nada servirá o que se
escrever em uma folha de papel se não se justifica pelos fatores
reais e efetivos de poder.

Em todos os exemplos de mudanças CF é visível a mudança dos


fatores reais de poder e a incorporação destes no texto escrito.

“Os problemas constitucionais não são problemas de


Direito, mas do poder“- Lassale

Crítica: O Lassale reduziu os problemas constitucionais a


problemas de ordem tão-somente sociológica. Para Lassale o texto
constitucional só será uma lei fundamental se este se adequar aos
fatos subjacentes a sua realidade, ou seja, à realidade sociológica.
Lassale se ateve somente ao aspecto sociológico em detrimento do
jurídico.

A FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO – Konrad Hesse

Konhad Hesse - A CF é realmente influenciada pela realidade que a


toca, mas a CF com sua força normativa pode conduzir os rumos de
uma nação – ela é normativa e jurídica e condiciona e dirige a
realidade ao mesmo tempo em que é condicionada.

Hesse afirma que o Direito Const. É uma ciência normativa, como


aliás, o é toda ciência jurídica. Este traço é o que as diferencia da
Sociologia e da ciência política enquanto ciências da realidade. Por
essa razão, não pode prevalecer a teoria engendrada por Lassale na
medida que esvazia de qualquer conteúdo jurídico a Constituição
em face dos fatores reais e efetivo de poder. Assim, a CF contém,
ainda que de forma limitada, uma forca própria, motivadora e
ordenadora da vida do Estado, que se constitui na FORÇA
NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO. A comprovação desta teoria
está alastrada nas seguintes proposições.

A) Existe um condicionamento recíproco entre a CF


jurídica e a realidade político-social – Não se pode
analisar isoladamente a norma ou isoladamente os fatos.
Deve-se guardar uma inter-relação entre ambos, para não se
chegar a conclusões extremadas como a de que as normas
são despidas de qualquer elemento de realidade ou de uma
realidade esvaziada de qualquer elemento normativo.

A essência da norma constitucional reside na sua pretensão de


eficácia, condicionada pelo momento histórico, pelas condições
naturais, técnicas, econômicas e sociais. É através da pretensão de
eficácia que a CF procura imprimir ordem e conformação à realidade
política e social. Ela é determinada pela realidade social e, ao
mesmo tempo, determinante em relação a ela.

B) Devem ser considerados, neste contexto, os limites e


as possibilidades da CF jurídica – A CF adquire forca
normativa na medida em que logra realizar essa pretensão de
eficácia. Desta forma, a realidade cultural, política, social e
econômica atua como limite condicionante da eficácia da CF.

Vontade criadora – vontade de constituição. Aqui


ingressa na seara das possibilidades da CF jurídica. Na medida
em que a CF impõe tarifas e estas são efetivamente
realizadas, transforma-se em forca ativa. Mais ainda na
medida em que se verifica na consciência geral a vontade de
realizar a Constituição, a que Hesse chamou de VONTADE DE
CONSTITUIÇÃO, em contraposição à simples vontade de
poder.

A vontade de constituição se divide em três vertentes:

- o reconhecimento de que a norma pertence a um sistema


coerente que não pode ser dissolvido protegendo a todos
contra o arbítrio
- compreensão de que a ordem é mais do que uma ordem
legitimada pelos fatos

- Essa ordem não logra ser eficaz sem o concurso da vontade


humana.

DIREITO CONSTITUCIONAL

1. Teoria da constituição

a) Conceito de constituição: “É a norma fundamental do


Estado, onde todos os demais ramos do direito derivam
obrigatoriamente dela”.

b) Classificação:

 Quanto ao conteúdo: Material ou *Formal (É aquela que


além das normas materialmente constitucionais – normas
referentes à organização do Estado, Separação dos poderes e
Direito Fundamentais – contém outros dispositivos menos
importantes que ali não deveriam estar).
tecnicamente é o fato das CF escritas conterem todas as suas
normas e seus dispositivos codificados em um único texto
solene. As CFs não-escritas podem ter algo escrito, mas nem
todas as normas estão codificadas em um único texto.

 Quanto ao modo de elaboração: Histórica (está em


constante transformação por conta de fatores históricos –
jurisprudência, costume etc. Ex.: CF inglesa) ou *Dogmática
(é aquela que representa os dogmas, as ideologias, os
fundamentos, os anseios de um determinado povo, em uma
determinada data, local e hora)

 Quanto ao dogma/ideologia: *Eclética (Aquela que


representa várias ideologias – A CF foi constituída por uma
Assembléia Nacional Constituinte com diversas pessoas)ou
Ortodoxa (Aquela que representa um único dogma. Ex.: CF
outorgada por um ditador).

 Quanto à origem: Outorgada (é aquela imposta de forma


unilateral por um ditador), *Promulgada (são aquelas que
passaram por um processo democrático, por uma votação em
uma Assembléia Nacional Constituinte) ou Cesarista (É
aquela imposta por um ditador e, com intuito de dar
legitimidade a ela, a submete a referendo do povo). Existe a
pactuada (pactuada entre o monarca e a burguesia)

Obs.: o Brasil possuiu 7 CF:


- 1824  Outorgada. Havia um quarto poder – poder
moderador (Imperador); a religião oficial era o catolicismo;
não existia federação, era um estado unitário com províncias.

- 1891  Promulgada. Surgiu a República, a Federação.


Inspirada na CF americana.

- 1934  Promulgada – inspirada na CF alemã.


Presidencialismo

- 1937  Outorgada. Foi inspirada no regime fascista da


Polônia – GV. CF americana

- 1946  Promulgada. Retorna a democracia (renuncia de


Janio Quadros)

- 1967  Outorgada – Regime militar.

- 1988  Promulgada

 Quanto a sua alterabilidade: Imutáveis (É aquela que não


muda. Ex.: CF de Honduras), *Rígida (Só existe controle de
constitucionalidade nas Constituições Rígida. A rigidez
fundamenta também o princípio da supremacia da
Constituição. A CF rígida é aquela que pode ser alterada,
porém, para que haja sua modificação, será necessário um
processo legislativo mais dificultoso, demorado, solene, do
que para criação das demais normas. Dupla votação em cada
casa do Congresso e quórum de 3/5 de seus membros),
Flexível (Ex.: CF da Inglaterra – é aquela que não necessita
de um processo legislativo diferenciado das demais leis para
alterar a CF. Simples costume modifica a norma
constitucional.), Semi-rígida/Semi-flexível (É aquela que
para alterar as normas materialmente constitucionais é
necessário um processo legislativo mais dificultoso; e para
alterar as normas formalmente constitucionais, o processo
legislativo é mais simples).

 Quanto à extensão: Sintética (é uma CF pequena. Ex.: CF


americana) ou *Analítica (é uma CF grande, que trata de
diversos assuntos).

Obs.: Pergunta que sempre cai: A nossa atual CF pode ser


classificada de que forma? Formal, Escrita, Dogmática, Eclética,
Promulgada, Rígida e Analítica

c) Sentido:

1. Político: Carl Schmmit – Distingue Constituição de


Normas Constitucionais. CF seriam as normas
materialmente constitucionais. As normas
constitucionais seriam as formalmente
constitucionais.

2. Sociológico: Ferdinand Lassale – Se a CF não


representar a soma real dos fatores de poder de uma
sociedade em determinado local, data e hora, ela não
passaria de uma mera folha de papel.

3. Jurídico: Hans Kelsen: Para ele, a CF seria a norma


hipotética, fundamental e transcendental que deu
validade para um órgão criar a CF (escrita), ou seja,
que outorgou poderes para que um órgão
constituinte criasse a mesma.

HANS  Lógico – Jurídico (Dever


KELSE ser)
N
 Jurídico – Positivo (ser)

Nova Constituição e o Antigo Regime Jurídico

a) Recepção – Leis anteriores, compatíveis com a CF, serão


considerada recepcionada. As leis anteriores incompatíveis, não
serão recepcionadas, mas sim revogadas do mundo jurídico. Estas
leis incompatíveis podem ser declaradas inconstitucionais? NÃO!
Só é possível falar de inconstitucionalidade de leis
POSTERIORES, porque são elas que buscam validade na nova
CF.

Obs.: ADI nº3 – EC nº 65 – esta lei que outrora tivesse sido


recepcionada e tornou-se incompatível em função da EC pode ser
declarada inconstitucional?? NÃO, porque o Brasil não adotou a
teoria da inconstitucionalidade superveniente do Direito
Alemão. Ela é não-recepcionada, e, por isso, só pode ser
declarada revogada.

 Lei anterior que for compatível com a atual CF será


declarada recepcionada, caso contrário, será declarada não-
recepcionada, o que acarreta, por conseqüência lógica, a sua
revogação do mundo jurídico.

 Não existe ADI de leis anteriores à atual CF, pois sempre


será critério de recepção ou não-recepção.
 O nosso país não adotou a teoria da inconstitucionalidade
superveniente oriunda do direito alemão (ADI nº3).

 Na recepção, não interessa a forma como foi criada a lei


anterior, mas sim se a matéria da lei anterior é compatível com a
atual CF.

b) Repristinação – “Ressurreição” – não posso ressuscitar quem


está vivo, só quem está morto.

A Repristinação pode ser exceção (art. 2º, §3º, LICC, Decreto-Lei nº


4.707) ou regra (art. 11, §2º, da Lei da ADI nº 9.868/99).

Art. 2º. Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor


até que outra a modifique ou revogue.

§ 3º. Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura


por ter a lei revogadora perdido a vigência.

O dispositivo acima trata da repristinação, que é o instituto através do


qual se restabelece a vigência de uma lei revogada pela revogação da
lei que a tinha revogado, como por exemplo: norma “B” revoga a norma
“A”; posteriormente uma norma “C” revoga a norma “B”; a norma “A”
volta a valer.

Etimologicamente, repristinação é palavra formada do prefixo latino re


(fazer de novo, restaurar) e pristinus (anterior, antigo, vigência), o que
significa restauração do antigo.

