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mediaXXI [Sumário]
28 38 50
ADMINISTRADOR EXECUTIVO
PAULO FERREIRA
DIRECTOR
PAULO FAUSTINO
EDITOR
MÁRIO GUERREIRO | @ editor@mediaxxi.com
REDACÇÃO
VERA LANÇA | @ redaccao@mediaxxi.com
GUILHERME PIRES
MARGARIDA PONTE
COLABORADORES
CÁTIA CANDEIAS
DULCE MOURATO
HERLANDER ELIAS
JOANA SIMÕES PIEDADE
TELEMÓVEIS MUSEU DA LÍNGUA PORTUGAL MEDIA
PAULA DOS SANTOS CORDEIRO O mercado da A interactividade em Portalegre em
RUI MARTINHO
terceira geração São Paulo análise
OPINIÃO
CARLA MARTINS 4 EDITORIAL 59 CENTROS DE CONHECIMENTO
FRANCISCO RUI CÁDIMA ISCSP
FRANCISCO A. VAN ZELLER 6 CANAL DA MANCHA
REGINALDO RODRIGUES DE ALMEIDA O audiovisual europeu chegou ao Paraíso 60 INSTITUIÇÕES DO CONHECIMENTO
ICAM
DESIGN
TÂNIA BORGES | @ design@mediaxxi.com
8 SOCIEDADE BIT
TIC, prego a fundo! 61 LEITURAS
CONSULTORA DE IMAGEM E COMUNICAÇÃO
JOANA GUITA PINTO 10 DOSSIER 63 A INDÚSTRIA DE HOLLYWOOD
Tecnologias de Informação e Comunicação
MARKETING E PUBLICIDADE
MARIANA GREGÓRIO | @ PUBLICIDADE@MEDIAXXI.COM 66 ENTREVISTA SECTORIAL
18 ENTREVISTA Pedro Pina, McCann Worldgroup Portugal
ASSINATURAS Juvenália Carvalho
@ publicidade@mediaxxi.com 69 A TV NO FUTURO
IMPRESSÃO
21 ACTUALIDADE SI
HESKA PORTUGUESA – INDÚSTRIAS TIPOGRÁFICAS, S.A. – CAMPO RASO 71 EMPRESAS XXI
2720-139 SINTRA – TEL.: 21 923 89 00 22 ACTUALIDADE IMPRENSA Overtouch
DISTRIBUIÇÃO
VASP/ CTT – CORREIOS DE PORTUGAL
24 ACTUALIDADE PUBLICIDADE E MARKETING 72 CIBERCULTURA
O imaginário pós-fotográfico
SOCIEDADE GESTORA DA REVISTA 25 ACTUALIDADE RÁDIO
FORMALPRESS – PUBLICAÇÕES E MARKETING, LDA. 74 EDUCOMUNICAÇÃO
26 ACTUALIDADE TV Literatura digital à europeia
*
ESCRITÓRIOS
2
RUA PROFESSOR VÍTOR FONTES, Nº 8D, 1600-671 LISBOA
21 757 34 59 | 21 757 63 16 | @ geral@mediaxxi.com
*
27 ACTUALIDADE TECNOLOGIA 77 IBERMEDIA
2
PRAÇA MARQUÊS DE POMBAL, Nº 70, 4000-390 PORTO
| 22 502 91 37 32 DINÃMICAS DA COMUNICAÇÃO 78 UNIT 4 AGRESSO
REVISTA FUNDADA POR NUNO ROCHA, EM 1996
Empresa internacional chega a Portugal
DEPÓSITO LEGAL Nº 995 16/96; REGISTO Nº 120427 34 REPORTAGEM COMUNICAÇÃO
TIRAGEM: 7000 EXEMPLARES Pistas para o futuro do jornalismo 79 ALDEIA GLOBAL
37 O PAPEL DE CADA UM 80 A IPTV DA ALCATEL
Francisco A.Van Zeller
82 EURO LEX
42 ENTREVISTA CENTRAL O direito ao bom nome e à imprensa
Alberto João Jardim
84 RESPONSABILIDADE SOCAL NOS MEDIA
47 INTEL DEVELOPER FORUM 2006
85 AGENDA
48 7º ECA
86 ÚLTIMO OLHAR
58 AULA ABERTA
A crise da imprensa
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[Editorial]
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MEDIA XXI N.º 79 1/17/70 11:37 PM Page 39
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[Canal da Mancha]
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[Sociedade Bit]
m 1974 a descoberta de Lucy fez no mundo uma das mais fabulosas mentiras
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EDIÇÃO 81 6/9/70 8:28 PM Page 19
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AS TIC NA EDUCAÇÃO
Tecnologias são cada vez mais importantes no ensino
om a democratização do preço dos computa- cundário, este projecto teve a sua primeira confe-
fóruns e inquéritos sobre os mais variados temas, Dias Coelho, as principais apontaram para uma
das comuns disciplinas a assuntos na ordem do dia maior dificuldade de “intrusão das TIC na prática e-
como as próprias TIC ou a delinquência juvenil. ducativa”, do que propriamente o equipamento das
Relembrando a vitalidade de edição da Wikipedia, escolas com PCs. A conferência da APDSI fez notar
também que o valor transformador das TIC é clara-
aos professores é permitido partilharem os mais mente superior ao de outras tecnologias anteriores,
variados recursos (em formato texto, multimédia como a rádio e a televisão, e que com o recurso a es-
ou em forma de apresentações) e ainda editar o tas novas tecnologias o conceito de turma tende a
trabalho dos restantes colegas de profissão e desta transformar-se em comunidade de aprendizagem,
comunidade. processo onde se incluem os professores.
Essencialmente virado para o ensino básico e se-
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CASA DA IMAGEM
formativos direccionados a uma apren- Compreender as TIC nas esco-
dizagem constante dos professores. las
O portal faz uso da tecnologia O programa Educação e
SharePoint, o que no futuro Tecnologias, da Unidade de
pode ditar a possibilidade de Investigação, Educação e
ligação entre os seus pro- Desenvolvimento
jectos congéneres dinami- (UIED), da Faculdade de
zados pela Microsoft Ciências e Tecnologia da
noutros países, como o Universidade Nova de
Brasil, Japão ou Norue- Lisboa (FCT/UNL)
ga. O projecto portu- surgiu na década de 90
guês foi o primeiro do com o objectivo de
género lançado pela “conhecer e compreen-
Microsoft. der o que se passa nas
Adelaide Franco refere escolas e noutras institui-
que o “feedback” recebido ções de educação e for-
da parte dos professores mação no que diz respeito
“tem sido muito positivo.Tem à utilização de computado-
havido imensos pedidos de re- res e redes educacionais”, re-
cursos e nota-se que os professo- fere o professor responsável,
res inscritos estão entusiasmados”. As Vítor Teodoro. Outro dos objectivos
próximas novidades neste portal, que pre- do programa é também a intervenção nas
tende ajudar os professores na adopção de mode- escolas, através do desenvolvimento de “novas mo-
los tecnológicos inovadores na escola, passam pela dalidades de utilização de tecnologias, em particu-
criação de “mais áreas de conteúdos e promoção lar no que diz respeito à utilização de ambientes
de mais concursos de produção dos mesmos”. de computação científica”.
Segundo Adelaide Franco, esta medida destina-se a O programa da FCT desenvolveu o software
fomentar uma maior partilha de recursos, dado Modellus, existente em oito línguas e “utilizado e
que os professores ainda “optam mais por usar reconhecido como uma ferramenta importante
apenas os conteúdos e não os partilhar”. para a introdução de computação científica em di-
versos países”. No Reino Unido este software inte-
gra o currículo de Física do Institute of Physics,
para o ensino secundário. O programa é financia-
do através do apoio que é fornecido à UIED pelo
Ministério da Ciência e Tecnologia e por progra-
mas de investigação nacionais e europeus.
