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“… Imagine chegar em um país onde você não entende a língua e não conhece os
costumes – e ninguém entende o que você quer ou precisa. Você, na tentativa de se
organizar e entender esse ambiente, provavelmente apresentará comportamentos que
os nativos acharão estranhos…” (citação retirada do Manual de Treinamento ABA –
Help us learn – Ajude-nos a aprender.)
Esta frase pode ser utilizada para compreender a maneira de uma criança portadora do
Transtorno de Espectro Autista pensar, sentir e se comportar. Muitos dizem realmente
que o autista constrói para sí uma realidade paralela, alheia a nossa, e por viver “lá
dentro” não consegue se comunicar com os outros que vivem no mundo “real”. Será
verdade? Vamos resumir aqui um pouco da história do diagnóstico de autismo a partir
do texto Abordagem Comportamental do Autismo, de autoria de Alexandre Costa e
Silva, diretor de relações públicas da Associação Brasileira de Autismo.
Breve Histórico.
A palavra “autismo” deriva do grego “autos”, que significa “voltar-se para sí mesmo”.
A primeira pessoa a utilizá-la foi o psiquiatra austríaco Eugen Bleuler para se referir a
um dos critérios adotados em sua época para a realização de um diagnóstico de
Esquizofrenia. Estes critérios, os quais ficaram conhecidos como “os quatro ‘A’s de
Bleuler, são: alucinações, afeto desorganizado, incongruência e autismo. A palavra
referia-se a tendência do esquizofrênico de “ensimesmar-se”, tornando-se alheio ao
mundo social – fechando-se em seu mundo, como até hoje se acredita sobre o
comportamento autista.
Em 1943 o psicólogo norte americano Leo Kanner estudou com mais atenção 11
pacientes com diagnóstico de esquizofrenia. Observou neles, o autismo como
característica mais marcante; neste momento, teve origem a expressão “Distúrbio
Autístico do Contato Afetivo” para se referir a estas crianças. O psicólogo chegou a
dizer que as crianças autistas já nasciam assim, dado o fato de que o aparecimento da
síndrome era muito precoce. A medida em que foi tendo contato com os pais destas
crianças ele foi mudando de opinião. Começou a observar que os pais destas crianças
estabeleciam um contato afetivo muito frio com elas, desenvolvendo então o termo
“mãe geladeira” para referir-se as mães de autistas, que com seu jeito frio e distante de
se relacionar com os filhos promoveu neles uma hostilidade inconsciente a qual seria
direcionada para situações de demanda social.
Naquela época a busca pelo tratamento psicanalítico era muito intensa. Muitas vezes as
crianças passavam por sessões diárias, inclusive no domingo. O preço pago era muito
alto. Muitas famílias vendiam seus bens na esperança de que aquele método as ajudasse
a corrigir o erro que haviam cometido na criação de seus filhos.
Com o advento da década do cérebro, no entanto, estas idéias começaram a ser deixadas
de lado – além de não estarem satisfazendo as expectativas dos pais. A partir de 1980
foram surgindo novas tecnologias de estudo, as quais permitiam investigação mais
minuciosa do funcionamento do cérebro da pessoa com exames como tomografia por
emissão de pósitrons ou ressonância magnética. Doenças que anteriormente eram
estudadas apenas a partir de uma perspectiva psicodinâmica passaram a ser estudadas de
maneiras mais cuidadosas, deixando de lado o cogito cartesiano.
Este Transtorno Invasivo do Desenvolvimento acomete apenas cinco entre cada dez mil
nascidos, ocorre em famílias de todas as configurações raciais, étnicas ou sociais.
Gauderer (1993) afirma que a maioria das crianças com diagnóstico do Transtorno de
Espectro Autista tem fisionomia normal, e sua expressão séria pode passar a idéia,
geralmente errada, de inteligência extremada. Apesar da estrutura facial normal, no
entanto, estão quase sempre ausentes a expressividade das emoções e receptividade
presentes na criança com desenvolvimento típico.
Nem sempre o autismo está associado a deficiência mental. Às vezes ele ocorre em
crianças com inteligência classificada como normal. O chamado “déficit intelectual” é
mais intenso nas habilidades verbais e menos evidente em habilidades viso-espaciais. É
muito comum, no entanto, crianças com este diagnóstico apresentarem desempenho
além do normal em tarefas que exigem apenas atividades mecânicas ou memorização,
ao contrário das tarefas nas quais é exigido algum tipo de abstração, conceituação,
sequenciação ou sentido.
Incidência
.
Existem várias definições e critérios diagnósticos diferentes do que vem a ser o autismo.
Em decorrência disto, é difícil traçar um nível de incidência confiável, pois conforme
variam as definições e critérios diagnósticos, variam também a quantidade de pessoas
diagnosticadas. Os índices mais aceitos e divulgados, no entanto, trazem uma média de
5 a 15 casos em cada 10 000 pessoas. Pesquisas epidemiológicas utilizando o DSM –
III-R identificam o dobro deste numero. Quando os criterios medicos são deixados de
lado em detrimento dos educacionais, a média aumenta para 21 casos em cada 10 000
pessoas. Quando a síndrome é mais rigorosamente classificada e diagnosticada,
entretanto, encontra-se uma prevalência de 2 casos para cada 10 000 pessoas.
Embora diversos tipos de alterações neurológicas e/ou genéticas tenham sido descritas
como prováveis etiologias do autismo, não há nada comprovado ainda. O transtorno
pode estar diretamente associado a problemas cromossômicos, genéticos, metabólicos, e
até mesmo doenças transmitidas ou adquiridas durante a gestação, durante e após o
parto. A dificuldade em elaborar um diagnóstico de autismo é grande, quando se pensa
que diversas síndromes possuem sintomatologia semelhante.
