You are on page 1of 5

artigo 29

ACOMPANHAMENTO FARMACÊUTICO DE PACIENTES


INSUFICIENTES RENAIS QUE REALIZAM HEMODIÁLISE
NA NEFROMED
Josiane Cristine Bachmann Madalozzo1 João Luis Coelho Ribas4
Edmar Miyoshi 2 Ingrid Helen Holk5
Nelson José Rodrigues Filho3

A doença renal
crônica e a importância Resumo: A doença renal crônica é uma condição clínica, resultante de múltiplos processos
patológicos que levam a alterações das funções renais. Os portadores necessitam de
do acompanhamento
tratamento medicamentoso regular, o que justifica a inclusão do profissional Farmacêutico na
farmacêutico equipe de assistência à saúde. O projeto tem por objetivos, promover a inserção de acadêmicos
de Farmácia no seguimento de pacientes insuficientes renais em processo dialítico, visando
A homeostasia corpo- detectar e solucionar problemas relacionados aos medicamentos, além de promover o
ral é mantida, predomi- intercâmbio técnico-científico com os profissionais da NEFROMED. Para tanto, os acadêmicos,
nantemente, através dos devidamente capacitados, realizam o acompanhamento dos pacientes cadastrados, utilizando
o Programa Dáder de Atenção Farmacêutica. O desenvolvimento da proposta permite aos
processos celulares que
envolvidos, a aplicação dos conhecimentos exigidos para a prática da Atenção Farmacêutica,
compreendem a função através de sua intervenção junto aos pacientes hemodialisados, contribuindo, desta forma,
normal dos rins. Assim, na formação de um profissional inserido no contexto social.
distúrbios de algumas
dessas funções podem le- Palavras-chave: Atenção Farmacêutica. Insuficiência Renal. Extensão. Hemodiálise
var a uma constelação de
Abstract: This research argues about the importance of the pharmaceutical professional
anormalidades que pode-
presence for the treatment of patients, which have to ingest medicine regularly. This is the
rão ameaçar a vida. As case of the ones with chronic kidney illness and who need hemodialysis. The insertion of
manifestações clínicas Pharmacy academics aims to improve the quality of the patient’s treatment of the NEFROMED,
destas afecções depen- besides promoting a scientific interchange with other professionals. This way we can have
derão da fisiopatologia da professionals who are part of a social context establishing a link between the university and
lesão renal e, fre- the reality.
qüentemente, serão inici-
Keywords: Pharmaceutical care. Kidney failure. Extension. Hemodialysis
almente caracterizadas
por um complexo de sin-
tomas, achados físicos
anormais e alterações laboratoriais que permitirão a se associa com níveis séricos aumentados de fatores
identificação de síndromes específicas. Essas inflamatórios, níveis anormais de apolipoproteínas, ní-
síndromes podem surgir como conseqüência de uma veis plasmáticos elevados de homocisteína,
doença sistêmica, ou podem ocorrer como uma do- coagulabilidade aumentada, anemia, hipertrofia
ença renal primária. Usualmente consistem de vários ventricular esquerda, calcificação arterial aumentada,
elementos que refletem o processo patológico básico disfunção endotelial e endurecimento arterial. (GO et
e a duração da doença, e tipicamente incluem uma ou al. 2004).
mais das seguintes características: distúrbios do vo- O Consenso da National Kidney Foundation (2002)
lume urinário (oligúria, anúria ou poliúria); anormalida- define a insuficiência renal crônica como a ocorrência
des do sedimento urinário (hematúria, leucocitúria,
cilindrúria e cristalúria); excreção anormal de proteí- 1
Profª. Me. do Departamento de Ciências Farmacêuticas
nas séricas (proteinúria); redução da taxa de filtração - Universidade Estadual de Ponta Grossa.
glomerular (azotemia); presença de hipertensão arte- nmadalozzo@uol.com.br
rial e/ou expansão do volume corporal total (edema); 2
Prof. Me. do Departamento de Ciências Farmacêuticas
anormalidades eletrolíticas; ou, em algumas - Universidade Estadual de Ponta Grossa
3
síndromes, febre e dor. (BRADLEY; BRENNER, 2005). Médico Nefrologista - Diretor Clínico da NEFROMED –
Ponta Grossa
Existe uma associação independente entre ní- 4
Acadêmico do Curso de Farmácia – Universidade
veis mais baixos de Taxa de Função Glomerular (TFG) Estadual de Ponta Grossa
(estimada) e risco de morte, eventos cardiovasculares 5
Acadêmica do Curso de Farmácia – Universidade
e hospitalizações. A redução da função renal também Estadual de Ponta Grossa
30

