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Gerenciamento financeiro

Desenho Industrial – 6º semestre


Disciplina: Gestão de projeto e de produto.
Prof. Paulo Magri
Terminologias de custos (Martins, 1994; Massayuki, 1993)
• Gastos – São todas as destinações de recursos, desenbolsados ou não, que traduzem o
sacrifício financeiro que a empresa realiza para oferecer um produto ou serviço qualquer.
Por ser um conceito amplo, abrange investimentos, custos e despesas.

• Investimentos – São gastos considerados contabilmente como ativos em função de sua


vida útil ou dos benefícios atribuíveis a período(s) futuro(s); por exemplo: estoques, bens
imóveis, maquinário, consultorias e treinamentos.

• Custos – São recursos aplicados na transformação dos ativos e representados por


gastos relativos à utilização de bem ou serviço na produção de outros bens e serviços;
logo, os gastos são reconhecidos como custos no momento da utilização dos fatores de
produção na fabricação de um produto ou execução de um serviço. Por exemplo: a
matéria prima foi um gasto na ocasião de sua aquisição e tornou-se investimento
enquanto manteve-se em estoque; no momento de sua utilização na fabricação de um
bem, assume-se o custo da matéria prima como parte integrante do bem elaborado; a
mão-de-obra direta utilizada na execução do serviço é um dos custos necessários à
elaboração do mesmo.

• Despesas – São recursos empenhados em destinações que não transformam o ativo,


mas contribuem para o esforço de geração de receitas (exemplo: a comissão do vendedor
é um gasto tratado como despesa de venda; os juros pagos ou incorridos em virtude de
financiamento bancário são tratados como despesas financeiras; os salários dos
vendedores ou funcionários administrativos são tratados como despesas de vendas e
administrativa, respectivamente).
• Dispêndios, pagamentos ou desembolsos – Representam saídas de caixa para
atender à aquisição de um bem ou serviço, podendo ocorrer antes, durante ou após a
entrada do bem ou serviço adquirido e , portanto, com ou sem defasagem em relação aos
gastos.

• Perdas – Recursos que não contribuem para gerar ativos ou receitas e que são
representados por bens ou serviços consumidos de forma anormal e involuntária. Por
exemplo: perdas com incêndio, obsolescência de estoques ou gastos com mão-de-obra em
período de greve.
Principais classificações de custos e despesas:
• Custos e despesas diretos – São aqueles diretamente identificados e associados aos
produtos e serviços, não necessitando de qualquer procedimento de rateio.

+ =
Exemplo: Confecção que fabrica calças e camisas:

Calças fabricadas no mês (unidades) 20.000

Camisas fabricadas no mês (unidades) 30.000

Jeans consumido na produção das calças R$ 150.000,00

Tecido consumido na produção das camisas R$ 80.000,00

Mão-de-obra direta utilizada na fabricação de calças R$ 30.000,00

Mão-de-obra direta utilizada na fabricação de camisas R$ 16.000,00


Apuração do custo direto de fabricação:

CALÇAS
Jeans consumidos (MP) R$ 150.000,00

Mão-de-obra direta utilizada R$ 30.000,00

Total de custos diretos R$ 180.000,00

(÷) Calças fabricadas no mês 20.000

(=) Custo unitário direto / calça 9,00

CAMISAS
Tecido consumido (MP) R$ 80.000,00

Mão-de-obra direta utilizada R$ 16.000,00

Total de custos diretos R$ 96.000,00

(÷) Calças fabricadas no mês 30.000

(=) Custo unitário direto / camisa 3,20


• Custos e despesas indiretos – São aqueles cuja associação direta e objetiva aos
produtos e serviços não é possível, seja porque não foram apurados isoladamente, seja
porque foram compartilhados por outros produtos / serviços, necessitando de um
procedimento de rateio para fins de alocação.

Custos e despesas indiretos na confecção.


Custo da mão-de-obra indireta utilizada na fábrica. R$ 10.000,00

Despesa com o aluguel do prédio da fábrica. R$ 26.000,00

Outros custos fixos de fabricação R$ 40.000,00

Despesas fixas com a comercialização dos produtos. R$ 28.000,00

Despesas administrativas fixas R$ 16.000,00

Total de custos e despesas indiretos R$ 120.000,00

Neste caso percebemos que os custos e despesas não sugerem nenhuma relação direta
com os produtos fabricados. Por isso é necessário criar um critério para rateio e alocação
destas despesas nos produtos fabricados.
Este rateio e alocação deve ser feito levando em consideração quais os produtos mais
vendidos, quais os menos vendidos e quais são mais trabalhosos ou menos trabalhosos
em uma percepção pessoal do administrador.