A repristinação não ocorre automaticamente, ou seja, só se dá por


dispositivo expresso da norma; caso contrário, não se restaura a lei
revogada, como no seguinte exemplo: norma “A” só volta a valer se
isso estiver explicito na norma “C”, ou seja, não há repristinação
automática (implícita), esta somente ocorre se for expressamente
prevista.

Maria Helena Diniz7 conclui que “como se vê, a lei revocatória não
voltará ipso facto ao seu antigo vigor, a não ser que haja firme
propósito de sua restauração, mediante declaração expressa de lei nova
que a restabeleça, restaurando-a ex nunc, sendo denominada por isso
respristinatória. Faltando menção expressa, a lei revogadora ou
repristinatória é lei nova que adota o conteúdo da norma primeiramente
revogada. Logo, sem que haja outra lei que, explicitamente, a revigore,
será a norma revogada tida como inexistente. Daí, se a norma
revogadora deixar de existir, a revogada não se convalesce, a não ser
que contenha dispositivo dizendo que a lei primeiramente revogada
passará a ter vigência. Todavia, aquela lei revogada não ressuscitará,
pois a norma que a restabelece não a faz reviver, por ser uma nova lei,
cujo teor é idêntico ao daquela. A lei restauradora nada mais é do que
uma nova norma com conteúdo igual ao da lei anterior revogada”.

Art. 11. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal


fará publicar em seção especial do Diário Oficial da União e do
Diário da Justiça da União a parte dispositiva da decisão, no prazo
de dez dias, devendo solicitar as informações à autoridade da qual
tiver emanado o ato, observando-se, no que couber, o procedimento
estabelecido na Seção I deste Capítulo.

§ 2º A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação


anterior acaso existente, salvo expressa manifestação em sentido
contrário.

c) Desconstitucionalização – nunca aconteceu no Brasil. Seria,


por exemplo, se a CF/67 fosse recepcionada pela CF/88 como lei
infraconstitucional.

Aplicabilidade das Normas Constitucionais – nem tudo que


está na CF possui eficácia plena.

a) Aplicabilidade plena – É aquela que desde o surgimento


da CF se aplica e ponto final, ou seja, não necessita de lei
posterior para regulamentar dispositivo constitucional. Ex.:
art. 5º, I, CF.

b) Aplicabilidade contida/restringível – É aquela em que a


CF dá um direito, porém virá lei posterior para restringir o
alcance deste direito. Ex.: art. 5º, XIII, CF (“XIII – é livre o
exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas
as qualificações profissionais que a lei estabelecer”).

Obs.: Na norma constitucional de aplicabilidade contida, enquanto


não houver lei posterior restringindo o alcance do direito, a referida
norma possuirá eficácia plena. Ex.: atualmente qualquer pessoa
pode ser jornalista.

c) Aplicabilidade limitada: É aquela em que a CF dá um


direito, porém, só poderei exercer o referido direito, se houver
lei posterior para regulamentá-lo. Ex.: Art. 5º, XXXII, CF
(“XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do
consumidor”); art. 37, VII (“VII – o direito de greve será
exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica”)

 Norma Instituidora – É aquela norma que cria ou institui


algo. Ex.: art. 18, §§ 3º (“§3º Os Estados podem incorporar-se entre
si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou
formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante
aprovação da população diretamente interessada, através de
plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar”) e 4º;
art. 37, XIX (“XIX – somente por lei específica poderá ser criada
autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de
sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação”),
CF.

 Norma Programática – É aquela que estabelece os


programas a serem estabelecidos pelo Estado, ou seja, que
determina a instrumentalização de tais programas. Ex.: art. 6º; art.
193 ao 232, CF.

Art. 6o São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a


moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma
desta Constituição. (EC nº 64/2010 – incluiu alimentação).

Expressões:

1) “Nos termos da CF” – está regulamentado - aplicabilidade


plena

2) “Nos termos da Lei” - não está regulamentado – contida ou


limitada

3) “Na forma da Lei” - não está regulamentado – contida ou


limitada

Art. 5º, XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de


utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível
aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar  Contida.

Obs.: Aplicação imediata ≠ Eficácia imediata

Art. 5º - § 1o As normas definidoras dos direitos e garantias


fundamentais têm aplicação imediata.

Todas as normas definidoras do Art. 5º da CF possuem


aplicação imediata, mas nem todas possuem eficácia
imediata ou plena. Todavia, todas as normas da CF,
oriundas do Poder Constituinte originário, possuem no
mínimo eficácia relativa, pois não pode lei posterior
infraconstitucional contrariar dispositivo da CF (ela seria
inconstitucional).
Essa regra de aplicação imediata, porém, não é absoluta. Embora a
regra seja a eficácia e a aplicabilidade imediata dos direitos
fundamentais, o fato é que existem direitos fundamentais que
consubstanciam normas de eficácia limitada, dependentes de
regulamentação por lei para a produção de seus efeitos essenciais.

O grau de eficácia e aplicabilidade dos direitos fundamentais é em


grande parte determinado pelo próprio enunciado dos dispositivos
que os estabelecem, uma vez que a Constituição faz depender de
legislação ulterior a aplicação plena de algumas normas definidoras
de direitos fundamentais, especialmente no tocante aos direitos
sociais (CF, art. 7).

Assim, em que pese o texto constitucional determinar que as


normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm
aplicabilidade imediata (art. 5, Parágrafo 1), o fato é que temos
direitos e garantias fundamentais de eficácia limitada, dependentes
de regulamentação para a produção de seus plenos efeitos, como
são exemplos os incisos XX e XXVII do art. 7 da Carta Política."

Poder Constituinte

Conceito: é o órgão responsável pela criação/transformação


de uma Constituição.

Titularidade: pertence ao Povo, mas quem exerce são os


representantes do Povo. Art. 1º, p.u., CF (Parágrafo único - Todo o
poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição).

Obs1.: titularidade ≠ do exercício

Obs2.: No surgimento da teoria do Poder Constituinte, entendia-se


que a sua titularidade não pertencia ao povo, mas sim à nação.

Surgimento: surge por meio de duas formas, quais:

 Movimento Revolucionário/Golpe de Estado: Constituição


outorgada.

 Assembléia Nacional Constituinte: Constituição promulgada.

Obs.: Parte da doutrina diferencia Poder Constituinte Histórico


(seria o órgão constituinte que criou a 1º Constituição de um país,
sendo que, todos os demais, para esta doutrina, seriam
revolucionários) do Revolucionário (todas as outras Constituições
seriam produzidas por este Poder Constituinte Revolucionário) .

Direito Constitucional – Aula Marcos – 17 de abril de 2010


1) O poder Constituinte pode ser:
a) Originário: Também chamado de primário
b) Derivado: Também chamado de secundário,
PERGUNTO-LHES:
A) Quais são as características do poder constituinte
originário?
· Inicial/autônomo
· Incondicionado
· Insubordinado;
· Ilimitado juridicamente

Poder Constituinte Originário pode tudo


- Acabar com as cláusulas pétreas;
- Pode transformar estado federal em unitário;
- Pode estabelecer pena de morte em tempo de paz, etc

LEMBRETE:
Segundo a doutrina alemã o poder constituinte originário, sofre
limitações sociais, culturais e políticas.

B) Quais são as características do poder constituinte


derivado?
· Condicionado
· Subordinado ao poder constituinte originário
· Limitado

O poder constituinte derivado divide-se em:


· Derivado Decorrente: cria as CE.
· Derivado Reformador:
· Derivado Revisor
· Derivado difuso

Derivado decorrente: É aquele que cria as Constituições


Estaduais.
Também foi criado pelo poder constituinte originário. É o poder de
que foram investidos os estados-membros para elaborar a sua
própria constituição (capacidade de auto-organização).
Os Estados são autônomos uma vez que possuem capacidade de
auto-organização, autogoverno, auto-administração e
autolegislação, mas não são soberanos, pois devem observar a
Constituição Federal. “Os Estados organizam-se e regem-se pelas
Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta
Constituição” (art. 25 da CF). Desta forma, o poder constituinte
decorrente também encontra limitações.
O exercício do poder constituinte decorrente foi conferido às
Assembléias legislativas. “Cada Assembléia Legislativa, com
poderes constituintes, elaborará a Constituição do Estado, no prazo
de um ano, contando da promulgação da Constituição Federal,
obedecidos os princípios desta” (art. 11 dos ADCT).
É importante lembrar que também há o poder reformador para as
Constituições Estaduais. Estas são alteradas pela Assembléia
legislativa, através de emendas.
LEMBRETE:
Município não possui poder constituinte derivado decorrente,
porém, o DF, por mais que seja regido por lei orgânica, possui, sim,
poder constituinte derivado decorrente, pois a lei orgânica do DF
possui status de Constituição Estadual.

Derivado Reformador: é o órgão responsável pela alteração


da Constituição Federal e da Estadual.
É aquele criado pelo poder constituinte originário para reformular
(modificar) as normas constitucionais. A reformulação se dá através
das emendas constitucionais.
O constituinte, ao elaborar uma nova ordem jurídica, desde logo
constitui um poder constituinte derivado reformador, pois sabe que
a Constituição não se perpetuará no tempo. Entretanto, trouxe
limites ao poder de reforma constitucional.

Derivado Revisor: Foi o órgão responsável pela revisão da


CF após 05 anos de sua promulgação.
Também chamado de poder anômalo de revisão ou revisão
constitucional anômala ou competência de revisão. Foi estabelecida
com o intuito de adequar a Constituição à realidade que a sociedade
apontasse como necessária.
O artigo 3º dos ADCT estabeleceu que a revisão constitucional seria
realizada após 5 anos, contados da promulgação da Constituição,
pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional,
em sessão unicameral. O procedimento anômalo é mais flexível que
o ordinário, pois neste segundo exige-se sessão bicameral e 3/5 dos
votos.
Várias teorias surgiram em relação aos limites do poder constituinte
revisor:
- Algumas apontaram uma ilimitação.
- Outras trouxeram condicionamentos formais: Condicionaram a
instalação da Assembléia Revisional ao resultado modificador
da forma ou sistema de governo, no plebiscito de 1993,
conforme o previsto no artigo 2º dos ADCT. (O artigo previa o
plebiscito para o dia 07/09/93, mas ocorreu em 21/04/93).Se o
resultado fosse mantenedor, não haveria necessidade da
revisão anômala. O resultado foi mantenedor, porém o
Congresso Nacional instalou a Assembléia Revisional e
instituíram 6 emendas constitucionais revisionais. O STF
acolheu a posição de que o Congresso Nacional poderia
instalar a assembléia revisional. Fez uma interpretação literal
do art 3º do ADCT, como se não tivesse relação alguma com o
art 2º do ADCT.
- Prevaleceu a que trouxe os mesmos limites materiais
impostos ao poder derivado reformador, isto é, as clausulas
pétreas.
Art. 60, §2°, CF c/c art. 3°, da ADCT.

LEMBRETE:
A forma de criação da emenda à constituição (Dupla votação em
cada casa do congresso e quorum de 3/5) é diferente da forma de
criação da emenda de revisão (sessão unicameral e quorum de
maioria absoluta).

LEMBRETE:
Derivado Difuso: o poder constituinte derivado difuso irá
ocorrer quando o STF fizer a chamada mutação
constitucional, ou seja, quando o STF interpretar a
constituição de outra forma sem que haja a sua alteração
formalmente por meio de Emenda a Constituição (EC).

LIMITAÇÕES AO PODER DE REFORMA:


a) Expressas/positivadas:
· Material: Diz respeito às matérias que devem ser respeitadas
(cláusulas pétreas – art. 60,§4°, da CF)
Limitação material = Também pode ser chamado de Cláusulas
pétreas = Cerne fixo da constituição = Núcleos constitucionais
intangíveis = cláusulas inabolíveis = cláusulas inamovíveis ou
cláusulas de inamovibilidades; Significa = São partes da
constituição que não podem ser modificadas visando a redução de
direitos;
c.1.) Cláusulas pétreas expressas ou explicitas = Basta olhar o § 4o
do art . 60 da CF: - Forma federativa do Estado = O Brasil não pode
adotar a forma unitária de Estado; - O voto não pode ser indireto,
aberto, restritivo ou por tempo indeterminado; - Separação dos
poderes = não pode haver a unificação dos poderes: legislativo,
executivo e judiciário; - Qualquer direito previsto em qualquer parte
da constituição;
DICA: A obrigatoriedade do voto não é cláusula pétrea;
c.2) Cláusulas Implícitas = Diz respeito ao contexto da norma = Ex:
art. 60 CF; AS Forças Armadas são instituições permanentes (art.
142 CF); o Ministério Público é instituição permanente.
· Formal: Diz respeito a forma de criação da emenda (art. 60,
I,II,III, §§§2° e 3° e 5°, CF.
Sessão legislativa é o período de um ano correspondente ao ano
civil. Há autores que consideram essa limitação como temporal.
· Circunstancial: em determinada circunstância a CF não poderá
ser emendada (art. 60,§1°, da CF)
• Intervenção Federal (art. 34 a 36)
• Estado de Defesa (art. 136 + arts. 140 e 141)
• Estado de Sítio (art. 137 a 139 + arts. 140 e 141)
Tais situações são criadas por decreto do Presidente da
República
· Temporal:
LEMBRETE
A limitação temporal não se aplica ao poder reformador,
mas sim ao poder revisor (art. 3°, do ADCT – ele que tem
que esperar 5 anos após a promulgação pra fazer a revisão
constitucional).

b) Implícitas/não positivadas
· Impossibilidade de modificação do titular (povo) do poder
constituinte
· Impossibilidade de supressão das cláusulas/limitações
expressas: Retirar sem prévio aviso ou autorização.
· Forma de Governo República e Sistema de Governo
Presidencialista
· Art. 7°, XVIII, art. 150, III, “b” e 228 todos da CF (?)

Constituição FO DO ES PRO RI AN – Formal, Dogmática, Eclética,


Promulgada, Rígida, Analítica (diferente de sintética)
É aquela que representa os anseios de um determinado povo em
uma determinada data local e hora.
Atenção:
1. O poder constituinte pode ser:
1) Originário (primário)
2) Derivado (secundário)
2. Quais são as características do Poder Constituinte originário?
1) incondicionado, insubordinado, ilimitado,
inicial/autônomo
3. Quais são as características do poder constituinte derivado?
1) Condicionado - ao Poder Constituinte Originário
2) Subordinado - ao Poder Constituinte Originário
3) Limitado - ao Poder Constituinte Originário
4. Poder constituinte derivado decorrente existe nos estados (CE) e
não nos municípios que tem lei orgânica municipal. Porém o
Distrito Federal, por mais que seja regido por lei orgânica, possui
sim poder constituinte derivado decorrente, pois a lei orgânica
do DF possui status de constituição estadual.
5. Poder constituinte derivado reformador: É o órgão responsável
pela alteração da constituição federal e estadual por meio de
emendas constitucionais. Dupla votação em cada casa do
congresso e quorum de 3/5.
6. Revisor: Foi o órgão responsável pela revisão da CF após 5 anos
de sua promulgação (6 EC)
Lembrete: a forma de criação da Emenda da Constituição
(dupla votação em cada casa do congresso com quorum de ⅗) é
diferente da forma de criação da emenda de revisão (sessão
unicameral e quorum de maioria absoluta).

7. Poder constituinte difuso - feito pelo STF - ocorre quando o


Supremo altera a interpretação do dispositivo constitucional sem
que haja alteração do texto constitucional. Ex. artigo 5o, LXVII - o
depositário infiel, na interpretação do STF, por meio de julgados
e neste caso súmula 25, altera a interpretação e elimina a figura
do depositário infiel deste dispositivo constitucional. Não é
interpretação conforme a constituição, é a interpretação da
constituição de outra forma diferente do texto escrito. Neste
caso, como não poderia ser alterado por Emenda pois
configuraria inconstitucionalidade formal (alteração / exclusão
de cláusula pétrea), o STF cria a mutação por meio de alteração
da interpretação.
1) O poder constituinte derivado difuso irá ocorrer quando
o STF fizer a chamada mutação constitucional, quando o STF
interpretar a CF de outra forma sem que haja sua alteração
formal por meio de Emenda à Constituição.
8. Limitações ao Poder Constituinte Derivado
1) Expressas (positivadas)
1. Material - matérias que o poder derivado deve respeitar -
as chamadas cláusulas pétreas (60, 4o )
2. Formal - diz respeito a forma de criação da Emenda - art.
60, I a III e 2o, 3o, 5o.
3. Circunstancial - Artigo 60, 1o
1. Intervenção Federal
2. Estado de Defesa
3. Estado de Sítio
4. Temporal - após 5 anos - somente ao poder revisor previsto
no ADCT
1. A limitação temporal não se aplica ao poder
constituinte derivado reformador, mas sim ao poder
revisor (art. 3o do ADCT).
2) Implícitas (não positivadas)
1. Impossibilidade de modificação do titular do poder
constituinte
2. Impossibilidade de supressão das limitações expressas
3. Forma de governo república e sistema de governo
presidencialista.
4. Artigo 7o, XVIII (licença gestante de 120 dias), 150, III, b
(anterioridade tributária para os tributos de caráter fiscal -
direito fundamental de todos) e artigo 228 (polêmico -
penalmente imputáveis somente maiores de 18 anos - não
pode reduzir a maioridade penal é direito subjetivo dos
menores ser inimputáveis). STF diz que o 5o é
exemplificativo e que os direitos e garantias estão em todo
texto constitucional -
1. Presidencialismo e forma de governo República são
cláusulas pétreas implícitas. Aplicabilidade exaurida - o
povo soberano escolheu e ao cumprir o ADCT se exauriu.
• Titular do poder constituinte originário: Pela lógica representa
uma limitação, pois se não a criatura iria suprimir o próprio
criador.

• Exercente do poder de reforma: O Congresso Nacional não


pode transferir esse poder para outros órgãos, pois recebeu
procuração sem poderes para substabelecer.

• Procedimento da emenda constitucional (forma do exercício


do poder de reforma): Embora não possa ser reduzida a
rigidez do procedimento, pois é imutável, pode ser ampliado.

• Suspensão total ou parcial das cláusulas pétreas.

• Sistema de governo (Presidencialismo): Em razão da opção


pela manutenção do presidencialismo, realizada pelo titular
do poder constituinte originário no plebiscito de 1993.
• Tendo em vista que o plebiscito não foi um treino de
democracia, o seu resultado é vinculante. Entretanto, não é
imutável, pois nada impede que o eleitorado seja novamente
consultado através de um novo plebiscito.

