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SISTEMAS DE COMBATE
A INCÊNDIO COM ÁGUA
Introdução
A água é o mais completo dos agentes extintores. A sua importância é reconhecida, pois
mesmo que não leve à extinção completa do incêndio auxilia no isolamento de riscos e
facilita a aproximação dos bombeiros ao fogo para o emprego de outros agentes extintores.
Atualmente é mais utilizada em sistemas de proteção contra incêndio como o sistema de
hidrantes e mangotinhos, sistema de chuveiros automáticos e sistema de água nebulizada,tendo
como objetivo o controle e a extinção rápida e eficiente de um incêndio.
A água é o agente extintor que proporciona a melhor absorção de calor, sendo que o
efeito extintor pode ser aumentado ou diminuído, conforme o estado em que é dirigida sobre o
fogo. Pode agir quanto ao método de extinção por: resfriamento, abafamento e emulsificação.
Pode ser aplicada de três formas básicas: jato compacto, neblina e vapor.
O jato compacto é um jato forte de água, produzido à alta pressão por meio de um
esguicho com orifício (requinte) de descarga circular. Extingue o incêndio por resfriamento
e o seu sucesso na extinção depende, essencialmente, de se conseguir a vaporização da água
na imediata proximidade do objeto incendiado.
A água em jato sob a forma de vapor é aquela fragmentada em pequeníssimas partículas,
de diâmetro quase que microscópico, chamada também de “neblina”. A água na forma de neblina
apresenta o máximo de superfície em relação ao conteúdo líquido que a compõe. Disso resulta
a máxima capacidade prática para absorção do calor. A quase totalidade de água assim
empregada no combate a incêndios é transformada em vapor, que continua agindo por
abafamento, quando aumentando dessa forma o poder extintor da água, sobretudo quando em
locais confinados.
A água aplicada na forma de neblina possibilita o máximo de utilização da capacidade de
absorver o calor (cerca de 90% da água se transforma em vapor). No sistema de hidrantes e de
mangotinhos, o emprego do jato em forma de neblina é eficiente tanto na extinção de incêndio
confinado com na extinção de incêndio aberto e em líquidos inflamáveis.
O efeito de emulsificação é obtido por meio de neblina de alta velocidade. Pode-se
obter, por esse método, a extinção de incêndios em líquidos inflamáveis viscosos, pois o
efeito de resfriamento que a água proporciona na superfície de tais líquidos impedirá a
liberação de seus vapores inflamáveis. Em geral, no processo de emulsificação gotas de
inflamáveis ficam envolvidas individualmente por gotas de água, dando no caso dos óleos,
aspecto leitoso.
No caso de alguns líquidos viscosos a emulsificação apresenta-se na forma de uma espuma
que retarda a liberação dos vapores inflamáveis.
Sistema de reservação
É composto por reservatório, que pode ser do tipo elevado, no nível do solo, semi-
enterrado ou enterrado e tem como função reservar um volume de água destinado exclusivamente
ao combate de incêndio. O reservatório de água pode ser construído, na edificação ou área de
risco, em concreto armado, metal apropriado ou qualquer outro material que apresente
resistência mecânica às intempéries e ao fogo.
A reserva de água deve ser prevista para permitir o primeiro combate, durante um
determinado tempo.
Após esse tempo considera-se que o corpo de bombeiros mais próximo atuará no combate,
utilizando-se da rede pública de abastecimento de água ou de fontes naturais como, por
exemplo, açudes, lagos e rios. As águas provenientes de fontes naturais para utilização no
sistema de hidrantes e de mangotinhos são aceitas, porém devem ser observadas as exigências
quanto às características construtivas de captação da água para os sistemas conforme
recomendações da (NBR 13714 - 2000 - Sistemas de Hidrantes e de Mangotinhos para Combate a
Incêndio).
Sistema de pressurização
Pode operar de três formas: por gravidade, por bombas ou por tanque de pressão. Tem a
função de fornecer energia para o transporte da água e ainda atingir o material em combustão
a uma determinada distância, com vazão e pressão adequada à extinção do fogo.
O sistema operado por bombas é composto por bomba principal ou bomba de incêndio, bomba
de pressurização ou bomba jockey. A bomba de incêndio tem a finalidade de recalcar a água do
reservatório para os hidrantes ou mangotinhos. Deve possuir motor elétrico ou a explosão.
Quando a bomba principal fornece água aos hidrantes mais desfavoráveis
hidraulicamente, no caso de não poderem ser abastecidos pelo reservatório elevado, ela
recebe o nome de bomba de reforço.
A bomba de pressurização ou bomba jockey tem a função de manter o sistema pressurizado
em uma faixa preestabelecida e de compensar pequenas perdas de pressão.
O sistema operado por tanques de pressão compõe-se de bomba de incêndio e de tanque de
pressão. O tanque de pressão acoplado a uma bomba fornecerá pressão e vazão constantes e
contínuas ao sistema hidráulico.
A bomba de incêndio acoplada ao tanque de pressão com diafragma poderá succionar água
de um reservatório tanto acima quanto abaixo (reservatórios, poços etc.) e, simultaneamente,
pressurizar a rede hidráulica.
Sistema de comando
O acionamento do sistema de hidrantes e de mangotinhos pode ser manual, por meio de
botoeira do tipo liga e desliga,ou automático, por meio de chave de fluxo ou de pressostato.
A botoeira do tipo liga e desliga é um acionador manual da bomba principal.
Sistema de distribuição
É composto pela tubulação, hidrantes e mangotinhos.
A tubulação consiste de um conjunto de tubos, conexões e de outros componentes
hidráulicos como, por exemplo, válvulas de fechamento e de manobra (gaveta, globo,
angulares, etc.) destinados a conduzir a água, desde o reservatório até aos pontos de
hidrantes ou de mangotinhos.
Todo e qualquer material previsto ou instalado deve ser capaz de resistir aos efeitos
do calor, mantendo o seu funcionamento normal, ou seja, o meio de ligação entre os tubos,
conexões e outros componentes deve garantir a estanqueidade e a estabilidade mecânica da
junta e não deve sofrer comprometimento de desempenho.
Os componentes de materiais termoplásticos, como tubos e conexões, devem ser utilizados
somente enterrados e fora da projeção da planta da edificação, atendendo aos requisitos de
funcionamento da instalação em termos de resistência à pressão interna e a esforços
mecânicos.
O hidrante é o ponto de tomada de água no qual há uma, (simples) ou duas (duplo) saídas
contendo válvula angular com seus respectivos adaptadores, tampões, mangueira de incêndio,
esguicho e requinte.
As válvulas dos hidrantes têm como função controlar e bloquear o fluxo de água no
interior da tubulação e devem ter conexões iguais às adotadas pelo corpo de bombeiros, ou
seja, tipo engate rápido.
A mangueira é um tubo flexível, com uniões do tipo engate, fabricado com fios naturais
ou artificiais e utilizado para conduzir a água no trecho compreendido entre a válvula
angular e o esguicho.
O esguicho, apresentado na figura 5, é um componente metálico adaptado na extremidade
da mangueira, destinado a dar forma, direção e controle ao jato, podendo ser do tipo
regulável (compacto ou neblina) ou de jato compacto. Os mais utilizados para hidrantes em
edifícios são os do tipo agulheta com diâmetro nominal de 13, 16, 19 e 25 e o esguicho
regulável com diâmetros nominais de 40 e 65.
Os hidrantes podem ser de coluna, quando ligados à rede pública de distribuição de água
e quando permitem a adaptação de bombas e mangueiras para a extinção de incêndios.
São denominados de parede no caso de ponto de tomada de água instalado na rede
particular, embutido em parede, podendo estar no interior de um abrigo de mangueira.
São ainda denominados hidrantes internos quando instalados no interior da edificação,
ou externos, caso contrário.
O mangotinho é o ponto de tomada de água no qual há uma simples saída contendo válvula
de abertura rápida, adaptador (se necessário), mangueira semi-rígida acondicionada em
carretel axial, esguicho regulável e demais acessórios.
No sistema de mangotinhos são utilizados esguichos reguláveis com diâmetros nominais
de19, 25 e 35.
