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Anatomia do Periodonto
Periodonto
- Proteção
Gengiva
- Sustentação
Ligamento Periodontal
Osso Alveolar
Cemento radicular
Mucosa Bucal
- Tipos:
Mucosa mastigatória (ou queratinizada): mucosa palatina e da gengiva,
queratinizada, fazem parte do processo de formação do bolo alimentar.
*tecidos em constante atrito ou estímulo respondem a eles ficando mais espessas
(mais queratina).
Mucosa especializada: reveste o dorso da língua – papilas gustativas
(fungiforme, circunvaladas), e também parte do vermelho dos lábios.
*numa mesma papila há diferenciação dos diferentes tipos de sabores, então
aquela história de que a língua pode ser dividida em sensação de sabores está
desatualizada.
Mucosa de revestimento: que reveste o restante da cavidade bucal (mucosa
jugal, ventre da língua e assoalho bucal, mucosa alveolar, lábios). Não tem queratina –
as células possuem o seu núcleo. Tecido estratificado pavimentoso não queratinizado.
Gengiva
Parte da mucosa mastigatória que recobre o osso alveolar e circunda a porção
cervical dos dentes. (LINDHE, p.1- 38, 1988)
*A gengiva forma uma “cinta” ao redor dos dentes e existe em função da
presença deles. Depois da perda dentária, onde existia gengiva passa a ter apenas uma
mucosa mastigatória, pois a gengiva é um tecido complexo e cheio de características,
essas que se perdem com a ausência dos dentes.
*A gengiva pode ser subdividida em duas partes:
Gengiva Inserida: Aderida ao dente.
Gengiva Livre: Está justaposta ao dente.

Características Macroscópicas da Gengiva


- Mucosa queratinizada (células perdem o núcleo formando e formam a camada córnea).
- Margem gengival livre.
- Sulco marginal (ranhura gengival).
- Gengiva inserida (fibras colágenas).
- Junção muco gengival.
- Sulco interdental.
- Papila Interdental.
- Sulco gengival.
Limites Anatômicos da Gengiva

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Coloração dos Tecidos
Rosa claro – queratinizado, esse tecido tem essa coloração, pois com a camada
de queratina não dá pra ver os vasos, p.ex. mucosa mastigatória.
Vermelha – não queratinizado, p.ex. mucosa alveolar.
*Não devemos usar como regra ou base no diagnóstico a coloração gengival,
porque, por exemplo, uma pessoa fumante poderá ter uma gengiva com aparência
saudável, isso ocorre devido ao estímulo constante (fumaça quente), que levará a
produção de queratina, fazendo com que a gengiva fique rosa bem claro.

Gengiva Marginal
- Conhecida como gengival livre. Inclui a papila interdentária estendendo da
margem gengival em direção apical até a ranhura gengival ou sulco gengival livre.
- Forma um colar ao redor dos dentes.
* A gengiva marginal livre tem altura variável de 0,5 a 1,0 mm e é responsável
pela parede mole do sulco gengival. Na sua continuidade ao espaço interdental, forma
as papilas interdentárias ou interproximais.

Sulco Gengival
- Formado pela Gengiva Marginal limitado pelo Epitélio Sulcular e pelo dente.
- Profundidade clínica – sulco normal – 1 a 3mm.
- Profundidade histológica – 0,5 – 1,5mm.
*A sondagem clínica é diferente da histológica, principalmente na presença de
inflamação, pois há degeneração do tecido conjuntivo, facilitando a penetração da sonda
nesse conjuntivo, aumentando a profundidade de sondagem clínica. E também aumenta
a presença de sangramento, pois nesse conjuntivo, devido à inflamação, existem
inúmeros vasos sanguíneos. Mesmo que não haja inflamação a sondagem clínica será
maior, pelo fato da sonda romper as primeiras células do epitélio juncional.

Ranhura Gengival
Marca o final da Gengiva Marginal ou livre e o início da Gengiva Inserida.
Em aproximadamente 50% da população encontramos a ranhura gengival,
separando a gengiva marginal livre da gengiva inserida. Esta ranhura tende ao
desaparecimento com o avançar da idade.