Para Vítor Teodoro, o ME tem um programa “com
um projecto claro e razoavelmente estruturado e
financiado”, e admite que a criação de “condições
DOSSIER
organizacionais nas escolas seja algo muito difícil”.
Para o professor, a melhoria “da autonomia e ava-
liação das escolas” poderá melhorar e aumentar o
uso adequado nas mesmas, desde que acompanha-
do por uma actualização de equipamentos e soft-
ware.
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Mais do que uma feira de TIC, o SITIC 2006 pretende ser um espaço de
inovação e conhecimento
POR DULCE MOURATO
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ngola parece estar a “ferver”. É o país cujo PIB de Jornalistas (CEFOJOR) em Luanda, onde tirei
Como nasceu a sua paixão pelo jornalismo? Na sua opinião o que poderia ser feito para
R: Foi algo que sempre esteve em mim. A curiosi- incentivar a formação de mais jornalistas
dade, a investigação, a vontade de comunicar exis- angolanos?
tem em mim desde sempre. Quer quando fre- R: Penso que seria importante a troca de experiên-
quentei o ensino médio quer o superior. Estive cias entre as escolas de jornalismo estrangeiras, em
sempre ligada a projectos de jornalismo. particular as portuguesas, e as escolas angolanas. O
CEFOJOR é um bom exemplo de uma instituição
Foi fácil para uma estudante que viveu onde se pode e deve apostar. Mas outras escolas po-
sempre em Luanda e cresceu com o derão ser criadas em mais cidades angolanas.
espectro da guerra ter acesso a uma for-
mação em jornalismo? Neste momento está a apresentar o
R: Não. Normalmente é muito difícil para um jo- Pérolas do Oceano, um programa que está
vem estudante angolano ser o quer que seja num a ter sucesso um pouco por todo o mundo
país que esteve 40 anos adiado na guerra. A guerra Lusófono. Como nasceu este projecto?
acabou e neste momento está tudo a nascer. Há R: Nasceu de uma forma muito simples: pedi a al-
três ou quatro anos nasceu o Centro de Formação gumas empresas o patrocínio para a elaboração de
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D.R.
um formato que mostrasse ao mundo lusófono a
reconstrução e o crescimento da economia angola-
na. A ideia foi bem recebida junto dessas empresas
e no início deste ano comunicaram-me que podia
contar com os valores. Criei com os meus sócios a
produtora Oásis Media e fizemos parcerias com
outras produtoras e organismos, não tendo qual-
quer dificuldade em criar o programa, do nada.
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[Actualidade SI]
grupo Impresa é a primeira empresa portugue- ples, com menos caixas e opções para as pesquisas.
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[Actualidade Imprensa]
CIDADÃO PAPARAZZO
Bild transforma leitores em colaboradores
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MÁRIO GUERREIRO
panorama actual indica que o investimento
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[Actualidade Rádio]
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[Actualidade TV]
MÁRIO GUERREIRO
criar uma sinalização comum, que estabelece
quatro níveis de visionamento de programas.
A assinatura deste acordo de auto-regulação entre
os directores de programas dos vários canais suce-
deu no dia 13 de Setembro. As conversações co-
meçaram em Junho e chegaram a bom porto no
passado mês de Setembro.
A assinatura do acordo no Salão Nobre do Centro
Cultural de Belém afigura-se como um marco his-
tórico nas relações entre os três canais, dado que
se constitui como a abertura de um diálogo sobre
os conteúdos das televisões, e também a primeira
vez que Nuno Santos, director de programas da
RTP, Francisco Penim, director de programas da
SIC José Eduardo Moniz, director-geral da TVI
surgiram juntos num evento público,
O acordo irá contemplar os programas em si, mas
com extensão aos próprios horários de emissão, e classificações de programas de televisão de uma
promoções dos mesmos. A classificação a dar a cada forma “clara e homogénea”. Os níveis de classifica-
programa irá ser decidida por comissões multidisci- ção irão ser o resultado da aplicação de uma série
plinares internas e corresponde a quatro níveis. O de oito critérios a partir de duas variáveis signifi-
primeiro engloba os programas direccionados a to- cativas: comportamento social e temas de conflito.
dos os espectadores e será identificado por um T no Os critérios são a linguagem, a nudez, o sexo, a
canto superior de cada programa. O segundo nível, agressividade/violência, os comportamentos imi-
identificado pela sigla 10 AP define os conteúdos táveis, o medo e as drogas/álcool/tabaco.
que deverão ser vistos por indivíduos com mais de As classificações das comissões multidisciplinares
dez anos. O nível 3 (12AP) irá ser aplicado a pro- internas irão ser atribuídas aos programas que não
gramas mais apropriados para quem tem mais de 12 são classificados por outros organismos, como a
anos e finalmente o quarto e último nível (16) irá Comissão de Classificação de Espectáculos. Nesse
referir-se aos programas destinados a idades supe- lote incluem-se os programas de entretenimento,
riores aos 16 anos. e os conteúdos produzidos pelas próprias estações.
Este acordo de auto-regulação inédito entre os ca- Antes da sua exibição, cada programa irá passar a
nais privados e público destina-se a facilitar o tra- ser analisado por estas comissões à luz dos crité-
balho dos educadores e insere-se nas recomenda- rios predefinidos, a fim de receberem a classifica-
ções da União Europeia relativamente às ção de um dos quatro níveis de visionamento.
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[Actualidade Tecnologia]
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cobrem hoje 81 cidades do norte a sul do País, pansão na Europa, à qual os consumidores estão a
chegando também à Madeira. aderir muito bem e na qual estamos a apostar”. O
Para a Vodafone as comunicações móveis “entra- Mini Map é compatível com web feeds (RSS), faci-
ram agora na fase de expansão e irão ter uma fatia litando o acesso aos conteúdos escolhidos pelos
de mercado muito relevante nos próximos dois utilizadores.
anos, suportada no 3.5G e mais tarde no 4G”. A Motorola Portugal está também a preparar o
Com o lançamento de novos modems USB, a rede lançamento de uma nova gama de terminais, que
de banda larga das três operadoras atinge agora os estarão disponíveis em breve no mercado. Entre
3,6 Mbps, velocidade de transmissão já 7,5 vezes eles deverá estar o RAZR em versão Unlicensed
superior à 3G. De acordo com a TMN, nos próxi- Mobile Access (UMA). A LG avança apenas que a
mos dois anos a evolução tecnológica para 3,5G colocação de novos equipamentos em Portugal
vai permitir atingir os 14,4 Mbps, “reduzindo em “seguirá de perto a disponibilização dos diversos
muito os tempos de espera a que as redes 2G e 3G produtos no mercado europeu”.
nos tinham habituado”. A aposta nos novos terminais é um reflexo dos re-
sultados positivos da tecnlogia 3G em Portugal.
HSPDA em destaque nas empresas Pedro Reis, director de marketing da
produtoras Motorola Portugal, indica que a
As principais empresas produtoras de terminais tecnolgia 3G suscitou
móveis presentes no mercado português estão “uma grande cu-
também a incrementar a aposta no riosidade jun-
desenvolvimento da tecnolo- to do mercado
gia de terceira geração português, em
e meia. A Nokia alguns segmen-
acaba de tos acima da mé-
apresen- dia europeia”.
tar em Para o responsá-
vel, a área dos
conteúdos
poderá in-
fluen-
ciar a
for-
Portugal ma como a tec-
o N73 e o nologia conti-
N93, ambos nuará a crescer
com tecnologia nos próximos
3.5G, através dos quais tempos. Quanto
pretende aumentar a interac- mais atractiva,
ção com elementos multimedia co- mais interesse
mo a fotografia e o video. Estes terminais in- irá captar junto
cluem um browser para a internet que utiliza uma das pessoas. An-
nova tecnologia – o Mini Map – para tentar ultra- tónio Aleixo, di-
passar as dificuldades de navegação. José Horta e rector de vendas
Costa, director Multimedia Iberia da Nokia frisa da divisão de mo-
que “o browsing é uma das áreas em grande ex- bile communica- D.R.
