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INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
CONTINUAÇÃO DO
Introdução
I- Deformação Dúctil e suas Estruturas
II- As Dobras
a) Classificações mais usadas na descrição das dobras
III- Foliações e Lineações
Comentários complementares sobre a presença da foliação e
da lineação em tectonitos
IV- Zona de Cisalhamento Dúctil
Milonitos e Cataclasitos
Literatura de Apoio
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Introdução
II- As Dobras
Plano Axial
Crista Charneira
Eixo
Charneira
Flan
co
Ponto de inflexão
Calha
Fig. 03 – Principais elementos geométricos de uma dobra: plano axial – plano de simetria da
dobra; eixo – linha que une os pontos de máxima curvatura da dobra; charneira – região de
maior curvatura da dobra; flanco – região lateral da dobra; calha e crista – região de charneira
côncava e região de charneira convexa respectivamente; ponto de inflexão - ponto que liga duas
dobras conjuntas.
principais elementos geométricos (eixo e plano axial). Qualquer outro corte que não
satisfaça a essa condição representa a dobra em sua seção aparente (Fig. 05).
Fig. 06 – Dobras tipo antiforme, sinforme e neutra. A classificação se refere à posição relativa
da concavidade da estrutura: concavidade voltada para baixo – antiforme; concavidade voltada
para cima – sinforme; concavidade posicionada para os lados – dobra neutra.
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Fig. 08 – Tipos de dobras de acordo com o ângulo de fechamento ou ângulo entre os flancos
(ângulo interflanco).
Fig. 10 – Os diferentes padrões de dobras parasíticas, em “Z”, “S, “M” e “W”, compondo partes
de dobras maiores. As vergências relativas a cada situação estão indicadas nas figuras em
detalhe. Observar que as dobras em “M” e “W” marcam a posição dos ápices da dobra maior, e
correspondem a antiformes e sinformes respectivamente.
Fig. 11 – Os padrões de dobras parasíticas, em “Z”, “S, “M” e “W”, e seus respectivos sentidos
cinemáticos. Os parâmetros W e A correspondem ao comprimento de onda e amplitude da
dobra, descritos na Fig.04.
O estilo da dobra, neste caso, é comparado a partir do estilo dos dois planos de
acamamento que determinam o top e a base da camada dobrada. Esta comparação,
conforme sugerido por Ramsay, pode ser feito a partir do ângulo de mergulho das
isógonas. Este parâmetro geométrico, representado por uma linha no perfil da dobra,
pode se determinado ao se encontrar na dobra dois pontos de interseção, um na base e
outro no topo da camada dobrada, entre a superfície dobrada e a linha tangente que
forma o mesmo ângulo em relação à linha ortogonal ao traço axial da mesma (Fig. 12).
De acordo com essa classificação se individualizam três grupos de dobras:
Fig. 12 – Diferentes tipos de dobras classificadas de acordo com o mergulho das linhas de
isógonas. A figura no canto superior esquerdo mostra a definição geométrica da isógona de
mergulho. A classificação foi sugerida por Ramsay e diferentes tipos apresentados têm relação
direta com as condições mecânicas do dobramento, iniciando com fraca ductibilidade e no tipo
1A e aumento gradualmente a ductibilidade em direção da dobra tipo 3 (veja texto).
As dobras podem se formar por (1) flexura do elemento planar – tabular; (2) por
cisalhamento do elemento planar – tabular ou (3) por arrasto nas bordas e adjacências de
zonas de cisalhamento.
Dobras formadas por flexura mecânica exigem ambientes de dobramento
capazes de facilitar a “ductibilidade” da rocha para permitir fluxo de partículas durante
a deformação. Nesse caso a viscosidade dos materiais componentes da rocha, a
temperatura, e a pressão são fortes condicionantes e precisam ser relativamente alta ou
ter capacidade de serem alteradas durante o processo. Quanto mais dúctil for, ou estiver
a rocha, mais facilmente a dobra flexural se formará.
Dobras formadas em regime de cisalhamento são chamadas dobras forçadas e
têm uma história mecânica distinta das flexurais. Fazem parte desse conjunto as dobras
em chevron e os kink bands ou dobras em caixa (Fig.13).
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Fig. 13 – Três estilos geométricos para dobras forçadas em padrão kink band. Os planos
destacados em linhas pontilhadas correspondem aos planos de cisalhamento responsáveis pela
rotação dos blocos internos que constroem as dobras. Na dobra esses planos são chamados de
superfície confinante. Para a figura em (a), não existindo planos de cisalhamentos cruzados,
forma-se um monoclinal.
Fig. 16 - Padrões deformacionais e de trama sugeridos por Robin & Cruden (1994) para
diferentes estágios da deformação transpressiva (modificado de Robin & Cruden, 1994). Y -
distância normatizada a partir da borda da zona; Z – altura (vertical); f- razão entre a
componente de cisalhamento puro e a componente de cisalhamento simples.
todos esses casos, cabe aqui a noção de fluxo e vorticidade, apresentada no Módulo I.
Os principais indicadores cinemáticos usados para a determinação da cinemática
em zonas de cisalhamento dúctil podem ser resumidos em: (1) rotação de elementos
planares pré-existentes; (2) deformação e rotação de corpos pré-existentes; (3)
assimetria de dobras; (4) estruturas S/C; (5) bandas de cisalhamento; (6) porfiroclastos
fragmentados e sub-grãos deslocados; (7) deslocamento e rotação de fragmentos por
fraturas de cisalhamento e/ou distensão; (8) assimetria de zonas de sombra (estruturas σ
e δ); (9) assimetria de esteiras de sub-grãos nas extremidades de porfiroclastos; (10)
assimetria de porfiroclastos sigmóides de mica – mica fish; (11) trama de eixos C de
cristais de quartzo; e (12) rotação de porfiroblastos. (Fig. 18).
Milonitos e Cataclasitos
Fig. 19 - Modelo de Sibson (1977) para a geração de diferentes tipos de rochas em distintos
níveis crustais.
Literatura de Apoio
Livros Textos:
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Hasui, Y. & Costa, J.B.S. – 1991- Zonas e Cinturões de Cisalhamento, UFPa.
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Segunda Edição, 1994.
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Artigos em Periódicos:
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