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ANARQUIA

Principais Idéias Anarquistas


Anarquismo é geralmente identificado como caos ou "bagunça", por ser uma doutrina
política que defende a abolição de qualquer tipo de governo formal; mas, na verdade
não é bem isso. Etimologicamente esta palavra é formada pelo sufixo de archon, que
em grego significa governante, e an, que significa sem. Ou seja, anarquismo significa
ao pé da letra "semgovernante". A principal idéia que rege o anarquismo é de que o
governo é totalmente desnecessário, violento e nocivo, tendo em vista que se toda a
população pode, voluntariamente, se organizar e sobreviver em paz e harmonia.

A proposta dos anarquistas é contraditória ao sistema capitalista mas, não deve ser
confundida com o individualismo pois, como já foi dito, está fundamentada na
cooperação e aceitação da realidade por parte da comunidade. De acordo com os
principais pensadores anarquistas, o homem é um ser que por natureza é capaz de
viver em paz com seus semelhantes mas órgãos governamentais acabam inibindo esta
tendência humana de cooperar com o resto da sociedade.

Com isso, podemos perceber que uma sociedade anarquista não é algo totalmente
descontrolado como todos pensam, muito pelo contrário, esta é uma sociedade bem
estruturada e organizada, só que esta organização está baseada neste instinto
natural do homem. Ou seja, ela depende da autodisciplina e cooperação voluntária,
e não uma decisão hierárquica.

A sociedade cria uma construção artificial, na qual a ordem é imposta de cima para
baixo, como em uma pirâmide. Já no anarquismo a sociedade não seria uma
estrutura e sim um organismo vivo que cresce em função da natureza.

Por isso, os anarquistas abominam a formação de qualquer partido político pois estes
acabam com a espontaneidade de ação, burocratizando-se e exercendo alguma forma
de poder sobre o resto da população. Eles também temem as estruturas teóricas na
medida em que estas podem se tornar autoritárias ou "sentenciosas".

Daí o anarquismo ser conhecido como algo vivo, e não uma simples doutrina, a
ausência de poder e controle na mão de alguns torna o movimento anarquista algo
frágil e flexível. A crítica ao poder do Estado leva à tentativa de inverter a pirâmide
hierárquica de poder, o que formaria um sociedade descentralizada que procura
estabelecer um relação de forma mais direta possível. A responsabilidade começa nos
núcleos vitais de civilização, onde também são tomadas as decisões, local de
trabalho, bairros, etc.. Quando estas decisões não são possíveis de ser tomadas,
formam-se federações. O importante, porém, é manter a participação e aprovação
de todas as pessoas envolvidas.

Os anarquistas criticam a forma de governar do parlamentarismo pois a


representação corre o risco de entregar o poder à um homem inescrupuloso e hábil,
que use as paixões do povo, para sua auto promoção. Quando as decisões abrangem
áreas mais amplas são convocadas assembléias, com intuito de nomear delegados que
estão sujeitos à revogação de seus cargos.

Apesar de o anarquismo ser diferente na Europa e Brasil, ele tinha uma mensagem
comum nos dois: a liberdade e a igualdade só serão conquistadas com o fim do
capitalismo e do Estado que o defende. O anarquismo considerava, assim como o
socialismo, que a propriedade privada era o principal problema da sociedade,
argumentando que os "recursos naturais da terra" pertencem à todos, ou seja, sua
apropriação para uso pessoal é roubo. O sistema capitalista causou o
empobrecimento e exploração de muitos para a riqueza e avareza de poucos. Os
fortes obrigaram os fracos à servir e em uma luta incessante pela riqueza as diversas
nações entraram em guerra. Assim, claramente, podemos perceber que o capitalismo
foi criado para atender à necessidade de uma classe dominadora e exploradora e não
ao resto da sociedade.

A socialização da propriedade, unicamente, não pode mudar nada, pois acabar com a
propriedade privada sem acabar com o governo burocrático só faria com que se
criasse uma classe privilegiada em sua própria preservação. Todas as formas de
governo acabam usando de determinada doutrina para "roubar" a liberdade do
homem e satisfazer a "casta governante". Todas, usam da repressão policial ou
militar para impor a sua vontade diante do povo, e, as leis, de um modo geral, são
decretadas pelos poderosos para legitimar sua tirania. Na sociedade capitalista
quando os pobres protestam contra os ricos, a polícia e o exército entram em ação;
mais tarde estes pobres reprimidos têm de pagar as despesas destes dois órgãos e
ainda do judiciário, que servem para dominar os trabalhadores.

Os anarquistas insistem que os meios de propaganda e educação recebem o apoio e o


controle do Estado, para perpetuar os objetivos deste. A religião, é uma
importantíssima ferramenta para os burgueses pois pacífica o trabalhador, levando- o
a aceitar a miséria sem protestos, induzindo-o a desistir de sua liberdade e aceitar a
dominação dos que "roubam" o fruto de seu trabalho. As escolas são usadas para
ensinar aos homens a obediência às instituições já formadas; homens são treinados
para adorar o seu país, dispondo- se sempre a dar sua vida pelos interesses de seus
exploradores.