Estágio Descrição Taxa de Filtração Glomerular (ml/min/1,73m2)

1 Lesão renal com TFG normal ou aumentada ≥ 90


2 Lesão renal com discreta redução TFG 60-89
3 Redução moderada da TFG 30-59
4 Redução acentuada da TFG 15-29
5 Falência renal < 15 ou diálise

Quadro1 – Estadiamento da doença renal.


Fonte: Modificado de DRAIBE S; CENDOROGLO M. Epidemiologia da Insuficiência Renal Crônica (IRC) no Brasil, M.; Int Braz J Uro, n.29, Supl. 2,p. 3-6, 2004.

de queda da taxa de filtração glomerular (TFG) abaixo


HA GNC DM Tx RP NIC LES
de 60 ml/min/1,73m2, persistindo por mais de três
meses. A gravidade da doença (quadro 1) pode ser DP 19 12 17 1 2 1 1
estabelecida pela avaliação da TFG, recomendando- HD 56 46 29 12 9 4 4
se aquela estimada pela equação de Gault-Cockcroft TOTAL 75 58 46 13 11 5 5
(35,21%) (27,23%) (21,59%) (6,1%) (5,16%) (2,35%) (2,35%)
ou pela fórmula proposta pelo estudo MDRD, já que a
avaliação baseada apenas na creatinina sérica não é Quadro 3 - Perfil de distribuição de etiologias da IRC em
adequada. (COCKCROFT; GAULT,1999). pacientes em diálise na NEFROMED em 2005: (DP- diálise
peritonial, HD- hemodiálise, HA- hipertensão arterial, GNC-
Recentemente, tem-se usado uma maneira diferen- glomerulonefrite crônica, DM- diabetes mellitus, Tx- transplante
te de graduar a gravidade da doença renal, conforme renal, RP- rins policísticos, NIC- nefrite intersticial crônica, LES-
a quadro 2, abaixo: lupus eritematoso sistêmico
Nessa nova proposta de classificação, a grande
novidade é a introdução dos grupos de risco, onde ain- A partir do diagnóstico e do estadiamento da
da não há lesão renal, mas existe indicação de inter- doença renal crônica (fase pré-diálise), algumas
venção, no sentido de se prevenir o aparecimento de medidas devem ser tomadas com o objetivo de
lesão por meio de medidas medicamentosas, ou não. diminuir co-morbidades, melhorar a qualidade de
O perfil de distribuição de etiologias da IRC, em vida e retardar a progressão para o estágio final e
pacientes em diálise, tem mudado muito nos últimos necessidade de terapia de substituição (fase
anos. Em 1983, a principal causa de insuficiência re- dialítica). Os alvos são: orientação nutricional (con-
nal crônica em nosso meio era a glomerulonefrite crô- trole da uremia, potassemia, uricemia e glicemia),
nica (28%), seguida por nefroesclerose maligna controle agressivo da hipertensão arterial e do di-
(15,2%) e diabetes mellitus, que aparecia com ape- abetes mellitus, bem como da dislipidemia e
nas 6,7%. No relatório do Ministério da Saúde, refe- hiperuricemia, quando presentes. Outras duas co-
rente ao período de 1997 a 2000, verifica-se que a morbidades devem ser combatidas já nessa fase:
principal causa de IRC passou a ser a hipertensão ar- anemia e hiperparatireoidismo secundário. Sabe-
terial (35,6%), seguida pelas glomerulonefrites crôni- se hoje que a partir de uma TFG de 60ml/min/
cas (28,6%) e diabetes mellitus (20,8%). Esta última 1,73m 2, essas duas entidades já estão presentes,
estatística combina, quase que exatamente, com o úl- e se não tratadas, implicarão em grande impacto
timo levantamento realizado no serviço da NEFROMED negativo para o paciente na fase dialítica.
em 2005, como mostra a quadro -3, abaixo: Finalmente, durante a fase de diálise propria-

