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Desde o século XVII ao século XIX, a Europa ocidental viveu uma onda de
mecanização que revolucionou muitas áreas da sociedade e mudou o dia á dia de
toda a população. Um grande número de máquinas foi introduzido na ciência e na
indústria, e o fascínio do público encorajou os produtores à realização de brinquedos e
entretenimentos mecanizados.
Esta doutrina Mecanicista leva ao Determinismo, a crença de que todos os actos são
causados por acontecimentos passados, e portanto podem ser previsíveis. Galileo
Galilei (1564-1642) e Isaac Newton (1642-1727), que tinha uma formação em
relojoaria, propuseram que tudo no universo era dividido em átomos e que o
movimento e a interacção deles pode ser explicada com leis da física. Os cientistas
acreditavam que, sendo possível medir o ambiente físico, este poderia ser previsto
usando as leis da física, a qualquer momento no futuro. Os cientistas esforçaram-se
para descrever todos os fenómenos fazendo medições e conduzindo experiencias que
muitas vezes necessitavam de relógios precisos.
O Lugar Certo
Na Altura Certa
O influente inglês John Stuart Mill, filho do famoso empírico James Mill, tinha andado a
insistir que a mente devia ser estudada cientificamente. Ele propôs a “Etologia”, um
novo campo dedicado ao estudo dos factores que moldam a personalidade humana.
Wundt, que também foi influenciado por muitas outras ideias de Mill (como a da mente
ser active na associação de ideias, que elementos mentais complexos eram mais que
uma soma de elementos simples), compreendeu que a altura estaria certa para fundar
uma nova ciência, à qual decidiu chamar “Psicologia”.
O Homem Certo
Wundt teve a visão para compreender a oportunidade e fundar esta nova disciplina,
baseada puramente na experimentação sistemática no estudo da mente –
deliberadamente excluindo conceitos filosóficos não científicos, como o de almas
imortais. A sua ambição desencadeou a sua intenção para embarcar neste projecto, e
consequentemente motivou-o a investir um considerável esforço pessoal para levar
seu projecto a bom porto.
Wundt sempre teve vontade de escrever ao invés de trabalhar num laboratório. Não é
reconhecido por nenhuma descoberta científica importante. No entanto, a sua
capacidade de escrita, seus elevados conhecimentos sobre fisiologia e filosofia
provaram ser qualidades mais importante ao promover a nova ciência. Publicou
diversos livros importantes e o jornal oficial de psicologia experimental, “Philosophical
Studies”.
Titchener viu-se quase obrigado a partir para os Estados Unidos, para a faculdade de
Cornell, o que lhe permitiu leccionar psicologia e dirigir um laboratório. Para Titchener,
Wundt não foi a sua única influência, mas sim também James Mill que defendia a
teoria dos átomos da mente, e a mente como uma máquina passiva, onde a sua
associação é mecânica. Titchener acabou por distinguir-se de do seu mentor, pois
este afirmava que os processos mentais não podiam ser estudados a nível
experimental, e em contrapartida Titchener afirmava o contrario.
Este sentido pragmático ainda hoje perdura no colectivo social americano, evidente
principalmente numa época pós guerra e inicio da grande depressão, de extrema
necessidade de reestruturação económica, as questões mais colocadas eram “Qual a
real utilidade, qual o custo - benefício, existirão melhores maneiras de atingir os
mesmos objectivos?”
Nas próprias palavras de G. Stanley Hall “Precisamos de uma psicologia que seja
utilizável”
James Cattel, que teria sido assistente no laboratório de Leipzig e muito respeitado por
Wundt, depois de terminar o seu doutoramento em 1886 regressa aos E.U.A
brevemente para leccionar, antes de seguir para a Inglaterra, onde teve a
oportunidade de discutir com Galton algumas das suas ideias. Galton, inclusivamente,
propôs a Cattel una adaptação das suas teorias apresentando um método de medição
de diferenças psicológicas entre as pessoas. Galton havia andado a desenvolver
princípios estatísticos para a medição de diferenças, e Cattlel foi muito influenciado por
ele. Assim, Cattlel tornou-se um dos primeiros a quantificar, classificar e graduar,
trazendo a métrica à psicologia, análise estatística aplicada a resultados
experimentais.
Seria necessário uma Segunda Grande Guerra para reverter esta posição, no
entretanto, as escolas estruturalistas haviam de se reestruturar as suas posições e as
escolas funcionalistas a reavaliação seus propósitos. A psicologia estava muito
enfraquecida a nível da sua auto-estima, e consequentemente os valores defendidos
eram recebidos em dúvida. Havia a necessidade de algo novo que de certa forma
unificasse as vontades de edificar a ciência da psicologia, pondo-a novamente em
bom rumo e abrindo o campo do debate, trazendo nova luz.
Ivan Pavlov tirou o curso de ciências e ficou conhecido pelos seus estudos acerca dos
reflexos condicionados e fisiologia da segregação gástrica. E é exactamente a estudar
as secreções gástricas que descobre que, para além dos reflexos inatos (que se
manifestam logo ao nascer), se podem desenvolver no Homem e no animal, reflexos
aprendidos. No decorrer de uma experiência, apercebe-se que o cão, não só salivava
quando via o alimento - reflexo inato - mas também a outros sinais associados ao
alimento como por exemplo os passos do treinador, ou o som de uma campainha -
reflexo condicionado - , sendo o estímulo condicionado os passos do treinador, ou o
som de uma campainha, por exemplo, e o estímulo não condicionado o alimento.