Então, somente eliminando o Estado e a propriedade privada é que o homem será


totalmente livre, de suas carências, dominação, para desenvolver seu potencial ao
máximo. Em uma sociedade anarquista as leis e a violência serão desnecessárias pois
os homens livres serão capazes de cooperar para o bem da humanidade. Nessa
sociedade, a produção seria feita de acordo com as necessidades da população e não
para o enriquecimento de alguns poucos; com o fim das propriedades privadas não
haveriam mais assaltos, ninguém iria cobiçar o que é dos outros (pois nada seria dos
outros); acabaria a exploração das mulheres, cada um poderia amar à quem quisesse,
independentemente de sua classe social e grau de riqueza, sem ser necessário o
casamento; não existiria mais a violência e nem as guerras, ninguém mais lutaria por
riquezas e não existiria mais o nacionalismo, racismo, carência e competição.

Se há anarquistas que praticam atentados políticos, não é em função desta sua


posição, mas sim uma resposta aos abusos, perseguições e à opressão sofrida por
eles. Não são, portanto, atos anarquistas e sim de revolta inevitável por parte dos
explorados contra a violência dos altos escalões.
Movimentos Anarquistas
Esta doutrina utópica se organizou primeiro na Rússia, durante a segunda metade do
século XIX. No final desse século, o anarquismo na França, Itália, Espanha e Estados
Unidos, associou-se ao sindicalismo formando o anarco-sindicalismo.

Mas, os movimentos sociais dos democratas e comunistas, partidários das idéias


Marxistas, derrotaram a proposta revolucionária anarquista internacional. Somente
na Espanha ele continuou com uma grande força mas foi destruído em 1936, na
guerra civil.

O mais brilhante dos anarquistas foi indiscutivelmente Bakunin, um filho de ricos


aristocratas russos. Tornou-se revolucionário apartir das influências de Proudhon;
participou das rebeliões parisienses e praguenses, em 1848 e 1849 respectivamente.
Ele foi preso por vários anos e exilado na Sibéria. Quando retornou, em 1870, entrou
nas revoltas de Lyon e Bolonha. Fez muitas críticas à Marx, tendo sido expulso da
Primeira Internacional em 1872; com vários de seus companheiros ele fundou a
Internacional Saint-Imier.

Além de Bakunin, Proudhon (seu mestre) e Kropotrin, o anarquismo conta com


artistas, jornalistas e intelectuais em geral: como Oscar Wilde, George Orwell,
Picasso, Emma Goldman, Malatesta e George Woodcock.

Em 1879, após a morte de Bakunin, que era chamado de gênio da destruição, a


propaganda anarquista feita por Kropotkine, Reclus, Malatesta e outros, atravessou
um novo período de efervescência revolucionaria, pelo menos na parte ativa
pensante do proletariado francês.

O anarquismo, apesar da lei repressiva de 1872, que fez muitas vítimas, alastrava-se
de uma maneira espantosa, através da palavra, imprensa e do fato, adquirindo o
partido revolucionário, vastas proporções, como ficou visto no conselho de Marselha,
onde os operários franceses, em um número enorme, se declaravam pelo
anarquismo. Em Lyon, como em outros grandes centros industriais, as idéias
libertárias desenvolveram-se largamente, tendo sido, no pequeno período de três
meses, publicados 16 periódicos revolucionários e um grande número de folhas
soltas.

Essas propagandas, não poderiam deixar de produzir os seus frutos. Em agosto de


1872 Montecaules- Mines, era um teatro de grandes tumultos revolucionários e a
igreja de Bois-du-Verne foi incendiada por meio de dinamites. Em 21 de outubro,
uma poderosa bomba explodia no teatro de Bollecour, sendo Civoet, apontado
erradamente como autor desse atentado.

O governo assistia amedrontado o processo rápido das idéias libertárias, assim


procurando um pretexto para "sufocar" o movimento que estava tendo os seus
triunfos. Em 1883, 66 indivíduos, entre os quais se achava Pedro Kropotkine, preso
em Thonon, eram levados ao tribunal de Lyon, acusados de pertencerem a uma
organização internacional de "malfeitores". O juri era composto por burgueses
covardes e infames, sendo dos 66 acusados 47 condenados a vários anos de prisão,
outros expulsos, etc. Este processos foi um dos mais importantes episódio da história
revolucionária.
Em fins do século XIX o movimento sindical fortaleceu intensamente o anarquismo,
resultando no movimento chamado anarco-sindicalismo, que enfatizava que os
sindicatos deveriam não só brigar por salários mas também se tornar agentes de
mudanças sociais. Foi na Espanha que este movimento se tornou mais expressivo, até
quando não pôde mais resistir às investidas do exército do ditador Franco. Na Itália e
Alemanha, o anarquismo foi instinto pelos movimentos fascista e nazista.