Estágio Filtração Glomerular (ml/min) Grau de Insuficiência Renal

0 > 90 Grupos de risco para DRC / Ausência de lesão renal


1 > 90 Lesão renal com função renal normal
2 60 – 89 Insuficiência Renal leve ou funcional
3 30 – 59 Insuficiência Renal moderada ou laboratorial
4 15 – 29 Insuficiência Renal severa ou clínica
5 < 15 Insuficiência Renal terminal ou dialítica
Quadro 2 – Estadiamento da doença renal: proposta atual
Fonte: ROMÃO JUNIOR, J.E. Jornal Brasileiro de Nefrologia, v. 26, n. 3, Supl 1, p. 1-3, ago 2004.
31

mente dita, os mesmos desafios persistem, obri- tar, sintetizar e aplicar os conhecimentos, acumu-
gando ao estabelecimento de protocolos de con- lados na graduação, mediante a experiência ad-
trole de anemia, do metabolismo de íons quirida na vivência extensionista.
divalentes, da osteodistrofia renal, além de pre- De acordo com o Plano Nacional de Extensão
venção e tratamento da doença cardiovascular e Universitária, “A extensão universitária é definida
d e d o e n ç a s i n f e c c i o s a s ( p r i n c i pa l m e n t e como um processo educativo, cultural e científico
bacterianas e virais) a que estão sujeitos esses que articula o ensino e a pesquisa de forma
pacientes, com extrema freqüência. indissociável e viabiliza a relação transformadora
Verifica-se, portanto, que pacientes portadores entre a Universidade e a Sociedade”. A extensão
de insuficiência renal crônica, em processo serve de veículo para que o conhecimento produ-
dialítico, muitas vezes requerem um grande nú- zido dentro da universidade seja absorvido, tra-
mero de medicações. Além do que, deve-se con- balhado, criticado na sociedade e devolvido sob a
siderar que, com a excreção renal comprometida, forma de novos saberes e demandas, resultando
qualquer outro fármaco administrado a estes pa- em um conhecimento construído coletivamente.
cientes intensifica a possibilidade de surgimento (BRASIL, 2001). Desta forma, o desenvolvimento
de reações adversas e interações, o que eviden- desta proposta extensionista, permite trabalhar as
cia a preocupação com prescrições realizadas por necessidades e as realidades da sociedade e,
médicos de outras especialidades e com medica- além de gerar o novo conhecimento, contribuir, ao
m e n t o s u t i l i z a d o s p e l o pa c i e n t e p o r a u - atender às suas reivindicações.
tomedicação. (BERKOW, 1995).
Como pacientes em diálise crônica dependem Objetivos
de acompanhamento regular, por médicos, enfer-
meiros, assistentes sociais e nutricionistas, a in- - contribuir, através de acadêmicos devida-
clusão do profissional Farmacêutico permite sub- mente capacitados, para a implementação de pro-
sidiar a equipe, com informações que demonstrem gramas de Atenção Farmacêutica, visando melho-
a incidência e permitam a resolução de Proble- rar a qualidade do tratamento farmacológico dos
mas Relacionados ao uso de Medicamentos pacientes envolvidos no Projeto;
(PRMs). (CONSENSO..., 1999; GASTER- - demonstrar a incidência de Problemas de
RULUTIA, 2001). Saúde Relacionados aos Medicamentos (PRMs)
O uso simultâneo de vários medicamentos, es- na população analisada;
pecialmente de fármacos, não prescritos pelo mé- - promover o intercâmbio técnico-científico en-
dico e daqueles considerados inócuos pelo paci- tre a UEPG e os profissionais da NEFROMED –
ente, como chás e plantas medicinais, determinam Ponta Grossa;
a necessidade de análise detalhada da história - oportunizar aos acadêmicos envolvidos a
farmacoterapêutica do paciente. Neste sentido, o integração com a população como forma de esti-
Farmacêutico, profissional do medicamento, pode mular a prestação de Atenção Farmacêutica ao
contribuir com a equipe de saúde, através do paciente.
acompanhamento do paciente renal crônico,
objetivando alcançar resultados concretos que Metodologia
melhorem a qualidade de vida relacionada a me-
dicamentos, e a sobrevida do paciente. (HEPLER; Para maior uniformidade do grupo, e tendo em
STRAND, 1999). vista o caráter especial dos pacientes envolvidos
Ve r i f i c a - s e , p o r ta n t o , a r e l e v â n c i a e m no projeto, primariamente os acadêmicos partici-
oportunizar aos futuros profissionais farmacêuti- pantes são instrumentalizados através de pales-
cos, a participação em projetos que permitam sua tras, seminários e oficinas, com temas como: in-
atuação junto à equipe multidisciplinar, responsá- suficiência renal crônica; o processo de
vel pelos cuidados aos pacientes dialisados, no hemodiálise; farmacologia da insuficiência renal/
s e n t i d o d a r e a l i z a ç ã o d o a c o m pa n h a m e n t o hemodiálise; a importância da nutrição em paci-
farmacoterapêutico, instrumentalizando-os para o entes hemodialisados; aspectos psicossociais no
exercício da Atenção Farmacêutica e contribuin- tratamento de doenças crônicas; seguimento
do em sua formação acadêmica, visando torná- farmacoterapêutico – Programa Dáder; fontes de
los aptos a intervir na realidade, de complemen- informações sobre medicamentos e avaliação de
32