Uma quantidade de 75 a 80% das crianças com diagnóstico de Transtorno do Espectro
Autista apresenta algum tipo de retardo mental, o qual pode estar associado a inúmeros
fatores biológicos.
Alguns autores, como Gauderer afirmam que algumas alterações encefálicas em fases
críticas do desenvolvimento embrionário podem dar origem a algum tipo de transtorno
que se enquadre no diagnóstico de transtorno do espectro autista, mas os exames
clínicos que vem sendo realizados não demonstram correlação significativo entre estas
alterações e o transtorno.
1. Autismo O autismo é considerado uma desordem causada por uma alteração cerebral que
produz dificuldade em três áreas: (1) Comunicação, (2) Relacionamento social e (3)
Comportamentos repetitivos e inadequados. Ainda não se sabe ao certo a origem da alteração
cerebral. No entanto, modernos tratamentos, como o método ABA, permitem à criança aprender
a se comunicar e criar [...]...
2. Autismo – Grupo de Pais A criação de grupos de pais tem por objetivo proporcionar
orientação a pais de crianças autistas, complementando o trabalho do profissional especializado e
possibilitando a troca de experiências entre diferentes pais. JUSTIFICATIVA: Lidar com
crianças autistas requer atenção constante. Elas tendem a agir de maneiras inadequadas quando
não estão realizanto tarefas. Quanto mais tempo em companhia [...]...
3. Autismo – Terapia Para lidar com indivíduos autistas, utilizamos o Método ABA (Applied
Behavior Analysis – Análise do Comportamento Aplicada). O método tem alta taxa de sucessos
e, por conta disso, o governo americano escolheu esse método como o tratamento psicológico
por excelência para indivíduos autistas. Um movimento semelhante está acontecendo em São
[...]...
4. A história do conhecimento – um breve apanhado. Todas as ciências originaram-se da
Filosofia e posteriormente se separaram dela. Antes que a astronomia existisse, por exemplo,
especulava-se a respeito da organização do universo a partir do pressuposto de que Deus havia
criado tudo daquele jeito....
5. Terapia Comportamental – Breve Introdução Alunos meus e leitores do blog parecem
dividir um mesmo interesse: Terapia Comportamental. Devido a isso, decidi escrever uma série
de textos sobre o tema. Eis como será estruturada a série: Terapia Comportamental – Breve
Introdução Terapia Comportamental – Princípios Fundamentais Terapia Comportamental –
Análise Funcional – avaliação Terapia Comportamental – Análise Funcional – intervenção
Terapia Comportamental – Relação Terapêutica Uma [...]...
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Autismo, desenvolvimento atípico, Problemas de Aprendizagem, Psicopatologia,
transtornos de desenvolvimento.
Psicopatologia
De vez em quando, algum assunto me interessa em particular. A bola da vez é a
psicopatologia. Decidi investigar mais sobre esse conceito.
Para mim, sempre foi claro: Psicopatologia não existe, enquanto doença da mente. Vou
explicar um pouco sobre isso neste texto e em outro que está para ser publicado
(Terapia Comportamental – análise funcional – avaliação).
Psicopatologia
Primeiro, será que existe uma mente que fica doente? Skinner, behaviorista radical, diz
que não. Thomas Szasz, psiquiatra e psicanalista, diz que não. Para esses e outros
autores, não se pode medir a mente, nem localizá-la no espaço, nem observá-la à
distância; portanto, não se pode afirmar que ela existe.
Szasz diz em poucas palavras: se não existe mente, ela não pode estar doente.
Para Skinner e Szasz, as relações humanas com o mundo são comportamentais: ou seja,
os problemas ditos “mentais” são, na verdade, problemas do comportamento. Essa
afirmação significa que é na relação do indivíduo com seu mundo que estão as
dificuldades. Um indivíduo deprimido exibe poucos comportamentos e relata tristeza
devido à relações prejudiciais que está mantendo com o ambiente e não porque seu
corpo está apresentando um mau funcionamento.
Isso nos leva a uma segunda crítica à noção clássica de psicopatologia. Iniciemos com a
pergunta: ainda que não exista mente, será que existe doença do comportamento?
Parece que não. Se um indivíduo está deprimido porque perdeu alguém querido, é
possível dizer que sua tristeza é anormal? E se teve uma infância na qual não foi
valorizado, sua depressão é anormal? Alguém com transtorno de estresse pós-
traumático por ter batido o carro, está se comportamento de maneira anormal? Se a
maioria das pessoas gosta mais da cor azul do que da verde, gostar da cor verde é
anormal? Ser diferente dos outros é ser anormal?
Um teste fácil de ser realizado: tente identificar quais elementos do ambiente são
responsáveis por qualquer comportamento que julgue estranho em si mesmo ou em
outra pessoa. Enquanto tais elementos não forem reconhecidos, o comportamento
parecerá estranho. A partir do momento em que forem encontrados os fatos
ambientais responsáveis pelo comportamento, ele deixa de ser considerado anormal; sua
existência torna-se normal, um resultado óbvio dos fatos.
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=APBE5NJO12k&feature=related]
Em um outro vídeo, o Dr. Thomas Szasz também comenta sobre o problema do
diagnóstico psiquiátrico. Vejam:
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=uE0mysIHvvg]
Este texto não cobre tudo o que há para ser falado sobre psicopatologia. Seu objetivo
era discutir brevemente a adequação do conceito e algumas implicações dele. Por favor,
deixe perguntas e comentários. Um novo texto pode ser escrito se os leitores indicarem
áreas importantes que não foram comentadas aqui, ou se tiverem perguntas que
necessitam resposta imediata. Novamente recomendo a leitura do texto “É normal ser
anormal:…” e dos vídeos mostrados acima.
Robson Faggiani
1. Breves considerações sobre psicopatologia Desde muito cedo em sua história, a análise
do comportamento se preocupou com o estudo das psicopatologias e com o desenvolvimento de
tecnologias para lidar com elas. Neste post, irei considerar brevemente as contribuições dos
modelos experimentais de depressão de Ferster, as interpretações baseadas em coerção de
Sidman e as teorias clínicas de Kohlenberg, Tsai e [...]...
2. Terapia Comportamental – Análise Funcional – avaliação Pode-se dizer que a análise
funcional é o centro da terapia comportamental. Está em todos os passos da terapia: envolve o
“diagnóstico” do problema do cliente, o planejamento das intervenções terapêuticas, a sua
execução e a avaliação dos resultados obtidos. Além disso, o conceito de análise funcional está
ligado à noção de psicopatologia para a [...]...
Orientação a Pais
É comum que pais e filhos apresentem conflitos: possuem expectativas e desejos
diferentes com relação uns aos outros. Os pais às vezes não sabem como lidar com esses
conflitos de expectativas e, em sua tentativa de executar soluções lógicas, podem
produzir mais problemas do que benefícios. Uma das causas disso é porque
o comportamento não é tão lógico quanto gostaríamos.
No entanto, o trabalho vai mais longe. O treino de pais envolve um ensino detalhado de
como resolver problemas que podem a acontecer e a prevenir seu acontecimento. Para
tanto, é necessária uma observação de como os pais se relacionam com a criança e, a
partir daí, é feito um planejamento de ensino e intervenção. Os resultados podem ser
muito rápidos e duradouros.
Uma boa relação familiar traz benefícios não só para as crianças, mas também para os
pais. Em uma família harmônica, o tempo de convívio traz prazer e alívio da pressão do
trabalho. As crianças, por sua vez, são beneficiadas a curto e a longo prazo. Uma
infância saudável é traduzida em um adulto íntegro e auto-confiante.
Para contratar ou saber mais sobre os serviços, entre em contato com a Equipe
Psicologia e Ciência.
1. Autismo – Grupo de Pais A criação de grupos de pais tem por objetivo proporcionar
orientação a pais de crianças autistas, complementando o trabalho do profissional especializado e
possibilitando a troca de experiências entre diferentes pais. JUSTIFICATIVA: Lidar com
crianças autistas requer atenção constante. Elas tendem a agir de maneiras inadequadas quando
não estão realizanto tarefas. Quanto mais tempo em companhia [...]...
2. Material para Pais e Profissionais A Equipe do site Psicologia e Ciência deu um passo
adicional na direção de ajudar pais e profissionais de saúde a lidarem melhor com seus filhos. O
estudante de Psicologia Neto criou, junto com uma equipe da Faculdade de Ciências da Saúde
(UNIPAM), orientados pela Profa. Ms. Viviane, uma cartilha que ajuda pais a lidar com [...]...
3. Crianças não fazem os pais felizes Think having children will make you happy? Think
again, suggests Nattavudh Powdthavee – you’re experiencing a focusing illusion Pages: 308-311
SEGUE UMA TRADUÇÃO REALIZADA POR FERRAMENTAS DE IDIOMA. SÃO
TRADUÇÕES INVARIAVELMENTE ERRADAS. Tal como muitos outros jovens casais nossa
idade, a minha namorada de longo prazo e eu estamos pensando em começar uma família de
nossos próprios. Duas coisas [...]...
Autismo
O autismo é considerado uma desordem causada por uma alteração cerebral que produz
dificuldade em três áreas: (1) Comunicação, (2) Relacionamento social e (3)
Comportamentos repetitivos e inadequados. Ainda não se sabe ao certo a origem da
alteração cerebral. No entanto, modernos tratamentos, como o método ABA, permitem
à criança aprender a se comunicar e criar laços sociais.
Por ser espectral, algumas pessoas acreditam que o autismo não seja realmente uma
doença, mas apenas uma característica humana como qualquer outra. De acordo com
essa perspectiva, pode-se dizer que há pessoas com muita ou pouca altura e que há
pessoas com muito ou pouco “autismo”. Independentemente de ser ou não uma doença,
alguns cuidados e atividades podem tornar a vida de indivíduos diagnosticados com
autismo mais produtiva (veja Autismo -Terapia, neste site).
Essas dificuldades podem ser bastante amenizadas com terapia. Alguns autistas levam
uma vida normal, em todos os sentidos. A participação dos pais é fundamental para esse
sucesso.
1. Autismo – Terapia Para lidar com indivíduos autistas, utilizamos o Método ABA (Applied
Behavior Analysis – Análise do Comportamento Aplicada). O método tem alta taxa de sucessos
e, por conta disso, o governo americano escolheu esse método como o tratamento psicológico
por excelência para indivíduos autistas. Um movimento semelhante está acontecendo em São
[...]...
2. Autismo – Grupo de Pais A criação de grupos de pais tem por objetivo proporcionar
orientação a pais de crianças autistas, complementando o trabalho do profissional especializado e
possibilitando a troca de experiências entre diferentes pais. JUSTIFICATIVA: Lidar com
crianças autistas requer atenção constante. Elas tendem a agir de maneiras inadequadas quando
não estão realizanto tarefas. Quanto mais tempo em companhia [...]...
3. Autismo – um breve histórico. “… Imagine chegar em um país onde você não entende a
língua e não conhece os costumes – e ninguém entende o que você quer ou precisa. Você, na
tentativa de se organizar e entender esse ambiente, provavelmente apresentará comportamentos
que os nativos acharão estranhos…” (citação retirada do Manual de Treinamento ABA – Help us
[...]...
4. Notícias do Dia – 21 Algumas notícias interessantes: Uma nova teoria afirma que os
sintomas do autismo podem ser reversíveis. Leia aqui (em inglês). De acordo com essa teoria, os
sintomas do autismo são causados por um mal funcionamento do locus coeruleus, uma parte do
cérebro responsável pelo processamento sensorial. A teoria surgiu de observações ocasionais,
agora confirmadas, de que autistas, [...]...
5. Notícias do Dia – 25 Duas notícias: Um estudo recente mostrou que crianças autistas
confiam mais em pistas proprioceptivas do que exteroceptivas para aprender comportamentos
motores. Leia aqui (em inglês). Isso pode ajudar a explicar porque autistas têm dificuldade em
relações sociais e aversão a mudanças na rotina. A explicação neurológica para o fenômeno
afirma que o cérebro de autistas têm [...]...
Para contratar ou saber mais sobre os serviços, entre em contato com a Equipe
Psicologia e Ciência.
1. Autismo – Terapia Para lidar com indivíduos autistas, utilizamos o Método ABA (Applied
Behavior Analysis – Análise do Comportamento Aplicada). O método tem alta taxa de sucessos
e, por conta disso, o governo americano escolheu esse método como o tratamento psicológico
por excelência para indivíduos autistas. Um movimento semelhante está acontecendo em São
[...]...
2. Autismo O autismo é considerado uma desordem causada por uma alteração cerebral que
produz dificuldade em três áreas: (1) Comunicação, (2) Relacionamento social e (3)
Comportamentos repetitivos e inadequados. Ainda não se sabe ao certo a origem da alteração
cerebral. No entanto, modernos tratamentos, como o método ABA, permitem à criança aprender
a se comunicar e criar [...]...
3. Orientação a Pais É comum que pais e filhos apresentem conflitos: possuem expectativas e
desejos diferentes com relação uns aos outros. Os pais às vezes não sabem como lidar com esses
conflitos de expectativas e, em sua tentativa de executar soluções lógicas, podem produzir mais
problemas do que benefícios. Uma das causas disso é porque o comportamento não é [...]...
4. Autismo – um breve histórico. “… Imagine chegar em um país onde você não entende a
língua e não conhece os costumes – e ninguém entende o que você quer ou precisa. Você, na
tentativa de se organizar e entender esse ambiente, provavelmente apresentará comportamentos
que os nativos acharão estranhos…” (citação retirada do Manual de Treinamento ABA – Help us
[...]...
5. Material para Pais e Profissionais A Equipe do site Psicologia e Ciência deu um passo
adicional na direção de ajudar pais e profissionais de saúde a lidarem melhor com seus filhos. O
estudante de Psicologia Neto criou, junto com uma equipe da Faculdade de Ciências da Saúde
(UNIPAM), orientados pela Profa. Ms. Viviane, uma cartilha que ajuda pais a lidar com [...]...
utismo – Terapia
Para lidar com indivíduos autistas, utilizamos o Método ABA (Applied Behavior
Analysis – Análise do Comportamento Aplicada). O método tem alta taxa de sucessos e,
por conta disso, o governo americano escolheu esse método como o tratamento
psicológico por excelência para indivíduos autistas. Um movimento semelhante está
acontecendo em São Paulo, no sentido de pedir que o governo passe a dar auxílio
financeiro a pais que desejem tratar os filhos com o ABA.
Para contratar ou saber mais sobre os serviços, entre em contato com nossa Equipe.
1. Autismo – Grupo de Pais A criação de grupos de pais tem por objetivo proporcionar
orientação a pais de crianças autistas, complementando o trabalho do profissional especializado e
possibilitando a troca de experiências entre diferentes pais. JUSTIFICATIVA: Lidar com
crianças autistas requer atenção constante. Elas tendem a agir de maneiras inadequadas quando
não estão realizanto tarefas. Quanto mais tempo em companhia [...]...
2. Autismo O autismo é considerado uma desordem causada por uma alteração cerebral que
produz dificuldade em três áreas: (1) Comunicação, (2) Relacionamento social e (3)
Comportamentos repetitivos e inadequados. Ainda não se sabe ao certo a origem da alteração
cerebral. No entanto, modernos tratamentos, como o método ABA, permitem à criança aprender
a se comunicar e criar [...]...
3. Autismo – um breve histórico. “… Imagine chegar em um país onde você não entende a
língua e não conhece os costumes – e ninguém entende o que você quer ou precisa. Você, na
tentativa de se organizar e entender esse ambiente, provavelmente apresentará comportamentos
que os nativos acharão estranhos…” (citação retirada do Manual de Treinamento ABA – Help us
[...]...
4. Terapia Comportamental – Análise Funcional – avaliação Pode-se dizer que a análise
funcional é o centro da terapia comportamental. Está em todos os passos da terapia: envolve o
“diagnóstico” do problema do cliente, o planejamento das intervenções terapêuticas, a sua
execução e a avaliação dos resultados obtidos. Além disso, o conceito de análise funcional está
ligado à noção de psicopatologia para a [...]...
5. Terapia Comportamental – Relação Terapêutica O que é relação terapêutica? São as
interações que ocorrem entre terapeuta e cliente durante o processo terapêutico. Tais interações
podem ser positivas, negativas ou sem nenhuma carga emocional. Algumas modalidades de
terapia, como a psicanálise clássica, defendem que o profissional deve evitar qualquer tipo de
proximidade com o cliente. Outras abordagens, como o humanismo (especialmente [...]...
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Alguns comentários
5 Responses
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post.
on 15/04/2009
oi sou fonoaudiologa e gostaria de saber como posso ter mais informaçoes sobre
o métido ABA,
on 23/04/2009
Bom dia.
3. Vânia Elizabeth Batista Fróes said
on 26/05/2009
on 10/04/2010
olá! meu filho é autista, é o ayslan de 16 anos, gostaria de saber mais sobre o
metodo!
on 10/06/2010
Olá!
Incidentalmente, eu havia sido criado sob a influência de duas pessoas com forte
repertório experimentalista e empiricista, meu avô paterno e meu pai, embora pense que
ambos ficariam surpresos se isso lhes fosse dito. Finalmente, a primeira graduação que
eu cursei, ainda muito jovem, foi em Física, bacharelado, um curso que não promoveu
em seus estudantes uma visão naturalística do mundo – exceto no âmbito restrito dos
fenômenos do seu interesse – mas que instalou um repertório rigoroso quanto à natureza
das demonstrações aceitáveis como verdade científica.
Imerso numa dieta de puro mentalismo, que era a dos cursos de psicologia da época,
fiquei interessado na conversa daqueles Keller e Schoenfeld e fiquei interessado na
conversa do Prof. Oyama. Maravilha: pareceu-me que ali estava uma psicologia que eu
podia, literalmente, pegar com as minhas próprias mãos; ali estava uma psicologia que
não me exigia fé, mas sim verificação. E, é claro, ali estava uma psicologia que se
alinhava à minha história de reforçamento. O preço que paguei junto aos professores e
colegas da época por tais interesses heréticos e excêntricos é uma lição da história.
2 – Qual a sua visão sobre a psicologia no Brasil hoje e quais as perspectivas de futuro
dela enquanto ciência e profissão? E a Análise do Comportamento, como se situa neste
contexto?
Também penso ser difícil conceber a psicologia como uma profissão, pelo menos no
sentido em que se concebe uma profissão médica, uma engenharia ou uma advocacia,
pois são tantas e tão diversas as práticas consideradas psicológicas, por vezes até mesmo
contrapositivas umas em relação às outras, que não se pode por certo saber o que faria
um “psicólogo” numa dada situação ou função. Na área da ação psicológica clínica, seja
suficiente para ilustrar a afirmação acima a legião de terapias minerais, vegetais,
animais, espirituais, luminosas, cromáticas, aquosas, fluídicas, energéticas, dançantes,
oculares, neurológicas, geométricas, culinárias, corporais, filosóficas, pedagógicas,
hipnóticas, sexuais, mórficas, musicais, artísticas e até mesmo perfurantes e ex post-
mortem, cada uma com suas visões-de-mundo, teorizações e práticas particulares (além
das combinações entre elas), todas oferecidas e defendidas como práticas psicológicas
igualmente confiáveis no mercado da saúde. A meu ver, este “estado da arte” não é
indicativo de uma vigorosa e saudável diversidade e pluralidade, mas sim do caos
comum aos momentos iniciais de qualquer empreendimento.
Não se sabendo ao certo o que faz um membro de uma dada classe profissional,
existiria, ainda assim, uma profissão da qual ele fizesse parte?
Nessa compreensão, parece que o que os psicólogos têm de fato em comum e o que faz
de todos eles igualmente “psicólogos” é uma regulamentação política comum e uma
representação político-institucional comum, que é a autarquia que os insere no
ordenamento jurídico vigente.
Contudo, este estado das coisas não me incomoda.Pelo contrário, acho-o instigante.
Para melhor compreender essa minha atitude, convido o leitor a um pequeno exercício.
O tempo de existência da nossa espécie, o homo sapiens, é estimado em 200.000 anos.
Como é difícil apreciar tamanho lapso temporal, façamos então uma equivalência entre
200.000 anos e 1 ano, construindo uma escala temporal homóloga. O leitor é convidado,
então, a imaginar que neste um ano, que agora concentra toda a existência da nossa
espécie, estamos nos últimos segundos das últimas horas do último dia do mês de
dezembro. Digamos, às 23h59min59s do dia 31 de dezembro do Ano Zero. Nessa nova
escala:
· A psicologia começou a ser estudada somente nas últimas seis horas do último dia
do Ano Zero, ou seja, às seis horas da noite do dia 31 de dezembro [1875 DC, Wundt] e
começamos a realizar os primeiros estudos sistemáticos da psicoterapia há três horas, ou
seja, às nove horas da noite do dia 31 de dezembro [Década 1940-1950 DC].
O tempo decorrido desde o início e constituição formal da nossa profissão, seis horas
somente (ou 135 anos), é muito pequeno, quando comparado ao já decorrido na
constituição de profissões mais antigas, como o direito (nove dias e três horas, ou
aproximadamente 5.000 anos), a engenharia (oito dias e oito horas, ou
aproximadamente 4.500 anos) e a medicina (quatro dias e 19 horas, ou 2.310 anos.). O
leitor por certo concordará que se ele iniciasse agora o estudo de um novo campo
disciplinar qualquer, após oito dias e oito horas de estudo e reflexão ele teria a
obrigação de saber bem mais do que sabia nas primeiras seis horas de estudo.
Tendo descrito como eu vejo o presente, devo confessar que não faço a menor idéia das
perspectivas futuras desse conglomerado como, aliás, é claro, não faço a menor idéia do
futuro de uma maneira geral. Minha linguagem para ver o mundo é a da análise do
comportamento e, assim sendo, concebo as interações humano-mundo e humano-
humano de um ponto de vista probabilístico nas relações imediatas e por demais
complexas nas relações temporalmente dilatadas para que se possa antecipá-las. O
exercício da futurologia é, no melhor, especulativo e, no pior, delirante. Por mais
fascinante intelectualmente que possa ser esse exercício, outros domínios disciplinares
parecem-me mais bem equipados para fazê-lo do que o da ciência natural.
Nos seus aspectos técnicos, a ciência se parece à mágica: depois que o prestidigitador
demonstra como faz para tirar o coelho da cartola, a compreensão da técnica é
praticamente imediata para o iniciante ou para o leigo culto, o que não quer dizer de
maneira alguma que já se possa então executar o número com competência. “Técnicas”
são, numa analogia, procedimentos relativamente grosseiros de como parafusar ou
desparafusar. Desconhecendo quais parafusos se deveria parafusar e quais não, e
quando se deveria desparafusá-los e quando não, e em que ordem se deveria
desparafusá-los e que pressão se deveria exercer na chave de fenda, por quanto tempo e
por que, o palco para o desastre está montado.
Os colegas americanos tem se preocupado com isso já há alguns anos e a solução que
encontraram foi constituir o BACB (Behavior Analysis Certification Board –
http://www.bacb.com/), como uma organização independente das universidades, que
certifica, mediante provas e um sistema de educação continuada, o analista do
comportamento. Alguns colegas e eu mesmo temos defendido uma solução semelhante,
pensando inclusive que esta seria uma função adequada à nossa associação. Dado ao
estado ainda incipiente da organização social da prática clínica psicológica, não se pode
impedir que alguém autoproclame a afiliação que lhe parecer melhor, como não se pode
impedir que alguém, sem a habilitação formal, dirija um automóvel. Mas podem-se
certificar aqueles que têm sua habilitação reconhecida pela comunidade dos seus pares,
através de uma instituição representativa dela. Isso não protegeria somente os interesses
dos praticantes, mas, sobretudo, protegeria o público usuário, permitindo-lhe uma
escolha informada.
Outra preocupação que já manifestava no artigo acima citado, diz respeito aos nossos
números. Não se sabe por certo quantos somos. A se estimar pelo comparecimento aos
nossos encontros nacionais e pela vendagem dos livros da área, somos em torno de 1,5
% da psicologia brasileira. Somos, portanto, a minoria da minoria (já li a estimativa que
somos 4% da psicologia norte-americana, outra minoria). Sem um censo, continuaremos
sem saber e, não sabendo, fica prejudicado o planejamento para as diversas atividades
da área e não se pode saber a taxa de acréscimo/decréscimo do nosso número. No já
citado artigo, considerava algumas hipóteses para este estado das coisas e chamava a
atenção para a relevância do número de praticantes com relação à produção de
reforçamento para novos interessados.
Não tenho muito interesse por teorias conspiratórias e, assim, não vejo uma ação
deliberada por detrás desses fatos. Mais simplesmente, penso que como o mentalismo é
a corrente dominante na psicologia brasileira desde sempre (como o é na psicologia
ocidental, de maneira geral), são os seus praticantes que estão em posição de formular
os programas dos concursos e, ao fazê-lo, o fazem com base no que sabem e no que
acreditam. Seja como for, o fato é que isso instala, sim, uma situação de exclusão e,
talvez, pior, um círculo vicioso: selecionados somente os daquela linguagem, eles, por
sua vez, selecionarão mais do mesmo. No mundo corporativo, como agora se diz,
mentalistas selecionarão mentalistas, é claro. Se, por acidente ou boa sorte, um analista
do comportamento se encontrar num destes ambientes, provavelmente estará sozinho e
sitiado e, nessas condições, o aporte inovador e produtivo que a Análise do
Comportamento poderia trazer àquele ambiente estará limitado.
Seja como for, penso que o pior rumo para o qual possa se encaminhar esse problema é
o da cessação do diálogo, por mais difícil e frustrante que ele possa ser. Nesse particular
e como investigador aplicado, expresso sem receio a minha convicção da primazia da
pesquisa básica, pois, se é fato que raramente, se alguma vez, o fenômeno se apresentará
em seu ambiente “natural” com as mesmas características e particularidades com as
quais ocorre no ambiente do laboratório, também é fato que ele não desobedecerá, na
sua apresentação não-controlada, as leis básicas que regem a sua ocorrência e que foram
expostas no laboratório. Assim, entendo que a pesquisa básica, por si mesma, produzirá
conhecimento confiável, venha a ser este conhecimento aplicado ou não. Por outro
lado, sem se apropriar da, e sem incorporar a produção da pesquisa básica, a aplicação
ficará privada daquilo que a fundamenta e lhe dá validade científica; poderá até
produzir, acidentalmente, técnicas úteis, mas não uma tecnologia.