O anarquismo ressurgiu depois da Segunda Guerra Mundial e se reativou na década de


60 com o ativismo de jovens europeus e americanos, o que resultou no movimento
estudantil de 1968, em Paris.

Anarquismo na França
Uma das figuras mais importantes do anaquismo na França foi Koenigsten, porém sua
importância não esta ligada às bombas que produziu e sim à sua morte. Mas, ele não
foi o pai do "terror anarquista" . Foi nesta mesma França que os discípulos de
Proudhon realizaram a primeira Internacional; onde se desenvolveu primeiramente o
anarco-sindicalismo; o individualismo anarquista e onde o terrorismo chegou às mais
sinistras proporções. Foi lá também que os poeta, escritores e pintores se
influenciaram pela doutrina anárquica no glorioso fim de século.

Na metade do século passado se desenvolveram na França várias correntes


anarquistas. Entre essas, estão a de Ernest Coeurderoy, caracterizada pelo abuso da
violência e a de Joseph Déjacque ( um dos precursores da "propaganda pela ação").

Mas, até o final de 1870, o que prevaleceu na França foi a doutrina mutualista. Esta,
perdeu a sua influência para as idéias coletivistas através destes Bakuninistas: Elisée
Reclus, Benôite Malon, Albert Richard e outros.

É interessante notar que a comuna de Paris não foi nem anarquista e nem Marxista,
mesclando-se com todas as correntes políticas de sua época. Com sua queda em 1871
a Internacional dos anarquistas foi considerada subversiva, tendo que se tornar
clandestina, o que provocou o exílio de todos os libertários o ano de 1879 ( um pouco
depois da unificação de diversos grupos) foi o da anistia aos participantes da
Comuna, houve a reestruturação das diversas correntes politicas e o conseqüente
aumento das divergências.

Em 1881, um movimento explicitamente anárquico começou a se difundir e propagar


na França. O prestigio do anarquismo na época foi causado mais pela grandeza dos
intelectuais adeptos a ele do que aos seus atos. De 1881 a 1894 o povo francês sofreu
na pele a violência politica que unificou uma pequena minoria dos anarquistas mas
casou muito tumulto e agitação. Esta violência é creditada à influencia de um sinistro
delegado, Louis Andrielx, e de um agente belga, Égdi Spilleux.

Na primavera de 1884, houve o primeiro atentado anarquista: um jardineiro, Louis


Chavés, matou a madre superiora que o hospedara em um convento. Uma pequena
organização chamada Banda Negra executou em Montceu-les-Mines, uma série de
atos anti religiosos: incêndios em capelas, escolas e vilarejos. Eles foram presos mas
nada se provo contra eles. Isto fez com que o governo francês, em 1883, promovesse
em Lyon o famoso processo contra 65 libertários.
No mesmo ano, Louis Michel e Emile Pouget lideraram mais ou menos 500
manifestantes contra as ações ilegais do governo contra os anarquistas. Apesar de
terem sido presos os dois e todos os condenados de Lyon receberam a anistia, devido
à indignação da opinião pública.

Foi por conta de Ravachol que mais uma fase violenta teve início: de 1892 à 1984
foram cometidos onze atentados à dinamite, que resultaram em nove mortos. O
ministro residente da Sérvia sofreu um atentado e o presidente foi apunhalado e
morto. O país inteiro estava amedrontado e os instrumentos de ação utilizados pelo
governo acabaram com a imprensa libertária, processaram os líderes e dissolveram os
grupos autônomos.

Em oposição à isto o comunismo-anárquico criou escolas libertárias e comunidades


rurais anarquistas, que resistiram até a metade deste século.

Somente em 1920 os anarquistas tentaram se reunir, criando a União dos Anarquistas


Franceses (UAF), o que reagrupou os diversos grupos previamente separados. Novas
amarguras e divisões ainda estariam por vir, como o fascismo e o nazismo. Os russos
exilados na França tentaram fundar uma Plataforma de Organização Geral dos
Anarquistas. A UAF foi o palco dessas tentativas. Eles queriam basicamente unificar
os anarco-sindicalistas, anarco-comunistas e os individualistas. De 1926 até os dias de
hoje o anarquismo na França sofreu várias divisões que criaram siglas e mais siglas ou
pequenos grupos. A principal manifestação moderna anarquista contra o poder
autoritário foi a revolta estudantil em maio de 1968 e, em junho de 1977, em
Toulon, o congresso reativou a FAF.

Anarquismo na Itália
Os sucessores de Malatesta, assistiram pasmados ao enfraquecimento do anarquismo
italiano depois da Segunda Guerra Mundial. Depois do fracasso da reconstrução da
USI- União Sindical Italiana- as discuções passaram a ser apenas de nível ideológico.
O tradicional humanismo anarquista influenciou e organizou os anarquistas só em
relação à suas preocupações quanto as perdas do anarco-sindicalismo, que estava
perdendo espaço na organização dos trabalhadores, para o reformismo. Este
reformismo foi marcado por lutas dispersas sem nenhum conteúdo radical ou
realmente revolucionário.

Pouco antes do ano de 1965, os antarquistas italianos fundaram a FAI- Federação


Anarquista Italiana-, que tentou fazer um pacto de federações com os
humanitaristas, anarco-comunistas e os sindicalistas. Em 1968 a FAI sofreu divisões
internas, das quais saíram os Grupos de Iniciativa Anárquica- GIA-, que eram
pequenos grupos pacifístas, que defendiam a autonomia pessoal e era contra
qualquer participação nos órgãos do sistema, inclusive nos sindicatos.

Outra divisão gerou os GAF- Grupos Anarquistas Federados-, que duraram até 1971 e
tentaram criar uma "base teórica para os grupos de afinidade".

Outra corrente formada destas cisões foi a dos comunistas libertários ou anarco-
comunistas que tinham com plataforma a organização elaborada pelos russos exilados
na França. Aliados a outros grupos anarco-comunistas, formados fora da FAI eles
formaram núcleos de defesa sindical em cidades e fábricas.
Os anarco-sindicalistas são até hoje fortes na região da Toscana e trabalham para
reconstruir uma oposição sindical revolucionária dentro dos sindicatos considerados
reformistas.

A ascensão destas correntes da FAI foi em 1977, com o movimento estudantil. Eles
defenderam a autonomia nas fábricas e escolas, apoiaram o feminismo, os grevistas e
os marginalizados em geral: presos, homossexuais, ecologistas, etc.. Em setembro
deste mesmo ano se reuniram mais de 40.000 jovens em um congresso em Bolonha.
Eles dormiram em praças, comeram através das cooperativas agrárias, levaram jogos
e esportes por toda a cidade e denunciaram a violência policial.

Desde o século passado que a Itália tem características muito particulares quanto aos
seus movimentos libertários. O primeiro periódico italiano, o "II Proletário" era
prodhoniano, apesar deste ter pouca influência posteriormente. Mas um dos líderes
do "Rissorgimento", Carlos Pisacane, foi quem difundiu as idéias e teorias de
Proudhon, tendo nitidamente um caráter libertário.

A Fraternidade Internacional de Bakunin marcou simultaneamente o surgimento do


anarquismo na Itália e seu internacionalismo. Seu primeiros camaradas foram
Guiseppe Fanelli, veterano francês de 1848, sendo quem praticamente fez nascer o
anarquismo na Espanha, já que foi o representante da ala antiautoritária da I
Internacional; Severino Friscia, médico homeopata de grande importância na
Fraternidade; Carlos Gambuzzi, advogado íntimo de Bakunin, fiel colaborador e
amante da mulher deste; e Alberto Tucci, um napolitano membro da cúpula
internacional da Fraternidade.

Apartir de 1869, o anarquismo passou a influenciar muito a Itália, no início apenas no


centro e mais tarde por toda a península. Em 1871 houve a adesão de muitos
membros, entre eles Malatesta, Carlo Cafiero, Carmello Palladino, todos com mais ou
menos 20 anos e com grande disposição libertária. Com o crescimento da
Internacional, Bakunin teve maior apoio contra Marx e Angels. O maior centro
anarquista foi a Romagna, sobre a regência de Andréa Costa.

Em 1873, o governo reprimiu e prendeu muitos membros de um congresso em


Bolonha. Durante o ano seguinte os internacionalistas contaram com 30.000 membros
da causa. Dois anos depois Carlos Cafiero e Malatesta partiram para o campo aberto
propondo a "propaganda pela ação" como tática para os anarquistas de todo o mundo.
Esta doutrina dominou os atos anarquistas europeus até 1890. Conforme explicitou
Andréa Costa a ação violenta era necessário no país para iluminar o novo ideal entre
os velhos camaradas que já estavam desanimados. Eles criaram organizações secretas
e revoltas violentas em vários locais, mas todas fracassaram. Isto resultou em muitas
prisões que acabaram cessando o anarquismo apesar da simpatia popular para com
este movimento, principalmente no reinado Vittorio Emanuele.

Aos poucos os italianos esqueceram o coletivismo de Bakunin e passam ao anarco-


comunismo. Ao mesmo tempo começaram os atos de violência: um cozinheiro tentou
espancar o novo Rei Umberto; no dia seguinte uma bomba matou quatro pessoas num
cortejo real em Florença; dois dias mais tarde outra bomba foi detonada em Piza.
Neste mesmo ano, 1878, intensificaram-se os atentados, mortes e prisões
anarquistas.

Andrea Costa abandonou a causa, se elegeu para a câmara dos deputado e ajudou na
fundação do Partido Socialista Italiano.
Carlos Cafiero, em 1882, convocou os anarquistas para uma entrada em massa na
social-democracia. O proletariado italiano passou a apoiar o socialismo parlamentar,
reduzindo os anarquistas à minoria. Estes, sobreviveram graças às atividades
incessáveis de Saverio Merlino e Malatesta. Como em toda Europa, no começo do
século a Itália sofreu o renascimento das ações libertárias com o anarco-sindicalismo.

Anarquismo na Espanha
Este foi o único país do mundo no qual as idéias de Bakunin se concretizaram
tornando-se um poder real. Foi lá inclusive, que o anarco-sindicalismo alcançou seu
apogeu.

A história de sofrimento das massas populares espanholas é anterior a chegada de


Fanelli, precursor persuasivo e expressivo de tal doutrina tão brava, calorosa e
criativa.

Por volta de 1840 o parlamento espanhol provocou uma grande revolução ao


confirmar o desapropriamento das terras de pequenos fazendeiros, para dá-las à
ricos cidadãos das cidades. Para se defender desta injustiça os camponeses se
armaram e se defenderam como puderam. A "nova classe de fazendeiros"
desenvolveu um pequeno exército de ocupação das terras, iniciando uma
interminável guerra entre guerrilhas.

Assim, os camponeses seguiram um "ritual" quase que pré-programado. Eles mataram


os guardas, sequestraram padres e funcionários, incendiaram igrejas, queimaram
registros cadastrais e contratos de arrendamentos, aboliram o dinheiro, declararam
sua independência em relação ao Estado, proclamaram comunas livres e exploraram
coletivamente a terra. Porém, tudo isso ocorreu anos antes do surgimento das idéias
libertárias.

Em 1845, um discípulo de Proudhon, Ramón de La Sagra, fundou em Coruña o jornal


El Provenir que, apesar de ter sido fechado imediatamente pelas autoridades pode
ser considerado o primeiro periódico anarquista.

Isolada da Europa e com características ao mesmo revolucionárias e conservadoras a


Espanha produziu um poderoso movimento anarquista.

Antes do aparecimento dos bakunistas houve várias greves e tumultos em diversas


regiões da Espanha. Em setembro de 1868 a rainha Isabelle foi forçada a se exilar
quando começou imediatamente a história do ouro e do anarquismo espanhol. Em
outubro desse ano, aproveitando a agitação geral, Fanelli espalhou entre os jovens
intelectuais e operários as idéias antiautoritárias defendidas na I Internacional.
Quase todos, imediatamente aderiram ao movimento, aparecendo os primeiros
jornais relatando as primeiras seções da Internacional. Em 1870 foi fundada a
Federação Espanhola da Internacional e dois anos mais tarde, apesar das pressões do
genro de Marx, os anarquistas descentralizaram as sessões locais, que ganharam total
autonomia e criaram um escritório central, apenas com o intuito de fazer
correspondências e estatísticas.
Depois da curta e infeliz presidência do federalista Pi y Margall, sem a participação
dos anarquistas, o exército tomou o poder e suspendeu a Federação Espanhola da
Internacional, prendeu os anarquistas, obrigando-os a se exilarem. Porém os
anarquistas continuaram na clandestinidade, atuando com relativo sucesso.

Em 1878, com a tentativa de assassinato do rei Afonso XII a repressão contra-atacou


com violência, gerando greves. Quatro anos mais tarde um governo mais liberal
legalizou as corporações de operários e liberou a organização Internacional
Espanhola. Mesmo assim, a violência adotada por alguns grupos de anarquistas levou-
os novamente à clandestinidade um ano depois. Ao mesmo tempo, os anarquistas
espanhóis se dividiram entre anarco-comunistas e coletivistas (adeptos de Bakunin).

Anos mais tarde, os anarquistas tomaram a CNT- Confederação Nacional do Trabalho-


e evitaram a formação de uma burocracia permanente dentro desta.

Em 1924, depois de muitos incidentes e participações nos movimentos operários de


toda a Europa, a CNT foi dissolvida por ordem de Primo de Rivera.

Em 1927, em Valência, representantes de diversos grupos anarquistas se uniram e


fundaram a FAI- Federação Anarquista Ibérica- sendo uma organização clandestina e
destinada à preparação de revoluções.

Com a queda de Primo Rivera, em 1930, todos os grupos políticos, inclusive os


anarquistas passaram a brigar pela república. Mesmo com a conquista desta, os
anarquistas continuaram com as greves e reivindicações radicais, deixando bem claro
o que pretendiam. Sob o comando da FAI, eles fizeram ma série de atentados,
saquearam igrejas e redistribuíram terras, provocando uma verdadeira reforma
agrária.

Em maio de 1936, Duruti e Garcia Oliver participaram de um congresso e Saragoza,


onde se recusaram a atuar junto aos socialistas, deixando a Espanha em um estado
de expectativa e agitação. Com a revolta dos generais em julho de 1936 estourou a
guerra civil. Três anos depois, a Espanha caiu sob a tutela de Francisco Franco.

O problema dos anarquistas espanhóis é que eles não podiam se manter fiéis à sua
doutrina, ao mesmo tempo que participavam de uma guerra e uma constante luta
pelo poder.

Por outro lado, eles podiam acrescentar à sua honra uma extraordinária experiência
na guerra civil, tendo praticado com muito sucesso a coletivização dos meios de
produção e realizando na prática a autogestão espanhola.

Anarquismo na Rússia
Os estudiosos se interessam muito pelo anarquismo particularmente russo. Isto
porque foi lá que o anarquismo surgiu no final de século XIX, se desenvolveu e
organizou-se.

Desde muito cedo movimentos anarquistas já era esboçados naquela região,


principalmente nas fronteiras onde estavam as maças de camponeses injustiçados.
Em 1875, por exemplo, três jovens entusiasmados com obras de escritores
anarquistas iniciaram uma pequena conspiração contra o Czar, abusando de artifícios
não aprovados pela doutrina anarquista. Assim, difundiram no distrito de Kieve a
idéia de que o Czar reconhecia o direito dos camponeses, mas, seu exército não
poderia fazer nada contra os poderosos nobres. Assim, convenceram o povo a
organizar uma milícia revolucionária para desapropriar os nobres. Porém, em um
descuido a policia do Czar descobriu esta milícia e prendeu centenas de camponeses
inclusive os três jovens. Vários destes presos foram deportados para a Sibéria,
enquanto os três fugiram da prisão.

No final deste mesmo século, o anarquismo sofreu uma tendência terrorista herdada
de Nechaev. Alguns grupos não foram contra mas também não fizeram parte dos
atentados terroristas que criaram o grupo Narodnaja Volja, responsável pelo
assassinato do Czar Alexandre II. Isso desencadeou exílios e prisões e anos mais tarde
formaram se os primeiros grupos declaradamente anarquistas na Rússia.

Em 1903, foram publicados vários jornais que, juntamente com greves, tumultos no
campo demonstrações estudantis e descontentamento no exército, deu a estas
manifestações um sentido de liberdade.

Mesmo assim, os próprios anarquistas não sabem se foram estas as causas da


revolução de 1905. Outros fatores que com certeza influenciaram tal revolução foi o
descontentamento popular, estouro de greves, camponeses incendiários e
saqueadores, operários nas ruas e as derrotas sofridas ao Japão na guerra.

Nesta revolução, os anarquistas presentes eram realmente muito poucos. Há quem


diga que o número não passou de duzentos.

Em 1906, os antarquistas se fortaleceram, instalando bases nas principais cidades


russas. Um ano depois veio a grande reação governamental e o anarquismo perdeu a
sua força.

Depois da Primeira Guerra Mundial, período em que o anarquismo sumiu quase que
por inteiro os anarquistas se confundiram com todas as forças de esquerda que
queriam transformar a Russia em uma república. Para isso foi preciso que todos os
exilados voltasse para que o anarquismo russo retomasse o seu brilho.

No início, eles não queriam participar no governo bolchevique, mas alguns


participaram ativamente. Rapidamente a grande maioria percebeu que este novo
governo era uma ditadura contrária a todos os ideais de liberdade. Assim, o combate
com o governo foi inevitável.

Em abril de 1919, na cidade de Jarkov, houve uma reunião de anarquistas de todas as


tendências, fora os sindicalistas, numa conferencia mais tarde denominada Nabat
( que significa alerta ). Eles iniciaram com a campanha do "anarquismo único", sobre
o comando do russo chamado Voline. Eles procuraram unir todos os ramos do
anarquismo, criaram a Confederação de Organizações Anarquistas; opuseram-se a
ditadura governamental mas concordavam os movimentos contra-revolucionários
capitalistas eram o maior perigo para a revolução russa. Decidiram organizar e apoiar
qualquer grupo de guerrilheiros que fosse contrário ao Exército Vermelho e estavam
observando um grupo de guerrilheiros camponeses organizados sobre o comando de
Nestor Machnó. Eles não apoiaram nenhum soviete ou sindicato ligados à partidos.
Anarquismo no Brasil
O anarquismo no Brasil é algo especial- é favorável em alguns pontos e desfavorável
em outros. Ele derivou principalmente da literatura e experiências socialistas
européias.

Seu desenvolvimento, contudo, resultou da própria experiência brasileira embora a


evolução de sua teoria e prática tenha mudado de maneira semelhante à do
movimento anárquico europeu. O lado ruim é a baixa instrução das massas populares,
aqueles que sabem ler são a minoria e os que sabem escrever são mais raros ainda.

O lado bom é que não há socialistas no Brasil, o único grupo que nos atiça é o dos
carregadores e anexos do Rio, muito bem organizados em torno de bons advogados.

Edgar Rodrigues exalta que no Brasil, as primeiras experiências anarquistas foram


antes mesmo da chegada dos imigrantes: nos quilombos. Lá, tudo era de todos,
terras, produção agrícola e artesanal: cada um retirava o necessário.

Depois por volta de 1890, o sul do Brasil teve uma fracassada experiência anarquista,
financiada pelo imperador.

No fim do século XIX, as aspirações anarquistas no Brasil ganharam vigor. A greve de


1917 foi comandada em sua maioria por anarquistas, a infinidade de jornais
libertários da época inclusive atestaram a força e organização dos anarquistas do
Brasil na época.