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D.R.
mentos a uma maior aceitação, como os custos dos
equipamentos e serviços. De acordo com a LG, o
design dos terminais, a largura de banda e os servi-
ços agregados serão no futuro próximo factores im-
portantes para o sucesso dos novos produtos.
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[Dinâmicas]
A Linden Lab, empresa proprietária do jogo online Second Life, Jornais perdem terreno para
Falha de segurança no Second Life
detectou uma falha no seu sistema de segurança que poderá edições online
comprometer os dados pessoais dos quase 680 mil utilizadores
inscritos no mundo virtual em que o jogo se desenrola.Todos os uti- Segundo dados avançados pela Marktest, os
lizadores deste jogo recebe- jornais de tiragem nacional perderam cerca
ram um aviso da Linden de 173 mil leitores para versões da imprensa
Lab, onde eram informados online apenas no primeiro trimestre de
sobre a falha de segurança e 2006. No total, já são cerca de 1,6 milhões
lhes era pedido para que al- os portugueses que lêem edições
terassem as suas passwords. electrónicas de publicações, em detrimento
A base de dados da empresa das versões impressas. Segundo este estudo,
sobre os membros desta co- a percentagem da população que tem este
munidade online inclui tipo de hábito de leitura é de 16%.
nomes reais, moradas, pass-
words e alguma informação
sobre os cartões de crédito
dos utilizadores. Sony preocupada com imagem
no mercado
Amazon disponibiliza downloads Depois de se ter sido obrigada a retirar do
mercado milhões de baterias de
A Unbox, novo serviço da computadores da Dell e da Apple, devido ao
Amazon, vai permitir o risco de sobreaquecimento e incêndio, e de
download de filmes e séries atrasar o lançamento europeu da PlayStation
televisivas, variando o custo 3 para Março de 2007, a Sony começa a
entre um a 15 dólares cada. sentir dúvidas sobre a sua reputação no
Esta plataforma de mercado. O departamento que tem
distribuição de conteúdos levantado mais problemas à empresa tem
multimédia disponibilizada
pela maior loja online irá
concorrer directamente
com o iTunes. A Unbox
disponibilizará milhares de
títulos dos seis maiores
estúdios de Hollywood, entre os quais a 20th Century Fox e a
Warner, e cadeias de televisão, como a CBS e a FOX. A Amazon
garante que a qualidade dos produtos disponibilizados é semelhante
à de um DVD.
A Marktest está em fase de estudo de uma nova sido a secção de jogos, uma vez que com o
Marktest analisa novo
metodologia de medição de audiências para sites da atraso de quatro meses da chegada da nova
internet. Ainda na etapa de testes, o novo método consola à Europa, a Sony não poderá
método de estudo
poderá arrancar já em 2007 e virá substituir a metodo- competir com os produtos concorrentes da
logia Netpanel, actualmente utilizado pela Marktest Microsoft (Xbox 360) e da Nintendo (Wii)
para medir o volume de acessos aos sites de na época de compras natalícias, quando estas
publicações online. No entanto, o Netpanel apenas empresas apostam em grandes campanhas de
contabiliza as visitas efectuadas a partir de ligações marketing.
domésticas, excluindo os acessos efectuados a partir de
outros locais exteriores ao computador de casa.
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s meios de comunicação tradicionais estão a Project for Excellence in Journalism, que apresen-
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Jornalismo online ainda nos primeiros qual conseguem medir o impacto da campanha no
passos target diferenciado”, sublinha Pedro Soares. O
Apesar de haver muito espaço para o mercado on- crescente investimento publicitário não é, todavia,
line português crescer, os órgãos têm ainda que comparável aos valores registados na televisão ou
melhorar a oferta de conteúdos e a exigência in- na imprensa escrita.
formativa. Para Miguel Martins, editor multimé- A inexistência de uma entidade supra-marca que
dia do Expresso, o sector está ainda muito agarra- audite o mercado e registe audiências aceites por
do às breaking news. A maioria dos conteúdos da todas as empresas desmotiva os anunciantes. Até
versão online dos principais jornais portugueses ao final do ano ou no início de 2007 deverá nascer
são uma réplica do material das agências, opinião uma plataforma de entendimento entre os princi-
partilhada pelo director da Sic Online, Pedro pais órgãos do mercado para a criação de uma en-
Soares. “Temos de criar sites completos, que des- tidade responsável pelo registo das audiências.
pertem no cidadão a vontade de navegar, partilhar O mercado online português tem no entanto ou-
experiências e envolver-se emocionalmente com o tros problemas estruturais. “Temos um mercado
texto e o jornalista”, defende. pequeno, com poucas empresas, que gera receitas
O ano passado foi “muito bom” para o projecto li- modestas e no qual o Sapo.pt tem ainda um peso
derado por Pedro Soares. Se em 2004 os anun- muito grande”, explica Pedro Soares. Mesmo as-
ciantes revelaram pouca disposição para apostar no sim, para o director da SIC Online o panorama
online, em 2005 o investimento foi substancial. português é animador. “Temos meios com redac-
“Este é o momento certo para arriscar, porque o ções vocacionadas só para este tipo de jornalismo
mercado tende a aumentar o investimento publici- e existe cada vez mais público a aderir aos sítios”,
tário nas plataformas digitais”, frisa. sublinha.
Em 2005 o share de publicidade da SIC Online O Maisfutebol.iol.pt, o primeiro jornal desporti-
chegou aos 1,2 por cento, o que representa um in- vo online português, teve também resultados posi-
vestimento de 7,5 milhões de euros. Este ano o tivos em 2005. A subida da audiência para cerca de
valor deverá duplicar. “Os anunciantes reconhe- nove milhões de visitas de página em Dezembro é
cem as vantagens da publicidade online, através da um marco assinalável, mas 2006 está a ser ainda
melhor. “Tivemos três enviados-especiais no
Mundial 2006, criámos um site específico para co-
brir o evento e lançámos mais quatro livros sobre
futebol, sempre com a Primebooks”, sublinha Luís
Sobral, director do Maisfutebol.
O sucesso do jornal online foi garantido através de
controlo de custos e diversificação das receitas,
com o recurso a publicidade, venda de conteúdos
e edição de livros. Para além da colaboração com o
jornal Metro e vários órgãos de comunicação do
grupo Media Capital, o Maisfutebol teve já uma
rádio de desporto online, suspendida por “ainda
não haver mercado”.
Para o director do Maisfutebol, a escassez de
meios e as curtas receitas publicitárias dificultam a
existência de uma agenda própria para os media
online, mas os problemas estão a ser ultrapassados.