exames laboratoriais. cêutica, visando melhorar a sua formação e a qua-


Essas atividades são desenvolvidas e supervi- lidade do tratamento farmacológico dos pacientes
sionadas por uma equipe multiprofissional, inclu- que realizam hemodiálise. Os acadêmicos rece-
indo os profissionais que trabalham diretamente bem a capacitação necessária, e colaboram com
com os pacientes (médicos, nutricionista, enfer- informações relevantes para o acompanhamento
meiros e assistente social), além do farmacêuti- farmacoterapêutico dos pacientes envolvidos.
co, mostrando a importância de ações conjuntas, A proposta permite o intercâmbio dos acadê-
neste contexto. micos participantes com os profissionais da
Na seqüência, os acadêmicos iniciam o acom- NEFROMED, o que propicia o enriquecimento
panhamento dos pacientes da NEFROMED, clíni- quanto a aspectos técnico-científicos, relaciona-
ca de hemodiálise que atende Ponta Grossa e re- dos a pacientes hemodialisados. Atende, ainda,
gião, devidamente cadastrados. Os encontros às recomendações do MEC, ao fazer do Farma-
ocorrem de forma individualizada, e nos horários cêutico um co-responsável pela melhoria da qua-
habituais das sessões de hemodiálise de cada pa- lidade de vida da população, que saiba buscar e
ciente. utilizar a informação, atuar de forma pró-ativa e
A m e t o d o l o g i a u t i l i z a d a , a d a p ta d a à interagir como os demais profissionais de saúde
especificidade dos pacientes, fundamenta-se no e usuários.
Programa Dáder de Atenção Farmacêutica, carac- A metodologia utilizada, fundamentada no pro-
terizado como um trabalho realizado em parceria grama Dáder de Atenção Farmacêutica, vem sen-
- Médico/Farmacêutico/Paciente - visando obter o do adequada ao longo do Projeto, visando aten-
melhor benefício do uso de medicamentos. der às características da população assistida.
(HEPLER, 1999; FAUS, ROMERO; LLIMÓS, 1999; Após a detecção dos PRMs, ocorre a Intervenção
FERNANDEZ-LLIMÓS, 1997). Farmacêutica, realizada pelos acadêmicos, com
O Acompanhamento é realizado em etapas, a supervisão da coordenação. As intervenções
destacando-se: a entrevista inicial com o pacien- junto ao paciente ocorrem de forma verbal e, sem-
te; o estudo dos medicamentos; o levantamento e pre que necessário, por escrito, através de mate-
classificação dos PRMs evidenciados; o estabe- rial informativo.
lecimento de um plano e metas terapêuticas; as Assim, através de informes destinados aos mé-
visitas ao paciente e discussão com o médico e dicos da equipe e após a discussão com o clínico
demais profissionais da NEFROMED sobre os responsável; ou ao paciente, quando não se faz
PRMs detectados, buscando as possíveis solu- necessário o auxílio do prescritor, as intervenções
ções para cada caso; a intervenção Farmacêutica possibilitam a resolução de muitos PRMs e evi-
através de informe terapêutico ao médico assis- denciam a necessidade de acompanhamento con-