Para Pavlov, o que domina o espírito é a actividade do cérebro e, por tal, dedica-se ao
estudo da actividade nervosa superior, estabelecendo um conjunto de leis fisiológicas.
Watson considera que com Wundt a Psicologia teve uma falsa partida pois este não foi
capaz de romper com as concepções tradicionais. Para se constituir como ciência, a
Psicologia terá de cortar com todo o passado e constituir-se como ramo objectivo e
experimental de ciência. Watson pretendia para a Psicologia o mesmo estatuto da
biologia, logo, para se constituir como ciência rigorosa e objectiva, o psicólogo terá de
assumir a atitude do cientista, trabalhando com dados que resultam de observações
objectivas e acessíveis a qualquer outro observador. O psicólogo terá de renunciar à
introspecção e limitar-se à observação externa, à semelhança das outras ciências.
Para Watson, nós somos o que fazemos, e o que nós fazemos é o que o meio nos faz
fazer. Neste sentido, os indivíduos não são pessoalmente responsáveis pelos seus
actos, dado que são produto do meio em que vivem.
Contribuições do Behaviorismo
Críticas ao Behaviorismo
PSICOLOGIA DA GESTALT
O objetivo de ser encarada como ciência, foi aos poucos sendo alcançado pela
psicologia, Muitos pesquisadores e cientistas contribuíram para isso, entre eles
Watson, Pavlov, Skinner com o Behaviorismo e Terman, Goddard, Yerkes com os
testes psicológicos. Os estudiosos da época estavam interessados em medir
reacções, pois estes eram dados confiáveis e válidos já que o conteúdo da "
consciência " era composto por variáveis impossíveis de se controlar.
Neste mesmo período, Max Wertheimer, Wolfgang Kohler e Kurt Kofka, baseados em
estudos psicofísicos que relacionavam a forma e sua percepção, desenvolveram a
Psicologia da Gestalt.
Neste momento entra o conceito de todo e das partes, já que o próprio nome Gestalt,
pode ser traduzido como todo ou configuração. Para os Gestaltistas as experiências
são percebidas primeiro como um todo e só depois suas partes são percebidas. É
importante notar que as partes estão ligadas de uma maneira estruturada a fim de
formar o todo e é essa estrutura que interessa aos Gestaltistas, eles procuram
descobrir como está estruturada uma fobia, por exemplo, e conseguem isto
observando e analisando o cliente como um todo integrado através da manifestação
de suas partes.
A figura não é uma parte isolada do fundo, é este fundo que lhe atribui significado. É
importante notar como o cliente estrutura sua percepção para ver algo como figura e
não como fundo e vice-versa, procurar nos vazios ( o que não está em nosso campo
de percepção como figura ) a verdadeira solução para o problema do cliente.
HUMANISMO E GESTALT
A Gestalt-Terapia almeja bem mais do que uma reflexão humanística, ela se realiza
através de uma postura filosófica, existencial, tentando ser uma resposta a um modo
específico de estar no mundo e nele agir.
EXISTENCIALISMO E GESTALT
FENOMENOLOGIA E GESTALT-TERAPIA
A CONCEPÇÃO SISTÊMICA
No início da década de 1920 o biólogo alemão Ludwing Von Bertalanfy criou a Teoria
Geral dos Sistemas. Os estudiosos dessa teoria procuraram formular generalizações
sobre " como as partes e os todos se relacionavam, independentemente das
disciplinas nas quais eram observadas ". Outra teoria que estuda os sistemas auto-
regulados é a Cibernética, disciplina criada por Norbert Wiener, a diferença desta para
a TSG é que a Cibernética é um modelo mecanicista. Para Wiener os " princípios
básicos que governam as máquinas de auto-regulação são encontrados também no
comportamento humano ". Para Bertalanfy as pessoas são criativas, activas e
exercem controle sobre o seu ambiente ".
Hierarquia: Significa que sistemas complexos são formados por certo número de
subsistemas e isto implica em uma ordem crescente de complexidade. Koestler criou o
termo hólon para descrever estes sistemas de dupla face, onde de um lado o
componente do sistema é subordinado e do outro é superior.
Perspectiva Teleológica: Este conceito diz que os eventos são determinados pelas
metas a serem atingidas, dessa forma os sistemas são vistos como organismos
orientados para certas áreas e para atingir estes fins eles utilizam o Feedback.
Apesar do modelo vigente ainda ser o cartesiano, torna-se a cada dia mais claro e
necessário revermos os velhos conceitos e atentarmos para as novas necessidades
que surgiram por conta das limitações do antigo paradigma. Podemos perceber
claramente que o modelo sistêmico se adapta melhor ao modelo de mundo que
precisamos ter e é só uma questão de tempo para até ele se estabelecer, mas até que
ponto precisaremos chegar para que esta mudança ocorra?
Mach alegava que a percepção de um objecto não muda, ainda que modifiquemos
nossa orientação em relação a ele. Uma mesa continua a ser uma mesa se a
olharmos de lado, de cima ou de algum ângulo. Do mesmo modo, o tom continua o
mesmo em nossa percepção inclusive quando a forma do tempo é modificada, ou
seja, quando é executada mais lenta ou rapidamente.