[E aqui, entre chaves, faço uma digressão. Transformaram o mundo e a nossa maneira
de viver nele, mas não necessariamente - ou não sempre - para melhor, pois "melhor" é
um conceito moral, de aplicação política, e sobre a moral e a política a ciência natural,
qua ciência natural, não tem como se pronunciar. A ciência natural desenvolve-se como
um dos artefatos culturais criados pela humanidade e se mantém, certamente, pelos
reforços que tem produzido. O uso que dela se faz e se fará é um problema para a moral
e para a política. Neste particular, pode-se estudar a moral e a política, como
comportamentos humanos que são, à luz da Análise do Comportamento. No entanto,
assim como o conhecimento das particularidades da gravitação não assegura ao cientista
que os domina a capacidade de levitar, provavelmente um conhecimento científico
naturalístico da moral e da política, ou, mais amplamente, das ações humanas, não
assegurará aos seus detentores qualquer superioridade moral e nem lhes garantirá a
prática de uma política de qualidade ética superior. A vida humana é por demais rica,
plástica e complexa, tudo indica, para ser contida e explicada num subrepertório verbal
único. Ainda assim, a ciência natural e a tecnologia dela derivada pode ajudar, e muito,
na construção de um mundo melhor. É formidável dispor de antibióticos para as
infecções, vacinas para a poliomielite, manejo auto-sustentável das florestas, pontes que
não caem, óculos para os dele necessitados, previsão do tempo para a agricultura e a
navegação, luz elétrica e água quente encanada, telefones, internet e i-pods, anestesia
cirúrgica e chocolate suíço. É igualmente formidável, convenhamos, a possibilidade de
se instalar um repertório socialmente desejável através do reforçamento positivo;
manejar comportamentos socialmente indesejáveis através da extinção e da oferta de
equivalentes funcionais ao invés da punição; aliviar o sofrimento de uma depressão
através da ativação comportamental, sentir-se no comando da própria vida
desenvolvendo um repertório de autocontrole e amar dispondo, deliberadamente,
contingências mútuas positivamente reforçadoras e inclusivas.]
Uma prática comum nas comunidades verbais para aumentar o controle discriminativo
de um nome é adicionar mais e mais adjetivos a um substantivo que se deseja manter e
que, por suas variações, perdeu, por assim dizer, sua substância. Esse recurso pode ser
usado continuadamente, havendo mesmo propostas terapêuticas que adicionam quatro
ou mais adjetivos ao substantivo “terapia”.
Existem também casos nos quais se fica sob a impressão de que o qualificador
“comportamental” foi acrescentado a este ou aquele substantivo sob controle de
variáveis bem mais prosaicas, como, por exemplo, um interesse de mercado, para
diferenciar um “produto” que se pretende comercializar em troca de pecúnia ou
prestígio, ou na busca de acrescentar reconhecimento social ao “produto”; uma singela
vaidade pessoal, como para ser o “criador” desta ou daquela nova terapia; um uso
inconseqüente ou ingênuo da palavra ou, ainda, uma definição da palavra
“comportamental” diferente daquela que utilizamos.
Seja como for, há inconvenientes na multiplicação de nomes quando estes ficam sob
controle total ou parcial de variáveis estranhas aos aspectos públicos da condição
estimuladora ou quando a comunidade verbal dispõe contingências vagamente definidas
para o seu uso. Nesse caso, o “nome”, na função de estímulo discriminativo, perde sua
precisão de orientar o responder e o resultado é ambigüidade de controle.
Coloquialmente, o resultado é confusão.
Neste mar de nomes, talvez o que se possa fazer de melhor é especificar qual
“comportamental” é o “comportamental” que se deseja dispor como controle. Eu, por
exemplo, descobri recentemente que ainda permaneço, orgulhosamente, como um
estudioso e praticante da Terapia Analítico-Comportamental de primeira geração –
vejam só que antigüidade! – entendendo como tal aquela que insiste em considerar
como categorias de análise somente as relações expostas no laboratório operante, ou
seja, as da contingência de três termos, e que insiste em examinar somente os processos
básicos (reforçamento, discriminação e generalização) para compreender o fenômeno
clínico. E que, além disso, adere ou se esforça por aderir às dimensões propostas por
Donald Baer, Montrose Wolf e Todd Risley já no primeiro número do JABA.
Aproximei-me das novidades, das assim chamadas “novas gerações” de terapia
consideradas comportamentais (e continuo me aproximando), mas até o ponto em que
me aproximei, ainda não fiquei convencido. Tenho para mim que, até a presente data, o
único modelo explicativo produzido pela psicologia que pode permitir a mensuração
dos fenômenos psicológicos é o oferecido pela Análise do Comportamento e, sem a
possibilidade de mensuração, ainda que potencial, não se pode fazer ciência. Sem se
constituir numa prática científica, a terapia psicológica permanecerá na fase artesanal
em que se encontra: bons artesãos – bons terapeutas – acumularão um portfólio no qual
predominarão sucessos, mas apresentarão também alguns fracassos, e artesões menos
hábeis acumularão fracassos, mas terão tido também alguns sucessos. Ambos não
saberão com precisão o porquê e a comunidade de referência somente com muita
dificuldade poderá ajudá-los.
A palavra “mensuração”, quando aplicada à clínica, costuma provocar arrepios. Há
aqueles que singelamente recusam – por escolha teórica, por ideologia ou por posição
filosófica – a comensurabilidade do fenômeno clínico em quaisquer dos seus aspectos e,
assim, inevitavelmente prendem a atividade clínica psicológica no terreno do artesanato.
Algumas vezes a impressão que se tem é que, para esta visão-de-mundo nas suas formas
mais extremadas, o ato de medir tivesse o poder de alterar a natureza daquilo que é
medido,tornando-o menos do que é ou diferente do que é. Seria como se, por exemplo,
medir a quantidade de açúcar que se põe num alimento pudesse alterar por alguma
forma a natureza da doçura enquanto experiência do mundo ou o tornasse o açúcar
menos doce ou, ainda, tivesse o poder de transformar o açúcar em alguma outra coisa.
Na prática, essa separação já se dá. Enquanto grupo, nosso contato com o establishment
da psicologia, digamos assim, tem sido tipicamente formal e político-institucional.