OUTROS COMPONENTES
Abrigo
É um compartimento, em geral na cor vermelha, embutido ou aparente, dotado de porta,
destinado a armazenar carretéis, mangueiras, chaves de mangueiras, esguichos e outros
equipamentos de combate a incêndio devendo ser capaz de protegê-los contra intempéries e
danos diversos. É instalado em local visível e de fácil acesso, inclusive sinalizado de
forma adequada.
Chave de mangueira
A chave de mangueira é uma haste metálica de ramo curvo e destina-se a realizar o
acoplamento e desacoplamento das juntas de união das mangueiras com o esguicho e a válvula
angular no sistema de hidrante.
Registro de recalque
Os sistemas de hidrantes e de mangotinhos devem ser dotados de registro de recalque de
água, que consiste em um prolongamento da tubulação até a entrada principal da edificação ou
área de risco e cujos engates devem ser compatíveis com os utilizados pelo corpo de
bombeiros. Destina-se a permitir a introdução de água proveniente de fontes externas no
sistema predial de combate a incêndio.
Critérios de projeto
A NBR 13714 (2000) e o Regulamento de Segurança Contra Incêndio das Edificações e Áreas
de Risco dos Estados e as IT´s recomendam os seguintes critérios de projeto:
• As edificações com área construída superior a 750 m2 ou altura superior a 12 m devem
ser protegidas por sistemas de mangotinhos ou de hidrantes.
• Os pontos de tomada de água devem ser posicionados:
- nas proximidades das portas externas, escadas e/ou acesso principal a ser protegido, a não
mais de 5 m.
- em posições centrais nas áreas protegidas e obrigatoriamente nas proximidades das portas
externas, escadas e/ou acesso principal a ser protegido, a não mais de 5 m.
- fora das escadas ou antecâmaras de fumaça.
- de 1,0 m a 1,5 m do piso.
• No caso de projetos utilizando hidrantes externos deverá atender ao afastamento de,
no mínimo, uma vez e meia a altura da parede externa da edificação a ser protegida.
• O sistema deve ser projetado de tal forma que dê proteção em toda a edificação, sem
que haja a necessidade de adentrar as escadas, antecâmaras ou outros locais determinados
exclusivamente para servirem de rota de fuga dos ocupantes.
• Os hidrantes ou mangotinhos devem ser distribuídos de tal forma que qualquer ponto da
área a ser protegida seja alcançado por um ou dois esguichos, conforme o tipo de sistema,
considerando o comprimento da(s) mangueira(s) através de seu trajeto real e desconsiderando
o alcance do jato de água.
Critérios de dimensionamento
O dimensionamento do sistema segundo a NBR 13714 (2000) e o Regulamento de Segurança
Contra Incêndio das Edificações e Áreas de Risco dos Estados e IT´s deve atender aos
critérios descritos a seguir:
• Considerar o uso simultâneo dos dois jatos de água mais desfavoráveis
hidraulicamente, aqueles com menor pressão dinâmica no esguicho, para qualquer tipo de
sistema especificado, prevendo em cada jato de água as vazões requeridas bem como a
aplicabilidade do sistema em função da tipologia da edificação.
• No caso de edificações com mais de um tipo de ocupação, denominadas edificações com
ocupação mista, que requeiram proteção por sistemas distintos, os sistemas devem ser
dimensionados para cada tipo individualmente.
Para essa mesma situação o Regulamento de Segurança Contra Incêndio das Edificações e
Áreas de Risco dos Estados e IT´s , permite o dimensionamento do sistema considerando-se o
maior risco.
• O sistema deve ser dimensionado de modo que as pressões dinâmicas nas entradas dos
esguichos não ultrapassem o dobro daquela obtida no esguicho mais desfavorável
hidraulicamente.
• A pressão máxima de trabalho em qualquer ponto do sistema não deve ultrapassar a
1.000 kPa.
• A velocidade da água na tubulação de sucção das bombas de incêndio não devem ser
superior a 2 m/s (sucção negativa) ou 3 m/s (sucção positiva).
• A velocidade máxima da água na tubulação não deve ser superior ao valor de 5 m/s.
• O volume do reservatório pode ser obtido em função da vazão total do sistema e do
tempo de operação, que é definido em função do tipo de sistema (NBR 13714 (2000)); ou por
meio de volume mínimo definido em função da classificação da edificação e áreas de risco
(Regulamento de Segurança Contra Incêndio das Edificações e Áreas de Risco dos Estados e
IT´s.
