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BIODIGESTÃO
ÍNDICE
1- INTRODUÇÃO....................................................................................................................3
1.Produção de biofertilizante;
2.Produção de biogás;
3.Melhoria da saúde animal.
O QUE É O BIODIGESTOR
6 Biogás
2 Caixa ou
1 Tonel de
Entrada
Curral
Esterco Biofertilizante
3 4
5
7 Caixa de
Biodigestor Saída
2- Histórico do Biodigestor
Com a crise do petróleo na década de 70, foi trazida para o Brasil a tecnologia dos biodigestores. Os
principais modelos implantados, o Chinês e o Indiano, eram quase que exclusivamente orientados
para produção do combustível alternativo biogás. Na região nordeste, foram implantados vários
programas de difusão dos biodigestores e a expectativa era muito grande, mas os resultados não
foram satisfatórios.
Modelo de biodigestor Chinês Modelo de biodigestor Indiano
Em retrospectiva, fica claro que uma combinação de fatores técnicos, humanos e econômicos foram
responsáveis pelo abandono das iniciativas de divulgação da tecnologia de biodigestão. Um dos
motivos que dificultou a difusão dos biodigestores foi o fato de no tempo não ter sido dada maior
ênfase ao aproveitamento do biofertilizante, cujo valor na produtividade agropecuária está se
mostrando hoje tão importante quanto o do biogás. Outro ponto foi quanto a adaptabilidade dos
modelos implantados. No modelo Indiano - que foi o mais difundido - a campânula do biodigestor,
quase na sua totalidade confeccionados em aço, aumentam muito o custo e oxidam com bastante
facilidade, exigindo manutenções constantes. Já no modelo chinês os maiores problemas são de
estanqueidade. Devido às características do nosso solo e clima, ocorrem constantes rachaduras em sua
cúpula, com conseqüente perda de gás. Faltaram, ainda, um esforço sistemático de capacitação dos
usuários e uma estrutura de apoio aos produtores, à qual eles poderiam recorrer para obter assistência
técnica. Finalmente, a preocupação e legislação ambiental que hoje existem eram pouco presentes na
época, e não se dedicava a mesma atenção à poluição de recursos hídricos e nem se tinha noção da
dimensão dos efeitos das ações do homem sobre o clima global.
Nova Abordagem
Atualmente, o modelo de biodigestor mais difundido no Brasil é aquele feito de manta de PVC, de
baixo custo e fácil instalação comparado com os modelos antigos, e com a vantagem de poder ser
usado tanto para pequenos produtores como para grandes projetos agro-industriais. O setor privado,
contando com o apoio de universidades e entidades de pesquisa, tem sido a principal força no
desenvolvimento do mercado, tanto na oferta quanto na demanda desses novos sistemas de
biodigestão.
Além das melhorias técnicas nos sistemas, a tecnologia de biodigestão hoje desperta o interesse de
produtores porque está se considerando o aproveitamento integral do esterco animal, não só para
biogás como para biofertilizante. Além disso, grande importância é dada ao tratamento adequado de
dejetos, para evitar a poluição dos recursos hídricos e a emissão de gases de efeito-estufa.
No caso da caprinocultura e outras criações no nordeste, verifica-se que a biodigestão poderá
contribuir para reduzir doenças nos rebanhos causadas pelo tratamento inadequado dos dejetos,
melhorar o acesso a energia limpa e renovável, preservar a vegetação local substituindo a lenha pelo
biogás, e melhorar a qualidade do solo, incluindo a sua capacidade de reter água, com a aplicação
do biofertilizante.
Vamos ver aqui os fertilizantes mais usados, o que a planta mais se alimenta, o seu prato preferido:
N, P, K.
O N (nitrogênio) é responsável pelo crescimento do vegetal e pela sua cor verde. É encontrado no
esterco animal, no composto, nas farinhas de chifres e sangue, biofertilizantes e leguminosas.
As formas químicas mais usadas são o sulfato e o cloreto de amônia que, além de destruir a camada
de ozônio por evaporação, deixa na terra resíduos que agem como biocidas poluidoras e deixa na
planta resíduos muitas vezes hormonais.
