Professional Documents
Culture Documents
APÊNDICE
MÉTODOS PARA A DETERMINAÇÃO EXPERIMENTAL DO COEFICIENTE
VOLUMÉTRICO DE TRANSFERÊNCIA DE OXIGÊNIO (kLa)
Medidor de oxigênio
na fase gasosa
Medidor de oxigênio
dissolvido
T2, P2
Fermentador
T1, P1
Aeração
(
0 = X OE ⋅ F' E − k L a ⋅ C O
Sat
)
− C O ⋅ V − X OS ⋅ F' S (A-2)
dC O
dt
[ ( ) ]
⋅ V = k L a ⋅ C O − C O ⋅ V + 0 − [0 + Qo 2 ⋅ V ]
Sat
(A-3)
dC O
dt
(Sat
= k L a ⋅ C O − C O − Qo 2 ) (A-4)
Substituindo, tem-se:
dC O
⋅ V = X OE ⋅ F' E − X OS ⋅ F' S − Qo 2 ⋅ V (A-5)
dt
F'
Qo 2 = ⋅ (X OE − X OS ) (A-6)
V
F⋅P
R '⋅T
Qo 2 = ⋅ (X OE − X OS ) (A-7)
V
Qo 2
k La = (A-8)
(C O
Sat
− CO )
Qo 2 = R ⋅ C X (A-9)
(PE − PS )
P= (A-10)
P
Ln E
PS
(
PE = 0,21 ⋅ PT + HfL ) (A-11)
PS = 0,21 ⋅ PT ⋅ (1 − ε ) (A-12)
OT
ε= (A-13)
OF
0,21. 32
OF = F ⋅ (A-14)
22,4
O T = Nv ⋅ V (A-15)
(
Nv = k L a ⋅ C O
Sat
− CO ) (A-16)
Nas quais:
ε – eficiência de transferência;
0,21 – fração molar de oxigênio contido no gás;
22,4 – volume molar de um gás ideal (L/mol-O2);
32 – massa molar do oxigênio (g-O2/mol-O2);
CO – concentração de oxigênio dissolvido no meio líquido (mg-O2/L);
COSat – concentração de saturação de oxigênio dissolvido no meio líquido (mg-O2/L);
CX – concentração celular no meio líquido (g-X/L).
f – fator de conversão = 10,3 m-H2O/atm;
F – vazão volumétrica de gás (L/min);
F’ – vazão de gás, em base molar (mol-O2/min);
F’E – vazão de gás, em base molar, que entra do reator (mol-O2/min);
F’S – vazão de gás, em base molar, que sai do reator (mol-O2/min);
HL – altura da coluna de líquido no reator (m);
kLa – coeficiente volumétrico de transferência de oxigênio (min-1);
Nv – fluxo volumétrico de transferência de oxigênio da fase gasosa para a fase líquida
(g-O2/L.min);
OF – oxigênio fornecido (g-O2/min);
OT – oxigênio transferido (g-O2/min);
P – pressão parcial de oxigênio nas bolhas (atm);
P – pressão total do gás (atm);
PE – pressão parcial de oxigênio na corrente de aeração na entrada do reator (atm);
PE – pressão parcial de oxigênio na corrente de aeração na entrada do reator (atm);
PS – pressão parcial de oxigênio na corrente de aeração na saída do reator (atm);
PS – pressão parcial de oxigênio na corrente de aeração na saída do reator (atm);
PT – pressão de trabalho medida na entrada do reator (atm);
Qo2 – demanda de oxigênio ou velocidade de respiração dos microrganismos
(mg-O2/L.min);
R – velocidade específica de respiração dos microrganismos (mg-O2/g-X.min);
R’ – constante universal dos gases (0,082 atm.L/mol.K);
Engenharia Bioquímica (EEM/CEUN-IMT)
Capítulo 6 – Agitação e Aeração em Processos Biológicos TA/6-5
Este método permite a obtenção do valor de kLa nas condições da fermentação, desde que
se disponha de instrumentação adequada para as medidas necessárias, o que nem sempre é
possível.