Dimensionamento do sistema
O dimensionamento hidráulico do sistema deve ser realizado utilizando-se a eq. 1, de
Darcy-Weisbach ou Fórmula universal, ou as equações 2 e 3, de Hazen-Williams.
Histórico
O sistema de chuveiros automáticos teve o início de seu desenvolvimento no século XIX,
embora o aperfeiçoamento de vários tipos de sistemas e de chuveiros tenha ocorrido no século
XX.
Segundo BRYAN (1976), o primeiro sistema de chuveiros automáticos foi criado na
Inglaterra, em 1806, por John Carey. Esse sistema consistia de tubos perfurados conectados a
um sistema de suprimento de água com um reservatório elevado. A coluna de distribuição de
água continha uma válvula fechada conectada a um sistema de cordas e de pesos, que era
arranjado de tal forma que as cordas ao serem queimadas abriam uma válvula por operação de
um contrapeso liberando água para a extinção do fogo.
Em 1812, Sir William Congreve melhorou o sistema de John Carey substituindo as cordas
por um cimento fundível, projetado para entrar em operação a 44oC. Ao patentear o seu
sistema, Congreve incluiu uma ligação que é considerada a primeira válvula de alarme, que
operava pela queda de um peso.
O Major Stewart Marcison, em 1864, projetou um chuveiro automático, considerado como o
protótipo, pois apresentava elemento termo-sensível, que se fundia sob a ação do calor e
permitia a descarga da água sob pressão em todas as direções, acionando somente aqueles
atingidos pela ação do calor. Mais tarde, Henry Parmelee produziu um chuveiro automático que
foi o primeiro a ser aceito comercialmente e também reconhecido pelas seguradoras.
Ainda, segundo os mesmos autores, em 1922 foi lançado pela Grinnell um chuveiro com
ampola de vidro com o objetivo de eliminar os problemas de corrosão que ocorria nos modelos
de metal. A partir daí, houve uma série de pesquisas contínuas no sentido de aperfeiçoar e,
conseqüentemente, melhorar a eficiência desse sistema, que é atualmente considerado o mais
importante sistema de proteção contra incêndio.
Conforme o API GROUP INC. (s.d), a evolução histórica do sistema de chuveiros
automáticos pode ser descrita da seguinte forma:
• 1806 – John Carey projeta um sistema de tubos perfurados, atuadores e cordas em chamas.
• 1812 – Cel. William Congreve projeta tubos perfurados com válvulas.
• 1875 – Parmelee inventa o primeiro chuveiro automático moderno.
• 1882 – Grinnell inventa um sistema de chuveiro automático melhorado que com capacidade de
suportar pressões maiores e de distribuir a água mais uniformemente.
• 1885 – John R. Freeman realiza testes extensivos em sistemas de chuveiros automáticos.
• 1895 – Reunião dos representantes de seguradoras em Nova York para estabelecer normas de
proteção contra incêndio.
• 1896 – a NFPA ( National Fire Protection Association) é oficialmente instituída e publica
normas para sistemas de proteção contra incêndio.
Conforme a (NBR 10897 - 1990 - Proteção Contra Incêndio por Chuveiro Automático), os
sistemas de chuveiros automáticos classificam-se em: sistema de tubo molhado, sistema de
tubo seco, sistema de ação prévia, sistema dilúvio e sistema combinado de tubo seco e ação
prévia.
ativados pela ação do fogo. É recomendado para locais nos quais não há risco de congelamento
da água na tubulação.
Sistema dilúvio
Consiste de uma rede de tubulação seca em cujos ramais estão instalados os chuveiros
automáticos abertos, ou seja, não possuem elementos termos-sensíveis como também nenhum tipo
de obstrução. É acrescido de um sistema de detecção de incêndio, na mesma área de proteção e
Sistema de pressurização
Tem a função de garantir ao sistema vazão e pressão adequada ao tipo de risco do
sistema e constitui-se do conjunto moto-bomba. As bombas, segundo a NBR 10897 (1990), devem
ser dos seguintes tipos:
• centrífuga horizontal de sucção frontal.
• centrífuga horizontal de carcaça bipartida.
• centrífuga e/ou turbina horizontal.
As bombas devem ser diretamente acopladas, por meio de luva elástica a motores
elétricos ou a diesel, sem interposição de correias ou correntes. Também, devem possuir
dispositivo para partida automática pela queda de pressão hidráulica no sistema de
distribuição dos chuveiros automáticos. Ainda, deve ser introduzido um dispositivo que, após
a partida do motor, o desligamento só possa ser efetuado por controle manual.
Para evitar a operação indevida da bomba principal, deve ser instalada uma bomba de
pressurização, denominada jockey, para compensar pequenos e eventuais vazamentos na
tubulação, em uma faixa de pressão hidráulica preestabelecida para garantir uma pressão
hidráulica de supervisão no sistema de distribuição. Essa bomba deve manter a rede do
sistema de chuveiros sob uma pressão imediatamente superior à pressão máxima da bomba
principal, sem vazão, e sua demanda nominal não superior a 20 L/min (1,2 m3/h).
Sistema de distribuição
Constitui-se de uma rede de tubulações compreendida desde a válvula de governo e alarme
até aos chuveiros automáticos.
Tubulações
São elementos do sistema e podem ser especificadas com os seguintes materiais: aço
carbono com ou sem costura, aço preto ou galvanizado e cobre sem costura. A NBR 10897 (1990)
aprova também o emprego de tubulações de PVC rígido, cimento amianto e poliéster reforçado
com fibra de vidro, desde que tenham desempenho equivalente aos das tubulações aparentes e
enterradas. As tubulações, conforme apresentadas na Figura 6, recebem as seguintes
denominações e funções: ramais, subgeral, geral, subidas ou descidas e subida principal.
a) Ramais
São as ramificações onde os chuveiros automáticos são instalados diretamente ou
utilizando-se tubos horizontais com 60 cm de comprimento máximo.
b) Subgeral
É a tubulação que interliga a geral aos ramais e tem a função de alimentar os ramais.
c) Geral
É a tubulação que interliga a subida principal à subgeral e tem a função de alimentar a
subgeral.
d) Subidas ou Descidas
São as tubulações em posição vertical, de subidas ou descidas, conforme o sentido de
escoamento da água. Essas tubulações fazem as ligações entre as redes de chuveiros dos
diversos níveis ou pavimentos, as ligações das subgerais com os ramais ou, ainda, as dos
chuveiros individuais com os ramais quando a subida ou a descida excede de 30 cm de
comprimento.
e) Subida Principal
É a tubulação que interliga a rede do sistema de abastecimento com a rede do sistema de
distribuição e onde é instalada a válvula de governo e alarme (VGA) que controla e indica a
operação do sistema.
f) Chuveiros
Também denominados sprinklers, podem ser do tipo aberto ou automático.
Os chuveiros abertos são aqueles que não dispõem de componente termo-sensível ou
qualquer outro componente que obstrua a passagem de água. São empregados no sistema dilúvio
e destinados à proteção de ocupações de risco extraordinário e risco pesado.
Os chuveiros automáticos são componentes termos-sensíveis projetados para reagir a uma
temperatura predeterminada, liberando de forma automática uma descarga de água na forma e
quantidade adequada sobre uma área preestabelecida ou apropriada. São providos de um
mecanismo comandado por um elemento termosensível como, por exemplo, bulbo de vidro, solda
eutética etc., que os mantém hermeticamente fechados. Sob a ação do calor de um incêndio,
automaticamente entram em operação.
O defletor, componente do chuveiro que tem importante função, uma vez que o seu desenho
define a forma do jato e como ele deve ser distribuído para cobrir e proteger a área. O
desenho do defletor determina a forma de instalação a ser feita, se na posição em pé ou
pendente.
Os chuveiros, quanto à descarga de água, podem ser classificados em: chuveiro-padrão,
chuveiro tipo antigo e chuveiro lateral.
• Chuveiro-padrão (spray) – apresenta defletor que faz com que a água seja projetada
para baixo, com pequeníssima ou nenhuma quantidade dirigida contra o teto. A descarga da
água é abaixo do plano do defletor e a forma de distribuição do jato é hemisférica, que é
dirigido totalmente sobre o foco do incêndio.