O P (fósforo) garante a boa floração e frutificação, e pode ser obtido através de rochas fosfáticas,
escórias e farinha de osso. Não são substâncias hidrossolúveis, pois somente se solubilizam através
da atividade bacteriana e da exudação de ácidos eliminados pelas raízes das plantas. Sendo assim,
ficam na terra fornecendo nutrientes por muitos anos e por um preço bem baixo.
Em 1842, um químico alemão verificou que as plantas continham 25 elementos químicos, dando
origem à teoria da alimentação mineral das plantas.
Hoje sabe que dos 25 elementos, apenas 13 são realmente necessários , os quais formam os dois
grande grupos de alimentos minerais indispensáveis para as plantas, o dos macronutrientes e dos
micronutrientes.
Os macronutrientes são consumidos em grandes volumes pelas plantas. É o grupo formado pelos
elementos: Nitrogênio, Fósforo, Cálcio, Magnésio e Enxofre.
Os micronutrientes são aqueles que a planta consome em doses menores: Boro, Cloro, Ferro.
Manganês, Molibdênio, Zinco e, no caso das leguminosas, o cobalto.
O fato de usar adubação química “não matou a fome do mundo” e poluiu bastante o planeta, além de
ser uma agricultura cara, pois se desenvolveu dependendo do petróleo, dando seus sinais de crise.
Devemos encarar a terra como um mundo complexo e inteirado, onde vivem em equilíbrio um
número incalculável de microscópicos seres animais e vegetais, os quais garantem a perfeita
fertilidade do solo e a saúde das plantas. Devemos encarar a terra dentro dos aspectos físico,
químico e biológico, procurando promover, proteger e conservar a harmonia entre estas três partes.
FIGURA
Quando a adubação química quebra este equilíbrio interno do solo, embora a “Agronomia Oficial”
tenda a considerar o solo como apenas um suporte, onde são despejados adubos químicos e
venenosos (agrotóxicos), correndo o risco cada vez maior de degradar o solo, contanto que produza
enorme insosso vegetal.
A única vantagem, à primeira vista, dos agrotóxicos, em relação à agricultura orgânica, é a economia
de mão de obra. Mas esta economia no final das contas acaba saindo muito cara quando, ano após
ano vai diminuindo a produção e o agricultor acaba perdendo o seu meio de vida: A TERRA.
Não devemos usar químicos primeiramente porque são hidrossolúveis, isto é, dissolvem-se na água
da chuva e irrigação, fato que acarreta três coisas:
Uma parte é absorvida pelas raízes das plantas, causando uma expansão celular, fazendo
com que aumente brutamente o teor da água (a expansão celular faz com que as membranas
das células fiquem muito finas) tornando a planta um “prato” para pragas e doenças.
A outra parte (a maior parte) é lixiviada, ou seja, é levada pelas águas das chuvas, indo
poluir rios, lagoas, lençóis freáticos, provocando a “eutroficação” que é a morte de um rio por
asfixia (RIO JACARÉ), pois os excessivos nutrientes dos adubos químicos, além de
estimularem o crescimento de plantas na água, roubam o oxigênio da água para se
degradarem.
E há ainda uma terceira parte que se evapora, como no caso dos adubos nitrogenados, que
sob a forma de óxido nitroso, dá sua contribuição para a destruição da camada de ozônio.
Para completar, existem vários tipos de fertilizantes químicos, juntamente os mais usados, que
funcionam como violentos acidificadores do solo.
O mais importante quando se quer fazer uma horta caseira, comunitária ou comercial, é tratar o solo
com profundo respeito e cuidado, pois é dele que depende a produção sadia de sua horta.
E, para se manter, recuperar e crescer, a fertilidade do solo, precisamos de matéria orgânica. Então,
através da adubação orgânica poderemos manter todos os nutrientes que a planta precisa. O
biofertilizante produzido através do biodigestor é um dos mais potentes adubos orgânicos.
O biofertilizante, por suas qualidades, tem grande poder de recuperar os solos desgastados, e isto já
está na consciência de muitos agricultores. Segundo estatística publicada, mais de 40% dos
possuidores de biodigestores tinha como finalidade usar o adubo em lavouras, considerando o gás
um subproduto.