Mucosa Periimplantar
Sondagem Periimplantar
- Sondagem na região periimplantar causa compressão e deslocamento lateral da
mucosa;
- Profundidade de Sondagem maior que a sondagem em dentes;
- Distância em a ponta e crista óssea em implantes = 0,2mm (dentes = 1,2mm);
*implantes não devem ser sondados com freqüência, ou melhor, só devem ser
sondados caso haja algumas evidências, porque com qualquer força maior aplicada se
pode tocar o osso com a sonda, e com isso gerar uma resposta inflamatória óssea e
conseqüente reabsorção do osso alveolar.
Dente X Implante

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Papila Interdental
- Abaixo do ponto de contato dos dentes.
- Dentes posteriores 2 papilas separadas por uma depressão.
- Col (união epitelial das papilas vestibulares e linguais/palatinas): não
queratinizado, susceptível a substâncias tóxicas e trauma físico. Local mais freqüente
para o início da D.P.
*Por que o COL não é queratinizado? Pelo fato dele estar protegido pelo ponto
de contato, impedindo que o alimento entre em contato com ele, e sem estímulo não tem
resposta (formação de queratina).
Ele não é mais susceptível a D.P. pelo fato da não queratinização, mas sim por
estar localizado numa região de difícil queratinização – região interdental, tendo mais
acúmulo de placa nessa região  maior prevalência de inflamação gengival.

Mucosa Queratinizada
- Cor rosa claro.
- Pigmentação melânica.
- Aspecto pontilhado. *
- Variações na largura.
- Contorno festonado ao redor dos dentes.
- Consistência firme.
Ausência
- Dificulta a higienização;

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- Mais susceptível à recessão quando associada à placa;
- Resposta inflamatória - término protético subgengival ou certos movimentos
ortodônticos.
*Aspecto Pontilhado da gengiva
Dá se pelas projeções do epitélio (interdigitações) no tecido conjuntivo  para
aumentar a irrigação sanguínea  maior nutrição.
Epitélio Gengival

Epitélio Bucal
- Proteção.
- Epitélio pavimentoso estratificado queratinizado.
- 4 camadas básicas (basal, espinhosa, granulosa e córnea).
- Proliferação e maturação.
SCHROEDER & THEILADE, J. Periodont. Res., 1:95-119, 1966

Estratos do Epitélio Bucal


QUERATINIZADO NÃO QUERATINIZADO
- Estrato basal; - Estrato basal;
- Estrato espinhoso; - Estrato espinhoso;
- Estrato granuloso; - Estrato intermediário;
- Estrato córneo. - Estrato superficial.

Epitélio Bucal
- Queratinócitos.
- Melanócitos.
- Langerhans.
- Merkel.

Epitélio Sulcular
Características
- Extensão do epitélio bucal.
- Epitélio estratificado pavimentoso.
- Parede lateral do sulco gengival.
- Limites: Apical – epitélio juncional; Lateral – dente; coronário – cavidade
bucal.
- Não existe aderência com o elemento dental.

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- Estratos: Basal, espinhoso, intermediário e superficial.
- Queratinização não é continua.
- Espaços intercelulares pequenos.
- Migração leucocitária rara.
- Células inflamatórias não são encontradas com freqüência.
HASSEL, Periodontol. 2000, 3:9-38, 1993

Epitélio Juncional
Características
- Proteção, forma um colar ao redor dos dentes.
- Pavimento não estratificado.
- Aderência epitelial - Inserção entre o epitélio e o dente (lâmina basal e
hemidesmossomas).
- Maior na porção coronal - 20 a 30 camadas; 1 a 2 camadas na parte + apical.
- Interdigitação celular menor.
- Pode possuir aproximadamente 1,0 – 1,5mm no sentido apical - coronal.
- Estrato basal – células cúbicas ao lado da lamina própria e estrato supra-basal,
células achatadas com o longo eixo paralelo ao dente.
- Migração de leucócitos.
- Camadas espinhosa, granulosa e córnea ausentes.
- Espaços intercelulares amplos (passagem de células e fluído gengival).
- Alto grau de renovação– 4 a 6 dias (“turnover”).
- Na perda de inserção ocorre migração para apical do epitélio juncional longo.

Formação

Mecanismos de Defesa
- Rápida divisão;
- Anatomia do epitélio dificulta a invasão bacteriana;
- Membrana basal externa: barreira contra a invasão bacteriana;
- Substâncias antimicrobianas;
- Produção de citocinas.
Pöllänen et al. Periodontol. 2000, 31:12-31, 2003
Fluído Gengival
- Contém os componentes do plasma;
- Sulco saudável - quantidade pequena;
- Inflamação - fluxo aumentado;
- Passa através do EJ.

Tecido Conjuntivo Gengival


Lâmina Própria
Duas Camadas

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- Camada papilar (subjacente ao epitélio).
- Camada reticular (adjacente ao periósteo).
Composição
- Fibras colágenas- 60 à 65%.
- Elementos vasculares- 35%.
- Fibroblastos- 5%.
- Outras células- 3%.
MATRIZ EXTRACELULAR

Um meio complexo, dinâmico e interativo que reúne proteínas e que pode regular a
expressão genética da célula.
MARIOTTI, Periodontol. 2000, 3:39-63, 1993
Fibras Gengivais
- Colágenas.
- Reticulares.
- Oxitalânicas.
FIBRAS GENGIVAIS

LIGAMENTO GENGIVAL
- Cinco grupos principais.
- Seis grupos secundários.
HASSEL, Periodontol. 2000, 3:9-38, 1993
Fibras Gengivais

Vascularização
- Arteríolas supraperióstica: Por V. e L. do osso alveolar.
- Vasos do ligamento periodontal: Dentro da gengiva e se anastomosam com
capilares da área do sulco.
- Arteríolas que emergem do septo interdentário: // a crista óssea.

Cemento
Tecido conjuntivo calcificado, semelhante ao osso alveolar que recobre a
superfície radicular fornecendo ancoragem para as fibras do ligamento periodontal.
NEIDERS, et al., J. Dent. Res., 51:122, 1972
Desenvolvimento
- Cementogênese – coincide com o início da formação radicular;
- Inicialmente – deposição de uma fina camada hialina oriundo da bainha
epitelial de Hertwig e do ectomesênquima do folículo dentário;
- Fragmentação da bainha epitelial de Hertwig;
- Células ectomesenquimais se diferenciam e secretam a matriz orgânica do
cemento;
- Formação do cemento ocorre por aposição.
KATCHBURIAN & ARANA, 1999
Funções

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- Fornece ancoragem do dente em seu alvéolo.
- Participa da manutenção das relações oclusais.
- Reparação de fraturas.
- Selamento apical.
- Proteção dos túbulos dentinários subjacentes.
CARRANZA, 7o ed., p.40-8, 1992

Classificação
- Período de formação:
- Primário
- Secundário
- Presença de células na matriz:
- Acelular
- Celular
- Origem das fibras:
- Intrínsecas
- Extrínsecas.
Tipos de Cemento:
- Cemento acelular afibrilar (CAA).
- Cemento acelular de fibras intrínsecas (CAFI);
- Cemento acelular de fibras extrínsecas (CAFE);
- Cemento celular de fibras intrínsecas (CCFI);
- Cemento celular de fibras mistas (CSCFM);
Cemento Acelular Afibrilar (CAA);
- Tipo de cemento primário;
- Limitado a superfície do esmalte;
- Não tem função na inserção;
- Fragmentos isolados (ilhas e esporas de cemento);
- Anomalia de desenvolvimento – rupturas locais do epitélio reduzido do esmalte.

Cemento Acelular de Fibras Intrínsecas (CAFI)


- Tipo de cemento primário;
- Ocorre antes da formação do ligamento periodontal;
- Colágeno considerado intrínseco;
- Após 10-20µm de formação ocorre a formação a inserção das fibras extrínsecas.

Cemento Acelular de Fibras Extrínsecas (CAFE)


- Tipo de cemento primário;
- Mineralização da matriz;
- Porção cervical – recobre 2/3 da raiz;
- Cervical – 50µm aumenta em sentido apical (200µm);
- Não há matriz cementóide;

Cemento Celular de Fibras Intrínsecas (CCFI)


- Cemento secundário;
- Células incorporadas a matriz;
- Presente nas regiões apicais e interradiculares;
- Cementóide está presente.
- Presente nos processos de reparação.

Cemento Celular de Fibras Mistas (CSCFM)


- Cemento secundário;

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- Depositados após a formação do ligamento periodontal;
- Cementócitos no interior das lacunas;
- Matriz cementóide;
- Mineralização incompleta das fibras de Sharpey
- Células incorporadas a matriz;
- Presente nas regiões apicais e inter-radiculares;
Conteúdo Inorgânico
- Cemento - 45 à 50%.
- Osso - 65%.
- Esmalte - 97%.
- Dentina - 70%.
Cemento
- Cementoblastos.
- Cementócitos.
- Fibras de Sharpey.
- Fibras da matriz cementóide.
- Substância interfibrilar glicoproteica.
- Deposição contínua.
Cemento
- Porção + apical e furcas – 150 à 200µm.
- Porção + coronária - 16 à 60µm.
- Aumenta com a idade.
CARRANZA, 7o ed.,p.40-8, 1992
Cemento
Quando recoberto por placa bacteriana torna-se contaminado, podendo absorver
toxinas bacterianas.
Irregularidades contribuem para a dificuldade da remoção do cálculo
subgengival.
- Não contém vasos;
- Sem inervação;
- Normalmente não sofre reabsorção ou remodelação fisiológica, embora seja
possível em intensidade pequena;
- Crescimento contínuo ao longo da vida.

Ligamento Periodontal
Também chamado de membrana periodontal, trata-se de um tecido conjuntivo
frouxo que circunda as raízes dos dentes e une o cemento ao osso alveolar.
Espaço de 0,17 à 0,24mm entre o cemento que recobre a raiz e o osso alveolar.
Desenvolvimento
- Fibroblastos: células ectomesenquimais do folículo dentário;
- Formação simultânea com o cemento.
Fibras
- Cristo-Alveolares.
- Horizontais.
- Oblíquas.
- Apicais.
- Inter-Radiculares.
- Secundárias.
Elementos Celulares
-Fibroblastos
-Células endoteliais

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-Cementoblastos
-Osteoblastos
-Osteoclastos
-Macrófagos
-Restos epiteliais de Malassez.

Ligamento Periodontal
- Sistema sangüíneo.
- Sistema linfático.
- Sistema nervoso.

Elementos Celulares do Ligamento Periodontal


Restos Epiteliais de Malassez
- Conjunto de células epiteliais presentes no ligamento periodontal,
- Não são grupos celulares isolados, apresentam um arranjo semelhante ao uma
rede;

Funções
- Inserção dos dentes ao alvéolo.
- Transmissão de forças oclusais p/ o osso.
- Resistência ao impacto de forças oclusais.
- Proteção de vasos e nervos.
- Formação e reabsorção de cemento e osso.
- Nutrição para o cemento e osso.
- Sensibilidade proprioceptora.

Mucosa Periimplantar
- Principal diferença entre dentes e implantes é devido a presença do cemento
radicular;
- Fibras conjuntivas orientam-se em direção paralela aos implantes;
- Zona de inserção com o implante possuem mais colágeno que fibroblastos;
- Suprimento vascular origina-se unicamente dos vasos sanguíneos.
supraperiostal.

Osso Alveolar
Representa uma extensão da mandíbula e maxila, desenvolvem-se em conjunto
com a erupção dos dentes e são reabsorvidos com a perda do mesmo.
Osso alveolar propriamente dito.
Lâmina dura ou placa cribiforme (0,1-0,4 mm).
FEDI Jr. & VERNINO, 3º ed. p.1-112, 1995
Funções
- Ancoragem do dente no alvéolo;
- Absorção e distribuição das forças oclusais.
Composição
- Elementos celulares: Osteócitos, Osteoblastos, Osteoclastos.
- Matriz orgânica (osteóides): colágeno tipo I – 90%.
- Matriz inorgânica: hidroxiapatita – 65 à 70% da estrutura óssea.

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