Calças (%) Camisas (%) TOTAL


Custo da mão-de-obra indireta utilizada na fábrica. 40 60 100%
Despesa com o aluguel do prédio da fábrica. 70 30 100%
Outros custos fixos de fabricação 80 20 100%
Despesas fixas com a comercialização dos produtos. 40 60 100%
Despesas administrativas fixas 50 50 100%
Definição do custo unitário (diretos + indiretos):
Calças (R$) Camisas (R$) TOTAL (R$)
Custo da mão-de-obra indireta utilizada na 4.000,00 6.000,00 10.000,00
fábrica.
Despesa com o aluguel do prédio da fábrica. 18.200,00 7.800,00 26.000,00
Outros custos fixos de fabricação 32.000,00 8.000,00 40.000,00
Despesas fixas com a comercialização dos 11.200,00 16.800,00 28.000,00
produtos.
Despesas administrativas fixas 8.000,00 8.000,00 16.000,00

Total de custos distribuídos por produto 73.400,00 46.600,00 120.000,00

(÷) Quantidade produzida 20.000 pç 30.000 pç


(=) Custo unitário indireto do produto 3,67 1,55
(+) Custo unitário direto do produto 9,00 3,20

(=) Custo unitário total do produto 12,67 4,75


• Custos e despesas fixas – São aqueles cujo valor não sofre nenhuma influência do
nível de atividade da empresa. Esses custos e despesas são completamente
independentes dos volumes de produção, ou seja, dentro da capacidade instalada,
qualquer flutuação no volume de produção não modificaria em nada o valor destes custos
e despesas.

• Custos e despesas variáveis – São aqueles que flutuam em função do nível de


atividade da empresa. Como são custos e despesas variáveis, quaisquer variações no
volume de produção, para mais ou para menos, faria aumentar ou diminuir esses custos e
despesas.

•Obs: A associação entre custos diretos e variáveis ou indiretos e fixos nem sempre é
verdadeira. Por exemplo: A referida confecção aluga um quiosque para a comercialização
das calças jeans. Este aluguel é custo fixo, porém, por ser custo exclusivo das calças é
custo direto.
Exemplo com preço da calça a R$ 20,00 e da Calças (R$) Camisas TOTAL (R$)
camisa a R$ 8,00. (R$)
Volume fabricado e vendido 20.000 pç 30.000 pç
(x) Preço unitário de venda 20,00 8,00
(=) Receita Bruta 400.000,00 240.000,00 640.000,00
(-) Impostos e contribuições sobre vendas – 30% 120.000,00 72.000,00 192.000,00
(-) Custo da matéria prima 150.000,00 80.000,00 230.000,00
(-) Custo da mão-de-obra indireta utilizada na 4.000,00 6.000,00 10.000,00
fábrica.
(-) Despesa com o aluguel do prédio da fábrica. 18.200,00 7.800,00 26.000,00
(-) Outros custos fixos de fabricação 32.000,00 8.000,00 40.000,00
(-) Despesas fixas com a comercialização dos 11.200,00 16.800,00 28.000,00
produtos.
(-) Despesas administrativas fixas 8.000,00 8.000,00 16.000,00
(=) Lucro antes do IR / Contribuição social 26.600,00 25.400 52.000,00
(-) IR / Contribuição social – 35% 9.310,00 8.890,00 18.200,00
(=) Lucro Líquido 17.290,00 16.510,00 33.800,00
Métodos de definição de preços:

Podem ser classificados em 03 categorias principais:

• Baseado em custos;
• Baseado na demanda (oferta e procura);
• Baseado na concorrência.

Métodos baseados em custos:

• Determinação do preço através do acréscimo ao custo:

Mark’up = Marcar para cima


Um percentual pré-definido tem seu preço marcado para cima a partir dos
custos variáveis.

Preço do produto = custos variáveis x (1+ % mark’up)

Exemplo: Cvunit = 200 P = 200 x (1+0,15) = 230


mark’up = 15%

Método geralmente utilizado por varejistas e representantes.


Algumas empresas aplicam o mark’up a partir da soma dos custos diretos mais uma
parcela dos custos indiretos unitários:

Preço = (custos diretos + parcela dos custos indiretos) x (1+ % mark’up).

Algumas empresas definem uma quantia em moeda corrente no lugar de um percentual


para somar-se ao custo do produto. Esta quantia em moeda é chamada de cost-plus (custo
mais).

