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AQUECIMENTO GLOBAL - UMA VISÃO


PANORÂMICA
Publicada em 19/07/2008

O nosso planeta tem enfrentado profundas mudanças


climáticas, sobretudo no que diz respeito ao aumento da
temperatura média terrestre. Esse ciclo, chamado de
Aquecimento Global, é motivo de alerta à sociedade e vem
sendo causado pela alta emissão de gases poluentes à
atmosfera.

No ano passado, a fim de informar e discutir as implicações desse ciclo, o Painel


Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) divulgou um relatório alusivo ao que
vem acontecendo na terra, ratificando que a ação humana é a principal responsável por este
aquecimento.

O IPCC E O RELATÓRIO 2007

Instituído em 1988 e contando com a presença de 2500 especialistas em clima de 153 países, o IPCC
fornece regularmente informações sobre as variações climáticas do planeta, unindo os
conhecimentos obtidos através de inúmeros estudos. Em 2007, o relatório do IPCC chamou atenção
para um fato: a certeza de que a temperatura terrestre está aumentando e devido à interferência do
homem.

Ainda segundo o relatório, a temperatura aumentou, nos últimos 100 anos, de 13,78 graus Celsius
para 14,5 graus. Estima-se que, ainda que os níveis de emissão de gás carbônico permanecessem os
mesmos do ano 2000 (algo extremamente difícil), a temperatura aumentaria 0,1 graus Celsius por
década. Aparentemente, parece ser uma variação termométrica pequena, porém quando se tem em
vista a fragilidade do equilíbrio dos processos naturais, essa pequena oscilação já é capaz de causar
problemas trágicos.

PREVISÕES ALARMANTES

Seguindo a tendência lógica das previsões, nas próximas décadas a temperatura média irá passar dos
15 graus Celsius. Se assim for, as conseqüências serão realmente catastróficas. As chuvas serão
afetadas de forma significativa, teremos furacões mais fortes, possivelmente trombas-d’água,
intensivas ondas de calor, a acentuação do derretimento das geleiras, sem contar os danos que serão
causados à agricultura, o que acarretará fome numa faixa de 200 milhões a 600 milhões de pessoas.

Transpondo as estimativas para 2100, o quadro tornar-se ainda mais caótico. Submetido à
temperatura média de 16,5 graus Celsius (na pior das hipóteses 19 graus), o planeta provavelmente
perderá muito da sua biodiversidade, parte da capa de gelo do Ártico derreterá, a Floresta Amazônica
virará cerrado e o nível dos oceanos subirá de 18 a 59 centímetros, podendo, com isso, deixar
submersas ilhas, cidades costeiras e manguezais. Uma parcela do estrago causado é irreversível em
decorrência de todo o gás emitido à atmosfera embora seja possível atenuar tais conseqüências
tomando-se medidas imediatas.

O EFEITO ESTUFA – CAUSAS DO AQUECIMENTO

Quando a radiação solar chega à Terra, a maior parte dela é absorvida pela superfície (ar, terras e
águas) e, em seguida, emitida na forma de ondas infravermelhas (calor). Na atmosfera, alguns
gases como metano (CH4), óxido nitroso (N2O), vapor d’ água e principalmente gás carbônico
ou dióxido de carbono (CO2) são capazes de absorver e concentrar a maioria desse calor na Terra,
tornando-a mais quente. Assim, quanto maior a quantidade desses gases na atmosfera, maior será o
calor retido e, por conseguinte, maior o aquecimento do planeta. Esse fenômeno é chamado de

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Efeito estufa, pois se assemelha ao que ocorre numa estufa de plantas, onde a temperatura interna é
maior que a externa. Sem o efeito estufa, a temperatura média da terra estaria em torno de 18 graus
negativos, quase toda água congelaria e provavelmente não haveria vida na terra.

O problema central é que a queima de combustíveis fósseis (carvão mineral e petróleo) corroborada
após o desenvolvimento da industrialização, as queimadas, a decomposição de matéria orgânica
presente no lixo e outros fatores alteraram profundamente esse fenômeno, o que prova o quanto a
atuação antrópica influi no sistema natural.

O OUTRO LADO

Sem dúvida alguma, quaisquer previsões sobre fatores correspondentes ao clima não trazem consigo
certezas absolutas, visto que ele abrange vastos e complexos mecanismos. Alguns cientistas,
climatólogos e estudiosos acreditam haver muito sensacionalismo nos meios de comunicação quando
se aborda esse assunto, causando uma espécie de “terrorismo” na sociedade. Muitos deles se apóiam
à idéia de que ocorreram muitas variações naturais na temperatura do planeta durante os últimos 150
anos. Certamente, não se pode descartar a hipótese de que esse seja mais um ciclo natural do planeta.
De qualquer maneira, a influencia humana contribui negativamente para que as proporções dessa
fase se acentuem, seja com a poluição do meio ambiente, seja com a extração exacerbada dos
recursos naturais.

O QUE FAZER PARA REVERTER A SITUAÇÃO

A terceira parte do relatório do IPCC, divulgada em Bangcoc, na Tailândia, salienta alternativas


necessárias para solucionar, dentro do possível, os impactos do aquecimento global. Para isso, faz-se
imprescindível uma verdadeira revolução no estilo de vida mundial. Precisaremos diminuir a
utilização dos combustíveis fósseis, desenvolvendo meios econômicos e tecnológicos viáveis no
desenvolvimento de energias renováveis. Também, faz-se essencial reestruturar a organização da
agricultura, reorganizar o transporte e a coleta do lixo e, acima de tudo, reduzir substancialmente a
liberação de gases poluentes.

O PROTOCOLO DE KYOTO

Pensando em estabelecer metas para tratar o aquecimento global, conferências diplomáticas


mundiais são realizadas desde 1988. Em 1997, em Kyoto, no Japão, depois de muitas reuniões,

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países do mundo todo firmaram os primeiros acordos (Protocolo de Kyoto) quanto aos prazos e
medidas para enfrentar o problema. As principais medidas são a redução da emissão de gás
carbônico (principal causador das alterações no efeito estufa) por parte dos países desenvolvidos,
entre 2008 e 2012, para 5% abaixo dos níveis emitidos em 1990 e o controle das emissões por parte
dos países em desenvolvimento. Também estão previstas no Protocolo a diminuição das queimadas e
as possibilidades de investimento em alternativas renováveis de energia.

Embora estas metas tenham sido estabelecidas, o acordo só entrou em vigor a partir de 2005. Para
que ele vigorasse foi necessário que os países que lhe aderiram fossem responsáveis pela emissão de
55% dos gases liberados à atmosfera. Como os Estados Unidos, responsáveis por 35% das emissões,
não ratificaram o acordo, ele só foi possível após a adesão da Rússia (somente em 2005). Hoje, o
Protocolo de Kyoto é integrado por 175 países. O desafio de ordem mundial é conciliar o
crescimento econômico com a preservação do meio ambiente, o que põe em voga o
Desenvolvimento Sustentável.

TEXTOS RELACIONADOS:

 CRÉDITOS DE CARBONO: ECOLÓGICO X MERCADOLÓGICO


 O QUE É DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL?
 AQUECIMENTO GLOBAL
 S.O.S. MEIO AMBIENTE
 ENERGIAS E MATRIZES ENERGÉTICAS
 BIOCOMBUSTÍVEIS

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