1. INTERVENÇÃO FEDERAL (Arts. 34 A 36)


2. ESTADO DE DEFESA (Art. 136)
3. ESTADO DE SÍTIO ( Arts. 140 e141)
Os três são criados por decreto do Presidente da República. Se feito de
outro modo, padecerão de inconstitucionalidade formal. Os três são
chamados de legalidades extraordinárias temporárias. Os três são
considerados limitações circunstanciais às emendas constitucionais (ou
mudanças constitucionais).
Via de regra devem ser ouvidos o Conselho da República e o Conselho de
Defesa Nacional e existe controle político feito pelo Congresso Nacional,
salvo se for intervenção federal por requisição judicial (Adin
Interventiva) atenção! Comum na prova Cespe.
1.
INTERVENÇÃO FEDERAL
Comum (art. 34): União nos Estados membros ou no Distrito Federal
Anômala ou Incomum (art. 35, segunda parte): intervenção nos municípios
localizados em territórios federais. Não ocorre na prática pois no país não
há territórios.
1.1 Classificação (art. 34)
a) b) c)
De ofício (incisos I, II. III e V) Por solicitação dos poderes (inciso IV) Por
requisição judicial (incisos VI e VII)
2. ESTADO DE DEFESA (Art. 136)
Palavras Chaves: * preservar ou prontamente restabelecer, em locais
restritos e determinados, a ordem pública/ paz social (imprescindível)
* grave e iminente instabilidade institucional (institucional = no país)
* calamidade de graves proporções na natureza (prescindível)
Consiste na instauração de uma legalidade extraordinária por certo
tempo, em locais restritos e determinados.
Constatarão no decreto o tempo de duração que não poderá ser superior a
30 dias, portanto  Prazo: 30 dias prorrogáveis por mais 30 dias
Direitos Fundamentais que podem ser limitados/restringidos (relativização
dos direitos individuais em favor dos coletivos): Direito de reunião; Sigilo
de correspondências; Sigilo das comunicações telegráficas e telefônicas
Ocupação temporária de bens e serviços públicos, na hipótese de
calamidade publica.
3. ESTADO DE SÍTIO (Arts. 137 A 139)
PALAVRAS CHAVES: comoção grave de repercussão nacional ou ineficácia
do estado de defesa (problema interno) ou declaração de estado de
guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
O Decreto de Estado de Sítio indicará sua duração (exceto em caso de
guerra), as normas necessárias à sua execução e as garantias
constitucionais que ficarão suspensas (somente as do art. 139 no caso do
art. 137, I, da CF). Em caso de guerra a Constituição não estabelece
limites.
Prazo: não mais de 30 dias de cada vez. Limites a direitos - art. 139 “Em
caso de guerra eu vou para o sítio” – estado de sítio
Resposta a agressão armada estrangeira ou situação de beligerância
Nesse caso, não há prazo nem limites, possibilitando inclusive a pena de
morte.

Processo Legislativo (59-69)


O processo legislativo compreende a elaboração de:
A) Emenda à Constituição
B) Lei complementar
C) Lei ordinária
D) Lei Delegada
Lembrete - ler o artigo 68, 2o - Será por meio de resolução a
delegação do Congresso para que o Presidente da República edite
leis delegadas.
E) Medida Provisória
F) Decreto Legislativo - é a espécie normativa que irá regulamentar
as matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional,
previstas no artigo 49 da CF.
Observação:
b. Não existe sanção ou veto do Presidente da República nos
decretos legislativos (ver artigo 48). Decreto legislativo
regulamenta matéria interna corpori do Congresso (84,IV)
c. Freios e contrapesos --> 49 - V - sustar os atos normativos do Poder
Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação
legislativa;
G) Resolução - é uma espécie normativa que irá regulamentar as
matérias de competência privativa da Câmara e do Senado,
previstas respectivamente nos artigos 51 e 52 da CF. Exemplo
aprova a nomeação de ministros do Supremo.
d. Aqui também não há que se falar em deliberação executiva,
ou seja, sanção ou veto do Presidente da República. Ver artigo
48.
e. Lembretes:
i. Ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer algo
senão em virtude de lei (espécie normativa primária).
ii. O STF entendeu que as chamadas espécies normativas
secundárias, regra geral, não podem criar obrigações ou
restringirem direitos, sob pena de inconstitucionalidade.
Obs.: não há veto nem sanção presidencial na EC, em decretos
legislativos e em resoluções, nas leis delegadas, na lei resultante da
conversão, sem alterações, de MP.

CF

LC, LO, LD, MP, Dec. Leg. , Resol

Atos / Dec. Regulamentares:


A) executivo  art. 84,IV
B) Autônomo  art. 84, VI
(*autarquias em regime especial  art. 37, XIX)

Instruções, portarias, resoluções …  art. 87,II

Observações:

1. O decreto regulamentar autônomo é espécie normativa primária


pois incide na própria constituição.
2. O decreto regulamentar executivo atuam sobre as leis e por isso
são secundários.
3. As autarquias em regime especial (art. 37,XIX) - órgãos
reguladores - podem editar atos normativos criando obrigação
ou extinguindo direitos pois a lei que a criou permitiu isso
(originária da reforma do Estado, desestatização)
4. Não existe hierarquia entre as chamadas espécies normativas
primárias pois todas elas buscam validade na constituição.

Atenção!
O processo legislativo das leis complementares e ordinárias divide-
se em 3 fases:
1. Iniciativa
2. Constitutiva
1. Deliberação parlamentar
1. Discussão (CCJ)
2. Votação
2. Deliberação executiva
1. Sanção
2. Veto
3. Complementar
1. Promulgação
2. Publicação

Aula 4

- Comum ou geral – art. 61, CF – Compete a qualquer


membro ou cidadão propor a criação da lei.
- Privativa (delega atribuição a terceira
pessoa), mas pode-se entender como
“exclusiva”, ou seja, como indelegável. A
competência privativa dos arts. 22 e 84 da
CF é um exemplo de competência privativa
(delegável).
- Concorrente – art. 60, CF – o povo, titular

Iniciati
va
do poder constituinte, não pode propor
alteração da CF (Emenda) – Esta iniciativa é
aquela que compete a mais de 1 pessoa de
propor alteração da CF.
- Solicitadora – Quando os parlamentares
estiverem sem tempo para exercer a função
típica de legislar, o presidente da republica
pode solicitar ao congresso a delegação a
ele da possibilidade de criar a Lei delegada
(art. 68, CF)
- Popular – É a possibilidade dos cidadãos
proporem a criação de uma lei. Requisitos da
iniciativa popular: (1) 1% no mínimo de
assinaturas de todo o eleitorado nacional;
(2) Essas assinaturas devem percorrer, no
3 mínimo, 5 Estados; (3) Cada Estado deve
FASES assinar com, no mínimo, 0,3% dos seus
eleitores.
- Parlamentar (parlamentares propondo
criação da lei) ou Extraparlamentar (pessoas
que não são parlamentares propõem a
criação da lei)

Discuss
CCJ
ão
Deliberaçã
o
Parlament
Votação
ar
Constituti
va
Sanção
Deliberaçã
o
Executiva Veto

Promulgaç
ão
Complement
Publicaç ar
ão

Observações:
1) Fase da iniciativa: A fase da iniciativa é aquela em que
começa o processo legislativo. Nesta fase, deve-se fazer a
seguinte pergunta:

Quem pode propor a criação da lei?

2) Casa iniciadora:

Regra geral, a Casa iniciadora será a Câmara, salvo quando


um projeto de lei for proposto por mais da metade das
Assembléias Legislativas ou por Senadores.

3) CCJ (Comissão de Controle e Justiça) – A função da CCJ é


emitir parecer vinculativo pela constitucionalidade ou
inconstitucionalidade do projeto de lei. Perceba que o projeto
de lei só irá para o plenário da casa iniciadora se a CCJ emitir
parecer vinculativo pela sua constitucionalidade, pois, caso
contrário, o projeto será arquivado. É a CCJ que irá realizar o
primeiro controle de constitucionalidade do projeto de lei. Ela
é quem faz a primeira análise de constitucionalidade no
processo de criação da lei. O projeto de lei só vai para o
plenário se a CCJ aprovar (caso contrário, o projeto é
arquivado). Quando a lei nasce, possui presunção relativa de
constitucionalidade.

4) Casa revisora: Regra geral, o Senado será a Casa a Revisora,


salvo nas hipóteses da observação número 2 (+ da metade
das assembléias ou senado como iniciadora).

A casa revisora possui 3 funções:

- Aprovar;

- Emendar;

- Rejeitar o projeto de lei (será arquivado)

Se aprovar ótimo ... Irá encaminhar o projeto de lei para deliberação


executiva, ou seja, sanção ou veto do Presidente da República.

Se emendar, a casa revisora irá devolver o projeto de lei para


apreciação da casa iniciadora. A casa iniciadora, concordando ou
não com a alteração feita pela revisora, irá remeter o projeto de lei
para deliberação executiva.

Se rejeitar, o projeto será arquivado.

Lembretes:

o Regra geral, projeto de lei rejeitado ou havido por


prejudicado não será objeto de nova apreciação na
mesma sessão legislativa, salvo se a maioria
absoluta dos membros da Câmara ou do Senado
assim quiserem.

o Nunca uma Emenda a CF ou Medida provisória, se


rejeitadas, poderão ser reapreciadas no mesmo ano
– Limitação expressa formal - (art. 60, § 5º A
matéria constante de proposta de emenda rejeitada
ou havida por prejudicada não pode ser objeto de
nova proposta na mesma sessão legislativa).

5) Sanção: é o ato de concordância do Presidente da República


com o Projeto de Lei.

Prazo para a sanção: 15 dias úteis.

A sanção pode ser:

- Expressa

- Tácita – O silêncio do Presidente da Republica implica em


sanção. Seria o silêncio eloqüente.

IMPORTANTE: A lei nasce (parto normal) na sanção. O


Presidente sanciona, promulga e publica no mesmo ato – ato
contínuo (tudo no mesmo ato). Promulgação é o registro da lei (é
onde se atesta aos cidadãos que ela existe e é válida). Art. 84, IV,CF
(competência exclusiva).

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir
decretos e regulamentos para sua fiel execução;
6) Promulgação: É o registro da lei. É onde se atesta que a lei
existe e é válida.

7) Publicação: É o ato de dar ciência ao povo do surgimento de


uma nova espécie normativa, para que este povo não venha a
descumprir a lei alegando desconhecimento.

8) Vacatio Legis:

Conceito: “É o ato que vai da publicação à entrada em vigor


efetiva da lei.”

Obs.: Salvo disposição em contrário, a lei entrará em vigor em


nosso país 45 dias após a sua publicação e, no estrangeiro, quando
se aplicar a lei brasileira, 3 meses após sua publicação.

9) Veto: É o ato de discordância do Presidente da República com


o projeto de lei.

Prazo: 15 dias úteis.


Política – Quando o presidente
entende que o projeto de lei
- Total não é de interesse do povo.
Jurídica – É quando o
presidente entende que o
projeto de lei é inconstitucional.
Obs.: o veto jurídico realizado
pelo poder executivo é o
O veto pode ser segundo momento do controle
de constitucionalidade
preventivo do projeto de lei!

- Parcial

Política – quando é interesse do


povo
Jurídica – quando há

Lembrete 1: O art. 66, §2º - o veto parcial somente abrangerá


texto integral de artigo, Parágrafos, incisos ou alíneas. Não
confundir com o princípio da parcelaridade do controle de
constitucionalidade (STF pode declarar inconstitucional apenas uma
palavra etc.)

Lembrete 2: O veto deve ser motivado, sob pena de ser


considerado sanção tácita.

Lembrete 3: o presidente da República deverá informar, no prazo


de 48 hr, os motivos do veto ao presidente do Senado para que este
instaure sessão conjunta no Congresso Nacional para deliberar, no
prazo de 30 dias, no que tange a derrubada ou não do veto do
Presidente da República.

Lembrete 4: Se o Congresso mantiver o veto, o projeto será


arquivado, e se ele derrubar o veto, a lei nascerá (parto
cesariana). A lei deve ser promulgada de qualquer forma pelo
presidente da República, mesmo contra sua vontade (art. 66, §5º).
Se passar de 48 hr, quem promulga é o presidente do Senado (art.
66, §7º).

Lembrete 5: Por mais que o Congresso derrube o veto, ele deverá


remeter a lei para o Presidente da república promulgar, e se este
não a promulgar no prazo de 48 hr, aplicar-se-á a regra contida no
artigo 66, §7º, CF.

Art. 66, § 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito


horas pelo Presidente da República, nos casos dos §§ 3o e 5o, o
Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual
prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.

Espécies Normativas

1) Emenda a CF:

É assegurado aos membros do poder legislativo o direito público


subjetivo à correta formação de espécies normativas, impedindo a
tramitação de emendas constitucionais e de leis que incidam em
vícios constitucionais, como por exemplo, é possível a concessão de
um mandado de segurança contra ato do Presidente de uma Casa
Legislativa que admita a tramitação de uma proposta de emenda
constitucional que pretenda a supressão de uma cláusula pétrea.

 Para uma emenda ser aprovada, deverá passar por meio


de dupla votação em cada casa do Congresso e quorum de
3/5 de seus membros.

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

I – de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados


ou do Senado Federal;

II – do Presidente da República;

III – de mais da metade das Assembléias Legislativas das Unidades


da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria
relativa de seus membros.

§ 2o A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso


Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em
ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.

§ 3o A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da


Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo
número de ordem.

 No processo de iniciativa de criação de uma emenda, o


Presidente da República só participa do início (mediante
proposta), não sancionando nem vetando nada. Art. 60, §3º
- quem promulga são as mesas da Câmara e do Senado.

 Não existe deliberação executiva, ou seja, sanção ou


veto do Presidente da República, nas emendas a CF.

 A emenda nasce na promulgação, enquanto a lei nasce


na deliberação executiva (sanção – promulgação –
publicação)!

2) Lei Complementar e Lei Ordinária: só existem duas


diferenças:

 Campo de atuação:

O campo de atuação da LC é taxativo, ou seja, tudo


aquilo que não for de competência da LC, será de competência da
LO.

Art.5, XXXII, CF (“o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do


consumidor”  Lei Ordinária).

Art. 22, p.u., CF – trata de lei complementar e delegação de


competência privativa.

Art. 18, § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se


ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos
Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população
diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso
Nacional, por lei complementar.

Lei ordinária e Lei Complementar não possuem hierarquia.

Existe privilégio da LC, podendo incidir no campo de atuação da LO,


mas a LO poderá revogar LC nesta hipótese (quem pode mais pode
menos)  quórum para aprovação.

 Quórum para votação:

Para aprovação da Lei Complementar será necessário


quórum de maioria absoluta (50% + 1 de todos os membros), já
para aprovação da Lei Ordinária, maioria simples ou relativa (seria
50% + 1 dos presentes – tendo que estar presente a maioria
absoluta, ou seja, 50% +1 de todos os membros)- art. 47 – LO e art.
69 – LC, CF.

Maioria qualificada seria 2/3 ou 2/5.

Lembrete: Em casos excepcionais, a LO poderá revogar a LC, se


esta invadir o campo de atuação da LO (caso COFINS).

3) Medida Provisória: Em casos de relevância e urgência


constitucional, pode o Presidente da República editar medida
provisória, com força de lei, devendo encaminhá-la de imediato para
apreciação do Congresso Nacional.

Obs 1.: Medida Provisória não é lei, mas possui força de lei.

Prazo de validade: 60 dias, prorrogáveis uma única vez por igual


período.

IMPORTANTÍSSIMO: art. 62, §2º.

§ 2o Medida provisória que implique instituição ou majoração de


impostos, exceto os previstos nos artigos 153, I, II, IV, V, e 154, II, só
produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido
convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.

Art. 150, § 1º.

Art. 62, §2º - A ressalva aos impostos II, IE, IPI, IOF e IEG deve-se ao
fato de que referidos impostos não estão sujeitos ao princípio da
anterioridade, por expressa disposição do art. 150, § 1º, da CF.

Aula 5

Controle de Constitucionalidade

Conceito: Visa averiguar a compatibilidade material ou formal de


leis ou atos normativos em face da Constituição.

Lembrete 1: Só existe controle de constitucionalidade nas


Constituições rígidas, pois é esta rigidez constitucional que irá
fundamentar o princípio da supremacia da Constituição em face das
demais normas.

Lembrete 2: Com exceção da inconstitucionalidade congênita


(quando a lei já nasce com deficiência de forma, já nasce morta),
não há que se falar em inconstitucionalidade de leis pré-
constitucionais, pois sempre será critério de recepção ou não
recepção.
Parâmetro para o controle de constitucionalidade:

 CF

 CE/LODF

 Leis orgânicas Municipais

LEIS: Federal, Estadual, Distrital (com característica Estadual e


Municipal), Municipais

Atos Normativos: Federais, Estaduais, Distrital (com


característica Estadual e Municipal), Municipais.

1º hipótese: Se a CE ou a LODF contrariar a CF, caberá ADI no STF.

2º hipótese: Nunca caberá ADI de lei ou atos normativos


municipais em âmbito do STF, pois uma lei ou ato normativo
municipal só chegará ao STF, no intuito da apreciação de sua
constitucionalidade ou inconstitucionalidade, em sede de controle
difuso ou ADPF.

3º hipótese: Se a lei orgânica do Município, leis ou atos normativos


estaduais e municipais contrariarem a CE, caberá ADI, não no STF,
mas sim no TJ local.

4º hipótese: Se leis ou atos normativos federais, estaduais ou


distritais com característica estadual contrariarem a CF, caberá ADI
em âmbito do STF.

Lembrete: Qualquer tipo de Súmula nunca poderá ser parâmetro


para controle de Constitucionalidade em face da CF (ADI) em
virtude da ausência de força normativa, ou seja, generalidade e
abstração.
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por
provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros,
após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar
súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá
efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário
e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal,
estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou
cancelamento, na forma estabelecida em lei.
§ 1o A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a
eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja
controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a
administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e
relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.
§ 2o Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a
aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser
provocada por aqueles que podem propor a ação direta de
inconstitucionalidade.
§ 3o Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a
súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá
reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a
procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão
judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou
sem a aplicação da súmula, conforme o caso.
5º hipótese: O simples tratado internacional, em virtude de possuir
status de lei ordinária federal, se contrariar a CF, caberá ADI ao STF.

Lembrete: Bloco de Constitucionalidade – É a CF, seus


princípios implícitos ou não positivados (princípio da razoabilidade
ou proporcionalidade) e os tratados internacionais sobre direitos
humanos aprovados nos parâmetros do art. 5º, §3º, ou seja, dupla
votação em cada Casa do Congresso e quórum de 3/5 de seus
membros, adquirindo, assim, status de norma constitucional.

6º hipótese: Se leis ou atos normativos federais, estaduais ou


distritais com característica estadual contrariarem tratados
internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados nos
termos do art. 5º, §3º, caberá ADI ao STF contra a referida lei ou ato
normativo.

Lembrete: Norma de reprodução obrigatória – princípio da


simetria constitucional: existem normas de reprodução obrigatória
da CF nas Constituições Estaduais.

Se houver controle de constitucionalidade (concentrado ou


abstrato) em âmbito estadual em face de norma de reprodução
obrigatória da CF na CE, por mais que, em tese, a palavra final seja
do TJ local, nesta hipótese específica, caberia RE ao STF, sob pena
de usurpação de sua competência. Não cabe ação rescisória em
sede de ADI neste caso. Caberia, no máximo, embargos de
declaração.

ATENÇÃO:

1) Uma lei poderá ser declarada inconstitucional em virtude


de dois vícios: VÌcio formal (monodin‚mica) ir· ocorrer quando a lei
n„o respeitar a forma preestabelecida na CF para sua
criaÁ„o.
Subjetivo ñ o sujeito que criou a lei n„o era
competente (vÌcio na 1™ fase do processo legislativo,
Vício Formal ou seja, fase da iniciativa).
Objetivo ñ ocorre quando n„o h· o respeito das
demais fases do processo legislativo.
A inconstitucionalidade monodin‚mica/formal diz
respeito ao dinamismo de criaÁ„o de lei, ou seja, a sua
forma de criaÁ„o.

VÌcio Material (monoest·tica) ocorre


Vício Material quando o texto/ a matÈria da lei for
incompatÌvel com o texto/a matÈria da
ConstituiÁ„o.

2) Existem dois momentos para se averiguar a


constitucionalidade ou inconstitucionalidade das leis, quais sejam:
Ser· realizado em face do projeto de lei
 Poder Legislativo na CCJ
 Poder Executivo no Veto JurÌdico
ExceÁ„o: Mandado de seguranÁa do
parlamentar, no controle difuso/concreto,
Controle prévio ou para n„o participar de sess„o plen·ria de
criaÁ„o de lei absurdamente
preventivo inconstitucionais (Art. 60, ß4∫) ñ Neste
caso, a doutrina entende que o Poder
Judici·rio (STF) declara indiretamente a
inconstitucionalidade prÈvia do projeto
de lei.
Ser· realizado em face de lei
propriamente dita.
 Poder Judici·rio
ExceÁ„o: Medida ProvisÛria editada pelo
Presidente da Rep˙blica, que deve
Controle posterior ou submetÍ-la ao Congresso Nacional para
repressivo uma an·lise dos pressupostos de
constitucionalidade ñ relev‚ncia e urgÍncia
- (art. 62, ß5∫ - Controle posterior ou
repressivo de constitucionalidade realizado
pelo Poder Legislativo) e Lei Delegada
(art. 68, ß3∫ + art. 49, V).
3) Existem dois tipos de controle de constitucionalidade, quais
sejam:

Difuso: chamado também de incidental, por via de exceção ou


concreto.

Concentrado: chamado também de abstrato, por via de ação e


objetivo.

Controle Difuso/Incidental/Por via de


Exceção/Concreto

Conceito: Visa averiguar de forma concreta a compatibilidade


material ou formal de leis ou atos normativos em face da
Constituição.

Obs1.: No controle difuso, a inconstitucionalidade não está


vinculado ao “pedido”, mas sim à “causa de pedir”.

Obs2.: Cabe a qualquer juiz ou tribunal, no controle difuso, declarar


a inconstitucionalidade da lei ou de ato normativo.

Lembrete: Princípio da reversa de Plenário não é desmerecido


quando o juiz declara a inconstitucionalidade (se o incidente de
inconstitucionalidade já estiver julgado pelo plenário, o juiz, órgão
fracionários, se baseará nele para declarar a inconstitucionalidade) –
art. 97, CF – somente por meio da maioria absoluta dos membros do
respectivo órgão especial o tribunal poderá declarar a
inconstitucionalidade da lei ou ato normativo – Isto seria o incidente
de inconstitucionalidade no processo (o juiz para a ação porque este
incidente é prejudicial da ação) – art. 481, p.u., CPC e Súmula
vinculante nº 10

Art. 481. Se a alegação for rejeitada, prosseguirá o julgamento; se for acolhida,


será lavrado o acórdão, a fim de ser submetida a questão ao tribunal pleno.

Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao


plenário, ou ao órgão especial, a argüição de inconstitucionalidade, quando já
houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre
a questão.

Súmula Vinculante nº 10 - "Viola a cláusula de reserva de


plenário ( CF , artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal
que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de
lei ou ato normativo do Poder Público, afasta a sua incidência no
todo ou em parte."

Obs3.: O controle difuso poderá ser argüido incidentalmente por


qualquer pessoa, em qualquer tipo de processo, inclusive Ação
Civil Pública, quando os efeitos desta for inter partes, pois se a
decisão de mérito da Ação civil pública for gerar efeitos erga omnes
já não seria possível a análise da constitucionalidade da lei ou do
ato normativo, sob pena de usurpação da competência do STF.

Obs4.: O TCU pode exercer controle de constitucionalidade difuso


de leis ou atos normativos contrários a CF.

Efeitos da decisão em sede de controle difuso:

Inter Partes – somente entre as partes

Ex-tunc (Teoria da nulidade) – efeitos retroativos

Da figura do Senado em sede de Controle Difuso (art. 52,X):

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:


X – suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada
inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;

Passaria a ter efeitos erga omnes e ex nunc (Teoria da


nulidade – em controle concentrado, é teoria da anulabilidade) após
a modulação do Senado.

O Senado entra para modular os efeitos da decisão do STF no


âmbito do controle difuso.

Lembrete: com o surgimento da Súmula Vinculante pela EC nº45, o


art. 52, X, CF passou a ser letra morta. Isso porque, se o Senado não
quiser suspender a execução da lei, no todo ou em parte, o STF
edita Súmula vinculante.

Importantíssimo: O STF entendeu que seria possível também a


modulação dos efeitos da decisão em sede de controle difuso para
erga omnes (no mandado de injunção 712 do Pará) e para ex nunc
(no caso do número de vereadores do município Miraestrela de SP –
O STF declarou inconstitucional os 11 vereadores – devem ser 9 –
em sede de ação civil pública com efeito inter partes mas com
efeitos ex nunc, isso porque os atos praticados pelos vereadores
não poderiam ser extintos). Art. 27, Lei da ADI (nº 9868)

Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em


vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o
Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir
os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu
trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.

Controle Concentrado
Conceito: Visa averiguar de forma abstrata a constitucionalidade
de leis ou atos normativos em face da CF.

Obs1.: Aqui a inconstitucionalidade é o “pedido” e não a “causa de


pedir”.

Lembrete: “Causa de pedir aberta”  O STF ao averiguar a


compatibilidade material ou formal da lei em face da CF , em sede
de controle abstrato de constitucionalidade, não está vinculado à
“causa de pedir”, ou seja, aos fundamentos do pedido, porém já
está vinculado ao “pedido”. Exceção: Inconstitucionalidade por
arrastamento – quando a inconstitucionalidade não pode se
restringir apenas ao(s) artigo(s) determinado(s) no pedido, ou seja,
por mais que o STF esteja vinculado ao “pedido”, seria possível a
declaração de inconstitucionalidade de outros dispositivos, se tal
fato ocorrer em virtude da conseqüência lógica do pedido principal.

Aula 6

Controle Concentrado
Conceito: visa averiguar a compatibilidade material ou formal de
leis ou atos normativos de forma abstrata em face da constituição.
A inconstitucionalidade não é a causa de pedir, e sim o próprio
pedido.

Obs3.: Enquanto no controle difuso cabe a qualquer juiz ou tribunal


declarar a lei inconstitucional, no controle concentrado, só o STF
(quando o parâmetro for a CF) ou o TJ local (quando o parâmetro for
a CE) é que poderão declarar leis ou atos normativos
inconstitucionais.

Obs4.: no controle difuso cabe a qualquer pessoa em qualquer


ação argüir incidentalmente a inconstitucionalidade de uma lei.
Neste caso, não é qualquer pessoa que poderá propor uma ADI, mas
tão somente os legitimados do art. 103, CF.

Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a


ação declaratória de constitucionalidade:
I – o Presidente da República; II – a Mesa do Senado Federal; III – a
Mesa da Câmara dos Deputados; IV – a Mesa de Assembléia
Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V – o
Governador de Estado ou do Distrito Federal; VI – o Procurador-Geral
da República; VII – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil; VIII – partido político com representação no Congresso
Nacional; IX – confederação sindical ou entidade de classe de
âmbito nacional.
§ 1o O Procurador-Geral da República deverá ser previamente
ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos
de competência do Supremo Tribunal Federal.
§ 2o Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para
tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder
competente para a adoção das providências necessárias e, em se
tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.
§ 3o Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a
inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo,
citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o
ato ou texto impugnado.
§ 4o Revogado. EC no 45, de 8-12-2004.

Lembrete: quem são os legitimados do artigo 103 da CF?

• Presidente da República

• Mesa do Senado Federal

• Mesa da Câmara dos Deputados

• Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do


Distrito Federal

• Governador de Estado ou do Distrito Federal

• Procurador-Geral da República

• Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil

• Partido político com representação no Congresso Nacional

• Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito


nacional
** Legitimados universais

** Legitimados não universais

Cuidado!!: Legitimados universais ≠ dos não universais 


destes nove legitimados, 6 são universais, ou seja, não precisam
demonstrar a pertinência temática.

Legitimados universais: São aqueles que não precisam


demonstrar pertinência temática (é a relação de causa e efeito com
a lei ou ato normativo que está se impugnando).

A pertinência temática visa impedir uma quantidade muito grande


de ADIns no STF (visa impedir perseguição política etc.).

Lembrete: A pertinência temática possui previsão legal? Não! A


pertinência temática é uma criação jurisprudencial do STF
(jurisprudência restritiva).

Atenção: O controle concentrado ocorre por meio de 5 ações:

• ADIN genérica

• ADIN interventiva

• ADIN por omissão

• ADC

• ADPF

ADIN genérica

Conceito: Visa averiguar de forma abstrata a compatibilidade


material ou formal de leis ou atos normativos em face da CF.

Obs1.: Não existe prazo para propositura de ADIN, pois são ações
imprescritíveis.

Obs2.: Após a propositura da ADIN, não cabe pedido de


desistência.

Lei 9868/99, art. 5º

Art. 5o Proposta a ação direta, não se admitirá desistência.

Obs3.: Não cabe intervenção de terceiros em sede de ADIN


(Assistência, Oposição, Chamamento ao processo, Nomeação a
autoria e Denunciação da lide).
Lembrete: “Amicus Curiae” não é terceiro, é o amigo da Corte.
Existem algumas matérias que os Ministros do STF não tem
conhecimento técnico suficiente sobre o assunto (Ex.: Caso dos
anencéfalos, das células embrionárias etc.). Art. 7º, §2º.

Com base na lei nº 9868/99, art. 7º, §2º, não caberia recurso da
decisão monocrática que indeferiu o “Amicus curiae”. Porém, na
prova de Procurador de Aracaju (CESPE/2007), a banca examinadora
entendeu que seria possível, até porque existem dois julgados
isolados no STF em que se admitiu recurso.

Art. 7o Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de


ação direta de inconstitucionalidade.
§ 1o VETADO.
§ 2o O relator, considerando a relevância da matéria e a
representatividade dos postulantes, poderá, por despacho
irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior,
a manifestação de outros órgãos ou entidades.
Obs4.: Com exceção do embargo de declaração (quando a
sentença for contraditória, obscura ou omissa), não cabe recurso da
decisão de mérito em sede de ADIN, ou seja, nunca caberá ação
rescisória.
Obs5.: Da decisão que negar a petição inicial cabe algum recurso?
Cabe! Agravo regimental. Art. 4º, p.u., Lei 9868. Da decisão
monocrática que indefere a inicial, caberá agravo regimental ao
STF.
Art. 4o A petição inicial inepta, não fundamentada e a
manifestamente improcedente serão liminarmente indeferidas pelo
relator.
Parágrafo único. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição
inicial.

O STF admite em sede de ação direta de inconstitucionalidade, o


controle de constitucionalidade de medidas provisórias.

Da figura do PGR em sede de ADIN

Além de ser legitimado para a propositura de uma ADIN, a


função do PGR é emitir Parecer Opinativo pela constitucionalidade
ou inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo que está se
impugnando.

Lembrete: O PGR sempre deve emitir parecer opinativo? Não.


Quando a ADIN for proposta pelo PGR, será dispensada a sua
manifestação após o prazo para as informações.

Da figura do AGU em sede de ADIN

Sempre defenderá o ato normativo ou lei que está sendo


impugnado. No entanto, existem 2 exceções (antes eram 3):

1) Quando o STF já tiver se manifestado pela


inconstitucionalidade de lei ou ato normativo.

2) Em sede de ADC.

Vai cair na prova: A terceira exceção era a ADI por omissão (que
visa combater a omissão do legislativo para regulamentar um
direito) - Lei nº 12.063 incluiu o art. 12-E, §2º, o qual diz que será
facultado ao relator ouvir o AGU na ADI por omissão (prazo de 15
dias)! Também cabe cautelar em ADI por omissão (antes não cabia;
essa alteração veio com esta lei).

Efeitos da decisão em sede de ADI

3 efeitos:

• Erga omnes

• Vinculante

Exceto: Não vincula o Poder legislativo, sob pena de


petrificação da CF. O efeito vinculante é em face do Poder
judiciário e Executivo.

• Regra geral, ex tunc

Lembrete: Quando houver interesse social ou o princípio da


segurança jurídica estiver em jogo, o STF, por 2/3 dos seus
membros (oito ministros), poderá modular os efeitos da decisão
para ex nunc ou pro futuro (art. 27, Lei nº 9868/99).

Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo,


e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional
interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de
dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela
declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu
trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.

Importantíssimo: Não existe a figura do Senado no controle


concentrado de constitucionalidade, pois os efeitos da decisão já
seriam erga omnes.

ADI interventiva
Conceito: No intuito de prestigiar o pacto federativo, ou seja,
quando houver afronta ao artigo 34, VI, primeira parte, (recusa a
execução de lei federal) ou VII (princípios constitucionais sensíveis),
o PGR poderá propor uma ADIN interventiva no STF no intuito de ser
decretada a intervenção federal.

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal,
exceto para:
I – manter a integridade nacional;
II – repelir invasão estrangeira ou de uma Unidade da Federação em
outra;
III – pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV – garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas Unidades
da Federação;
V – reorganizar as finanças da Unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos
consecutivos, salvo motivo de força maior; b) deixar de entregar aos
Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro
dos prazos estabelecidos em lei;
VI – prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII – assegurar a observância dos seguintes princípios
constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação
de contas da administração pública, direta e indireta; e) aplicação
do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de
saúde.

Obs1.: O PGR é o único legitimado para propositura da ADIN


interventiva (art. 36, III). PGR, PGJ (Estados).

Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: […]


III – de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de
representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art.
34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal.

Intervenção Federal:

• Espontânea: É ato discricionário do Presidente da República


(ele decreta e o CN aprova)

- em defesa da unidade nacional

- em defesa da ordem pública


- em defesa das finanças públicas

• Provocada: é ato vinculado

- STF
- por - STF, STJ e TSE
requisição - PGR (ADIN
(obrigado a interventiva) dar
resposta)

- por solicitação dos chefes dos Poderes


legislativo ou executivo local. (não é obrigado a dar
resposta)

Conceito de Intervenção Federal: Visa prestigiar a autonomia do


ente federativo, ou seja, o próprio pacto federativo em si.

 Não existe hierarquia entre os entes federativos, porque eles são


autônomos.

Cuidado: A intervenção federal é uma medida excepcional, pois


toda vez que o Presidente da República decretar intervenção
federal, o mesmo irá retirar parcela da autonomia do ente
federativo (auto-governo e auto-regulamentação). Por tal motivo, é
que a intervenção federal deverá passar pela aprovação (diferente
de autorização) do CN (controle político – sistema de freios e
contrapesos), exceto nas hipóteses de ADIN interventiva (art. 34, VI
e VII), pois nesses casos será dispensada aprovação pelo CN (art.
36, §3º)

Art. 36 [...] § 3o Nos casos do artigo 34, VI e VII (princípios


constitucionais sensíveis), ou do artigo 35, IV (quando o Estado
interfere no Município), dispensada a apreciação pelo Congresso
Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a
suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao
restabelecimento da normalidade.

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da


República que atentem contra a Constituição Federal e,
especialmente, contra: [...]
II – o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do
Ministério Público e dos Poderes Constitucionais (autonomia) das
Unidades da Federação;

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: […]


IV – aprovar (não é AUTORIZAÇÃO) o estado de defesa e a
intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender
qualquer uma dessas medidas;

Obs.: Aprovar é diferente de autorizar. Na autorização, deve haver


a prática anterior do ato de intervenção.

Neste caso, o PGR irá propor uma ADI interventiva ao STF. O STF irá
dar uma “ordem” ao Presidente para decretar a intervenção.

A ADI interventiva é um ato vinculado (deixa de ser ato


discricionário do Presidente da República) e será dispensada a
aprovação pelo CN (porque o custus legis está atuando).

Art. 36 [...]

§ 1o O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o


prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o
interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou
da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro
horas.

Pergunto-lhes:

Quem intervém em quem? A União irá intervir nos Estados e DF;


os Estados intervirão nos Municípios. Porém, excepcionalmente, a
União poderá intervir no município quando este estiver dentro de
território federal.

Quem decreta intervenção Federal? Sempre será decretada


pelo Presidente da República.

Quem aprova? O Congresso Nacional, salvo nas hipóteses da ADIN


interventiva, em virtude de ser dispensada a aprovação pelo CN.

Aula 7

ADIN interventiva

Importantíssimo 1: o único legitimado a propor uma ADIN


interventiva é o PGR.

Na intervenção federal não haverá nem a restrição de direitos,


muito menos a suspensão das garantias (art. 5º, CF).

No entanto, no estado de defesa haverá restrição de direitos (art.


136, §1º, I, CF – SÃO ESPÉCIES NORMATIVAS DECLARATORIAS) e no
estado de sítio poderá haver tanto a restrição de direitos (se for
decretado com base no art. 139, CF), quanto a suspensão de
garantias (Se for decretado com base no art. 137, II. AS GARANTIAS
SÃO ESPÉCIES NORMATIVAS ASSECURATÓRIAS).
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da
República e o Conselho de Defesa Nacional (arts. 90 e 91, CF),
decretar estado de defesa para preservar ou prontamente
restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública
ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade
institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções
na natureza.
§ 1o O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo
de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e
indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a
vigorarem, dentre as seguintes:
I – restrições aos direitos de:
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da
República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso
Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de:
I – comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos
que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de
defesa; (em locais restritos e determinados)
II – declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada
estrangeira. (em todo território nacional)
Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização
para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os
motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacional
decidir por maioria absoluta.
Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as
normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais
que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da
República designará o executor das medidas específicas e as áreas
abrangidas.
§ 1o O estado de sítio, no caso do artigo 137, I, não poderá ser
decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado, de cada vez, por
prazo superior; no do inciso II, poderá ser decretado por todo o
tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira.
§ 2o Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante o
recesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de imediato,
convocará extraordinariamente o Congresso Nacional para se reunir
dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato.
§ 3o O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o
término das medidas coercitivas.
Importantíssimo 2: A CF não estabelece prazo da duração da
intervenção federal, porém estabelece prazo de duração do estado
de defesa (30 dias, prorrogáveis 1 vez por igual período) e do
estado de sítio (30 dias, prorrogáveis infinitamente pelo mesmo
período), se for decretado com base no art. 137, I, ou pelo período
que durar a guerra ou a invasão armada estrangeira, se for
decretado com base no art. 137, II.
Importantíssimo 3: A oitiva do Conselho da República (art. 90, I,
CF) ou do Conselho de Defesa Nacional (art. 91, §1º, II, CF) para
decretação da intervenção federal é facultativa, porém a oitiva
prévia de ambos os Conselhos seria obrigatória para a decretação
do estado de defesa e do estado de sítio.
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:
I – intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;
II – as questões relevantes para a estabilidade das instituições
democráticas.
§ 1o O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado
para participar da reunião do Conselho, quando constar da pauta
questão relacionada com o respectivo Ministério.
§ 2o A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da
República.
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do
Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania
nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como
membros natos: […]
§ 1o Compete ao Conselho de Defesa Nacional:
I – opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da
paz, nos termos desta Constituição;

Importantíssimo 4: A intervenção federal será decretada em todo


o espaço geográfico territorial dos Estados ou do DF; já o estado de
defesa será decretado em locais restritos e determinados; e o
estado de sítio poderá ser decretado tanto em lugares restritos e
determinados (se for decretado com base no art. 137, I, CF), quanto
em todo o território nacional (se for decretado com base no art.
137, II, CF).

Importantíssimo 5: A CF não poderá ser emendada na vigência de


intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio – limitação
expressa circunstancial ao poder de reforma (art. 60, §1º, CF).

ADI por Omissão

Lembrete: A lei nº 12.063/09 regulamentou o processo da ADO (lei


nº 9868) , trazendo duas novidades:

1) É possível a concessão de medida cautelar (liminar) em


sede de ADO.
2) A oitiva do AGU, que antes da nova lei era dispensada,
hoje é facultativa (art. 12-F, lei 9868/99).

Conceito: Visa combater a síndrome da ineficácia da norma


constitucional, ou seja, tem como finalidade regulamentar
dispositivo constitucional toda vez que faltar lei posterior para
regulamentá-lo.

Obs1.: Os legitimados para a propositura da ADO são os mesmos


da ADIN genérica (art. 103, CF).

Obs2.: Os efeitos da decisão em sede de ADO são os mesmos da


ADI genérica. A decisão em sede de ADO não vincula o Legislativo
(é o chamado apelo ao legislador - art. 103, §2º, CF). No entanto,
a decisão em sede de ADI genérica ou por omissão vincula o Poder
judiciário e Executivo. Assim, se a omissão for do Executivo, o STF
dará um prazo de 30 dias para solucionar a omissão, sob pena de
responsabilização da autoridade administrativa (inclusive com a
possibilidade do Presidente cometer crime passível de impechament
- art. 85, VII, CF) e de ulterior regulamentação por meio da chamada
sentença positiva por parte STF, sempre respeitando o princípio
da reserva do possível (entendimento jurisprudencial).

D) Nos últimos dois anos, a jurisprudência do STF evoluiu quanto aos efeitos das decisões
que reconhecem a omissão do legislador, seja em sede de ADI por omissão, seja em sede de
mandado de injunção. De um caráter meramente declaratório e mandamental, passou a
fixar prazo razoável para que o Congresso Nacional supra a omissão, chegando até a
proferir sentenças de perfil aditivo.
A letra "D" foi dada pelo gabarito como correta. E está correta. Agora o final pode cheirar pegadinha,
afinal o que é sentença de perfil dativo?
É a sentença que visa ou decide regular matérias em que existe uma lacuna legislativa por parte do
Poder Legislativo. O objetivo da sentença de perfil aditivo é simples, o STF busca no ordenamento
jurídico a norma análoga, para disciplinar o caso omisso, até que o legislativo forneça uma lei para
regular a máteria. É o caso da greve dos servidores públicos estatutários, que não possuem um
regramento infraconstitucional, por omissão do parlamento brasileiro em desobediência a Constituição
Federal. O STF decidiu politicamente que a lei de greve do serviço privado, será aplicada até que venha
a lei específica ao servidores públicos estatutários. Assim, o STF apenas utilizou o que já existe no
mundo jurídico, o que é preexistente para suprir o vácuo normativo.
Dener Maia

A questão acima gira em torno de 2 teorias: a teoria concretista e a


teoria não concretista.Como todos nós sabemos uma das espécies
de ADI é a ADI por omissão,que se apresenta nos casos onde há a
inconstitucionalidade de uma lei não por ela está indo contra as
normas constitucionais mais sim por uma omissão inconstitucional
tendo como foco na garantia da efetividade das normas
constitucionais.Quanto aos seus efeitos é que surge a teoria da
concretização,depois de descoberta pelo judiciário a
inconstitucionalidade por parte do legislador é dado ciência ao
Congresso Nacional para que a mesma seja suprimida, tendo em
vista sanar a inconstitucionalidade, daí surgem as duas vertentes da
teoria da concretização.Na teoria não concretista o judiciário não
poderá legislar quanto a omissão reconhecida pois fere o princípio
da separação dos poderes,esperando a boa vontade do Legislativo
em sanar tal vício.Como a população não pode ficar prejudicada em
relação a tal inconstitucionalidade surgiu a teoria Concretista direta
que diz que o Legislativo depois de informado não legislando a
respeito o judiciário poderá suprir tal omissão.Como esta teoria
desrespeita totalmente o princípio da separação dos poderes o
Brasil adotou a teoria Concretista Intermediária que é a que menos
fere este princípio dizendo que encontrado tal vício o judiciário
estabelecerá prazo razoável para que o legislador supra tal
inconstitucionalidade sob pena do judiciário suprir tal omissão,
valendo-se até que o poder legislativo se manifeste a respeito
suprindo tal omissão.

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da


República que atentem contra a Constituição Federal e,
especialmente, contra:
VII – o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

Art. 103 [...]


§ 2o Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para
tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder
competente para a adoção das providências necessárias (apelo ao
legislador) e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo
em trinta dias.

Cuidado: não confundir a ADO (Controle abstrato/concentrado de


constitucionalidade – efeito erga omnes) com o Mandado de
injunção (Controle difuso/concreto de constitucionalidade – efeito
inter partes - visa assegurar um direito subjetivo – nacionalidade,
cidadania, soberania - sempre que faltar lei para regulamentá-lo).

Adin por omissão Mandando de injunção

Controle abstrato/concentrado Controle difuso/concreto

Só quem pode propor são os Qualquer pessoa


legitimados do art. 103, CF

Efeitos erga omnes Efeitos inter partes

Visa assegurar a observância de Aqui são só os direitos referentes à


qualquer direito previsto na CF nacionalidade, soberania, cidadania
quando faltar lei posterior para (art. 5º, LXXI)
regulamentá-lo. “Art. 5º […] LXXI – conceder-se-á
mandado de injunção sempre que a
falta de norma regulamentadora
torne inviável o exercício dos direitos
e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à
cidadania.”

ADC

Conceito: Visa declarar a constitucionalidade de leis ou atos


normativos federais (nunca estadual ou municipal – cabe
apenas ADI e ADPF nestes casos) em face da CF.

Existe a constitucionalidade relativa (iuris tantum) e a


constitucionalidade absoluta (iuris et iuris) que é afirmada pela ADC.

Importantíssimo 1: A ADC foi criada pela EC nº 3º/93.

Importantíssimo 2: Atualmente os legitimados para a propositura


da ADC são os mesmos da ADI (art. 103, CF) porque a EC nº 45/04
determinou isto!! O art. 13 foi declarado não recepcionado (não
quer dizer inconstitucional), o que indica a sua revogação do mundo
jurídico.

Art. 13. Podem propor a ação declaratória de constitucionalidade


de lei ou ato normativo federal: (Ver Art. 103 da CF)
I – o Presidente da República;
II – a Mesa da Câmara dos Deputados;
III – a Mesa do Senado Federal;
IV – o Procurador-Geral da República.

Importantíssimo 3: Cabe cautelar em sede de ADC, é dispensado


o parecer do AGU em sede de ADC.

Importantíssimo 4: Os efeitos da decisão em sede de ADC são os


mesmos da ADI.

Princípio da ambivalência: O provimento de uma ADI gerará a


perda do objeto da ADC e vice-versa. Ou seja, a ADI e ADC são
ações de mão dupla. Art. 24, Lei nº 9868.

Art. 24. Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á


improcedente a ação direta ou procedente eventual ação
declaratória; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á
procedente a ação direta ou improcedente eventual ação
declaratória.

Lembrete: O que irá fundamentar a propositura de uma ADC é a


divergência jurisprudencial sobre a constitucionalidade ou não de
leis ou atos normativos federais. Ex.: ADC nº 16 –
Constitucionalidade do art. 71. Súmula 331, IV, TST X art. 71, §1º,
da Lei nº 8.666/93.

Súmula 331 - IV – O inadimplemento das obrigações trabalhistas,


por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do
tomador dos serviços, quanto àquelas obrigações, inclusive quanto
aos órgãos da administração direta, das autarquias, das fundações
públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia
mista, desde que hajam participado da relação processual e
constem também do título executivo judicial (art. 71 da Lei no 8.666
de 21-6-1993).
Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas,
previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do
contrato.
§ 1o A inadimplência do contratado, com referência aos encargos
trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração
Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar
o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras
e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis.

ADPF

Argüição de descumprimento de preceito fundamental.

Conceito: Visa averiguar em sede de controle concentrado


(controle abstrato) ou no controle difuso (controle concreto) se leis
ou atos normativos federais, estaduais ou municipais, inclusive os
anteriores a CF, desrespeitaram preceito fundamental.

A ADPF, criada com o objetivo de complementar o sistema de


proteção da CF, constitui instrumento de controle concentrado de
constitucionalidade a ser ajuizado unicamente no STF. Verdadeiro
(perguntar)

O que é preceito fundamental? São as normas materialmente


constitucionais, ou seja, as mais importantes para estarem inseridas
na CF.

Lembrete 1: Os legitimados para a propositura da ADPF são os


mesmos da ADI genérica (art. 103, CF).

Lembrete 2: Cabe cautelar em sede de ADPF.

Lembrete 3: Cabe a figura do Amicus curiae em sede de ADPF.


Lembrete 4: Os efeitos da decisão são os meios da ADI.

Princípio da subsidiariedade: só cabe ADPF se não couber


nenhum outro tipo de Ação.

Princípio da fungibilidade: O princípio da subsidiariedade irá


fundamentar o princípio da fungibilidade, ou seja, se a parte propor
uma ADPF e o STF entender que seja hipótese de cabimento de ADI,
poderá fazer a fungibilidade (a inversão) das ações, porém o inverso
nunca seria possível.

Dos direitos fundamentais e das garantias fundamentais


(art. 5º)

Conceito: Surgiram para se contrapor ao Poder do Estado.

Evolução dos direitos fundamentais:

O lema da Revolução Francesa era:

Liberdade (direitos de 1º geração, Revolução Francesa, Século XVIII,


direitos civis e políticos e prestações negativas por parte do
Estado);

Igualdade (direitos de 2º geração, século XX, após as duas grandes


Guerras Mundiais, prestações positivas por parte do Estado);

Fraternidade (direitos de 3º geração, tudo voltado para o meio


ambiente ecologicamente equilibrado).

1º geração – Prestações negativas porque o Estado não dá nada.


Estado mínimo.

2º geração – Estado interventor (prestações positivas).

3º geração – Voltado para o meio ambiente, solidariedade social,


direito ao progresso.

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