Mantemos nossos próprios encontros (Monoglotas, como devem ser, defendo) e
programas de formação pós-graduada, editamos e lemos nossos próprios livros, nossa
participação nos fóruns oficiais da psicologia é reduzida e as nossas pesquisas em pouco
ou em nada afetam a psicologia mentalista e vice-versa.
Por outro lado, os problemas políticos e institucionais de uma separação formal não se
afiguram pequenos. Haveria o problema legal de regulamentar uma nova profissão, o
que precisaria ser conduzido através do Congresso Nacional. Haveria o problema da
montagem e aprovação de cursos superiores específicos, programas de pós-graduação e
linhas de financiamento para nossas pesquisas, para não falar no problema
mercadológico de conseguir um número suficiente de interessados para manter tudo
isso. Haveria também o problema da construção e disseminação da nova imagem
profissional junto à população acadêmica e a população leiga. Em suma, haveria todos
os problemas relacionados à construção de uma nova rede de relações políticas,
institucionais, burocráticas, acadêmicas, científicas e sócio-culturais.
Assim, penso que, por todas essas diferenças e incompatibilidades, a separação formal
provavelmente ocorrerá, mais cedo ou mais tarde. Em alguns estados norte-americanos,
temos a informação de esta separação já existe como fato legal.
Uma saída potencialmente factível para esse impasse parece-me ser a representada pela
proposta da “behaviologia” ou “behaviorologia” (espero que, um dia, alguém descubra
uma palavra melhor do que essas duas), que circulou e circula em alguns grupos de
analistas do comportamento norte-americanos. Em poucas palavras, a “behaviologia” é
nada mais, nada menos, do que a proposição da constituição de um novo campo
disciplinar, uma nova ciência, que integraria numa só comunidade verbal o estudo do
grupo de fenômenos atualmente estudados separadamente pela Análise do
Comportamento, pelas Neurociências, enquanto investigação do sistema nervoso real e
não do sistema nervoso conceitual, e pelos Etólogos clássicos, campos de investigação
que já compartilham notáveis semelhanças quanto aos supostos pré-analíticos, quanto à
metodologia investigativa e quanto aos critérios de validação do conhecimento. Nessa
hipótese, a separação se daria, mas com muito, muito mais substância do que através de
uma separação meramente política.
O que se pede aqui é que se ofereçam algumas regras. Este é, seguramente, o pedido
mais difícil e delicado dessa entrevista. Aí vai a primeira: “Sempre me ofereça o
julgamento de mentes equilibradas, de preferência a leis. Códigos e manuais criam
comportamento padronizado. Todo comportamento padronizado tende a prosseguir sem
questionamento, acumulando força inercial destrutiva.” (Frank P. Herbert, 1920-1986).
Para as que se seguem, peço ao leitor que mantenha presente a primeira e que possa
discernir o momento de desconsiderá-las, incluindo, é claro, o momento de
desconsiderar a primeira.
Alexander Pope (1688 – 1744) produziu uma importante regra sobre a aquisição de
conhecimento que, numa tradução livre, pode ser redigida assim: “Um pouco de
conhecimento é uma coisa perigosa; beba profundamente, ou nem mesmo prove (…)”
[A little learning is a dangerous thing; drink deep, or taste not (...)]. A marca distintiva
da ciência natural é que ela produz efeitos reais acentuados no mundo real e é por
demais perigoso “ter uma boa idéia” de como operar uma central nuclear ou saber
pilotar um avião “mais ou menos”. A Análise do Comportamento obedece às regras do
jogo da ciência natural nas suas investigações e conclusões. Assim, dela beba
profundamente ou nem mesmo prove.
“Se tomarmos entre as mãos um livro qualquer… perguntemos: contém ele algum
raciocínio abstrato a respeito de quantidade ou número? Não. Contém ele algum
raciocínio experimental a respeito da natureza e existência de fato? Não. Então,
lancemo-lo ao fogo, porque não poderá conter senão sofisma e ilusão!”.
No que diz respeito à ciência, sou uma pessoa de imaginação limitada: se algo me é dito
e se me pedem que acredite naquilo sem a confirmação dos meus sentidos, não consigo
crer.
Finalmente, como um destilado da minha experiência, não se apaixone por uma teoria
(ou uma filosofia, ou uma ideologia). Essas abstrações são péssimas amantes. Guarde
suas paixões para pessoas.
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Posted in Artigos.
By Neto
02/08/2010
Desenvolvimento infantil: uma leitura
comportamental
Dentro da Psicologia, diversos autores postularam fases ou estágios (ou estádios, como
alguns autores colocam) do desenvolvimento; nas quais, cada fase destas, engloba um
conjunto de comportamentos, cognições e sentimentos que o indivíduo pode apresentar.
Nestes estádios ou fases, geralmente agrupados por 1) estruturas psíquicas da
personalidade; 2) estruturas cognitivas ou redes de pensamento possíveis; e, por fim, 3)
idade cronológica da pessoa.
A exemplo de autores que teorizam dentro do primeiro tipo de divisão dos estágios do
desenvolvimento, podemos citar Freud e Erickson, com suas teorias do
desenvolvimento psicossexual e psicossocial, respectivamente. No segundo modelo, o
autor mais proeminente talvez seja Piaget, o qual postula sobre os estádios do
desenvolvimento cognitivo. Quanto à divisão por idade cronológica, podem ser citados
Hurlock e Gesell, os quais se referem ao comportamento dos três anos, comportamento
dos quatro anos, e assim por diante.
Bijou e Baer (p. 30) apresentam os três estágios propostos por Kantor. São eles:
By Neto
27/05/2010
FONTE: http://www.psicologiaeciencia.com.br/textos/