A primeira iniciativa dos anarquistas brasileiros foi tentar expandir o seu trabalho
através do voluntarismo. Os primeiros jornais anarquistas e anarco-sindicalistas
tentaram se sustentar apenas de contribuições, porém, os militantes eram poucos e
não possuíam muitos recursos econômicos. Assim, poucos foram os jornais
anarquistas que publicaram mais de cinco números, todos pediam exaustivamente
contribuições em seus editoriais. A terra livre, o jornal melhor sucedido antes da
primeira guerra mundial, só editou setenta e cinco números em cinco anos. O tempo
passava e os anarquistas procuravam um suporte financeiro mais eficaz, passaram a
vender assinaturas; usaram de recursos outrora considerados corruptos, como rifas e
festas.

Estas últimas eram freqüentes, e seu êxito dependia muito mais das atrações sociais
do que de sua dedicação ideológica.

As teorias e táticas do anarco-sindicalismo infiltraram se no Brasil através de livros


do teóricos sindicalistas residentes na França. Como em todos países onde
penetraram essas teorias difundiram se no Brasil através da imprensa, de panfletos, e
das decisões dos congressos operários dominados por anarco-sindicalistas.

"A ação direta era a bandeira do sindicalismo revolucionário" . Cada ação direta,
greves, boicotes, sabotagens, etc, era considerada um meio dos trabalhadores
aprenderem a agir de uma maneira solidária na sua luta por melhores condições de
trabalho, contra o seu inimigo comum, os capitalistas. Cada uma dessas ações diretas
é uma batalha na qual o proletário conhece as necessidades da revolução por meio
de sua própria experiência. Cada uma delas prepara o trabalhador para a ação final:
a greve geral que destruirá o sistema capitalista.

Nestas ações, considerava violência algo aceitável, sendo justamente este o fato que
distinguia o anarco-sindicalismo das outras formas de sindicalismo brasileiras. A
sabotagem, eram considerada especialmente eficaz para o proletariado, se não
pudessem entrar em greve, estes, poderiam agredir seus exploradores de outra
forma, empregando a filosofia de que para um mau pagamento há um mau trabalho.
A destruição de equipamentos tocaria no ponto fraco do sistema, pois as máquinas
são mais difíceis de se substituir do que os trabalhadores.

Hoje em dia, ainda há no Rio e na Bahia jornais anarquistas, que publica a história do
anarquismo e edita anarquistas brasileiros.

Principais Anarquistas

Bakunin
Bakunin nasceu em 30 de Maio de 1814, e morreu dia primeiro de Julho de
1876 em Berne na Suiça. Ele foi um aristocrata russo que se tornou
anarquista e revolucionário.

Abandonou a Rússia em 1840, para estudar filosofia na Alemanha, mas,


acabou sendo atraído pelo socialismo revolucionário, se envolvendo nas
revoluções de 1848, na Alemanha, França e Áustria. Ele foi preso em
Dresden em 1849 e deportado para a Sibéria, de onde escapou em 1861,
indo para a Inglaterra, para finalizar o seu trabalho revolucionário.

Bakunin achava que o homem era bom por natureza mas corrompido pela
existência de instituições estatais. Ele constantemente atacava a violência
do Estado, a religião e o sistema econômico bancário por permitir que
pessoas recomeçassem suas vidas em associações voluntárias de indivíduos
livres. Ele era totalmente contra as idéias de Marx, a quem via como um
autoritário. Apesar disso Bakunin nunca explicou como as suas teorias
poderiam ser realizadas e ganhou vários adeptos tanto na Itália quanto na
Espanha.
Emma Goldman
A anarquista americana Emma Goldman nasceu no dia 27 de junho de
1869, na Rússia, e morreu no dia 14 de maio de 1940. Ela combinou a
tradição anarquista dos imigrantes europeus com o radicalismo americano.
Depois de um breve casamento em Nova Iorque ela teve uma íntima
relação com o anarquista Alexander Berkman. Mais tarde, os dois
planejaram precipitadamente uma revolta anarquista, com o assassinato
do industrial Henry Clay Frick. O plano fracassou e ela passou a rejeitar
certas coisas como a propriedade privada, o casamento, a religião, etc.,
tornando-se uma verdadeira comunista.

Foi presa por obstruir a conspiração em 1917 e foi deportada para a Rússia
em 1919. Depois de se desiludir com as pressões bolcheviques na Rússia ela
foi para a Inglaterra, através de um "falso casamento". Sua última
participação em movimentos trabalhistas foi na Espanha, na guerra civil
que durou de 1936 até 1939.