Na 2SO 3 + 1 O 2 CuSO
4 → Na 2SO 4
2
Amostragem
Fermentador
Aeração
Na 2 SO 3 + H 2 O + I 2 ( Excesso )
→ Na 2 SO 4 + 2 HI
2− 2−
2 S2O3 → 2 I − + S 4 O 6
+ I2
Dessa forma, conhecendo-se a quantidade total de oxigênio que foi transferido para o
volume total de reação durante o intervalo de tempo entre as duas amostras, têm-se todos os
dados para o cálculo de Nv:
1 ⋅M
Tiosulfato ⋅ ∆VTiosulfato
Nv = 4 (A-17)
∆ Tempo ⋅ VAmostra
Na qual:
MTiosulfato – concentração da solução de tiosulfato de sódio (próxima a 0,1 M, mas com
valor exato conhecido);
∆VTiosulfato – diferença de volume de solução de tiosulfato de sódio gasto na titulação
entre as amostras depois da aeração e antes da aeração (L);
∆Tempo – intervalo de tempo entre a retirada das amostras no qual a aeração foi aplicada
(entre 5 e 20 min);
VAmostra – volume de amostra retirada (5 mL).
(
Nv = k L a ⋅ C O
Sat
− CO ) (A-18)
Nv
k La = Sat
(A-19)
CO
Nas quais:
Nv – fluxo volumétrico de transferência de oxigênio da fase gasosa para a fase líquida
(g-O2/L.min);
kLa – coeficiente volumétrico de transferência de oxigênio (min-1);
COSat – concentração de oxigênio dissolvido na interface gás-líquido, admitido como o de
equilíbrio (por exemplo, a 30oC e 1 atm para água destilada tem-se o valor de 7,62 mg-O2/L);
CO – concentração de oxigênio dissolvido na fase líquida (admitida como nula).
( ) (
Nv = Kv ⋅ P − P * = k L a ⋅ H ⋅ P − P * ) (A-20)
Nv
Kv = (A-21)
P
O cálculo dessa pressão parcial deve considerar que o gás que entra no reator é diferente
do gás de saída, uma vez que houve a transferência de oxigênio. Logo, faz-se a estimativa pela
média logarítmica entre as pressões de entrada e saída:
(PE − PS )
P= (A-22)
P
Ln E
PS
(
PE = 0,21 ⋅ PT + HfL ) (A-23)
PS = 0,21 ⋅ PT ⋅ (1 − ε ) (A-24)
OT
ε= (A-25)
OF
O T = Nv ⋅ V (A-26)
0,21. 32
OF = F ⋅ (A-27)
22,4
Nas quais:
ε – eficiência de transferência;
0,21 – fração molar de oxigênio contido no ar;
32 – massa molar do oxigênio (g-O2/mol-O2).
f – fator de conversão = 10,3 m-H2O/atm;
F – vazão volumétrica de aeração (L/min);
H – constante da lei de Henry (atm);
HL – altura da coluna de líquido no reator (m);
kLa – coeficiente volumétrico de transferência de oxigênio (min-1);
Kv – coeficiente de absorção de oxigênio (mg-O2/L.min.atm);
Nv – fluxo volumétrico de transferência de oxigênio da fase gasosa para a fase líquida
(g-2/L.min);
OF – oxigênio fornecido (mg-O2);
OT – oxigênio transferido (mg-O2);
P – pressão parcial de oxigênio nas bolhas (atm);
P* – pressão parcial de oxigênio na fase líquida (atm);
PE – pressão parcial de oxigênio na corrente de aeração na entrada do reator (atm);
PS – pressão parcial de oxigênio na corrente de aeração na saída do reator (atm);
PT – pressão de trabalho medida na entrada do reator (atm);
V – volume de meio no fermentador (L);
Uma limitação desse método está no fato de que a solução que se está agitando e aerando
é a solução de sulfito de sódio, a qual tem características distintas de um meio de cultivo que se
pretende fermentar. Possivelmente a diferença mais importante é que se emprega uma solução
salina relativamente concentrada, o que significa um meio não coalescente. Ou seja, as bolhas de
ar, em seu trajeto entre o fundo e o topo da coluna líquida, não se juntam, o que se significa a
possibilidade de manter uma elevada área de transferência de massa, o que pode não ocorrer em
um meio de cultura. Com isto, de uma forma geral, obtêm-se valores da velocidade de
transferência maiores do que os observados durante um processo fermentativo (Schmidell et al.,
2001).
Outro ponto a ser mencionado é que esse método permite a determinação da máxima
capacidade de transferência de oxigênio, pois se mantém nula a concentração de oxigênio na
solução, o que não ocorre em sistemas de agitação e aeração reais (Schmidell et al., 2001).
Medidor de oxigênio
dissolvido
Fermentador
Aeração
dC
dt
(Sat
= k La ⋅ CO − CO ) (A-28)
C 0
1− O
C O Sat
Ln
C = k L a ⋅ (t − t 0 ) (A-29)
1− O
C O Sat
Logo, através de regressão linear estima-se o valor de kLa, conforme mostrado na Figura
A-4. Vale ressaltar que os valores obtidos pelo eletrodo de oxigênio dissolvido são uma fração
da saturação (CO0/COSat e CO/COSat).
Ln ( ... )
kLa
(t – t0)
Figura A-4 – Representação do ajuste dos dados para a estimativa do coeficiente volumétrico de
transferência de oxigênio pelo método dinâmico sem a presença de microrganismos.
Amostrador
Medidor de oxigênio
dissolvido
CX
Fermentador
Aeração
dC O
dt
[ ( ) ]
⋅ V = k L a ⋅ C O − C O ⋅ V + 0 − [0 + Qo 2 ⋅ V ]
Sat
(A-31)
dC O
dt
(Sat
)
= k L a ⋅ C O − C O − Qo 2 (A-32)
dC O
= − Qo 2 = − R ⋅ C X (A-33)
dt
C O0
t0 Tempo
Figura A-6 – Representação da obtenção dos dados e do ajuste para a estimativa da velocidade
de respiração no período de ensaio sem aeração pelo método dinâmico com a presença de
microrganismos.
(
k La ⋅ CO
Sat
− CO
Equilíbrio
)= Qo 2 (A-34)
Substituindo, tem-se:
dC O
dt
(Sat
)
Sat
= k La ⋅ CO − CO − k La ⋅ CO − CO
Equilíbrio
( ) (A-35)
dC O
dt
= k La ⋅ CO (
Equilíbrio
− CO ) (A-36)
C O Equilíbrio C O 0
− Sat
C O Sat CO
Ln Equilíbrio = k L a ⋅ (t − t 0 ) (A-37)
CO C
− OSat
C Sat
CO
O
C O0
t0 Tempo
Figura A-7 – Representação da obtenção dos dados para a estimativa do coeficiente volumétrico
de transferência de oxigênio no período de ensaio com aeração pelo método dinâmico com a
presença de microrganismos.
Ln ( ... )
kLa
(t – t0)
Nas quais:
Qo2 – demanda de oxigênio ou velocidade de respiração dos microrganismos
(mgO2/L.min);
R – velocidade específica de respiração dos microrganismos (mg-O2/g-X.L);
CX – concentração celular (g-X/L);
V – volume de meio no fermentador (L);
CO – concentração de oxigênio dissolvido (mg-O2/L);
COSat – concentração de oxigênio dissolvido de saturação (mg-O2/L);
COEquilíbrio – concentração de oxigênio dissolvido na condição de equilíbrio (mg-O2/L);
kLa – coeficiente volumétrico de transferência de oxigênio (min-1).
Vale ressaltar que os valores obtidos pelo eletrodo de oxigênio dissolvido são uma fração
da saturação (CO0/COSat, CO/COSat e COEquilíbrio/COSat).
Uma importante colocação deve ser feita quanto aos métodos dinâmicos e balanço
gasoso. Eles podem ser considerados complementares, pois o dinâmico é mais preciso no início
do processo, quando a demanda de oxigênio é baixa e o método de balanço pode ser considerado
mais impreciso. Por outro lado, no fim do processo, quando a demanda de oxigênio é alta o
método de balanço pode ser considerado mais preciso, pois a variação necessária ao método
dinâmico é muito rápida.
Neste ponto é importante mencionar alguns aspectos da utilização do eletrodo de
oxigênio dissolvido, mostrado esquematicamente na Figura A-9, dado a sua importância nesses
métodos de estimativa de kLa como também no monitoramento de bioprocessos aeróbios.
Membrana semi-
permeável Catodo - Au
Os eletrodos podem ser de dois tipos: galvânicos, nos quais o princípio de medida está
baseado na variação de tensão elétrica, e os amperométricos, nos quais o princípio de medida
está baseado na variação de corrente elétrica. Esses eletrodos não medem diretamente o oxigênio
dissolvido absoluto, mas valores relativos à saturação dependente da temperatura. Logo, por
exemplo, se o eletrodo marcar 100% (saturação) a uma determinada temperatura (30oC) e caso o
valor dessa temperatura alterar (abaixar para 25 oC) e a concentração de oxigênio do meio
permanecer na condição de saturação, teoricamente o eletrodo deveria marcar 100%, o que não
ocorrerá por motivos elétricos influenciados pela temperatura (marcará menos que 100% pois o
valor de saturação será maior a 25oC ≈ 8,1 mg-O2/L do que a 30oC ≈ 7,6 mg-O2/L – água
destilada a 1 atm).
Dessa forma, tem-se que o eletrodo de oxigênio mede a pressão parcial do gás e não a
concentração. Portanto, calibrando o eletrodo no início do processo (0 – 100%), com o
andamento da fermentação têm-se modificações na composição do meio alterando a constante de
Henry, sendo que o eletrodo não detectará essa modificação. Resumindo, considerando
inicialmente a lei de Henry:
= H ⋅ PG = H ⋅ (Yo 2 ⋅ PTotal )
Sat
CO (A-38)
Na qual:
COSat – concentração de oxigênio dissolvido na fase líquida para a condição de saturação,
ou seja, em equilíbrio com a fase gasosa;
H – constante da lei de Henry, cujo valor depende do gás, do líquido, da temperatura e
composição do líquido (salinidade, por exemplo);
PG – pressão parcial do oxigênio;
PTotal – pressão total da corrente de aeração;
Yo2 – fração molar do oxigênio.
Transferência do
eletrodo de
fermentador
Nitrogênio Ar
dC O M
= τ ⋅ (C O − C O M ) (A-39)
dt
Na qual:
COM – valor medido da concentração de oxigênio dissolvido pelo eletrodo;
CO – valor real da concentração de oxigênio dissolvido;
τ - constante de tempo de primeira ordem do eletrodo.
t =0
→ C O = 0
→ C O M = 0
tf0 → C O M = f (t )
→ C O = 100%
CO M
1 − Sat
CO
Ln
1− 0 = − τ ⋅ (t − t 0 ) (A-40)
C M
Ln 1 − OSat = − τ ⋅ (t − t 0 )
(A-41)
CO
CO
100%
COM
0%
t0 Tempo
Figura A-11 – Esquema da obtenção de dados para a estimativa do tempo de atraso do eletrodo
de oxigênio dissolvido.
– Ln ( ... )
(t – t0)
Figura A-12 – Representação do ajuste dos dados para a estimativa do tempo de atraso do
eletrodo de oxigênio dissolvido.