Preço do produto = custos variáveis + cost-plus

Exemplo: Cvunit = $200 P = $200 + $30 = $230


cost-plus = $30

Outras empresas preferem o sistema de margem sobre vendas, ou seja, margem percentual
de lucro em relação ao preço de venda.

Preço do produto = custos variáveis ÷ (1 - % margem sobre vendas)

Exemplo: Cvunit = $200 P = $200 ÷ (1- 0,20) = $250


%margem sobre vendas = 20%
Margem sobre vendas = 250 – 200 = 50
%Margem sobre vendas = 50 / 250 = 20%
Margem de contribuição:
A margem de contribuição representa a diferença entre a receita de venda e os custos e as
despesas variáveis (numa abordagem global) ou a diferença entre o preço unitário de venda
e os custos e despesas variáveis unitários (numa abordagem na base unitária)

Global Calças (R$) Camisas TOTAL (R$)


(R$)
Receita bruta 400.000 240.000 640.000
(-) Impostos e contribuições sobre vendas – 30% 120.000 72.000 192.000
(-) Custo de matéria prima 150.000 80.000 230.000
(-) Custo da mão-de-obra direta 30.000 16.000 46.000

(=) Margem de contribuição global 100.000 72.000 172.000

Margem de contribuição (percentual da receita 25% 30% 27%


bruta)
Margem de contribuição:

Unitária Calças Camisas


Volume fabricado e vendido no mês 20.000 30.000
Preço de venda unitário 20,00 8,00
(-) Impostos e contribuições sobre vendas – 30% 6,00 2,40
(-) Custo de matéria prima 7,50 2,67
(-) Custo da mão-de-obra direta 1,50 0,53
(=) Margem de contribuição unitária 5,00 2,40

Margem de contribuição (percentual do preço unitário) 25% 30%


Métodos de definição de preços:

• Determinação do preço através da análise do ponto de equilíbrio:

A análise do ponto de equilíbrio é um método para se definir o número mínimo


de unidades que têm que ser vendidas, a um determinado preço, de forma a
cobrir todos os custos fixos. A utilização deste método leva em consideração os
custos fixos totais e os custos variáveis.
O ponto de equilíbrio é aquele em que a receita total do produto é igual aos
seus custos totais (fixos e variáveis). Dado um determinado preço pode-se
saber qual a quantidade que deve ser produzida para cobrir os custos.

Receitas e custos totais.

Ponto de equilíbrio.

Unidades vendidas.
Para se calcular o ponto de equilíbrio deve-se considerar as seguintes variáveis:

CFtotais = Custos fixos totais;

P = Preço de venda

CVunit = Custo variável unitário

MCunit = Margem de contribuição unitária, que representa o acréscimo no lucro


proporcionado por unidade a mais vendida (MCunit = P – CVunit).

MCtotal = Margem de contribuição proporcionada pelo conjunto de todas as unidades


vendidas.

Q = Quantidade-alvo de unidades a serem vendidas.

Ponto de equilíbrio com base no sistema de custeio variável


Receitas PxQ
(-) Custos variáveis CVunit x Q
= Margem de contribuição (P - CVunit) x Q
(-) Custos fixos CFtotais
= Lucro MCtotal – CFtotais
Por exemplo:

CFtotais = $ 40.000,00

P = $ 10,00

CVunit = $ 6,00

Receitas 10 x Q
(-) Custos variáveis 6xQ
= Margem de contribuição 4xQ
(-) Custos fixos 40.000
= Lucro 0

4.Q – 40.000 = 0
Q = 40.000 ÷ 4
Q = 10.000 unidades

Na prática muitos executivos estipulam metas para o valor do lucro e calculam o


quanto precisam vender para atingir as metas, ou quanto precisam cobrar sobre
uma quantidade estimada de vendas.
Hora Técnica:

• Receita = P x Quantidade de horas

Cálculo da Hora Técnica:

Funcionário: Salário + 72,32% = Total

Total ÷ nº de horas = Valor Hora

Valor Hora + Margem de lucro = Hora técnica

Proprietário: Pro Labore + 48% = Total

Total ÷ nº de horas = Valor Hora

Valor Hora + Margem de lucro = Hora técnica


Exemplo:

Cálculo da Hora Técnica:

Pro Labore = R$ 4.000,00

Horas Trabalhadas = 176h / mês

Margem de lucro = 30%

Proprietário: Pro Labore + 48% = Total

Total ÷ nº de horas = Valor Hora

Valor Hora + Margem de lucro = Hora técnica

Sr. José: 4.000,00 + 48% = 5920

5920 ÷ 176 = 33,63

33,63 + 30% = R$ 43,72

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