• Chuveiro tipo antigo – o defletor permite que uma parte da água seja projetada contra
o teto e o restante para baixo, tomando uma forma aproximadamente esférica.
• Chuveiro lateral (sidewall) – distribui a água de tal forma que grande parte dela
seja aspergida para frente e para os lados, em forma de um quarto de esfera, e uma pequena
quantidade para trás contra a parede. São empregados em ambientes estreitos, cuja largura
não exceda o alcance do jato.
• Chuveiro especial – instalado embutido ou rente ao forro falso por motivo de
estética. Esse tipo de chuveiro somente é instalado na posição pendente.
Os chuveiros, quanto à posição de instalação do defletor, podem ser classificados em:
chuveiro para cima (up right), chuveiro pendente e chuveiro lateral (sidewall), conforme
apresentados na Figura 8.
Critérios de projeto
Fatores que influenciam a resposta do Chuveiro
A altura e a forma do teto influenciam o tempo de resposta do chuveiro para o início do
combate ao incêndio.
Com relação à altura do teto, os gases quentes, por convecção, sobem na forma de uma
nuvem até o teto e ativam o chuveiro. Dessa forma, para tetos mais altos, a camada será mais
espessa no momento de operação do chuveiro, devido ao esfriamento dos gases em seu trajeto.
Com relação à forma do teto, tem-se que:
• qualquer obstrução no teto representa uma barreira para a camada de gases quentes
subir.
• tetos com vigas ou nervuras tendem a canalizar os gases quente entre as vigas, e
somente os chuveiros entre ou junto a essas vigas são prováveis de entrar em operação, pelo
menos inicialmente.
• os telhados inclinados atuam como poços invertidos, nos quais os gases quentes sobem
e podem impedir que os chuveiros operem na base do telhado.
• riscos leve e ordinário – a distância máxima entre a face dos pilares e chuveiros
pode chegar a 2,30m , desde que seja respeitada a área máxima de cobertura permitida por
chuveiro.
• riscos extraordinário e pesado – a distância máxima entre a linha de centro dos
pilares e chuveiros pode chegar a 1,80m, desde que seja respeitada a área máxima da
cobertura permitida por chuveiro.
As posições dos chuveiros e respectivos defletores em relação às vigas e dutos, para
quaisquer tipos de ocupações de risco, devem obedecer à Tabela 6 e Figura 9.
Para o dimensionamento do sistema utilizando-se a NBR 10897 (1990) devem ser atendidas
as recomendações das tabelas 7 e 8 para ocupações de risco leve e ordinário,
respectivamente.
Para outras situações como, por exemplo, um mesmo ramal que alimenta chuveiros acima e
abaixo de forros, devem ser consultadas outras tabelas na NBR 10897 (1990).
Dimensionamento hidráulico
Consiste na determinação dos diâmetros nominais da tubulação por meio de cálculo de
perda de carga de modo a garantir uma densidade preestabelecida e distribuída, com certa
uniformidade, sobre uma área de aplicação de chuveiros operando simultaneamente e de maneira
a atender às características de pressão e de vazão.
Para o dimensionamento por cálculo hidráulico utilizando a NBR 10897 (1990) são
necessárias as seguintes informações:
• área de aplicação, em m2.
• densidade, em mm/min.
• área máxima coberta por chuveiros, em m2.
• demanda adicional para hidrantes.
• dados sobre os abastecimentos de água.
Determinação da densidade
A densidade e a área de aplicação variam em função da classe de risco de ocupação,
conforme apresentado na Figura 10.
Mecanismos de operação
A extinção do fogo ocorre por três mecanismos: resfriamento, deslocamento do oxigênio e
atenuação do calor radiante.
Resfriamento
As gotas muito finas aumentam a área da superfície disponível e, dessa forma, tem-se
maior absorção de calor e maior taxa de evaporação da água. A interrupção da combustão pode
propiciar cerca de 30 a 60% de redução de calor.
Deslocamento de oxigênio
A água transforma-se em vapor e o volume expandido desloca o ar e reduz a quantidade de
oxigênio no entorno.
Aplicação
São adequados para as seguintes aplicações, entre outras: turbinas a gás, centrais
telefônicas, CPDs e ambientes de equipamentos eletrônicos, reservatórios de líquidos
inflamáveis e cozinhas industriais.