Errico Malatesta
 

Filho de uma família abastada do sul da Itália, o estudante de medicina


Malatesta ingressou na Primeira Internacional e sofreu a influência pessoal
de Bakunin. Abandonou a profissão para dedicar os últimos sessenta anos
de sua vida à agitação anarquista, tanto em sua terra natal, a Itália,
quanto em países tão distantes e tão diferentes entre si quanto a Turquia e
a Argentina. Participou de insurreições na Bélgica, Espanha e Itália.
Totalmente absorvido pela ação ativista e tendo que ganhar a vida como
eletricista, não chegou a escrever nenhuma obra importante mas seus
artigos e panfletos estão entre o que de melhor existe na literatura
anarquista. Passou os últimos anos de sua vida na Itália e, durante o
regime facista, foi mantido sob prisão domiciliar. Tal era o medo que
inspirava às autoridades da época que, ao morrer, seu corpo foi jogado
numa vala comum para impedir que seu túmulo se transforma-se num
símbolo e no ponto de partida para as agitações dos dissidentes.

Sacco e Vanzetti
Nicola Sacco, nascido em 22 de abril de 1891 e Bartolomeu Vanzetti,
nascido em 11 de junho de 1888, foram as principais figuras do caso de
assassinato que gerou a maior polêmica do século XX. Ambos eram
anarquistas italianos e foram acusados de assassinar dois homens. Eles
conseguiram fugir mas logo foram presos novamente e condenados à
morte. Eles morreram eletrocutados em Massachussets, em 22 de agosto
de 1927.

O caso gerou a indignação de muitos pois a defesa foi acusada de ter sido
convencida da culpa dos dois por causa de suas posições políticas. Em 1926
a defesa tentou reabrir o caso depois de um condenado a prisão ter
testemunhado, dizendo que o assassinato tinha sido cometido pela Gangue
Morelli. Mas, mesmo assim, o juiz recusou este pedido.

Pierre-Joseph Proudhon
 

Proudhon era filho de camponeses da região de Franché-Comté. Seu pai


era um tanoeiro e propietário de uma taberna.

Proudhon iniciou a vida como tipógrafo e mais tarde trabaljou como


representante de uma firma transportadora com sede em Lyon. Foi aí que
manteve seus primeiros contatos com os socialistas e começou a
desenvolver teorias próprias sobre um sistema sem governo baseado numa
organização econômica cooperativista e na libertação do crédito da
agiotagem que o controlava. Em 1840 publiocou Qu'est-ce-que la
propriété?, onde se declarou pela primeira vez anarquista.

O livro foi elogiado por Marx que se transformaria mais tarde no grande
grítico das idéias de Proudhon. Durante a revolução de 1848-9, Proudhon
tornou-se deputado independente da Asembléia Nacional e fundou um
Banco do Povo para demonstrar na prática as suas teorias de crédito livre e
editou uma série de diários altamente críticos, começando com Le
Representant du Peuple, qque lhe valeu uma longa temporada na prisão
sob o reinado de Napoleão III. Posteriormente um outro livro De la Justice,
levou a que fosse julgado e exilado na Bélgica. De volta a Paris, suas
críticas corajosas fizeram dele um líder respeitado entre os operários, e
um grupo de discípulos seus, os Mutualistas, teve participação ativa na
criação da Primeira Internacional.

    

Seu livro póstumo, De la Capacité Politiqque des Classes Ouvrières,


forneceu a base teórica para o anarco-sindicalismo. Bakunin chamava-o de
"Mestre de todos nós!"
Peter Alexeyevich
Kropotikin
Nascido em Moscou e pertencendo a uma família nobre e tradicional, os
Príncipes de Smolensk, descendentes de Rurik, o Grande Príncipe de Kiev
na Idade Média, Kropotkin ainda menino atraiu a atenção do Czar Nicolau I
e passou a integrar o seleto Corpo de Pagens. Já oficial, servindo na
Sibéria, seus interesses científicos levaram-no a realizar explorações de
grande importância para a geografia da região. Suas experiências na
Sibéria aguçaram uma tendência já existente para a rebelião. Desligou-se
do exército, tornou-se geógrafo e mais tarde abandonaria a ciência para
tornar-se um anarquista. Ingressou na Internacional em 1872 na Suíça e
voltou à Rússia para realizar um trabalho clandestino de propaganda.
aprisionado, conseguiu fugir espetacularmente para a Europa Ocidental,
onde fundou e editou um jornal, Le Révolté até ser novamente preso na
França em 1882. Em 1885 seria libertado, depois de um amplo movimento
de protesto apoiado por escritores, cientistas e acadêmicos. Passou os
próximos 30 anos na Inglaterra, onde escreveu suas obras mais
importantes: A conquista do pão, Ajuda mútua, Memórias de um
revolucionário e Campos, fábricas e oficinas. Voltou à Rússia durante a
revolução de 1917, mas desiludido com a ditadura bolchevique e sem
qualquer influência sobre os acontecimentos, passou seus últimos anos
dedicado a escrever mais um livro, Ética, que deixou inacabado ao morrer.
Escreveu também muitos panfletos, e, embora tivesse abandonado a
pesquisa científica, seu espírito transparece e todos os seus trabalhos.

FONTE: http://www.geocities.com/capitolhill/lobby/3526/index.html

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