“A penetração da internet está a crescer e isso tra-
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O PAPEL DE CADA UM
s trinta anos de liberdade de expres- As principais razões deste fenómeno “inter-
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PORTUGUÊS INTERACTIVO
Museu mostra de forma original a história da língua portuguesa
É um ponto de encontro com a língua portuguesa e sua história, em São
Paulo. A interactividade é a principal aposta para mostrar a amplitude da
língua de Camões
POR RUI MARTINHO
Desde a data da sua inauguração, a 21 de te, como forma de “mostrar ao utilizador que é ele
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RUI MARTINHO
qualquer universidade no Brasil. A inexistência de
Tribunais da Inquisição acarretou a impossibilida-
de prática de produzir e imprimir livros na coló-
nia, agravada pela ausência de tipografias anterio-
res à instalação da corte no Rio de Janeiro. “Se
fizermos a comparação com a colonização espa-
nhola, no México, no Peru e nas Filipinas, em me-
ados do século XVI, já há universidades e tipogra-
fias a imprimir livros e tribunais a tratar das
autorizações necessárias, bem como colégios para
as crianças terem uma educação espanhola. É claro
que esta deslocalização para a colónia dos investi-
mentos principais da cultura era possível – não va-
mos ser ingénuos – não porque os espanhóis fos- IVO CASTRO NO GABINETE LEITE VASCONCELLOS DA FACULDADE DE LETRAS
sem democráticos, mas porque possuíam uma
máquina militar tão poderosa no local, que se po- grafias. A comissão de linguistas encarregue pela
diam dar ao luxo de deixar a cultura germinar, por- República de fazer uma ortografia, produziu um
que o exército estaria a tomar conta. Além disso, documento tecnicamente muito bom. Mas nin-
depararam no México e no Peru com civilizações guém pensou que era preciso perguntar aos brasi-
sofisticadas, que requeriam abordagens adequadas. leiros se aceitavam aquela ortografia! Os brasilei-
Em relação ao Brasil, houve um investimento míni- ros ficaram muito ofendidos e fizeram uma
mo na transposição dos mecanismos culturais, o anti-ortografia, ou seja, escolheram soluções pro-
que teve como consequência um grande desequilí- positadamente diferentes. Desde essa altura, tem
brio entre as capacidades culturais da metrópole e havido sempre tentativas de conciliação e aproxi-
as da colónia e, consequentemente, no século XIX, mação que, por um motivo ou outro, nunca batem
com a independência do Brasil, uma irritação brasi- certo. Em 1986, as autoridades dos dois países es-
leira em relação à metrópole muito superior à que tiveram de acordo em fazer uma ortografia única.
as antigas colónias espanholas costumam ter em re- Mas, desta vez, ao contrário do que aconteceu em
lação a Espanha. E, portanto, um diálogo futuro 1911, foram os linguistas que não estiveram à altu-
comprometido entre Portugal e o Brasil, quando ra da tarefa e produziram um documento tecnica-
entre Espanha e as suas antigas colónias esse diálogo mente muito fraco. Depois houve mais duas ver-
não está nada comprometido.” sões, muito diferentes uma da outra, a última de
1990, assinada no Brasil e em Portugal, mas a dis-
Diferendo ortográfico é fruto de “gaffe” cussão em torno da unidade ortográfica já tinha
portuguesa tantos anos e já tinha sido tão intensa que, na reali-
“A questão ortográfica entre Portugal e o Brasil é dade, nenhum governo se sentiu com coragem pa-
um bom exemplo da irritação brasileira face à me- ra dar o passo seguinte e pôr a ortografia a funcio-
trópole e da forma como Portugal não geriu bem nar. O que acontece é que já passaram dezasseis
o ascendente que tinha em relação ao Brasil”, afir- anos, a ortografia de 1990 continua na gaveta e
ma Ivo Castro. “O diferendo nasce de uma ‘gaffe’ ninguém de facto dá pela sua falta. O que é prova
diplomática portuguesa. Em 1911, Portugal codi- suficiente de que a coabitação de duas ortografias,
fica pela primeira vez a sua ortografia. Até então a uma própria do Brasil e a outra própria de
ortografia era de tipo etimologizante, bastante Portugal e restantes países lusófonos, deve ser en-
afastada da realidade fonética e não estava codifica- carada como situação irreversível, que temos de
da, pelo que permitia uma grande variedade de assumir e levar para a frente”.
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D.R.
Escolas de Belas Artes ou de Música forçosamente
não fazem grandes pintores, escultores ou músi-
cos, também as escolas de Jornalismo, só por si,
não fazem jornalistas. O Jornalismo é uma Arte.
Ou se tem capacidade, incluso ética, ou não se
tem.
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D.R.
contrário, devem ser totalmente isentos? Ensino Superior na Região, padeça de todos os
R: Acho que o Estado tem de garantir a existência males, de que padece a nível nacional.
de um pluralismo editorial que represente as prin-
cipais correntes de opinião. Gosta mais da informação em suporte
audiovisual ou impressa?
Considera suficiente a oferta jornalística R: Prefiro a impressa. Tem mais qualidade do que
existente no Arquipélago da Madeira? a falta de profundidade, mediocridade, e superfi-
R: É excessiva e não sobreviveria, também, sem os cialidade, por vezes meras “propagandas”, dos su-
apoios do Estado e da Região Autónoma, apesar de portes audiovisuais.
empenhos capitalistas no sector.
Como ocupa os seus tempos livres?
Considera haver espaço para mais meios R: Leio, escrevo, vou aos concertos, nado, jogo té-
de comunicação social? Existe algum nis (com 63 anos, já não sou tão veloz), exposi-
plano para estimular o desenvolvimento ções infelizmente raras vezes, e gosto muito de me
dos media na Madeira? divertir, embora a patetice do regime não o ache
R: É uma experiência de sucesso, em desenvolvi- politicamente correcto.
mento, e que o País deveria adoptar. É um “cho-
que tecnológico”, não no papel e sim no terreno, Quais são hoje os principais desafios para
de há mais de uma década. a Região Autónoma da Madeira?
R: Sobreviver à vergonhosa e sectária perversidade
Considera haver uma oferta satisfatória ao socialista para com a Madeira; continuar o
nível do ensino superior na região? Desenvolvimento Integral (a região cresce, em
R: O Ensino Superior continua da responsabilida- média, cinco pontos anuais); preparar a revisão
de da República, pois o Governo socialista violou constitucional de 2009 contra os resquícios colo-
os compromissos do Estado, também neste ponto, nialistas; fazer da Madeira a Singapura do
com pretexto em programa partidário. Daí que o Atlântico, sempre mantendo a Unidade Nacional e
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D.R.
Após 36 anos no poder, receia que se se
distanciar da actividade política activa da
região se possa abrir caminho para um
Governo socialista na Madeira?
R: Olhe, ao ritmo de progressão que os socialistas
“sobem” na Madeira – e às vezes tornam a descer
– nem daqui a vinte anos formam Governo. A di-
recção nacional dos socialistas, em vez de procurar
destruir uma parcela de Portugal que funciona,
devia tentar perceber as razões pelas quais os “ca-
maradas” locais passam pelo vexame de já terem
perdido trinta e nove eleições.
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Que políticas está a desenvolver na Qual a figura nacional que mais admira,
Madeira na área da cultura? em qualquer campo da sociedade? Quem
R: Hoje, semanalmente, há mais eventos culturais são os seus mentores políticos?
na Madeira do que no Porto. Todos os Concelhos R: Admiração, Francisco Sá Carneiro. Mentores, a
foram infraestruturados com centros culturais Sabedoria do Povo Madeirense.
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D.R.
que decorreu em São Francisco, nos EUA, a
empresa revelou o seu empenho em conti-
nuar a liderar no mercado das soluções informáti-
cas em silício. Um dos primeiros passos irá ser o
lançamento em Novembro do primeiro processa-
dor de quatro núcleos (“quad-core”) para PCs e
servidores de alta performance.
O presidente e CEO da Intel, Paul Otellini apre-
sentou o plano da empresa para uma posição de li-
derança no mercado tecnológico, referindo a cada
vez maior importância do silício no sector. “A in-
dústria está a sofrer a mudança mais profunda das
últimas décadas, estando a entrar numa era em de milhares de engenheiros e técnicos foi também
que o desempenho e a eficiência energética são o palco para o repto original da Intel para que os
factores críticos em todos os segmentos de merca- designers e fabricantes de PCs desenhem modelos
do e em todos os aspectos relacionados com com- sexy e com estilo, para a próxima geração de com-
putação”, disse. putadores especialmente pensados para o entrete-
Abordando as mais recentes tendências no uso de nimento multimédia. Eric Kim, vice-presidente e
computadores pessoais, Otellini referiu a necessi- director-geral do Digital Home Group da Intel
dade premente de processadores mais eficientes. apresentou o Intel Core Processor Challenge, um
“Um único ‘stream’ do You Tube seria o suficiente concurso aberto a todo o mundo e que irá ofere-
para bloquear o PC existente há alguns anos cer mais de um milhão de dólares aos autores do
atrás”, lembrou Otellini. Os novos sistemas opera- PC doméstico mais pequeno e com mais estilo
tivos, a maior exigência gráfica dos jogos, o vídeo apresentado à Intel, e que faça uso da tecnologia
online e de alta-definição tendem a aumentar a da empresa. Os sistemas apresentados irão ser ava-
exigência relativamente aos processadores: “À me- liados pelo júri de acordo com o seu estilo, acústi-
dida que o vídeo de alta-definição começa a ex- ca, funcionalidades e características. “A nossa in-
pandir-se, as pessoas vão necessitar de um desem- tenção é fazer a indústria pensar de forma
penho oito vezes superior, apenas para fazer a inovadora, pensar os PCs como algo ‘sexy’, peque-
encriptação.” Para Otellini, a “tecnologia do silício no, de forma simples, optimizando-os para entre-
está no centro da solução” para a satisfação das ac- tenimento multimédia”, referiu Eric Kim.
tuais exigências dos utilizadores. “Estamos a investir na mão que nos alimenta”, re-
conheceu o executivo da Intel, que deve ainda a
PCs “cool” e “sexy” maior fatia do seu volume de negócios aos utiliza-
A edição de 2006 do IDF, com a habitual presença dores domésticos.
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CRISE NA IMPRENSA
O local fica para depois
Os media regionais e os gabinetes de comunicação autárquica têm cada
vez mais dificuldades em aceder ao campo mediático. A solução passa por
uma nova estratégia de comunicação e o investimento nos media locais
POR GUILHERME PIRES
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CM SANTIAGO CACÉM/SIRP
DA ESQUERDA PARA A DIREITA: JOÃO CÉU E SILVA, JUDITE DE SOUSA E RICARDO PINTO
tar a elaboração das notícias de acordo com o tão a ser transformadas em bodes expiatórios, por-
meio a que se destinam: TV, rádio ou imprensa. que “sob a aparente defesa da descentralização o país
Este trabalho tem, no entanto, de ser acompanha- está com um discurso centralista”.
do pelo desenvolvimento dos media regionais. O Os cortes no financiamento às autarquias são uma
jornalista Ricardo Jorge Pinto, presente no ECA, das consequências desta conjuntura. “Os sucessivos
defende que “o problema reside na falta de órgãos governos, de direita ou esquerda, têm contribuído
de comunicação regionais que supram as necessi- para uma imagem de descrédito do poder local, para
dades de informação dessas zonas”. A comunicação disfarçarem a dificuldade em conter a despesa na ad-
autárquica pode ser notícia, mas “tem de o ser pa- ministração central”, referiu o mediático professor
ra as populações que vivem nas regiões em causa”, de Direito. A solução passa pela elaboração de uma
frisa o jornalista do Expresso. nova estratégia de comunicação das autarquias, que
vise “a convocação de todos os sectores da sociedade
Nova estratégia para inverter crise para a excelência do poder local”.
Na opinião de Marcelo Rebelo de Sousa, o cenário Realizado a 20 e 21 de Setembro em Santiago do
traçado por João Céu e Silva é uma realidade indes- Cacém, o ECA 2006 reuniu membros de serviços
mentível que se deve, também, à “crise profunda” de comunicação de 52 municípios, jornalistas e pro-
dos media regionais e à emergência de uma cultura fessores universitários.A ausência de formação espe-
contrária ao poder local. O orador convidado para o cífica para a comunicação autárquica na maioria dos
primeiro dia do ECA considera que as autarquias es- cursos de jornalismo e ciências da comunicação por-
tugueses é um dos problemas identificados pelos
O SECTOR EM DEBATE profissionais do sector. “A comunicação nas autar-
quias é fundamental e o investimento que é realiza-
A crise dos media regionais foi apenas um dos do está de acordo com a realidade dos munícipios”,
vários tópicos focados no 7º ECA. Ao longo do evento sublinhou Susana Resende, oradora no segundo dia
foram ainda debatidas a aplicação das novas tec-
nologias aos gabinetes de comunicação, as expecta-
do ECA. “Contudo, não conseguimos encontrar
tivas dos profissionais do sector e a medição do grau uma definição do que deve ser e como deve actuar
de satisfação dos munícipes. Os cinco painéis de de- um técnico a trabalhar numa câmara municipal, pelo
bate contaram com a presença de oradores como os que temos de saber que formação precisamos e que
jornalistas Judite de Sousa, Ricardo Pinto ou João será mais apropriada ao nosso público”, concluiu.
Céu e Silva, os docentes Marcelo Rebelo de Sousa,
Eduardo Camilo ou José Vidal de Oliveira, e diversos
responsáveis de gabinetes de comunicação.
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m terras do Alto Alentejo, a população está, res e criado em Ponte de Sôr há 51 anos, tem pro-
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Imprensa*
*FONTE: EMPRESAS, FICHAS TÉCNICAS E SÍTIOS INSTITUCIONAIS; **Nº MÉDIO POR EDIÇÃO.
mente”. O Ecos do Sôr distingue-se por ser o úni- tém a rádio local, RCM, e, desde há quatro meses,
co jornal com um suplemento cultural mensal, o o quinzenário Região em Notícias de Campo
O2 que inclui temas como poesia, literatura, mú- Maior, aproveitando assim as sinergias entre estes
sica, internet, ambiente e restauro. dois órgãos que partilham a mesma redacção de
Já em Campo Maior, é a Santa Casa da três jornalistas. Com uma tiragem de 1500 exem-
Misericórdia desta localidade alentejana que de- plares, o jornal tem tido algum sucesso, explica o
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director institucional, João Carrilho, acrescentado blicidade que “tem melhorado, mas tem de ser
que agora o objectivo é ampliar a publicação para com alguma insistência”, diz Paula Marmelo.
fora do concelho. No Jornal de Nisa são os colaboradores perma-
O Jornal de Nisa, quinzenário criado em 1998, nentes e o director que seguram este quinzenário,
tem como uma das suas preocupações “fazer a diz o responsável Mário Mendes. “É possível anga-
ponte com as gentes do concelho” de Nisa que riar [publicidade] mas com muitas dificuldades
emigraram para França onde o jornal tem muitos porque o comércio local é frágil”, descreve o res-
assinantes, explica o director, Mário Mendes. ponsável.
Procura “reflectir a realidade do concelho”, abor- O director do único jornal de Nisa refere ainda que
dando problemas sociais como os relacionados o apoio do Estado é o porte-pago, uma ajuda valiosa
com os idosos. Um caso de sucesso no jornal é já que, refere, “sem isso seria muito difícil, teríamos
uma página dedicada ao Património local “que é de encarecer a assinatura o que é injusto para quem
muito lida”, diz Mário Mendes. “Há que dar visibi- compra o jornal”, explica.
lidade aquilo que é nosso, se não, não vale a pena e De Ponte de Sôr chegam-nos ecos de um caso de
nada nos diferencia dos outros”, conclui. sucesso. “A publicidade tem sido a base do desen-
Ainda de referir a existência, em Arronches, do volvimento e tem corrido muito bem”, diz
único jornal gratuito do distrito, o Notícias de Fernando Albuquerque.“A comunidade tem enten-
Arronches criado há quatro anos por Fernando dido o projecto do jornal”, explica. Além da publi-
Marques. cidade institucional e dos anúncios “porque os clien-
tes precisam”, o Ecos do Sôr tem clientes que
Jornais a contas com a publicidade anunciam para ajudar o jornal da terra. Conclusão?
Exemplo de um caso de sucesso, o Linhas de Elvas “Há 5 anos que não paramos de subir”, diz.
conta com três jornalistas na sua redacção e tem Isabel Mendes diz que ao Fonte Nova o que vale é
uma tiragem de 7500 exemplares. A sobrevivência a sua marca já que “é muito difícil angariar publici-
deste jornal e a angariação de anunciantes “não são dade. As pessoas não compreendem que anunciar é
difíceis”, diz Nuno Barraco. não esquecer. Isto não é caridade, é um serviço”,
Por seu lado, o Distrito de Portalegre vive de pu- conclui.
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MÁRIO GUERREIRO
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Rádio*
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[Aula Aberta]
A CRISE DA IMPRENSA
uito se tem escrito ultimamente so- O impacto das novas tecnologias digitais – e
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[Centros de Conhecimento]
COMUNICAÇÃO NO ISCSP
Licenciatura combina Jornalismo e Comunicação Estratégica
BRUNO AMARAL
riada em 1980, como Licenciatura em
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[Instituições do Conhecimento]
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[Leituras]
Organizações, Cidadãos e Qualidade
Ivo Domingues
RésXXI/Formalpress
Ivo Domingues é doutorado em Sociologia das Organizações pela Universidade
do Minho e investigador e consultor nas áreas da Gestão da Qualidade e da
Gestão de Recursos Humanos e autor deste livro, editado pela Rés
XXI/Formalpress, que resulta da complicação de vários textos publicados no
Caderno Management do Semanário Económico.Trata-se de uma observação
atenta de um cidadão a várias organizações que fazem parte do seu dia-a-dia. Ao
longo de seis capítulos o autor aborda temas como as orientações e práticas de
gestão de qualidade, a qualidade em serviços privados e públicos, bem como a
qualidade em comércio e em educação.
POR VERA LANÇA
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**DEVE ENVIAR UMA FOTOCÓPIA DO CARTÃO DE ESTUDANTE OU COMPROVATIVO DA MATRÍCULA ***DEVE ENVIAR O COMPROVATIVO DA TRANSFERÊNCIA
[A indústria de Hollywood]
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[A indústria de Hollywood]
nos primeiros dias após a estreia, a criatividade cada vez mais os grandes estúdios estão a contratar
contida na mensagem do slogan pode ditar o seu criativos que possam tratar dos trailers e dos anún-
sucesso. Mas os produtos de publicidade mais im- cios para reduzir os custos que implicam.
portantes são os anúncios televisivos e os trailers
que vão ser exibidos nas salas de cinema. São as Estudar as características do mercado
peças que, realmente, levam o público às salas de A estratégia criativa de um filme é desenvolvida a
cinema e não podem ser simples despertadores de pensar nas características do principal alvo da pro-
emoções, têm que transmitir o sentido da história, dução, que é determinado antes da filmagem, no
o núcleo duro do filme. entanto, a abordagem de marketing pode ser alte-
A campanha de lançamento de uma grande produ- rada à medida que o filme vai tomando a sua for-
ção implica um investimento entre 15 a 35 milhõ- ma final. Marich afirma que a identificação da
es de dólares em publicidade nos meios de comu- principal audiência é essencial porque esta é a mais
nicação. Nesta fase, os estúdios apostam muito nas fácil de motivar para o filme, daí que o conceito
ideias de empresas criativas exteriores ao estúdio, de marketing tenha que ser desenvolvido a pensar
sendo contactadas várias empresas que apresentam nela. É na fase dos estudos de mercado, feitos com
os seus projectos e apenas é escolhido o que mais base numa amostra de pessoas (representante da
lhes agradar. Aliás, em Hollywood existem cerca população geral) que, segundo Marich, é obtida
de 7 mil empresas ligadas ao sector do cinema, informação representativa do universo populacio-
90% das quais têm menos de dez funcionários e nal. Em Hollywood, esta é uma ferramenta muito
trabalham para as grandes produtoras. No entanto, utilizada pelos grandes estúdios desde finais dos anos
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[A indústria de Hollywood]
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pós dez anos como director-geral do Clix, três a cinco anos vamos estar a facturar mais na in-
dade e marketing a nível global, o objectivo prin- Em empresas como a McCann será que essa
cipal é tomar de assalto o território da comunica- bagagem de décadas pode retardar a adap-
ção digital, e no final fazer da McCann uma tação a novas linguagens e tecnologias?
“referência” para a indústria e uma “escola de pro- R: Sim, sem dúvida. Creio que as grandes empre-
fissionais” que se querem os melhores do mercado. sas de publicidade como a McCann não se actuali-
zaram. São das mais conservadoras, das que arris-
Como surgiu este desafio de liderar uma cam menos e as que estão menos à vontade na área
empresa histórica como a McCann? digital.Têm as suas âncoras nos anos 90, e âncoras
R: Foi por convite da Vera Nobre da Costa. nessa década não têm as telecomunicações e as no-
Quinze anos da minha vida foram como cliente e vas tecnologias como “driver” fundamental na área
sempre estive como director de marketing ou da comunicação. Mas isso vai ter que mudar. Essa
marketeer em empresas que dependiam muito de dificuldade de movimentação foi reforçada pelos
comunicação. O Clix, que foi a minha última posi- próprios directores de marketing e comunicação,
ção, pertencia a um “player” importante do ponto que também não se actualizavam. Hoje em dia há
de vista da comunicação, e é uma indústria onde mais gente que consome a internet do que progra-
me sinto muito à vontade, mas do lado do cliente. mas de televisão, rádio, ou até “outdoors” e no en-
Por isso o salto foi uma novidade. É uma indústria tanto o investimento nestes continua a ser maior
que sempre segui, e que gostava muito de experi- do que na internet. Há uma mudança geracional e
mentar, e achei que era uma oportunidade. nós tencionamos contribuir para isso.
Como é tomar as decisões numa empresa O que poderá o Pedro Pina trazer para a
que é sinónimo de marketing e publicidade McCann?
por todo o mundo? R: A grande contribuição
R: É uma responsabilidade enorme. A McCann é que a minha experiência no “A McCann é por
por vezes chamada de ministério da publicidade e Clix traz a este nível é sensi- vezes chamada
o seu ADN confunde-se com a formação da indús- bilizar o meu “management” de ministério da
tria. O grande desafio é utilizar essa herança histó- e a minha equipa que temos publicidade e o
rica como uma plataforma positiva para se actuali- de ser um “player” importan- seu ADN
zar e para estar a par e passo com os valores te na comunicação digital. A confunde-se
contemporâneos. E nesse sentido estamos a dar minha experiência no lado com a formação
passos significativos no desenvolvimento da nossa do Clix já me dava a ver que da indústria”
actividade digital. Projecto que entre os próximos a indústria da publicidade es-
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tava muito incipiente a esse nível e por outro lado Com desafios como a regulação do sector…
também me apercebia que os próprios anunciantes R: Foi um desafio que levava muito a sério. Acho
também estavam muito incipientes em termos do que esta questão está a ter um desfecho interessan-
digital. Sabia porque o próprio Clix era uma plata- tíssimo, com a Sonae a chegar à conclusão que não
forma de publicidade e convencer anunciantes a po- há condições para haver concorrência e que a úni-
rem publicidade era um inferno. Essa experiência ca maneira de resolver o problema é fazendo uma
permite-me agora ser um factor de conversão e um OPA sobre a PT.
motor de transformação deste lado.
E há algum projecto que recorde com
Quais os momentos que recorda como os especial carinho durante os anos no Clix?
mais frutuosos ou os mais difíceis durante R: A criação da marca, sem dúvida. Trago também
os anos em que esteve no Clix? com carinho o momento do vale das sombras por
R: Os anos que passei no Clix foram dos mais ex- que passámos numa determinada altura quando ti-
traordinários que eu tive na minha carreira, por vemos que converter a empresa da internet grátis
vários motivos.Tinha uma equipa maravilhosa com para uma empresa séria e comprometida com a
quem me dava um gozo tremendo trabalhar. Foi banda larga. Esse “turnaround” foi dos momentos
graças a eles que foi possível conquistar o que con- em que realmente não via a luz ao fundo do túnel.
quistámos. E depois estávamos inseridos no uni- Não tínhamos nenhuma ajuda das entidades regula-
verso Sonae, que é um grupo extraordinário, cuja doras e houve ali uns meses em que julguei mesmo
gasolina é a meritocracia. É de uma gestão feita que a situação era terrível e que era preciso fazer
com rigor e disciplina como eu vi em poucas em- um “requiem” de uma marca maravilhosa como o
presas internacionalmente. Clix. Há que louvar o trabalho do grupo de profis-
sionais brilhantes que ainda hoje estão no Clix. E ti-
vemos a sorte de ter um accionista como a Sonae
que é de uma resiliência como não existe em
Portugal. Lembro-me da Cofina, por exemplo, nu-
ma determinada altura… o Paulo Fernandes disse
algo do género “a internet é uma ilusão” e desistiu.