√ O biofertilizante tem grande poder de fixação, pois mantém os sais minerais em formas
aproveitáveis pelas plantas, evitando que esses sais se tornem muito solúveis e que sejam
levados pelas águas.
√ Dá firmeza aos grumos do solo, de modo que resistam à ação desagregadora da água,
absorvendo as chuvas mais rapidamente evitando a erosão em conservando a terra úmida
por muito mais tempo.
√ A aplicação do biofertilizante cria condições para que a terra respire com mais profundidade.
O biofertilizante deixa a terra com a estrutura mais porosa, permitindo maior penetração do ar,
na zona explorada pelas raízes, facilitando sua respiração, obtendo melhores condições de
desenvolvimento da planta.
Por todas essas razões, é imprescindível para a sustentabilidade do ser humano e do nosso planeta,
ampliar o uso das energias renováveis, tais como energia solar, eólica, hidráulica e biomassa. As
energias renováveis são provenientes de ciclos naturais de conversão da radiação solar, que é a
fonte primária de quase toda energia disponível na terra. Por isso, são praticamente inesgotáveis e
não alteram o balanço térmico do planeta. No caso da biodigestão, temos a produção de biogás, um
combustível renovável, produzido a partir dos resíduos agropecuários, que são um tipo de biomassa.
COMPOSIÇÃO DO BIOGÁS
GASES PERCENTAGEM
Metano 55 a 65%
Dióxido de Carbono 35 a 45%
Nitrogênio 0 a 3%
Oxigênio 0 a 1%
Gás Sulfídrico 0 a 1%
O poder calorífico do biogás varia conforme a composição apresentada de 4.713 a 5.500 kcal.
Em relação a outras fontes de energia, 1 m3 de biogás equivale a:
• Observações:
a) Sempre deixar entrar um pouco de ar primário até conseguir uma chama azulada.
A correta admissão do ar primário aumenta em muito a eficácia da chama.
b) A chama deverá ficar em forma de “chama de vela” e apresentar um chiado
característico. Isto se consegue regulando (abrindo ou fechando) a entrada de ar e
alargando aos poucos o giclê.
c) O melhor é fechar a entrada de ar, embutindo um pedaço de mangueira plástica
flexível do tipo cristal ou preta, no local de entrada do ar.
d) Fazer a entrada do ar primário com 2 furos opostos de 2 mm com prego quente.
• Em certo tipo de fogão, ao se abrir o giclê (injetor de gás) acontece da chama não
ficar “consistente”, ou seja, fica balançando e apaga com facilidade.
• Nesse caso se coloca dentro e no terço superior do caminho, uma tampinha metálica
de garrafa com 6 furos pequenos, ou uma moeda com recortes na borda.
• O fluxo do biogás é melhor distribuído e o fogão funciona melhor, pois a chama é bem
distribuída.
ATENÇÃO
• Não pode haver nenhum cheiro de biogás. Se houver, o fogão está mal adapto.
• Num fogão mal adaptado, a eficiência da chama chega no máximo até 400º C,
enquanto que no bem adaptado chega até 800º C.
Adaptações:
• Retira-se o conjunto do carburador e filtro de ar no bloco do motor, e em uma oficina
se faz as adaptações;
• Fazer um furo no coletor na parte superior e soldar um tubo de admissão de ferro de
10 cm de comprimento;
• Regulagem de borboleta de controle de ar: retirar a mola;
• Fazer com que a regulagem manual externa fique bem apertada para evitar que a
trepidação desregule a relação biogás e ar;
• Para que a trepidação do motor não desregule o registro do globo para o biogás, é
necessário se colocar meio metro de mangueira entre o tubo de admissão e o
registro.
Funcionamento:
• Dá-se a partida com gasolina. Fecha-se a torneira de gasolina. Quando o motor
começar a falhar, abre-se o gás e fecha-se a borboleta.
• Procura-se, então, a melhor regulagem do ar; Também é possível se dar à partida
com gás de cozinha (GLP), trocando em seguida para o biogás:
• Para voltar a trabalhar somente com gasolina, retirar a mangueira e colocar um
tampão no tubo de admissão.