tente; o repasse das informações necessárias ao tínuo dos pacientes.
paciente: “Orientações Farmacêuticas” - compos- A metodologia utilizada, por sua vez, possibili-
ta de tabelas informativas da forma de correta uti- ta a articulação indissociável entre ensino, pes-
lização dos medicamentos, incluindo posologia e quisa e extensão. Destaca a necessidade de re-
o modo correto de utilização (horário e interferên- pensar o ensino, possibilitando novos meios de
cias com alimentos ou outros medicamentos utili- produção, de inovação e de transferência de co-
zados concomitantemente); o acompanhamento e nhecimentos, ampliando o acesso ao saber, atra-
avaliação dos resultados; a reavaliação do esta- vés do incentivo à pesquisa bibliográfica e visan-
do de saúde e o reinício do ciclo a partir de conta- do à construção do conhecimento a partir do sa-
tos periódicos com o paciente. (HEPLER, 1999; ber sistematizado, acadêmico e popular.
ROSSINHOLI, 2001). O Projeto apresenta proposta inovadora que ar-
ticula ensino/pesquisa e extensão, e promove a
Resultados e conclusões integração entre conteúdos de diversas discipli-
nas do curso, possibilitando experimentar ações
A realização do Projeto, a partir de 2003, vem em equipe multiprofissional, além de permitir a for-
contribuindo para o devido desenvolvimento dos mação humanística essencial para a atuação do
acadêmicos participantes, enquanto cidadãos de- profissional Farmacêutico.
tentores de conhecimento teórico, através da Ao oportunizar aos acadêmicos envolvidos, a
implementação de programas de Atenção Farma- integração com a população, como forma de esti-
33

mular a prestação de Atenção Farmacêutica ao Farmacêutica, estimulando o futuro profissional a


paciente, conduz à reflexão sobre as dificuldades desenvolver atitudes realisticamente apropriadas,
dos pacientes em tratamento dialítico, e eviden- que estimulam, no paciente, o desejo de viver e pro-
cia a importância do compromisso do Farmacêu- movem sua auto-estima e sua reabilitação
tico no acompanhamento, visando contribuir com Ao despertar, no acadêmico, a perspectiva de
os demais profissionais da saúde para a adesão um novo âmbito de ação profissional para o Far-
à terapêutica e a resolução de PRMs. macêutico, em última análise, o projeto contribui
A função do Farmacêutico na equipe mul- para sua atuação plena na Atenção Farmacêutica,
tiprofissional que presta cuidados ao insuficiente re- permitindo ações que gerem seu reconhecimento,
nal crônico, ultrapassa e muito os aspectos técnicos como membro essencial da equipe mul-
de “consultor” para o uso racional dos medicamen- tiprofissional, a partir da utilização do uso de seus
tos. Permite o intenso envolvimento com os pacien- conhecimentos, em prol da melhoria da qualidade
tes, através de visitas periódicas que geram um vín- de vida relacionada ao medicamento, dos pacien-
culo, essencial para o desenvolvimento da Atenção tes acompanhados.

REFERÊNCIAS
BERKOW, R. Manual Merck de medicina: diagnóstico e trata- GASTERRULUTIA, M. A. Seguimiento farmacoterapeutico. In:
mento. 16. ed. São Paulo: Roca, 1995. REUNIÃO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA COMUNITÁRIA; 4,
Madrid, 2001. Disponível em: <http://www.iscii.es/unidad/
BRADLEY M. D.; BRENNER, B. M. Azotemia and Urinary Sgpcd/ens/atenfar/paginapeincipal.htm>. Acesso em: 20 mar.
Abnormalities. In: HARRISON’S Principles of Internal 2006.
Medicine. 16. ed. New York: McGraw-Hill, 2005.
GO, A.S. et al. Chronic Kidney Disease and the Risk of Death,
BRASIL. Plano Nacional de Extensão Universitária. Brasília: Cardiovascular Events, and Hospitalization. New England
Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públi- Journal of Medicine (NEJM), n. 351, p. 1296-305, 2004. Dis-
cas Brasileiras- SESu/MEC, 2001. ponível em: <http://content.nejm.org/ cgi/ content/ short/ 351/
13/ 1296 >. Acesso em: 20 mar. 2006.
COCKCROFT D. W.; GAULT M.H. Prediction of creatinine
depuration from serum creatinine. Nephron, 1976, 16: 31- HEPLER, C. D.; STRAND, L. M. Oportunidades y responsabili-
41. Disponível em: <http://www.revistanefrologia.com/ dades en la atención farmacéutica. Pharmaceutical care
mostrarfile.asp?ID=2251.>. Acesso em: 20 mar. 2006. Espanha, Barcelona, v.1, n.1, p. 35-47. jan./fev. 1999.

CONSENSO DE GRANADA SOBRE PROBLEMAS RELACIO- NATIONAL KIDNEY FOUNDATION. K/DOQI Clinical Practice
NADOS COM MEDICAMENTOS. Pharmaceutical Care Guidelines for Chronic Kidney Disease: Evaluation,
Espanha, Barcelona, v.1, n.2, p-107-112, mar./abr. 1999. Classification and Stratification. Am J Kidney Dis, n.39, S-1 –
S000, 2002.
DRAIBE S.; CENDOROGLO M. Epidemiologia da Insuficiência
Renal Crônica (IRC) no Brasil. Int Braz J Uro, n. 29, Supl 2, ROMÃO JUNIOR, J.E. Jornal Brasileiro de Nefrologia, v.26,
p.3-6, 2004. n. 3, Supl 1, Ago. 2004.

FAUS, M. J.; ROMERO, F. M.; LLIMÓS, F. F. Programa Dáder ROSSINHOLI, P. S. et al. Resultados iniciais do acompanha-
de implantação del seguimento del tratamiento mento farmacoterapêutico: a experiência da Farmácia
farmacológico. 1999. Disponível em:<http://www.ugr.es/ USIMED. Curitiba; Londrina: Anais da Rede Unida, 2001.
~atencfar > Acesso em: 20 mar. 2006.

FERNANDEZ-LLIMÓS, F. Problemas relacionados com los


medicamentos. Curso prático de atencion farmacêutica.
1997. Disponível em: <http:www. Pharmaceutical-care.org>
Acesso em: 20 mar. 2006.

You might also like