E a Sonae é uma empresa admirável porque até dei-
tar a toalha ao chão tenta tudo o que é possível.
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[TV no Futuro]
MÁRIO GUERREIRO
os programas que deseja ver, à hora que mais
lhe convém e segundo o formato que prefere.
Seja pela internet, serviço terrestre ou satélite,
com conteúdos nacionais, europeus ou do outro
lado do Atlântico. E que facilmente os descarrega
para um leitor portátil de vídeo, computador ou
telemóvel. Parece difícil… mas em breve deixará
de parecer. Os dispositivos que estão a chegar irão
alterar a forma como a indústria aproveita os con-
teúdos e retirar espaço à publicidade.
Com o desenvolvimento da Televisão Digital Terreste
(TDT) e Televisão por Internet (IP-TV) a relação en-
tre a indústria e os consumidores está a sofrer uma al-
teração sem paralelo. Ao disponibilizar serviços inter- ra, bem como solicitar informação adicional (dados
activos e maior variedade de programas, estas sobre actores ou participantes em concursos, bem co-
plataformas permitem ao espectador escolher certos mo estatísticas em eventos desportivos).
conteúdos (filmes, documentários, séries) e progra- Parte da revolução digital prende-se ainda com a
má-los de acordo com a sua vontade. A par com os vastíssima oferta online de conteúdos televisivos,
programas televisivos podem ainda ser facultados jo- em motores de busca como o Google Video ou o
gos de vídeo. Os espectadores têm também a possibi- You Tube, redes de televisão peer-to-peer ou pla-
lidade de alterar a banda sonora e os ângulos da câma- taformas como o podcast e vlogging. O fácil aces-
so a todo o tipo de programas e disponibilização
em telemóveis, consolas e leitores de video portá-
O QUE É A TELEVISÃO DIGITAL? teis ajuda a fragmentar ainda mais as audiências.
Fragmentação que nasceu com a massificação dos
Ao contrário da rede analógica, em que o sinal tem a canais temáticos da rede por cabo.
forma de uma onda contínua, a televisão digital é
transmitida através de bits, em séries de zeros e uns.
A tecnologia apresenta uma elevada compressão de Audiências fragmentadas: o fim do negócio
imagem e recorre a técnicas de modulação, tendo por tradicional
isso melhor qualidade e um maior realismo. A TDT Os modelos de negócio para as redes de televisão
requere apenas a utilização de um terço do espectro estão assim cada vez mais complexos e tendem a
frequencial. A sua total integração deixará espaço
livre a ser aproveitado para radiodifusão digital ou
complicar-se ainda mais no futuro próximo. A
telecomunicações móveis. fragmentação dos espectadores através do serviço
de programação on demand significa o fim da difu-
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[TV no Futuro]
JOANA VALADARES
rio “The end of television as we know it”, do
Institute for Business Value da IBM, a tendência a
longo prazo “é a formação de nichos de audiência
que podem resultar no impensável – uma audiên-
cia de uma pessoa apenas”.
Com os serviços interactivos de televisão digital os
espectadores podem também recusar ou saltar os
anúncios publicitários. Uma das preocupações cen-
trais dos anunciantes é perceber se as mudanças nos
hábitos dos consumidores irão alterar a rentabilida-
de da publicidade na televisão. Segundo o relatório
da IBM, até 2012 as receitas dos anunciantes deve-
rão decrescer entre os 2,4 por cento previstos na
Alemanha e os seis por cento no Reino Unido. O
futuro pode passar pela “criação de mensagens pu-
blicitárias interactivas, adaptação às várias platafor-
mas móveis de difusão e identificação de segmentos
e sub-segmentos específicos”.
A fragmentação do mercado sente-se em particular
nos países mais desenvolvidos, onde os consumido-
res têm uma grande capacidade financeira. De acor-
do com o estudo “Television networks in the 21st
century”, da Deloitte, a liderança mundial das redes
digitais cabe aos EUA. No início de 2006 quase 50 UE quer sistema digital completo em 2012
por cento dos lares norte-americanos tinham um No velho continente o serviço digital está disponí-
receptor digital, existindo cerca de três milhões de vel através de todas as principais plataformas – ter-
assinantes de TDT. No caso dos serviços por satélite restre, por satélite, cabo e via internet – embora
ou cabo os números são ainda mais expressivos, nem todos os países disponham das quatro tecno-
com 53 milhões de subscrições. Os norte-america- logias. A União Europeia pretende que até 2012 os
nos lideram ainda noutras tecnologias, como a tele- Estados-Membros substituam por completo o sis-
visão de alta definição (HDTV), gravadores digitais tema analógico de televisão pelo digital. Segundo
de video (DVR) e o video on demand (Vod). dados da UE a presença da nova rede difere bas-
tante entre cada Estado-Membro, ficando a média
pelos 25 por cento de penetração. A liderança per-
PORTUGAL NO FUNDO DO PELOTÃO
tence ao Reino Unido, com a presença de televi-
são digital em 64 por cento dos lares.
Dos Estados-Membros que ainda não implemen- De acordo com a Digitab, na Europa Ocidental ape-
taram a rede de TDT, Portugal é o mais atrasado. A nas Portugal, Noruega e Irlanda não têm televisão
Irlanda está a desenvolver um teste maciço ao mer-
cado e na Noruega a rede foi já atribuída à operadora digital terrestre (ver caixa). O último Estado-
NTV, que deverá iniciar as operações em 2007. Caso -Membro a aderir à TDT foi a França, arrancando
seja lançado até ao final do ano, o concurso por- com 17 emissões em Março. Em Espanha o sistema
tuguês para a TDT poderá abrir o caminho para o começou no final de 2005 com 20 canais, cinco de-
lançamento, em 2007, das primeiras emissões expe- les da televisão estatal. Entre os 25 Estados-
rimentais. Para já decorrem ensaios técnicos no pólo
de Aveiro do Instituto de Telecomunicações. -Membros existem 47 milhões de receptores digi-
tais, dos quais 26 mil têm capacidade interactiva.
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[Empresas XXI]
otenciar a comunicação com os consumido- tencial. “Em termos de concorrência, esta existe
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[Cibercultura]
O IMAGINÁRIO PÓS-FOTOGRÁFICO
Regresso à fotografia digital
om a fotografia herda-se um tipo de memó- fotografia, animação, 3D, cinema e vídeo caseiro
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[Cibercultura]
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[Educomunicação]
Como se instala a internet?”, ou “Como posso “Pela primeira vez na história da Humanidade, as
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[Educomunicação]
VERA LANÇA
Prevenir os riscos
online
A falta de instrução e o
desinteresse pelas novas
tecnologias por parte de
uma grande franja dos
pais portugueses contri-
bui para a fraca cons-
ciência dos riscos que a
internet pode assumir
para os seus filhos inter-
nautas. Esse facto tem
contribuído para uma
postura liberal dos pais
quer em relação aos
conteúdos a que os fi-
lhos têm acesso, quer
aos mecanismos restriti-
vos que aplicam, nor-
malmente mais relacio-
se movem, as condições de acesso e o nível de ins- nados com o tempo dispendido online do que
trução contribuem bastante para que sejam hoje os propriamente com regras de utilização.