Observações:
• O importante é que o motor funcione bem à gasolina, antes de se iniciar a adaptação
a biogás;
• A bobina e a vela devem estar boas. De preferência, compre uma vela nova;
• Verifique o nível de óleo todos os dias.
5 - Saúde Animal
Segundo informado pela Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), de 30 a
40% da mortalidade dos caprinos está relacionada a transmissão de doenças pelas fezes. A
digestão anaeróbia, ou biodigestão, é a tecnologia mais eficiente no tratamento de esgoto
municipal e a mais usada em países em desenvolvimento. Esse processo vem sendo
aplicado cada vez mais no aproveitamento de efluentes agropecuários com excelentes
resultados. A tabela abaixo especifica algumas importantes patogenias e mostra o potencial
de destruição das mesmas pelo processo de biodigestão.
6- Funcionamento do Biodigestor
6.1 - Escolha do Local
O biodigestor deverá ser localizado de forma, levando em consideração três pontos: fácil acesso do
local de acumulo de esterco, fácil acesso aos locais de aplicação do biofertilizante, proximidade ao
local de uso do biogás. Em biodigestores de manta, o biogás terá pouca pressão e poderá ser
conduzido até, no máximo, 50 metros. Quando for possível, aproveite a declividade natural do terreno
para facilitar a carga e a descarga do biodigestor. Instale o biodigestor longe de arvores, pois as
raízes, com o tempo poderão crescer e furar o biodigestor.
ATENÇÃO
Como medida de segurança, mantenha uma distancia de NO MINIMO 10 metros entre o biodigestor
e quaisquer edificações.
6.2 - Dimensionamento
Existem vários modelos de biodigestores. Os mais simples possuem um único estágio, alimentação
contínua e sem agitação. O tempo de retenção dos dejetos depende da capacidade das bactérias em
degradar a matéria orgânica. Um método prático de estimar o tamanho do biodigestor é dado
pela fórmula abaixo.
VB = VC x THR
Onde:
A caixa de carga poderá ser um tonel de plástico ou um tanque de concreto, dependendo do volume
da carga diária. Não se recomenda o uso de tonéis de metal porque enferrujam rapidamente. A caixa
de descarga serve também como armazenamento do biofertilizante; recomenda-se dimensiona-lo
para 3 x o volume da carga diária.
C-1
C-2
L-2
L-1
ESCAVAÇÃO
BIO DIG ESTO R
DIMENSÕES DO BIODIGESTOR
Compriment Largura
o Superior Largura Comprimento Inferior
Volume Profundidade (C-1) Superior (L-1) Inferior (C-2) (L-2)
metros
cúbicos metros metros metros metros metros
3 1,0 3,5 1,2 3,0 0,7
7 1,0 6,0 2,0 4,8 0,8
15 1,4 7,0 2,5 5,5 1,0
20 1,5 8,0 3,0 6,0 1,0
30 1,5 10,0 3,5 8,0 1,5
6.3 - Instalação
Condução do Biogás
MATERIAL NECESSÁRIO:
Para conduzir o gás na linha principal, usa-se tubo plástico flexível de parede grossa (mangueira
preta) ou rígido PVC colável (marrom-para água), com o seguinte diâmetro:
a) 1” quando usamos o biodigestor para motor.
b) 3/4 “ quando usamos o biodigestor para outros equipamentos.
Não improvise a tubulação de gás porque é perigoso por ser explosivo. Todas as emendas
rígidas devem ser com selante (cola ou fita branca) ou quando flexível, com braçadeiras. Faça o
teste de vazamento banhando todas as junções com água e sabão.
Drenos de Água
Junto com o biogás sempre existe vapor de água. Este por condensação se deposita nos pontos
mais baixos e com tempo impede a passagem do gás. Por isso, toda a tubulação de gás deve ter
aclives e declives. Em todo o ponto baixo, deve existir um dreno, feito com uma conexão “T” do
fundo do qual sai um pedaço de tubo ou mangueira que deve ser mergulhado em água dentro de
uma garrafa ou uma caixa de concreto, mais fundo do que a pressão do biogás.
6.4- Operação Diária
Ta
bel
a
de
Pro
por
ção
Correta Esterco:Água
Atenção
CONTATOS: