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UNICAMP
ATMOSFERA NO ARQUEANO
Campinas – SP
2009
INTRODUÇÃO
Figura 2: Mapa indicando por laranja escuro, as regiões onde há rochas de mais de 2.5
Bilhões de anos. E em laranja claro, suspeita de rochas de mais de 3,6 Ga. E indicações de
zircões através dos nomes.
ORIGEM DA ATMOSFERA
Por ser empobrecida nos gases nobres (Ar, Ne, Xe e Kr) comparada ao
Sol, a atmosfera atual não pode ter sido formada pela retenção de elementos
voláteis da nebulosa solar nos estágios finais de acreção da Terra. Pode ter
existido uma atmosfera primordial, no entanto, a energia liberada pelo impacto
que formou a Lua deva ter causado tanto a perda desta atmosfera primordial,
quanto a quase totalidade dos elementos voláteis no manto. Uma pequena
fração de gases primitivos podem ter ficado retida no manto mais profundo o
que justifica as elevadas razões 3He/4He em magmas relacionados a plumas
(Neves, 2008).
Com relação a este mesmo autor, um modelo para a formação da
atmosfera primitiva envolve o transporte de gases para a superficie por
magmas de derivação mantélica, ou seja, o manto foi enriquecido pela adição
tardia de material dominatemente condrítico (0,4-1% da massa da Terra, como
estimada a partir da concentração de elementos siderófilos no manto). A
quantidade de nitrogênio e água suprida com esta contribuição tardia é
consistente com as concentrações estimadas da Terra.
Medidas de composição isotópica atual de gases nobres permitem
verificar com que taxa os elementos voláteis são liberados do manto para a
atmosfera. Por exemplo, no caso do Argônio que representa cerca de 1% do
volume do volume da atmosfera, sendo a maior parte dele (99,6%) do isótopo
40
Ar, produzido pela desintegração radioativa de 40K.
40
Como o tempo de meia vida do K é longa a concentrações de 40Ar
deveria ser muito baixa logo após a formação da Terra.
40
A razão Ar/36Ar nos MORBs pode ser de 44000, valores também
elevados no manto enquanto na atmosfera atual estes valores são baixos. Com
isto, a formação da Terra provavelmente ocorreu antes da produção
40
significativa de Ar, o que implica em rápida liberação de voláteis pelo manto
na época do impacto gigante.
Essa liberação de gases continuam no presente, no entanto, com taxas
mais baixas. A idade média da atmosfera estimada pelos gases é de cerca de
4,4 Ga (Neves 2008).
A atmosfera primitiva, provavelmente foi composta de H2O, CO2, N2 e
CO. NH3 e CH4 deveriam estar presentes, mas sao rapidamente destruidos por
radiação ultravioleta, não sendo portanto elevada a sua concentração. Até a
formação de uma atmosfera rica em oxigênio, deve ter tido concentrações de
metano de até 1000 ppm. Também é atestada uma atmosfera rica em CO2
devido a grande quantidade de carbonatos depositados desde o Arqueano.
Com relação ainda a Neves, 2008 a atmosfera primitiva da Terra deve
ter sido pobre em oxigênio, pois na ausência de fotossíntese, este gás somente
pode ser produzido por fotodissociação: 2 H2O + radiação ultravioleta = 2H2 +
O2. O oxigênio é um gás leve, assim ele pode se difundir para o espaço,
ficando a atmosfera enriquecida em oxigênio. Há um limite para este processo,
pois parte do O2 produzido combina-se para formar ozônio que protege contra
a radiação ultravioleta.
Portanto, a produção de oxigênio se elevou com o surgimento de
organismos fotossintetizantes. É amplamente aceito que a aculação de
oxigênio na atmosfera ocorreu há 2,45 e 2,2 Ga atrás. Também grande parte
deste O2 disponível deve ter sido utilizada para oxidar o Fe3+ presentes no
oceano para Fe2+. Tal fato justifica os enormes volumes de formações ferriferas
bandadas (BIF) no Arqueano e seu desaparecimento juntamente com o
depósito de pirita e uraninita (cuja formação requer um ambiente redutor) após
1,9 Ga.
A ATMOSFERA PRIMITIVA
São consideradas três fontes possíveis para a atmosfera atual da Terra:
gases residuais remanescente após acreção da Terra, as fontes de
extraterrestres, e desgaseificação da Terra por vulcanismo. Destes, apenas
desgaseificação acomoda uma variedade de geoquímicos e isotópicos. A
grande quantidade de 40Ar na atmosfera (99, 6%) e considerada uma
evidencia para a teoria da desgaseificacao. O 40Ar, e produzido pelo
decaimento radiotivo de 40K e esta presente nos condritos, e escapa
principalmente para atmosfera atraves do vulcanismo. A alta porcentagem de
isotopos na atmosfera indica que a Terra foi extensivamente desgaseificada de
argonio, devido ao comportamento semelhante a outros gases raros.
Outra forma um atmo precoce esfera poderia ter sido destruido atraves
do impacto com um corpo do tamanho de Marte durante os estágios finais da
acreção planetária, um modelo também muito popular para a origem da Lua.
Dois modelos são propostos para a composição de uma atmosfera
primitiva. O modelo de Oparin-Urey (Oparin, 1953 in Valley, 2008) sugere que a
atmosfera foi reduzida e composta predominantemente de CH4 com
quantidades menores de NH3, H2, He, e água, e o modelo de Abelson
(Abelson, 1966 in Valley, 2008) que é baseado em uma atmosfera primitiva
composta por CO2, CO, água, e N2. Estas atmosferas permitem, com
quantidades de oxigenio livre que ocorram reações que poderia produzir o
primeiro ser vivo no Planeta Terra.
Embora CH4 seja mais estável contra fotólise, OH, que faz papel de
intermediário na cadeia de oxidação do metano, é destruído por fotólise na
superfície da Terra em menos de
A ATMOSFERA SECUNDÁRIA
Atual atmosfera da Terra provavelmente se formou, por desgaseificação
do manto e a crosta é comumente referido como uma atmosfera secundária. A
libertação de gases dentro do Planeta, pode ter ocorrido diretamente ou
indiretamente durante o vulcanismo pelo desgaste das rochas ígneas.