filhos que ensinam aos pais como mexer no com- É nesse contexto que o Programa Information
putador. Society, apoiado pela Comissão Europeia desen-
Como revelaram os resultados do Inquérito à volveu, em parceria com a London School of
Utilização de Tecnologias de Informação e da Economics o projecto EU Kids Online: European
Comunicação nas Famílias, do INE, o uso do com- Research on Cultural, Contextual and Risk Issues
putador e o acesso à internet corresponderam às in Children’s Safe Use of the Internet and New
actividades mais praticadas pelos jovens entre os Media. O EU Kids Online, que culminará em
16 e os 24 anos (78,1% dos indivíduos). 2009, presta uma especial atenção à forma como
Verificamos assim como todos estes dados revelam as crianças e os jovens dos 18 países envolvidos
a existência de um fosso geracional acentuado no utilizam a internet. Participam no projecto lidera-
nosso país. Uma discrepância que pode ser expli- do por Sonia Livingstone os seguintes países: Áus-
cada por vários factores, entre eles os baixos níveis tria, Bélgica, Bulgária, República Checa,
de escolaridade da população portuguesa. Apesar Dinamarca, Estónia, França, Alemanha, Grécia,
de o nível de investimento que o Estado Português Islândia, Noruega, Polónia, Portugal, Eslovénia,
faz na educação ser próximo da média europeia, os Espanha, Suécia, Holanda e Reino Unido.
índices de abandono e de insucesso escolar conti- Com este projecto, já disponível em www.eukidsonli-
nuam a ser superiores aos dos congéneres euro- ne.net, pretende analisar-se a pesquisa realizada em
peus. Assim, ainda que se verifiquem alguns pro- cada país e os seus diferentes contextos (de pesquisa
gressos entre as gerações mais novas, Portugal é académica, políticos, económicos, sociais e culturais).
ainda o país da Europa com a menor percentagem Numa fase posterior, o objectivo é reunir um conjun-
de indivíduos com ensino superior. Registe-se tam- to de recomendações a nível europeu, no sentido da
bém que, em 2001, a taxa de analfabetismo estava segurança da criança, da literacia mediática e do co-
ainda próxima de um décimo da população (9%). nhecimento dos riscos que a internet apresenta.
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particular de
constituição
José Saramago
da nova
em Lanzarote.
Corporação
A biblioteca do escritor é composta por mais de 20 mil
RTVE. A
exemplares e inúmeros manuscritos pessoais e pode
administrado-
ser consultada na internet graças ao acordo assinado
ra da
entre o Nobel da Literatura e aquela universidade
Corporação
espanhola. O objectivo do acordo é prestar assessoria
será Cármen
técnica na planificação, organização e funcionamento
Caffarel,
da biblioteca pessoal de Saramago, estando uma equipa
actual
de documentalistas a efectuar o processo de
directora
catalogação e digitalização das obras. Inicialmente,
geral da RTVE, até que seja eleito o corpo administrativo
cerca de 1.800 exemplares digitalizados poderão ser
pelo Parlamento espanhol. Espera-se que esta eleição
consultados online.
ocorra dentro dos próximos meses, uma vez que a nova
entidade deverá estar operacional já no início de 2007.
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[Evento]
Unit 4 Agresso, empresa líder na Europa em so- zão de aproximação à Agresso foi a desconfiança do
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[Aldeia Global]
O grupo RTL terminou a sua participação no mercado Telecom Italia prepara venda da
RTL finaliza serviço de rádio nos Países Baixos
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[IPTV da Alcatel]
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[IPTV da Alcatel]
D.R.
nio, são unânimes em afirmar que desejam contro-
lar as suas escolhas de visualização, por exemplo,
mudar de uma programação que é emitida por um
mecanismo de transmissão em que as estações de
televisão determinam o conteúdo e o horário da
programação para um modelo de recepção em que
são os consumidores que decidem o horário, o lo-
cal e o conteúdo que vêem.
Este estudo também evidenciou algumas frustra-
ções dos utilizadores, nomeadamente, a lentidão
da mudança de canal associada às emissões por ca-
bo digital ou satélite, o desafio de encontrar os pro-
gramas preferidos num guia de programação elec-
trónico (EPG), a dificuldade de navegação nos
menus e a incapacidade de programar a gravação de
um programa favorito. Foram precisamente estes os
fundamentos de base da solução IPTV da Alcatel.
MÁRIO MARTINS, RESPONSÁVEL DE VENDAS - APLICAÇÕES / CAT -
Quais os principais benefícios para o uti- GRUPO DE COMUNICAÇÕES FIXAS DA ALCATEL PORTUGAL
lizador em nome individual que recorre
aos serviços de operador equipado com a Triple Play (baseados em arquitecturas de rede
plataforma IPTV da Alcatel? xDSL tradicionais) implementados e de inegável
R: Com base nos comentários recebidos durante o sucesso. No entanto, para garantir todo o poten-
nosso estudo, o desenvolvimento da solução de cial dos novos serviços que a tecnologia actual po-
IPTV foi orientado de modo a incluir os seguintes de proporcionar (VoD personalizado, broadcast
benefícios para o consumidor. Como é o caso da em alta definição e Community TV) será necessá-
programação com temporização personalizada: o ria uma transformação gradual das redes actuais de
utilizador assume o controlo do seu horário de modo a garantir maiores débitos ao consumidor.
programação, movendo programas do “horário Esta transformação implica uma reorganização da
nobre” para o “horário pessoal”; e da mudança ins- arquitectura de rede existente que cubra os novos
tantânea de canal: zapping mais rápido entre ca- requisitos do Triple Play em áreas como home net-
nais; navegação mais simples (através do EPG): é working, acesso, agregação, EDGE, transporte e
mais fácil encontrar, ver e gravar os seus progra- plataformas de serviços. Destas áreas, a reconver-
mas preferidos, função de vídeo pessoal gravado são da rede de acesso é a que exige um plano de
(fazer pausa ou voltar atrás na emissão televisiva execução mais elaborado e maior investimento.
em directo) e capacidade de vídeo a pedido ou vi- Assim, e apesar de ser já possível o lançamento de
deo-on-demand (seleccionar e encomendar um serviços base Triple Play, entendemos que os níveis
filme sem ter de sair de casa). de cobertura em termos geográficos e qualitativos
que permitirão a entrega de serviços multimédia
Os custos da modernização das redes de valor acrescentado (voz, internet de alta veloci-
instaladas podem ser um obstáculo a um dade e televisão e vídeo de alta definição) exigem
maior recurso às tecnologias IPTV? É pos- a reconversão da rede de acesso. Em relação aos
sível assistir a TV por IP em televisores televisores, será possível utilizar qualquer tipo de
convencionais? televisor para serviços de IPTV recorrendo a uma
R: A nível internacional, existem já serviços de set-top box para aceder ao serviço.
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[Euro Lex]
uando chamado a pronunciar-se sobre ques- mafioso” e omissões deliberadas por parte do di-
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[Euro Lex]
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[Agenda XXI]
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A Apple anunciou o
lançamento do novo
serviço pago de
downloads de
filmes, da
Disney, Pixar e
Touchstone, já
para o início de
A Samsung apresentou o primeiro chip 2007. O novo
de memória flash NAND com uma aparelho, o iTV,
capacidade de 32 GB. Fabricado com poderá ser
recurso a tecnologia de 40 adquirido pelo preço
nanómetros, este dispositivo pode de 236 euros, mas
guardar informação sem necessitar de inicialmente apenas nos
ligação a uma fonte de energia. Esta Estados Unidos. Este serviço, entrará em concorrência
versão representa um grande salto em com a Amazon, que disponibiliza conteúdos
relação ao modelo apresentado pela semelhantes. O iTV foi apresentado juntamente com o
mesma empresa há um ano – um chip novo modelo do iPod da Apple, muito mais pequeno e
de 16 GB fabricado com tecnologia de melhorado face à versão anterior.
50 nanómetros. A utilização deste tipo
de chips de memória está muito
difundida junto dos utilizadores de
dispositivos móveis.
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